magia de redenção

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Magia de Redenção Hercílio Maes Ramatís 1 RAMATIS MAGIA DE REDENÇÃO Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís ao médium Hercílio Maes Magia de Redenção "Malgrado aos protestos e censuras. das conservadores e descrentes, insistimos em advertir os terrícolas de que o "feitiço" existe, e só as espíritos completamente liberados dos resgates cármicos são invulneráveis aos seus efeitos". Ramatís O Grande Arquiteto, de tempo em tempo, envia à Terra mensageiros ousados e fora de rotina, que expõem mensagens construtivas, mas prematuras, as quais, mais tarde, são consagradas pela opinião da maioria. Assim foram Crishna, Moisés, Buda, Confúcio, Fo-Hi, Jesus, Kardec e Ghandi, que arriscaram sua estabilidade no cenário terrícola, ousando perturbar os viandantes que trafegam tranqüilos pelas "estradas asfaltadas" dos credos e religiões certinhas em direção ao Paraíso. Ramatís poderia filiar-se à linha convencional das entidades que transmitem para a Terra assuntos já

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Livro esclarecedor

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  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    1

    RAMATIS

    MAGIA DE REDENO

    Obra medinica ditada

    pelo esprito Ramats

    ao mdium Herclio Maes

    Magia de Redeno

    "Malgrado aos protestos e censuras. das conservadores e descrentes,

    insistimos em advertir os terrcolas de que o "feitio" existe, e s as espritos

    completamente liberados dos resgates crmicos so invulnerveis aos seus

    efeitos".

    Ramats

    O Grande Arquiteto, de tempo em tempo, envia

    Terra mensageiros ousados e fora de rotina, que expem

    mensagens construtivas, mas prematuras, as quais, mais

    tarde, so consagradas pela opinio da maioria. Assim foram

    Crishna, Moiss, Buda, Confcio, Fo-Hi, Jesus, Kardec e

    Ghandi, que arriscaram sua estabilidade no cenrio terrcola,

    ousando perturbar os viandantes que trafegam tranqilos

    pelas "estradas asfaltadas" dos credos e religies certinhas

    em direo ao Paraso. Ramats poderia filiar-se linha

    convencional das entidades que transmitem para a Terra assuntos j

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    2

    consagrados. Porm, ele deu preferncia a abordar problemas controvertidos,

    desmontando as prateleiras arrumadinhas das mentes condicionadas a clichs

    tradicionais.

    Obra sem paralelo na literatura espiritualista ocidental, "Magia de

    Redeno" analisa objetivamente em que consiste a Magia, o significado do

    Ritual, os processos tcnicos de enfeitiamento verbal, mental, atravs de

    objetos e animais, da aura humana, a produo de enfermidades etc., e antecipa

    as concluses da Medicina Ortomolecular sobre o envelhecimento humano e as

    enfermidades, ao tratar do enfeitiamento atravs dos metais organognicos.

    Herclio Maes

    Herclio Maes, mdium de Ramats, nasceu e

    viveu em Curitiba, Paran, por 80 anos (1913-1993).

    Completou trs anos do curso de Medicina, que

    interrompeu por razes de sade, vindo a formar-se

    posteriormente em Direito, profisso que exerceu

    paralelamente de Contador.

    Aos 30 anos, aps ver aflorar sua

    mediunidade, teve contato com Ramats, com o qual

    possua laos espirituais de remotas eras. Ciente do

    compromisso de trabalho assumido antes de seu reencarne, passou a

    psicografar atravs da mediunidade intuitiva a srie de obras de Ramats, que

    abrange temas inditos e despertadores, de fcil receptividade ao leitor por

    apresentar, de maneira acessvel, o conhecimento inicitico milenar.

    Universalista e estudioso das mais diversas correntes espiritualistas, Herclio

    Maes foi maon, rosacruz e teosofista. Paralelamente tarefa de psicografia,

    foi mdium receitista de rara eficincia. Atravs da Radiestesia, em que era

    perito, atendia com o receiturio homeoptico gratuito centenas de enfermos

    por semana em um pequeno centro esprita de Curitiba. S aceitava, via de

    regra, pacientes desenganados da Medicina; os mais necessitados saam com a

    prpria medicao fornecida por ele.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    3

    A legio de casos complexos. exticos e "incurveis" resolvidos com

    assistncia de uma equipe de mdicos do espao nunca foi mencionada por

    Herclio, cujo trao marcante de temperamento e de vida era a simplicidade.

    Caracterizava-se pela ndole generosa e a singeleza espiritual com que acolhia

    a todos e encantava auditrios nas palestras que mesclavam conhecimento

    transcendental e permanente bom-humor.

    Deixou neste plano a esposa, D Eleonora Maes, companheira de todas

    as tarefas, trs filhos (Iara, Zlia e Mauro) e vrios netos.

    Dedicatria a Walter Lopes

    Irmo e amigo, cujas relaes de trabalho cimentaram nesta existncia

    um sincero e recproco afeto espiritual.

    Curitiba, agosto de 1967

    Herclio Maes

    OBRAS DE RAMATIS .

    1. A vida no planeta marte Herclio Mes 1955 Ramatis Freitas Bastos

    2. Mensagens do astral Herclio Mes 1956 Ramatis Conhecimento

    3. A vida alem da sepultura Herclio Mes 1957 Ramatis Conhecimento

    4. A sobrevivncia do Esprito Herclio Mes 1958 Ramatis Conhecimento

    5. Fisiologia da alma Herclio Mes 1959 Ramatis Conhecimento

    6. Mediunismo Herclio Mes 1960 Ramatis Conhecimento

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    4

    7. Mediunidade de cura Herclio Mes 1963 Ramatis Conhecimento

    8. O sublime peregrino Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento

    9. Elucidaes do alm Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento

    10. A misso do espiritismo Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento

    11. Magia da redeno Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento

    12. A vida humana e o esprito imortalHerclio Mes 1970 Ramatis Conhecimento

    13. O evangelho a luz do cosmo Herclio Mes 1974 Ramatis Conhecimento

    14. Sob a luz do espiritismo Herclio Mes 1999 Ramatis Conhecimento

    15. Mensagens do grande corao America Paoliello Marques ? Ramatis Conhecimento

    16. Evangelho , psicologia , ioga America Paoliello Marques ? Ramatis etc Freitas Bastos

    17. Jesus e a Jerusalm renovada America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos

    18. Brasil , terra de promisso America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos

    19. Viagem em torno do Eu America Paoliello Marques ? Ramatis Holus Publicaes

    20. Momentos de reflexo vol 1 Maria Margarida Liguori 1990 Ramatis Freitas Bastos

    21. Momentos de reflexo vol 2 Maria Margarida Liguori 1993 Ramatis Freitas Bastos

    22. Momentos de reflexo vol 3 Maria Margarida Liguori 1995 Ramatis Freitas Bastos

    23. O homem e a planeta terra Maria Margarida Liguori 1999 Ramatis Conhecimento

    24. O despertar da conscincia Maria Margarida Liguori 2000 Ramatis Conhecimento

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    5

    25. Jornada de Luz Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Freitas Bastos

    26. Em busca da Luz Interior Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Conhecimento

    27. Gotas de Luz Beatriz Bergamo 1996 Ramatis Srie Elucidaes

    28. As flores do oriente Marcio Godinho 2000 Ramatis Conhecimento

    29. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009 Ramatis Internet

    30. Chama Crstica Norberto Peixoto 2000 Ramatis Conhecimento

    31. Samadhi Norberto Peixoto 2002 Ramatis Conhecimento

    32. Evoluo no Planeta Azul Norberto Peixoto 2003 Ramatis Conhecimento

    33. Jardim Orixs Norberto Peixoto 2004 Ramatis Conhecimento

    34. Vozes de Aruanda Norberto Peixoto 2005 Ramatis Conhecimento

    35. A misso da umbanda Norberto Peixoto 2006 Ramatis Conhecimento

    36. Umbanda P no cho Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento

    Sumrio

    Invocao s Falanges do Bem 7

    Duas palavras, 8

    Explicao necessria, 10

    Prefcio, 12

    Palavras de Ramats, 15

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    6

    1. Consideraes sobre o feitio, 17

    2. Enfeitiamento verbal, 30

    3. Enfeitiamento mental, 42

    4. Enfeitiamento por meio de objetos, 51

    5. Enfeitiamento por meio do sapo, 65

    6. Enfeitiamento por meio do boneco de cera, 71

    7. Enfeitiamento por meio de metais organognicos,

    77

    8. Enfeitiamento por meio da aura humana, 85

    9. O uso do cabelo na feitiaria, 94

    10. O mau-olhado, 99

    11. O uso de amuletos e talisms, 106

    12. Benzimentos e simpatias, 112

    13. As defumaes e as ervas de efeitos psquicos, 123

    14. A importncia dos ritos, cerimnias e conjuros, 135

    15. A influncia das cores na feitiaria, 141

    16. Os males do vampirismo, 148

    17. O feitio ante os tempos modernos, 169

    18. O feitio e o seu duplo efeito moral, 174

    Invocao s Falanges do Bem

    Doce nome de Jesus,

    Doce nome de Maria,

    Enviai-nos vossa luz

    Vossa paz e harmonia!

    Estrela azul de Dharma,

    Farol de nosso Dever!

    Libertai-nos do mau

    carma,

    Ensinai-nos a viver!

    Ante o smbolo amado

    Do Tringulo e da Cruz,

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    7

    V-se o servo renovado

    Por Ti, Mestre Jesus!

    Com os nossos irmos de

    Marte

    Faamos uma orao-.

    Que nos ensinem a arte

    Da Grande

    Harmonizao!

    Duas palavras

    Estimados leitores:

    Novamente temos a satisfao de apresentar-vos mais uma obra

    medinica do estudioso e sbio esprito Ramats, atravs da psicografia do

    conhecido mdium Herclio Maes, de Curitiba. Trata-se de um prodigioso

    estudo e anlise de tudo o que se pode conceber na esfera do feitio ou da

    velha "bruxaria". No se trata de obra enfermia, lgubre ou prenhe de

    supersties; trabalho sensato e esclarecido, capaz de satisfazer tanto o

    homem comum, como o cientista mais exigente.

    Analisando, esclarecendo e advertindo, Ramats faz uma incurso

    destemerosa no complexo cipoal do feitio, e o autopsia corajosamente luz do

    dia, liberto de cangas religiosas e descondicionado de estatutos e preceitos

    doutrinistas. Paradoxalmente, Ramats comprova a realidade da "bruxaria",

    atravs da prpria cincia do mundo, eliminando a superstio que gera o

    ridculo e a crendice que gera o anormal. Ele no s satisfaz o leitor, mas o

    conforta, demonstrando que em face da Magnanimidade e Sabedoria do

    Criador, mesmo sob o guante do "feitio" molesto e ignbil, o homem redime-

    se e apressa a sua ascese espiritual, confirmando o prprio titulo significativo

    desta obra: Magia de Redeno.

    A obra foi prefaciada por conhecido escritor brasileiro, j falecido, que

    se identifica pelas iniciais "J. T.", a fim de evitar qualquer contenda intil com

    a parentela humana, do qual, a seguir, transcrevemos alguns tpicos do

    excelente prefcio: Magia de Redeno mais uma obra ditada por Ramats,

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    8

    abordando um assunto delicadssimo e controverso, como a prtica de

    bruxaria. Os povos supersticiosos e apegados s crendices exageram tolamente

    a feitiaria; mas os acadmicos e cientistas negam-na, por fora de superstio

    negativa e temerosos de desvalorizarem os seus conhecimentos "positivos"

    sobre os fenmenos do mundo material.

    Ramats penetrou corajosamente no campo de atividade das foras

    ocultas subvertidas pelas mentes vigorosas dos magos das sombras.

    Enfrentando gregos e troianos, ele expe-se ao ridculo de uns e admirao

    de outros; mas, decidido, quebra tabus e sacode dogmas. Suas obras, apesar de

    contestadas apressadamente por alguns lderes das elites espritas

    conservadoras, ainda temerosos de assuntos complexos e espinhosos, so de

    natureza didtica e acessveis mente popular. Tem o odor das coisas agrestes,

    de seiva forte, malgrado ser amargosa para os paladares muito aucarados. So

    mensagens s criaturas libertas de injunes sectaristas e de preconceitos

    religiosos, que se animam de apanhar rosas, onde os velhos e sisudos

    jardineiros desistem, por temor dos espinhos!

    A est Magia de Redeno, obra corajosa a cuidar de assunto assaz

    custico e amargo como o feitio. coisa imprpria de ser comentada entre

    os proslitos "sabem tudo", pois obriga a uma incmoda deslocao mental da

    paisagem trivial, focalizando calhaus, paus podres, sapos e vboras. O feitio

    condimento recusado pelos paladares muito afeitos cozinha comum, pois o

    homem habituado a feijo com arroz, arrepia-se diante de uma bacalhoada

    superapimentada. A criana amamentada a leite em p entra em estado de

    coma com algumas gotas de conhaque.

    Existe o feitio? No existe? Que importa? Ramats poupou-nos o

    trabalho de fazer tal investigao espinhosa e livrou-nos de muita confuso.

    Atravs do seu mdium, criatura despreocupada de crticas, julgamentos

    prematuros ou glorificaes do mundo, ele oferece-nos um novo acervo de

    esclarecimentos e advertncias sobre a velha arte de "embruxar o prximo",

    coisa que a prpria Eva conseguiu satisfatoriamente sobre o ingnuo Ado. A

    est a obra para ser autopsiada pelos competentes legistas do labor alheio e

    darem o seu veredicto final. Mas, tranqilize-se o leitor, pois ningum ser

    "embruxado" s por ler esta obra, salvo se ainda lhe perdura algum velho

    desejo latente de "fazer feitio", pois, conforme diz velho adgio: "Quem

    deseja perder o vcio de fumar, evite encontrar cigarro aceso!" Alis, todos ns

    estamos mais ou menos enfeitiados ou "encantados" em nossa vida humana.

    O fumante inveterado est enfeitiado pelo entorpecente da nicotina, o

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    9

    beberro pelo lcool, o carnvoro pela carne e o jogador pelo carteado. Todos

    ns precisamos de um bom trabalho de "desmancho", para ento readquirirmos

    o nosso comando mental e libertarmo-nos dos "objetos" que nos "embruxam" e

    nos obsidiam cotidianamente. H pessoas enfeitiadas pelo orgulho, cime,

    pelo amor-prprio ou pelo rancor; outras enfermam pela ao das foras

    ocultas da inveja. Por isso, Jesus advertia: "Onde tu estiveres, a estaro tuas

    obras!"

    E quanto crtica de gregos e troianos, leia-se a histria do mundo! No

    so os crticos ou julgadores a priori que injetam, vida ou morte, a qualquer

    obra. O povo, com o seu bom senso intuitivo, quem decide a glria ou o

    fracasso dos autores. E quanto crena no feitio, isso questo de

    oportunidade! H gente que no cr em bruxaria; mas fica aterrorizada, quando

    descobre um fio vermelho na bainha da cala, uma coroa de penas de galo no

    travesseiro ou um sapo indesejvel a coaxar obstinadamente debaixo da janela

    batida pela chuva mida. Cremos que por fora de tal procedimento, a

    resposta hbil e cuidadosa de conhecido cientista muito sensato, que assim

    disse numa entrevista sobre o feitio: "O feitio uma superstio, com que

    certos entendidos conseguem prejudicar o prximo?"

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    10

    Explicao necessria

    Meus Irmos

    Apesar de certa facilidade em psicografar as mensagens espirituais de

    Ramats, sempre tive estranha antipatia por esta obra intitulada Magia de

    Redeno. H mais de 15 anos que tenho protelado a sua publicao, devido

    natureza do seu assunto um tanto desagradvel e complexo. Embora de

    formao mstica e filho de me extremamente catlica, acessvel a crenas

    mitolgicas e a algumas supersties tradicionais, nutria em mim, at h pouco

    tempo, uma invencvel repulsa contra o feitio. Algumas vezes, eu admitia os

    absurdos da bruxaria, mas, em seguida, descria, por considerar profunda

    humilhao minha categoria de civilizado ocupar-me de semelhantes

    fenmenos.

    Nasci entre criaturas pobres e inmeras vezes identifiquei o chamado

    feitio sob as mais extravagantes manifestaes, coisa comum e freqente nos

    cortios, onde se aglomeram criaturas primrias, deserdadas ou frustradas da

    sorte. Sem dvida, impressionavam-me os casos de pessoas enfermas, que

    readquiriam a sade e at a locomoo, deixando as cadeiras de rodas aps

    certos desmanchos de feitiaria processados por pretos velhos, rezadores,

    curandeiros, benzedores e entendidos que mandavam abrir travesseiros e

    colches ou descobriam mandingas ocultas nos lugares mais incomuns. Cresci

    em tal ambiente e a minha crena infantil no feitio foi bastante reforada pelas

    histrias e lendas, que ouvia no lar entre a famlia algo supersticiosa.

    Mas, ao atingir a maturidade, depois de ter sido sacristo, mentor de

    catecismo e mudar-me posteriormente para o protestantismo, fui acometido por

    um arras ante ceticismo. A seguir, julguei-me um "leo", que podia libertar-se

    facilmente da jaula dos dogmas e preconceitos religiosos. Sacudi a juba de

    adolescente, rugindo contra todas as crenas. Eufrico e convicto de ter

    descoberto a realidade da vida, proclamava aos quatro ventos o meu ceticismo,

    a minha descrena absoluta e o ridculo das msticas humanas! Respirando a

    longos haustos o oxignio das novas convices de "homem", rindo e

    zombando das devoes e crendices alheias, penetrei no cenrio do mundo

    desafiando templos e doutrinas que se nutriam do combustvel da alma imortal,

    assim como Dom Quixote se arremessava contra os moinhos de vento!

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    11

    Tornei-me ateu! 1 Alis, mais tradicionalmente materialista! E de roldo

    l se foram os ouropis e as quinquilharias colhidas na infncia e resguardadas

    na mente conservadora, como acontecimentos anticientficos e prprios de

    criaturas ingnuas ou primrias. Ria-me, s vezes, sozinho, ao rememorar o

    meu temor infantil diante de um sapo de boca costurada ou em face dos

    artesanatos dos feiticeiros, que emaranhavam fios, agulhas, resduos, metais e

    penas de aves para "enredar" a vida do prximo! Doa-me o corao ante o

    sacrilgio s imagens de Cristo, sem braos ou sem pernas, destinadas a

    feitios; ou de Santo Antnio, enforcado, jogado nas cisternas de gua, a fim

    de arranjar noivo para moa casadoira. E os cachos e punhados de cabelos

    tranados com fio vermelho, ornando grotescos bonecos e caricaturas dos

    enfeitiados? O feitio era prdigo de imagens em minha infncia. Mas, por

    fim, espanquei da mente todos os fantasmas excntricos aderidos

    simplicidade da infncia.

    Finalmente, passaram-se os anos e a mediunidade manifestou-se em

    mim, surgindo Ramats, que logo comeou a interessar gregos e troianos

    atravs de suas mensagens inditas, que expunham a vida noutros orbes guisa

    de guia de turismo. Aps tantas peripcias, psicografei uma dezena de obras

    ditadas por esse eminente esprito, e agora entrego mais esta Magia de

    Redeno, cuja publicao retardei 15 anos, at que o esprito de Nh Quim 2

    despertou-me dessa indiferena "subconsciente", provinda talvez do meu amor-

    prprio, temendo eventual humilhao.

    Consideramos a dita obra eletiva s pesquisas e ao interesse dos leitores

    simpticos ao seu contedo um tanto esdrxulo; ou ento motivo de censura e

    protesto dos lderes de nossa augusta cincia acadmica, a qual vai descobrindo

    "oficialmente" aquilo que os velhos alquimistas, bruxos, mesmeristas,

    hipnotizadores, magos e curiosos do passado j descobriram "secretamente"!

    Hosanas, pois, aos crentes e respeito aos descrentes das obras de Ramats.

    Curitiba, 20 de agosto de 1967

    Herclio Maes

    1 - Lembrando-me dessa poca de quixotesco atesmo, transcrevo a trova n 50, do excelente livrinho psicografado por Chico Xavier, Trovadores do Alm, a qual diz: "Ateu - enfermo que sonha

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    12

    Na iluso em que persiste, Um filho que tem vergonha De dizer que o pai existe." 2 - Nh Quim a individualizao perispiritual de um excelente homem, filsofo sertanejo, esprito arguto, gil, finssimo e repentista, que viveu perto do litoral paranaense e cuja obra "Carrapichos de Nh Quim" est sendo ultimada para o prelo. H dez sculos passados, ele foi o discpulo Fuh-Planuh, irmo de uma vestal chinesa, que fugiu de um templo e desposou um tapeceiro hindu, nascendo de ambos a entidade que hoje conhecemos por Ramats. Vide, o rodap do captulo "Enfeitiamento Atravs de Objetos", o esclarecimento de Nh Quim ao mdium.

    Prefcio

    Estimados Irmos

    Magia de Redeno mais uma obra ditada por Ramats abordando um

    assunto delicadssimo e controverso, como a prtica de bruxaria. Os povos

    supersticiosos e apegados s crendices exageram tolamente a feitiaria; mas os

    acadmicos e cientistas negam-na, por fora de superstio negativa e

    temerosos de desvalorizarem os seus conhecimentos "positivos" sobre os

    fenmenos do mundo material.

    Ramats penetrou corajosamente no campo de atividade das foras

    ocultas subvertidas pelas mentes vigorosas dos magos das sombras.

    Enfrentando gregos e troianos, ele expe-se ao ridculo de uns e admirao

    de outros; mas, decidido, quebra "tabus" e sacode dogmas! Suas obras, apesar

    de contestadas apressadamente por alguns lderes das elites espritas

    conservadoras, ainda temerosos de assuntos complexos e espinhosos, so de

    natureza didtica e acessveis mente popular.

    Tm o odor das coisas agrestes, de seiva forte, malgrado ser amargosa

    para os paladares muito aucarados. So mensagens s criaturas libertas de

    injunes sectaristas e de preconceitos religiosos, que se animam de apanhar

    rosas, onde os velhos e sisudos jardineiros desistem, por temor dos espinhos!

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    13

    Ramats poderia filiar-se mesma linha convencional das entidades

    deste lado, que transmitem para a Terra assuntos j consagrados pelo

    "imprimatur" esprita. Porm, ele deu preferncia em abordar e analisar

    problemas controvertidos e criticveis, embora curiosos e inditos,

    desmontando as prateleiras arrumadinhas das mentes condicionadas a clichs

    tradicionais, pondo mostra inegveis preciosidades, que no podiam ser

    identifica das pelos culos escuros dos conservadores.

    Ramats perturba o sono dos crentes ortodoxos, pois cuida de assuntos

    esquisitos, como profecias, astros intrusos, planetas habitados, engenhos

    siderais, discos-voadores, vises apocalpticas, tcnicas de enfeitiamento,

    cncer crmico, escolstica hindu, calendrio sideral, descida anglica,

    respirao csmica, umbanda, teosofia, rosacrucianismo e ioga, ainda

    estendendo-se a outras "coisinhas sem importncia", como o Prana, ter

    Csmico e Fsico, Duplo Etrico, Chacras etc. Para alguns um pretenso

    mestre ventilando mensagens esdrxulas, incomodando os acomodados,

    trazendo um tempero estranho ao paladar comum! Imprudentemente, ainda foi

    mexer com o carnivorismo do "bicho-homem", despertando frias naqueles

    que muito apreciam comer carne, fumar e ingerir alcolicos!

    Foi tachado de hertico pelos roustanguistas do "corpo fludico"; e de

    irreverente pelos espritas crentes de que Jesus "evoluiu em linha reta" quando

    biografou o Mestre Amigo sem a fantasia da "imaculada concepo" afirmando

    que Maria tambm era sujeita s leis comuns da gentica humana! Ele cometeu

    o sacrilgio de afirmar que Jesus, o Instrutor Impecvel, tambm fez a sua

    ascenso espiritual to igualzinha como os demais homens, frisando que

    cometeu seus pecadilhos, paixes e deslizes alhures, quando ainda estava

    submetido didtica dos mundos fsicos! Eriou o plo dos crentes lacrimosos,

    mostrando a infncia do Nazareno como um "menino-problema" pois era

    honesto, sincero, puro e ntegro, destoando completamente do critrio e dos

    hbitos comuns s crianas de sua poca. Negou os milagres de feira atribudos

    a Jesus, explicando a incoerncia de ele transformar a gua em vinho, nas

    Bodas de Can, cujos convidados, j fartos de beber, s poderiam atingir o

    coma etlico com nova proviso de lcool! Esclareceu que o fato de o Mestre

    caminhar sobre as guas, multiplicar cinco mil pes e peixes, ou providenciar

    outros milagres excntricos, isso no implicaria na transformao de

    pecadores, mas apenas criaria uma turba de fanticos deslumbrados por esses

    acontecimentos incomuns. Tambm desvestiu Jesus da ira, turbao emotiva e

    fria inexplicvel numa entidade anglica, desmentindo que ele houvesse

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    chicoteado os mercadores que faziam suas vendas fora dos muros do Templo

    de Jerusalm!

    No entanto, as obras de Ramats divulgam-se e aliciam adeptos

    incessantemente, porque da ndole humana ter curiosidade pelo que lhe

    proibido. O cristianismo sobreviveu, graas s perseguies adversas; o

    espiritismo criou flego e imps-se, em definitivo, depois da queima de suas

    obras no auto-de-f de Barcelona! So as crticas, os protestos e as

    inconformaes dos conservadores que, justamente, incentivam os leitores a

    conhecerem Ramats! Quando ainda vivamos na carne, certo literato brasileiro

    dizia-nos, convicto: "Querendo chamar a ateno do pblico simples:

    proba!" Ademais, o "Grande Arquiteto", como dizem os amigos maons, de

    tempo em tempo, envia Terra mensageiros ousados e de imaginao fora da

    rotina, que expem mensagens construtivas, mas prematuras, as quais, no

    entanto, mais tarde so consagradas pela opinio da maioria. Assim foi

    Crishna, Moiss, Buda, Confcio, Fo-Hi, Jesus, Kardec ou Gandhi, que saram

    campo afora, arriscando a sua estabilidade no cenrio terrcola, ousando

    perturbar os estudantes que trafegam tranqilos pelas "estradas asfaltadas" dos

    credos e religies certinhas em direo ao Paraso!

    A est Magia de Redeno, obra corajosa, a cuidar de assunto assaz

    custico e amargo, como o feitio! coisa imprpria de ser comentada entre

    os proslitos "sabem tudo", pois obriga a uma incmoda deslocao mental da

    paisagem trivial, focalizando calhaus, paus podres, sapos e vboras! O feitio

    condimento recusado pelos paladares muito afeitos cozinha comum, pois o

    homem habituado a feijo com arroz arrepia-se diante de uma bacalhoada

    superapimentada! A criana amamentada a leite em p entra em estado' de

    coma com algumas gotas de conhaque!

    Existe o feitio? No existe? Que importa? Ramats poupa-nos o

    trabalho de fazer tal investigao espinhosa e livrou-nos de muita confuso.

    Atravs do seu mdium, criatura despreocupada de crticas, julgamentos

    prematuros ou glorificaes do mundo, ele oferece-nos um novo acervo de

    esclarecimentos e advertncias sobre a velha arte de "embruxar o prximo",

    coisa que a prpria Eva conseguiu satisfatoriamente sobre o ingnuo Ado! A

    est a obra para ser autopsiada pelos competentes legistas do labor alheio e

    darem o seu veredicto final. Mas, tranqilize-se o leitor, pois ningum ser

    "embruxado" s por ler esta obra, salvo se ainda lhe perdura algum velho

    desejo latente de "fazer feitio", pois, conforme diz velho adgio: "Quem

    deseja perder o vcio de fumar, evite encontrar cigarro aceso!" Alis, todos ns

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    estamos mais ou menos enfeitiados ou "encantados" em nossa vida humana.

    O fumante inveterado est enfeitiado pelo entorpecente da nicotina, o

    beberro pelo lcool, o carnvoro pela carne e o jogador pelo carteado! Todos

    ns precisamos de um bom trabalho de "desmancho" para ento readquirirmos

    o nosso comando mental e livrarmo-nos dos "objetos" que nos "embruxam" e

    nos obsidiam cotidianamente. H pessoas enfeitia das pelo orgulho, cime,

    amor-prprio ou rancor; outras enfermam pela ao das foras ocultas da

    Inveja! Por isso, Jesus advertia: "Onde tu estiveres, a estaro tuas obras!"

    E quanto critica de gregos e troianos, leia-se a histria do mundo! No

    so os crticos ou julgadores a priori, que injetam vida ou morte a qualquer

    obra. O povo, com o seu bom-senso intuitivo, quem decide a glria ou o

    fracasso dos autores.

    H milhares de exemplos da tolice da crtica precipitada contra o labor

    alheio tentando superar o maior critico de todas as eras - o tempo! Diz o poeta

    Alfred de Vigny: "A critica uma opinio qualquer de um cavalheiro

    qualquer!" Na China, dizia-se da crtica: "O critico um burro amestrado que

    pretende ensinar os burros no amestrados!'Voltaire, precipitadamente,

    considerou a Divina Comdia de Dante Alighieri o "delrio de um brbaro"; o

    famoso Lon Daudet, depois de o apresentarem a Napoleo, no incio de sua

    carreira militar, opinou que ali estava um prodigioso imbecil com seus delrios;

    crticos franceses acoimaram Balzac, o fabuloso autor da Comdia Humana de

    escrevinhador para analfabetos; certo crtico espanhol leu o Don Quixote e

    tachou-o de obra de "um enfermo"! Dois filmes terrivelmente combatidos pela

    crtica, que os arrasou de incio, ficaram anos em cartaz sob o entusiasmo e o

    beneplcito do pblico: foram Belinda e E o Vento Levou. Dizia o poeta

    Ramn de Campoamor: Todo es segn el color del cristal con que se mira! E o

    povo, que aprecia olhar as coisas com os seus prprios olhos, ento vibra com

    a fora emotiva penetrante de sua alma, desprezando os roteiros e guias de

    turismo modelados pela crtica do mundo, para decidir-se mediante a sua

    prpria convico alicerada no bom senso. Ainda, na China, antes de algum

    submeter uma obra razo severa da crtica, era costume enviar um vidro de

    remdio para o fgado do crtico. Questo de segurana!

    Por isso, melhor deixarmos que o leitor julgue a obra, cumprindo-nos

    respeitar, igualmente, a opinio favorvel ou desfavorvel, porque o povo,

    realmente, quem h de estigmatizar ou consagrar as mensagens de Ramats.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    E quanto crena no feitio, isso questo de oportunidade! H gente

    que no cr em bruxaria; mas fica apavorada, quando descobre um fio

    vermelho na bainha da cala, uma coroa de penas de galo no travesseiro ou um

    sapo indesejvel a coaxar obstinadamente debaixo da janela batida pela chuva

    mida. Cremos que por fora de tal procedimento, a resposta hbil e

    cuidadosa de conhecido cientista muito sensato, que assim disse numa

    entrevista sobre o feitio: "O feitio uma superstio, com que certos

    entendidos conseguem prejudicar o prximo."

    Curitiba, 15 de agosto de 1967

    J.T. 1

    1 - Por motivos bvios, deixamos de identificar o Irmo J. T., escritor desencarnado no Brasil, que prefere o anonimato a fim de evitar qualquer contenda intil. As iniciais "JT" correspondem ao mais famoso personagem de sua obra "adulta", j incorporado ao imaginrio brasileiro. A irreverncia, a coragem critica e a lucidez irnica e inteligente desse esprito de ex-ateniense plasmaram um estilo inconfundvel, e o leitor que o tiver conhecido, mesmo que s na infncia, no ter dificuldade de reconhec-lo.

    Palavras de Ramats

    Meus Irmos

    Atendendo s recomendaes de nossos maiorais da espiritualidade,

    entregamo-vos esta obra de advertncia e esclarecimento sobre o processo de

    "feitio e bruxaria", na qual preocupou-nos, exclusivamente, a ventura do ser

    humano e jamais o nosso interesse espiritual. No limiar do "Terceiro Milnio"

    e do signo mentalista de Aqurio, smbolo dominante dos ares e do clima

    astrolgico para a encarnao dos espritos escolhidos direita do Cristo,

    necessrio orientar os terrcolas para libertarem-se de prticas e atos, que os

    situaro na caravana dos "esquerdistas" estigmatizados para povoarem outro

    mundo inferior.

    A Terra, a partir do III Milnio, ser promovida a escola planetria

    ginasial, requerendo, tambm, a matrcula de alunos j libertos das injunes

    instintivas e primrias da animalidade inferior. Malgrado os habituais protestos

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    e censuras dos conservadores e descrentes do texto desta obra, insistimos em

    advertir aos terrcolas que o feitio existe e s os espritos completamente

    liberados de resgates crmicos so invulnerveis aos seus efeitos ruinosos.

    Tambm no aguardamos louvores prematuros para as explicaes e

    consideraes que relacionamos nesta obra sobre os processos de feitiaria. Em

    verdade, o principal objetivo de Magia de Redeno advertir os terrcolas

    quanto sua tremenda responsabilidade espiritual pelo derrame de sangue de

    animais e aves, atravs de matadouros, frigorficos, charqueadas e aougues,

    cuja barbrie "civilizada" gera cruciante carma humano e torna-se a principal

    fonte de infelicidade terrena. Enquanto o sangue do irmo menor verter to

    cruelmente na face da Terra, os espritos desencarnados tambm tero farto

    fornecimento de "tnus vital" para a prtica nefanda do vampirismo, obsesso

    e feitiaria. Sob a justia implacvel da Lei do Carma, a quantidade de sangue

    vertida pelos animais e aves, resulta, por ao reflexa, em igual quantidade de

    sangue humano jorrado fratricidamente nos morticnios das guerras e

    guerrilhas! Cada matadouro constru do no mundo proporciona a encarnao

    de um "Hitler" ou "tila", verdadeiros flagelos, semeadores de sofrimento da

    humanidade, como executores inconscientes da lei crmica - a semeadura

    livre, mas a colheita obrigatria! Jamais a guerra ser eliminada da face da

    Terra, enquanto explorardes a "indstria da morte" mediante esses abominveis

    matadouros e frigorficos de aves e animais, pois estes, como os homens, so

    filhos do mesmo Deus e criados para a mesma felicidade. A Divindade no

    seria to estulta e injusta, permitindo que o homem dito racional seja feliz

    enquanto massacrar o irmo menor, indefeso e servial, pois ele tambm sente!

    Ademais, os espritos diablicos que obsidiam, vampirizam e enfeitiam,

    so os irmos desencarnados ainda escravos da ignomnia do carnivorismo, tal

    qual fazeis atualmente. Em verdade, bem diminuta a diferena entre os

    vampiros desencarnados, que se satisfazem com o sangue cru, e os vampiros

    encarnados, que preferem com-lo ou bat-lo at transform-lo em chourio de

    rtulo dourado! Infeliz humanidade terrena, ainda escrava de um crculo

    vicioso, em que os "vivos" dotados de razo trucidam os "vivos" irracionais

    para beber-lhes o sangue e devorar-lhes as carnes; e ento, depois, enfrentam o

    cruciante sofrimento de verem os filhos ou parentes irem para o massacre

    organizado dos campos de batalhas! Estadistas, filsofos, psiclogos,

    sacerdotes, lderes espiritualistas e governos tm gasto toneladas de papel e

    rios de tinta em congressos, campanhas, empreendimentos e confraternizaes

    para implantarem a paz do mundo e festejando tais congraamentos com

    banquetes de vsceras sangrentas de aves e de animais, cujo sangue vertido

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    exatamente a causa da infelicidade das guerras! A Divindade jamais poderia

    rebaixar o seu esprito de justia e amor por todos os seres, concedendo a paz e

    a ventura ao homem racional, que firma a sua existncia sobre os escombros

    sangrentos do irmo menor!

    Convertem-se os terrcolas em escravos do mundo oculto ao servir de "repastos

    vivos" dos espritos tenebrosos, vinculados s paixes mais aviltantes! Por isso,

    o enfeitiamento e a obsesso alastram-se no vosso mundo, nutridos pelo

    sangue derramado das aves, dos animais e dos prprios homens massacrados

    carmicamente nas guerras abominveis! Jorra o sangue nos pisos dos

    matadouros e avirios modernos sob os gemidos cruciantes dos animais e aves

    indefesos; mas jorrar tambm o sangue humano nas ruas, praas, lares e

    campos floridos sob a lei de causa e efeito do Carma!

    Magia de Redeno, embora no passe de um singelo relato medinico

    de muitos assuntos j conhecidos dos ocultistas estudiosos, tambm poder

    servir para novas pesquisas e estudos acerca das atividades do Esprito na

    matria. No buscamos compilar obra meritria no sentido literrio ou

    revelativo, mas, acima de tudo, oferecer modesto compndio de ensinamentos

    to velhos como o prprio homem. Basta-nos despertar em alguns leitores

    pensamentos e decises mais prudentes em favor da maior vivncia do

    Evangelho de Jesus, pois a impiedade para com o infeliz irmo menor gera o

    choque de retorno to popularizado, de que "o feitio sempre se volta contra o

    feiticeiro"! E jamais algum se integra vivncia evanglica, quando o seu

    prazer e a sua ventura ainda dependam do sacrifcio do mais nfimo animal!

    Curitiba, 15 de agosto de 1967

    Ramats

    Nota de Ramats: - Insistimos deliberadamente, nesta obra, e abordamos por diversas vezes em alguns captulos, os assuntos sobre "ter-fsico, prana ou vitalidade, duplo etrico e chacras", porque se trata de temas que dentro em breve sero manuseados intensamente pelos espritos em suas comunicaes elucidativas da realidade espiritual.

    Captulo 1

    Consideraes sobre o feitio

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    PERGUNTA: - Poderamos conhecer a vossa opinio sobre o

    enfeitiamento, o qual tanto negado como reconhecido por muita gente?

    No estaremos fazendo solicitao inoportuna e inconveniente?

    RAMATS: - Cremos que a vossa mente j deve se encontrar bastante

    capacitada para tratar de assunto to importante como o feitio. O progresso

    da Cincia e da Tcnica do mundo terreno, no sculo atual, j vos permite

    compreender e comprovar que a maioria das supersties, lendas, crendices,

    prticas de magia e de alquimia, incompreensveis no passado, possuem algo

    de cientfico. Atualmente, a prpria Parapsicologia, disciplina cientfica de

    investigao moderna, progride satisfatoriamente buscando solucionar os

    fenmenos habituais do psiquismo, independente de concluses a priori, mas

    estudando-os pelos fatos que indiquem uma atividade ou origem cientfica.

    Mas precisa evitar, sensatamente, a tendncia perniciosa de manejar a cincia a

    servio de uma crena espiritual ou atravs de um preconceito religioso. 1

    Deste modo, tambm poder estudar e pesquisar o fenmeno do

    enfeitiamento. com perfeita iseno de nimo e liberdade de ao.

    1 - Alis Ramats tem razo em endossar tal conceito, pois o estudo da Parapsicologia evidentemente suspeito quando o parapsiclogo o faz sob algum condicionamento religioso, como acontece na Frana, em que a escola parapsicolgica chefiada por Roberto Amadou s admite vlidos os experimentos que satisfaam as explicaes catlicas. Atualmente, a investigao parapsicolgica mais sadia, ainda a chefiada por J. B. Rhine, em USA.

    PERGUNTA: - Referimo-nos possvel inconvenincia de tratarmos

    desse assunto, porque o enfeitiamento, alm de contestado por muitos

    espritas que seguem as diretrizes bsicas do Espiritismo codificado, parece-

    nos assunto at apavorante para as mentes comuns.

    RAMATS: - Em geral, as mentes comuns, quer pela sua ignorncia ou

    pelo habitual descontrole mental e emotivo, so justamente as mais

    responsveis pelo enfeitiamento verbal, mental e fsico, que ainda se

    manifesta na face da Terra. O desconhecimento ou a descrena do feitio no

    vos livra dos seus resultados ignbeis e funestos, ainda praticados por quase

    toda a humanidade!

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    Tambm estranho que os espritas, bem mais esclarecidos do que os

    religiosos dogmticos e conservadores, ainda se mostrem temerosos de

    examinar o problema da feitiaria e conhecer a verdade sobre o seu processo e

    mecanismo fundamental. Jamais poderemos solucionar os problemas

    espinhosos ou desagradveis da vida humana, copiando a lenda do avestruz,

    que, diante do perigo, enfia a cabea na areia! A bruxaria assunto a ser

    examinado e pesquisado com toda iseno de nimo, sem qualquer preconceito

    religioso, cientfico ou moral, decorrentes de convenes e sentimentalismos

    humanos. melhor que isso seja comprovado ou desmentido, sem quaisquer

    temores, do que lhe ignorarem a realidade por falsa suscetibilidade, embora se

    trate de assunto desagradvel e controvertido.

    PERGUNTA: - Alguns espritas alegam que muito perigoso divulgar-

    se em pblico o mecanismo tenebroso do feitio, ante a imprudncia de

    contribuirmos para o aumento do mal.

    RAMATS: - Sob a nossa opinio, a feitiaria to tradicional um

    processo bastante ingnuo e inofensivo, comparada ao pavoroso feitio da

    "bomba atmica", que, em poucos minutos, matou mais de 120.000 pessoas no

    Japo! Que vos adianta guardar segredos das prticas de bruxaria feitas a

    "varejo" quando a frmula da desintegrao atmica ficou disposio dos

    bruxos modernos da Cincia, que no hesitaram em perpetrar o mais vasto e

    diablico enfeitiamento por atacado, reconhecido pela histria do mundo!

    Porventura, o sigilo feito at hoje sobre o feitio contribuiu de algum

    modo para eliminar ou reduzir os males advindos de sua prtica malvola?

    Qual foi o proveito da cincia terrena ignorando propositadamente a bruxaria,

    por consider-la lenda ou superstio, quando tal coisa vem sendo praticada h

    milnios e demonstrando resultados malficos? Que o digam as criaturas que j

    foram enfeitia das, ou, talvez, os prprios cticos de hoje venham a confirmar,

    no futuro, os seus efeitos daninhos, na prpria pele.

    Porm, a bruxaria no pode ser investigada sob as mesmas frmulas que

    regem os fenmenos do mundo material, pois ela se disciplina por leis vigentes

    nos planos transcendentais, s conhecidas dos magos e feiticeiros.

    Quanto aos espritas, que opem dvidas realidade do feitio, s

    podemos lembrar-lhes o bom-senso admirvel de Allan Kardec, o qual jamais

    fugiu de qualquer problema espiritual, mas enfrentou corajosamente o

    sarcasmo da cincia e a perseguio clerical, a fim de descortinar ao homem

    obscuro do sculo XIX a surpreendente realidade do mundo dos espritos. Mas

    o vocbulo feitio, como sinnimo de malefcio, no define apenas a prtica de

    bruxaria atravs de objetos preparados por magos-negros ou bruxos, porm

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    refere-se, tambm, s operaes que os feiticeiros modernos mobilizam nos

    laboratrios para, depois, desintegrarem milhares de crianas, mulheres e

    velhos indefesos!

    J tempo de os bruxos cientistas investigarem o trabalho singelo dos

    seus velhos colegas, os quais, aps exaustivos esforos e considervel perda de

    tempo, s conseguiam atrapalhar a vida de uma criatura. Quanta inveja no

    deveria grassar em seus coraes, se pudessem apreciar o eficiente processo da

    feitiaria moderna praticado pelos feiticeiros agaloados, que, ao simples toque

    de um boto misterioso, podem desencadear a morte de milhares de pessoas?

    PERGUNTA: - Mas os espritas kardecistas 2 no admitem o

    enfeitiamento como um fato concreto e capaz de causar danos ao prximo

    atravs de objetos preparados. Eles aceitam a realidade do fenmeno, to-

    somente pela projeo de fluidos ruins, prprios dos maus pensamentos.. RAMATS: - Os espritas, nesse caso, repetem a mesma negativa

    habitual dos catlicos e outros religiosos dogmticos, recusando, a priori,

    qualquer coisa que no se coadune absolutamente com a sua formao

    doutrinria ou religiosa. Tratando-se de adeptos que no ignoram o domnio

    nefasto dos espritos desencarnados sobre a humanidade encarnada, que

    admitem a sobrevivncia e a comunicao do esprito, a telepatia, a

    reencarnao, a Lei do Carma, a pluralidade dos mundos habitados, a terapia

    de gua fluida e dos passes medinicos, sempre estranhvel, que ainda

    oponham dvida quanto realidade milenria do feitio conseqente

    catalisao de foras de objetos e seres vivos!

    Os objetos materiais utilizados para firmar a feitiaria so apenas os

    "ncleos" de energia condensada ou congelada, conforme conceituou Einstein,

    sobre a verdadeira natureza da matria. Eis por que os feiticeiros no precisam

    arremessar objetos ou coisas materiais sobre as vtimas escolhidas para o

    enfeitiamento. Eles dinamizam a energia ou o potencial eltrico contido na

    intimidade dos mesmos, produzindo as combinaes fludicas que depois se

    projetam funestamente atravs dos endereos vibratrios.

    2 - Nota do Mdium: - A pergunta no implica num sentido pejorativo aos espritas kardecistas, mas apenas para distinguir os confrades que seguem estritamente as recomendaes de Mestre Allan Kardec, sem admitir qualquer outra escola espiritualista

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    PERGUNTA: - Que se deve entender por "endereos vibratrios"? RAMATS: - O "endereo vibratrio" o objeto ou coisa pertencente

    vtima, e que o feiticeiro depois ajusta ao seu trabalho catalisador de bruxaria.

    Serve de orientao para a carga malfica tal qual os polcias fazem o co de

    caa cheirar um leno ou algo do fugitivo, do qual esto no encalo.

    Assim, o maior xito do feitio fundamenta-se sobre a mesma lei de

    afinidade comum dos experimentos de fsica e qumica, a qual disciplina as

    relaes e a propriedade dos corpos entre si. Ademais, as coisas impregnam-se

    das emanaes dos seus possuidores, e por esse motivo podem servir de

    "endereo vibratrio" para as operaes de magia distncia, conforme de

    uso e necessidade na bruxaria. Quanto aos efeitos mortificantes que atuam

    sobre as vtimas enfeitiadas, os feiticeiros os conseguem atravs da "projeo"

    de fluidos agressivos e enfermios, que desdobram nos campos eletrnicos dos

    objetos preparados sob o ritual de abaixamento vibratrio.

    PERGUNTA: - Tambm temamos escandalizar as naturezas mais

    delicadas, e por isso, provocar crticas desairosas em torno da pessoa do

    vosso mdium. No poder acontecer isso?

    RAMATS: - Comumente, as naturezas delicadas apenas so sensveis

    quilo que lhes pode causar prejuzos diretos, enquanto se mantm

    desinteressadas dos melodramas alheios. Quanto ao mdium que nos serve de

    intrprete, ele sabe que as nossas mensagens, transmitidas normalmente por

    seu intermdio, so mesmo de molde a despertar juzos opostos e provocar

    celeumas nos espritos mais conservadores.

    Alis, no guardamos a presuno de contentar todos os homens, coisa

    que no conseguiu o prprio Jesus. Mas preciso que sempre haja algum

    disposto a enfrentar a crtica conservadora e remexer nas frmulas

    envelhecidas e tradicionais do mundo. Isso ajuda a clarear a crendice

    improdutiva e provoca a reao da prpria cincia oficial. Sabe o nosso

    mdium, que no labor desagradvel de perturbar o condicionamento habitual

    da mente humana, ele no deve sonhar com a glorificao extempornea ou a

    compreenso prematura.

    PERGUNTA: - Mas o que significa, realmente, o vocbulo feitio? RAMATS: - Feitio, sortilgio, bruxaria e enfeitiamento significam

    operao de "magia negra" destinada a prejudicar algum. Antigamente, a

    palavra feitio ou sortilgio expressava to-somente a operao de

    encantamento, ou no sentido benfico de "acumular foras" em objetos, aves e

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    animais e seres humanos. Da, o feitio significar, outrora, a confeco de

    amuletos, talisms, escapulrios e oraes de "corpo fechado", cuja finalidade

    precpua era proteger o indivduo.

    O encantamento ou enfeitiamento de objetos ou seres sempre implicava

    na presena de um mago, porque era um processo vinculado velha magia.

    Mas em face de sua proverbial subverso e incitado pelo instinto animal

    inferior, o homem logo percebeu nessa acumulao de foras e dinamizao do

    ter fsico de objetos ou seres vivos, um timo ensejo para tirar o melhor

    proveito a seu favor. Logo surgiram os filtros mgicos e as beberagens

    misteriosas, para favorecer amores e casamentos, enquanto se faziam amuletos

    com irradiaes nocivas, com finalidades vingativas. A palavra feitio, que

    definia a arte de "encantar" a servio do bem, ento passou a indicar um

    processo destrutivo ou de magia negra!

    PERGUNTA: - Qual a base positiva da operao de feitio?

    RAMATS: - O feitio o processo de convocar foras do mundo

    oculto para catalisar objetos, que depois irradiam energias malficas em

    direo s pessoas visadas pelos feiticeiros. O fenmeno perfeitamente lgico

    e positivo, porque toda a ao enfeitiante ativada no campo das energias

    livres, em correspondncia com as energias integradas nas coisas, objetos e

    seres. O trabalho mais importante dos feiticeiros ou magos consiste em inverter

    Os plos dessas foras, empregando-as num sentido agressivo e demolidor,

    conforme acontece com as prprias energias da natureza descobertas pelos

    homens.

    A dinamite usada exclusivamente para romper pedras, calar ruas, praas

    ou construir alicerces, um elemento benfeitor. Mas fora maligna e

    destrutiva, quando a empregam para a confeco de bombas e artefatos

    mortferos, que arrasam cidades indefesas e trucidam homens nos campos de

    batalha. O lcool tambm beneficia, quando aplicado na composio de

    medicamentos e produtos qumicos, na desinfeco e limpeza domstica; mas

    nocivo e degradante, quando embriaga o homem e o instiga ao crime. Alis, o

    princpio de dualidade um fundamento comum da prpria vida; h o positivo

    e o negativo, o branco e o preto, a luz e a sombra, o macro e o micro, o

    masculino e o feminino, a sade e a doena. Conseqentemente, h o elemento

    fludico bom e teraputico, que preserva a sade, assim como o enfeitiamento

    que produz a enfermidade.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    PERGUNTA: - De que modo o feiticeiro prepara os objetos de

    enfeitiamento?

    RAMATS: - Isso ele faz atravs de processos que achamos

    desnecessrio esmiuar nesta obra, cuja finalidade de advertncia e no

    tratado tcnico de feitiaria. Mas, num sentido geral, os objetos de

    enfeitiamento funcionam como "acumuladores" e "condensadores" de foras,

    obedientes vontade experimentada dos feiticeiros.

    Mas o xito da bruxaria tambm depende da cooperao eficiente dos

    espritos desencarnados e comparsas do feiticeiro, os quais se encarregam de

    desmaterializar os objetos em questo, transportando as "matrizes" ou duplos

    etricos para serem materializados nos travesseiros, colches ou locais onde as

    vtimas permanecem freqentemente. Antigamente, os feiticeiros e

    experimentados mdiuns das Trevas exauriam-se sob fatigante ritual, enquanto

    alguns ingeriam drogas hipnticas, como extratos de papoulas, a fim de lograr

    o transe medinico e a sintonia direta com os magos-negros desencarnados.

    Havia prticas perigosas e cumpriam-se obrigaes tenebrosas, como ainda

    hoje se faz nos servios de Quimbanda e nos "candombls", para o apoio de

    entidades poderosas, mas vingativas e cruis!

    PERGUNTA: - H alguma diferena na prtica do enfeitiamento

    atual, comparada s mesmas atividades tenebrosas de antigamente?

    RAMATS: - No h propriamente diferena, mas ensejos novos! A

    faculdade medinica est-se generalizando entre os homens, o que permite

    interferncia mais positiva dos desencarnados sobre o mundo material. Pouco a

    pouco enfraquece-se a fronteira entre o oculto e o visvel aos sentidos fsicos; o

    Alm revela-se cada vez mais ntido na tela do mundo terreno. Isso favorece a

    penetrao incessante dos desencarnados malvolos, na vida dos encarnados,

    no tardando a Crosta terrquea a transformar-se num subrbio das metrpoles

    edificadas nas regies do reino astral inferior!

    Infelizmente, certa parte de mdiuns de mesa e de terreiro no se ajustam

    aos princpios espirituais superiores, pois alm de se exporem vaidosamente s

    aventuras criticveis, eles ainda fazem negcios ilcitos com a faculdade

    medinica. Os malfeitores do Alm trabalham ativamente no sentido de

    proliferar a corrupo no seio do labor espiritual benfeitor, pois sabem que o

    planeta Terra enfrenta uma das piores fases de sua estabilidade geolgica e

    humana. O "fim de tempos" significa demolio de costumes e tradies, pois

    o terreno lavrado para a nova semeadura! Ento prolifera a erva daninha e a

    planta benfeitora, erguem-se os edifcios modernos, mas tombam

    incessantemente os prdios em runas!

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    25

    Os mestres satnicos so exmios no conhecimento de vibrao,

    polaridade, ritmo, transmutao e causalidade do fenmeno "energia e

    matria"! E os quimbandeiros da Terra ento cedem o seu cetro ao comando

    diablico desencarnado, passando a trabalhar sob o regime de escravido e

    cumprindo fielmente as ordens malfeitoras! Ante a covardia dos homens, que

    temem enfrentar os seus desafetos no campo raso da vida fsica, o servio de

    enfeitiamento aumenta e moderniza-se, porque os feiticeiros modernos se

    ajustam, cada vez mais, terminologia cientfica de ondas, raios, eltrons,

    tomos, freqncias, oscilaes magnticas, eletricidade biolgica, eletronismo

    e ionizao. Os bruxos encarnados transformam-se em agentes representativos

    da verdadeira indstria de bruxaria sediada no astral inferior, a qual exerce a

    sua vasta atividade nas regies limtrofes do planeta. As confrarias negras do

    Alm ampliam a sua capacidade de ao, pois fundam novas filiais tenebrosas

    entre os prprios encarnados, graas ao adensamento do ter fsico em torno do

    orbe, o qual alimentado pela corrupo e a sangueira da prpria humanidade!

    Deste modo, os espritos malfeitores podem atender multiplicidade de

    "pedidos" e "contratos" dos clientes encarnados, que desejam afastar o prximo

    do seu caminho, ou vingar-se dos seus desafetos, concorrentes e venturosos.

    Aqui, o cidado comodista convoca o feitio para expulsar certa famlia do

    apartamento que lhe foi prometido; ali, a noiva ou o noivo que rompeu o

    compromisso matrimonial, h de sofrer no leito o embruxamento requerido

    pela outra parte frustrada; acol, o feitio feito at para se vingar do vizinho,

    que no prende a cabra daninha! .

    Sobre a prpria lei evolutiva do mundo oculto, o enfeitiamento cada vez

    mais se astraliza, enquanto se reduz no seu processo primitivo feito na face da

    Terra atravs de objetos materiais! No h diferena nos seus efeitos, que ainda

    se tornam mais rpidos e malficos, mas aumenta o domnio dos

    desencarnados sobre os vivos, por intermdio da prtica de enfeitiamento.

    PERGUNTA: - Em face de nossa formao espiritista, sempre

    julgamos que o ritualismo coisa extravagante e supersticiosa. Que dizeis,

    quanto ao ritual usado no processo de enfeitiamento?

    RAMATS: - No Universo tudo se move, vibra e circula atravs do ter

    transmissor da vitalidade csmica. Conforme seja a variao da escala e do

    modo das vibraes, tambm se manifestam os diferentes estados da matria. O

    esprito do homem atua num campo de foras em perptua ao vibratria, as

    quais se movem em todos os sentidos e tambm obedecem vontade

    potencializada dos que conheam as leis de sua regncia e atividade no Cosmo.

    Os magos antigos produziam fenmenos excntricos, incomuns e

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    26

    atemorizantes, porque alm de conhecerem profundamente o campo de foras

    manifestas pelo microcosmo e macrocosmo, eles eram senhores de uma

    vontade poderosa a servio da Mente adestrada no comando do mundo oculto!

    Em conseqncia, atravs de rituais que serviam para dinamizar essa

    vontade e aglutinar os campos de energias poderosas para "eletrizar" os seus

    trabalhos, eles transformavam objetos, aves e animais, conforme o quisessem,

    em fontes catalisadoras de fluidos benfeitores ou malficos. O ritual praticado

    pelo feiticeiro o mecanismo de exaltao de sua vontade malvola, enquanto

    os objetos enfeitiados ou "encantados" desempenham a funo de

    acumuladores ou condensadores de foras magnticas, que funcionam no plano

    fsico e etreo-astral. Conforme seja o preparo no rito de enfeitiamento, tais

    objetos podem funcionar guisa de condensadores captando as energias em

    torno do ambiente da pessoa enfeitiada, e depois baixando a freqncia

    vibratria at tornar-se enfermia ou constritiva. Isso lembra o que acontece

    com certos aparelhos de rdio, cuja m qualidade receptiva ou pssimo

    funcionamento ento distorcem, enrouquecem ou inferiorizam a msica

    executada e transmitida, de modo lmpido, pela estao radiofnica. .

    O ritual, no enfeitiamento, apenas um processo dinmico que

    disciplina o desdobramento da operao contra a vtima. Alicia as foras

    selvticas do mundo astral inferior e ativa as reaes em cadeia magntica, no

    objeto preparado para funcionar como um detonador contnuo no mundo

    fludico. Alis, o desmancho ou processo inverso do enfeitiamento, tambm

    exige determinado rito, para depois inverter os plos anteriormente firmados

    pela concentrao de fluidos coercitivos. Alguns feiticeiros costumam usar

    fluidos to agrestes nos enfeitiamentos mais tenebrosos, que o "desmancho"

    tambm exige a mobilizao de energias semelhantes para a sua soluo. 3 Mas

    o ritual, em sua noo especfica, um processo disciplinador da prpria vida!

    3 - Talvez por isso em certas prticas de "desmancho" na Umbanda, os pais de terreiros determinam que o trabalho seja feito beira-mar, junto s cascatas ou no seio da mata virgem, quando o enfeitiamento, provavelmente, teria sido feito com os fluidos originais de tais ambientes.

    PERGUNTA: - Como entenderamos que o ritual, em qualquer, circunstncia, um processo disciplinador da prpria vida?

    RAMATS: - O ritual, em si, uma operao que disciplina a sucesso

    de fases, atos e operaes destinadas a promover o desenvolvimento gradativo

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    27

    e lgico dos acontecimentos da Natureza, em comunho com a atividade do

    esprito encarnado. No se trata de um acontecimento excntrico e

    supersticioso, mas um processo cientfico e tcnico, presente em todos os

    acontecimentos do mundo profano, embora seja mais especfico da esfera

    religiosa, inicitica, manica e esotrica. O ritual nada tem de crendice ou

    mistrio, mas ordem, graduao tcnica e coerncia desdobrativa, regendo e

    consagrando o ritmo, a sucesso e a manifestao das coisas.

    Na sua tarefa de enfeitiar objetos, para atingir o "clmax" proveitoso, o

    feiticeiro precisa seguir um ritual gradativo e progressivo no seu trabalho,

    obedecendo s fases e s leis j consagradas e conhecidas naquele processo. O

    ritual de enfeitiamento, em sucessiva ordem processual, determina que o seu

    operador primeiramente faa a atrao das foras a serem mobilizadas na

    bruxaria; depois dessa fase preliminar, ento deve condens-las nos objetos;

    em seguida, gradativamente, dinamiz-los ou "eletriz-los"; e finalmente,

    projetar as energias em direo vtima escolhida para a carga enfermia. O

    absurdo e contrrio ao ritual seria o feiticeiro dinamizar as energias antes de

    capt-las, ou ento projet-las antes de sua potencializao. O ritual, portanto,

    no uma entidade oculta, misteriosa ou processo supersticioso inerente

    magia e bruxaria, mas uma ao coordenada do princpio ao fim objetivado,

    em todo o processo da natureza e atividade da vida humana.

    Deus, quando criou o mundo, tambm seguiu um determinado ritual,

    pois Ele no o fez de chofre, mas disciplinado por um procedimento gradativo

    e sensato, em que primeiramente surgiram as coisas fundamentais e depois as

    secundrias. Deus, de incio, fez o planeta Terra, obedecendo ao ritual da

    criao; depois, veio a segunda fase, quando criou os mares, os rios e as

    florestas; ento, surgiram os pssaros, os animais e os peixes. Mas haveria

    inexplicvel insensatez, contrria ao rito da criao, caso os peixes

    aparecessem antes dos mares ou os animais antes das florestas.

    devido ao ritual j consagrado na cirurgia que o mdico operador

    primeiramente troca suas vestes empoeiradas da rua pelo uniforme branco e

    limpo; em seguida, lava as mos, depois faz a assepsia do enfermo, apanha o

    bisturi, faz a inciso perifrica, aplica os grampos hemostticos, e s ento

    inicia a verdadeira interveno com os instrumentos de ao profunda. O xito

    de sua interveno no se prende unicamente sua sabedoria, experincia ou

    deciso, mas, tambm, obedincia ao ritual rigoroso que lhe disciplina as

    atividades cirrgicas e j consagradas pelo tempo e experincia. O mdico

    violentaria o ritual cirrgico, caso, primeiramente, lavasse as mos e s depois

    desvestisse o traje empoeirado; ou ento usasse a tesoura cirrgica de inciso

    interna antes do bisturi do corte perifrico. O ritual, portanto, o modo de fazer

    as coisas certas, um desenvolvimento metdico que evita o erro e a confuso.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    28

    o ritual que no permite ao homem tirar as meias antes de descalar os

    sapatos, porque ele tambm coloca as meias antes dos sapatos.

    PERGUNTA: - Como poderamos crer de modo mais convincente no

    poder malfico de objetos, aves e animais usados em bruxaria?

    RAMATS: - Na multiplicidade de operaes no campo do magnetismo

    teraputico os seus entendidos tambm usam uma srie de "coisas" e objetos

    que favorecem a fixao ou condensao, neles, de energias imponderveis. A

    gua, quando fluidificada na terapia espiritista, transforma-se em elemento

    intermedirio ou de ligao entre o magnetismo e o doente. H quem

    magnetize ou fluidifique garrafas, flores, roupas, mata-borres, alimentos ou

    frutos, com finalidade teraputica. Obviamente, o processo de enfeitiamento

    tambm perfeitamente realizvel atravs de objetos, os quais so preparados

    para imantar e catalisar as energias daninhas. H minerais, como o do rdio e o

    do chumbo, cujas partculas, em incessante irradiao, produzem danos na

    criatura humana, independente de ser enfeitiado.

    PERGUNTA: - Poderamos conhecer o mecanismo exato da ao

    desses objetos enfeitiados no campo psquico?

    RAMATS: - Os acontecimentos da vida esto intimamente ligados

    ao da Energia sobre a Matria. O conceito atual de matria, alis aceito pela

    vossa cincia acadmica, o de energia condensada ou fora coagulada. Sendo

    assim, a matria, embora partcula de fora condensada, age vigorosamente em

    todos os campos vibratrios dos planos etreo-astral e mental onde se originou.

    Desde que essa matria ou energia acumulada seja acionada com mais

    veemncia, ela aumenta a sua ao nos correspondentes planos vibratrios do

    seu natural "habitat". Essa atividade amplia-se tanto quanto seja a capacidade

    de se ativar ou excitar a substncia material, fazendo-a repercutir em direo ao

    seu campo dinmico natural. Atuando vigorosamente na matria, atuareis

    concomitantemente nos planos energticos de onde ela provm, porquanto

    houve uma "condensao" ou "aglomerao" para os sentidos fsicos.

    Conseqentemente, essa energia presente em todos os corpos e

    aprisionada pelos limites da forma, extravasa continuamente, formando as

    "auras" dos minerais, vegetais e seres humanos. O campo magntico,

    superfcie dos corpos fsicos, rico de radiaes, ou seja, partculas magnticas

    que se desagregam continuamente de todas as expresses da vida material.

    Visto que as criaturas humanas so tambm "energias condensadas", elas ento

    alimentam um campo radioativo em torno de si, e que deixa um rasto ou uma

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    29

    pista de partculas radioativas por onde passam, pelas quais os ces se orientam

    utilizando-se do "faro" animal. A tradio de que o enfeitiamento feito no

    rasto da vtima absolutamente eficiente e difcil de desmancho, porque a

    condensao de fluidos perniciosos feita diretamente no campo magntico da

    aura de energia em libertao do enfeitiado. O lenol de partculas radioativas

    da vtima, ainda em ebulio e ativo na rea do enfeitiamento, ento favorece

    uma imantao mais compacta e profunda na penetrao urica.

    Embora considerando-se o extraordinrio senso de orientao que a

    "mente-instintiva" 4 proporciona s aves e aos animais, ajudando-os na luta

    pela sobrevivncia, com poderes ou faculdades que espantam o prprio

    homem, o certo que, durante as suas deslocaes de um lugar para outro, eles

    tambm despedem partculas radioativas e deixam verdadeiras pistas

    magnticas vibrando no mundo oculto. Assim, os ces e os gatos, quando so

    afastados a quilmetros distantes de sua moradia, eis que retomam habilmente

    at o ponto de partida, porque seguem o contrrio da prpria pista radioativa

    que deixaram anteriormente.

    4 - Vide o trabalho de Ramats sobre a "Mente Instintiva", a sair proximamente, nos tpicos referentes ao trabalho que orienta as aves a fazerem os ninhos, a emigrarem para regies mais saudveis; as toupeiras a fecharem suas tocas antes da chegada do inverno; as aves de rapina a encontrarem o animal morto a quilmetros de distncia; as aranhas a fazerem as teias: o joo-de-barro a construir sua casa protegida das tormentas; as abelhas a confeccionarem as colmias to matematicamente precisas; a vida ordeira das formigas, inclusive a sua fuga da margem dos rios, em vsperas de inundaes.

    PERGUNTA: - De que modo os objetos enfeitiados podem baixar as

    vibraes do ambiente onde permanece a pessoa visada por esse ato de

    bruxaria?

    RAMATS: - Os objetos usados e trabalhados pelos feiticeiros

    desempenham a funo de captadores de energias inferiores e servem de

    condensadores, que baixam as vibraes fludicas do ambiente em que so

    colocados. Embora sendo matria, tais objetos vibram no campo etreo-astral,

    porque so tambm energia condensada. Sob a vontade vigorosa dos

    feiticeiros, que agem na intimidade eletrnica da substncia, ou seja, no seu

    "elemental", produz-se uma excitao magntica ou superatividade, mas em

    sentido negativo, que depois atinge a aura da vtima a que eles esto vinculados

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    30

    pelo processo de bruxaria, rebaixando o campo vibratrio para alimentar

    expresses deprimentes de vida oculta.

    PERGUNTA: - Qual o sentido desse alimentar expresses deprimentes de vida oculta?

    RAMATS: - Assim como o lodo alimento seivoso para as

    coletividades microbianas patognicas, a atmosfera magntica viscosa, 5 que

    resulta da presena de condensadores enfeitiados, transforma-se em excelente

    campo alimentcio para as larvas, embries, bacilos e vibries psquicos

    oriundos do mundo invisvel aos acanhados sentidos humanos. Multides

    famlicas e colnias microscpicas de larvas e microrganismos em torturada

    agitao buscam vorazmente as zonas de"depresso magntica" em torno dos

    enfeitiados, para o seu sustento mrbido. Baixam, paulatinamente, do campo

    impondervel condensando-se em formas gradativas intermedirias, at

    alcanarem o plano fsico, onde a cincia humana, depois, os pressente na

    forma de "vrus" e "ultravrus" e demais probabilidades patognicas,

    responsabilizando-os por inmeras enfermidades, principalmente na patologia

    cancerosa. 6 A ao transformadora dos objetos enfeitiados inverte os plos de

    freqncia e o dinamismo natural da energia em liberdade, degradando-a para

    uma condio realmente viscosa, decomposta e deteriorada. Essa viscosidade,

    como lenol denso de magnetismo, torna-se o elemento intermedirio, ou

    revelador, a fim de as coletividades vorazes e destruidoras fazerem o seu

    "descenso" vibratrio para o campo material. Elas, ento, gradativamente,

    ingressam pela cortina desse magnetismo pegajoso exsudado da aura do

    enfeitiado, convergindo para o seu metabolismo fisiolgico e criando-lhe

    estados enfermios de origem impondervel e dificlimo de se identificarem

    pelos mais abalizados exames mdicos.

    5 - Nota de Ramats: - O termo "atmosfera magntica viscosa", aparentemente excntrico, define, realmente, no perisprito, uma condio semelhante ao que ocorre com o corpo fsico, quando envolto pelo lodo mido e pegajoso a se infiltrar pelos poros de modo desagradvel. Os enfeitiados sob forte carga malfica quase sempre acusam em si a sensao mortificante de gelidez, viscosidade ou ento aridez na pele. 6 - Vide a obra Fisiologia da Alma, de Ramats, no captulo "Consideraes Sobre a Origem do Cncer".

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    31

    PERGUNTA: - Essas organizaes "psicomicrobianas", de que falais, devem atingir to-somente o enfeitiado, no verdade?

    RAMATS: - A ao malfica se exerce principalmente naquele que foi

    objetivado para sofrer a carga do fluido depressivo. No entanto, como as "auras

    viscosas" dos objetos enfeitiados podem fortalecer-se atravs dos prprios

    desequilbrios psquicos das criaturas humanas, que se encontram no raio de

    ao do feitio, mesmo as que no foram visadas pela bruxaria podero sofrer

    seus efeitos no astral enfermo. H casos em que o impacto enfeitiante ao

    incidir sobre a pessoa de aura invulnervel ou imunizada pela prpria

    graduao espiritual superior, ento refrata, podendo atingir outro familiar

    menos protegido. 7

    7 - Ramats explica-nos que qualquer pessoa pode ser enfeitiada, mesmo quando no visada diretamente pelo feiticeiro. No entanto, a sua defesa depende exclusivamente de sua maior ou menor evangelizao! O Dr. M.B., amigo do nosso grupo espiritualista, foi visado por uma carga enfeitiante fortssima; no entanto, dada a sua natureza excepcionalmente humilde, caritativa e evanglica, o impacto do feitio refratou nele e atingiu espetacularmente o co de estimao, o qual sucumbiu rapidamente, enrodilhado sob violenta prostrao. O enfeitiamento tanto provoca a doena psquica na alma humana, por

    agir nos centros de foras do comando perispiritual, como atrai nuvens de

    bactrias nocivas, que penetram na circulao fisiolgica da criatura. Os

    objetos ou seres transformados em fixadores de fluidos nefastos so os agentes

    do enfeitiamento, guisa de projetores de detritos fludicos a sujarem a aura

    perispiritual da vtima. Criam em torno do enfeitiado um campo vibratrio de

    fluidos inferiores, o qual ento dificulta a receptividade intuitiva de instrues

    e recursos socorristas a serem transmitidos pelos guias ou conhecidos "anjos-

    da-guarda", que operam em faixa mais sutil.

    O esforo principal do feiticeiro isolar a vtima desse auxlio psquico,

    deixando-a desamparada na esfera da inspirao superior e entregue apenas a

    sugestes malvolas que lhe desorientam a atividade financeira, provocam

    perturbaes emotivas, condies pessimistas e conflitos domsticos. Assim,

    os prejuzos da vtima no campo material aliam-se aos distrbios doentios no

    campo psquico, sob o comando exclusivo de almas perversas do mundo

    invisvel. E tanto quanto mais a vtima se rebela ou se aflige, em vez de optar

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    32

    pela orao e vigilncia s suas prprias imprudncias emotivas e pensamentos

    adversos, ela tambm oferece maior campo de ao favorvel para os espritos

    desregrados infelicitarem a sua vida. Pouco importa se a pessoa merece ou no

    merece o impacto do feitio, mas a sua segurana e defesa dependem

    exatamente de sua maior ou menor integrao ao Evangelho do Cristo! o

    estado de "cristificao" proveniente da vivncia incondicional dos

    ensinamentos evanglicos, que realmente desintegra toda e qualquer carga

    malfica projetada sobre o homem! Sem dvida, so to poucas as pessoas que

    j usufruem essa condio superior, que o processo de enfeitiamento ainda

    produz efeitos malficos em quase todas as criaturas.

    PERGUNTA: - Mas no caso do feitio refratar sobre a pessoa visada e atingir outro ser familiar, isso no um procedimento injusto?

    RAMATS: - Como a imunidade psquica contra qualquer das

    expresses de enfeitiamento varia de conformidade com a conduta da pessoa

    visada, as correntes malvolas atingem e penetram com xito nas auras

    perispirituais dos seres humanos, conforme a sua vulnerabilidade urica do

    momento.

    PERGUNTA: - Por que h criaturas bonssimas, de conduta

    reconhecidamente evanglica, que se afirmam vtimas de enfeitiamentos?

    Como se explica isso?

    RAMATS: - Nem todo o santo de hoje foi magnnimo, virtuoso ou

    ordeiro no passado! Certas criaturas, que presentemente se devotam prtica

    do bem, ainda no podem furtar-se lei crmica e oferecer defesas seguras

    contra as foras destrutivas que movimentaram em existncias pretritas.

    Colhem agora os frutos amargos da sementeira imprudente, enquadrados na lei

    de que "ser dado a cada um segundo as suas obras"! Ademais, o simples fato

    de precisarem reencarnar-se na Terra os obriga a suportarem as contingncias e

    as energias agressivas do plano terrestre ainda to primrio.

    O enfeitiamento ainda ao perniciosa, produto gerado consciente e

    inconscientemente pela maioria dos homens, o qual atinge proporcionalmente a

    todos os seres, segundo as suas deficincias e defesas espirituais. E de senso

    comum que mesmo um campeo de natao no se livra de perigos, caso seja

    obrigado a nadar num rio infestado de jacars.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    33

    PERGUNTA: - Pode o enfeitiamento atingir coletividades, conforme

    j nos afirmou um estudioso do assunto?

    RAMATS: - Atualmente, rareiam, no vosso mundo, as terrveis fases

    de enfeitiamento coletivo, naturais da poca lemuriana e atlntida, em que

    certos povos se guerreavam atravs da prtica ignbil da feitiaria, pois os seus

    espritos ainda se achavam fortemente ligados a campos de foras do astral

    inferior. Esses povos atuavam sobre determinadas "energias elementais" da

    natureza, portadoras de uma atividade primria muito agressiva e

    exterminavam-se reciprocamente num processo de vinganas incessantes.

    Inmeras enfermidades de natureza incurvel, entre as quais se destacam

    o cncer e a morfia nervosa, ainda so resultados crmicos de que padecem

    muitos espritos participantes da bruxaria coletiva e individual do passado. Faz-

    se necessrio o esgotamento completo desse elemental mrbido usado larga e

    ainda latente em muitas almas, para que ento desaparea a srie de

    manifestaes patolgicas atuais, incurveis. Graas ao pacificadora de

    Jesus, criando sublime "egrgora" 8 no vosso mundo e fonte de transfuso da

    Luz Divina que aniquila o' reinado da Sombra, diminuiu o xito do

    enfeitiamento coletivo. O contato vibratrio mais profundo com a "aura" do

    Cristo-Planetrio, e o alimento incessante das preces e sacrifcios dos cristos

    nos circos romanos em torno da mesma idia espiritual-libertadora, contribuiu

    bastante para anular a eficincia da bruxaria coletiva. No entanto, na Idade

    Mdia ainda ocorreram alguns casos de epidemia, alucinaes, histerias

    coletivas, degradaes e luxria em massa, cujos desequilbrios psquicos

    foram realmente provocados por entidades diablicas encarnadas, em

    detestvel simbiose com espritos malvolos.

    8 - Egrgora: Composio astral gerada por uma coletividade, pois o pensamento, o desejo e a vontade so foras to reais e mesmo superiores s mais potentes energias da natureza. Debaixo dessa influncia, a matria astral, to plstica, faz-se compacta e toma forma. Ento, essa egrgora torna-se um campo de influncia coletiva, impelindo os que dela se interessam, para realizaes positivas no mesmo gnero. Graas a Jesus, comps-se no mundo a egrgora do Cristianismo, que afora da prpria cogitao humana, continua a influir, atrair e orientar as almas sensveis. Da mesma forma, Hitler comps a terrvel egrgora do Nazismo, a qual ainda insiste evocando adeptos e atuando vigorosa mente ante o menor descuido das autoridades internacionais do mundo.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    34

    PERGUNTA: - certo que a pessoa enfeitiada pode ser

    diagnosticada erradamente pelo mdico, quando se sente adoentada?

    RAMATS: - E por que no? Quem est enfeitiado encontra-se

    psiquicamente impermeabilizado s fontes que lhe podem fazer bem; propenso

    a aceitar as piores sugestes e os conselhos mais prejudiciais do mundo oculto.

    O enfeitiamento no feito como simples passatempo, mas de sua funo

    precpua prejudicar o prximo. S as pessoas realmente evangelizadas, de

    pensamentos otimistas e emoes controladas, podem resistir com maior

    eficincia aos impactos da bruxaria.

    A pessoa enferma e enfeitiada quase sempre ignora a origem de sua

    perturbao, assim como a sua aura conturbada tambm pode influir sobre o

    mdico que a examina e lev-lo a um diagnstico impreciso ou errado. H

    casos em que os malfeitores das sombras, ligados pelo servio de bruxaria,

    induzem as vtimas a consultarem certos mdicos de baixa condio moral e

    atraso espiritual, os quais apenas identificam sintomas equvocos e prescrevem

    medicamentos incuos e at nocivos.

    Aps deambular incessantemente por consultrios mdicos, sofrendo

    terapias confusas e at intervenes Cirrgicas desnecessrias, algumas

    criaturas s conseguem a sua cura aliando o tratamento fsico renovao

    espiritual, ou ajustando a sua mediunidade florescida prematuramente sob a

    ao estimulante do feitio, pela freqncia aos centros espritas ou terreiros de

    Umbanda. Ento melhoram porque aumentam as suas defesas psquicas

    fortificadas pela conduta superior, como tambm ficam sob a guarda de

    espritos benfeitores, que os ajudam a dissipar os maus fluidos.

    PERGUNTA: - O indivduo luntico tambm pode ser uma vtima de

    enfeitiamento?

    RAMATS: - Sem dvida, ainda existem crendices e supersties de

    povos primitivos, que devem ser rejeitadas devido sua inutilidade e

    fundamento tolo! Mas, tambm, preciso examinar tais coisas antes de

    qualquer julgamento injusto ou equvoco porque o homem nada cria ou

    compe, mas s descobre e inventa o que j foi criado ou inventado por Deus.

    Assim, a mais estpida crendice pode ter-se gerado numa base cientfica,

    malgrado a sua vestidura exterior excntrica ou insensata. verdade que

    alguns mitos e lendas, que parecem desafiar as leis naturais da Terra, so

    decalcados de fenmenos exclusivos do mundo astral, os quais ainda vibram na

    memria perispiritual do ser encarnado.

    Mas no caso do luntico, ele sofre realmente a influncia das fases

    lunares, pois excita-se na lua cheia e torna-se melanclico na lua nova. um

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    35

    temperamento manaco, excntrico e profundamente visionrio, cujas idias

    fantasiosas modificam-se pelas rpidas mudanas do satlite da Terra. O

    fenmeno fcil de explicar: o duplo etrico do luntico de freqncia

    vibratria facilmente excitvel pela emanao do ter-fsico lunar. Durante a

    poca de seu nascimento e a simultnea formao do corpo vital, a Lua

    encontra-se na sua fase mais ascendente possvel. Por isso, ele um

    "hipersensvel" e carreia para o seu corpo etrico maior dosagem de emanao

    do ter- fsico lunar, sofrendo durante o crescente e a lua nova um maior

    excitamento ou afluxo fludico, algo semelhante ao que ela exerce de modo

    gravitacional na formao das mars.

    Os antigos faziam amuletos ou "acumuladores" de foras para aliviar as

    crises dos lunticos, durante a fase mxima da lua cheia, e indicavam-lhe

    remdios feitos de plantas lunares, leitosas, frias, antiafrodisacas, de folhas

    grandes, ovaladas, redondas, como a couve, o repolho, a alface. Nos casos mais

    graves, socorriam-se da papoula-branca, que fornece o pio e a herona, do

    sndalo-branco, docemente hipntico, alm de outras flores lunares, como a

    rosa-branca, margarida, aucena e o lrio.

    PERGUNTA: - Qual a melhor defesa contra as projees de fluidos

    malficos gerados por todas as formas de enfeitiamento?

    RAMATS: - Sem dvida, a vigilncia incessante contra toda sorte de

    pensamentos pecaminosos e emoes descontroladas. Alis, a orao, como

    poderoso antdoto de qumica espiritual, tambm traa fronteiras protetoras em

    torno do ser humano e decompe os fluidos deprimentes e ofensivos.

    Os feiticeiros tudo fazem para evitar que as pessoas enfeitiadas sejam

    alerta das quanto realidade da bruxaria. Os seus comparsas desencarnados

    desviam do caminho das vtimas quaisquer esclarecimentos ou ensejos

    favorveis, que possam associar-lhes doenas, infortnios ou dificuldades

    prtica do feitio. Da o motivo por que se cr to pouco na realidade da

    bruxaria, pois, na maioria dos casos, os prprios enfeitiados ironizam tal

    acontecimento em sua vida. Em geral, a maioria das criaturas alega que nunca

    fez mal a ningum; e, por isso, jamais seria enfeitiado, por no merecer tal

    coisa!

    Captulo 2

    Enfeitiamento verbal

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    36

    PERGUNTA: - Que significa enfeitiamento verbal?

    RAMATS: - O enfeitiamento ou a bruxaria, na realidade, pode

    efetivar-se pela fora do pensamento, das palavras e atravs de objetos

    imantados, que produzem danos a outras criaturas. O enfeitiamento verbal

    resulta de palavras de crtica antifraterna, maledicncia, calnia, traio

    amizade, intriga, pragas e maldies. A carta annima e at mesmo a reticncia

    de algum, quando, ao falar, d azo a desconfiana ou dvida sobre a conduta

    alheia, isso um ato de enfeitiamento. O seu autor responsvel perante a Lei

    do Carma e fica sujeito ao "choque de retorno" de sua bruxaria verbal, segundo

    a extenso do prejuzo que venha a resultar, das palavras ou gestos

    reticenciosos desfavorveis ao prximo.

    A palavra tem fora, pois o veculo de permuta do pensamento dos

    homens, os quais ainda no se entendem pela telepatia pura, conforme acontece

    noutros planetas adiantados. 1 Consoante a significao, a intensidade e o

    motivo da palavra, ela tambm se reveste de igual cota de matria sutilssima

    do ter-fsico, sobre aquilo que ela define. Quando a criatura fala mal de

    algum, essa vibrao mental atrai e ativa igual cota dessa energia das demais

    pessoas que a escutam, aumentando o seu feitio verbal com nova carga

    malvola. Assim, cresce a responsabilidade do maledicente pelo carter

    ofensivo de suas palavras, medida que elas vo sendo divulgadas e apreciadas

    por outras mentes, atingindo ento a vtima com um impacto mais vigoroso do

    que o de sua fora original. O malefcio verbal segue o seu curso, pessoa por

    pessoa, assim como a bola de neve se encorpa lanada costa abaixo!

    1 - Vide o captulo "Idioma, Cultura e Tradies", da obra A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores, Ramats, Editora do Conhecimento. A mobilizao de foras atravs do verbo predominantemente criadora, 2 uma ao de feitiaria de considerveis prejuzos futuros para o seu prprio

    autor, pois as palavras despertam idias e estas, pelo seu reflexo moral de

    "falar mal" de outrem, produzem a convergncia de foras repulsivas, as quais

    se acasalam natureza do pensamento e do sentimento, tanto de quem fala

    como de quem ouve. Sem dvida, esta espcie de bruxaria atravs de palavras,

    tambm varia conforme a culpa e a responsabilidade da criatura.

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

    37

    2 - "No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", como elucida Joo Evangelista sobre o ato de "pensar" e "materializar" divino. Vide o captulo "Ante o Servio", da obra Nos Domnios da Mediunidade, de Andr Luiz, edio da FEB, pgina 39, em que a praga paterna deu origem paralisia do brao do filho desnaturado.

    PERGUNTA: - Podereis explicar-nos melhor esse assunto?

    RAMATS: - Evidentemente, a pessoa que fala mal de outrem s por

    leviandade, h de ser menos culpada espiritualmente do que quem o faz por

    maledicncia, inveja, sarcasmo, dio ou vingana. No primeiro caso, as

    palavras no possuem a fora molesta prpria de uma deliberao malvola

    consciente. A criatura leviana menos responsvel do que a maldosa; porm,

    aquela que se concentra na ao deliberada de prejudicar algum pelo

    pensamento, pela palavra ou pela bruxaria atravs de objetos preparados,

    movimentando foras tenebrosas contra o prximo, elabora ou cria o seu

    prprio infortnio.

    PERGUNTA: - H fundamento de que as pragas e maldies tambm,

    causam desgraas?

    RAMATS: - O homem um esprito ou ncleo espiritual, que

    centraliza em si todos os tipos de foras imanentes aos diversos planos de vida.

    O corpo fsico a vestimenta transitria de menos importncia no conjunto do

    homem, pois a energia que ali se condensa na forma de matria, fora,

    incessantemente, a fuga e libertao para retomar ao seu plano original. Essa

    energia, aprisionada em todas as formas do mundo, produz na sua exsudao

    permanente as diversas auras, que se compem das radiaes dos objetos e

    seres. a polarizao resultante do impulso centrfugo da energia condensada,

    tentando readquirir a sua vivncia normal ou estado de absoluta liberdade.

    Quando o esprito pensa, ele agita todos os campos de foras que

    baixaram vibratoriamente at atingirem o seu perisprito e o corpo fsico; assim

    projeta em todas as direes energias benfeitoras ou malvolas, criadoras ou

    destrutivas, segundo a natureza dos seus pensamentos e sentimentos. A

    palavra, portanto, a manifestao sonora, para o mundo exterior, do

    sentimento ou pensamento gerado no plano oculto do ser. Deste modo, alm

    dela constituir fora duradoura, ainda incorpora no seu trajeto as demais

    energias benficas ou malficas que, no seu curso, ativa e desperta nas

  • Magia de Redeno Herclio Maes Ramats

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    criaturas interessadas no mesmo assunto. Alis, to sutil e influente a palavra,

    que certas pessoas, devido a um sentido oculto, chegam a pressentir quando

    algum fala mal delas, e as deixa alertas contra algum perigo iminente.

    Ademais, as palavras ainda conduzem algo do cunho particular ou

    psicolgico da caracterstica individual do seu autor, quando so forjadas por

    sentimentos censurveis contra outrem.

    PERGUNTA: - Gostaramos de uma explicao mais clara.

    RAMATS: - H diferena de "tenso" ou "impacto" no feitio verbal,

    ou na praga, quando pronunciado por um homem egosta, avarento, invejoso,

    luxurioso ou pusilnime, pois embora sempre seja crueldade causar qualquer

    dano ao prximo, a palavra conduz na sua base o fluido gerado pelo pecado

    fundamental de cada ser! Servindo-nos de um exemplo, algo rudimentar,

    diramos que a maldio do avaren