laboratório de contação de histórias

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LABORATÓRIOS DIDÁTICOS I SEMINÁRIO DE ARTE NA EDUCAÇÃO UEA – Universidade do Estado do Amazonas Escola Superior de Artes e Turismo Escola Normal Superior De 30 de outubro a 1º de novembro de 2012 Eu conto, tu contas, ele(a) conta...

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Material preparado para o laboratório de contação de histórias, realizado no I Seminário de Arte na Educação, na Universidade do Estado do Amazonas.

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Page 1: Laboratório de Contação de Histórias

LABORATÓRIOS DIDÁTICOSI SEMINÁRIO DE ARTE NA EDUCAÇÃO

UEA – Universidade do Estado do AmazonasEscola Superior de Artes e Turismo

Escola Normal SuperiorDe 30 de outubro a 1º de novembro de 2012

Eu conto, tu contas, ele(a) conta...

Evany NascimentoOutubro, 2012

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LABORATÓRIOS DIDÁTICOS

I SEMINÁRIO DE ARTE NA EDUCAÇÃO

UEA – Universidade do Estado do AmazonasEscola Superior de Artes e TurismoEscola Normal SuperiorDe 30 de outubro a 1º de novembro de 2012

“Para que uma estória?Quem não compreende

pensa que é para divertir.Mas não é isto.

É que elas têm o poder de transfigurar o cotidiano.”

Rubem Alves

Proposta de Laboratório:

Eu conto, Tu contas, Ele (a) conta...

Mediadora:Evany Nascimento

Tema-central: Contação de histórias

Sub-temas: Literatura infantil Folclore brasileiro Música Vídeos Jogos

Metodologia: aprender fazendo

Referencial teórico: lista de livros, cds, links para pesquisas posteriores.

Período: dias 30 e 31 de outubro de 2012.

Horário: 8h às 12h

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oficina Eu conto, tu contas, ele (a) conta..., pretende explorar o universo da contação de história a partir da Literatura Infantil, explorando também outras

linguagens artísticas como a música, numa experiência transdisciplinar. Construída a partir de experiências da mediadora em atividades com crianças, jovens e adultos (educadores ou não). Os participantes experimentarão técnicas de contação de história, conhecerão produtos nessa área e vivenciarão jogos pedagógicos. Ao final, muitas histórias poderão ser contadas sobre essa vivência.

A

PROGRAMAÇÃO

1º dia - Literatura infantil e técnicas de contar histórias a partir dos textos.

Chegança Novelo temático A história nossa de cada dia

o Livro de abertura Tapete mágico

o O livro que me conquistouo Uma história sem pé nem cabeça

Eu conto, tu contas, ele(a) conta... Canção Tear

2º dia - Histórias do folclore brasileiro ou da literatura, musicadas e animadas.

Chegança Novelo musical A história nossa de cada dia

o Livro de abertura Palavra cantada

o Histórias musicadaso Histórias animadas

Eu conto, tu cantas, ele(a) dança... Canção Tear

1º de novembroTema principal: Uma história sobre as atividades. Ensaio para uma apresentação (ou não)

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“Outra maneira bem diferente de encarar os contos é conta-los por puro prazer e que é, predominantemente, a razão de ser da maioria dos contadores de histórias modernos.”

Dra.Clarissa Pinkola Estés – Contos dos Irmãos Grimm

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1. Literatura infantil e técnicas de contar histórias

Literatura Infantil. A literatura infantil e infanto-juvenil está vivendo hoje um momento muito bom, se formos levar em conta as grandes produções editoriais, o rico material de ilustração e a quantidade de eventos que divulgam o livro e a leitura. Há muito material e há muito material bom. Grandes clássicos estão sendo revisitados como os contos dos Irmãos Grimm; outros livros são adaptados ao público infantil, como os clássicos da literatura brasileira; e muitos livros de imagens são publicados com o foco no público infantil. A indústria produz para um público. Os autores buscam leitores. Designers e artistas plásticos apresentam sua arte. Então há muito material e há leitores ávidos e interessados por descobrir novas histórias. É no meio desse caminho que está a função do mediador de leitura ou contador de história. A função de ser ponte entre o livro e o leitor.

Onde encontrar: Em Manaus é possível encontrar boas publicações da Editora Valer, como a série do Zezinho na Floresta, do escritor Elson Farias, nosso maior representante na literatura infantil regional. A Saraiva virou ponto de referência para produções que raramente se encontrava na cidade, é outro local que vale a pena visitar na busca de títulos. A Livraria Nobel (Shopping Millenium) também tem um acervo de títulos nacionais bem interessante. A Livraria Paulinas, além de um acervo de publicações de grandes autores nacionais e internacionais oferece também cursos, oficinas e palestras para professores. (Sete de Setembro, atrás da Igreja Matriz, Centro).

ontação de histórias. Nós somos contadores de história desde que começamos a falar. Contamos sobre o que vemos, ouvimos, fazemos. Contamos sobre os outros e sobre nossos sonhos. A contação de história vem da nossa herança

indígena de tradição oral e de um povo que demorou a ser letrado (lembrando de nossos bisavós e avós, que moravam no interior por exemplo). Especialmente no Norte e Nordeste essa tradição é mais forte. Podemos perceber na nossa forma de escrever que a tendência de contar uma história continua, mesmo nos trabalhos científicos. É uma narrativa diferenciada, mais demorada, com aspectos subjetivos. Então por isso eu lembro que somos contadores de história.

C

Na sala de aula essa nossa habilidade pode render muita simpatia e arrebatar muitos leitores e futuros contadores de história. Nesses dois dias vamos buscar explorar essa habilidade que trazemos focando a sala de aula e as possibilidades de atividades que podem ser desenvolvidas.

C

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hegança. Este é um termo que podemos adotar para a atividade de boas-vindas de uma aula, curso de formação, encontro, oficina, laboratório, o que for. É a primeira atividade. Pode ser uma música que todos cantem, um jogo, alguma coisa que oportunize a participação e a integração de todos para o início das atividades. É muito importante porque é a abertura, a recepção o “seja bem-vindo” a este encontro. As energias se confluem com todas as expectativas e pensamentos de alegria pelo que está por vir.

Escolhi uma cantiga de roda chamada Abra a roda tin do lê lê.

Abra a roda tin do lê lêAbra a roda tin do lá láAbra a roda tin do lê lêTin do lê lêTin do lá lá

E vai andando...Bate palma...Me dê sua mão...Requebradinha...Vai andando...De trenzinho...De marcha a ré...Bem baixinho...Etc...

Como se brinca: Uma roda cantando e fazendo os gestos que o texto sugere, expressando os comandos que vão surgindo espontaneamente.

(Escolher alguém para conduzir a chegança do dia seguinte.)

NA SALA DE AULA. É preciso um espaço para a atividade. Funciona bem com pequenos e com pessoas que gostam de encontros festivos. Mistura dança, expressão corporal, atenção, concentração e principalmente alegria que circula entre todos os participantes. Já tive a oportunidade de fazer essa canção em encontros de formação de professores e outros educadores e

Os livros que amo...

As coisas que vejo são como o beijo do príncipe: elas vão acordando os poemas que aprendi de cor e que agora estão adormecidos na minha memória. Assim, ao não-pensar da visão, une-se o não-pensar da poesia. E penso que o meu mundo seria muito pobre se em mim não estivessem os livros que li e amei. Pois, se não sabem, somente as coisas amadas são guardadas na memória poética, lugar da beleza. “Aquilo que a memória amou fica eterno”, tal como disse a Adélia Prado, amiga querida. Os livros que amo não me deixam. Caminham comigo. Há os livros que moram na cabeça e vão se desgastando com o tempo. Esses, eu deixo em casa. Mas há os livros que moram no corpo. Esses são eternamente jovens. Como no amor, uma vez não chega. De novo, novo, de novo...

Rubem Alves – Sob o feitiço dos livros. Folha de São Paulo, Caderno Sinapse, 24 de janeiro de 2004. In Prazer em Ler, Instituto C&A.

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atividades recreativas com crianças. A canção era sempre bem-vinda. Vale pela brincadeira.

Outras atividades como chegança: Pode ser bem interessante no começo do ano, do semestre, do bimestre, da semana. Uma música, uma brincadeira conquista o aluno pela afetividade, pela alegria. Isso muda o clima das aulas, da ideia que se tem de espaço de ensino e melhora a relação professor-aluno. Pode cantar? Se acha que não tem muito jeito pode levar um gravador para a sala de aula e colocar a música. Também é válido. Pode ser uma surpresinha com papeis grudados embaixo da carteira (isso no primeiro dia quando as carteiras ainda não estão marcadas). Isso lembra aquela musiquinha “de antigamente”: “Bom dia coleguinha como vai?”. Ainda hoje alunos universitários lembram-se dela. Há outras canções que podem ampliar esse repertório. Só nos resta buscar.

Novelo temático. Trata-se de uma atividade para conhecer o perfil do grupo com três itens principais: nome – escola – música preferida. O grupo fica em círculo, de pé e um novelo (barbante) começa a ser jogado. Quem pega o barbante fala o seu nome, segura um ponto do barbante e joga o novelo para outra pessoa, que pega e faz o mesmo. Aos poucos começa-se a formar uma grande teia.

Como atividade pedagógica: Vale mesmo como brincadeira para conhecer um grupo e pode ser usado para momentos bem pontuais, escolhendo-se o tema, por exemplo: filme preferido, comida preferida, cor... E na desmontagem do novelo pode-se vir com a ideia oposta: filme que não gostou, comida que não gosta, cor que não gosta. Através dessa brincadeira dá para traçar várias análises do perfil do grupo e dos indivíduos.

A história nossa de cada dia. Atividade prática de contação de história.

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Livro de abertura. Título para o livro que abrirá a atividade. Livro escolhido: A contadora de filmes. Trata-se de uma história linda que acompanha a vida de uma menina, da infância até a idade adulta. É também uma história triste e com momentos de entusiasmo e esperança. Para contar essa história (assim como outras) é preciso estudar bem o texto para captar isso. É a própria menina que narra toda a história e ela sofre, e tem momentos de felicidade ao reviver sua trajetória. É preciso captar os momentos dessa memória. É preciso conhecer bem o livro e traçar o perfil de quem está contanto a história (no caso dessa que tem uma narradora).

Tapete mágico. Atividade de contação de história com todos em círculo sentados. Pode ser preparada antecipadamente colocando-se um tapete ou tecido no chão com vários livros, almofadas, brinquedos, instrumentos musicais... Os brinquedos podem ajudar a contar a história e os instrumentos, podem servir para fazer a sonoplastia.

NA SALA DE AULA: Pode ser montado esse espaço na própria sala de aula ou em um canto da biblioteca ou outra sala. Os livros podem ser do acervo da escola; os brinquedos, as crianças podem trazer de casa assim como os objetos para produzir som.

o O livro que me conquistou. Momento para que os participantes falem um pouco sobre um livro de sua preferência. Pode-se orientar para questões básicas como: autor, título do livro, ilustrador, personagens, em que momento leu, quantas vezes leu, etc... Mas a atividade de narrativa livre também é muito rica, porque as percepções sobre leitura são diferentes para cada um.

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o Uma história sem pé nem cabeça. Momento para uma criação coletiva. Semelhante à teia, aqui as pessoas continuam em círculo, sentadas e são orientadas a começar a desenvolver uma história que pode ser com a leitura de uma frase do seu livro preferido. A ideia é divertir-se com o processo de construção mesmo que ele não faça sentido como narrativa. O sentido maior está no jogo.

NA SALA DE AULA: Serve para brincar com os livros e assim tirar a ideia de que eles precisam ler lidos do começo ao fim, porque a leitura também pode ser feita aos pedacinhos. Isso também oportuniza conhecer vários livros. E quem nos garante que a criança não vai pegar o livro e ler depois, assim como os outros que participaram da história maluca? E mais que isso, quem nos garante que a criança não vai começar a inventar suas próprias histórias malucas? Vale o experimento. Já experimentei essa atividade com alunos do 5º ano e funcionou bem! Fizemos na biblioteca da escola e o objetivo era exercitar a leitura e a pontuação. Também já experimentei com crianças do ECAE nas rodas de leitura onde cada um pegava seu livro preferido e lia um trecho. A diversão é garantida.

E

u conto, tu contas, ele(a) conta... Atividade para leitura em grupo com orientação quanto à entonação vocal, expressão corporal, efeitos sonoros, elementos cênicos. Cada participante escolhe um livro e começa a leitura em diferentes momentos: 1º) estudo do texto; 2º leitura com entonação vocal; 3º leitura utilizando expressão corporal; 4º estudo e pesquisa de efeitos sonoros e elementos cênicos.

Canção Tear. Escolhida a música da Denise Mendonça, Folias Cirandeiras.

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Quero ver você entrar agora nessa rodaNessa ciranda que não vai parar de rodarQuero ver o teu sorrisoSolto feito estrela guiaA me iluminar

Deixa teu coração brincarDeixa teu corpo balançarDeixa a alegria te contagiar, girarNesta folia, nesta cirandaQuero estar pra sempre com você

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2. Histórias do folclore brasileiro ou da literatura, musicadas e animadas

stórias do folclore brasileiro. O folclore brasileiro é riquíssimo em estórias que são transmitidas oralmente através das gerações. Hoje muitas delas encontram-se

compiladas em algumas publicações. Cada uma traz variações, algo comum da oralidade incorporada aos textos escritos. Alguns desses textos são os mitos de origem: como nasceu o Amazonas, a vitória-régia, o guaraná, a mandioca, a noite... isso só pra falar das nossas lendas regionais. Abaixo, para inspirar novas pesquisas, segue duas dessas belas estórias.

E

Como nasceu o AmazonasDizem que a lua queria se casar com o sol, mas se isso acontecesse o mundo seria destruído porque o sol queimaria tudo e as lágrimas da lua inundariam a terra. Como não puderam se casar, cada um foi para o seu lado.Ainda assim, a lua chorou um dia inteiro, e suas lágrimas correram pelas terras buscando o mar. Só que este não aceitou as lágrimas da lua e elas tiveram de voltar, mas não deram conta de subir as altas montanhas de onde tinham descido. Tiveram, mais uma vez, de descer, formando, no trajeto, o rio Amazonas.

Como nasceu a vitória-régiaConsiderada uma das maiores flores aquáticas do mundo, inspiradora de contos, versos e canções, a vitória-régia não existia no começo dos tempos. Dizem que existia uma índia muito bonita chamada Naiá. Apaixonada pela lua, que era um belo e jovem guerreiro, ela recusava a todos os que queriam namorá-la. Em vez disso, todas as noites corria pelas matas, procurando ver a lua no céu e seguindo seu amado guerreiro. Um dia, à beira de uma grande lagoa, acreditou que a luz tinha descido e mergulhou nas águas à procura dela. Morreu afogada, mas a lua, com pena de sua sorte e não querendo transformá-la numa estrela, como tantas outras índias, fez dela uma bela flor, que bóia sobre as águas e que, todas as noites, abre suas pétalas para acolher os raios de luar... a vitória-régia.

Fonte: O Grande Livro do Folclore, Carlos Felipe.

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istórias musicadas. O folclore brasileiro tem muitas dessas histórias. Geralmente apresentam um narrador que conta a história e os personagens que tem suas

falas cantadas. São ótimas opções para cantos dramatizados, onde se pode juntar contação de história, música, teatro e dança.

Histórias animadas. Na internet, no canal youtube, por exemplo, é possível encontrar muito material de contação de história que pode ir para a sala de aula

através da tv, ou num telão, numa sessão de cinema com pipoca. Alguns vídeos apresentam os livros lidos e com imagens; outros trazem a própria contadora de história em ação.

HNA SALA DE AULA: São recursos materiais que podem ser usados de forma direta ou como ideia de produções que podem ser feitos pelo professor/contador de história. Hoje as máquinas fotográficas e celulares já vem com esses recursos de vídeo, daí é só explorar a criatividade. Com alunos maiores isso pode virar projeto coletivo. Uma música conta uma história. A história sugere imagens. A leitura de um livro pode virar vídeo. Tudo é possível!

Chegança. De responsabilidade de alguém do grupo, escolhido no dia anterior.

Novelo musical. Semelhante à atividade do Novelo temático, o tema deste é a música preferida de cada um. À medida que o novelo for passando os participantes vão cantando um trecho de uma de suas músicas preferidas e quem souber canta junto. Passou o novelo, o próximo começa a sua música e assim vai até todos estarem na teia.

A história nossa de cada dia. Roda de história com a participação de dois ou três participantes que vão contar uma história de contação de história. Algum momento engraçado ou emocionante que viveu como contador de história ou ouvinte de uma história. (História de vida)

o Livro de abertura. Escolhido a história O flautista de Hamelim texto de Robert Browning.

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O flautista (Paródia da canção folclórica O Pastorzinho, Evany Nascimento)

Havia um flautista que andava a passearSaiu de sua casa pôs-se a tocar

Dó ré mi fá, fá, fáDó ré dó ré, ré réDó sol fá mi, mi, miDó ré mi fá, fá fá

Chegando à cidade o rei então pediuPegue esses ratos e jogue-os no rio

O flautista levou todos os ratos para o rioLivrou toda a cidade e o povo então sorriu

Mas sua recompensa o rei não quis pagarZombou do bom flautista e nem quis lhe ajudar

Saindo da cidade o flautista tocouUma canção tão linda que as crianças encantou

alavra cantada. Este é o nome de um grupo formado por músicos e pesquisadores que produzem material infantil: Sandra Peres e Luiz Tatit. São músicas que

carregam uma história contada com os sons e com as palavras. Há vários vídeos do grupo no youtube.

Po Histórias musicadas. Escolhida para esta

atividade a história: Estória da coca.

o Histórias animadas. Escolhidas duas histórias para ilustrar: Bom dia todas as cores, de Ruth Rocha e A menina que odiava livros. Estes vídeos estão disponíveis no youtube.

Eu conto, tu cantas, ele(a) dança... Exercício prático de uma história cantada com elementos de dança e teatro. Pesquisa em grupo em sala. Ao final, apresentar as experiências.

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Canção Tear. Momento de encerramento do segundo dia de atividade. A canção escolhida foi Oh minha amada, de Denise Mendonça. Esta canção faz uma referência aos contos de fada e pode ser um canto dramatizado, com divisão de grupos e coreografia. Consiste em dois grupos, um responde ao outro.

Oh, minha amadaIdolatradaOuça minha vozQue o vento trazPra te dizerDo amor que explodeDentro do peitoQue por ti implora

Abre a janelaBela donzelaPra que meus olhosTenham a luz do sol

E pra que possa sossegarMeu desatinado coraçãoPois não há maior amor no mundoDo que eu tenho pra te dar

Oh, minha amadaIdolatradaÉs para mim uma florOh bela, meu amor

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Bibliografia comentada

1. A CONTADORA DE FILMES. Hernán Rivera Letelier. Título original: La contadora de películas. Tradução: Eric Nepomuceno. São Paulo: Cosac Naify, 2012. A história de uma menina de uma família pobre que vive em uma vila de mina. A família junta moedas e ela vai ao cinema, quando chega conta aos outros o que assistiu. Todo o povoado começa a frequentar a casa para assisti-la contar filmes. O texto é belíssimo! E a gente, acostumado a contos de fada e finais do tipo "e foram felizes para sempre", vai lendo e esperando que tudo termine bem. Mas o autor fala de sonho e de realidade. Contar filmes é o sonho que a mantém naquele lugar. No final... melhor ler pra descobrir.

2. ABRINDO CAMINHO – Texto: Ana Maria Machado / Ilustração: Elizabeth Teixeira. São Paulo: Ática, 2008. Livro que parece ter surgido a partir do poema de Carlos Drummond de Andrade “Tinha uma pedra no meio do caminho” e da música “É pau, é pedra, é o fim do caminho”. Fala de nomes como Dante, Carlos, Tom, Cris, Marco, Alberto. Divertido é descobrir quem são cada um desses personagens.

3. A MENINA QUE BRINCAVA COM AS PALAVRAS. Texto: Fabiano dos Santos Piuba. Ilustrações: Daniel Diaz. São Paulo: Cortez, 2009. É a história de uma menina que vai descobrindo as palavras e formas de brincar com elas e assim vai entendendo e construindo seu mundo.

4. GIRAFA NÃO SERVE PRA NADA – Texto: José Carlos Aragão / Ilustrações: Graça Lima. É um livro que fala das descobertas de um menino e suas aventuras com as palavras buscando sempre uma função para todas as coisas. É bom também para refletirmos o que falamos para as crianças quando respondemos às suas perguntas.

5. O GRANDE LIVRO DO FOLCLORE. Carlos Felipe. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2004. É uma pesquisa sobre vários aspectos do folclore brasileiro incluindo as histórias, culinária, religiosidade, danças e medicina popular. Está dividido nas cinco regiões geográficas: norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste. Bom como apanhado geral do folclore.

6. O LIVRO DOS SONS – Texto: Liana Leão / Ilustrações: G.Zamoner. São Paulo: Cortez, 2005. Fala sobre o som do corpo, dos animais e de vários objetos. Bom para trabalhar educação musical e leitura sonora da história. Rende brincadeiras musicais. Texto em forma de poesia.

7. O GAMBÁ QUE NÃO SABIA SORRIR – Texto: Rubem Alves / Ilustrações: André. São Paulo: Edições Loyola, 2001. A História que trata das diferenças e de como a ciência às vezes não compreende essas diferenças. Bom para educadores.

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Discografia

1. Ciranda Brasileira – Denise Mendonça2. Rua dos Cataventos – Denise Mendonça3. Mil Pássaros, Sete Histórias de Ruth Rocha – Palavra Cantada4. Criancices – Pe. Zezinho5. Os Saltimbancos – Chico Buarque6. Brincadeiras de Roda, Estórias e Canções de Ninar – Narração: Elba Ramalho /

Canto: Solange Maria / Antonio Nóbrega

Links para vídeos no youtube

http://www.youtube.com/watch?v=ZhGHEZUzQX0Bom dia todas as cores. Com a narração de Ruth Rocha, o vídeo traz as imagens do livro, como se fosse se abrindo à medida que a história é contada.

http://www.youtube.com/watch?v=DrKqaHUVcRQ&feature=relatedO macaco e a velha. Animação de um áudio da história do tempo dos disquinhos.

http://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q&feature=relatedA menina que odiava livros. “Animação conta a história de Nina, uma menina que não gostava de ler, mas que, ao se deparar com o rico universo da leitura, descobre uma nova realidade.”

http://www.youtube.com/watch?v=cqYNRMr9EOQ&feature=relatedO Livro que só queria ser lido», uma adaptação do conto homónimo de José Jorge Letria, p'los Valdevinos - Teatro de Marionetas.Sinopse:Era uma vez um livro que teve o seu tempo, que esteve na moda, que passou de mão em mão, que teve leitores apaixonados e depois acabou na prateleira do esquecimento e da solidão; alimenta apenas um sonho: o de voltar a ser lido, que é uma forma de ser amado.Na sua solidão, teve por companhia cúmplice uma velha máquina de escrever, também ela condenada ao esquecimento. Juntos, foram encontrando formas de ultrapassar a tristeza de se sentirem esquecidos.O Livro que só Queria Ser Lido, é um elogio do livro e da leitura e transmite uma verdade essencial: os livros partilharão sempre connosco, pela vida fora, a magia da aventura e do saber.

http://www.youtube.com/watch?v=ZUA1XSC3ZdU&feature=related

De onde vem o livro? Vídeo que fala da história do livro, de como são ilustrados e produzidos.

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Glossário

ECAE – Espaço Cidadão de Arte e Educação, projeto de incentivo e promoção da leitura com atividades de arte-educação. Faz parte do CSELA – Centro Social e Educacional do Lago do Aleixo, um centro comunitário que coordena vários projetos sociais no bairro Antônio Aleixo. Trabalhei como coordenadora de atividades do ECAE de 2003 a 2008, onde experimentei várias técnicas e atividades de arte-educação e de mediação de leitura. O ECAE realiza exposições e espetáculos musicais a partir de um projeto temático que se desenha no começo do ano. O centro de tudo é a Biblioteca Santa Bakita, uma biblioteca comunitária.

INSTITUTO C&A – Organização das Lojas C&A criada em 1991 que promove formação de funcionários para atividades em organizações não governamentais. Apoia financeiramente projetos e instituições de arte e incentivo à leitura.

TEAR – É uma escola de formação que desde 1980 atua nos campos da Educação, Arte e Cultura, a partir de 2002 como ONG e 2005 como Ponto de Cultura. Promove e realiza no Rio de Janeiro e, em outros estados: cursos de formação nas várias linguagens da arte (teatro, dança, música, artes visuais e literatura); espetáculos artísticos e eventos culturais; cursos de arte-educação; consultorias e projetos sociais. Seu diferencial é criar um espaço educativo estético e ético que favoreça os processos de desenvolvimento humano.http://www.institutotear.org.br/

COMEÇOS DE HISTÓRIAS: Era uma vez...Certa vez...Há muito tempo...Numa terra bem distante...Dizem que um dia...No começo do mundo...Era pleno inverno...Num certo país...Há mil anos atrás...Num época em que os animais ainda falavam...Há muitos e muitos anos...Perto de uma vasta floresta...Há muitos séculos...

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FINAIS DE HISTÓRIAS:E foram felizes para sempre...E viveram felizes até morrer.Quem não acreditar nesta história terá de pagar uma prenda.

Entrou por uma porta, Saiu pela outra. O rei meu senhor, Que me conte outra!

Entrou pela perna do patoSaiu pela perna do pintoQuem ouviu essa históriaQue me conte cinco!

E entrou por uma portaE saiu pela fechaduraQuem ouviu a minha históriaQue me dê uma “raspadura”.

Evany Nascimento

é arte-educadora e devoradora de livros. Cursou Educação Artística na UFAM. Trabalhou como mediadora de leitura e coordenadora do Projeto ECAE – Espaço Cidadão de Arte e Educação, de 2003 a 2009. Consultora do Instituto C&A (Programa Prazer em Ler) no período de 2003 a 2006. Realiza oficinas de musicalização, contação de história, mediação de leitura e educação patrimonial. Atua nas áreas de arte-educação, design e patrimônio. Atualmente cursa doutorado em Design na PUC-Rio.

Contatos:E-mail: [email protected]: Evany NascimentoBlog: paneiro.blogspot.com.br