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BENTO GONÇALVES | 11 AGOSTO 2020 | EDIÇÃO 233 | ANO 19 Foto: Reprodução Web A PROCURA POR AJUDA PSÍQUICA

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Page 1: A PROCURA POR AJUDA PSÍQUICA...COMPORTAMENTO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 Por: Rodrigo De Marco rodrigo@integracaodaserra.com.br Edição: Kátia Bortolini katia@integracaodaserra.com.br

BENTO GONÇALVES | 11 AGOSTO 2020 | EDIÇÃO 233 | ANO 19

Foto: Reprodução Web

A PROCURA PORAJUDA PSÍQUICA

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COMPORTAMENTO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020

Por: Rodrigo De [email protected]

Edição: Kátia [email protected]

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: [email protected] | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Bimensal | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 | Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. |

Diagramação: Vania Maria Basso | Editor de Fotografia: André Pellizzari | Colaboradores e Colunistas: Ancilla Dall´Onder Zat, Cesar Anderle, Letícia Simioni Schossler, Rogério Gava

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Foto: Pinterest

Por que e para que?oje, além do porquê, a Psiquiatria investiga para que, anualmente, mais de um milhão de pessoas no mundo cometem suicídio. No Brasil, ocorrem cerca de 11 a

12 mil mortes por ano, sendo a segunda causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos. Em Bento Gonçalves, o acréscimo de casos em 2019, de 19 mortes, em relação a 2018, de 11 mortes, preocupa profissionais que atuam na área da saúde mental. Prevenir o suicídio é uma das funções das equipes multidisciplinares dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município. Os CAPS recebem pessoas maiores de 18 anos com ideações sui-cidas, esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão e síndrome do pânico, entre outros transtornos psíquicos.

SUICÍDIOS

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 COMPORTAMENTO 3

Aumento na procura por ajuda

Psicóloga Tatiane Valenti Cattani

A coordenadora do CAPS do bairro Maria Goretti, psicóloga Tatiane Valenti Cattani, expli-ca que mais da metade dos suicídios ocorridos em Bento Gonçalves, em 2018 e 2019, foram de pessoas na faixa etária dos 20 aos 30 e dos 40 aos 50 anos. Tatiane diz que, desde o último mês de maio, aumentaram os encaminhamen-tos por casos de depressão e crises de ansieda-de, que podem levar ao suicídio.

“O isolamento social está acarretando agra-vamento desses sintomas. É a ansiedade pelo emprego e por ficar longe de familiares e ami-gos. Os meses de junho, julho e agosto são os mais difíceis, além do final de ano, de novem-bro a dezembro, que também são meses críti-cos”, explica.

Conforme a coordenadora, jovens e mulhe-res são os que mais têm procurado ajuda no CAPS. “Temos observado aumento de jovens com dificuldades para sair da adolescência e

“Em 2019, ficamos muito assustados com a quantidade de adolescentes de Bento Gonçal-ves tentando suicídio por meio de medicações e ou se automutilando”, relata a médica assis-tente do Caps II, Graciela Castro Sant’Anna, que também atua na UPA do bairro Botafogo como reguladora de leitos psiquiátricos pelo SUS no município. Ela atribui parte desse comporta-mento à tentativa de chamar a atenção dos pais ou responsáveis. “A adolescência, para muitos, é marcada por turbulências da fase de transi-ção entre a infância e a vida adulta, de intensa produção hormonal e de muitas indefinições

Foto: Arquivo Pessoal

encarar a vida adulta. Percebemos que a galera mais jovem vem com essa fragilidade. A parte boa é que, nessa fase, as intervenções são mais leves. Quanto mais tempo se leva para procurar ajuda, pior é. O público feminino é muito maior que o masculino, até porque elas aderem mais ao tratamento”, observa.

Os CAPS trabalham com três modalidades de atendimento: intensivo, semi-intensivo e não intensivo. Se a pessoa frequentou o CAPS mais do que 12 dias no mês é caracterizado como intensivo. Semi é de 12 para menos e não intensivo é o paciente que não é semanal. Ain-da conforme a psicóloga, neste mês de agosto foram retomados os encontros com o grupo de crise, que havia parado em função da pan-demia. Ela acentua que, atualmente, o CAPS do bairro Maria Goretti presta atendimento médi-co e psicológico presencial e online, por vídeo-chamada.

Foto: Reprodução Web

Foto: Arquivo Pessoal

Médica Graciela Castro Sant’Anna

Adolescentes seautomutilando

sobre o futuro. A maioria dos jovens precisa de amparo familiar. Muitos também demandam ajuda psicológica, mesmo à distância”, salienta a médica.

Segundo ela, o preconceito relacionando a psiquiatria ao atendimento de “loucos” dimi-nuiu bastante com o advento da internet. “Hoje, em função da pandemia, tem muita gente fa-zendo sessão por meio de vídeo chamada. Se tu tens um bom vínculo com o terapeuta, é vá-lido procurar essa ajuda. Saliento que estamos na UPA 24 horas, sempre à disposição”, afirma Graciela.

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COMPORTAMENTO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 20204

“Houve uma retração nos atendimentos nos primeiros meses da pandemia, o que parece ter se estendido também a outras especialidades. Não obstante, o isolamen-to social e suas consequências, como o au-mento do consumo alcoólico, da violência doméstica, o desemprego e os problemas financeiros decorrentes, podem gerar uma maior ocorrência de transtornos mentais em pessoas mais vulneráveis. Com isso, es-pera-se uma maior procura por atendimen-tos nos próximos meses. A intensidade e a frequência dos atendimentos podem variar. Vale dizer, por exemplo, que alguns proble-mas mentais têm um padrão e curso relacio-nados à sazonalidade, como, por exemplo, estados depressivos costumam piorar no inverno”. A interpretação é do médico psi-quiatra Jose Luiz de Medeiros, de extenso currículo na área.

Segundo ele, a depressão, principal cau-

10 de setembro é o Dia Mundial de Combate ao Sui-cídio. Foi pensando na importância de abordar o tema de uma forma mais ampla para a sociedade que, em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina - CFM, criou oficialmen-te o Setembro Amarelo.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a trans-tornos mentais.

A fita amarela foi escolhida como símbolo do progra-ma que incentiva aqueles que têm pensamentos suici-das a buscar ajuda. Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida - CVV oferece aten-dimento voluntário e gratuito 24 horas por dia a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas. “Mesmo que você não tenha certeza de que precisa de nossa ajuda, não tenha receios em entrar em contato com a gente. Um de nossos volun-tários estará à sua disposição”, explica a equipe do site www.cvv.org.br. A organização, uma das mais antigas do País, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 e também por chat, e-mail e pessoalmente.

“Identifica-se a ocorrência de doenças mentais em pelo menos 90% dos suicídios”

sa de suicídio, pode ser identificada por sinais e sintomas como alterações do sono e do apetite, perda de interesse e prazer, diminui-ção da energia, retraimento social, baixa au-toestima, sentimento de culpa, desesperança e abuso de álcool e outras drogas.

O médico cita ainda outras doenças e transtornos que podem levar a pessoa à mor-te, caso não procurar ajuda médica. “Inúme-ras doenças mentais geram um grande so-frimento e incapacidade. Entre elas destaco os Transtornos de Ansiedade e o Alcoolismo, ambos muito prevalentes na população. O suicídio é um grave problema de saúde pú-blica e tem sido um desafio aos médicos com-preender e preveni-lo. A cada ano, cerca de 1 milhão de pessoas se mata. Entre os diver-sos fatores correlacionados são relevantes a genética e o histórico familiar, a presença de doenças mentais, assim como estressores so-cioeconômicos”, salienta. Psiquiatra Jose Luiz de Medeiros

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Pinterest

Setembro Amarelo

Busca por ajuda

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 COMPORTAMENTO 5

A vida interrompida aos 18Era uma manhã como tantas outras cinzen-

tas, de um domingo de inverno, quando o silên-cio que predominava no bairro Progresso foi in-terrompido por sirenes, gritos e aglomeração da vizinhança em frente à casa da família Damiani, motivada pela presença de policiais e do Instituto Médico Legal (IML). Até então ninguém sabia o que havia ocorrido. Em pouco tempo, no entan-to, os fatos viriam à tona. Naquele 28 de julho do ano de 2010, a vida de uma família mudaria para sempre. Vinícius Damiani, de apenas 18 anos, ha-via acertado a própria cabeça com um tiro. Hoje, 10 anos após a morte do irmão, a caçula da fa-mília, Bárbara Damiani, 21 anos, conversou com o Integração da Serra sobre o ocorrido e como foi a superação da perda de um irmão. Não são poucos adjetivos que sintetizam quem era Viní-cius. Alegre, querido, amigo, solidário, sorriden-te, parceiro. Essas são algumas palavras ditas por Bárbara, emocionada. Ela conta que Vini, como era carinhosamente chamado, sempre foi uma pessoa repleta de luz e muito amor.

Domingo cinzento Naquela manhã, Bárbara e os pais estavam na

chácara da família, onde normalmente passavam os finais de semana, quando foram avisados pela irmã Kelen, na época com 26 anos, que alguma coisa teria acontecido com Vinícius.

“Foi horrível. Quando chegamos, o carro dele estava na frente da casa, descartando a possibili-dade de acidente. A gente queria entrar na casa para ver, mas tinha a perícia dentro. A minha irmã estava indo para Caxias do Sul, quando foi avisada pelo meu primo que morava no primeiro andar da residência. Ele desceu as escadas e ouviu ge-

midos, mas pensou que o Vini estava com alguém. Quando vol-tou, sentiu que havia algo estra-nho. Bateu na janela e ninguém res-

pondeu. Foi então que resolveu arrombar e con-seguiu entrar na casa. De imediato, se deparou com Vini, coberto de sangue, em cima da cama, com os pés para baixo. Logo chamou o SAMU”.

O jovem ficou ainda alguns dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospi-tal Tacchini, vindo a ter a morte encefálica confir-mada naquela mesma semana.

Os sinais Bárbara, ao longo da entrevista, não escon-

deu as lágrimas ao recordar o irmão. De acordo com ela, alguns sinais apontavam que Vinícius não estava bem, mas ele negava ajuda médica.

“Eu tinha 12 anos. Não entendia muito bem, sabia que devia dar apoio aos meus pais. Depois entendi que era uma coisa que ia acontecer cedo ou tarde, em decorrência da convivência familiar. Não sabia como ajudar. Era mais minha mãe que conversava com ele e ela não conseguia muito também. Hoje, recordando o comportamento que ele tinha, era óbvio que dava sinais, mas não tínhamos esse conhecimento. Ele falava, princi-palmente naquele mês de julho, que ia se matar. Meu pai dizia que ele poderia ficar com a casa,

que não precisava sair de casa, mas ele dizia que não ia ficar e que também não iam ter a presença dele. Ele afirmava que a vida não tinha sentido”, diz.

A união da família Segundo Bárbara, a união da família foi essen-

cial para superar a dor da morte. “A minha mãe é bem religiosa, conseguimos seguir pela união, nos unimos muito mais e nos damos apoio. Nós começamos a entender a realidade e observar até as atitudes que poderíamos melhorar e fazer coi-sas melhores pensando nele. A união que tivemos deu o suporte a mais. A minha irmã saiu de casa, então eu fiquei e ajudei todo mundo”, afirma. Ela ressalta que campanhas voltadas à preven-ção do suicídio, como a do Setembro Amarelo, são super válidas. “Se na época tivéssemos mais informações, talvez pudéssemos ter evitado o que ocorreu. Até hoje é um tabu falar sobre isso. E é algo que acontece. Quanto mais falarmos e soubermos sobre o assunto, mais fácil será para tratar. É difícil saber o que acontece na cabecinha da pessoa. É sempre muito válido falar sobre isso”, complementa.

Fotos: Arquivo Pessoal

Bárbara Damiani Vinícius Damiani

Vinícius Damiani

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COMPORTAMENTO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 20206

LetíciaSimioni

Psicóloga - CRP 07/23986

Especialista em Psicologia Clínica - Ênfase em Psicanálise

Especialização em Constelações Familiares - Hellinger Schule (em

andamento)

Contato: (54) 99121.3633

@psicologaleticiass

Schossler

SUICÍDIO

Quem “morre” junto?

uicídio e perguntas andam de mãos da-das... aquele que decidiu ir em definitivo

leva consigo, e para sempre, muitas respos-tas. Aos que ficam, restam muitas dúvidas e uma única certeza, de que nada nunca mais será como antes.

Quando se fala em suicídio, muito se aborda sobre a prevenção, dando por ve-zes pouca ênfase à posvenção, que se trata de um cuidado com aqueles que perderam seu amor, filho, familiar. Quando alguém se suicida, “ a estimativa mais comum revela que existem seis sobreviventes para cada morte por suicídio” (Flexhaug e Yazganoglu, 2008, p.17). A vida daqueles que perderam um ente querido através dessa situação fica profundamente marcada, não apenas pelos incessantes questionamentos internos com o intuito de tentar compreender o ato, mas

também por medos (ex.: repetição), tristeza, raiva, vergonha, revolta, culpa, arrependimentos, dentre tantos outros.

O suposto fim do sofrimento daquele que se suicidou é o início de uma longa trajetória para aque-

les que ficaram, a fim de que não apenas

tornem sua existência marcada pela sobrevi-vência à tragédia, que é perder alguém que se ama a partir de uma autoaniquilação. Mas, que seja possível, com o devido suporte humano e profissional, falar e ser escutado quantas e quantas vezes forem necessárias rumo ao ressignificar, buscando encontrar um sentido para seguir diferente. Manter-se calado e igno-rar as próprias dores pode agravar e muito a situação, desde o nível psíquico, chegando até o nível psicossomático, em que o corpo físico começa a produzir sintomas em resposta àqui-lo que se passa dentro do sujeito.

Quem nega as próprias dores caminha rumo à solidão, amplia e mantém os confli-tos internos, ao invés de ressignificar o que se passa dentro, com tanta intensidade. Segundo Bert Hellinger, “tudo que rejeitamos, apodera--se de nós. Tudo o que respeitamos, deixa-nos livres”. Portanto, é importante olhar juntos, com o devido suporte, para a construção de vínculo terapêutico. Respeitar o tempo indi-vidual de cada um, em seu próprio tempo de luto, pode auxiliar e muito a mudar o rumo da caminhada. Talvez até possa evitar que outras mortes simbólicas e internas aconteçam junto com a morte concreta daquele que se foi.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 7SOLIDARIEDADE

O Projeto Circulo Solidário, do Círculo Bento Gonçalvense, do úl-timo mês de junho até agora, ar-recadou mais de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, 50 kits de limpeza e 670 agasalhos, desti-nados ao acréscimo da demanda de ações beneficentes dos centros espíritas Nossa Casa e Lar da Cari-dade, acarretado pela pandemia do Coronavírus. Muitos voluntários moradores da comunidade contri-buíram para essa arrecadação co-ordenada pelo projeto, criado em 1999 com o objetivo de auxiliar ações promovidas por entidades assistenciais do município.

O administrador Paulo Rocca, salienta que o círculo é uma orga-nização privada, autônoma, sem fins lucrativos, instituída em 1937 com o apoio da então Paróquia Santo Antônio, hoje Santuário, para prestar atendimento médico, odontológico, jurídico e humanitá-rio aos associados. Ele ressalta que, durante boa parte de sua história, a entidade contribuiu para a forma-ção profissional de muitas lideran-ças de Bento Gonçalves. “Apesar do consistente histórico, estamos sem-pre trabalhando para mostrar que o Círculo é da comunidade e que se trabalha para a comunidade. O Cír-culo não visa lucro”, salienta Rocca. Atualmente, o Círculo atende cerca de 1.200 pessoas, entre 670 asso-ciados titulares e familiares.

CÍRCULO SOLIDÁRIO

Projeto auxilia ações promovidaspor entidades assistenciais

O associado do Círculo tem acesso a convênios com profissionais da Medicina, Odontologia, Fi-sioterapia, Psicologia, Fonoaudiologia e Nutrição. Também tem acesso a convênios com óticas, aca-demias, farmácias e clínicas de exames laboratoriais e imagens, com descontos que variam de 10 a 50%.

No prédio do Círculo, situado na rua Gene-ral Gomes Carneiro, 232 o associado tem acesso a atendimentos de Clinico Geral, Ginecologista, Den-tista, Fisioterapeuta, Massoterapeuta, Nutricionista, Psicóloga e a sessões de terapias complementares, como Acupuntura, Florais, Reiki, Constelação Fami-liar, Biomagnetismo, Dietoterapia, Pedras Quentes, Biodança e também a aulas de Meditação e Yoga. Não há carência para o uso dos benefícios em con-sultas e exames.

Fotos: Divulgação

Sobre o Círculo e seus benefícios para sóciosOs valores praticados no ano de 2020 são os

seguintes: Taxa de inscrição R$27,00 (pagamento único, no ato da associação), Mensalidade R$ 46,90, para Titular, cônjuge e filhos menores. Caso o titular tenha interesse, pode adicionar filhos maiores de 18 anos, pais e sogros como dependentes, mediante o pagamento mensal adicional de R$17,10 cada. O Círculo conta ainda com um Seguro de Acidentes Pessoais, para o titular acrescenta R$ 5,90, para os dependentes acrescenta R$ 9,90.

O Círculo Bento Gonçalvense é uma assistência à saúde, que oferece descontos em consultas e exa-mes. O desconto varia de acordo com o profissional, e é de 10 a 50%. Por exemplo, em vez de pagar R$ 300,00, o associado poderá pagar de R$ 150,00 a R$ 270,00.

Paulo Rocca, administrador do Círculo Doações destinadas a entidades assistenciais

www.mercadodaqui.com.br

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020REFLEXÃO8

abe-se que a vida é uma jornada

construída de forma singular pelo

ser humano. Entretanto, toda jornada pode

apresentar bons e maus momentos, com

dias de sol e de chuva, alegrias e tristezas,

probabilidade de encontros e desencon-

tros.

A pandemia, não esperada, trouxe mui-

tas dificuldades e restrições ao cotidiano,

dito “normal” de cada um. Por uma questão

de sobrevivência foi preciso “parar” em al-

gumas circunstâncias, oportunizando mais

tempo para a “solidariedade” humana, o

que merece aplausos. Esta foi o destaque,

mas não foi só, pois permitiu aflorar a cria-

tividade.

Aliás, ao falar em criatividade, associa-se

de imediato às obras de arte, às alegorias

das escolas de samba em figurativos des-

files, ou a uma obra literária de destaque,

entre outras criações. Na pandemia, emer-

giram ações criativas de natureza diversa.

Observa-se o interesse dos pesquisado-

res na busca de uma vacina, da área médica

para curar, da área tecnológica adaptando

ou criando equipamentos, do reaproveita-

mento de produtos ou sua transformação,

de pessoas costurando máscaras e tantas

Criatividade na pandemia

AncillaDall Onder

[email protected]

Zat

A pandemia,

não esperada,

trouxe muitas

dificuldades e

restrições ao

cotidiano,

dito “normal”

de cada um.

outras formas criativas, nascidas de uma

situação-problema, mas guiada pela soli-

dariedade.

Ser criativo é fazer algo simples e com-

plexo ao mesmo tempo: algumas empresas

se reinventaram; o desempregado virou

empreendedor, resgatando habilidades es-

quecidas; uma receita que fora deixada de

lado; a reaproximação com familiares dis-

tantes; reencontro virtual de amigos; um

aceno ou fazer as compras para os vizinhos

idosos. É possível que essa situação desper-

te novos valores e, principalmente, a convi-

vência familiar.

Apesar das dificuldades, a pandemia

criou maior espaço de tempo de convivên-

cia dos pais com os filhos pequenos, inte-

ragindo em diferentes momentos. É uma

oportunidade de comunicação entre pais

e filhos, auxiliando a estes como entender

melhor as informações e o mundo que os

rodeia, desenvolvendo o seu potencial, in-

clusive o criativo. Ser criativo possibilita à

criança resolver seus problemas na escola,

no trabalho e na vida.

Na perplexidade do problema, emer-

gem valores e soluções criativas para uma

sociedade mais humana: é uma esperança!

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 9REFLEXÃO

CésarAnderle

Diretor da Anderle Transportes

Foto

: Hél

io A

lexa

ndre

Fot

ogra

fia Empreendedorismo emtempos de pandemia

Empreender é muito

mais que colocar

recursos à disposição

de um negócio.

Empreender é estar

atento ao que a

comunidade necessita.

omento delicado esse que estamos vi-vendo. Como poderíamos prever uma

situação destas? Acredito que não se passava pela nossas mentes. Poderíamos pensar em crise econômica, inflação alta, desemprego por falta de vendas internas (país) ou externas (mundo), conflitos políticos, manobras governamentais e repressão de um ou outro estado do nosso “continente” país chamado Brasil... Pois não, a crise adentrou nossas empresas e nossos lares por meio de uma pandemia chamada Covid-19. Entendo a gravidade do vírus, se tratando de saúde pública. Também compreendo perfeita-mente o estrago que fará em nossa economia. Todos nós, cidadãos, com conhecimento ou não, percebemos que existe muito embalo po-lítico nas decisões governamentais para este ou aquele lado, ou seja, distanciamento, máscaras, cuidar do outro e cuidar de si. Eu aqui expresso a minha opinião clara, de que se faz necessário, sim, cuidar do outro. Assim é que iremos avan-çar como sociedade em todos os sentidos. As economias mais fortes do mundo alcançaram o topo dessa maneira, cuidando do outro, assim cuidam de si.

Precisamos usar máscaras, cuidar do distan-ciamento entre as pessoas, proteger os seres humanos. Mas para que isso ocorra, numa so-ciedade que está ávida em alcançar o progresso, se faz necessário cuidar também da economia da cidade, das empresas, do pequeno, médio e grande empresário, iniciativas de “compre aqui”, “valorize a empresa da sua região”, “circule di-nheiro entre as empresas da sua comunidade”, “compre no mercado da sua esquina, do seu bairro”, isso é excelente para fortalecer nossa economia. Podemos, a partir disso, estender para produtos do nosso estado e do nosso país.

Para avançarmos e aos poucos retomarmos a normalidade das coisas, precisamos olhar aten-tamente ao que o público está necessitando nesse momento: atenção, desconto, produtos de qualidade, atendimento particular, produtos em baixa escala (para o consumo da semana), entregas pontuais, em casa, na empresa, objeti-vidade e rapidez na venda.

Em todas as crises, podemos criar empresas, negócios, lanches rápidos, compras de mercado ao toque de um telefonema, por app ou por e--mail, quem sabe. As pessoas, estando em casa,

podem perceber que estão consumindo muita energia elétrica, gastando água em demasia e que deve ter algo estranho nas instalações. O bem-estar de viver em harmonia com a nature-za pode estar querendo contratar um profissio-nal que ornamente melhor o seu jardim.

Todo empreendimento tem que ver um ponto fundamental. O que eu posso entregar para o meu cliente? Novidade, curiosidade, prestação de serviço, atenção, conhecimento no produto que estou vendendo.

O desafio é, num primeiro momento, olhar para as pessoas, como elas se deslocam, para onde estão indo, o que fazem para ir, o que elas precisam para se sentir melhor e a partir deste ponto se perguntar: o que eu posso fazer para ajudar, o que eu posso vender para satisfazê--las?

Empreender é muito mais que colocar re-cursos à disposição de um negócio. Empreen-der é estar atento ao que a comunidade neces-sita. A prestação de serviços deve ter destaque nesses tempos.

Estamos passando por um momento em que não adianta deixar nossas economias guar-dadas em poupança. Os juros não compensam e nunca compensaram. É somente uma ilusão de estar ganhando dinheiro. Iremos fazer, de fato, render nossas economias se colocarmos em ação estes recursos, oferecendo produtos e serviços às pessoas que querem adquirir bem--estar, comodidade, bens, turismo, conheci-mento.

Não desanime. Precisamos movimentar a economia, com passos sólidos, com bases for-tes, com dedicação, honestidade, maestria e trabalho. Não nos deixemos influenciar por pensamentos pequenos, de já perdeu, não irá dar certo. Devemos criar e fomentar energia po-sitiva.

Empreendendo, daremos oportunidade para novos empregos, faremos com que a eco-nomia retome, avance e encontre terras férteis para a semeadura do bem, seremos pessoas melhores e faremos a positividade retornar à nossa cidade. Somos capazes e acredito na sua capacidade.

Vá lá e faça.

Sucesso!

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020

CDL-BG: qualificação ensina a gerenciaras emoções no mundo dos negócios

QUALIFICAÇÃO10

Foto: FreepikGerenciar as próprias emoções

pode ser uma das maiores dificul-dades no mundo dos negócios. Po-rém, ser bem sucedido nas relações interpessoais é imprescindível para o bom desempenho profissional. Por isso, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves, junto à Univer-sidade de Caxias do Sul, oferece o curso ‘Gestão das Emoções no Com-portamento e nas Relações Interpes-soais’.

Sob a instrução do master coach e head trainer Dale Brant, a capacita-ção ocorre de 18 a 24 de agosto, com aulas síncronas na segunda, terça, quarta e quinta-feira, das 19h às 22h, através da plataforma on-line Goo-gle Hangouts Meet. Sua proposta é desenvolver o autoconhecimento por meio de diversas ferramentas de coaching, identificando padrões mentais que precisam ser decifrados e necessitam de treinamento.

Associados da CDL, acadêmicos

e egressos da UCS efetuam a inscri-ção pelo valor de R$ 367,00. Os não associados podem se inscrever pelo custo de R$ 408,00. Podem participar também equipes corporativas.

As inscrições podem ser feitas

até o dia 17 de agosto através do link disponível no site da CDL-BG, na aba ‘Treinamento’, ou em https://bit.ly/3eFdhsW. Mais informações pelo fone (54) 3455-0555 ou pelo e-mail [email protected].

Agenda CDL-BG parapróximos treinamentos

A CDL-BG também prepara ou-tras duas capacitações para o mês de setembro. Nos dias 14, 21 e 28, o jor-nalista e consultor na área de comu-nicação, Renato de Oliveira Martins, apresentará o curso ‘Gestão da Cria-tividade’. Já, de 15 a 29 do próximo mês, o curso ‘Comunicação Assertiva para Liderança e Desenvolvimento de Equipes’ trará uma visão sobre a maior eficácia na comunicação inter-na e externa da empresa – à medida que desenvolve a habilidade de se expressar de forma assertiva para criar e manter os resultados deseja-dos. A qualificação será ministrada pela doutoranda e mestre em Admi-nistração pela Universidade de Ca-xias do Sul, Verena Alice Borelli.

Saiba como se inscrever nessas qualificações no site www.cdlbento.com.br/cdl-treinamento.

Page 11: A PROCURA POR AJUDA PSÍQUICA...COMPORTAMENTO JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 Por: Rodrigo De Marco rodrigo@integracaodaserra.com.br Edição: Kátia Bortolini katia@integracaodaserra.com.br

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 11PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Foto: Divulgação Prefeitura de Bento Gonçalves

Casarão centenário de Tuiuty vai sediar Centro Cultural

A casa centenária que sediava a subprefeitura de Tuiuty, distrito de Bento Gonçalves, vai sediar um Cen-tro Cultural. A obra será realizada pela empresa Construvia Serviços de Reformas Prediais Eireli, com investi-mento de R$ 817.606,04, financiada pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul como patrocinadores Transportes Dumar Ltda, Casttini Móveis, Monofrio e An-derle Transportes. A previsão da tér-mino é de 12 meses.

A estrutura do Centro Cultural Tuiuty da edificação, com área total de 454,49 m², irá contar com sala multiuso, quatro salas de oficinas, sala de leitura e acervo, sala de trei-namento, dois depósitos, recepção, sala de administração e acessibilida-de (inclusão de elevador no prédio).

O casarão, localizado na Estrada Uva e Vinho, no coração da comu-nidade, desmoronava-se ao olhar de quem por ela passava. Seus pri-

meiros proprietários foram Orestes Tomasi e Atílio Pompermayer. A re-sidência já foi frigorífico, açougue, casa comercial e ferraria, antes de se tornar patrimônio público e sede ad-ministrativa do distrito, por meio de uma permuta entre Pompermayer e a prefeitura, em1979, na adminis-tração de Fortunato Janir Rizzardo (PDT).

Como subprefeitura, abrigou correio, central telefônica e posto de saúde. Também foi residência do subprefeito de Tuiuty, em 1994. O administrativo da subprefeitura de Tuiuty trocou de endereço na gestão de Alcindo Gabrielli (PMDB), exerci-da de 2005 a 2008, mediante a pre-cariedade do casarão.

O prédio, de três pavimentos, construído com pedra, tijolo e ma-deira, foi inventariado como patri-mônio histórico da imigração italia-na em 1994, em levantamento do patrimônio cultural do Rio Grande

do Sul, realizado em conjunto entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e o Insti-tuto de Patrimônio Histórico e Artís-tico Nacional (IPHAN).

Scagliola: particularidadehistóricaO casarão tem uma particularida-

de histórica: a superfície da parede

de um ambiente situado no primeiro pavimento do prédio é ornamenta-da com scagliola, técnica de imita-ção de mármore, presente na região da Serra Gaúcha apenas em residên-cias antigas de famílias muito abas-tadas. O ornamento também é visto em parte da parede externa da casa. A palavra scagliola deriva-se de sca-glia, italiano, “lasca de mármore”.

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020ARTE12

Foto: Arquivo Pessoal

l Fisioterapia Convencional

l Fisioterapia Domiciliar

l Fisioterapia do Trabalho

l Pilates Contemporâneo

(solo e aparelhos)

l Traumato Ortopédica

l Pré e Pós Operatório

l Geriátrica

l Neurológica

l Respiratória

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(agulhamento a seco)

l Ventosaterapia

l Treino Funcional

54 99930.6579

/reforcefisio Reforce Pilates e Fisioterapia

Av. Osvaldo Aranha, 381, térreo, em frente ao IFRS

Estacionamento próprio

BEm-ESTAR TRAnSCEnDE nãO SEnTIR DORES

l Bandagem Terapêutica

Funcional

os últimos meses, a pandemia do coronavírus tem forçado a sociedade a se adaptar a um novo modelo de vida. A rede de ensino, como foi mencionado numa reportagem veiculada

na última edição do jornal, sofreu um grande impacto, tendo que iniciar um processo de adaptação e com aulas no formato online. Com os professores do mundo das artes não foi diferente. A ne-cessidade de continuar trabalhando e mantendo o vínculo com os alunos foi a chave para que o ensino online surgisse como uma alternativa. O Integração da Serra conversou com a diretora e pro-fessora da Aplausos Studio de Dança, Deise Ceccagno, 40 anos, e também com o desenhista Douglas Garcia, 37 anos, que explica-ram sobre os novos formatos de ensino aplicados em plataformas onlines.

Por Rodrigo De [email protected]@sr_demarco

A artena pandemia

Bailarina Deise Ceccagno

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 13ARTE

De que forma a escola de vocês se adaptou à nova realidade imposta pela pandemia?

Estamos tentando, de toda for-ma, manter a escola aberta. Nossa escola Aplausos mudou de endere-ço em março, logo no início da pan-demia. Isso fez com que tivéssemos custos a mais, além do aluguel, a re-forma e a preparação da sala nova. Ao mesmo tempo, com a escola fe-chada, não tínhamos mais a receita das mensalidades. Foi uma fase mui-to difícil.

Hoje a escola conta com quantos alunos?

Em fevereiro tínhamos 30 alunas. Em maio, quando conseguimos vol-tar às aulas presenciais, e até hoje, temos 9 alunas.

Quais foram as estratégias utilizadas para driblar esse momento de dificuldades?

A técnica do ballet é muito deta-lhista. Ficamos com receio de dar au-las online e as alunas criarem lesões, em função do piso e espaço que têm

Sobre Deise Deise é formada em Arte Educa-

ção pela UCS e tem Especialização em Moda, pelo Senac – Porto Alegre. Além de professora, também dese-nha os figurinos dos espetáculos e confecciona os adereços. Na dança, tem formação em ballet no Studio Patrícia Johnson, e depois na Dora Ballet, em Caxias do Sul. Além de vários cursos e oficinas com outros mestres. Também dançou outras modalidades: dança contemporâ-nea, jazz, dança árabe, sapateado.

54 2621.4868 | www.fluxocon.com.brRua Gomes Carneiro, 436 | Sala 21 | Edifício Marcello | Bento Gonçalves

Escolas participantes do movimento Somos Dança Bento: l Aplausos Studio de Dança l Bailarina Centro de Dança l Bailarte Escola de Ballet l Cris Bristot Escola de Dança l Essenci Dança e Movimento l Nina Aver Studio de Dança l P1oito Estúdio de Dança l Sala de Ensaio l Via Attiva

Escolas de dança pedem ajuda

Link da vakinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/somos-danca-bento

Deise Ceccagno e a também bailarina Patrícia Larentis coorde-nam a Aplausos Studio de Dança, uma conceituada escola de Bento Gonçalves. Atuando como professora de ballet há pelo menos 24 anos, Deise é uma das mais reconhecidas profissio-nais da região. Com as dificuldades impostas pela pandemia, a escola, assim como outras da cidade, perdeu alunos. Novos modelos de ensino foram repensados. Nesta entrevista, Deise comenta sobre o atual momento dos professores de dança no município e sobre o movimento Somos Dança Bento, que surgiu a partir da união dos professores da cidade.

em casa, ou repetirem movimentos errados.

Vocês estão realizando lives e mantendo esse contato próximo com os alunos?

Fiz algumas aulas ao vivo no Ins-tagram, disponíveis no meu perfil, para que as alunas, que estão em casa e não podem participar das au-las presenciais, possam se manter ativas.

Fale sobre o movimento Somos Dança Bento, que integra os bailarinos da cidade. Como foi

que nasceu a ideia do movimento e quais as perspectivas?

O movimento Somos Dança Bento surgiu da união de todos os diretores de escolas de dança de Bento Gonçalves. Todas estão com as mesmas dificuldades financeiras, o que pode fazer com que os espaços fechem em pouco tempo. Faremos uma live, uma Mostra de Dança, nos dias 15 e 16 de agosto, às 19h. No dia 15 será transmitida pelo Ins-tagram do @somosdançaBento. No dia 16, nas páginas das escolas no Facebook.

Também temos uma vakinha

online arrecadando doações, que iremos usar para ajudar a manter as escolas e espaços de dança funcio-nando nesse período. Pedimos a to-dos que puderem, alunos, ex-alunos, familiares e amigos, todos que já fizeram aulas de dança em todas as escolas, para divulgar o movimento e contribuir com nossa vakinha. Nos-sa arte traz saúde física e mental para crianças e adultos e muda a qualida-de de vida das pessoas, além de es-timular o público que se encanta e se transforma assistindo aos espetá-culos. Não podemos deixar essa arte morrer em Bento.

Fotos: Arquivo PessoalDiretora da Aplausos, Deise Ceccagno

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020ARTE14

O desenho no formato online

O desenhista Douglas Garcia é uma das referências na cidade, com técnica apurada em desenhos voltados para a figura humana. Com a pandemia, algumas questões profissionais foram repensadas e adaptadas. As aulas práticas e no formato presencial deram lugar para o online. Mesmo com uma quantidade menor de alunos, o trabalho do desenhista continua firme nesse novo método de ensinar.

Foto: Arquivo Pessoal

Desenhista Douglas Garcia

Há quanto tempo é professor de desenho?

Comecei a dar aula, em Bento Gonçalves, em 2009. Antes já havia começado um projeto de aula na periferia de Pelotas, por volta de 2003, embora de curta duração.

Conte brevemente sobre tua trajetória na arte.

Comecei a “vender” meu traba-lho para pequenos comércios em Pelotas, cidade onde nasci. Desde fachadas em lona pintadas a mão e ilustrações a fanzines. Depois acabei trabalhando em uma editora com história em quadrinhos (editora Fan-zona), jornal de humor (+ou- Digra-ça) e animação 2D (Estúdio Laços).

Quando vim para Bento, continuei trabalhando em um jornal de humor local, que teve vida curta (100 Cen-sura), fazendo freelancer para pu-blicidade, história em quadrinhos, aulas de desenho na escola Micael Biasin Escola de Arte, estudos, e as-sim tem sido.

Com a pandemia, as formas de ensino foram adaptadas. De que forma a escola se adaptou a essa nova realidade?

Nos reunimos por vídeoconfe-

rência para discutir as possiblidades de adaptação para cada curso, cada método, de cada professor, e acaba-mos migrando as aulas presenciais para formato online até que pos-samos voltar com segurança para o método presencial. Uns optaram por alguns apps, outros por outros, como Zoom, Hangout e WhatsApp. Imaginando uma possível volta para aula presencial pós-pandemia, o professor Micael Biasin já adequou a escola com álcool gel, tapete sani-tizante, substituição das toalhas de tecido por papel, canecas por copos descartáveis, e todas as medidas para manter a segurança dos alunos.

Conte sobre como está sendo

esse novo processo de ensino.Tentamos adaptar da melhor

forma possível. Tivemos dificulda-des diferentes, para métodos tam-bém diferentes. Hoje estamos bem mais adaptados. Para o meu curso de figura humana e fundamentos, acredito que consegui adaptar bem, já que uso uma mesa digitalizadora e a tela espelhada do Photoshop, permitindo que o aluno veja cada traço que faço em detalhe, enquan-to vou explicando. Fora essa didáti-ca, ainda envio apostilas para cada módulo novo que começamos, de-safios criativos e motores após cada aula e análises e orientações sobre dúvidas nos exercícios aplicados.

Tu estás tendo uma média de quantas horas de aula por semana?

Muitos alunos foram afetados pela pandemia, passando por maio-res dificuldades financeiras, proble-mas com emprego, entre outros. Com isso, as turmas acabaram redu-zindo seu tamanho. Hoje tenho uma média de 5 horas de aula por sema-na com os cursos que começaram no início do ano.

Como professor, quais têm sido os maiores desafios nesse período de distanciamento social?

Creio que adaptar algumas téc-nicas (como os que usam tinta so-bre papel) a boas ferramentas de suporte que leve clareza ao aluno (mais de uma forma/aparelho para captura da imagem) seja uma de-las, tendo em vista que essa adap-tabilidade exige recursos que os tempos de pandemia nos tomaram em grande medida. Muitos alunos ainda confiam mais no método pre-

Aulas de Desenho online com Douglas Garcia

Foto: Arquivo Pessoal

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sencial. Mudar essa percepção e ge-rar confiança também nos cursos a distância é um dos novos exercícios que temos de enfrentar, já que com a pandemia - e mesmo sem ela - esse método a distância será uma nova oferta de curso doravante.

As aulas de desenho estão ocorrendo totalmente no formato online?

A maioria das aulas estão acon-tecendo online. Fizemos reuniões mensais por vídeoconferência para debatermos os rumos das aulas, os decretos, tanto estadual como municipal, e sempre pensamos na segurança dos nossos alunos em primeiro lugar. Alguns professores já realizaram aulas experimentais e adaptadas conforme os parâmetros do decreto numa gradual retomada, outros - como no meu caso - ainda se mantiveram totalmente online, através da plataforma Google Han-gout. Passo todo o conteúdo dese-nhado na tela do meu PC, através do Photoshop e mesa digitalizadora (que me dá maior precisão para de-senhar), enquanto converso com os alunos. Eles enviam os resultados ob-

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 11 de Agosto 2020 15ARTE

tidos, fotografando seus desenhos e enviando pelo celular, via WhatsApp. Ao final da aula, eu envio o conteúdo desenhado e também as apostilas e temas/desafios da semana por What-sApp do grupo ou Google Drive.

Costumas realizar lives com os alunos?

Lives não. Muitos alunos se sen-tem tímidos na hora de desenhar. Então, busco preservá-los, até que sintam maior segurança em mostrar seus trabalhos.

Quais são as projeções para esse ano e o que espera para 2021?

Teremos cursos novos chegando, além dos cursos clássicos com cro-nograma adaptado para esse novo período. Estamos fazendo cursos com menor duração também, para os alunos poderem controlar me-lhor seus investimentos. Tem curso de Esboço e Luz e Sombra, com o professor Micael Biasin, começando em agosto, curso de História da Arte com a professora Cristine Tedesco, aulas para os pequenos com a pro-fessora Fernanda Toniolo, enquan-to eu começarei alguns workshops

como cartum (já para setembro) e mangá.

Que mensagem final tu deixaria para os teus alunos?

Agradeço o espaço para essa conversa e também aos alunos, que confiam em nosso trabalho, enten-

dendo o momento difícil que todos estamos enfrentando. A escola fica à disposição para ouvir sugestões e se adaptar da melhor maneira.

Fiquem atentos às novidades através das nossas redes sociais e do Instagram oficial @micaelbiasin.es-coladearte.

Foto: Arquivo Pessoal