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Devoção e Redenção em Barrett Michael Barrett (1926 - 2004)

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Michael Barrett (1926 - 2004)

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Page 1: Devoção e Redenção em Barrett

Devoção e Redenção em Barrett

Michael Barrett (1926 - 2004)

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Ficha Técnica:

Edição: Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro / António Santos

Design: Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro / António Santos

Fotografias: Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro / António Santos

Curadoria, seleção e textos: Vieira Duque

Vamos Espezinhumilhá-lo, 1989 Escultura policromada em madeira 1700x1000

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Quem sou eu, senão um ser atormentado, como todos os homens, que não quer senão pintar, que só não é medíocre pintando? Quem sou eu, senão alguém que sonha (…) No fundo, quem sou eu?”

Michael Barrett

Em Michael Barrett vivenciamos a liberdade espiritual numa paleta monocromática de intimidade ou numa policromia intensa, onde o divino e o humano, em simbio-se, transportam, de forma quase brutal, flores que brotam em orgias de pinceladas a um Deus que é o Ser: Ele e os Pares. Um academismo inexistente, mas latente em mestria que nos envolve na sua História…

A devoção por si que reflectia, pelas mulheres que amou, pela pintura de múltiplos orgasmos, momentos ímpares de êxtase criativo, pela comida que jamais o saci-ou!... A redenção ao sexo e a um deus que persistiu em desconhecer… à faina no cais, o quotidiano de Cascais, Buarcos ou por Aveiro…

Em Michael Barrett o pecado não é a um Deus mas aos homens e mulheres que

são o seu elemento fundamental de vida… Gente que passa ou que permanece, I

love you Marie Louise / I don´t want to die! Krishna / Ciao, a vida tal como é, sem

borras… antes laivos do café que importa e se esgota, como aguarela do Mundo

que anseia por descobrir, mas cuja viagem nega!

Place du Tertre, num traço que nos remete a um momento entre artistas, com o seu cavalete, numa cidade onde foi concebido. Pecado? O destino que traça num Impressionismo Moderno. Fugas… talvez de si, desse cabal fim predestinado, de pré-conceitos que retalha para se libertarem, sonhando pela absolvição, tal Ho-mem da Sé, ou o Pescador, ou Barrett ou a declaração de eterno amor a Marie Louise. Absolvição por um Deus, King of Jews, que Vamos Espezinhumilhá-lo! Ou por si, numa rua de Cascais, num olhar pela Costa Nova ou pelas salinas de Avei-ro. Mas sempre o fascínio pelo urbanismo histórico, como o Palácio da Pena e a natureza da Ria.

Um Impressionismo Moderno que resgata de Van Gogh, Cezanne e Gauguin (pós-impressionistas que admira e trata como mestres), de quem fala no texto que her-dámos na obra Ilha de Lesbos, onde exprime a sua preocupação conceptual sem rodeios, numa maturidade que não se exige mas se pressente num ser divinamen-te livre!

E Fernando Pessoa… sempre o Poeta. Numa devoção impressionista, mas numa redenção pelo Homem. Essência de vaidade e vergonha… tal o espírito em Bar-rett: Irrequieto, inconstante, inquieto… mas, sem dúvida, Humano! O seu calvário: o próprio, como todos! Mas consciente na sua pintura e produção artística.

Vieira Duque Coimbra, 25/03/2015, 01:55

Boa noite, Barrett

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Barcos na Faina, 1965 Aguarela s/ papel 420x500

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O Homem da Sé, 1968 Aguarela s/ papel 350x450

Hamlet: Do you see nothing there? Queen: Nothing at all; yet all that is I see.

Shakespeare, Hamlet, Act III– Scene IV

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A Arte não é acomodada e nem está refém de quaisquer subterfúgios, caso contrá-rio, não será Arte! Antes, a repulsa da mesma.

A Arte permite a comunhão entre a responsabilidade, o conhecimento e a acção. Com mecanismos da matéria sensitiva e do teor de estéticas que atraem, compro-metem-nos numa global vontade de harmonia, podendo impulsionar essa realida-de.

A Arte e a sua produção é a condição mais visceral de comunicar e preservar la-tente o presente dos tempos, o Ser Humano e a sua História.

Sendo, sem quaisquer dúvidas, uma referência na arte portuguesa do séc. XX, Mi-chael Barrett acentuou uma modernidade no seu trabalho pictórico definida pela extraordinária sensibilidade que incutia nas representações do quotidiano que por onde passava o apaixonavam.

Uma viagem interior de análise do Mundo - devassando a realidade - e que nos transmite a respectiva amplitude dos sentimentos, valores e emoções numa paleta muito própria e intimista, quer na profusão de cores a óleo, acrílico ou aguarela, como no diálogo solitário das manchas preto/ cinzas em aguarela que completam o traço e a tinta-da-china que definem roteiros de cada existência; tal como os de-senhos a caneta apresentando ruas que convidam ao ser social ou, ao invés, a uma solidão sentida, pressentida e mantida como necessária.

Uma democratização no trabalho artístico que toca um Impressionismo Moderno e, por vezes também, um neorrealismo, fugindo dos padrões convencionais e acade-mismos da moda.

No entanto, influenciado de forma marcante por uma escola impressionista/ ex-pressionista, tendo como referências o mestre Henri Matisse que admirava pelas suas composições onde apenas o essencial era retratado.

Barrett permite-nos, a nós museólogos, trabalhar o património artístico como se de uma viagem se tratasse e/ou de uma autobiografia, mesmo quando o outro não está em si, mas aceitando e valorizando as diferenças e promovendo a multiplici-dade de cada um de nós a partir de si mesmo: criando cenários e humanidades; descrevendo pessoas (família, amigos, gentes, o próprio), lugares e paisagens fa-miliares. Desafiando a capacidade humana em que acredito: Amar!

MICHAEL BARRETT – Pintor de Memórias

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Barrett é, sem dúvida, um indivíduo que vale pelas Memórias que traduziu pela Ar-te, sem barreiras e sem os condicionalismos que anteriormente referi. É exigido, no panorama da Arte em Portugal do Séc. XX, fazermos jus a estes expoentes do movimento artístico: colocar obras suas nos nossos museus de arte contemporâ-nea, em exposição permanente e não permitir apenas que se limitem às reservas ou às vicissitudes do mercado galerista, embora esta área seja também importan-te; promover estes nomes nos meios que dispomos para a respectiva internaciona-lização, como o Art Project do Google Cultural Institute; desenvolver e apoiar traba-lhos académicos de valor e possibilitar a divulgar os mesmos.

Estou convencido de que estas são as responsabilidades primárias dos museus hoje. Contrariar esta função emergente será condenarmos a arte nacional ao os-tracismo e adiarmos a democratização de acesso à Arte e à Cultura.

Porque acredito que o Caminho é de Memórias porque se a Arte promove o Pre-sente e o seu reflexo no Futuro, funcionará como espelho para os personagens do Hoje e do Amanhã, numa comunhão de saberes, de erros, de efeitos, de vitórias, de alegrias, de tristezas, de derrotas: DESPOJOS DE NÓS!

Michael Barrett, como outros responsáveis pela produção artística em Portugal, oferecem-nos hinos da poética do coração humano, trazidos por um Caminho si-lencioso do passado histórico, despojado de artifícios ocos, tal como toda a Arte que se quer honesta para, assim, alcançarmos a honestidade que permitirá sobre-vivermos: RECONSTRUÇÃO DO NÓS: RESSURREIÇÃO!

Vieira Duque

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Eu gosto muito deste trabalho! Não é bem desenhado? Quero lá saber! Eu gosto dele! não tem uma côr equilibrada. Quero lá saber! gosto dele! Não está bem composto? Quero lá saber! Eu gosto muito dele! Não faz sentido? Quero lá saber! Eu gosto dele! Não tem côr no céu? Quero lá saber! gosto dele! Não é bom? Quero lá saber! Fi-lo com gosto e carinho. quero lá saber! O papel é mau? Quero lá saber! As tintas não prestam? quero lá saber! saber saber saber, quem sabe (2) ??? Eu não sei, nunca soube (desenhar, compor, pintar, etc). Tu sabes? É o sabes, pensas que sabes!!!! O Cézanne nunca soube, nem o Gauguin, nem o Van Gogh, etc etc. (julgavam eles) mas sabiam? ou não? Há quem diga que o V. G. não sabia desenhar. (Ignorantes) Que o G. não sabia de côr. (idiotas) que o Cézanne não sabia pintar (cretinos) Olhem meus amigos eu gosto deste trabalho. Quero lá saber. Eu gosto dele. Michael Barrett, Cascais 4ªfeira 21/11/84. Gosto dele, delas!!

Não costumo pôr à arte a canga da sexualidade.

Excerto da entrevista que Fernando Pessoa permitiu a Álvaro de Campos ao jornal A Informação / 17 de Setembro de 1926.

A Ilha de Lesbos, 1984 Aguarela s/ papel 430x300

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De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

Geometrismo, 1974 Óleo s/ madeira 500x700

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O Matemático, 1974 Aguarela, tinta-da-china e esferográfica s/ papel 180x130

Mais que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa, excerto do poema Liberdade

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Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa, in Mensagem

Depois de Durban, 1996 Acrílico s/ cartão 610x410

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Não encontro dificuldade em definir-me: sou um temperamento feminino com uma inteligência masculina. A minha sensibilidade e os movimentos que dela procedem, e é nisso que consistem o temperamento e a sua expressão, são de mulher. As mi-nhas faculdades de relação - a inteligência, e a vontade, que é a inteligência do impulso - são de homem. (...) Reconheço sem ilusão a natureza do fenómeno. É uma inversão sexual fruste.

Fernando Pessoa, in PREFÁCIO, (1915?)

Travesti, 1989 Aguarela s/ papel 200x410

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A Mordaça – Fernando Pessoa, 1993 Óleo s/ tela 550x740

Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os con-trários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo - quando o homem se ergue a este píncaro, está livre, como em todos os píncaros, está só, como em todos os píncaros, está unido ao céu, a que nunca está unido, como em todos os píncaros.

Fernando Pessoa, in Teoria da Heteronímia

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Mas a Música Era Outra, 1986 Acrílico s/ tela 600x500

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Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas ou harpas, timbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

TO ONE PLAYING Play on with that music all lonely Wandering through me like a breeze Half-lost in the calm of night, A melody half-heard only Like the sound of stupendous seas That in motion feel a delight. For in thy rhythm soft pealing, For thou in that meterless rhyme Awakest in me a spirit stress, A widening, deadening of feeling That is to my normal consciousness As Eternity is to Time.

Fernando Pessoa, in Poesia Inglesa por Alexander Search

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Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

I don’t want to die!, 1998 Acrílico s/ tela 500x700

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Mulheres de Buarcos, 1994 Acrílico s/ tela 500x600

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O Calvário de Jesus, 1983 Estudo em grafite 400x290

Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos, se a tivésse-mos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

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Não a ti, Cristo, odeio ou menos prezo Que aos outros deuses que te precederam Na memória dos homens. Nem mais nem menos és, mas outro deus.

Ricardo Reis, in Odes

Cristo na Cruz, 1960 Escultura policromada em madeira 800x670

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Mas antes era o Verbo, aqui perdido Quando a Infinita Luz, já apagada, Do Caos, chão do Ser, foi levantada Em Sombra, e o Verbo ausente escurecido. Mas se a Alma sente a sua forma errada, Em si, que é Sombra, vê enfim luzido O Verbo deste Mundo, humano e ungido, Rosa Perfeita, em Deus crucificada. Então, senhores do limiar dos Céus, Podemos ir buscar além de Deus O Segredo do Mestre e o Bem profundo; Não só de aqui, mas já de nós, despertos, No sangue actual de Cristo enfim libertos Do a Deus que morre a geração do Mundo.

Fernando Pessoa, No Túmulo de Christian Rosencreutz, Poema II

Descida da Cruz, 1978 Aguarela s/ papel 450x320

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Nem maior nem menor que os novos deuses, Tua sombria forma dolorida Trouxe algo que faltava Ao número dos divos. Por isso reina a par de outros no Olimpo, Ou pela triste terra se quiseres Vai enxugar o pranto Dos humanos que sofrem.

Ricardo Reis, in Odes

Jesus – King of Jews, 1969 Técnica mista s/ papel 310x210

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Um dia que Deus estava a dormir E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido. Com o segundo criou-se eternamente humano e menino. Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz E deixou-o pregado na cruz que há no céu E serve de modelo às outras. Depois fugiu para o sol E desceu pelo primeiro raio que apanhou. Hoje vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz ao braço direito, Chapinha nas poças de água, Colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, Rouba a fruta dos pomares E foge a chorar e a gritar dos cães. E, porque sabe que elas não gostam E que toda a gente acha graça, Corre atrás das raparigas pelas estradas Que vão em ranchos pela estradas com as bilhas às cabeças E levanta-lhes as saias.

Alberto Caeiro, in O Guardador de Rebanhos, excerto do Poema VIII

Cristo Desportivo, 1990 Acrílico e colagem s/ tela 1000x720

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Natureza Morta, 1979 Óleo s/ madeira 430x600

Michael gostas mais de comer ou de pintar? Como com a mão esquerda e pinto com a direita!

Diálogo com Barrett

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Nu feminino, 1970 Sépia s/ papel 400x285

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Cena Erótica, 1969 Aguarela s/ papel 300x210

Sempre teu. Sempre meu. Sempre nosso.

Final de uma carta de Ludwig van Beethoven para a sua Amada Imortal

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Conversa Afiada, 1974 Tinta-da-china e aguarela s/ papel 630x500

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Depois que os últimos pingos da chuva começaram a tardar na queda dos telha-dos, e pelo centro pedrado da rua o azul do céu começou a espelhar-se lentamen-te, o som dos veículos tomou outro canto, mais alto e alegre, e ouviu-se o abrir de janelas contra o desesquecimento do sol. Então pela rua estreita, do fundo da es-quina próxima, rompeu o convite alto do primeiro cauteleiro, e os pregos pregados nos caixotes da loja fronteira reverberaram pelo espaço claro.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

Por sobre Telhados do Casario (Aveiro), 1982 Aguarela e tinta da china s/ papel 280x405

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Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palá-cio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

Palácio da Pena, 1983 Aguarela s/ papel 290x420

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Qualquer música, ah, qualquer, Logo que me tire da alma Esta incerteza que quer Qualquer impossível calma! Qualquer música – guitarra, Viola, harmónio, realejo… Um canto que se desgarra… Um sonho em que nada vejo… Qualquer coisa que não vida! Jota, fado, a confusão Da última dança vivida… Que eu não sinta o coração!

Fernando Pessoa, in Cancioneiro

Músicos tempestade cerebral, 1977 Guache s/ papel 480x320

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O pescador do mar alto Vem contente de pescar. Se prometo, sempre falto: Receio não agradar.

Fernando Pessoa

O Pescador, 1964 Tinta-da-china e aguarela s/ papel 610x425

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Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa, in Tabacaria

Miúdos, 1969 Tinta-da-china e aguada s/ papel 300x200

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Viver não é necessário. Necessário é criar.

Fernando Pessoa

Place du Tertre, 1956 Aguarela s/ papel 390x280

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Michael Nicholas Barrett nasceu em Paris a 13 de Fevereiro de 1926 (filho de mãe inglesa – Dorothy Alice Barrett - e pai francês). Veio aos 9 anos para Portugal. Foi o arquitecto Gil Graça que o incentivou para a pintura. Morreu a 6 de Maio de 2004, em Cascais. Casou com Marie Louise Forsberg, sueca, em 1961, com quem teve dois filhos, João Nicolau (n. 1961) e Teresa Cristina (n. 1963). A partir da década de 70 do séc. XX, passou longas temporadas em Aveiro. Na dé-cada de 90 passou a residir em Buarcos, onde Marie Louise morreu.

Principais Exposições: Individuais: Sociedade Propaganda Cascais; S.N.B.A., Lisboa; Hotel Florida, Lisboa; Galeria Diário Notícias, Lisboa; Galeria Junta Turismo Costa Sol, Estoril; Galeria Casino Estoril; Galeria A Gruta, Cascais; Palácio Foz, Restauradores, Lis-boa; Galeria A grade, Aveiro; Galeria 1º. Janeiro, Coimbra; Pizzerie, Paris; Galeria das Termas do Luso; Crovam, Ílhavo; Hotel Meridien, Lisboa; Galeria do Casino, Figueira Foz; Galeria Belo-Belo, Braga; Galeria O Rastro, Figueira Foz; Museu Dr. Santos Rocha, Figueira Foz; Galeria Séc.. XVII, Leiria, entre outras. Colectivas: Soc. Propaganda, Cascais; Cooperativa Árvore, Porto; S.N.B.A., Lisboa; Galeria Comercial Hotel Estoril-Sol; “Bruxelas, Lisboa e Bruxelas; Salão Luso Espanhol, Embaixada Espanha; Matur, Madeira; Pavilhão Congressos, Esto-ril; Galeria Grade, Aveiro; I mostra Arte Contemporânea Portuguesa, Rio Janeiro; Galeria Casino, Figueira Foz; Galeria Séc. XXI, Leiria; Arte sin Fronteras, Salaman-ca, Espanha; Prémios: 2º prémio (ex-áqueo) no Salão Outono da J.T.C.S.; 1º prémio pintura Salão Outono J.T.C.S.; 1º prémio VI Salão Outono Casino Estoril.

Autoretrato, 1974 Esferográfica s/ papel 290x210

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Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos de-pende da minha subjectividade.

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego por Bernardo Soares

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Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Praça Dr. António Breda, 4

3750-106 Águeda Tel.: 234 623 720 Tlm.: 913 333 000

Www.fundacaodionisiopinheiro.pt