contaÇÃo de histÓrias-slides

26
CONTADOR DE HISTÓRIAS Ms. Maralice Silva Borges Samita Rodrigues de Sousa Oliveira

Upload: maralice-silva-borges

Post on 09-Aug-2015

607 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 2: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

O contador de histórias é uma figura ancestral,

presente no imaginário de inúmeras gerações ao

longo da História. Em um universo desprovido de

recursos midiáticos, este ser era imprescindível para

a formação dos futuros adultos, conferindo às

crianças, através das narrativas de histórias,

‘causos’, mitos, lendas, entre outras, uma imagem

menos apavorante de uma realidade então povoada

pelo desconhecido.

Page 4: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Normalmente o contador está muito presente na Era Medieval, nos

castelos tantas vezes sombrios, nas moradas mais remotas, nos

povoados disseminados pelas áreas rurais, com o objetivo de

compartilhar suas vivências e gerar em torno do grupo magnetizado

por suas histórias uma proteção gerada pelo próprio encanto do

momento e pela força do coletivo. As narrativas eram tecidas pela

voz mágica do contador, ao redor de fogueiras ou lareiras que

contribuíam para criar uma atmosfera de intensa magia.

Page 5: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Mas o narrador oral é ainda mais antigo, remontando

historicamente à Antiguidade greco-romana, na figura dos

bardos, responsáveis pela transmissão de histórias, lendas

e poemas orais na forma de canções. Quanto mais

desconhecido era o mundo em que se vivia, maior

necessidade se tinha de povoar este universo com imagens

que pudessem, ao mesmo tempo, educar e fortalecer a

coragem, predispondo as pessoas a enfrentarem os

monstros, dragões e demônios que habitavam suas mentes.

Page 6: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

O contador de histórias não era um mero

reprodutor de narrativas, ele também gerava seus

relatos, simplesmente mantendo-se atento à reação

psicológica dos ouvintes. Conforme a disponibilidade

ambiental, ele improvisava e ampliava seus contos,

tendo como principal instrumento a palavra, que

detém o poder de transformar o comportamento

humano.

Page 7: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Como é possível perceber na mensagem

transmitida pelas 1001 Noites, onde as histórias se

entretecem para manter Scherazade viva e livre, e

ao mesmo tempo para curar o vizir, purificando seu

coração do incessante desejo de vingança contra as

mulheres. Aliás, no Oriente esta tradição de curar a

psique através da narrativa de estórias é

amplamente preservada pelos psicoterapeutas.

Page 9: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Hoje, pode-se afirmar que esta ocupação começa a deixar

as mãos de amadores para seguir na direção da

profissionalização, pois atualmente há uma demanda

crescente por este profissional, principalmente nas escolas.

Algumas destas instituições chegam a reservar um espaço

no currículo escolar para este evento. Às vezes até mesmo

professores e bibliotecários são preparados para exercerem

esta tarefa no âmbito escolar.

Page 10: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Atualmente os contadores de histórias procuram encantar

com palavras e levar a mágica dos contos para a imaginação

das crianças. O diferencial da arte de contar histórias é que

o contador deve ser o dono das palavras, pois ele tem a

história e com sua palavra e seu poder de narrativa, é que

ele vai convencer e encantar o seu público.

“ A arte de contar histórias”. Ana Luisa Lacombe e Ilan

Brenman.

Page 12: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Fanny Abramovich na obra “Literatura infantil: gostosuras e bobices”, relata

sobre:

A importância das histórias.

O primeiro contato da criança com o texto é feito oralmente, através da voz da

mãe, ou de algum familiar, num momento de aconchego.

Ler histórias para crianças é poder se divertir com ela e ser cumplice do autor.

É também suscitar o imaginário, com possibilidade de descobrir um mundo

diferente e assim esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um

caminho para a solução delas.

É ouvindo que se pode sentir emoções importantes e assim enxergar com os

olhos do imaginário.

Page 13: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Como contar histórias;

Se capta o ritmo, a cadência do conto, fluido como uma canção, ou se brinca

com a melodia dos versos, como o acerto das rimas, como o jogo das palavras.

Contar historias é uma arte. Ela que equilibra o que é ouvido com o que é

sentido. É o uso simples e harmônico da voz.

Quando se vai ler uma história é importante estar familiarizado com a

história, com as palavras, os personagens e saiba criar um clima de

envolvimento, de encantamento. Dando pausas e intervalos, respeitando o

imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizar seus monstros

adentrar nesse mundo imaginário.

Page 14: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

É bom evitar as descrições com muitos detalhes. Além de saber

usar as várias modalidades e possibilidades da voz.

Começar a contação com a palavra mágica. E mostrar a criança

que o que ouviu está impresso num livro.

Ouvir histórias pode estimular o pensar, o imaginar, o brincar, o

escrever. Alga Mariña Elizagaray lembra que “ Não devíamos

esquecer nunca que o destino da narração de contos é o de ensinar

a criança a escutar, a pensar e a ver com os olhos da imaginação...”

Page 15: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Betty Coelho na obra “Contar histórias: uma arte sem idade”,

discorre sobre:

1- Escolha da história;

Naturalmente é necessário fazer uma seleção:

- Que história contar (faixa etária, gosto, interesse);

- Indicadores que indicam a escolha (conhecimento dos interesses).

- Faixa etária (fase pré-mágica= situações que se aproximem da

criança; mágica= imaginação criadora; na idade escolar=enredo

elaborado e ouvinte peculiar= chave mágica).

Page 16: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

2- Estudo da história;

Após a escolha, passamos a estudá-la, ou seja, divertir-se,

captar a mensagem implícita e identificar o elementos essenciais.

- Estrutura (introdução, enredo, clímax e desfecho).

- Explorando a história, levando em consideração que estudar a

história, é perscrutar lhe todas as nuances e possibilidades de

exploração oral.

- Música complementa a narrativa.

Page 17: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

3- Formas de apresentação das histórias;

Os recursos mais utilizados são:

- Simples narrativa (tradicional e não requer acessórios a não ser a voz do

narrador);

- Com o livro (há histórias que requerem a apresentação do livro, pois a

ilustração os complementa).

- Com gravuras (ilustrações, gravuras, dentre outros).

- Com desenhos (descoberta gráfica).

- Com interferências do narrador e dos ouvintes(mantendo o equilíbrio sobre o

controle do narrador).

Page 18: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

4- A narração da história:

- Conversa antes da história (as crianças falam para que depois se

predisponham a escutar).

As emoções se transmitem pela voz (intensidade, clareza e conhecimento).

- Cuidados que contribuem para o êxito da narração= para quem, onde será

contada e horário.

- Duração da narrativa: 5/10, ou 15/20.

- Como lidar com as interrupções (Contador e crianças).

- Conversa depois da história (não significa propor interpretativas/mensagem,

mas sim comentários interessantes, que denuncie conflitos existenciais.

Page 22: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

Contar histórias é uma arte. Muitas pessoas têm um dom

especial para esta tarefa. Mas isso não significa que pessoas

sem esse dom excepcional não possam tornar-se bons

contadores de histórias. Com algum treinamento e alguns

recursos práticos qualquer pessoa é capaz de transmitir com

segurança e entusiasmo o conteúdo de uma história para

pequenos.

Utilizar os materiais/livros para contar histórias-

participantes.

Page 23: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e

interpretar sua experiência da vida real. Atualmente, com a crescente

competitividade e necessária inserção no mercado de trabalho, as

famílias não tem tido tempo suficiente para se dedicarem aos filhos.

Por isso, a maioria das crianças não tem oportunidade de ouvir

histórias no seio familiar. Cabe à escola e principalmente a fase da

Educação Infantil, assegurar que lhes não falte essa experiência tão

enriquecedora e tão importante para a aprendizagem da leitura.

Page 24: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides
Page 26: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS-slides

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1995.

AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez… na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.

ALMEIDA, Fernanda Lopes de. Contos de Perrault. São Paulo: Ática, 2012.

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Tradução de Arlene Caetano. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol. 3. Brasília: 1998.

_______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CARPANEDA, Isabella. Quer brincar de pique-esconde?. São Paulo: FTD, 2007.

COELHO, Betty. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2002.

COSTA, Marta Moraes de. Metodologia do ensino da literatura infantil. Curitiba: Ibpex, 2007.

LACOMBE, Ana Luisa & BRENMAN, Ilan. A arte de contar histórias. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=QsCnVE3wjqw Acesso em

12-09-2012.

LAGO, Angela. O bicho floral. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.

MACHADO, Ana Maria. Fiz voar meu chapéu. São Paulo: Saraiva, 2011.

ANCHIETA, Carem. A arte de contar histórias com avental.. disponível em www.youtube.com/watch?v=8pRS3JU2jOI. Acesso em 10-09-2012.

LAJOLO, Marisa, Zilberman, Regina. Literatura infantil brasileira: histórias e histórias. 6. ed. São Paulo: Ática, 1999.

PARREIRAS, Ninfa. O brinquedo na literatura infantil: uma leitura psicanalítica. São Paulo: Biruta, 2008.

SILVESTRE, Shel. Uma girafa e tanto. Tradução de Ivo Barroso. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Tradução de Jefferson Luís Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WOOD, Audrey. A casa sonolenta. Trad. Gisele Maria Padovan. São Paulo: Ática, 2012.