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André Pellizzari Fotografia DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | JULHO 2018 | EDIÇÃO 204 | ANO 17 DEVOÇÃO SANTA MARIA GORETTI Kátia Bortolini

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MARIA GORETTI JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 20182

Reportagem: Kátia BortoliniFotos: André Pellizzari e Kátia Bortolini

UMA HISTÓRIA CONSTRUÍDA PELA FÉ

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Mensal | Circulação: Primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves, Garibaldi, Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos

Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 | Redação: Júlia Beatriz Oliveira de Freitas | Social Media: Natália Zucchi | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. | Diagramação:

Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ancila Dall´Onder Zat, Bruno Nascimento, Melissa Maxwell Bock, Rogério Gava, Thompsson Didoné.

Igreja Santa Maria Goretti, construída em mutirão há 55 anos, personifica a união em torno da devoção

bairro Maria Goretti, um dos mais an-tigos de Bento Gonçalves, no próxi-mo dia 8 de julho promove a 65ª edi-ção consecutiva da Festa em Honra a Santa Maria Goretti, padroeira da co-munidade. Inspirados no lema “Uma

História Construída pela Fé”, a equipe de liturgia, casais festeiros e demais lideranças resgataram do-cumentos, cartazes das primeiras festas e da inau-guração da igreja, construída em ação comunitária, há 55 anos.

A primeira edição da festa ocorreu em 2 de agosto de 1953, com procissão solene saindo da Igreja Matriz Santo Antônio até o local onde seria, mais tarde, concretizado o sonho da construção da capela, numa área de 1.800 metros quadrados, do-ada pela Congregação das Irmãs Carlistas. A missa campal e a bênção da pedra fundamental da igreja Santa Maria Goretti marcaram o início da história que envolveu as famílias do bairro. A padroeira foi escolhida por sugestão do padre Luiz Mascarello, em homenagem à Santa Maria Goretti, cuja canoni-zação aconteceu no dia 24 de junho de 1950.

No dia 14 de julho de 1963 foi inaugurada a igreja, de 286 metros quadrados de área constru-ída, em estilo gótico, e capacidade para 120 fiéis,

coroando o trabalho voluntário de inúmeras pes-soas, entre elas Emílio Primo Pozza, Maximiliano Ducatti e Bruno Zago, os primeiros fabriqueiros. O templo foi edificado e mobiliado pelos moradores da comunidade, através de várias ações como a promoção das festas que aconteciam, inicialmente ao ar livre, de rifas e mutirões para a obra. As moças e senhoras da comunidade faziam bolos e pudins, entre outros quitutes, para leilões e comercializa-ção nos eventos. O lucro era revertido em fundos para a obra da igreja. Posteriormente, a tradição continuou com as famílias do bairro, preparando e doando pudins para a festa. Além da festa e das rifas para a arrecadação de dinheiro, as famílias contribuíam mensalmente para as compras de ma-teriais de construção.

Mesmo após a finalização da obra, os morado-res continuaram trabalhando a fim de ampliar o espaço. No início da década de 1970, contribuíram financeiramente para a aquisição de mais uma área com 3.132 metros quadrados, ampliando o terreno para 4.932 metros quadrados, visando a instalação do salão comunitário, construído inicialmente em madeira. No início da década de 80 começou a ser construído um novo salão, de alvenaria, concluído em 1989.

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Muitas pessoas colocaram seus dons a serviço da comunidade. Vera Spe-rotto Frizzo, uma das muitas lideranças, chegou jovem ao bairro. “Lembro de meus pais e de outros casais trabalhando muito. Muitas vezes, após reuniões ou celebrações, permaneciam em frente à Igreja ou ao salão, trocando ideias e pro-jetando ações. Além da amizade, o espírito de comunidade os movia e envolvia. Seu exemplo e dedicação são lembrados, ainda hoje, pelos que os conheceram. A devoção à Santa Maria Goretti nos foi transmitida por eles”.

A comunidade-Igreja faz parte da Paróquia Santo Antônio e realiza suas ati-vidades em comunhão com a matriz e demais comunidades. Atualmente, conta com mais de 700 famílias e cerca de 100 lideranças envolvidas nos mais diversos serviços e pastorais. “A Igreja continua sendo sinal de fé, da união da comuni-dade, de integração das famílias. Hoje, existem muitos outros interesses que atraem as pessoas, mas ainda assim, muitos não esquecem suas raízes e buscam na Igreja o verdadeiro alimento que os fortalece na fé: Jesus Cristo. Porém, há necessidade de um convite constante à participação, especialmente aos que se afastaram”, ressalta Vera.

Ações e rifas que marcaram a épocaCartazes de divulgação das primeiras festas,

guardados com cuidado pela comunidade, apre-sentam a programação religiosa e social dos even-tos e registram o nome de muitas pessoas e famílias evolvidas. Uma delas foi a família da artista plástica Geni Ferrari Brandalise, formada pelos pais Angelina e Pompílio Ferrari, pela irmã Marines e pelo irmão Roque. Geni, em parceria com um grupo de amigas, entre elas Edite Bertani, promoveram duas rifas que marcaram época. A primeira foi de uma bicicleta e a segunda de uma colcha de retalhos. A artista relata que a amiga Edite, natural de Porto Alegre, mulher dinâmica e à frente de seu tempo, sugeriu e coorde-nou a arrecadação de ossos, vidros e embalagens de creme dental. “Ela mesma levava o material para ser vendido na capital. Quando o dinheiro arrecadado foi suficiente, comprou uma bicicleta na Importado-ra Americana para a primeira rifa na comunidade”. Já a colcha de retalhos foi confeccionada pelo gru-po de mulheres na casa de Alice Dall´Oglio. “Cada mulher que unia um retalho à colcha bordava seu nome no centro do quadrado”, ressalta Geni.

O pai de Geni, que era caminhoneiro, cola-borava transportando materiais de construção adquiridos em Porto Alegre e a lenha para o churrasco das festas. Atuava ainda como assa-dor. Pompílio também foi o encarregado pelo transporte do sino para a igreja, fabricado em Sapucaia do Sul. “Um dos fabriqueiros entregou--lhe o dinheiro para o pagamento da peça. Mas o valor não foi suficiente e ele completou com o seu dinheiro. Ao retornar e relatar o ocorrido, o fabriqueiro falou que a diferença ficaria como doação para a santa. E assim foi”, conta Geni. O primeiro casamento ocorrido na igreja foi o de Geni, por sugestão do noivo. O banco dos noi-vos foi doado pelo casal. Na nave, havia apenas seis bancos, ocupados pelos convidados mais próximos. Os demais acompanharam de pé a cerimônia.

“Doações para a Santa”

“Caráter devocionaldas famílias do bairro”

Reprodução

Primeira FestaSegunda Festa Terceira Festa

Ata de fundação

Tijolos para a obra servindo de cenário para as moças do bairro

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018MARIA GORETTI4

“Todos seconheciam”

Antigamente as igrejas geralmente eram cons-truídas nos lugares mais elevados das localidades. As casas eram construídas distante umas das outras. O toque do sino era um meio de comunicação. O sino, situado no alto, era facilmente ouvido e anunciava as festas, missas e as mortes.

“Em 1953 participamos da bênção da pedra fundamental da igreja e do churras-co, preparado e servido ao ar livre, entre as árvores”, conta Amabile Orlandi Refatti, na-tural de Garibaldi, que há um ano namorava Olívio Refatti, morador do bairro. O namoro logo evoluiu para o casamento, com a mu-dança de endereço de Amabile para o Ma-ria Goretti, onde reside até hoje. Ela afirma que, tanto o falecido marido quantos outros tantos moradores do bairro, se uniram em torno da construção do templo. “A organiza-ção das festas em honra a santa, que por um bom tempo continuaram acontecendo en-tre as árvores, com churrasco, leilões e rifas, mobilizava as famílias. Todos se conheciam”, lembra a moradora.

Amabile Orlandi Refatti

Toque do sino para aviso de morteno bairro: tradição que perdura

A Igreja Santa Maria Goretti é uma das poucas de Bento Gonçalves que mantém viva essa tradição. Quando falece algum morador do bairro, o toque característico alerta os moradores. O sino também é tocado quinze minutos antes das missas celebra-das na igreja. O sino foi tocado por 40 anos por Luis Zattera, um dos primeiros moradores do bairro. Ele também ajudou na construção da igreja, carregando e descarregando pedras para a obra, levadas de car-roça pelo também morador Ernesto Possamai.

Há 15 anos, o sino é tocado pelo empresário Azir Zanetti, coordenador da comunidade Santa Maria Goretti. “Quando morre um homem, são doze badaladas. Quando é uma mulher, são nove e quan-do é criança, são seis. Os toques com os badalos são feitos em intervalos de cinco segundos”, explica Za-netti, que sobe três lances de escadas para prestar o serviço.

Azir Zanetti

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 MARIA GORETTI 5

“Nesse ano dedicado ao laicato, queremos resgatar a história da nossa comu-nidade, trazendo presente o imenso número de leigos e leigas que fizeram parte da vida da Comunidade Igreja Santa Maria Goretti. Queremos resgatar a história, desde o início, das primeiras famílias, do sonho de construir a capela, da benção da pedra fundamental, as festas, até os nossos dias quando estamos renovando o espaço litúrgico da igreja. Queremos louvar a Deus pelas pessoas que, reunidas pela fé, colocaram-se a serviço, na gratuidade; por tantos braços que unindo for-ças realizaram as obras necessárias; pelos padres e irmãs que participaram dessa caminhada, evangelizando, orientando e animando o povo; por tantas mãos que se abriram acolhendo o convite de Jesus de ser “SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO”, lema que orienta o Ano do Laicato. Queremos elevar nossa ação de graças ao Se-nhor pela nossa padroeira, Menina Santa Maria Goretti, sinal do Seu amor e da Sua misericórdia. Ela nos inspira, com seu testemunho de fé e amor inabalável a darmos continuidade à história e fazermos dessa festa um grande chamado a mais cristãos católicos batizados para que assumam o compromisso pessoal e comunitário de ser sal e luz para o mundo”.

Casais festeiros

Festa 2018: uma história construída pela fé

Festeiros 2018: Ivani Rossi e Waldomiro Rossi, Alice de Costa Bertocco e Joaquim Bertocco, Rejane Zanetti e Paulinho Felippe, Marlene Prado da Silva e Jorge Dornelles da Silva

No dia 08, acontece às 10h30 a Missa na Igreja Santa Maria Goretti, e às 12h, almoço no Salão da Comunidade.

Divulgação

GRATIDÃOA Comunidade Santa Maria Goretti agradece à Equipe Paroquial, nas

pessoas dos padres Ricardo Fontana, pároco da Paróquia Santo Antônio, do Padre João Corbelini que a acompanha através do Conselho Comunitário, e a todos os padres e irmãs que participaram da vida da comunidade, orien-tando, animando e celebrando a vida do povo. Agradece também as lide-ranças que nos mais diversos serviços, ontem e hoje, ajudaram a construir e a manter viva essa história de fé e a devoção a Santa Maria Goretti. Eleva seu Louvor ao Senhor e suplica que derrame Seu Santo Espírito, fazendo crescer a Igreja presente nessa comunidade.

No próximo dia 21 de julho, às 17 horas, acontecerá a bênção do novo espaço litúrgico - presbitério e batistério da Igreja Santa Maria Goretti, em missa presidida pelo pároco da Igreja Matriz Santo Antônio, Ricardo Fon-tana. O espaço foi revitalizado segundo normas litúrgicas, com projeto e orientação dos arquitetos Denise Travi e Dangle Marini, membros da Co-missão Diocesana de Arquitetura e Arte Sacra.

Bênção do novo espaço litúrgico da Igreja

DIAFESTIVO

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018CONTRIBUIÇÃO SINDICAL6

A nova lei trabalhista 13.467/2017, sancionada pelo presidente Michel Temer no dia 13 de julho de 2017, tornou a contribuição sindical facul-tativa. Até então, o pagamento era obrigatório e equivalia ao valor de um dia de trabalho, retirado anual-mente na remuneração do emprega-do para manutenção do sindicato de sua categoria. Com a mudança, os tra-balhadores têm de autorizar, através de documento assinado, a retenção do valor. A medida tem afetado o fun-cionamento da classe sindical, que reivindica o fim da alteração.

A mudança foi pauta do Supre-mo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias 28 e 29 de junho em resposta às 19 Ações Diretas de Inconstituciona-lidade (ADIs) protocoladas, questio-nando o fim da arrecadação do valor, principal fonte de renda dos sindica-tos. O Supremo decidiu, por seis vo-tos a três, que a mudança é constitu-cional e validou o fim da contribuição sindical obrigatória. Votaram a favor

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG), Ivo Vailatti, defende que a mudança é inconstitu-cional. “Nós entendemos que é um tri-buto que não poderia ser alterado da maneira que foi. Por que não temos a opção de não pagar o IPTU e o IPVA?”, compara o dirigente. “Sabe-se que ela foi feita visando os interesses do capi-tal, esquecendo de levar a participa-ção, que é o setor dos trabalhadores. Querem que o sindicato dê seguran-ça jurídica aos empresários, que não é nossa proposta”, ressalta. O Sitracom BG existe há 40 anos e acompanhou o crescimento da indústria mobiliária na cidade.

Essa interpretação foi corrobora-da pelo ministro Edson Fachin que, no início do julgamento, no dia 28, afirmou que a Constituição de 1988 prevê um tripé para o sistema sindical brasileiro: unicidade, representativi-dade obrigatória (para toda a catego-ria, inclusive não associados) e contri-buição sindical.

Além das ADIs protocolizadas, sindicatos de todo o país começaram a entrar na Justiça pela manutenção da contribuição. Até abril deste ano, cerca de 47 decisões foram favoráveis

Supremo Tribunal Federal validou fim daobrigatoriedade da contribuição sindical

Mudança na lei está afetando as finanças dos sindicatos dos trabalhadores, que entraram no Supremo com 19 Ações Diretas de Inconstitucionalidade

da nova norma os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Auré-lio e Cármen Lúcia. O ministro Edson Fachin, relator das ações, junto dos

ministros Rosa Weber e Dias Toffoli votaram contra. Os ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello não estavam na sessão e não participa-ram da votação.

A ação principal foi ajuizada pela Confederação Nacional dos Traba-lhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONT-TMAF). A entidade alegou que, com o corte abrupto da contribuição sin-dical, as entidades não terão recursos para assistir os trabalhadores não as-sociados.

Além da contribuição obrigató-ria, as organizações contavam com a mensalidade de associados - que muitos de seus dirigentes alegam ser insuficiente para o funcionamento e prestação de serviços adequada a to-dos os trabalhadores.

Reprodução

Reprodução

Supremo decidiu, por seis votos a três, que a mudança é constitucional

“Por que não temos a opção de não pagar o IPTU e o IPVA?”às organizações. As decisões conside-raram inconstitucional o artigo inse-rido na reforma trabalhista que con-diciona o desconto da contribuição sindical à autorização expressa do tra-balhador. De acordo com o advogado especialista em Direito Trabalhista, Rodrigo Terra, entretanto, a lei não fere a Constituição. “Entendo que há constitucionalidade nas alterações, tendo em vista tratar de contribuição sindical e não de imposto sindical, uma vez que a legislação determina a criação de imposto através de Lei Complementar, e tratando-se de con-tribuição, a mesma deve ser criada Lei Ordinária, o que ocorreu no caso”.

O ministro Fux divergiu do cole-ga Fachin e afirmou que não se pode admitir que a contribuição sindical seja imposta a todos os integrantes das categorias profissionais ao mes-mo tempo. “A Carta Magna determina que ninguém é obrigado a se filiar e se manter filiado a uma entidade sindical”, disse Fux durante defesa do voto.

Vailatti afirma que o Sitracom BG, apesar de ter seu funcionamento afe-tado, ainda deve esperar pelo desfe-cho da situação antes de recorrer à Justiça. “Estamos aguardando para ver quais medidas iremos tomar”, diz.

O sindicato conta com cerca mil tra-balhadores assistidos que, de acordo com o Presidente, começaram a criar consciência sobre a importância da representatividade dos moveleiros.

Alguns pararam de pagar e voltaram porque conhecem os benefícios e a proteção que apenas os sindicatos podem proporcionar à categoria”, acentua ele.

Presidente do Sitracom BG, Ivo Vailatti

IVO VAILATTI:

Júlia Freitas

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 7

SEC-BG sediou reunião para definir formas decontornar o buraco financeiro aberto pela nova lei

Encontro do Secretariado Nacional dos Comerciários reuniu dirigentes sindicais de vários estados do Brasil

No último dia 21 de junho, o Sin-dicato dos Comerciários de Bento Gonçalves (SEC-BG) sediou a Reunião do Secretariado Nacional dos Comer-ciários da União Geral dos Trabalha-dores. O encontro reuniu dirigentes sindicais do setor comerciário de vá-rios estados do Brasil.

A principal pauta do evento foi sobre as formas de organização dos sindicatos para superar as dificulda-des impostas pela nova lei. O presi-dente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte, José Cloves Rodrigues, na ocasião afirmou que a alteração fere a Constituição. “Não teria validade do ponto de vista jurídico”, constata. Rodrigues salien-tou que o sindicato mineiro neste ano arrecadou apenas 5% do valor em comparação de 2017. “A maioria das empresas não recolheu a contri-buição. Nós encaminhamos solicita-ções para a cobrança, mas muitas não o fizeram”, afirmou. Ele também rela-tou que o Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte reduziu o número de funcionários de 300 para 150 para continuar oferecendo aos associados assistência médica, odontológica e jurídica, entre outros serviços.

Mobilização dos Sindicatos continua

O diretor financeiro do Sindicato das Empresas de Transportes de Valo-res do Rio Grande do Sul (Sindvalores/RS) e presidente da filial gaúcha da UGT, Norton Rodrigues, afirmou que, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o movimento sindical deve buscar solução através de novo Projeto de Lei. “Vamos nos mobilizar

para que consigamos no Congresso Nacional aprovar uma nova forma de custeio que não seja prejudicial ao trabalhador e que não inviabilize o movimento sindical de lutar pelos di-reitos dos trabalhadores”, diz, ao res-saltar os custos do sindicato, que tem sede em Porto Alegre, atender todo o Rio Grande do Sul. Para Norton, os trabalhadores têm de adquirir consci-ência e entender que deve arcar com os custos do sindicato para que possa ser atendido da melhor maneira e ter seus direitos defendidos.

Júlia Freitas

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Evento discutiu formas de organização dos sindicatos para superar as dificuldades impostas pela nova lei

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 20188 ESPECIAL

O Hotel Vinocap completou 50 anos no último 14 de junho, dia em que Carmen Dall’Onder Vasseur e Ira-já Valduga Vasseur, proprietários do estabelecimento, receberam a equipe formada por mais de 40 profissionais, sob a gerência de Soraia Lima da Vei-ga, para a comemoração das Bodas de Ouro. O momento foi especial, com homenagem aos funcionários mais antigos e entrega de presentes, seguido de coquetel.

No último dia 23 de junho, o casal também recebeu amigos, fornecedo-res, imprensa e autoridades para des-cerrar a placa em homenagem aos fundadores Rodolpho Elia Dall’Onder e Olga Grazziotin Dall´Onder (in me-morian).

A festa será estendida à comu-nidade no próximo dia 23 de setem-bro, domingo, às 18 horas, na sede da ABCTG, com a apresentação do con-junto Os Monarcas. O ingresso para o evento é a doação de um quilo de alimento não perecível, destinado a instituições beneficentes de Bento Gonçalves.

50 anos de empreendedorismoHOTEL VINOCAP

Carmen Dall´Onder Vasseur e Irajá Valduga Vasseur

Homenagem aos funcionários

Homenagem aos proprietários

Carmen e Irajá Vasseur com o Secretário de Turismo, Rodrigo Parisotto e o presidente da Câmara de

Vereadores, Moisés Scussel Neto

Andréia Zucchi, Gabrielle Signor Rodrigues, Ercy Grapiglia, Gilberto e Cristina Durante

prestigiando a festa dos 50 anos do Hotel Vinocap

Secretário de Turismo, Rodrigo Parisotto e a gerente do Hotel Vinocap, Soraia Lima da Veiga

Fotos: Fotoluz JC

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 ESPECIAL 9

Rua Barão do Rio Branco, 245, CentroBento Gonçalves/RS(54) [email protected]

O Hotel Vinocap completou 50 anos tendo em sua história de sucesso a inspiração para continuar promovendo o potencial turístico, cultural e econômico do município e região. O estabelecimento também atende de-mandas do turismo de negócios. A infraestrutura é representada por 118 apartamentos, com capacidade para 280 hóspedes. Os apartamentos são distribuídos em três categorias: Luxo Superior, Luxo e Standard. Na recep-ção, para as boas-vindas, há chá, café e chimarrão. Nos dias mais frios, um delicioso quentão.

O café da manhã, servido no andar térreo, com vista para uma das principais ruas da cidade, é uma atração à parte. Entre os alimentos do cardápio, o bolo e o pão de vinho e a polenta brustolada, com fartas por-ções de queijo e salame, são enaltecidos por muitos hóspedes.

O Vinocap oferece o suporte de uma agência de viagens, a Vale das Vi-nhas, que organiza passeios e presta as informações turísticas necessárias para que o hóspede aproveite o melhor que a região tem para oferecer. O município de Bento Gonçalves, pioneiro no Brasil na oferta de Enoturismo, a cada ano vem se consolidando como destino turístico nacional.

Os clientes contam ainda com serviços de lavanderia, cozinha de apoio totalmente equipada, espaço fitness, sala de jogos, três andares de garagens cobertas e monitoradas, com serviço de manobrista e mensa-geiro, além de wifi gratuito em todas as acomodações do hotel. A sala de eventos, de setenta metros quadrados de área construída, com capacida-de para 60 pessoas, tem isolamento acústico e espaço interno e externo para coffe break.

O A la carte do room service tem inúmeras opções que abrangem des-de a tradicional sopa de capeletti até pratos mais elaborados de cozinha internacional. Cenário e roupas típicas que remetem a imigração italiana na região estão à disposição do hóspede que quiser entrar no clima da colônia e levar para casa registros da experiência A alta ocupação ocorre o ano todo, mas nos meses de férias, principalmente nas de inverno, o Vino-cap registra seu maior movimento. O empreendimento é referência entre artistas e palestrantes que visitam Bento Gonçalves.

O Vinocap é associado a Versare, uma rede formada por hotéis inde-pendentes localizados no Rio Grande do Sul, conceituados em suas re-giões, que se uniram para trocar ideias, experiências e informações para oferecer serviços de qualidade aos hóspedes, através de atendimento per-sonalizado.

Rodolpho Elia Dall’Onder já acumulava experiência no trato com o público por ter trabalhado como barbeiro, relojoeiro e comer-ciante. Após a realização da 1ª edição da Festa Nacional do Vinho (Fenavinho), em 1967, que projetou Bento Gonçalves no cenário nacional, ele resolveu abrir um hotel em um prédio que havia construído para comércio. Ali nascia o Hotel Vinocap.

No decorrer do tempo, o crescimento eco-nômico da cidade motivou o empresário e sua esposa Olga Grazziotin Dall”Onder, que sempre esteve ao lado do marido também na vida em-presarial, a adquirir o Hotel Atlântida, localiza-do no bairro Planalto, hoje Dall´Onder Grande Hotel. Em 2002, o casal também assumiu a ad-ministração do Dall´Onder Vittoria Hotel.

“Seu Elias”, como era conhecido, costumava dizer que, embora não tivesse tido oportunida-de de frequentar por muito tempo os bancos escolares, era formado pela “faculdade da vida”. Faleceu aos 92 anos e até o final de sua vida conviveu diariamente com hóspedes. Gostava de conversar com os turistas e mostrar o livro com a história da sua vida. A obra, intitulada “ Do Outro Lado do Rio”, já está em sua segunda edição.

Olga e Rodolpho Elia Dall´Onder:os fundadores do Hotel Vinocap

Acervo Hotel Vinocap

Olga e Rodolpho Elia Dall´Onder: a visão empreendedora dosfundadores do Hotel Vinocap deixou um legado de muito trabalho,

dedicação e investimento na rede hoteleira. Na foto, “Seu Elias” com a obra “Do Outro Lado do Rio”, que conta sua trajetória

Vinocap: tradição, hospitalidade e modernidade

A famíliaRodolpho Elia Dall”Onder, fi-

lho de Müller Dall”Onder e Maria Dal”Agnese Dall”Onder, nasceu em São Pedro, Linha Palmeiro, Bento Gonçalves no lote nº 73, em 05 de novembro de 1919. Faleceu em 22 de dezembro de 2011 aos 92 anos. Olga Grazziotin Dall”Onder, filha de Carlos Gra-zziotin e Ermelinda Araldi Gra-zziotin, nasceu em Vila Segredo, 7º Distrito de Vacaria, no dia 11 de abril de 1926. Faleceu em 11 de fe-vereiro de 2009 aos 82 anos.

Casaram-se em fevereiro de 1949 em Vila Segredo. Após, pas-saram a residir em Bento Gonçal-ves. O casal teve quatro filhos: Er-melinda Maria, Beatriz, Carmen e Elias Tadeu.

Carmen trabalha no hotel des-de criança. Irajá Vasseur foi convi-dado pelo sogro a integrar a equi-pe após sua aposentadoria pelo Banco do Brasil.

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INHASV JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 201810

Neusa Zoldan Spagnol e o cônsul Occhipinti

Festa dos 72 anos da República Italiana e de despedida do cônsul de Porto Alegre, Nicola Occhipinti, ocorrida no último dia 2 de julho. Evento, promovido pelo Consulado da Itália em Porto Alegre, reuniu cerca de mil pessoas no Grêmio Náutico União.

Diretora do Jornal Integração da Serra, Kátia Bortolini e o seu marido, Sandro Vaccaro

Desiderio Peron Katia Bortolini

Susana dos Santos, Soraia Lima da Veiga, Sabrina Spiandorello Cardoso, Daniele Pistoia Araújo e Gabrielle Signor Rodrigues, equipe dinâmica da Bento Convention

Bureau em ação

Paula Zorzi, Rosa Baldissera Japur e Elias Japur

Presenças Vinocap 50 anos

Carlos Bertuol, Daci Poletto, Itiberê Machado e João Paulo Pompermayer

Katia Bortolini

Katia Bortolini

Katia Bortolini

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 ENTIDADES | EMPRESAS 11

O atual quadro político-econô-mico do país suscita uma série de debates – e várias ideias promissoras advêm dessa situação a fim de livrar o país da instabilidade. Essa sensibi-lização por mudanças carrega consi-go um conceito que ganhou o nome de Engajamento Cívico – tema que a presidente da Federação de Entida-des Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Simone Leite, explora no Centro da Indústria, Comércio e Servi-ços de Bento Gonçalves (CIC-BG), du-rante palestra-almoço dia 16 de julho (segunda-feira).

No encontro, Simone apontará que é preciso maior envolvimento do empresariado com as questões que definem os rumos do país. Ela defen-de o protagonismo da classe produ-tiva, grande condutora do Brasil com os empregos e os impostos gerados, para mobilizar a classe a fim de não terceirizar responsabilidades. “A Fede-rasul acredita que o desenvolvimento econômico precede o social. Por isso, é nosso dever, enquanto empresários, incentivar o debate público e lutar por um ambiente menos hostil ao empre-

A 1ª edição da Wine South America 2018 - Feira In-ternacional do Vinho, que ocorre em Bento Gonçalves entre os dias 26 e 29 de setembro deste ano, encerrou o último mês de junho contabilizando a comercializa-ção de 80% dos espaços voltados ao segmento vitivi-nícola, o principal da mostra. A expectativa é de que o evento reúna 250 expositores nos pavilhões da Fun-daparque para receberem cerca de dez mil visitantes entre empresários, compradores, distribuidores, enó-logos, sommeliers, enófilos, pesquisadores e estu-dantes. Além do segmento vitivinícola, a Wine South America está destinando espaços para produtores de café, de destilados e olivicultores.

A Wine South America 2018 está sendo promovi-da pela Milanez & Milaneze, subsidiária da Veronafie-

Presidente da Federasul palestra no CIC-BGItamar Aguiar

Carlos Ben

Simone Leite palestra no CIC no próximo dia 16 de julho

endedor”, diz.Nesse entendimento, o empresá-

rio precisa atuar de forma a fazer a di-ferença, sendo um ente na defesa dos interesses da atividade e ampliando o discurso do voto consciente, de acordo com ela. O engajamento cívico, nesse caso, passa, necessariamente, pelas eleições. O voto, portanto, não deve

ser nulo nem em branco, na opinião da presidente da Federasul, pois isso afasta os empresários de temas cen-trais do desenvolvimento brasileiro. Uma forma de se buscar essa consci-ência é participando das soluções dos problemas, de modo a transformar os empresários numa fonte coletiva de mudanças. E isso também deve contar

com o apoio das entidades de classes, tradicionais fontes de protagonismo, liderança e desenvolvimento.

Simone Leite foi eleita presidente da Federasul para a gestão 2016/2018 – sendo a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da Federação de Enti-dades Empresariais do Rio Grande Sul. Ali já atuou na condição de vice-presi-dente de Integração, desde 2012, pro-movendo o associativismo no Estado. A gestora participa do cotidiano de entidades de classe desde 2006, ten-do presidido a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICs), e sido secretária de Desenvolvimento Econômico de Canoas entre 2009 a 2011. Natural de Estância Velha, for-mada em administração de empresa, atua como diretora administrativo-fi-nanceiro do Grupo Urano, em Canoas, além de integrar diversos conselhos superiores de empresas.

Os ingressos para a palestra po-dem ser adquiridos no CIC-BG pelo valor de R$ 75,00 para associados e de R$ 105,00 para não sócios. Outras informações podem ser obtidas pelo fone 54. 2105.1999.

Feira Wine South America em fase de venda de espaçosre, realizadora da Vinitaly – empresa italiana especia-lizada em eventos de negócio. O diretor da Milanez & Milaneze, Alberto Piz, atribui a boa comercialização de espaços no segmento vitivinícola ao engajamento do setor. Ele ressalta que muitas vinícolas brasileiras, entre grandes, pequenas e familiares, estão apos-tando na Wine South America como a vitrine para se aproximarem de compradores, importadores, enó-filos e outros profissionais da área. Também salienta que o Brasil conta com mais de 1.100 vinícolas, entre elas cerca de 60%instaladas no Estado do Rio Grande do Sul. “Além disso, é a enocultura que tem projetado Bento Gonçalves e outros municípios da Serra Gaúcha no cenário turístico nacional e internacional”, comple-menta Piz.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018CULTIVO ORGÂNICO12

Entre as propriedades onde as fa-mílias aderiram à produção orgânica está a de Acir Boroto, localizada na Linha Presidente Soares, interior de Garibaldi. Na área de terra de 15,8 hec-tares, a Família Boroto elabora vinhos espumantes com uvas 100% orgâni-cas. O agricultor, de 48 anos, além de dar continuidade ao trabalho do avô, começou a tratar o fruto de forma natural. Atualmente, a família elabo-ra cerca de três mil litros por ano de espumante orgânico. “O primeiro do país”, afirma Boroto.

O espumante é comercializado pela Cooperativa de Produtores Eco-logistas de Garibaldi (Coopeg), da qual Acir é um dos fundadores. A iniciativa visa reunir e apoiar agricultores da re-gião que produzam de forma orgâni-ca e natural. A propriedade da família também faz parte da Via Orgânica, roteiro com atrações e iniciativas que prezam pela sustentabilidade ambien-tal, social e cultural e aliam o alimento à saúde.

No porão de chão batido da anti-ga casa, a bebida é deixada para des-canso, ao estilo champenoise, onde a fermentação acontece dentro da garrafa. No local, Boroto também re-cebe visitação de turistas, aos quais é oferecido tábuas de frios típicos, pão e sobremesas “resgatadas”, como a tor-ta alemã, iguaria de biscoito e geleia de uva antigamente consumida pelos

No dia 25 de julho é comemorado o Dia do Colono. A data é uma homenagem aos imigrantes europeus que encontraram terra inóspita no Brasil e transformaram-na em verdadeiros lares e cidades, através do trabalho árduo. Tiveram de empreender para sobreviver. Nos municípios da Serra Gaúcha, muitos de seus descendentes ainda tiram da terra o sustento de suas famílias em pequenas propriedades com vários cultivos, entre eles uva, pêssego e hortifrutigranjeiros.

Na virada do século, o mercado de produtos orgânicos passou a ganhar mais destaque e valorização no país através dos movimentos em prol do meio ambiente e da saúde humana, prejudicada pelos agrotóxicos.

Na Serra Gaúcha, a tendência foi absorvida e colocada em prática em várias propriedades rurais.

Colonos da nova era: pequenos produtores da região aderem ao cultivo orgânico

Júlia Freitas

Videiras orgânicas da familia Boroto, em Garibaldi

Pioneirismo na produção de espumante orgânico no BrasilFAMÍLIA BOROTO

imigrantes. Além disso, os visitantes podem conhecer as videiras orgânicas de carroça e aprender sobre a história das propriedades da região.

A iniciativa de começar a produção orgânica nasceu da necessidade de so-brevivência na crise financeira enfren-tada pelos viticultores no final da dé-cada de 80 e início dos anos 1990. ”As indústrias vinícolas estavam pagando pouco pela uva, então resolvemos buscar outras alternativas”, ressalta. Também incentivado pela necessida-de de banir agrotóxicos, comprovada-mente danosos à saúde humana, Bo-roto começou a elaborar espumante orgânico e encontrou maior espaço com a fundação da cooperativa, em

1999. “Começamos em pequenas par-celas, até transformar a produção em 100% orgânica”, conta.

A valorização dos produtos de uva orgânicos e pioneiros no Brasil, entre-tanto, não veio do comércio local. “No primeiro ano, fizemos 80 garrafas de espumante. Destas, mandamos uma de amostra para o supermercado Pão de Açúcar”. Na ocasião, participaram de um concurso da rede com mais de 18 países. Ficaram em primeiro lugar. “Aí a coisa começou a andar, mas não vendia nada aqui, tudo lá”, conta.

Apesar do impulso inicial propor-cionado pela multinacional, a família decidiu começar a fortalecer o merca-do local. “O Pão de Açúcar começou a exigir marca própria, mas com 1.200 garrafas que produzíamos não dava”, conta. Atualmente, a família atende di-versos comércios locais, como restau-rantes e lojas, além de feiras renoma-das, tudo através da comercialização da cooperativa. Recentemente, a enti-dade participou da Bio Brazil Fair 2018, em São Paulo, evento internacional destinado à divulgação, venda e troca de informações de produtos orgânicos e agroecológicos.

Em visita à Via Orgânica, em Gari-baldi, a apresentadora e madrinha do projeto, Bela Gil, conheceu a proprie-dade da Família Boroto e elogiou o espumante produzido de forma orgâ-nica até em postagem no Instagram.

“Fez um bom marketing”, comenta Acir, que se diz honrado pelo reconhe-cimento da celebridade.

Boroto afirma que seu trabalho é prova de que plantar orgânico é pos-sível. “Tem as dificuldades, mas nossa produção mostra que é possível, mes-mo com todas as adversidades do cli-ma e da região”, afirma. Atualmente, são cultivadas na propriedade as uvas Isabel, Moscato Embrapa, Niágara, Carmen, Bordô, Lorena e Sauvignon Blanc. Os espumantes produzidos são o Brut e o Demi Sec, que contam com três selos de certificação: o Orgânico Brasil, de Produto da Agricultura Fami-liar e Produto Agroecológico.

No final de 2017, Acir perdeu o fi-lho Miguel, de quatro anos, vítima de um tumor. Poucos dias depois, seu pai, que começou a produção das uvas or-gânicos com ele, faleceu. À época, Acir pensou em desistir da produção de es-pumante, mas a memória de seu filho brincando nas terras fez, aos poucos, retornar ao trabalho que tanto gosta. “Pensamos em abandonar, desabou tudo..., mas depois pensei bastante em meu próprio filho, que amava isso aqui”, conta, emocionado. Seu traba-lho acrescenta mais à trajetória de seus ascendentes desbravadores de uma nova terra e, ao mesmo tempo, se alinha com uma sociedade que cada vez mais preza por um futuro com me-nos danos à vida humana e ambiental.

Por Júlia Freitas

Arquivo pessoal

Acir Boroto elabora espumantes com uvas 100% orgânicas

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 CULTIVO ORGÂNICO 13

No último dia 26 de junho, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6299/02, que trata do registro, fisca-lização e controle dos agrotóxicos no país. O parecer do relator do projeto, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR), foi aprovado por 18 votos a favor e 9 contrários. O projeto flexibiliza o uso de agrotóxicos no país. Entre as alte-rações, o principal ponto visa alterar a fiscalização na regulamentação de no-vos insumos agrícolas. Atualmente, a regulamentação de insumos agrícolas é realizada por três entidades. A Anvi-sa e o Ibama são responsáveis pela análise de risco à saúde humana e ao meio ambiente, respectivamente. Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) define a eficá-cia do agrotóxico. A nova lei determi-na que apenas o Mapa será o agente responsável pela regulamentação do produto e as outras duas organizações perderão poder de veto sobre o regis-tro do insumo.

A produtora rural Zita Bortolini produz mais de 130 espécies orgânicas em uma área de dois hectares, locali-zada na Linha Vitória, interior de Carlos Barbosa. Há dez anos, seu irmão, Bre-no Bortolini, hoje associado à Coopeg, trocou a vida de caminhoneiro pelo cultivo orgânico em busca de maior qualidade de vida. Enquanto isso, Zita, que trabalhou como professora por quinze anos, estava longe das terras de sua família. Além dos anos dedica-dos ao magistério, foi proprietária de uma loja de peixes no litoral gaúcho e corretora de imóveis. Há cerca de cinco anos, após o pai dos sete irmãos sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Zita voltou para casa e, inspirada pelo irmão, decidiu arriscar na plantação de

Produção orgânica em jornada de volta às origensZITA BORTOLINI

alimentos orgânicos.“Comecei a ver a terra de outra for-

ma, com mais carinho e amor”, afirma. Ela relembra que seus antepassados não utilizavam agrotóxicos, introduzi-dos na região com o passar dos anos para o trato de uvas varietais, entre ou-tros cultivos. “É uma volta às origens”, constata. Zita busca, além das hortali-ças tradicionais, cultivar ervas, frutos e folhas diferenciadas. Uma das apostas da produtora é a produção de frutas vermelhas, como a framboesa, e tam-bém as Plantas Alimentícias Não Con-vencionais (PANCs). Completamente orgânica, a produção dos alimentos também segue o Calendário Biodinâ-mico, que leva em conta para o plantio as fases da lua e as estações do ano.

Atualmente, Zita é uma das 11 associadas da Associação Mandala Ecológica (AME), fundada há um ano e ligada à certificadora agroecológico EcoVida, um selo de abrangência na-cional. A produtora também possui a certificação do selo Orgânico Brasil, que afirma ser um processo burocrá-tico, porém necessário. “Quase desisti por conta da complexidade de toda a documentação necessária no trâmite”, afirma. Ainda assim, avalia como es-sencial para a devida fiscalização das produções para que ninguém venda produtos com agrotóxicos alegando ser orgânico.

A agricultora, que trabalha com a ajuda de sua mãe, Lourdes, e outros colaboradores, comercializa os pro-dutos em Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves. Zita conta que a associação deve ser selecionada para

participar de uma feira em Porto Ale-gre, o que considera um grande avan-ço para os produtores associados. “Quando vendemos na feira, evitamos o papel do atravessador e existe uma relação direta do produtor com o con-sumidor. Neste contato, a pessoa co-nhece e sente a credibilidade do pro-duto vendido”, comenta. Também visa, futuramente, desenvolver parcerias com restaurantes locais.

“A cura está na natureza, onde há fruta e verduras com as vitaminas e sais minerais que o ser humano necessita”, ressalta. Sobre a reclamação de várias pessoas sobre o valor mais alto pago por produto orgânico, Zita argumenta: “é preferível gastar mais em alimentos e menos em farmácias”. Conforme ela, a questão é discutida com os próprios consumidores ”para a criação de uma nova consciência alimentar”.

Júlia Freitas

Zita Bortolini e a mãe Lourdes Mais de 130 espécies orgânicas são produzidas em dois hectares de terra

Nova lei para registro, fiscalizaçãoe controle de agrotóxicos no Brasil

Entidades da comunidade cientí-fica, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgaram notas e realizam campanhas contra a aprovação do projeto, alegando que o mesmo põe em maior risco o meio am-biente e a população, além de descon-siderar os comprovados danos à saúde humana causados por agrotóxicos.

Sobre as determinações do poder político sobre a questão, Zita não de-monstra otimismo. “Existem interes-ses econômicos de grandes empresas envolvidas, que lucram com a doença, por isso não tenho muita esperança de reversão da decisão. Ainda assim, é importante que chame a atenção da população para a causa”, opina. Mas as adversidades não a fazem desanimar com o trabalho que escolheu e que não trocaria por nenhum outro. “Amo o que faço, a gratificação por perceber e trabalhar com uma terra cheia de vida é inexplicável”, afirma.

Pai! Um ano sem sua presença física.Você foi um pai maravilhoso, um marido exemplar, um profissional que amava o que fazia, amava as pessoas, sem despre-zar ninguém.Para você, todo mundo era igual e merecia o mesmo respeito. Suas brincadeiras jamais serão esquecidas. Isso que nos faz seguir em fren-te. Sabemos que você estará sempre ao nosso lado. Dói muito sua falta, mas sabemos que você está bem. No Dia do Amigo, você se foi junto a Deus.

Os familiares convidam para a missa de um ano de falecimento, que será realizada no dia 20 de julho de 2018, às 18 horas, na Paróquia Santo Antônio.

HOMENAGEM E CONVITE PARA MISSA DE UM ANO DE FALECIMENTO

PEDRODA SILVA* 27.06.1948 + 20.07.2017

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018RURAL14

8ª Jornada da Viticultura reuniu cercade 400 viticultores em Faria Lemos

Origem e qualidade da água para criação de Peixes

ThompssonDidoné

EnólogoEmater/RS - AscarBento Gonçalves

água de um viveiro de peixes pode ter várias origens. Pode vir da chuva que cai diretamente sobre a super-

fície do viveiro, pode vir de um rio, de um riacho, de uma sanga, da água que passa por uma floresta ou por uma pas-tagem, da água que escorre de uma lavoura e, até mesmo, pode vir das ruas da cidade.

Ela também pode ser uma combinação da água de vá-rias origens misturadas em proporções muito diferentes, de acordo com o viveiro, mesmo dentro da mesma proprieda-de. É muito importante que se conheça a quantidade de água disponível e as necessidades da criação de peixe.

O técnico pode contar com a vivência do produtor e de seus vizinhos, que conhecem a história do local e a disponi-bilidade de água. A análise da água é a forma mais eficiente de medir a sua qualidade, muito embora o produtor ou o técnico, com larga experiência, observando a cor, o cheiro e o gosto, ou até mesmo sentindo a temperatura, conhe-cendo o viveiro por algum tempo, especialmente em casos extremos, possa emitir um parecer sobre alguns aspectos da qualidade da água.

Algumas medidas, como as de temperatura e de trans-parência, não necessitam de reagentes, são de baixo inves-timento e consideradas fáceis de realizar. Para outra análise como oxigênio, pH, amônia, nitrito, dureza e alcalinidade, além da demanda de mais tempo, ainda conta com o custo de aquisição dos reagentes.

Já outras análises como de oxigênio e pH também po-dem ser realizadas por meio de aparelhos eletrônicos que realizam as análises com mais rapidez, mas com investimen-

to inicial maior quando comparado com os outros métodos citados anteriormente.

Algumas empresas no Brasil se especializaram em pro-duzir e comercializar kits apropriados para a piscicultura, contendo reagentes para análise de pH, oxigênio, amônia, nitrito, dureza, alcalinidade e gás carbônico.

De acordo com a literatura especializada existem al-guns parâmetros que são perseguidos quando se trata de qualidade de água para a piscicultura. Alguns níveis sugeri-dos como desejáveis estão apresentados a seguir:

Indicador Desejável Transparência 30 - 50 pH 6,5 - 9,0 Alcalinidade total (mg/L de CaCO3) 50 - 150 Dureza (mg/L de CaCO3) 50 -150 Amônia tóxica (NH3) < 0,05 Nitrito (mg/L) < 0,3 Em Bento Gonçalves, a prefeitura municipal possui o

Programa de Incentivo a Piscicultura, subsidiando e/ou intermediando o pedido de alevinos para Agricultores Fa-miliares. Os pedidos são intermediados e/ou feitos na Se-cretaria Municipal da Agricultura, normalmente a partir de outubro, para entrega aos produtores em novembro ou dezembro. Porém, para que se tenha sucesso na criação de peixes, são necessários uma série de cuidados, seja na construção do açude, adubação, povoamento e também a importância da qualidade da água.

Colaboração: Henrique Bartels

Cerca de 400 viticultores de deze-nas de municípios dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina parti-ciparam da 18ª Jornada da Viticultura Gaúcha, ocorrida no último dia 27 de junho, em Faria Lemos, distrito de Ben-to Gonçalves. O evento, organizado pela Comissão Interestadual da Uva, Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Governo do Estado do RS, levou à mesa temas importantes como qualifi-cação e valorização da produção, com-petividade por meio da redução de tributos, políticas públicas como a Lei do Preço Mínimo e assistência técnica e extensão rural (Ater).

O coordenador da Comissão In-terestadual da Uva e vice-presidente do Ibravin, Marcio Ferrari, falou alguns dos objetivos das entidades que repre-sentam os viticultores, como o aumen-to da subvenção do seguro agrícola, fiscalização dos produtos derivados da uva, ampliação de Ater, melhoria da in-fraestrutura no meio rural - rodovias e comunicação, em especial - e reajuste no preço mínimo que cubra os custos totais de produção. Ferrari destacou, ainda, a busca pela redução dos juros do Pronaf e do prazo para o pagamen-to da safra. “O setor ocupa a sétima

colocação em produção no estado do Rio Grande do Sul, somos responsáveis por 5,6% do PIB agropecuário gaúcho. Só no RS são mais de 14 mil proprieda-des, o que demonstra que temos força e precisamos de um olhar mais atentos dos governos para as nossas deman-das”, reivindicou.

Cenário favorável ao vinhoO diretor de Relações Institucio-

nais, Carlos Paviani, apresentou alguns dados que demonstraram que o mer-cado de vinhos no Brasil está cres-

cendo, mas que grande parte deste incremento se deve ao aumento das importações, especialmente no ano de 2017. “Tivemos um aumento de mais de 30% nas importações no ano passado e um acréscimo de cerca de 5% nas vendas de vinho nacional. Nes-te ano estamos projetando um cenário mais favorável para o vinho brasileiro devido a fatores como a diminuição da produção na Europa e na América do Sul e ao câmbio, com o dólar em elevação que acaba nos beneficiando também”, explicou.

Outro tema que foi debatido com os viticultores foi a assistência técnica e extensão rural (Ater). O agrônomo Leandro Venturin apresentou o novo modelo que está sendo implementa-do a partir deste ano no estado, com acompanhamento das famílias duran-te quatro ano, sendo que nos últimos dois períodos o custo é dividido com os beneficiários. Uma das inovações é a exigência de participação dos jovens e mulheres como estímulo à sucessão rural e envolvimento de todo núcleo familiar na atividade. Venturin tam-bém mostrou com números os bene-fícios do trabalho realizado de forma direta com os produtores, desde 2006 até este ano, com centenas de famílias na Serra Gaúcha.

El NiñoO ciclo de apresentações foi en-

cerrado com a meteorologista Stael Sias mostrando uma previsão do clima para os próximos meses. De acordo com ela, está prevista a incidência do fenômeno El Niño para o último tri-mestre do ano, mas que deve ser de intensidade fraca ou moderada. “Sem dúvida será bem menos intenso ao registrado em 2015, que acabou pro-vocando uma quebra de safra histórica de 57% no ano seguinte”, garantiu.

Vice-presidente do Ibravin, Marcio Ferrari, apresentou demandas dos viticultores

Cassiano Farina

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O assunto é Cinomose

Luciano

GeimbaMédico Veterinário

CRMV-RS 08877

Guarnieri

Centro Clínico VeterinárioAv. São Roque, 1547Bento Gonçalves - RSFone: 54 99982 5661

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018 QUATRO PATAS 15

Projeto de Lei quer abolir testes em animais no país

cinomose canina é uma doença infectocontagiosa cau-sada por um RNA vírus do gênero Morbillivirus. De re-

levância mundial é considerada como a segunda principal causa de morte entre os cães dentre as doenças infeccio-sas, perdendo apenas para a raiva. O vírus leva à doença neurológica e sistêmica graves. Acomete principalmente cães não vacinados ou submetidos a vacinas com doses incompletas, histórico de contato com animais infectados, dentre outros fatores. Trata-se de uma doença altamente contagiosa, mas que não é passada para humanos ou fe-linos, sendo sua prevenção feita com vacina produzida a partir de vírus atenuado.

Mesmo que seu cão não saia de casa, a possibilidade de ele adoecer existe, porque o vírus se transmite prin-cipalmente pelo ar. Você pode pisar acidentalmente na grama com urina de cachorro e levar o vírus para casa, ou mesmo visitar alguém que já tenha um cão hospedando o vírus e levar para seu bichinho. A cinomose mata de ma-neira rápida e cruel, por isso é tão importante a vacinação correta e completa.

SintomasA transmissão viral ocorre por através de excreções e

secreções corpóreas dos animais infectados, ou seja, sali-va, potes de água e comida, excrementos, etc. Os sintomas são variáveis, mas geralmente o animal apresenta crises de vômito e diarreia, seguidas de falta de apetite. Pouco tem-po depois, uma secreção excessiva toma conta dos olhos e nariz. Se demorar muito para receber atendimento veteri-nário, o animal começa a perder a coordenação motora e apresentar tiques nervosos, convulsões e paralisias. Inclu-sive, vale ressaltar que, alguns animais, mesmo depois de contaminados, podem demorar até quinze dias para apre-sentar os primeiros sintomas, podendo, nesse período, transmitir a doença. Somente um veterinário pode ajudar. Não existe tratamento alternativo ou caseiro. O tempo, nesse caso, é precioso.

Além disso, o vírus é resistente ao tempo, podendo

perdurar por até dois anos no ambiente não devidamente higienizado com produtos específicos.

TratamentoO diagnóstico é realizado por meio do histórico do

animal, exames clínicos e laboratoriais realizados a partir de secreções ou tecidos. Assim, após a análise do médico veterinário, o tratamento é feito com o objetivo de reduzir os sintomas.

Não existe um remédio que acabe com o vírus direta-mente. Em outras palavras, não existe um medicamento que consiga acabar com o vírus quando este já está hospe-dado no corpo do animal, mas existem alguns que tratam dos sintomas específicos que a cinomose apresenta, dan-do suporte para que o próprio organismo do cão venha combater o vírus.

A cinomose canina causa grandes transtornos, devido a sintomatologia de destruição do sistema nervoso. Além disso, são observadas alterações comportamentais e se-quelas permanentes nos cães que sobrevivem à fase neu-rológica da doença. Se a cinomose evoluir para os estágios finais sem que o cachorro receba tratamento, há grande possibilidade de danos neurológicos irreversíveis e o mé-dico veterinário poderá sugerir o sacrifício do animal.

O Projeto de Lei Complementar (PLC) 70/2014, de autoria do deputado federal Ricardo Izar (PP), visa alterar as nomras sobre utilização de animais em pesquisas científicas para o desenvolvi-mento de cosméticos no país. O projeto foi aprovado em março na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal. Agora, a Lei espera ser contem-plada na pauta da Comissão de Assun-tos Econômicos.

As alterações são referentes aos dis-positivos dos artigos 14,17 e 18, da Lei n 11.794 de 2008, e buscar a vedação da utilização de animais em atividades de ensino, pesquisas e testes laboratoriais com substâncias para o desenvolvimen-to de produtos de uso cosmético em humanos. Também visa aumentar os va-lores de multa nos casos de violação de seus dispositivos.

Se aprovado, a lei assegura que testes em animais só poderão ser per-mitidos pela autoridade sanitária em situações excepcionais, em que houver ‘graves preocupações em relação à se-

Pesquisa no Senado Federal mostrou aceitação da sociedade às alterações

Raça beagle é amplamente utilizada em pesquisas de laboratórios

gurança de um ingrediente cosmético’ e após consulta à sociedade. Para isso, é necessário que o ingrediente seja am-plamente usado no mercado e não pos-sa ser substituído; que seja detectado problema específico de saúde humana relacionado ao ingrediente; que inexista método alternativo de teste.

De acordo com a relatora do projeto, a senadora federal Gleisi Hoffman (PT), 37 países, que constituem um enorme mercado consumidor, já aprovaram leis proibindo ou limitando testes em animais para cosméticos ou a venda de cosméticos testados em animais, in-cluindo os 28 países membros da União Europeia (UE).

Em 2013, grupos de proteção aos animais chamaram a atenção para a rei-vindicação após os resgates realizados no Instituto Royal, em São Paulo. O la-boratório utilizavam cães da raça beagle para testes farmacológicos.

Uma pesquisa realizada pelo Sena-do Federal para definir a aceitação da sociedade ao projeto mostrou 8.195 pessoas à favor e apenas 651 contra.

Divulgação

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | Julho 2018TURISMO16

Certificado de Excelência TripAdvisorPelo sétimo ano consecutivo, Complexo Turístico é referência para viajantes que utilizam a plataforma

Com uma trajetória de 17 anos, o Villa Michelon vem acumulando pre-miações que refletem a satisfação de seus hóspedes a cada temporada. A mais recente delas foi o Certificado de Excelência TripAdvisor, premiação concedida pelo site de viagens a esta-belecimentos que demonstram cons-tantemente um compromisso com a excelência no setor de turismo e hote-laria. Para conceder o certificado, são levados em conta a qualidade, quan-tidade e recenticidade das avaliações publicadas pelos viajantes no TripAd-visor em um período de doze meses.

A satisfação e a simpatia dos hós-pedes são conquistadas, sobretudo, pelo atendimento do Villa Michelon. A estrutura de 23 hectares, com 57 apartamentos e atrativos que vão des-de quadras poliesportivas até trilhas ecológicas, é um pedaço do paraíso dentro do Vale dos Vinhedos, comple-mentando a experiência. Para Elaine Michelon, diretora geral do Complexo Turístico, fazer da estrutura um atra-tivo à parte cativa os visitantes: “Nos-sa extensa área de terra, toda ela em respeito com a natureza do Vale dos

HOTEL VILLA MICHELON

Vinhedos, faz com que o hóspede tenha um contato com os benefícios da vida longe do agito das grandes cidades. Por isso trabalha-mos atrativos de maneira a desfrutar ao máximo as di-ferentes épocas no Vale dos Vinhedos, como a nossa Vindima e o Dia do Vinho”, pontua.

Contando com uma equipe com mais de 50 colaboradores, o Villa Mi-chelon valoriza o feedback dos hóspedes. Com um Li-vro Ouro localizado na re-cepção, além de pesquisas de satisfação nas instala-ções do hotel, o Complexo Turístico conta, sobretudo, com as plataformas digitais para conhecer a opinião do hóspede. Atualmente, o Villa Michelon conta com 723 avalia-ções no TripAdvisor e outras 1619 na plataforma Booking, todas elas de-vidamente respondidas. “Buscamos responder as avaliações de maneira personalizada, sempre dando a aten-

ção devida, tanto aos elogios quanto às possíveis reclamações. Felizmente, a grande maioria delas é positiva, mas todas nos estimulam. Somos igual-mente gratos quando um hóspede fala de seus descontentamentos: é muito valioso saber o que possivel-mente esteja dando errado do que re-cebermos silêncio e não sabermos se

estamos no caminho correto”, salienta Elaine Michelon.

EstruturaO empreendimento, distribuído

em uma área de 23 hectares no co-ração do Vale dos Vinhedos, une o conforto dos grandes hotéis com atra-tivos naturais e culturais. Internamen-te, o hotel disponibiliza de piscina térmica, sala fitness, restaurante, sala de jogos, sala de estar e conta com 57 apartamentos, divididos em quatro categorias: Econômico, Standard, Su-per Luxo e Suíte Especial. Os hóspedes podem desfrutar de trilhas ecológicas, quadras esportivas, lago com pista e pesca esportiva, pomares, fazendinha, parque infantil externo e academia ao ar livre. O complexo oferece estrutura para toda a família, sendo uma exce-lente opção também para crianças.

O Villa Michelon está localizado na RS 444 - Km 18,9, Estrada do Vinho, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçal-ves. Canais de atendimento: call free: 0800.703.3800, fone: (54) 2102.1800, WhatsApp: (54) 98112.5443, E-mail: [email protected]

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Caderno de Cultura e Arte Jornal Integração da Serra

Nº 57 | Julho 2018

54 3452.4723 | [email protected] General Osório, 309 - Sala 904 - Centro - Bento Gonçalves - RS

Enóloga Monica Rossetti recebeu o título de Embaixatriz do Espumante Brasileiro na Itália, durante a Vinitaly 2018

Embaixatrizdo Espumante

BrasileiroArquivo Pessoal

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2 | Mosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2018

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

A Grama do Vizinho

ão tenho dúvida: uma das causas de nossa in-felicidade é a necessidade de aprovação alheia. Queremos que os outros nos achem bonitos, inte-

ligentes, bem-sucedidos, atraentes, enfim, pessoas de sucesso. Os psicólogos chamam isso de “validação externa”. Ou seja, precisamos nos sentir admirados e queridos. Notados e aprovados no grande tribunal so-cial. Como ensinou o arguto Freud, necessitamos nos sentir amados.

Diz o velho ditado: ninguém é uma ilha. Aliás, a psicologia nos ensina que precisamos do “olhar do outro” para nos reconhecermos. É gozado, mas são as outras pessoas (família, amigos, colegas de traba-lho, conhecidos, a sociedade, enfim) que nos ajudam a saber quem somos. Elas são como um espelho onde nos enxergamos. Enlouqueceríamos sem esse olhar que vem de fora.

Não acredita? Imagine então que pregassem a você a seguinte peça: todos combinassem, em deter-minado dia, de ignorar a sua presença. Da manhã à

noite ninguém lhe daria a mínima: sua esposa ou marido, seus filhos, familiares, amigos, colegas de trabalho, as pessoas na rua. Todos agiriam como se você fosse invisível. Tenho certeza de que depois de algumas horas (ou seriam minu-tos?), o prezado leitor e a cara leitora (e eu tam-bém) se sentiriam o último dos seres humanos. E fariam desesperadamente de tudo para desco-brir o que estaria acontecendo.

Se buscar o reconhecimento alheio é normal, o problema surge quando essa procura se torna uma verdadeira obsessão. E essa necessidade doentia por aprovação tem um efeito colateral pernicioso: a “comparação”. Viver, em grande parte, transformou-se em uma competição para

ver quem chega primeiro, quem é melhor, quem ga-nha mais. Aliás, a vida financeira é o melhor espelho disso. Diversos estudos já comprovaram: as pessoas prefeririam um salário de R$ 20 mil se todas as demais ganhassem R$ 10 mil, do que ganhar R$ 30 mil se as outras ganhassem R$ 60 mil. Ou seja, mais vale a comparação relativa (ganho mais do que os outros) do que o valor absoluto em si. É a demonstração científi-ca de nossa inveja financeira.

Por fim, toda essa mania de comparação embute um equívoco grave: acabamos sempre achando que os outros são mais felizes do que nós. É a “Síndrome do Vizinho Feliz”. Ela acontece quando nos iludimos com a enganadora felicidade alheia. Feliz é o outro, esse sim! Enquanto esse outro, amargurado, olha com inveja para o que tenho... e assim caminha a hu-manidade. Sempre invejando a grama do outro lado da cerca. Esquecemos, porém, que toda vida é um mosaico de boas ou más experiências, e que ninguém é absolutamente afortunado ou totalmente infeliz.

Como acontece sempre com questões desse tipo, o que nos salva aqui é nossa maturidade. Nos olhar-mos no espelho e enxergarmos alguém que realmente persegue seus próprios sonhos. Seus próprios objeti-vos. Uma pessoa que respeita seus próprios valores, não colocando a aprovação dos outros acima de suas próprias convicções. Quanto mais atuamos dessa for-ma, mais livres nos tornamos. Mais cientes de quem somos. E do que realmente precisamos. Seremos, ao final, mais felizes.

Agir assim não é fácil, bem sei. Vivemos no seio de uma sociedade competitiva e ela cobra seu pre-ço. Mas vale tentar. Talvez possamos descobrir que de perto, bem de pertinho, a grama do vizinho não é lá tão bonita assim.

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A redação leu

Rep

rodu

ção

FELICIDADE CONSTRUÍDA:como encontrar prazer e propósitono dia a dia

Título original: Happiness by Design: change what you do, not how you thinkAutor: Paul Dolan, ph.D.Páginas: 248Selo: ObjetivaAno: 2016 (1ª Reimpressão)Valor: R$ 37,90

Programe-se Mosaico | Jornal Integração da Serra | Julho 2018 | 3

VOCÊ ENCONTRA ESTE LIVRO NA DOM QUIXOTE LIVRARIA & CAFETERIA

Dicas deFilmes

Os IncríveisTítulo original: The IncrediblesAno: 2004Gênero: animação, comédiaDireção e roteiro: Brad BirdElenco: Craig T. Nelson, Holly Hunter, Jason Lee, Sarah Vowel

BrunoNascimento

[email protected]

Neste livro, o professor da London School of Eco-nomics, Paul Dolan, descortina a questão da felicidade, tendo como pano de fundo as mais recentes pesqui-sas sobre o tema. A obra levanta pontos cruciais para o entendimento do comportamento humano relativo ao bem-estar subjetivo, como a dicotomia Prazer-Propósi-to. Dolan – professor de ciências comportamentais na London School of Economics e no Imperial College de Londres – trilha um caminho um tanto heterodoxo em sua abordagem: no sentido inverso das teorias que su-gerem uma mudança em nossa maneira de pensar, ele foca em como agimos no dia a dia. Ou seja, a felicidade é mais “ação” do que “pensamento”. Um texto que ex-plica questões comportamentais com maestria e simpli-cidade, mas sem perder a densidade científica. Um livro que pode ajudar, em muito, a compreensão e a constru-ção de uma vida mais feliz.

Depois de uma onda de processos ser lan-çada contra todos os super-heróis, a família Pera é obrigada a adotar identidades ordinárias. En-quanto uma crise familiar se agrava, um vilão do passado ressurge.

É praticamente impossível não simpatizar com algum personagem do filme, seja com a criança agitada, a adolescente introspectiva ou o desmerecido casal de pais. Enquanto cada um desses membros luta uma batalha solitária – com exceção do bebê Zezé que fica com os

momentos mais engraçados –, nenhuma ener-gia sobra para terem empatia um com os ou-tros.

A animação tem capacidade de divertir crianças e adultos mas, com certeza, este últi-mo público consegue aproveitar mais das su-tilezas do roteiro.

Dicão: Os Incríveis tem uma das últimas grandes dublagens totalmente localizadas, algo cada vez mais raro devido à globalização das marcas. Por isso, o filme merece pelo me-nos uma chance em português.

O quê: Peça teatral “Amor por Anexins”Quando: 7 de julho, às 18h e às 20hOnde: Fundação Casa das Artes

O quê: Brique da PraçaQuando: 7 e 14 de julho, das 8h às 16hOnde: Praça Centenário e Vico Barbieri

O quê: Mercado de Rua - Especial Dia do RockQuando: 7 de julho, das 11h às 18hOnde: Rua Coberta, Bairro Planalto

O quê: Inverno de SensaçõesQuando: 5 de julho a 9 de setembroOnde: Roteiros Turísticos de Bento Gonçalves

O quê: Brique ColonialQuando: 14 de julho, das 8h às 17hOnde: Fundação Casa das Artes

O quê: Fóruns Setoriais de CulturaQuando: 17 e 23 de julhoOnde: Fundação Casa das Artes

O quê: Exposição “Mosaicos”Quando: Até 20 de julhoOnde: Fundação Casa das Artes

O quê: Celebra Rock Bento 2 - Dia Mundial do RockQuando: 14 e 15 de julho, às 15hOnde: Rua Coberta, Bairro Planalto

O quê: Tributo a Raul Seixas - Dia Mundial do RockQuando: 12 de julho, às 20hOnde: Anfiteatro da Fundação Casa das Artes

O quê: Vitor Kley e BandaQuando: 20 de julho, às 22hOnde: Bangalô Estação Club

O quê: Cine Debate Dom Quixote - Exibição “Medianeras”Quando: 27 de julhoOnde: Livraria Dom Quixote

FERROVIA LIVE

O quê: CuscobayoQuando: 7 de julho, às 22h

O quê: Casa da Vó Festival: Celebra Rock Bento 2Quando: 13 de julho, às 23h

O quê: Especial Tim Maia com VacanamQuando: 20 de julho, às 22h

O quê: Rottenfest Lethal Sense 20 anosQuando: 21 de julho, às 23h

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Com que idade decidistes ser enóloga e porquê?

Decidi ser Enóloga em 1998, com 15 anos. Obtive a graduação pela então denominada Es-cola Agrotécnica Federal Presidente Juscelino Kubitschek, hoje Instituto Federal. Tive a sorte de descobrir cedo a minha vocação e, em modo espontâneo, senti que o mundo do vinho seria o meu mundo e segui em frente!

Atualmente, qual é a tua atividade pro-fissional?

Sou Enóloga Consultora e manager da minha empresa ROSSETTIENOLOGIA, atuo prestando consultoria técnica principalmente na Itália. Por mais de dez anos trabalhei constantemente entre Itália e Brasil, coordenando duas safras no mes-mo ano.

A que atribui o título de Embaixatriz do Espumante Brasileiro na Itália, que você re-cebeu no último mês de abril, na Vinitaly?

Às atividades de promoção e comunicação técnica que realizo há vários anos para a valori-zação dos vinhos espumantes brasileiros. A Itália foi palco de muitas iniciativas que organizei para falar do cenário enológico brasileiro. As de maior destaque foram junto a Embaixada Brasileira, em Roma. Na última Vinitaly, conduzi a apresentação e degustação de espumantes brasileiros no lan-çamento da feira Wine South America, que acon-

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Com a palavra, a

Embaixatriz doEspumante Brasileiro

A Enóloga Monica Rossetti, natural de Bento Gonçalves, que teve seu trabalho reconhecido internacionalmente na Vi-nitaly 2018, ocorrida em Verona, com a outorga do título de Embaixatriz do Espumante Brasileiro na Itália, relata um pou-co dessa trajetória que culminou com a honraria. Ela cursou a faculdade de Enologia e Viticultura no IFRS de Bento Gonçal-ves e agora está finalizando uma especialização em Enologia, Viticultura e Mercados Vitivinícolas na Itália, na universidade de Udine.

tecerá de 26 a 29 de setembro deste ano, em Bento Gonçalves.

Na tua avaliação, o acréscimo de qua-

lidade das bebidas derivadas da uva ela-boradas no Brasil constatado nos últimos anos é decorrente de que fatores?

Acredito que os principais fatores são a entra-da das novas gerações nas empresas vinícolas e o aumento de pesquisa do terroir brasileiro. O conhecimento e a energia dos novos atores do vinho no Brasil estão profissionalizando cada vez mais o setor. Está sendo buscada uma linguagem internacional, tanto para a produção como para a comunicação, principalmente no que diz respeito à elaboração de vinhos com identidade própria. A viticultura se revolucionou no Brasil como efeito desta evolução, e desta forma a melhoria da ma-téria-prima está refletindo na qualidade intrínseca dos produtos.

Entre o antigo endereço em Bento Gon-çalves e o atual, na Itália, houveram outros?

Recentemente, com o meu casamento, me transferi para a Lombardia. Morei dez anos no Vêneto. Antes disto, nos primeiros anos na Itália também morei no Trento e na Toscana. Em 2010 morei por um breve período na França, na região de Champagne.

Fizestes o caminho contrário dos teus

ancestrais que se estabeleceram na Serra Gaúcha voltando para a Itália. Porquê?

Desde criança cultivei uma forte paixão pela Itália, como tantos descendentes de italianos da nossa região. Já no início do curso de Enologia, comecei também o curso de língua italiana e pro-jetei a continuação desses estudos na Itália, seja para ampliar a minha experiência no mundo do vinho, seja para recuperar as origens da minha família. Iniciei as minhas colaboraçoes profissio-nais como assistente durante a vindima e hoje presto consultoria a empresas importantes, em diferentes regiões da Italia. Para completar este percurso, casei na mesma igreja onde casaram os meus antepassados antes de partir para o Bra-sil, foi emocionante!

Teu marido é italiano? Trabalha na área? Agora casada, virás menos ao Brasil?

Sim, meu marido é italiano, se chama Ema-nuele Pellegrini. Nos conhecemos através do vi-nho, ele também trabalha no setor, na produção, com uma vinícola de família na Toscana, e na co-mercialização, dentro da Pellegrini Spa, empresa de importação e distribuição de vinhos na Itália. Pretendo manter a minha ligação com o Brasil, com viagens menos frequentes, mas continuan-do o desenvolvimento de atividades dentro de um projeto chamado UNIVERSOVINO. Sempre que posso levanto a bandeira e a taça do vinho bra-sileiro!

Na noite de 3 de julho, o Conselho Estadual de Cultura (CEC) premiou o empresário Tarcísio Michelon. O objetivo do Troféu do CEC foi home-nagear agentes e instituições culturais que de-sempenharam papel relevante no desenvolvimen-to e promoção do setor no Rio Grande do Sul. Tarcísio Michelon é um dos maiores responsáveis pela transformação de Bento Gonçalves no valo-rizado destino turístico que é hoje. Com espírito empreendedor, é proprietário da rede de hotéis Dall’Onder e idealizador de projetos e estabeleci-

Tarcísio Michelon recebe prêmiodo Conselho Estadual de Cultura

mentos que visam oferecer uma experiência única aos turistas que vêm à cidade.

Os demais contemplados com o Troféu foram: a Associação Chico Lisboa (Artes Plásticas), Bria-ne Bicca (Patrimônio), Evandro Matté e Rogério Beidacki - Ospa (Gestão), Feira do Livro de Morro Reuter (Literatura), filme Cromossomo 21 (Audio-visual), Maçambique de Osório (Tradição e Folclo-re), maestrina Gilca Nocchi Collares (Música), Or-questra Villa-Lobos (Humanidades), Sandra Dani (Artes Cênicas) e Teatro de Arena (Institucional).

Divulgação

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Cine DebateEvento une cinema alternativo ebate-papo todo mês em Bento Gonçalves

Dom Quixote

Em junho, a Livraria Dom Quixote deu início a um projeto de cine-debate em Bento Gonçal-ves. O Cine Debate Dom Quixote tem previsão de acontecer até dezembro e irá promover a exibição mensal de filmes, seguida de debates sobre a te-mática do longa-metragem escolhido.

O projeto é organizado pelo jornalista e escri-tor Rodrigo De Marco, que atua como mediador dos debates após as sessões. Rodrigo afirma que o projeto nasceu da vontade de promover, em Bento Gonçalves, a exibição de filmes alter-nativos que carregam uma mensagem. “Acredi-to que o cine-debate seja importante porque é a oportunidade de reunir pessoas que gostam de cinema numa livraria. Ou seja, a Dom Quixote proporciona a oportunidade de, pelo menos uma vez por mês, assistir a um filme e, entre amigos, conversar e debater, buscando diferentes pontos de vista sobre uma obra”, afirma.

Para a proprietária da livraria e também uma das idealizadoras do projeto, Eunice Pigozzo, o cerne do Cine Debate Dom Quixote é mais uma aposta da livraria, que valoriza aspectos da cultu-ra em Bento Gonçalves. “Proporcionar a oportu-

Rodrigo De Marco, idealizador do projeto, media debates após exibição de filme

nidade de debate a partir de qualquer manifesta-ção artística é o que nos move. Se isso acontecer através de um livro ou filme, tanto melhor, pois são obras artísticas que estabelecem conexões importantes entre as pessoas e facilita a compre-ensão de acontecimentos passa-dos e presentes”, destaca.

O primeiro filme foi exibido no dia 29 de junho e abordou a temá-tica LGBTQ+ através do documen-tário “To Russia With Love”, que aborda uma lei russa que bane a “propaganda de relações sexuais não tradicionais para menores”, aprovada pouco antes da realiza-ção dos Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014. O longa-metragem, uma coprodução entre Rússia e Estados Unidos, foi escolhido dada a visibi-lidade do país pela atual Copa do Mundo de Futebol 2018. Rodrigo é o curador dos filmes.

Na próxima sessão será exibido o longa-metragem argentino “Medianeras”. O fil-

me explora os aspectos da relação virtual de dois moradores solitários de Buenos Aires, abordando a modernidade na era da internet. A obra recebeu os prêmios de melhor filme estrangeiro e melhor diretor no Festival de Gramado de 2011. Em 2015, Rodrigo teve a oportunidade de entrevistar Inés Efron, uma das atrizes, o que contribuirá para o debate pós-sessão. A exibição acontecerá no dia 27 de julho.

Como o primeiro, os filmes serão exibidos em um telão instalado nas dependências da livraria. “A Dom Quixote, no meu entender, é o local ideal para este tipo de evento. Temos que agradecer por ter um espaço tão bacana em Bento Gonçal-ves”, comenta Rodrigo.

A Livraria Dom Quixote está localizada na Rua Treze de Maio, número 581, no Centro. O horário de funcionamento da loja é das 9h às 19h30 to-dos os dias, exceto no domingo.

Anderson Lopes

Cena do longa-metragem argentino “Medianeras”, que será exibido em julho na Livraria Dom Quixote

Divulgação

Rep

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mor, meu Grande Amor. Não chegue na hora marcada. Assim como as canções, como as paixões e as palavras.

Amor, meu Grande Amor. Que chegue assim bem de repente. Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente.

28 de maio de 1997, tocava Barão Vermelho no rá-dio do hospital e eu vinha ao mundo antes do tempo. Diria que este seria o marco, doce e inicial, do meu relacionamento com o rock. Mas, me parece que o caminho para chegar até aqui, nesta página, come-çou bem antes. Vejamos os indícios:

Meus pais namoravam ao som de The Doors, eles contam. Muito provavelmente eu fui obra de um Come on baby, light my fire.

Esse negócio de ficar arrepiada com som de gui-tarras também deve estar relacionada à genética. Meus genes foram encomendados anos antes, traba-lhados pelo espírito rebeldezinho do meu pai que, aos 14 anos, comprou a primeira guitarra, a mesma hoje pendurada na parede do meu quarto. Mas quantos pais foram os rebeldes sem causa antes dos filhos nascerem? Vários. Nada de diferente até aqui. O que muda, muito provavelmente, é que meu pai continuou o mesmo. Até hoje. Eu e ele, 24 anos de diferença, brindando cervejas ao som estridente no fundo. Claro que nem tudo são flores, já que um pai adolescen-te também dá trabalho. Ele que após os 40 comprou uma nova guitarra.

Voltamos ao passado. Meu pai me ensinou a cur-tir os maiores clássicos do rock nacional - e outros que muitas vezes desagradava minha mãe, ela que não esperava ver sua filha cantando a discografia do Camisa de Vênus tão cedo. Mas meu pai cuidava de tudo: da parte técnica, da metodologia na base do radinho, vinil e CD, das histórias e demais informa-ções sobre as bandas e canções que ele mais cur-tiu e queria me apresentar. Raul Seixas, 14 BIS, Casa das Máquinas. Ele gostava mais de Barão e Legião

Fica o convite para conferir as reportagens e entre-vistas já publicadas sobre bandas autorais no site do Integração (www.integracaodaserra.com.br). Leia no formato impresso nas Edições Anteriores ou pesquise no site com a hashtag #nzucchi para conhecer mais de 25 bandas locais ;)

NatáliaZucchi

[email protected]@nataliazucchi

E aí galera! Ganhamos

um espaço para aumentar

o volume! Fui repórter do

Jornal Integração da Serra

durante 18 meses e, nesse

tempo, criei uma série de re-

portagens sobre bandas au-

torais e covers de diferentes

vertentes do rock, formadas

na região da Serra Gaúcha.

Agora é hora de dar conti-

nuidade à publicação deste

conteúdo, com uma pegada

mais pessoal e opinativa.

Minha ideia é ir além dos

limites geográficos e trazer

novidades e referências de

grandes nomes e sucessos

musicais para dentro dessa

coluna, com licença poética,

muitas vezes. O que vocês

acham? Me sigam lá no Ins-

tagram @nataliazucchi e me

contem o que vocês querem

ver por aqui.

Dia Mundial do Rockou Dia dos Pais

Celebra Rock Bento IITrês dias voltados pra gente cultuar o

Dia Mundial do Rock com a segunda edi-ção do Celebra Rock Bento: de 12 a 15 de julho vão ser cheios de shows, parte na Fundação Casa das Artes, na Rua Coberta e outra no Ferrovia Live. Tem tributo a Raul Seixas, shows com bandas locais, cerveja e muito mais. Veja a programação no nosso site e a gente se encontra por lá!

do que Cazuza e Renato Russo, logo eu também. Zé Ramalho, Rita Lee, Kid Abelha - e a gostosa da Pitty. Os nomes são muitos.

Na parte internacional Kiss, Bob Dylan, pitacos de Black Sabbath e Rolling Stones, muito Pink Floyd e Led Zeppelin, os clássicos de Iron Maiden e nada de Metallica, porque meu pai achava muito pesado. Só ouvia falar de Sepultura naquela época e meu pai não tinha nada dos caras. Ele achou que eu não chegaria até o lado obscuro da coisa, até que veio meus 12 anos e eu só passei a ouvir gritaria no quarto, inclu-sive os Black, Thrash e New Metal que ele não aceita até hoje. Então, já com os pendrives e Youtube, ele tentava me converter novamente para algo mais light. Sobre a frequência de indicações musicais, hoje elas chegam por meio do Whatsapp, seja por vídeo ou foto.

Meu pai também me ensinou que música boa é música de qualidade, bem trabalhada, estudada, es-truturada, e que não, necessariamente, é preciso en-tender tecnicamente do assunto para reconhecer uma raridade, bastava sentir. Aquele clichê sobre ouvir com a alma. O conceito me rendeu uma meta desafiadora e cara, iniciada aos 14 anos: experimentar essa ele-vação espiritual em shows ao vivo, dos grandes, ori-ginais, de pura qualidade. Hoje coleciono ingressos, já presenciei mais de 30 bandas internacionais e três delas assisti com meu pai: Black Sabbath em 2013, Deep Purple em 2014 e The Who em 2017.

Posso até arriscar dizer que quem assina essa co-luna, no fundo, é o Rogério, meu pai. O pai mais rock n’ roll.

No dia 13 de julho é celebrado o Dia Mundial do Rock. Para mim, só antecipo o Dia dos Pais.

Veja o pitaco a seguir e até a próxima!

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Show alusivo ao Dia do Rock acontece na Casa das Artes

Tributo a

Em uma homenagem à obra de Raul Seixas, o cantor Rodrigo dos Santos irá se apresentar no dia 12 de julho, às 20h, no Anfiteatro da Fundação Casa das Artes. O evento terá ingressos com valores entre R$ 12 e R$ 26. O show é alusivo ao Dia do Rock, comemorado no dia 13 de julho.

Há 20 anos, Rodrigo dos Santos trabalha como cantor e desde 2001 como cover de Raul Seixas – de lá para cá assina o seu nome artístico como Rodrigo Seixas. O artista revi-ve nos palcos os melhores momen-tos do “Maluco Beleza”, com ênfase

A Secretaria da Cultura realiza nos dias 17 e 23 de julho, às 19 ho-ras, na Fundação Casa das Artes, os Fóruns Setoriais de Cultura. O evento é destinado para cidadãos do município, artistas, produtores e agentes culturais, conselheiros, ges-tores, investidores, simpatizantes e demais protagonistas da cultura de ordem pública, privada, socieda-de civil, entidades jurídicas com ou sem fins lucrativos. A iniciativa tem o intuito de ampliar e democratizar as ações do governo municipal e da sociedade civil.

Além de palestras com foco na formação de plateia, serão reali-zados debates em todas as áreas culturais para validar as demandas e eleger um Conselho para segmen-tos que não possuem representativi-dade. As inscrições para os Fóruns aconteceram no dia 17 de junho.

O Secretário de Cultura, Evandro Soares, ressalta a importância da participação dos segmentos. “Des-sa forma, conseguimos construir um sistema sólido, coeso, que efetive diretrizes, estratégias e ações para os próximos anos, em consonância

Mariana Florêncio

Rodrigo Santos cantará clássicos do roqueiro

Raul Seixas

na fase mais jovem de Raul, mas sem esquecer de sucessos como “Gita”, “Metamorfose Ambulante” e “Há 10 mil anos atrás”.

O evento é uma realização do “Arte Sesc - Cultura por toda parte”, programa que reúne atividades cul-turais desenvolvidas pelo Sesc do Rio Grande do Sul com o objetivo de promover troca de experiências e ampliar o acesso à produção ar-tística.

Os ingressos podem ser obtidos no Sesc Bento Gonçalves, localiza-do na Rua General Cândido da Cos-ta, 88, telefone (54) 3452-6103.

Secretaria de Cultura realizaFóruns Setoriais de Cultura

com o Plano Municipal de Cultura”, ressalta.

Formação de plateiaNo dia 17 de julho, os Fóruns Se-

toriais de Cultura recebem, a partir das 19h15, a palestra “A plateia no olhar do produtor - diferenças de for-mação e democratização”, ministra-da por Luka Ibarra. Com formação profissional em Produção Cultural, Luka vem desde 2015 trabalhando na área, coordenando e produzindo espetáculos nacionais e internacio-nais como Phil Collins, Elton John, Foo Fighters, entre outros. É diretora da empresa Lucida Desenvolvimen-to Cultural.

No dia 23 de julho, a partir das 19h15, Leonardo Amorin Roat abor-da “Formação de plateia, é só de plateia? A ressignificação da função dos agentes culturais na comunida-de de um projeto”. Roat é doutor e mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Atua em diver-sas área das Artes como teatro, au-diovisual, cinema, direção de atores, novas mídias e produção cultural.

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Lela

A jovem é considerada uma das promessas musicais da região, após destaque especial no Festival Brasi-leiro de Música de Rua, em 2017. O contato com o roqueiro aconteceu após mediação do produtor musical da cantora, Nenê Fragato. “Eu sem-pre fui muito fã e me inspiro nele há muitos anos. É uma das minhas prin-cipais referências musicais aqui do Sul e do Brasil também”, conta.

“Pediram se ele toparia dividir os vocais da música “Recordações”, de minha autoria, e para a minha felici-dade, ele aceitou”, afirma. A grava-ção da música aconteceu no estú-dio Goodmusic, em Porto Alegre. A

BrunaBello

[email protected]

“Mas... porque Ovelha?”

Rua Doutor Agnaldo da Silva Leal, 187

Bento Gonçalves

Fone|WhatsApp 54 99174.3555

@ovelhacaféliterário

Pinterest

uitas pessoas questionam isso no Ovelha e a explicação é bem simples e cheia de carinho. Ovelha faz parte da minha história

desde muito cedo. Minha mãe me chamava as-sim todas as vezes que eu a enchia de muitas perguntas. Outro fato que costurou essa história é a lembrança que tenho do café que ela passava todos os dias pela manhã. Preto e forte, passado no saco de pano.

Mas café muito escuro não tem nada a ver com qualidade. Claro que minha mãe não sabia disso naquela época. Cada tipo de torra cumpre um papel determinante no sabor final da bebida. Uma boa torra realça as melhores características de sabor, aroma e acidez de cada tipo de grão.

Torra ClaraA torra clara acentua a acidez e o aroma com

muita suavidade, amenizando o amargor e o cor-po no paladar, pois preserva mais os óleos aro-máticos.

Torra médiaA torra queridinha das grandes cafeterias.

Equilibrada, ela mantém características como acidez, aroma e amargor, acentuando levemente o corpo da bebida. No Ovelha, é essa torra que triunfa, tanto nos métodos passados como nos espressos.

Torra escuraA torra escura tem boas características, mas

nem sempre. Muitas empresas usam da torra es-cura para mascarar defeitos (grão não utilizável, verdes, cascas, folhas, etc..) como cafés tradicio-nais encontrados nos mercados. Mas se o grão estiver ideial, a torra escura deixa a bebida menos ácida, mais amarga e menos encorpada.

Para provar e diferenciar essas torras, te convi-do para conhecer nossos cafés especiais, na rua Agnaldo da Silva Leal, 187, bairro Cidade Alta.

Ah, e obrigada mãe, o apelido e o amor por café veio todo de você!

Beijos!

Duca&

A cantora Lela Rosanelli, de Garibaldi, irá lançar um videoclipe com a participação do líder da banda Cidadão Quem, o cantor e compositor Duca Leindecker. A previsão de lançamento da produção é para o mês de agosto.

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ulga

ção

faixa faz farte do EP da cantora en-titulado “Caminhos” e lançado neste ano. Em julho, a dupla irá gravar o videoclipe para o lançamento oficial da produção em agosto.

A artistaLela Rosanelli Chies é uma jovem

de 25 anos que busca inspirações em gêneros como folk, rock e blues. A artista começou a tocar violão aos 12 anos. “Comecei as aulas de vio-lão aos 12 anos, desde então nunca larguei o instrumento”, conta.

Na adolescência, suas compo-sições começaram a tomar forma. “Como comecei a compor desde os

meus 14 anos, em 2016 gravei meus primeiros sons autorais no home studio de um amigo em Garibaldi. Gravei quase todos os instrumentos desse trabalhos as músicas foram divulgadas no Spotify e YouTube”, destaca.

A artista é formada em Adminis-tração e já trabalhou em banco e em-presa de móveis, mas a paixão pela música falou mais alto. Em 2014, abrgiu uma escola de música em so-ciedade e desde então, a música é sua principal ocupação.

Seu primeiro disco foi lançado em 2016, com 4 faixas compos-tas em inglês. “Por causa do EP, fui

convidada para participar do even-to Sarau das Artes em Porto Alegre, evento que já reuniu Serginho Moah, Adriano Trindade e Rafa da Chimar-ruts, entre outros nomes reconhe-cidos da música. Quando o artista vai para Porto Alegre e retorna para sua cidade, as portas tendem a se abrir mais facilmente”, observa. Para o primeiro EP, a cantora se inspirou em cantores renomados como John Mayer, Eric Clapton, Bob Dylan e Neil Young.

Em 2017, a artista fechou par-ceria com o produtor musical Nenê Fragata para o lançamento do EP “Caminhos”.