a redenção em cristo

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  • 7/25/2019 A Redeno Em Cristo

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    O Tema

    da BbliaUm Estudo sobre o

    Plano da Redeno

    Ferrell Jenkins

    Distribuio Gratuita Venda Proibida

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    Em Branco

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    O Temada BbliaUm Estudo sobre oPlano da Redeno

    Ferrell Jenkins

    Bendito seja o Senhor, Deus de Israel,porque visitou e redimiu o seu povo SZacarias (Lucas 1:68)

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    Distribuio Gratuita Venda Proibida

    Ttulo original em ingls:The Theme of the Bible: A Study in the Scheme of Redemption(Revised Edition),

    Copyright Ferrell Jenkins, 1990

    Traduo por Fabiani Silveira Medeiros

    Todos os direitos reservados pelo autorNenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem permisso escrita do autor

    2 edio brasileira Ferrell Jenkins, 2000

    Direitos Reservados

    Publicada em 2000 por:Dennis AllanC. P. 60804

    So Paulo SSP05786-990

    E3

    Impresso no Brasil2000

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    ndice

    Prefcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i

    Resumo Cronolgico do Antigo Testamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

    1. Introduo ao plano da redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22. Deus o Autor da redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

    3. Monotesmo ou politesmo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

    4. A criao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    5. A natureza do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    6. A tentao e a queda do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    7. A primeira promessa de redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    8. As promessas a Abrao primeira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    9. As promessas a Abrao segunda parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2210. As promessas a Abrao terceira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    Datas de importantes acontecimentos bblicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    11. Jesus e o trono de Davi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    12. A plenitude dos tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    13. Vista panormica do plano da redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    14. O Cristo todo-poderoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    15. A igreja no plano da redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    16. A suficincia da igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    17. Os acontecimentos futuros no plano da redeno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

    18. A antiga aliana e a nova aliana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    19. O sangue no plano da redeno primeira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

    20. O sangue no plano da redeno segunda parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

    21. A revelao do objetivo de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    22. As funes de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

    23. O que devo fazer para ser salvo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

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    PrefcioEste livro o resultado de muitos anos de estudo e de ensino sobre o plano da redeno. Muitas aulasforam ministradas sobre esse assunto nos ltimos 35 anos. Se no me falha a memria, ministrei estecurso em toda igreja em que trabalhei. Durante 15 anos tive o privilgio de ensinar boa parte destematerial aos segundanistas da Florida College. O livro passou por vrias revises e agora, depois de

    esgotado por alguns anos, temos o prazer de apresent-lo de novo numa edio completamenterevisada. Algumas das lies originais que versavam sobre as provas do cristianismo e no eramessenciais para o desenvolvimento do estudo, podem ser encontradas em Introduction to ChristianEvidences[Introduo s Provas do Cristianismo].

    Antigamente, ensinvamos esse material em aulas de duas horas de durao, mas para muitas igrejasno possvel uma aula com essa durao. importante decidir de antemo qual ser exatamente adurao do curso Strs meses, seis meses ou um ano. Algumas destas lies (a 1 e a 3, por exemplo)podem ser dadas em 15 minutos. Para lies como a 11, a 14 e a 15, ser necessrio vrias aulas. Oprofessor pode prescrever algumas lies para leitura. Embora cada aluno deva ler as refernciasbblicas em seu estudo em particular, no essencial que isso seja feito durante a aula.

    Da lio 1 17, o ensino deve ser seqenciado. As lies da 18 at a 23 podem ser consideradasmaterial de apoio. Podem ser estudadas na seqncia em que se encontram aqui ou em qualquer

    momento do curso escolha do professor.Muitas manifestaes de agradecimento queles que exerceram influncia significativa em minha vidaespiritual: a meus pais, B. M. Jenkins e Vera Jenkins, os quais me criaram no alimento e naadmoestao do Senhor e de contnuo me estimularam para a grande tarefa da pregao; a HomerHailey, o primeiro a me apresentar a esse tipo de estudo; a um sem-nmero de homens, falecidos ouvivos, que por meio do ensino direto ou de escritos influenciaram o meu pensamento. Outrostrabalharam com dedicao e eu tenho desfrutado dos seus labores. O estmulo constante de minhaesposa, Elizabeth, nestes ltimos 35 anos me foi de auxlio inestimvel em meu trabalho. Tenho umadvida igualmente para com as igrejas com as quais trabalhei em prol do seu sustento. Sem elas, estelivro talvez nunca tivesse sido publicado. O melhor dos materiais no tem valor algum sem algum paraensinar. Sou grato s milhares de pessoas praticamente, a quem tive ocasio de ensinar parte destematerial.

    Que Deus possa abeno-lo medida que examinar a sua Palavra com o auxlio destas lies. Quandovoc entender o plano da redeno, a sua vida nunca mais ser a mesma.

    SFerrell JenkinsTampa, Flrida

    5 de maro de 1990

    Nota sobre a edio brasileira:O ensinamento da palavra de Deus uma grande responsabilidadeque deve ser encarada com seriedade e reverncia. Este livro est sendo lanado para ajudar pessoashonestas e dedicadas a entender melhor alguns dos grandes temas das Escrituras. Por ser um livropublicado originalmente em ingls para uso no nvel universitrio, o leitor pode encontrar algumasdificuldades. Muitas das citaes se referem a livros que no so atualmente disponveis em portugus.

    Inclumos tais citaes para manter a integridade do trabalho, mesmo sabendo que a maioria dosleitores brasileiros no ter acesso aos livros citados. Como deve se fazer em qualquer estudo sobrea Bblia, procure entender cada ponto de cada lio luz das Escrituras. Que Deus abenoe seu estudoe seu crescimento espiritual.

    SDennis AllanSo Paulo, SP

    12 de janeiro de 2000

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    2 O TEMA DA BBLIA

    Lio 1

    Introduo ao Plano da RedenoAo iniciarmos o nosso estudo sobre o plano da redeno, necessrio apresentarmos alguns princpiosbsicos sobre os quais fundamentaremos este estudo. Ao longo de todo o curso, tomaremos por

    pressuposto que voc conhece e apreendeu essas premissas.

    I. O Entendimento do Tempo por Parte do Homem e por Parte de Deus.O homem age de acordo com o tempo, tendo em mente minutos, horas, dias, semanas, meses,anos etc. Deus no conta o tempo dessa forma (2 Pedro 3:8).

    A. O tempo determinado pela rotao dos corpos celestes. Antes de serem criados os corposcelestes, no havia tempo algum (somente a eternidade) (Gnesis 1:1). Aps a dissoluo doscorpos celestes, no haver mais tempo (2 Pedro 3:10-11).

    B. Deus infinito; o homem finito. O homem est limitado tanto pelo tempo quanto pelo espao.1. Os caminhos e os pensamentos de Deus so superiores aos dos homens: Porque os

    meus pensamentos no so os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meuscaminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os cus so mais altos do que a terra,assim so os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus

    pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Isaas 55:8-9).2. Deus habita a eternidade: Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade,

    o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito tambm com ocontrito e abatido de esprito, para vivificar o esprito dos abatidos e vivificar o coraodos contritos (Isaas 57:15).

    II. Deus Tinha um Plano antes da Criao.No princpio, Deus criou os cus e a terra (Gnesis 1:1). Antes da criao ou do princpio, Deustinha um planoou propsito. A isso se d o nome de eterno propsito(Efsios 3:10-11).

    III. As Limitaes do Homem.A. Porque o homem vive apenas um breve perodo da eternidade, fica difcil entender o propsito

    de Deus. H. W. Everest exemplificou a dificuldade da seguinte forma:Andando pelas ruas, voc olha para cima e v, atravs de uma janela no dcimo andar, todaembaada, o brilho de uma roda em movimento, e nada mais; voc se aventuraria a supor otipo do prdio, as articulaes da mquina, a natureza do produto e o objetivo inicial doconstrutor? Assim, no breve facho de luz da vida, voc v a terra e o cu, mas no de formantida, v rostos resplandecentes de vida e rostos empalidecidos pela morte; voc vivencia asbreves emoes do pensamento e dos sentidos, da vitria e da derrota; e voc consegueerguer-se da ao pensamento e aos desgnios de Deus? (God's Purpose in the Ages, em Z.T. Sweeney, org., New Testament Christianity, p. 280, v. 1).

    B. Imagine se um homem da lua aterrissasse em seu quintal. Talvez ele nem entendesse osignificado ou a importncia de tudo o que voc tem l. Com certeza ele no teria condiesde fazer um relato sobre o Brasil ou sobre a terra.

    C. O homem no pode descobrir o plano da redeno, mas Deus pode revel-lo ao homem. Issoele fez na Bblia. Algum disse corretamente que, se Deus no falou na Bblia, ento nuncafalou!

    D. essencial que entendamos todo o propsito de Deus.A fim de entender plena e perfeitamente qualquer parte ou elemento de um sistema, necessrio ter, em primeiro lugar, um conhecimento geral e abrangente do todo. Os vrioselementos devem ser vistos e considerados uns em relao aos outros e em relao a todoo sistema ou plano de que so componentes (Robert Milligan, The Scheme of Redemption,p. xi).

    E. Muitos cometem o erro de levar em conta s uma parte do todo:

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    O TEMA DA BBLIA 3

    ^} DEUS TINHA AUM PLANO Lei

    UM O plano de Deus revelado na Bblia PROPSITO ETERNO

    Um idealizador de um sistema, por exemplo, confere importncia indevida graa de Deus;outro, ao sangue de Cristo; outro, influncia do Esprito; outro, f; outro ainda, s obras(Ibid., p. xii).

    F. A Bblia uma unidade: Seu objetivo principal, geral e fundamental desenvolver um grandee glorioso Sistema de sabedoria, justia, bondade, misericrdia e amor divinos por meio de

    Jesus Cristo, para a redeno do homem cado (Ibid.).O Plano da Redeno o Assunto Principal da BbliaIsso explica por que certas coisas so inseridas na Bblia e outras so omitidas. O que foiincludo est l porque, de alguma forma, se relaciona com o propsito principal da Bblia.Muitas coisas so deixadas de fora da Bblia, ainda que fossem interessantes, por noestarem relacionadas com o propsito central.

    IV. Definio de Alguns Termos.A. Plano:Um programa ou alvo; um sistema de partes interligadas.B. Redeno: Usado nas Escrituras com respeito libertao do homem da escravido do

    pecado.C. Com plano da redeno, queremos dizer um plano de Deus para salvar o homem.

    V. Um Grfico do Tempo.A. O simples grfico abaixo ser usado na maioria das lies. O aluno deve aprender a tra-lo

    enquanto estiver estudando o desenvolvimento do plano da redeno. Consulte comfreqncia o Resumo Cronolgico do Antigo Testamento (na introduo) e a lista das datasbblicas.

    B. A largura da pgina representar a eternidade.C. O tempo representado pela linha.D. A montanha representa o monte Sinai e a entrega da lei de Moiss.E. A cruz representa Cristo e o comeo da poca do evangelho.F. Esse grfico simples ilustra as trs grandes pocas da histria bblica: a patriarcal, a mosaica

    e a evanglica (ou crist).G. Deus tinha um plano, um objetivo eterno, antes de comear o tempo. A Bblia revela o

    desenrolar desse plano atravs do tempo. disso que ela trata.

    Concluso:Em nossa prxima lio examinaremos a natureza de Deus que idealizou o grande plano da redenopara o nosso bem. Depois disso, passaremos ao estudo das vrias partes desse plano.

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    4 O TEMA DA BBLIA

    Lio 2

    Deus o Autor da Redeno

    Os antigos pensavam que ex nihilo, nihil fitSnada vem do nada. O cosmo material no pode seratribudo ao acaso. Algo ou algum deve ter sempre existido. A Bblia comea ousadamente com afrase: No princpio, criou Deus os cus e a terra (Gnesis 1:1; veja. Salmo 19:1).

    I. O Que se Pode Saber Acerca de Deus?Tudo o que podemos saber de Deus nos vem, ou por revelao geral, ou por revelao especial.

    A. A revelao geralou natural o que se pode saber sobre Deus atravs da natureza. Pauloafirma que certas qualidades invisveis de Deus podem ser vistas observando as qualidadescriadas (Romanos 1:18-20).1. O homem olha para as coisas criadas So cosmo, o universo. Nelas ele v ordem, forma,

    inteligncia. Isso lhe permite ver (perceber) as coisas invisveis So poder eterno e anatureza divina.

    a. Poder eterno: o que gerou o universo e agora o controla.b. Natureza divina: inteligncia e vontade supremas que guiou e continua a orientaresse poder.

    2. O homem no tem desculpa se no obedecer, mas a revelao geral no oferece poderpara mudar o seu corao. Ela diagnostica a condio do homem, mas no lhe concederedeno alguma.

    B. A revelao especial a auto-revelao de Deus nas Escrituras. S na Bblia se podeconhecer a revelao que Deus faz de sua vontade nos poderosos feitos da histria e emCristo (veja Romanos 1:16).

    II. Deus Uno(Deuteronmio 6:4).Assim comea o famoso Shema (palavra hebraica que significa ouvir), recitado pelos judeusortodoxos de manh e noite.

    III. A Divindade.Na unidade sublime e incompreensvel, inclui-se tambm uma personalidade trplice. A Bbliaensina que h trs pessoas na Divindade, ainda que as trs sejam um s Deus.

    A. A palavra usada para Deus (Elohim) plural no trecho hebraico de Gnesis 1:1.B. Cada uma das trs pessoas se chama Deus (Veja 1 Corntios 8:6; Joo 1:1; Atos 5:3-4).C. As trs estavam presentes na criao (Gnesis 1:1-2; Joo 1:1-3; Colossenses 1:16; Gnesis

    1:26-27).D. Todas as trs estavam presentes no batismo de Jesus (Mateus 3:16-17).E. Jesus falou das trs (Joo 14:15-16 SEu, o Pai e o Consolador ou o Esprito Santo).F. O batismo mandado em nome das trs pessoas (Mateus 28:19).G. A bno de Paulo inclui as trs (2 Corntios 13:13 ou 14).

    IV. Deus Esprito(Joo 4:24).A. Esprito no tem carne nem ossos como os humanos (Lucas 24:39).B. Somente com uma figura de linguagem (antropopatismo) podemos atribuir qualquer forma de

    ordem material a Deus. Isso explica as referncias mo, ao rosto, ao brao, etc. de Deus.

    V. Deus Onisciente.Isso significa que ele um ser de conhecimento infinito. Isso se comprova das seguintes formas:

    A. Suas obras. A criao e a sustentao do universo demonstram a sua oniscincia (veja J 38).

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    B. A profecia. Somente um ser de conhecimento infinito poderia ter predito o que a Bblia nosrevela (Isaas 46:9-10).

    C. O testemunho direto das Escrituras (Atos 15:18; Romanos 16:27; Hebreus 4:13).

    VI. Deus Onipotente.Isso significa que ele um ser todo-poderoso. Isso comprovado das seguintes formas:

    A. Suas obras (Salmos 8 e 19).B. Testemunho direto (Gnesis 17:1; Apocalipse 4:8).

    VII. Deus Onipresente.Ele capaz de se manifestar em qualquer lugar que desejar (1 Reis 8:27; Salmo 139:7-10;Jeremias 23:23; Atos 17:27-28).

    VIII. Deus Infinitamente Justo.Leia Salmo 89:14.

    IX. Deus Inifinitamente Santo.Leia Isaas 6:3; Apocalipse 4:8; 15:4; Apocalipse 3:7 (Jesus).

    X. Deus Infinito Em Bondade.Em todos os casos, ele age para o bem maior de toda a criao (Salmo 145:9; Mateus 19:17;Romanos 8:28).

    XI. Deus Eterno e Auto-existente(Salmo 90:2; 1 Timteo 1:17).A. O nome Jeov (YHWH em hebraico) significa EU SOU, o Auto-Existente (xodo 3:13-14).

    Algumas tradues usam a palavra Jeov para traduzir YHWH. A maioria das verses traduzemYHWHpor SENHORe adonaipor Senhor. Veja Salmo 110:1 e Atos 2:34 como exemplos do usode SENHORe Senhor.

    B. Observe a afirmao que Jesus faz de ser ele eterno (Joo 8:58; veja tambm Hebreus 1:11-12).

    XII. Deus Imutvel.Leia Tiago 1:17; Malaquias 3:6; Hebreus 13:8.

    XIII. Deus o Criador de Todas as Coisas.Leia Isaas 45:7; Apocalipse 4:11; Romanos 11:33-36.

    Concluso:Deus criou o universo e o homem. Ele est to acima de ns, que achamos difcil compreender a suanatureza divina. Estamos restritos quelas coisas que ele nos revelou na natureza e nas Escrituras. Foi

    esse Deus grande e bondoso que preparou o plano da redeno.

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    6 O TEMA DA BBLIA

    Lio 3

    Monotesmo ou Politesmo?

    Qual surgiu primeiro? O monotesmo ou o politesmo? Em conseqncia da teoria da evoluo ter sidoaplicada religio, a viso comum que o conceito de UMser supremo (monotesmo) se originou dacrena em muitos deuses (politesmo).

    Da perspectiva bblica, deve-se dizer que o monotesmo surgiu primeiro e o homem desviou-se desseideal original, comeando a servir a vrios outros deuses. As primeiras concepes do homem acercade Deus eram as mais puras.

    I. Segundo a Bblia, o Monotesmo Surgiu Primeiro.A. Da criao ao dilvio. Logo aps a criao, o homem comeou a construir cidades, fazer

    instrumentos musicais e trabalhar com metal (Gnesis 4:16-22).1. No h indcio na Bblia de que a religio fosse politesta antes do dilvio. O primeiro sinal

    de que outros poderiam usar o ttulo Deus (Elohim) acha-se na afirmao da serpente:como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gnesis 3:5; veja R. B. Girdlestone,Synonyms of the Old Testament, p. 19).

    2. O dilvio aconteceu por causa da perversidade do homem (Gnesis 6:5, 11-13).B. Do dilvio poca de Abrao.

    1. A Bblia menciona um s Deus (Elohim). Esse nome representava adequadamente umnico Ser, o qual se revelou ao homem como Criador, Governador e Senhor. Era um ttuloexclusivo, e deveria ter sido limitado a ele (Girdlestone, p. 19).

    2. Josu mostra que a idolatria tinha predominado entre os pais que viviam alm do rio(Eufrates) (Josu 24:15).

    3. Nas eras seguintes, a adorao do Criador como Elohimcomeou a se corromper. Onome, na realidade, foi mantido, mas a natureza daquele que levava esse nome ficouquase esquecida. Quando os homens se dividiram em vrias naes e falaram vrios

    dialetos e lnguas, devem ter levado consigo aquelas idias de Elohim, as quais haviamherdado de seus pais, mas a adorao devida a ele exclusivamente, no transcorrer dosanos, se transferiu para as almas dos que partiam, para o sol, para a lua, para as estrelase mesmo para os dolos feitos por mos de homens (Girdlestone, p. 20).

    4. Raquel roubou os dolos do lar (terapim) pertencentes a Labo. Mais tarde ele se referiua eles como seus deuses. (Gnesis 31:19, 30).

    5. Jac instruiu a sua famlia a acabar com os deusesfalsos que se achavam entre eles(Gnesis 35:1-7).

    C. Paulo afirma que, quando o homem no honrava a Deus como Deus, logo trocava a glria doDeus incorruptvel em semelhana da imagem do homem corruptvel, bem como de aves,quadrpedes e rpteis (Romanos 1:23). Diz que o homem adorava e servia a criatura emlugar do Criador (veja Romanos 1:21-32).

    II. As Provas de Monotesmo Antigo.A. Numa discusso com um ateu, em 1929, W. L. Oliphant apresentou provas que apoiavam a

    perspectiva de que o monotesmo foi o primeiro a originar-se. Ele disse que em todas asreligies da Terra, h vestgios do monotesmo Sa crena num s Deus. Independentementede quo politesta seja um povo ou de quo profundamente sua religio esteja envolta emtrevas, sempre h plidos raios brilhantes de pura luz. Em meio crena em vrios deuses,encontramos vestgios da f de antigamente So monotesmo puro. tambm notvel que asprimeiras formas das vrias religies pags so mais puras que as posteriores (Oliphant-Smith debate, p. 5).

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    1. Fairbairn, o diretor de Oxford, afirmou: Quanto mais antigo o politesmo, menor onmero de seus deuses (Studies in Philosophy of Religion, p. 22).

    2. O Dr. James Orr disse: As primeiras concepes humanas de Deus no foram, comonormalmente se supe, as mais medocres . . . . O homem no se rasteja subindo dofetichismo, passando pelo politesmo, para chegar ao monotesmo, mas o politesmo

    representa, antes, a refrao de uma idia, uma conscincia ou uma percepo originaldo divino . . . . Nas religies mais antigas, sem exceo, achamos, junto com o politesmo,um pano de fundo monotesta. Orr, em seu livro The Problem of the Old Testament(p.496-497), apresenta comprovaes de vrios pases para apoiar essa idia.

    B. Estudos mais recentes apiam essa viso.1. No passado, se acreditava que as religies indgenas eram a coisa mais comparvel

    religio original do homem. Mas, a evidncia melhor explicada pela idia que esta formade religio tem desenvolvido (ou degenerado) do culto original do Deus-Criador (ColinChapman, The Case for Christianity, 1981, p. 139).

    2. Liderados pelo Pe. Wilhelm Schmidt, de Viena, os antroplogos tm mostrado que areligio das centenas de tribos isoladas do mundo atual no primitiva no sentido de seroriginais. As tribos tm uma lembrana de um Deus Altssimo, um Deus-Criador-Paibenevolente, o qual no mais adorado por no ser temido. Em vez de oferecer

    sacrifcios a ele, eles se ocupam dos problemas prementes que so descobrir comoacalmar os espritos selvagens da floresta. As ameaas do mdico-feiticeiro soam maisforte que a voz mansa e delicada do Deus-Pai.Vemos, ento, que o desenvolvimento da religio, partindo de um animismo primitivo nopode mais ser tida como axiomtica, e vemos tambm que alguns antroplogos agoraafirmam que o monotesmo pode ser mais naturalmente primitivo como viso de mundodo que o animismo. A pesquisa que empreenderam leva a crer que as tribos no soanimistas porque se mantiveram inalteradas desde o comeo da Histria. Antes, aevidncia mostra a degenerao de um verdadeiro conhecimento de Deus. A isolao emrelao aos profetas e aos livros religiosos os lanou uma armadilha que era o subornosacrificial para aplacar os espritos em vez das exultantes refeies sacrificiais napresena do Criador (Robert Brow, Religion, Origins and Ideas, Tyndale Press, 1966, p.10-11, ap. Chapman, op. cit., p. 139).

    3. Assim, de acordo com a Bblia, a primeira religio do homem foi o monotesmo, a crenaem um s Deus, e o sacrifcio de animais mostrava que havia uma forma de receberperdo e de ser aceito por ele. Isso ajuda-nos a entender a histria posterior da religio.O Antigo Testamento d exemplos de como o homem, repetidas vezes, foi tentado paradeixar o monotesmo e abraar o politesmo (a adorao de mais de um deus) (Brow,The Origin of Religion, Eerdman's Handbook of the Bible, 1973, p. 26).

    Concluso:Embora haja fartas provas da existncia do politesmo no antigo Oriente Mdio, devemos concluir queele surgiu como uma degenerao do monotesmo originrio.

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    8 O TEMA DA BBLIA

    Lio 4

    A Criao

    A Bblia inicia-se com a criao dos cus e da terra, e de todas as coisas ali contidas (Gnesis 1). Na

    verdade, a Bblia comea com Deus. No princpio, criou Deus os cus e a terra. (Gnesis 1:1).

    I. Deus Existia antes do Comeo.A. Certos atributos de Deus podem ser vistos na criao material (Romanos 1:20; Salmos 8, 19,

    148), mas Deus existia antes da criao e, portanto, algo parte do universo material e dohomem. Repare em algumas das coisas que Deus fez antes da criao.1. Deus amouJesus antes da fundao do mundo (Joo 17:24).2. Jesus compartilhou da glriado Pai antes do mundo existir (Joo 17:5).3. Deus escolheuos cristos em Cristo antes da fundao do mundo (Efsios 1:4).4. A mortesacrificial de Jesusfoi predeterminada antes da fundao do mundo (1 Pedro

    1:19-20).5. Deusprometeua vida eterna, pela qual anseiam os cristos fiis, antes do comeo do

    mundo (Tito 1:2).B. O ato criador de Deus partiu de sua prpria vontade. De nenhum modo ele foi forado a fazer

    o que fez.

    II. Deus Criou Ex Nihilo(do nada).A. Criar a traduo da palavra hebraica bara. uma palavra rara no Antigo Testamento, sendo

    sempre usada em referncia a um ato ou a uma ao de Deus. No necessariamente significado nada (ex nihilo); mas isso fica claramente implcito (O. T. Allis, God Spake by Moses, p.9).

    B. Em Gnesis 1, criar usado nos seguintes casos:1. A criao a partir do nada (1:1). Hebreus 11:3 ensina que Deus criou o universo material

    do material que anteriormente no existia.2. A criao da primeira vida (animal) (1:21).

    3. A criao do homem imagem de Deus (1:27). A palavra bara(criar) usada trs vezes.Isso ressalta a singularidade do homem. Ele o ltimo a ser criado, e o nico ser criado imagem e semelhana de Deus. O termo criar ou criado tambm usado trs vezesem referncia ao homem em Gnesis 5:1-2.

    C. Duas outras palavras destacam-se no relato da criao.1. A palavra hebraica yasar(forma, molde) usada em Gnesis 2:7.2. A palavra hebraica asah(fazer, feito) usada em Gnesis 1:7,16,25,26,31; 2:2 (duas

    vezes),3,4,18.3. Alguns estudiosos afirmam que Gnesis emprega essas palavras em referncia criao

    ou modelao de vrias coisas a partir de um material que j tinha sido criado (bara).Outros afirmam que bara, asahe yasarso usadas intercambiavelmente, como sinnimos(Davis, Paradise to Prison, p. 40-41; Klotz, Genes, Genesis and Evolution, p. 91;Whitcomb, The Early Earth, p. 127-128).

    III. A Criao Atribuda Palavra de Deus.A. Dez vezes se declara em Gnesis 1 que disse Deus (versculos 3,6,9,11,14,20,24,26,28,29).

    A criao apresentada como uma questo de fiat e execuo: Haja e Houve. Porexemplo: Disse Deus: Haja luz (fiat); e houve luz (execuo).

    B. O universo foi estruturado pela palavra de Deus (Hebreus 11:3).C. Repare no destaque atribudo palavra de Deus no Salmo 33 (especialmente versculos 6-9).D. A criao ocorreu pela palavra de Deus (2 Pedro 3:3-7).E. Cristo, o Verbo ou Palavra (gr., logos), estava presente e tomou parte na criao (Gnesis

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    1:26-27, faamos; Joo 1:1-3; Colossenses 1:16; Hebreus 1:2-3).

    IV. A Finalidade da Criao.A. A criao mostra o poder e a deidade de Deus (Romanos 1:20). Os cus manifestam a glria

    de Deus (Salmo 19:1).

    B. Deus colocou o homem sobre a terra para que buscasse e servisse ao Senhor (Gnesis 2-3;Atos 17:27).

    C. O homem uma criatura com condies de ter comunhocom o seu Criador.1. O homem tinha comunho com o seu criador no jardim do den (Gnesis 2:15-17; 3:8).2. O homem pode ter comunho com Deus em Cristo (1 Joo 1:3; 1 Corntios 1:9; Efsios

    1:5; 2:11-22).3. A comunho absoluta com Deus acontecer no cu (Apocalipse 21:3; no jardim,

    Apocalipse 22:1-5).

    Concluso:A criao mostra o poder e a soberania de Deus. Fala da origem da terra e do homem, e monta ocenrio para a atividade humana. O homem viver sobre a terra; por isso que em Gnesis 1 dada

    muita ateno terra e to pouca ao restante do universo.Deus, o Criador poderoso, semelhantemente idealizou o plano da redeno. Ele ao mesmo tempoCriadore Salvador.

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    10 O TEMA DA BBLIA

    DEUS

    DEUS PESSOAL DEUS INFINITO

    HOMEM ABISMO

    ABISMO HOMEM

    ANIMAIS ANIMAISPLANTAS PLANTASESTRUTURA ESTRUTURA

    Lio 5

    A Natureza do Homem

    O fato do homem ter sido o ltimo e o maior da criao de Deus mostra a sua importncia. Algumafirmou: O que por ltimo se executou foi o primeiro no plano. O homem recebeu domnio sobre orestante da criao: os peixes, os pssaros, os animais do campo e toda a terra (Gnesis 1:26-31).Nesta lio, examinaremos a natureza dessa criatura chamada homem.

    I. O Homem Tem Dupla Natureza.A. O Deus da Bblia um DEUS PESSOAL-INFINITO. Deus pode habitar no corao do humilde,

    mas tambm habita a eternidade (Isaas 57:15).B. O homem foi criado (heb., bara) imageme semelhanade Deus. Essas palavras so

    quase sinnimas, e realam a relao do homem com Deus (Gnesis 1:26-27). O ESPRITO,no o corpo, que foi feito imageme semelhana de Deus.1. Deus esprito (Joo 4:23-24). Espritono tem carne nem ossos (Lucas 24:39).

    2. O homem gerao de Deus (Atos 17:28-29).3. Deus o pai dos espritos (Hebreus 12:9).C. O corpo do homem foi formado (hebr., yasar) do p da terra (Gnesis 2:7).D. Deus soprou no homem o flego de vida e este se tornou alma vivente (ser vivona BLH;

    Gnesis 2:7 ). O termo almaem Gnesis a traduo do hebraico nephesh. Em Gnesis1:21,24; 2:19; 9:10,12,15,16, traduzido por ser vivente. Em Gnesis 9:4, o termo foi traduzidopor vida.

    E. Em alguns aspectos, o homem semelhante a Deus e diferente dos animais; em outros, ele diferente de Deus e semelhante aos animais.1. Francis Schaeffer ressaltou que sempre h um abismo quando se leva em conta o

    relacionamento do homem com Deus, com as plantas, com os animais e com a estruturacsmica. O abismo acha-se em lugares diferentes dependendo de estarmos levando emconta o aspecto pessoal ou infinito de Deus. Em relao ao Deus infinito, o abismo est

    entre Deus e o homem. Com respeito ao Deus pessoal, o abismo se acha entre o homeme os animais, as plantas e a estrutura csmica (Escape from Reason, p. 26).

    2. Podemos acrescentar a informao de Gnesis ao grfico da seguinte forma:a. No aspectopessoal:o homem foi feito imagem e semelhana de Deus (Gnesis

    1:26).

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    O TEMA DA BBLIA 11

    b. No aspecto infinito: o corpo do homem foi feito do p da terra (como os animais);sua alma(nephesh) vida animal (Gnesis 2:7).

    II. A Relao da Alma com o Esprito.A. comum se referir parte do homem que continuar vivendo aps a morte e distinta da

    criao animal, como alma. Vimos, entretanto, que, em Gnesis, almapodedizer respeitoapenas vida animal. No Novo Testamento, so empregados os termos almae esprito.Almase emprega s vezes em relao aos animais, mas tambm com respeito ao eu interior dohomem, a alma que o homem no pode destruir, e que pode ser purificada ou salva. O termoesprito(gr.,pneuma) jamais se emprega em referncia a animais.

    B. Paulo afirma que o homem se compe de CORPO (gr., soma), ALMA (gr., psyche) eESPRITO (gr.,pneuma) (1 Tessalonicenses 5:23). A palavra de Deus capaz de discerniralma de esprito (Hebreus 4:12).

    C. O grfico na pgina seguinte deve ajudar a distinguir alma de esprito. Estude com cuidado asreferncias bblicas.

    III. O Ser Humano Criado como Homem e Mulher (Gnesis 1:27).

    A. No era bom que o homem do sexo masculino ficasse s. Deus criou a mulher como umaauxiliadora do homem (Gnesis 2:18-25).1. Ela foi extrada do homem Sossos de seus ossos e carne de sua carne.2. Ela a nica criatura adequada para o homem.

    B. A fundao da famliaou do lar.1. O homem deve deixarpai e me e unir-se sua esposa.2. Sendo homem e mulher, eles podem tornar-se uma s carne nessa relao conjugal.

    Uma s carne refere-se relao sexual (1 Corntios 6:16).3. Das trs instituies criadas por Deus Sa famlia, o estado, a igreja S, a famlia aquela

    que a mais fundamental. Tudo o que invade a santidade do lar ou subestima a suaimportncia, diminuindo a sua autoridade, pe em risco toda a nossa civilizao crist.Essa a grande ameaa do comunismo (O. T. Allis, God Spake by Moses, p. 17).

    4. Jesus se referiu com aprovao a esse relato (Mateus 19:3-12).

    IV. O Homem Foi Colocado no Jardim (Gnesis 2:8).A. O jardim, a leste do den, era um lar bem planejado e organizado para o homem.

    1. Ali ele tinha comunho com Deus (Gnesis 2-3).2. O homem estava na presena de Deusno den, assim como poder estar na presena

    de Deusno cu, aps o julgamento (Apocalipse 21-22). (Observao: Esse um bomexemplo da unidade da Bblia; Gnesis 2 prenuncia Apocalipse 21-22.)

    B. O homem recebeu instrues de Deus (Gnesis 2:15-17). Isso mostra que o homem umagente moral livre, capaz de escolher entre o bem e o mal.

    C. O homem tinha responsabilidades no jardim (Gnesis 2:15-17).

    Concluso:O homem uma criatura de Deus. Em muitos aspectos, ele se assemelha criao animal, mas, emmuitos outros, ele a ultrapassa. Ele no apenas corpo e vida animal, mas imagem e semelhanade Deus.O homem de fato algo bem maravilhoso. Ele capaz de fazer coisas boas, mas tambm tem umpotencial para fazer coisas muito ms. Ele tem a liberdade de escolher. Ele usar essa possibilidadepara o bem ou para o mal? Na prxima lio, estudaremos a resposta a essa pergunta.

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    12 O TEMA DA BBLIA

    ALMA E ESPRITOA vida interior do homem vista por dois aspectos SLadd,A Theology of the New Testament, p. 460.

    O Homem Em Seu

    Aspecto HumanoHEBRAICO: nepheshGREGO: psychePORTUGUS: alma

    1. Vida animal a fonte de vida no homem.

    A. Mateus 6:25 Scomer, beber...B. Mateus 2:20 Spode ser morto.C. Filipenses 2:30

    2. Pessoa Atos 7:14; 1 Pedro 3:20

    3. s vezes, esprito humano o homem interior.A. Mateus 10:28 So homem no pode destruir.B. 1 Pedro 1:22 Spode ser purificado.C. Atos 2:27, 31 Sa alma vai para o hades (nepheshem

    Salmo 16:10)

    4. Raramente usada em relao a Deus.

    O Homem Em SeuAspecto EspiritualHEBRAICO: ruachGREGO: pneumaPORTUGUS: esprito

    A Natureza Racional Ou MoralA. De propriedade do homem, mas NO dos animais S1

    Corntios 2:11B. Usada muitas vezes em referncia a Deus S1 Corntios

    3:16; 2 Corntios 3:3.

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    O TEMA DA BBLIA 13

    Lio 6

    A Tentao e a Queda do Homem

    Deus colocou o homem num jardim em que todas as suas necessidades fsicas poderiam ser atendidas.O homem recebeu a responsabilidade de cultivaro jardim (Gnesis 2:15). Foi-lhe permitido comer detoda rvore do jardim, exceto da rvore do conhecimento do bem e do mal. A conseqncia dadesobedincia foi que o homem certamente haveria de morrer (Gnesis 2:16-17). Ado e Evaentenderamos mandamentos (Gnesis 3:2-3). Deus, como Criador, tinha o direito de impor ao homem qualquer lei ou regulamento que desejasse. O homem, como criatura, tinha por obrigao obedecer, caso contrrio sofreria a conseqncia da

    desobedincia.Gnesis 3 de muita importncia para chegarmos a um entendimento correto do plano da redeno.Sem isso, no teramos condies de entender a maioria do que se acha registrado na Bblia. Essecaptulo registra um dos dias mais negros da histria do homem, mas a primeira promessa de redenofoi feita naquele momento.

    I. A Tentao.A. O estado original do homem era de inocncia e pureza. Tinha livre arbtrio, capaz de escolher

    entre o certo e o errado.B. Ado e Eva foram tentados pela serpente (Gnesis 3:1-4). S no final da Bblia que a

    serpente nos revelada como o diabo e Satans (Apocalipse 12:9). A serpente deve ter sidousada pelo diabo para atingir o seu objetivo.

    C. O pecado a transgresso da lei (1 Joo 3:4). Joo explica que, entre os meios usados porSatans para tentar algum, esto a concupiscncia da carne, a concupiscncia dos olhos ea soberba da vida (1 Joo 2:15-17). Veja tambm Tiago 1:13-16. Eva foi tentada destas formas(Gnesis 3:6):1. A rvore era boa para a alimentao.2. A rvore era um prazer para os olhos.

    3. O fruto da rvore tornaria sbio quem dele comesse.

    II. As Conseqncias do Pecado.A. Em conseqncia do pecado, a serpente, a mulher, a terra e o homem foram amaldioados

    (Gnesis 3:14-19).1. A SerpenteSMaldita mais que todos os animais domsticos e selvagens, ela rastejaria

    por sobre o seu ventre e se alimentaria de p. A inimizade colocada entre a serpente ea mulher, etc.

    2. A mulher S Os sofrimentos da gravidez seriam multiplicados. A palavra sofrimento(Gnesis 3:16) provm da mesma palavra hebraica que significa fadiga, a qual empregada em relao ao homem no versculo 17. Ela daria luz com dores (talvez umareferncia a todo o processo reprodutivo). O seu desejo seria para o seu marido, e ele adominaria. Observe 1 Timteo 2:13-15.

    3. A terraSProduzir cardos e abrolhos. Isso algo que no existia anteriormente (vejaGnesis 1:11,12, terceiro dia). A maldio proferida por causa do homem sobre o solocriado para ele consistia no fato de que a terra no mais daria espontaneamente os frutosnecessrios para o seu sustento, mas o homem foi obrigado a trabalhar para asnecessidades da vida por esforo e trabalho rduo. As ervas do campo contrastam comas rvores do jardim, e a dor com a cultivao fcil do jardim (Keil eDelitzsch, BiblicalCommentary on the Old Testament, v. 1, p. 104).

    4. O homemSEle trabalharia arduamente com o suor do rosto e retornaria ao p, de ondeveio. Essa maldio estava relacionada maldio da terra. O homem tinha um trabalho

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    14 O TEMA DA BBLIA

    por desempenhar antes da queda. Agora, no entanto, ele deve trabalhar rduamente ecomer do fruto da terra com o suor do rosto.

    B. O pecado sempre separa o homem de Deus. por isso que o pecado to terrvel.

    III. A Morte A Punio pelo Pecado.A. Que tipo de morte? No dia em que dela comeres, certamente morrers (Gnesis 2:17). A

    morte era a punio pelo pecado. Paulo disse: assim como por um s homem entrou opecado no mundo, e pelo pecado, a morte (Romanos 5:12). A Bblia fala de dois tipos demorte.1. A morte fsica (Tiago 2:26).2. A morte espiritual (Efsios 2:1).

    B. O homem continuou a viver fisicamente por algum tempo aps comer do fruto proibido (vejaGnesis 4:1). verdade, tambm, que o homem comeoua morrer fisicamente assim que foiseparado da rvore da vida (Gnesis 2:9).

    C. Uma explicao de mortee de vida.1. O homem est vivo em relao quilo com que est unido. A vida fsica o resultado da

    unio do corpo com o esprito (pneuma) (Tiago 2:26). A vida espiritual o resultado dohomem estar em comunho com Deus (veja, o homem no jardim com Deus).

    2. O homem est morto em relao quilo com que no est unido. A morte fsica oresultado da separao do esprito em relao ao corpo (Tiago 2:26). A morte espiritual o resultado do homem estar separado de Deus, a fonte da vida espiritual. (Veja Efsios2:1-5: a morte em relao a Deus, ao passo que est vivo nos desejos da carne).a. O homem morreu no dia em que comeu da rvore do conhecimento do bem e do

    mal, quando foi lanado fora da presena de Deus (Gnesis 3:23-24).b. O pecado separa o homem de Deus (Isaas 59:1-2).

    D. Uma anlise de Romanos 5:12. Paulo disse: Portanto, assim como por um s homem entrouo pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim tambm a morte passou a todos oshomens, porque todos pecaram.1. O contexto de Romanos 5:12 sustenta a idia de que Paulo est tratando da morte

    espiritual. Paulo afirma que, por meio de uma transgresso (18) ou desobedincia (19),

    o pecado entrou no mundo (12; veja Gnesis 3). O pecado resultou na morte que foipassada a todos os homens (12) e muitos se tornaram pecadores (19). O motivoapresentado para essa conseqncia: porque todos pecaram (12). A morte erauniversal; porque o pecado era universal (Romanos 3:23).

    2. A morte mencionada aqui foi passada a todos os homens que pecaram. Ado pecou porcomer do fruto proibido, e a morte entrou no mundo. Outros pecaram, no da mesmaforma que Ado, mas transgredindo outras leis divinas. Por conseguinte, morreramespiritualmente (14).

    3. Romanos 5 mostra que pela obedincia a Cristo o homem pode ter vida espiritual. Pormeio de um ato de justia (18), a obedincia (19; veja Hebreus 5:8-9), o dom gratuito deDeus redundou em vida para todos os homens (muitos so justificados, 19). Para queuma pessoa desfrute dessa vida, ela precisa obedecer (Romanos 6:16; Hebreus 5:8-9).

    4. Atravs da desobedincia, o homem pode participar da morte gerada por Ado; pela

    obedincia, o homem pode tomar parte da vida gerada por Cristo.a. O pecado de Ado no herdadopelo homem, mas muitas vezes imitado.b. A conseqncia do argumento que Romanos 5:12 afirma a noo do pecado

    herdado. Se Romanos 5:12 ensina que todo homem herdou incondicionalmente opecado de Ado, ento Romanos 5:18-19 ensina que todo homem estautomaticamente salvo por meio de Cristo.

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    O TEMA DA BBLIA 15

    CRISTO FORNECE A RESPOSTA PARA A MORTEESPIRITUAL OCASIONADA POR ADO

    Romanos 5:12-20

    ADO

    UMA TRANSGRESSO (18)UMA DESOBEDINCIA (19)

    O PECADO ENTROU NO MUNDO (12)(Veja Gnesis 3)

    MORTEPASSADA A TODOS OS HOMENS

    Porque todos pecaram (12)Muitos se tornaram pecadores (19)

    JULGAMENTOPARA CONDENAO (18)

    CRISTO

    UM ATO DE JUSTIA (18)OBEDINCIA (19; veja Hebreus 5:8-9)

    DOM GRATUITOPela graa de Deus (12,15)

    VIDAA TODOS OS HOMENS

    Muitos so justificados (19)

    JUSTIFICAO DE VIDA (18)

    O que se exige do homem para que partilhe da morte ou da vida?

    DESOBEDINCIA(2 Tessalonicenses 1:8)

    OBEDINCIA(Romanos 6:16; Hebreus 5:8-9)

    E. Por duas vezes, o Novo Testamento compara Ado com Cristo (Romanos 5 e 1 Corntios 15).Em Romanos 5, Cristo visto como a soluo para o problema da morte espiritual. Em 1Corntios 15, Cristo visto como a soluo para o problema da morte fsica.1. A soluo para a morte espiritual est condicionada na obedincia a Cristo.2. A soluo para a morte fsica incondicional; todos sero ressuscitados. Leia 1 Corntios

    15:20-22,45-51 e estude o grfico na prxima pgina.

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    16 O TEMA DA BBLIA

    CRISTO FORNECE A RESPOSTA PARA A MORTE FSICAOCASIONADA POR ADO

    1 Corntios 15

    ADOA MORTE

    VEIO PELO HOMEM (21)

    EM ADOTODOS MORREM (22)

    O PRIMEIRO HOMEM (ADO) TORNOU-SEALMA VIVENTE (psyche) (45)

    NATURAL (46)

    DA TERRA, TERRENO (47)

    CRISTOA RESSURREIO

    VEIO PELO HOMEM (21)

    EM CRISTO TODOS SERORESSUSCITADOS (22)

    O LTIMO ADO TORNOU-SE UM ESPRITODOADOR DA VIDA (pneuma) (45)

    ESPIRITUAL (46)

    DO CU, CELESTE (47,48)

    TODOS SEREMOS TRANSFORMADOS 1 Corntios 15:51Cristo...as primcias v. 20

    Concluso: A queda do homem, registrada em Gnesis 3, um dos acontecimentos mais tristes da

    Histria da humanidade. A morte, tanto fsica quanto espiritual, entrou no mundo em conseqncia do pecado de Ado

    e Eva. As coisas podem parecer desesperadoras para o homem, mas Deus tem um plano para a

    redeno dele. Veremos mais a esse respeito na prxima lio.

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    O TEMA DA BBLIA 17

    Lio 7

    A Primeira Promessa da Redeno

    Do terrvel dia de trevas em que o homem pecou, surgiu uma das maiores promessas jamais feitas.Nesta lio, consideraremos quando foi que Deus preparou o plano da redeno e a primeira promessade redeno que foi registrada.

    I. Quando Deus Intentou o Plano da Redeno?A. Deus teria como saber que o homem ia pecar? O fato de algum ter o pr-conhecimento de

    um ato no significa que essa pessoa seja responsvel por esse ato. Algum pode saber queoutra pessoa vai cair da escada, ou que dois carros esto prestes a se chocar, sem que essapessoa seja a causadora dos acidentes.1. Francis Schaeffer trata dessa questo em Genesis in Space and Time: Deus pode

    conhecer todas as possibilidades S at mesmo o que poderia acontecer mas noacontecer bem como tudo que vai acontecer mesmo. A Bblia deixa claro que Deus, naqualidade de ser infinito, conhece todas as possibilidades, at aquelas que jamais seconcretizem. Em 1 Samuel 23:9-29, somos informados de que Deus sabia (e avisou aDavi) o que haveria de acontecer caso ocorressem certas circunstncias. Mas a situaomudou, de modo que as circunstncias jamais ocorreram, e o resultado possvel jamaisse concretizou (p. 73).a. Deus sabia o que teria acontecido SE Davi permanecesse em Queila, mas Davi

    partiu.b. SE uma nao se volta do mal, Deus se arrepende (Jeremias 18:7-8).

    2. Devemos deixar a possibilidade de que Deuspodeescolher no saber alguma coisa.Pense em declaraes como nem me passou pela mente (Jeremias 19:5; 32:35).

    B. Negar ao homem o direito de pecar tambm negar-lhe algumas escolhas. Essa cassaodo direito de pecar tambm exclui a possibilidade do amor.

    C. Devemos tambm perceber que algumas perguntas, talvez, jamais nos sejam respondidas de

    modo satisfatrio. Os segredos pertencem a Deus (Deuteronmio 29:29). Concentremo-nosnas coisas reveladas.

    II. A Primeira Promessa de Redeno (Gnesis 3:15).A. Da maldio serpente (identificada como o diabo e Satans, Apocalipse 12:9) surge o

    primeiro facho de esperana para a humanidade.B. Em Gnesis 3:15, temos o comeo de um fluxo de profecias messinicas que jorram por toda

    a Bblia desde o Gnesis at o Apocalipse (Allis, op. cit., p 19).C. No diagrama de Gnesis 3:15 na prxima pgina, observe a mudana de tua descendncia

    e seu descendentepara tue este, tee lhe. Isso indica um encontro pessoal entre o diabo ea descendncia da mulher (Cristo).

    D. Alguns comentrios:1. InimizadeSm vontade, hostilidade, disposio hostil (veja Nmeros 35:21,22). Essa

    inimizade existiria entre as foras de Satans e o descendente da mulher, por meio dequem o Messias vir.

    2. DescendnciaSgerao, posteridade. Nesse sentido figurado, somos a descendnciadaquele cuja vontade escolhemos fazer (Joo 8:44).

    3. O descendente da mulher (ELE ou ESTE) refere-se a Cristo. Cristo esmagaria a cabeada serpente.

    4. EsmagarSpisotear.5. CabeaSa cabea de Satans (seu poder) seria esmagada. Jesus fez isso com sua

    vitria sobre a morte (Hebreus 2:14; 1 Joo 3:8).

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    18 O TEMA DA BBLIA

    SERPENTE

    TUA DESCENDNCIA

    ESMAGAR A TUACABEA

    TU

    INI

    MIZ

    ADE

    MULHER

    SEU DESCENDENTE

    ELE

    FERIRS O CALCANHARDELE

    6. CalcanharSa figura de um homem que finca o seu calcanhar sobre a cabea de umaserpente. O homem fere o seu prprio calcanhar, mas esmaga a cabea ou o poder daserpente. Jesus foi morto, mas venceu pela ressurreio.

    E. Gnesis 3:15 jamais citado diretamente no Novo Testamento como uma referencia a Cristo,mas sem dvida se refere a ele (veja Glatas 3:16, 19; 4:4; Apocalipse 12:1-5). Paulo faz uma

    aluso ao versculo quando diz aos cristos que Deus esmagar Satans sob os seus ps(Romanos 16:20).

    Concluso:Deus intentou o plano da redeno antes da criao. Quando o homem pecou e a necessidade deredeno se concretizou, anunciou-se a primeira promessa de redimir o homem. O restante da Bbliadescreve o desenvolvimento dessa grande promessa.

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    O TEMA DA BBLIA 19

    Lio 8

    As Promessas Feitas a AbraoPrimeira parte SAs trs promessas

    Aps a queda do homem, Deus prometeu que o descendente da mulher esmagaria a cabea daserpente (Gnesis 3:15). A Bblia, desde ento, a revelao do cumprimento dessa promessa porparte de Deus.O homem tornou-se muito perverso, ento Deus decidiu destruir tanto a humanidade quanto os animaispelo dilvio. Contudo, ele salvou alguns representantes do homem e dos animais (Gnesis 6-9). Apso dilvio, os descendentes de No habitaram na regio que conhecemos por Oriente Mdio. (Veja oquadro de naes de Gnesis 10, com respeito s regies em que habitavam Cam, Sem e Jaf.) Apromessa do descendente teve continuao por meio de Sem (Gnesis 9:26-27). O mundo afundou-sena idolatria, mas Deus escolheu a Abrao, descendente de Sem, como aquele por meio de quem odescendente da mulher viria. Nesta lio, examinaremos as promessas feitas a Abrao no que dizemrespeito ao plano da redeno.

    I. Trs Promessas Feitas a Abrao a terra, a nao, a descendncia.A. As promessas da terra, da nao e da descendncia foram feitas a Abrao (Gnesis 12:1-3).

    Em Siqum, Deus prometeu a Abrao a terra de Cana (Gnesis 12:6-7).B. A promessa da terra assume a forma de uma aliana e discutida detalhadamente em

    Gnesis 15.1. Observe a pergunta: SENHORDeus, como saberei que hei de possu-la? (15:8). Deus

    ento d a resposta.2. A descendncia de Abrao peregrinaria e seria afligida em terra estranha (15:13).3. Aps 400 anos, os descendentes de Abrao iriam retornar a Cana (15:13). Paulo disse

    que a lei foi entregue 430 anos aps a promessa a Abrao (Glatas 3:17). O nmero 400est arredondado. Por causa da passagem de Glatas, parece que o perodo no Egito foibem menor que 400 anos. Verifique xodo 12:40 na LXX. No devemos nos preocupar

    com este detalhe agora.4. O descendente de Abrao deve retornar a Cana na quarta gerao (15:16). Isso devereferir-se quarta gerao dos que desceram para o Egito. Veja xodo 6:16-20,comeando com Levi (a primeira gerao a entrar no Egito) e continuando com Coate (2),

    Anro (3), e Moiss e Aro (a quarta gerao alistada, e a que partiu do Egito).5. A terra no podia ser possuda at que a iniqidade dos amorreus se enchesse (v. 16).

    Os amorreus eram um dos importantes grupos que habitavam em Cana na poca deAbrao. Na poca da conquista, a iniqidade dos povos da terra j era demasiada(Deuteronmio 9:5).

    6. A extenso da terra apresentada com mincia de detalhes: do rio do Egito ao rioEufrates. Os povos que habitavam a terra na poca de Abrao so tambm relacionados(15:18-21). Geralmente se entende que o rio do Egitono o Nilo, mas o udi El-Arish,no limite sul de Jud. Desejando mais informaes, podem-se consultar dicionrios

    bblicos.C. A aliana da circunciso (Gnesis 17). Jeov reafirmou as promessas da nao e da terrafeitas a Abrao (17:4,8). O pacto da circunciso foi dado como um sinalda aliana feita com

    Abrao. Observe o destaque dispensado a terrae a carne(17:8,13). Ao longo dos sculos,desde a poca de Abrao at o cumprimento da promessa, a circunciso seria um lembreteaos descendentes de Abrao de que Deus tinha prometido a eles a terra de Cana como uma

    possesso perptua(veja tambm Josu 5:2-9 ).1. Os termos eterno, pereneouperptuotraduzem o hebraico olam. Define-se como longa

    durao, antigidade, futuridade(Brown, Driver e Briggs, Hebrew and English Lexicon of

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    ^

    As promessas feitas a Abrao

    1. A NAO 2. A TERRA 3. A DESCENDNCIA

    DESCENDNCIA

    TERRA

    NAO DESCENDENTE

    Abrao A Atos 3:25,26Isaque Jac Lei Glatas 3:16Gnesis 12:1-3,7;Gnesis 22:18

    the Old Testamento, p. 761-762); muito tempo, constncia, todo tempo (por vir) . . . Portodo o tempo, para sempre (A Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of the OldTestament, p. 267); a palavra pode ser empregada no sentido de durao ilimitada ou nosentido de um ciclo ou era.

    2. O termo olam usado no Antigo Testamento em referncia a muitas coisas que

    claramente no tm durao ilimitada: a aliana (xodo 31:16; Levtico 24:8); o incenso(xodo 30:8); a guarda do sbado (xodo 31:17); a pscoa (xodo 12:14); o sacerdciolevtico (Nmeros 25:13); os holocaustos (xodo 29:42); o lavar das mos e dos ps(xodo 30:21); a lmpada que queimava no tabernculo (xodo 27:41); a circunciso(Gnesis 17:13); Cana como possesso (Gnesis 17:8).

    3. O Novo Testamento mostra que algumas coisas que se diziam eternas foram terminadas.O sacerdcio e a lei (aliana) foram eliminados (Hebreus 7:11-12). A circunciso no mais uma obrigao ao povo de Deus (Glatas 5:1-4).

    4. A terra de Cana deveria ser uma possesso eternapara os descendentes de Abrao.Os pr-milenaristas do muita importncia a essa questo. O termo eternodeve serusado no sentido de muito tempo ou longa durao, um ciclo ou era. De qualquerforma, os judeus no possuram a terra por 70 anos, durante o cativeiro babilnico, eestiveram ausentes dela por quase 2 mil anos, desde a destruio de Jerusalm pelosromanos at h pouco. A seguinte pergunta bastante cabvel: Como agora se poderiaconsiderar isso um cumprimento da promessa feita a Abrao, se receberam a posse delasomente num reino milenar (de mil anos)? Certamente essa promessa h muito deixoude ter valor no que diz respeito ao Israel fsico (Loraine Boettner, A PostmillenialResponse, in The Meaning of the Millennium: Four Views, p. 98-99).

    D. As promessas foram renovadas a Isaque (Gnesis 26:1-5) e a Jac (Gnesis 28:3-4,13-14).

    II. O Cumprimento da Promessa da Nao.A. Em conseqncia de uma fome na terra de Cana, a famlia de Jac (Israel) desceu terra

    do Egito (Gnesis 46). J tinham sido precedidos por Jos, que assumiu o poder no Egito(Gnesis 37-45).

    B. Enquanto estavam no Egito, os israelitas se tornaram escravos dos egpcios (xodo 1-5).

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    C. Jeov julgou a terra do Egito e, sob a liderana de Moiss, libertou os israelitas da escravidoegpcia (Gnesis 15:14; xodo 6-15). O xodo ocorreu por volta de 1446 a.C. (veja 1 Reis 6:1).

    D. Os israelitas vieram at o monte Sinai, onde Deus fez uma aliana com eles como nao(xodo 19:4-6; 20:1-17; 24:1-8; 34:27, 28).

    Concluso:1. Foram feitas a Abrao trs promessas diferentes com respeito ao plano da redeno: foramprometidas uma nao, uma terra e uma descendncia.

    2. A promessa da nao se cumpriu quando os israelitas firmaram um acordo com o SENHORnomonte Sinai.

    3. Na lio seguinte examinaremos o cumprimento da promessa da terra.4. Comece a fazer uso do resumo cronolgico do Antigo Testamento, na introduo, e das datas

    de importantes acontecimentos bblicos, na pgina 26.

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    Lio 9

    As Promessas Feitas a AbraoSegunda parte Sa promessa da terra

    Na lio anterior examinamos as trs promessas mais importantes feitas a Abrao e vimos ocumprimento da promessa da nao. Nesta lio, estudaremos o cumprimento da promessa da terra.

    I. O Cumprimento da Promessa da Terra.A. A aliana firmada nas plancies de Moabe (Deuteronmio 28-30).

    1. Aps os israelitas viverem 40 anos naquele grande e terrvel deserto, por causa da suainfidelidade (Nmeros 14:34), eles chegaram s plancies de Moabe (Deuteronmio 28-30). Ali, Deus firmou com eles uma aliana, alm da aliana que tinha feito no Horebe(Sinai).a. As bnose as maldiesda lei so anunciadas em Deuteronmio 28. Se Israel

    obedecer vontade do SENHOR, haver bnos sobre ele (Deuteronmio 28:1-14).Se Israel no obedecer, haver vrias maldies sobre ele, dentre as quais o

    cativeiro (Deuteronmio 28:15-68).b. Os israelitas sabiam que estavam prestes a entrar na terra de Cana para cumprir

    a promessa feita a Abrao (Deuteronmio 1:1-8).2. Nesse momento, o recebimentoda terra era incondicional. As condies impostas em

    Gnesis 15 j tinham-se cumprido. A terra seria recebida pelapromessa.3. A reteno da terra era condicional. Baseava-se na continuao da obedincia

    (Deuteronmio 28:15-68).4. O SENHORestipulou condies pelas quais os israelitas exilados poderiam retornar

    terra. Teriam de se voltar ao SENHOR para que ele os fizesse retornar terra(Deuteronmio 30:1-10). Isso se cumpriria em seu retorno do cativeiro babilnico.

    B. Os israelitas entraram em Cana sob a liderana de Josu e conquistaram a terra (o livro deJosu). Deus cumpriu a sua promessa. Contaremos com cinco testemunhos incontestveis.1. Josu (Josu 21:43-45; veja Deuteronmio 1:8).

    a. Deus DEU a terra.b. Israel POSSUIU a terra.c. Israel HABITOU a terra.d. Nem uma s promessa caiu . . . (Josu 23:14-16).

    2. As cidades de refgio.a. Promessa de seis cidades de refgio: trs de cada lado do Jordo (Nmeros 35:9-

    15).b. Trs delas foram dadas alm do Jordo, com a promessa de mais trs, que seriam

    dadas se Deus cumprisse a promessa feita aos pais de lhes dar toda a terra(Deuteronmio 19:7-9).

    c. Seis cidades indicadas (Josu 20:7-9). Isso prova que Deus cumpriu o que prometeu(veja a declarao de Josu, acima).

    3. Salomo reinou sobre a terra (1 Reis 4:21).

    4. Os levitas, aps o retorno do cativeiro babilnico, testificaram que Deus cumpriu suaspromessas (Neemias 9:7-9).

    5. O salmista declarou que Deus deu as terras das naes a Israel (Salmo 105:8-10, 42-44;veja Deuteronmio 7:1; 9:1,4,5).

    II. Israel na Terra Da conquista ao cativeiro babilnico (1405-586 a.C.)A. Josu continuou a conduzir Israel at sua morte. Nessa poca, alguns dos ancios de Israel

    que tinham presenciado todas as obras de Jeov reinaram sobre o povo (Josu 24:29-31).B. Israel deixou de obedecer aos mandamentos do SENHOR.

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    O TEMA DA BBLIA 23

    1. No expulsaram todos os habitantes da terra.2. Envolveram-se com a idolatria da terra de Cana.3. Casaram-se com os cananeus.

    C. O livro de Juzes apresenta uma srie de ciclos.1. A apostasia de Israel.2. A opresso de uma potncia vizinha.3. O clamor a Jeov por libertao.4. O levantamento por Deus de um juiz (libertador, salvador).5. Um tempo de paz que se seguiria antes do prximo ciclo.

    D. Nos dias de Samuel, o dcimo quinto e ltimo juiz, o povo pediu um rei como aqueles que asnaes tinham (1 Samuel 8:4-9; 19-20). O SENHORtinha dado instrues com respeito ao seurei antes de entrarem na terra (Deuteronmio 17:14-20).

    E. O perodo do reino unido.1. Saul, da tribo de Benjamim, foi ungido rei. Ele reinou por 40 anos, de 1050 a 1010 a.C.

    Saul cometeu dois graves pecados (1 Samuel 13;15), e o SENHORo rejeitou como rei.2. Davi, da tribo de Jud, foi escolhido por Jeov como um homem segundo o seu corao

    (Atos 13:22), ao contrrio de Saul, que foi escolhido pelo povo. Davi foi ungido rei logoaps o comeo do reinado de Saul, mas no comeou o seu reinado de 40 anos at 1010a.C. Jerusalm tornou-se a capital de Israel e de Jud no stimo ano do reinado de Davi(2 Samuel 5:5).

    3. Salomo, filho de Davi, reinou sobre todo Israel de 970 a.C. at sua morte, em 931 a.C.Nessa poca, o reino de Israel foi dividido em duas naes: Israel e Jud (1 Reis 12).

    F. O perodo do reino dividido.1. Como entidade poltica, o Reino do Norte, conhecido como Israel, continuou de 931 a.C.

    at 722 a.C., quando os assrios vieram destruir Samaria e levar o povo cativo (2 Reis17). Aps 722 a.C., o Reino do Norte, Israel, deixou de ter importncia para o desenrolardo plano da redeno (Osias 1:4). Vrias coisas distinguem Israel de Jud.a. Sua capital se achava em Samaria.b. Os reis eram de vrias tribos, e cada um desagradou ao SENHOR.c. Os bezerros de ouro eram adorados em D e em Betel desde o comeo; o culto a

    Baal foi introduzido mais tarde.d. Os sacerdotes eram de vrias tribos.

    2. O Reino do Sul, Jud, continuou at a poca do cativeiro babilnico, em 586 a.C. Judse distingue de Israel pelos seguintes aspectos:a. Sua capital continuou a ser Jerusalm, como nos dias de Davi e de Salomo.b. Todos os reis eram da linhagem de Davi, da tribo de Jud; alguns foram obedientes

    ao SENHOR, mas outros desobedeceram.c. A adorao a Jeov continuou no templo, em Jerusalm. A idolatria era praticada em

    Jud esporadicamente.d. Os sacerdotes eram da tribo de Levi.e. Jud foi levado para o cativeiro babilnico (605, 597, 586 a.C.), mas a linhagem de

    Davi teve sua continuao.3. Assim, cumpriu-se a maldio de Deuteronmio 28-29 (veja Neemias 1:8-10).

    Concluso:1. A promessa da terra. que o SENHORfez a Abrao, se cumpriu quando a sua descendncia,os israelitas, entraram em Cana.

    2. A nao israelita deixou de obedecer ao SENHORe foi levada cativa.3. Na terceira parte de nossa discusso acerca das promessas feitas a Abrao, analisaremos o

    retorno do remanescente e a promessa da descendncia.

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    Lio 10

    As Promessas Feitas a AbraoTerceira parte So retorno do remanescente e a promessa da descendncia

    Por causa da infidelidade, a nao de Israel foi levada para o cativeiro. Deus, em sua misericrdia,providenciou o retorno de um remanescente caso Israel se arrependesse. Nesta lio estudaremos oretorno do remanescente terra que tinha sido prometida a Abrao.

    Com o cumprimento de duas das trs grandes promessas feitas a Abrao, finalmente voltamos aateno promessa da descendncia e ao seu cumprimento em Cristo.

    I. O Remanescente Volta Terra.A. Deus tinha prometido que um remanescente retornaria do cativeiro.

    1. Somente um remanescente iria retornar (Isaas 1:9; 10:20-25).2. Tanto os de Israel quanto os de Jud deveriam retornar (Jeremias 30:3-4; 50:3-4).3. O SENHORtinha instrudo a Israel que, aps o cativeiro, caso voltasse a fazer a vontade

    de Deus, ele o faria retornar terra (Deuteronmio 30:1-10). Esse retorno tinha de serdebaixo da lei de Moiss.

    B. A volta do remanescente.1. O primeiro grupo retornou sob o comando de Zorobabel, o neto do rei Jeoaquim, e de

    Josu, o sumo sacerdote. Isso foi permitido por Ciro, da Prsia, em 536 a.C. (2 Crnicas36:23; Esdras 1:3; veja Ageu 1:12,14; 2:2-3 com respeito as referncias ao remanescentena terra). O templo, destrudo em 586 a.C., foi reconstrudo em 520-516 a.C., sob aorientao e o incentivo dos profetas Ageu e Zacarias.

    2. O segundo grupo retornou sob a liderana de Esdras, o escriba, em 458 a.C. (Esdras 1;9:13-15; Neemias 1:3-11).

    3. Neemias retornou para conduzir a reconstruo dos muros de Jerusalm em 444 a.C.(Neemias).

    C. Israel jamais seria uma nao de novo (Jeremias 19:10-11), mas sempre existiria como um

    povo (Jeremias 30:11, 46:28).D. Haveria um remanescente espiritual. O SENHORprometeu que tornaria a estender a mo pararesgatar o restante do seu povo (Isaas 11:11-16). O contexto de Isaas 11 mostra que issoaconteceria na era messinica. A primeira vez que o SENHORestendeu a mo para resgatarum povo foi quando ele resgatou o seu povo do Egito (11:16). A segunda vez foi em Cristo eno evangelho. Lembre-se que judeus de todas as naes debaixo do cu estavam presentesquando o evangelho foi primeiramente pregado no Pentecostes (Atos 2:5-11). Paulo afirmaque assim, pois, tambm agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo aeleio da graa (Romanos 11:5). Isso contrasta com o remanescente fsico que foiprofetizado em Isaas 10:20-22 (veja Romanos 9:27-29). (Observao: No devemos acharque Isaas 11 esteja se referindo ao primeiro e ao segundo remanescentes, mas ao SENHORestendendo a mouma primeira e uma segunda vez.)

    II. A Promessa da Descendncia.A. O descendente da mulher(Gnesis 3:15). Aps a queda do homem, Deus prometeu que

    enviaria um descendente (gerao, filho) da mulher para esmagar a cabea da serpente(Satans).1. A referncia ao descendente da mulher pouco comum, mas adquire novo sentido

    quando percebemos que o Messias haveria de nascer de uma virgem (Isaas 7:14). Vejao cumprimento em Mateus 1:21-23.

    2. O Filho de Deus feito de mulher (Glatas 4:4).B. A descendncia de Abrao. A promessa espiritual feita a Abrao acha-se em Gnesis 12:1-

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    O TEMA DA BBLIA 25

    2. A palavra descendncia, que significa gerao, aparece em Gnesis 22:17. A profecia citada duas vezes no Novo Testamento.1. Paulo deixa claro que a palavra descendnciano estava sendo usada no plural, mas no

    singular, em referncia a Cristo (Glatas 3:16).2. Pedro disse que a promessa se cumpriu em Cristo (Atos 3:25-26). Observe as

    implicaes espirituais: que cada um se aparte das suas perversidades.C. O descendente de Davi. A promessa ento segue o curso da linhagem de Davi (2 Samuel7:11-14). Na prxima lio trataremos mais a esse respeito.

    D. Pode-se ver o cumprimento da promessa da descendncia no captulo inicial do NovoTestamento. Ali lemos que Jesus o filho (descendente) de Davi, filho de Abrao e nascidode uma virgem para cumprir a profecia de Isaas 7:14 (Mateus 1:1,18-25).

    Resumo e Concluso:Deus cumpriu a sua promessa a Abrao. A promessa do retorno tambm foi cumprida. O retorno dealguns judeus Palestina hoje e o estado de Israel nada tem a ver com o cumprimento dessaspromessas.

    Hoje, judeus e gentios podem ser igualmente abenoados em Cristo. O evangelho de Cristo o poderde Deus para salvar tanto judeus quanto gregos (Romanos 1:16-17). Deus no faz nenhuma acepode pessoas (Romanos 2:11; Atos 10:34). Os exemplos de converso no livro de Atos mostram que amesma coisa era exigida tanto dos judeus quanto dos gentios (Atos 2, os primeiros judeus convertidos;

    Atos 10-11, os primeiros gentios convertidos). No h diferena; todos podem ser salvos em Cristo (Atos15:7-9).

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    26 O TEMA DA BBLIA

    Datas de Importantes Acontecimentos Bblicos

    Estude essa lista junto com o Resumo Cronolgico do Antigo Testamento, naintroduo. Estude as datas e os acontecimentos at que os saiba de cor e salteado.

    Data Acontecimento do Antigo Testamento

    1445 a.C. S Entrega da lei de Moiss no monte Sinai.1405 S Comeo da conquista de Cana.1050 S Saul torna-se rei de Israel.1010 S Davi torna-se rei de Israel.970 S Salomo torna-se rei de Israel. O templo construdo durante o

    seu reinado.931 S A morte de Salomo. O reino divide-se em Israel e Jud.

    722 S Os assrios conquistam Samaria e levam Israel cativo.605 S Primeiro grupo de judeus levados Babilnia. (Pense em 605, 597

    e 586 juntos.)597 S Jerusalm tomada pela Babilnia. Segundo grupo levado cativo.586 S Queda de Jerusalm. Destruio do templo de Salomo.536 S Primeiro grupo a retornar do cativeiro.520-516 S A reconstruo do templo.458 S Segundo grupo a retornar do cativeiro.444 S Os muros de Jerusalm so reconstrudos por Neemias.

    Data

    Acontecimento do Novo Testamento

    7-4 a.C. S Nascimento de Jesus.26-27 d.C. S Comeo do ministrio de Jesus.30 S Morte de Cristo. Fundao da igreja.34-35 S Converso de Saulo (Paulo).48-49 S A primeira viagem de Paulo.50-53 S A segunda viagem de Paulo.54-57 S A terceira viagem de Paulo.61-63 S A priso de Paulo em Roma.

    66S

    Morte de Paulo.70 S A destruio de Jerusalm pelos romanos.

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    O TEMA DA BBLIA 27

    Lio 11

    Jesus e o Trono de Davi

    A primeira promessa de redeno implicava o descendenteda mulher que viria esmagar a cabea daserpente (Gnesis 3:15).

    A promessa trplice feita a Abrao abrangia a promessa espiritual de que em sua descendnciatodasas naes seriam abenoadas (Gnesis 12:3; 22:18). A mesma promessa foi renovada a Isaque(Gnesis 26:4) e a Jac (Gnesis 28:14).

    A promessa da descendnciaadquiriu significado especial com a escolha de Davi como rei de Israel.

    I. O Senhor Prometeu a Davi que Estabeleceria para Sempre o seuTrono (2 Samuel 7:11-14).

    A. Davi queria construir uma casa (o templo) para Jeov, mas no teve permisso para faz-lo

    porque tinha sido um homem de guerra e de derramamento de sangue (1 Crnicas 28:1-8).Em vez disso, Jeov faria uma casa a Davi (2 Samuel 7:11-14). Num pequeno jogo depalavras com casa, ficamos sabendo que Davi no poderia construir uma casa (material) paraJeov at que Jeov tivesse construdo uma casa (fsica, uma linhagem) para ele.

    B. As promessas de 2 Samuel 7. Abaixo acha-se uma lista das seis promessas mais importantesde 2 Samuel 7. Essa uma das passagens mais significativas da Bblia. Observe tambm ocumprimento das promessas.1. Davi dormir. A promessa no se cumpriria seno aps a morte de Davi. Pedro afirmou

    no Pentecostes que Davi estava morto e sua sepultura era conhecida (Atos 2:29).2. Fazer levantar o descendente. Jesus o descendente (gerao, remanescente) de

    Davi, segundo a carne (Romanos 1:3; Mateus 1:6; Lucas 3:31).3. Estabelecer o reino. O reino do descendente de Davi (Jesus) seria estabelecido. Gabriel

    anunciou que Jesus receberia o trono de seu pai, Davi (Lucas 1:32-33; Jesus

    identificado como o filho de Deus, 1:35). A igreja o reino de Cristo. (Colossenses 1:13;Hebreus 12:22-28). O reino de Salomo foi estabelecido, mas essa promessa ultrapassaSalomo e alcana a Cristo.

    4. Construir uma casa para o meu nome. A igreja a casa de Deus (1 Timteo 3:15;Efsios 2:20-22; Hebreus 3:6; 1 Pedro 2:5 ). Da mesma forma, essa promessa s secumpriu parcialmente em Salomo.

    5. Estabelecer para sempre o trono do reino. Jesus est assentado no trono de Davi(Atos 2:29-36), que tambm chamado o trono do Pai (Apocalipse 3:21;1 Reis 1:46-48),o trono de Davi (1 Reis 2:12), o trono de Jeov (1 Crnicas 29:23), o trono de Israel (1Reis 8:20), e o trono do reino de Jeov (1 Crnicas 29:23) . Tronosignifica o direito dereinar.

    6. Serei seu Pai ele ser meu filho. Isso se cumpriu finalmente em Cristo (Hebreus 1:5).Foi dito a respeito de Salomo (1 Crnicas 28:6). Veja Salmo 89:3, 4, 26-52.

    II. O Trono de Davi De Davi a Cristo.A linhagem de Davi continuou a reinar em Jud at que Jerusalm foi conquistada pelos babilniosem 16 de maro de 597 a.C. e o jovem rei Joaquim (Jeconias, Conias) foi levado Babilnia (2Reis 24:6-15).

    A. Jeconias registrado sem filhos. Deus disse, por meio de Jeremias, que Jeconias deveria serregistrado como se no tivesse filhos (Jeremias 22:28-30). Na verdade, Jeconias teve filhos(1 Crnicas 3:17), mas foi registrado ou considerado sem filhos no que diz respeito

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    A LINHAGEM DE JESUS

    LINHAGEM LEGTIMA LINHAGEM DE SANGUEMateus 1:6,12,16 Lucas 3:31,27,23

    DAVI

    SALOMO NAT

    JECONIAS NERI

    SALATIEL

    ZOROBABEL

    JOS MARIA

    JESUS

    continuao do trono. Tambm Deus disse: ...e nenhum dos seus filhos prosperar, para seassentar no trono de Davi e ainda reinar em Jud.

    B. Zedequias tornou-se rei. Os babilnios fizeram de Zedequias (Matanias), tio de Jeconias (2Reis 24:17), rei. Deus no reconheceu a Zedequias como o herdeiro legtimo do trono. Eleanunciou por meio de Ezequiel que o reino de Zedequias seria desfeito e que a diadema e acoroa no seriam mais as mesmas at que venha aquele a quem ela pertence de direito(Ezequiel 21:25-27).

    C. Cristo tem o direito ao trono de Davi (2 Samuel 7:11-14; Lucas 1:32). Cristo no pode sentar-se no trono de Davi, em Jud, e prosperar, porque descendente de Jeconias (Mateus 1:11).1. Jesus pode sentar-se no trono de Davi no cu (como de fato j est sentado), mas no

    pode sentar-se no trono de Davi em Jud (Jeremias 22:28-30).

    2. Objeo: De acordo com a genealogia de Mateus, Jesus o descendente de Jeconias.Essa genealogia traada atravs de Jos, mas Jesus no literalmente o filho de Jos.O relato de Lucas no cita o nome de Jeconias.Resposta: A genealogia de Mateus apresenta Jesus como o herdeiro legtimo do tronode Davi. Parece que o relato de Lucas traa a genealogia de Jesus atravs de Maria.

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    Ainda que Jeconias no seja citado, est tacitamente includo. Ambas as genealogias tmem comum dois nomes entre Davi e Cristo. So eles Salatiel e Zorobabel (Mateus 1:12;Lucas 3:27). Salatiel era o filho de Jeconias nascido no cativeiro (Mateus 1:12), e, j queseu nome citado nas duas genealogias, conclui-se que Jesus o descendente deJeconias, quer se acompanhe a genealogia pela linhagem legtima (por Jos, emMateus), quer se acompanhe pela linhagem de sangue (por Maria, em Lucas).(Desejando maiores informaes sobre essa perspectiva, vejaA Harmony of the Gospels,de A. T. Robertson, p. 259-262).

    D. No houve nenhum rei legtimo no trono de Davi desde a poca de Jeconias (597 a.C.) at ocomeo do reinado de Cristo (a quem ela pertence de direito SEzequiel 21:27) noPentecostes (Atos 2:31-36; 11:15).1. Desde a eliminao de Zedequias (586 a.C.), no houve absolutamente nenhum rei no

    trono de Davi at Cristo.2. Zedequias noera descendente de Jeconias, e de qualquer modo no prosperou. Houve

    quem afirmasse incorretamente que Zedequias era filho de Jeconias (cf. Gods PropheticWord, de Foy E. Wallace, pgina 214). Jeconias de fato tinha um irmo chamadoZedequias (1 Crnicas 3:16), mas o Zedequias que foi constitudo rei pelos babilnios erairmo de Jeoaquim e filho de Josias (Jeremias 37:1). Seu nome era Matanias; os

    babilnios mudaram o seu nome para Zedequias (2 Reis 24:17). Isso pode ser verificadocom clareza ao observarmos que Zedequias tinha 21 anos quando comeou a reinar;Joaquim tinha apenas 18 quando foi levado cativo (2 Reis 24:18, 8).

    3. No perodo entre os testamentos, alguns dos reis hasmoneus usaram o ttulo de rei(porexemplo, Aristbulo, que era levita, 104-102 a.C.).

    E. Jesus pode reinar no trono de Davi, mas no pode reinar em Jud e ser bem-sucedido. Issosignifica que Jesus no pode ter um reino terreno prspero em Jerusalm durante um milnio!

    III. Jesus Est Agora Assentado no Trono de Davi no Cu (Atos 2:29-36).A Bblia ensina que Jesus deve permanecer no trono de Davi no cu at que a morte seja destruda(1 Corntios 15:24-26).

    A. s vezes h quem contrarie, dizendo que Jesus est assentado em seu trono direita deDeus, mas no est assentado no trono de Davi no momento.Resposta: Essa objeo pode ser respondida mostrando que Salomo sentou-se em seuprprio trono (1 Reis 1:46-48), no trono de Davi (1 Reis 2:12) e no trono de Jeov (1 Crnicas29:23).1. Jeov tinha sido o rei de Israel antes do povo escolher Saul como rei. Seu pedido de um

    rei para reinar sobre eles e conduzi-los, como os reis das naes ao seu redor, era umarejeio do Senhor (1 Samuel 8:5-7).

    2. Deus escolheu a Davi, um homem segundo o seu corao (Atos 13:22).3. Deus deu a Davi o direito de reinar. Portanto, o trono de Davi era o trono de Jeov. Deus

    estabeleceu o trono de Davi para sempre (2 Samuel 7:16). Quando Salomo sentou-seno trono de seu pai, Davi, sentou-se tambm no trono de Jeov. Na realidade haviaapenas um trono que descrito de formas diferentes, como seguem:Trono de Salomo = Trono de Davi = Trono de Jeov

    B. Jesus, semelhantemente, est assentado em seu trono (Apocalipse 3:21), no trono de Deus(Apocalipse 3:21) e no trono de Davi (Lucas 1:32; Atos 2:30-31).

    Trono de Jesus = Trono de Davi = Trono de Jeov

    IV. O Descendente de Davi Ser Tanto Rei como Sacerdote (Zacarias6:12-13).

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    A. Jesus deve sentar-se no trono de Davi para sempre (2 Samuel 7:12-13).B. Jesus ser SACERDOTE segundo a ordem de Melquisedeque para sempre (Salmo 110:4).

    Melquisedeque foi rei e sacerdote (Gnesis 14:18). O livro de Hebreus desenvolve esse temacom mais profundidade.

    C. Jesus ser rei e sacerdote sobre o seu trono(Zacarias 6:12-13).1. Observe Salmo 110:1, 4 SSacerdote, enquanto reinando destra de Deus.2. Jesus no pode ser o rei no trono de Davi reinando em Jud e prosperar (Jeremias 22:28-

    30). Ele o descendente de Jeconias (Mateus 1:12; Lucas 3:27).3. Jesus no pode ser sacerdote na terra(Hebreus 8:4). Ele da tribo de Jud (Hebreus

    7:14; Mateus 1:2).D. Se ele retornar terra, ele no poder ser sacerdote e no poder ser bem-sucedido como

    rei.1. Isso elimina a idia de Jesus reinando no trono de Davi em Jerusalm durante o reino

    milenar.2. Como REI PARA SEMPREpode ser ilimitado e SACERDOTE PARA SEMPRElimitado

    ao perodo anterior ao dia em que Jesus se assentar no trono de Davi?3. As duas funes (sacerdote e rei) acontecem ao mesmo tempo.

    V. Outras Profecias Relacionadas a Davi e a Cristo.A. O descendente seria nascido de uma virgem (Isaas 7:14). Cumprimento: Mateus 1:18-25;Lucas 1:26-28, 69-70 .

    B. O filho com o governo sobre os seus ombros (Isaas 9:6-7). Cumprimento: Lucas 1:32-33.C. A chave da casa de Davi estaria sobre seus ombros (Isaas 22:22; veja Apocalipse 3:7). Chave

    um smbolo de governo e autoridade.D. O tabernculo de Davi seria levantado (Ams 9:11-12). Cumprimento: Atos 15:15-18.

    Cumprido na igreja uma vez que ela proporciona a oportunidade dos gentios buscarem aoSenhor. Relacione isso com o remanescente espiritual (Isaas 11; Romanos 11:5).

    E. As promessas ou bnos infalveis de Deus disponveis em Cristo (Isaas 55:3; Atos 13:32-39).

    Concluso:1. Jesus agora governa como rei sobre o trono de Davi direita de Deus.2. Ele tambm sacerdote sobre o trono.3. Ele tem que continuar a reinar at a morte ser destruda (isto , at a ressurreio geral).4. O ensinamento que Jesus no est agora reinando sobre o trono de Davi e que ainda

    retornar terra para um reinado literal em Jerusalm falso!

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    Lio 12

    A Plenitude dos TemposGlatas 4:4; Efsios 1:10

    As Escrituras se referem ao momento em que Jesus veio terra como a plenitude dos tempos. Essafoi a era histrica do preparo providencial que antecedeu a vinda de Cristo. O tempo estava pleno, oucerto, ou pronto. Era o tempo escolhido por Deus para o cumprimento de muito do que ele tinhaplanejado para a humanidade. O tempo estava pleno porque o prprio Deus o havia enchido designificado (Boice).

    Quando Jesus comeou o seu ministrio, ele afirmou o tempo est cumprido (Marcos 1:14-15). Aquiloque Deus havia anunciado por meio dos profetas estava prestes a se cumprir. Era a plenitude dostempos.

    O preparo estava completo e abrangia todo o mundo. Havia, naquela poca, no mundo, um sentimentogeral de necessidade, de incapacidade moral e de condenao (veja Romanos 1:18-32). Os gregos,

    com sua sabedoria humana, no conseguiram chegar ao conhecimento de Deus (Atos 17:22-31; 1Corntios 1:18-21); os judeus, com as sombras da lei, tinham sido incapazes de se salvar (Romanos 2-3). Era o tempo certo de Jesus vir e do evangelho ser pregado. Nesta lio, examinaremos acontribuio dos judeus, dos gregos e dos romanos para a plenitude dos tempos.

    I. A Contribuio dos Judeus.A. Conhecimento do nico Deus verdadeiro. Os israelitas j de muito sabiam da existncia de um

    s Deus (Deuteronmio 6:4). Eles caram na idolatria, mas o cativeiro babilnico parece t-loslibertado dessa prtica.1. A adorao nas sinagogas e a Disperso tinha difundido esse conhecimento pelo mundo

    romano.a. As sinagogas comearam no perodo intertestamentrio. H quem pense que

    tenham-se iniciado j no exlio babilnico. A sinagoga servia para a leitura e aexplicao das Escrituras. O Novo Testamento apresenta duas vvidas descriesdo culto em uma sinagoga (Lucas 4:16-30; Atos 13:14-16).

    b. O termo Dispora (Disperso; Joo 7:35 ) era um termo que abrangia todos osjudeus que viviam fora da palestina. A diviso em dois grupos (os que viviam naPalestina e os que viviam em outros lugares) comeou depois do cativeiro babilnico(536 e 458 a.C.), quando alguns retornaram Palestina e outros se estabeleceramem outras localidades.

    B. A crena na vinda do Messias (Efsios 1:12). Havia grande expectativa entre os judeus napoca de Jesus (Lucas 3:15; Joo 1:41,45; 4:25).

    C. As Escrituras hebraicas. As Escrituras hebraicas forneciam o sistema tico mais puro queexistia (Romanos 3:1-2). O Dr. Cyrus Gordon, professor mundialmente famoso de estudossobre o Oriente Prximo, comenta sobre o valor dos Dez Mandamentos como padro moral:

    Os Dez Mandamentos so um ponto de referncia na Histria da humanidade, porqueresumem em poucos versculos muito do que a sociedade e o indivduo precisam para levaruma vida boa, decente e produtiva (The Ten Commandments, Christianity Today, 8(14): 3-6, Apr. 10, 1964).

    II. A Contribuio dos Gregos.A. Difuso universal da cultura e da lngua grega.

    1. Basta mencionar a palavra gregoe lembramos das gloriosas realizaes dessa raaadmirvel. Eles se sobressaram em quase toda rea da atividade humana. A antiga

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    Atenas foi o centro intelectual da histria pr-crist. Ali todas as formas de artefloresceram e atingiram o seu pice. Os gregos desenvolveram a lngua mais eficaz queo mundo j conheceu. Na filosofia, na literatura, na escultura, na arquitetura e em outrasartes, fizeram uma contribuio como nenhum outro povo conseguiu. Deram ao mundohomens como Tucidides, Aristfanes, Xenofonte, Scrates, Plato, Aristteles, Digenes,

    Alexandre, Demstenes e muitos outros. No sculo IVa.C. sua cultura seria levada porapstolos fervorosos para o extremo leste do prprio Oriente (H. I. HESTER, The Heartof the New Testament, p. 22).

    2. Alexandre, o Grande, foi chamado de apstolo do helenismo. Foi educado por Aristtelese absorveu a concepo de seu mestre a respeito do governo por parte dos gregos detodo o mundo como uma sociedade poltica. Ao mover-se da Macednia em direo aoleste (336-323 a.C.), deixou por onde passou cidades conquistadas, governadas einstrudas pelos gregos. Logo passavam a falar o grego.

    3. Essa cultura deixou um vazio que o cristianismo foi capaz de preencher.B. A traduo das Escrituras hebraicas para o grego. A verso dos Septuaginta (Setenta),

    conhecida pelos algarismos romanos LXX, foi iniciada em Alexandria, no Egito, por volta de 280a.C. Na poca de Paulo, era possvel que os judeus de todo o Imprio Romano lessem asEscrituras na lngua universal.

    1. Mais da metade das citaes do Novo Testamento extradas do Antigo Testamento foramfeitas em conformidade com o texto dos LXX.2. O etope estava lendo na verso dos LXX(Atos 8:32).3. Havia outras tradues gregas do Antigo Testamento.

    C. O estado degenerado das religies do mistrio entre os gregos.1. Os mistrios eram seitas secretas que floresceram no imprio, originados principalmente

    no Oriente. Muitos deles baseavam-se nos mitos de uma deusa cujo amante ou filho lhefoi tirado (em geral por meio da morte), mais tarde retornando a ela. Eles afirmavamoferecer imortalidade e liberdade da culpa. Seu culto, praticado em alto sigilo, era muitasvezes teatral e levava as pessoas a um frenesi emocional. Em algumas dessas seitas,usavam-se lcool ou efeitos psicodlicos de iluminao para ampliar a conscincia dosadoradores (HUGHESe TRAVIS, Harpers Introduction of the Bible, p. 122). Nos ritos deiniciao desses mistrios s vezes havia descaradas atividades sexuais.

    2. A presena dos mistrios indicava um desejo de algum tipo de liberdade do mundoperverso. Machen lembra-nos de que o oferecido em resposta a esse anseio s vezesrepulsivo e sempre insatisfatrio. Ele tambm observou que todos os mistriospassaram, mas o cristianismo permaneceu (MACHEN, The New Testament: AnIntroduction to its Literature and History, p. 30).

    III. As Contribuies dos Romanos.Os romanos governaram a Palestina e o mundo nos tempos de Jesus. Os relatos dos evangelhosfazem freqentes aluses aos governadores romanos ou ocupao da Palestina (Lucas 2:1-3;3:1-2; 20:19-26; Joo 19:12). Fizeram uma importante contribuio para a plenitude dos tempos.

    A. Perodo de paz. Esse tempo de paz, opax romana, concedia s pessoas a liberdade de selocomoverem e viajarem por terra e pelo mar. O livro de Atos e as epstolas de Paulo falam

    da mobilizao das pessoas do sculoI.1. Veja as viagens de Paulo (Atos 13-28).

    2. Ldia tinha viajado de Tiatira a Filipos (Atos 16:14).3. qila e Priscila viajaram muito (Atos 18:2 [Corinto]; Atos 18:18-26 [feso];1 Corntios

    16:19 [de volta a Corinto]; Romanos 16:3 [de volta a Roma]; 2 Timteo 4:19 [de volta afeso ?]).

    B. O estabelecimento universal da lei e da ordem em todo o Imprio. Roma concedeu os direitosde cidadania aos no-romanos e gerou um senso de unidade entre vrios povos. Junto comapax romanaestava a lex romana(lei romana). O Imprio Romano de alguma forma haviaaprendido a equilibrar a autonomia local e a autoridade central, os direitos do indivduo e os

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    direitos do estado. A lei romana foi to bem desenvolvida que os sistemas jurdicos do mundoocidental originaram-se em grande parte dela (LaSor, Great Personalities of the NewTestament, p. 17).

    C. Um bom sistema de estradas que ligavam as mais importantes cidades romanas e os quartismilitares.1. Paulo utilizou a Via Egnatia em suas viagens de Nepolis a Filipos e a Tessalnica (Atos

    16-17), e a Praa de pio em sua viagem a Roma (Atos 28:15).2. Os romanos construram vrias estradas na Palestina. Numerosas placas foram achadas

    nessas estradas.D. A viagem pelo exrcito romano permitia que os convertidos levassem a mensagem consigo

    para novos lugares. Paulo disse que sua priso pela causa de Cristo era bem conhecida detoda a guarda pretoriana (Filipenses 1:13; veja 4:22). O pretrio era a residncia oficial dopretor (magistrado) (Joo 18:28; Atos 23:35).

    IV. Exemplos da Convergncia das Trs Culturas.Os dois exemplos abaixo ilustram como as trs culturas de que tratamos, a judaica, a grega e aromana, se fundiram na poca do Novo Testamento.

    A. A inscrio trilngue na cruz de Jesus (Joo 19:20). Jesus foi crucificado na Pscoa, quando

    havia muitos judeus vindos de todas as partes do mundo. As trs lnguas eram usadasnormalmente naquela poca.1. O hebraico (aramaico) Sa lngua dos judeus.2. O grego Sa lngua universal.3. O latim Sa lngua oficial do Imprio Romano.

    B. O apstolo Paulo. Primeiramente apresentado a ns como Saulo de Tarso.1. Judeu. Sabemos muita coisa dos antecedentes de Paulo no judasmo.

    a. Israelita (2 Corntios 11:22). Pertencente ao povo da aliana de Deus.b. Descendente de Abrao (2 Corntios 11:22). Sua famlia manteve a pureza racial por

    2 mil anos.c. Da tribo de Benjamim (Filipenses 3:5; Romanos 11:1).d. Hebreu de hebreus (Filipenses 3:5). Um hebreu era um judeu que ainda sabia falar

    o hebraico em contraposio aos judeus da Disperso que tinham-se esquecido sualngua materna, substituindo-a pelo grego de seus pases por adoo (Barclay, TheMind of St. Paul, p. 12).

    e. Fariseu, a seita mais rigorosa dos judeus (Filipenses 3:5; Atos 23:6; 26:5).f. Paulo foi para Jerusalm estudar com Gamaliel, o mais famoso rabino da poca, e

    aprofundou-se no judasmo muito mais que os de sua poca (Atos 22:3; Glatas1:14).

    2. Romano.a. Paulo era natural de Tarso, da Cilcia, uma cidade romana (Atos 9:11; 21:39; 22:3).b. Tinha cidadania romana e a aproveitou em vrias ocasies (Atos 16:35-40; 22:25-30;

    23:10-35). At mesmo apelou a Csar (Atos 25:11-12).3. Grego.

    a. Tarso era uma cidade universitria e o lar de vrios clebres filsofos.

    b. Paulo sabia grego (Atos 21:37).c. Paulo conhecia a literatura grega. Ele citou poetas gregos em Atenas (Atos 17:28)e um poeta e profeta cretense em sua carta a Tito (Tito 1:12).Observao:Pelo que tratamos nessa diviso, pode-se ver que Paulo era apto paraser apstolo de Cristo aos gentios (Romanos 11:13; Atos 26:17; Glatas 2:9; Efsios3:1).

    Concluso:

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    Comentrios sobre a Plenitude dos Tempos

    Essa, ento, a plenitude dos tempos. Deus tinha preparado o seu mundo. Politicamente,estava em paz, sob um governo estvel. Culturalmente, unia-se pela lngua grega e pelo idealhelnico. E os judeus, o povo de Deus, espalhados pelo mundo, por fim tinham chegado aolimiar e estavam prontos para entrar e cumprir a promessa feita a Abrao, de que eles noapenas seriam abenoados, mas tambm seriam uma bno s naes do mundo.

    SWilliam Sanford LaSor, Great Personalitiesof the New Testament, p. 22.

    A escolha do povo judeu pode ser entendida de certo modo com base em que Deus escolheu

    revelar-se por meio de um povo que, no meio de tantas influncias culturais, naquele perododa histria, tivesse uma cultura com um maior nmero de semelhanas em relao a vriasoutras culturas como nunca existiu em qualquer outro perodo da histria.

    SEugene Nida, Message and Missions, p. 49.

    A revelao de Deus no Novo Testamento revela continuidade e desenvolvimento. Mais dametade das citaes extradas do Antigo Testamento so feitas por meio dos Septuaginta, atraduo grega do Antigo Testamento. A difuso do grego como lngua comum aps asconquistas de Alexandre, o Grande, aux