jurisprudência dano moral justiça trabalho

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Relator: JOÃO CARLOS Redator: BEATRIZ THEODORO RO 00279.2012.056.23.00-2 Ementa: DANO MORAL E ESTÉTICO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. É possível a cumulação de pedidos de indenização por dano moral e dano estético, posto que aquele se relaciona com o transtorno psíquico, com a angústia e depressão causados pelo acidente. Já o dano estético é decorrente da deformação acarretada à vítima, ou seja, refere-se à dor ocasionada pelo prejuízo à integridade física do trabalhador. Relativamente ao valor da indenização, ressalta- se que, na lei, não há tarifação para a grande maioria dos casos de ofensa à honra, aos direitos da personalidade e à integridade física da pessoa, eis que o nosso país adota o sistema aberto. Assim, compete ao juiz arbitrar com prudência o valor da indenização por dano moral/estético, utilizando-se do princípio da razoabilidade, sem perder de vista que a referida indenização não visa a um ressarcimento, mas a uma compensação pelo sofrimento experimentado. Na espécie, levando em consideração tais critérios e os valores arbitrados em semelhantes circunstâncias, mostra-se forçosa a majoração dos montantes fixados na sentença. Recurso obreiro parcialmente provido. Prejudicada a análise do recurso patronal. Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Natureza do dano: amputação parcial de um membro. Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 19/06/2013 Publicado em: 01/07/2013 DEJT: 1257/2013 Relator: BEATRIZ THEODORO RO 01236.2010.002.23.00-0 Ementa: ACIDENTE DO TRABALHO. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. AMPUTAÇÃO DE PARTE DO DEDO. QUANTUM DEBEATUR. 1. A reparação civil acidentária tem como sustentáculos jurídicos o art. 7º, inciso XXVIII, da Carta Maior e os arts. 186, 187 e 927 do Código Civil. In casu, o conjunto probatório dos autos demonstra estarem presentes o dano, o nexo de causalidade e a culpa patronal, razão pela qual a sentença não merece reforma quanto ao aspecto. 2. Em relação ao valor fixado pela sentença, como não existe parâmetro legal, a fixação da reparação para o dano moral deve obedecer critérios de razoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira da ré. Diante dos contornos específicos do caso e dos patamares fixados em precedentes julgados por esta Corte, o quantum

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Page 1: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00279.2012.056.23.00-2

Ementa:DANO MORAL E ESTÉTICO. QUANTUM INDENIZATÓRIO . É possível acumulação de pedidos de indenização por dano moral e dano estético, posto queaquele se relaciona com o transtorno psíquico, com a angústia e depressãocausados pelo acidente. Já o dano estético é decorrente da deformaçãoacarretada à vítima, ou seja, refere-se à dor ocasionada pelo prejuízo àintegridade física do trabalhador. Relativamente ao valor da indenização, ressalta-se que, na lei, não há tarifação para a grande maioria dos casos de ofensa àhonra, aos direitos da personalidade e à integridade física da pessoa, eis que onosso país adota o sistema aberto. Assim, compete ao juiz arbitrar com prudênciao valor da indenização por dano moral/estético, utilizando-se do princípio darazoabilidade, sem perder de vista que a referida indenização não visa a umressarcimento, mas a uma compensação pelo sofrimento experimentado. Naespécie, levando em consideração tais critérios e os valores arbitrados emsemelhantes circunstâncias, mostra-se forçosa a majoração dos montantesfixados na sentença. Recurso obreiro parcialmente provido. Prejudicada a análisedo recurso patronal.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: amputação parcial de um membro.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 19/06/2013Publicado em: 01/07/2013DEJT: 1257/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 01236.2010.002.23.00-0

Ementa:ACIDENTE DO TRABALHO. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. AMP UTAÇÃODE PARTE DO DEDO. QUANTUM DEBEATUR. 1. A reparação civil acidentáriatem como sustentáculos jurídicos o art. 7º, inciso XXVIII, da Carta Maior e os arts.186, 187 e 927 do Código Civil. In casu, o conjunto probatório dos autosdemonstra estarem presentes o dano, o nexo de causalidade e a culpa patronal,razão pela qual a sentença não merece reforma quanto ao aspecto. 2. Em relaçãoao valor fixado pela sentença, como não existe parâmetro legal, a fixação dareparação para o dano moral deve obedecer critérios de razoabilidade eproporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e acondição financeira da ré. Diante dos contornos específicos do caso e dospatamares fixados em precedentes julgados por esta Corte, o quantum

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estabelecido pelo julgador primevo deve ser reduzido, para se adequar princípiodo restitutio in integrum. Recurso do autor não provido e recurso da ré providoparcialmente.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho que resultou em amputação de parte dodedo da mão esquerda.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 03/07/13Publicado em: 04/07/13DEJT: 1260/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00356.2012.071.23.00-7

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. QU ANTUMDEBEATUR. Provada a prática de ato ilícito pela Ré que causou dano ao Autor,fica obrigada a repará-lo (artigo 927 do CC), indenizando a vítima pelo danosofrido como forma de compensação. Para o arbitramento do quantum debeaturdeve-se considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica doofensor, os antecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Sopesando tais balizamentos e levando em consideração, ainda, o tempo deserviço bem como a intensidade do dano, impende reformar a sentença paraminorar o valor da indenização por danos morais. Dá-se parcial provimento nestetópico.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: aplicação de pena de suspensão injustificada.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 03/07/13Publicado em: 04/07/13DEJT: 1260/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01028.2012.021.23.00-1

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. A Lei n. 7.102/83 estabelece as medidasde segurança necessárias para o transporte de valores, tais como treinamento

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específico, utilização de veículo especial ou comum, com a presença de vigilantes,contratação de empresa especializada etc. No caso concreto, a instituiçãofinanceira valeu-se de seu empregado para realizar transporte de numerário,atividade para o qual não fora contratado, sem o atendimento das exigênciaslegais relativas ao preparo e segurança, expondo-o, desnecessariamente, àsituação de risco, com efetivo sofrimento psicológico, em patente ofensa àdignidade humana, mormente em se considerando que o autor foi vítima de rouboem uma das agências do reclamado, na qual se encontrava em virtude dotransporte de valores. Logo, porque presentes os requisitos ensejadores daresponsabilidade civil, nos moldes dos artigos 186 e 927 do CC, escorreita acondenação do banco reclamado ao pagamento de indenização por dano aopatrimônio moral do reclamante. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Natureza do dano: o autor realizava o transporte de valores em benefício dainstituição financeira de maneira irregular, porquanto destituído das medidas desegurança necessárias, tais como treinamento específico, veículo especial oucomum, com a presença de vigilantes etc, portanto, em desacordo com o quedispõe a Lei n. 7.102/83.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 03/07/13Publicado em: 04/07/13DEJT: 1260/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00943.2012.004.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO QUANTUM DEVID O. Corretaa condenação ao pagamento de indenização por dano moral, uma vez que estáprovado pela prova testemunhal, o abuso do poder diretivo do réu ao impor metasinalcançáveis e desarrazoadas diariamente aos seus empregados exigindo-lhescumprimento sob pena de não permanecer em seus quadros. A fixação dacompensação por dano moral segue o critério de arbitramento, levando-se emconta, dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social,o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Levando-se emconta esses fatores, e a culpa presumida do réu, somados ao caráter punitivo epedagógico da indenização. Mantém-se a sentença de origem porquanto razoávele adequado o valor arbitrado. Recurso de ambas as partes que não se provém.

Valor do dano moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

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Natureza do dano: pressão psicológica em razão de cumprimento de meta eadequação do perfil às exigências comerciais do réu.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 03/07/13Publicado em: 04/07/13DEJT: 1260/2013

Relator: MARIA BERENICERedator: BEATRIZ THEODORORO 00348.2011.022.23.00-0

Ementa:DANO MORAL, ESTÉTICO E MATERIAL. INDENIZAÇÃO. QUANT UMDEBEATUR. Demonstrada a prática de ato ilícito pela Ré, que causou dano aoAutor, fica aquela obrigada a repará-lo (artigo 927 do CC), mediante o pagamentode indenização pelo dano sofrido, como forma de compensação. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, os antecedentes doagente, o não enriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico damedida e a razoabilidade do valor. Considerando a natureza das lesões e o fatode que o grau de incapacidade laboral do trabalhador é parcial definitivomultidisciplinar em grau leve, mantém-se o valor da reparação a título de danosmorais, estético e materiais. Recurso a que se nega provimento neste item.

Valor do dano moral: R$ 24.948,00 (vinte e quatro mil e novecentos e quarenta eoito reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 26/06/2013Publicado em: 08/07/2013DEJT: 1262/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00213.2012.071.23.00-5

Ementa:DANO MORAL. MORA SALARIAL. OCORRÊNCIA . O dano moral não seconfunde nem se resume à dor, angústia, sofrimento ou qualquer outraconsequência negativa porventura advinda do ato antijurídico, que são merosefeitos psíquicos produzidos em relação à vítima, e não a lesão imaterialpropriamente dita. Assim, basta que ocorra violação a um direito da personalidade,a exemplo da dignidade humana, para que seja produzido o dano moral,

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independentemente de prova do consequente abalo emocional. Na hipótese deatraso salarial, não é possível ao trabalhador sobreviver sem a disponibilização dosalário em intervalos regulares, mormente o mais humilde, que não tem cartão decrédito, cheque especial ou qualquer outra alternativa para arcar com as despesasindispensáveis à subsistência, até por isso a legislação contém vários dispositivosendereçados à proteção do salário e, mais especificamente, à garantia daperiodicidade e pontualidade do seu pagamento, a exemplo da proibição deestipulação por período superior a um mês, bem assim do prazo limite depagamento até o quinto dia após o vencimento, tudo isso para inibir a exposiçãodo trabalhador à privação prolongada dessa sua única fonte de subsistência.Assim, é absolutamente desnecessária a produção de prova do dano moraldecorrente do não pagamento do salário no prazo legal, porque a violação dodireito da personalidade concretiza-se automaticamente com a privação dessemeio indispensável à subsistência do trabalhador (salário), independentemente dequalquer outra consequência secundária em sua vida. Assim, caracterizada amora salarial no caso, faz jus, o obreiro, à indenização pelo dano moralexperimentado.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: atraso no pagamento dos salários viola dignidade dotrabalhador.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 02/07/2013Publicado em: 10/07/2013DEJT: 1264/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01419.2012.131.23.00-1

Ementa:DANO MORAL. CONDIÇÕES PRECÁRIAS NO AMBIENTE DE TRAB ALHO.INADEQUAÇÃO DO LOCAL DE REFEIÇÕES E SANITÁRIOS. O empregadorque disponibiliza sanitários e refeitórios inadequados no ambiente de trabalhosubmete seus empregados a situação constrangedora e degradante, violando oprincípio da dignidade da pessoa humana, além de afrontar as regras previstas naN.R. nº 27 do Ministério do Trabalho. Na espécie, a conduta patronal caracterizaclara ofensa à dignidade do Autor, visto que lhe restou imposta a prática de atosque importam violação de sua intimidade e manifesto prejuízo à sua saúde.Considerando a gravidade do ato praticado pela empregadora, bem como ocaráter pedagógico que deve revestir a punição, tem-se como razoável eproporcional o importe de R$1.500,00 a título de dano moral, razão pela qual sereforma parcialmente a decisão para minorar o valor da condenação. Dá-se parcialprovimento neste tópico.

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Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: omissão da empregadora no dever de propiciar aosempregados local adequado à alimentação e instalações sanitárias.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 03/07/13Publicado em: 11/07/13DEJT: 1265/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00674.2012.071.23.00-8

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. A indenização não pode ser fixadaem valor tão alto a ponto de provocar o enriquecimento sem causa do trabalhadore a ruína do empregador, nem em valor tão baixo que não alcance o escopocompensatório e pedagógico da medida. Com base nessas premissas reduz-se ovalor da indenização ao montante de R$ 3.000,00. Dá-se parcial provimento aorecurso.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: exposição do trabalhador a condições de trabalhodegradantes.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/07/13Publicado em: 11/07/13DEJT: 1265/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01238.2012.146.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Compete ao juiz arbitrar comprudência o valor da indenização por dano moral, utilizando-se do princípio darazoabilidade, sem perder de vista que a indenização pelo dano moral não visa aum ressarcimento, mas a uma compensação pelo sofrimento experimentado. Paraisso, através do critério de arbitramento, o juiz fixará o quantum indenizatório,levando em conta as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo quesofreu a vítima, o grau de intensidade da culpa e tudo o mais que concorre para afixação do dano. Assim, levando em conta todos os fatores identificados e, ainda,

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o caráter pedagógico da indenização, impõe-se a fixação do valor de R$ 3.000,00,com os quais acredita-se observados os critérios de razoabilidade eproporcionalidade. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho ocorrido em razão do precáriotreinamento e instruções sobre os riscos passíveis de ocorrência no ambiente detrabalho, na operação do equipamento.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/07/13Publicado em: 12/07/13DEJT: 1266/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01628.2012.131.23.00-5

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL CONFIGURADO. AUS ÊNCIA DEBANHEIROS E REFEITÓRIOS. O dano moral está vinculado à honra doindivíduo, não atinge seu patrimônio em si, mas sua dignidade, reputação,integridade física e estética. Para o surgimento do dever de indenizar decorrenteda responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a)a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; d)dolo ou culpa do agente. O empregador que deixa de disponibilizar sanitários erefeitórios no ambiente de trabalho, situado no meio rural, submete seusempregados a situação constrangedora e degradante, violando o princípio dadignidade da pessoa humana, além de afrontar as regras previstas na NR 24 doMinistério do Trabalho. Provada a ausência de sanitários, refeitórios e águapotável durante parte do período contratual do Autor, impende manter a sentençaque condenou a Ré a indenizar o empregado pelos danos morais causados,contudo reduzo o valor arbitrado pelo Juízo a quo, fixando a indenização noimporte de R$2.000,00, porque observados a intensidade do ato ilícito; osantecedentes do agente; a situação econômica do ofensor; o tempo em que oempregado foi submetido a tais condições; bem como o caráter pedagógico dapunição. Dá-se parcial provimento neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Natureza do dano: fornecimento de locais próprios para a realização dasrefeições e das necessidades fisiológicas.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/07/13

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Publicado em: 15/07/13DEJT: 1267/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01352.2011.004.23.00-3

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. CARACTERIZAÇÃO. INDENIZAÇÃO P OR DANOMORAL. PRESUNÇÃO. Tratando-se de um prejuízo imaterial, a prova de suaefetiva ocorrência é desnecessária, bastando seja comprovado o fato ofensivo doqual decorre, visto que esses danos existem in re ipsa. Assim, salvo melhor juízo,qualquer pessoa que venha sofrer ofensa à sua integridade física experimentaabalo de natureza psicológica. Portanto, comprovado o acidente do trabalhosofrido pelo autor, no qual o mesmo adquiriu como patologias 'Artrose do joelho etornozelo direito e hipotrofia e encurtamento dos quadríceps das coxas.' (fl. 193), oque comprometeu sua capacidade laborativa, resta evidenciado o dano moralsofrido. Mantém-se, outrossim, o valor fixado como indenização (R$ 20.000,00),vez que razoável e proporcional, atendendo ainda à sua finalidade pedagógica.Apelo não provido.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: acidente do trabalho sofrido pelo autor, no qual o mesmoadquiriu como patologias Artrose do joelho e tornozelo direito e hipotrofia eencurtamento dos quadríceps das coxas, o que comprometeu sua capacidadelaborativa.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/13 Publicado em: 19/07/13DEJT: 1271/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00672.2012.071.23.00-9

Ementa:CONDIÇÕES INDIGNAS DE TRABALHO. DANO MORAL DEVIDO. Emergecomprovada a conduta ilícita da empregadora, consistente no não oferecimento deinstalações sanitárias, refeitório e água potável no local de trabalho, ante a provatestemunhal dos autos. Configura-se, pois, o dever de indenizar, uma vez que aomissão patronal, na espécie, caracteriza ofensa à dignidade do autor, por terrestado imposta a prática de atos que importaram em violação de sua intimidade emanifesto prejuízo à sua saúde. Recuso não provido. DANO MORAL. QUANTUMINDENIZATÓRIO. A indenização não pode ser fixada em valor tão alto a ponto de

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provocar o enriquecimento sem causa do trabalhador e a ruína do empregador,nem em valor tão baixo que não alcance o escopo compensatório e pedagógicoda medida. Com base nessas premissas reduz-se o valor da indenização aomontante de R$ 3.000,00. Dá-se parcial provimento ao recurso.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: exposição do trabalhador a condições de trabalhodegradantes.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/2013Publicado em: 19/07/2013DEJT: 1271/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00672.2012.071.23.00-9

Ementa:CONDIÇÕES INDIGNAS DE TRABALHO. DANO MORAL DEVIDO. Emergecomprovada a conduta ilícita da empregadora, consistente no não oferecimento deinstalações sanitárias, refeitório e água potável no local de trabalho, ante a provatestemunhal dos autos. Configura-se, pois, o dever de indenizar, uma vez que aomissão patronal, na espécie, caracteriza ofensa à dignidade do autor, por terrestado imposta a prática de atos que importaram em violação de sua intimidade emanifesto prejuízo à sua saúde. Recuso não provido. DANO MORAL. QUANTUMINDENIZATÓRIO. A indenização não pode ser fixada em valor tão alto a ponto deprovocar o enriquecimento sem causa do trabalhador e a ruína do empregador,nem em valor tão baixo que não alcance o escopo compensatório e pedagógicoda medida. Com base nessas premissas reduz-se o valor da indenização aomontante de R$ 3.000,00. Dá-se parcial provimento ao recurso.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: exposição do trabalhador a condições de trabalhodegradantes.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/2013Publicado em: 19/07/2013DEJT: 1271/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00380.2012.101.23.00-3

Page 10: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Ementa:CÂMERA FILMADORA NO VESTIÁRIO. DANO MORAL. CARACTER IZAÇÃO. Ainstalação de câmera filmadora no vestiário, ainda que voltada para os armários,sob a justificativa de garantia do patrimônio do trabalhador, expõe os empregados,usuários do ambiente, à situação constrangedora ao ter que efetuar a troca deroupa nesse contexto, circunstância comprovada nos autos, e suscetível e imputara ré condenação por dano moral, tendo em vista a violação da intimidade dotrabalhador. Entendimento contrário levaria a sobreposição do patrimônio emdetrimento da dignidade da pessoa humana, o que não se admite, nos termos dosart. 5º, inciso X e art. 1º, inciso III da CF/88 c/c arts. 11 a 21 do CC/2002. No casoem tela, o valor arbitrado à título de indenização é proporcional ao dano moralsofrido, razão pela qual a sentença deve ser mantida incólume. Recurso nãoprovido.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras no vestiário.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/13 Publicado em: 19/07/13DEJT: 1271/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 01067.2011.005.23.00-9

Ementa:RECURSO DA RECLAMADA ACIDENTE DE TRABALHO. LAUDO PE RICIAL.CULPA DA RECLAMADA. DOENÇA PRÉ EXISTENTE DESENCADEA DA.CONCAUSA. INDENIZAÇÃO DEVIDA . Os requisitos para que sejam imputadosao empregador a prática de ato passível de gerar indenização são a culpa por atoomissivo ou comissivo, a ocorrência do dano, bem como o nexo causal entre o atoe o dano sofrido pela vítima. No caso, o laudo pericial concluiu que o acidente detrabalho desencadeou no Obreiro a manifestação da doença inflamatória préexistente, ou seja, agiu como concausa. Desta feita, mantenho a sentença quecondenou a Reclamada ao pagamento de indenização por dano moral. Negoprovimento. RECURSO DAS PARTES DANO MORAL. VALOR DAINDENIZAÇÃO. Inexistem parâmetros objetivos para fixação da indenização pordano moral, porquanto é considerado incomensurável. Assim, para sua fixaçãodevem ser considerados a situação econômica do ofendido e do ofensor, agravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social do ofendido, aintensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo. Neste contexto, entendorazoável a fixação do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenizaçãopor dano moral. Nego provimento a ambos os recursos.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

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Natureza do dano: acidente de trabalho desencadeou no Obreiro a manifestaçãoda doença inflamatória pré existente, agindo como concausa.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 09/07/2013Publicado em: 23/07/2013DEJT: 1273/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00260.2011.004.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Demonstrada aprática de ato ilícito pela Ré que causou dano à Autora, fica obrigada a repará-la(artigo 927 do CC), indenizando-a como uma forma de compensação. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimentosem causa da Autora, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Na hipótese, sopesados o tempo que a Autora permaneceu realizando otransporte de valores, os antecedentes do agente, a intensidade do dano e asituação econômica do ofensor, impõe-se condenar a Ré ao pagamento deindenização por danos morais no importe de R$10.000,00, em virtude dotransporte irregular de valores. Dá-se parcial provimento neste item.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: transporte irregular de valores.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/07/2013Publicado em: 24/07/2013DEJT: 1274/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01549.2011.003.23.00-6

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETI VA.ATIVIDADE DE RISCO. INSTALADOR TELEFÔNICO. CONFIGUR AÇÃO. Odano moral está vinculado à honra do indivíduo, não atinge seu patrimônio em si,mas sua dignidade, reputação, integridade física e estética. Para o surgimento dodever de indenizar decorrente da responsabilização civil objetiva, é suficiente acaracterização dos seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b)relação de causalidade e c) existência de dano, porém é desnecessária a aferição

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do elemento culpa do agente (empresa). Demonstrados tais elementos, levandoem conta o elevado grau de risco da função do instalador telefônico quedesempenha suas atividades em alturas elevadas, ficando sujeitos a quedasabruptas e rompimento de cabos, nos termos da OJ nº 347 do TST e NR-35 doMTE, caracteriza-se a responsabilidade civil objetiva da Ré e, por corolário, estáobrigada a indenizar (art. 927 do CCB), razão pela qual se mantém a sentença.Nega-se provimento no particular. RECURSO COMUM ÀS PARTES. QUANTUMINDENIZATÓRIO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. Demonstrada a prática de atoilícito pela Ré que causou dano ao Autor, fica obrigada a repará-lo (artigo 927 doCC), indenizando o empregado pelo dano sofrido como forma de compensação.Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, os antecedentes doagente, o não enriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico damedida, a razoabilidade do valor. Considerando que o Juízo, ao proferir asentença, observou tais parâmetros, mantém-se o valor da indenização por danosmorais. Quanto à indenização por danos materiais deverão ser observados oslimites do pedido (art. 293 do CPC). Dá-se parcial provimento ao Recurso da Ré enega-se ao Recurso Adesivo do Autor neste tópico. Recurso da Ré ao qual se dáparcial provimento e Adesivo do Autor a que se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: responsabilidade civil pelo acidente ocorrido com o Autor(vítima de queda da escada presa ao poste de energia elétrica).

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/2013Publicado em: 24/07/2013DEJT: 1274/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00538.2011.106.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Na determinação do valorindenizatório por dano moral deve o juiz levar em conta alguns aspectos, taiscomo o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano, opatrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar oenriquecimento ilícito do empregado com indenizações exorbitantes e em nãoarbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam ao ofendido, deixando impuneo empregador que deu causa ao dano. No caso, considerando que o autor sofreuacidente do trabalho, com lesão no pé decorrente de queimadura, bem assim oprincípio da razoabilidade, majora-se os valores fixados a título de danos moral eestético para R$ 5.000,00 (cinco mil reais) cada.

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Valor do dano moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Natureza do dano: transporte de valores elevados em distâncias consideráveis,sem o acompanhamento de qualquer policial ou profissional da área desegurança.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 16/07/13Publicado em: 24/07/13DEJT: 1274/2013

Relator: EDSON BUENORO 01326.2012.146.23.00-6

Ementa:TRANSPORTE DE VALORES. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. QUANTUMINDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. O transporte de valores, com frequência e emlongos trajetos, expõe o empregado, especialmente aquele desprovido desegurança e treinamento, à situação capaz de causar dano ao seu patrimônioimaterial, ainda que não tenha havido infortúnio no percurso. As máximas deexperiência, aliadas ao ponto médio de constrangimento extraível docomportamento social, comprovam a potencial lesão denunciada. Aliás,exatamente por deter natureza impalpável, o dano moral subsume-se àquelescasos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deve prudentementearbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC,art. 950, parágrafo único, e art. 953, parágrafo único). No caso concreto,considerando que o valor fixado a esse título pela sentença se revelou excessivo econtrastante com os patamares fixados pelo Tribunal Superior do Trabalho, oquantum indenizatório, por questão de disciplina judiciária, deve ser reduzido.

Valor do dano moral: R$ 50.000,00 (cinquentamil reais).

Natureza do dano: transporte de valores elevados em distâncias consideráveis,sem o acompanhamento de qualquer policial ou profissional da área desegurança.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 16/07/13Publicado em: 24/07/13DEJT: 1274/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00580.2012.126.23.00-2

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Ementa:TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. RESPONSABILIDADE C IVIL.DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Para osurgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devemrestar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b)relação de causalidade; c) existência de dano; d) dolo ou culpa do agente.Demonstrada a prática de ato ilícito pelo Réu, consubstanciado na obrigaçãoimposta ao empregado para transportar valores sem os procedimentos segurosestabelecidos na Lei n. 7.102/83, fica o empregador obrigado a repará-lo (artigo927 do CC), indenizando-o pelo dano sofrido decorrente do estresse e daperturbação ocasionada pelo risco em potencial a que foi submetido. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se considerar, além da extensão do dano,a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Sopesando tais elementos, impende manter o valor da indenização fixado nasentença, porquanto observados os critérios de razoabilidade e proporcionalidade.Nega-se provimento. Nega-se provimento ao Recurso.

Valor do dano moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Natureza do dano: ao atribuir aos empregados a tarefa de transportar valores deforma inadequada, a Ré extrapolou o seu poder diretivo, provocando medo eangústia no trabalhador que se expôs a perigos de assalto.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/13Publicado em: 26/07/13DEJT: 1276/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 01161.2011.002.23.00-9

Ementa:1. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. 2. VALOR DA COMPENSAÇÃ O.REDUÇÃO. 1. Para que surja o dever de compensar eventual dano moral éindispensável que se constate a ocorrência do evento danoso, do nexo causalentre a conduta e o dano e a ilicitude da conduta. Nestes autos ficou comprovadaa prática de conduta hábil a ensejar a obrigação compensatória, consubstanciadaem ofensas proferidas por preposto da ré ao trabalhador. 2. No que se refere aovalor da compensação a título de danos morais, como não existe parâmetro legal,a fixação do valor da reparação deve obedecer critérios de razoabilidade eproporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e acondição financeira do réu. Diante dos contornos específicos dos autos e dospatamares fixados em precedentes julgados por esta Corte, o quantum comportaredução. Recurso patronal parcialmente provido.

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Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: prática de conduta reprovável pelo líder de setor da empresa,que, por meio de expressões ofensivas e indignas, submeteu o obreiro a situaçãovexatória e humilhante.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 26/07/2013DEJT: 1276/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00059.2013.046.23.00-2

Ementa:TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. RESPONSABILIDADE C IVIL.DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Demonstrada aprática de ato ilícito pela Ré que causou dano ao Autor, fica esta obrigada arepará-lo (art. 927 do CC), indenizando-o pelo dano sofrido como forma decompensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo,considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o nãoenriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico da medida e arazoabilidade do valor. Na hipótese, sopesando o tempo em que o Autor realizoutransporte de valores; os antecedentes do agente; a intensidade do dano, asituação econômica do ofensor; impende reduzir o valor da indenização por danosmorais. Dá-se parcial provimento ao Recurso da Ré e nega-se provimento aorecurso do Autor neste item.

Valor do dano moral: R$60.000,00 (sessenta mil reais).

Natureza do dano: transporte irregular de valores.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 26/07/2013DEJT: 1276/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 01954.2012.131.23.00-2

Ementa:DISPENSA DE EMPREGADO DOENTE. AUSÊNCIA DE ATO ILÍCI TO. DANOSMORAIS. Em conformidade com o disposto nos artigos 186, 187 e 927, do CódigoCivil, o dever de reparação somente se impõe quando demonstrada a coexistênciados seguintes requisitos: o dano, a conduta dolosa ou culposa (ato ilícito) e o nexo

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de causalidade, ônus que incumbe ao empregado, a teor dos artigos 818 da CLT e333, I do CPC. No caso dos autos, ficou constatada que a iniciativa de rescisão foido autor, estando ausente, portanto, o ato ilícito da ré. Recurso do autor ao qualse nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: investigação administrativa prévia promovida pelo réu,instituição bancária, para fins de apuração de possíveis infrações disciplinarespelo autor, ora recorrente, durante a vigência do vínculo empregatício não podetraduzir ofensa do empregador a boa fama do empregado de sorte a criar-lhe umdireito subjetivo público de ação de buscar eventual compensação moral pela viajudiciária.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 26/07/2013DEJT: 1300/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01082.2012.141.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. CONFIGURAÇÃO. QUANTUMINDENIZATÓRIO. O assédio moral se apresenta como espécie do gênero danomoral, sendo que para sua caracterização exige-se a satisfação de requisitos maisespecíficos, reiteradamente presentes no trato com a empregada, e que restaramdemonstrados pelos depoimentos da prova testemunhal, inclusive, alinhados eratificando a tese obreira, como bem destacou o juízo de origem. Circunstânciasque se extraem tanto da testemunha indicada pelo autor quanto pela ré. Ademais,a fixação do dano moral segue o critério de arbitramento, levando-se em conta,dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, oprejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrando-se emdesacordo com esses fatores, deve ser reduzido o montante fixado em primeirograu, em atenção aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Recursoprovido parcialmente.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: assédio moral.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 26/07/2013DEJT: 1276/2013

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Relator: BEATRIZ THEODORORO 00661.2012.009.23.00-9

Ementa:DANOS MORAIS COLETIVOS. OCORRÊNCIA. QUANTUM . 1. A reunião deaproximadamente 100 trabalhadores com o objetivo de que 20 deles fossemchamados pelo nome e, posteriormente, demitidos, para além da ofensa à esferamoral individual de cada trabalhador desligado, já constatada nas decisõestransitadas em julgado deste Tribunal, deteriorou o meio ambiente laboral, bemcoletivo de extrema relevância. Dessarte, configurou-se a existência de danosmorais coletivos. Isso porque, o constituinte originário previu a proteção da Saúdee do Meio Ambiente, inclusive o do trabalho, como direitos de toda a coletividade(arts. 196, caput, 225 caput e art. 200 VIII). De se ressaltar que tais direitosfundamentais devem ser observados não apenas pelo Estado, mas, também pelosindivíduos e entes da sociedade, em face da denominada eficácia horizontal.Assim, impendia à ré a manutenção do meio ambiente do trabalho hígido esaudável e não a criação de um clima de insegurança, terror e medo,naturalmente gerado pelos moldes em que a dispensa coletiva se efetivou. Nãobastasse o famigerado episódio, o autor demonstrou a contento a existência deoutras tantas ocasiões em que a vindicada violou a esfera moral de seustrabalhadores, denotando a reiteração de condutas ilícitas. 2. Afigura-se razoávelo quantum arbitrado a título de compensação por danos morais. Isso porque aempresa envolvida possui sólida capacidade econômica, conforme denota o seucapital constitutivo. Demais disso, a conduta da ré, por ocasião da dispensacoletiva vexatória, deteriorou o ambiente de trabalho de toda a empresa, sendo,pois, de grande gravidade. Não há falar, outrossim, que o montante visaenriquecer o MPT, porquanto expressamente consignado no título executivo que ovalor será destinado ao FAT. Recurso da ré ao qual se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Natureza do dano: trabalhadores que não foram demitidos viram a qualidade domeio ambiente de trabalho desmoronar ante a conduta desprovida de boa féobjetiva perpetrada pela ré.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 26/07/2013DEJT: 1276/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00443.2012.052.23.00-6

Ementa:

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ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONFI GURAÇÃO.Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar oempregado que sofreu acidente de trabalho, hipótese em que se faz necessária acaracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo decausalidade. No caso, restou provado nos autos que o acidente de trabalho sofridopela autora decorreu de ato culposo praticado pela reclamada, razão pela qual édevida a indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: responsabilidade objetiva do empregador na ocorrência dadoença ocupacional.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 16/07/13Publicado em: 27/07/13DEJT: 1269/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00788.2012.101.23.00-5

Ementa:RECURSO DE AMBAS AS PARTES. CÂMERAS DE VÍDEO. REPAR AÇÃOCIVIL DEVIDA. VALOR DA CONDENAÇÃO . Para que se vislumbre a ocorrênciade dano moral passível de reparação civil, a teor dos arts. 5º, V e X, da CF c/carts. 186, 187 e 927 do CC, devem restar evidentes o fato ensejador do prejuízo, aconduta ilícita patronal e o nexo causal entre os dois primeiros pressupostos.Como no caso em tela o relatório de inspeção judicial confirmou a alegação inicialde que as câmeras de vídeo instaladas nos vestiários se direcionavam para locaisem que havia troca de uniforme, há que se manter a condenação da ré aopagamento da parcela, eis que violado o direito do trabalhador à intimidade e àprivacidade. 2. À falta de parâmetro legal, a fixação do valor da reparação pordano moral deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade e,ainda, considerar a gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condiçãofinanceira do réu. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrio entre anecessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a de produzir umefeito punitivo e pedagógico no ofensor. Assim, deve ser mantida a sentençaporque o quantum arbitrado atende aos parâmetros realçados. Recurso da réprovido em parte e recurso do autor ao qual se nega.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Natureza do dano: Abusivo o poder de fiscalização da reclamada, quanto ao usodo banheiro.

Page 19: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 31/07/2013Publicado em: 22/08/2013DEJT: 1295/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00017.2013.086.23.00-0

Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DE TRANSPORTE DE VALORES. INS TITUIÇÃOBANCÁRIA. VALOR DA INDENIZAÇÃO . A Lei nº 7.102/83 estabelece asmedidas de segurança necessárias para o transporte de valores, tais comotreinamento específico, utilização de veículo especial ou comum, com a presençade vigilantes, contratação de empresa especializada, etc. No caso concreto, ainstituição financeira valeu-se de seu empregado para realizar transporte denumerário, atividade para o qual não fora contratado, sem o atendimento dasexigências legais relativas ao devido preparo e à segurança adequada, expondo-o, desnecessariamente, à situação de risco, com sofrimento psicológico, empatente ofensa à dignidade humana. Logo, presentes os requisitos ensejadores daresponsabilidade civil, nos moldes dos artigos 186 e 927 do CC, escorreita acondenação do banco reclamado ao pagamento de indenização por dano aopatrimônio moral do reclamante. No que tange à fixação do quantum daindenização por dano moral, além dos princípios da razoabilidade e daproporcionalidade, são pressupostos o grau de culpa das partes envolvidas, agravidade e a extensão do dano, a intensidade do ânimo de ofender e aintensidade do sofrimento do ofendido, a situação econômica do ofensor, o efeitopedagógico da punição do ofensor para que ele não reincida na sua condutaantijurídica, mas observando-se que o valor arbitrado, de caráter eminentementecompensatório, não deve ser causa da ruína para quem paga nem deenriquecimento para quem recebe. Considerando tais parâmetros, deve serreduzido o valor fixado para R$ 60.000,00, o qual, por sua vez, está emconsonância com a jurisprudência desta Corte. Recurso parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Natureza do dano: Risco acentuado ao qual era submetido pelo transporte devalores do banco.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 31/07/2013Publicado em: 12/08/2013DEJT: 1287/2013

Page 20: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: OSMAIR COUTORO 00164.2013.121.23.00-3

Ementa:DA REVERSÃO DO PEDIDO DE DEMISSÃO DA AUTORA PARA RE SCISÃOINDIRETA - INEXISTÊNCIA DO DANO MORAL . Provado nos autos o ato ilícitodo encarregado da ré contra a autora, fato que levou a autora a pedir demissão,única forma que ela encontrou para fazer cessar o ato ilícito, nos termos do art.483, 'e' da CLT cabível a reversão do pedido de demissão da autora para rescisãoindireta. Nego provimento. DANO MORAL INEXISTÊNCIA - VALORARBITRADO À INDENIZAÇÃO - REDUÇÃO . O magistrado, pelo princípio dapersuasão racional do julgador e da livre apreciação da prova, ao valorar asprovas trazidas aos autos depende única e exclusivamente de sua convicçãomotivada. A análise conjunta das provas testemunhal e documental comprova queexistiu o ato ilícito praticado pelo encarregado da ré contra a autora, a culpa daempresa, o dano e o nexo de causalidade fazendo jus a autora a indenização pordano moral, conforme deferiu o magistrado primário que reconheceu a existênciado assédio que levou a autora como única alternativa, pedir sua demissão doemprego. O quantum devido em decorrência de ofensa ao patrimônio moral deveser estimado em observação ao princípio da razoabilidade, considerando acapacidade econômica do ofensor, o elemento pedagógico da condenação, aextensão e a repercussão do dano na esfera íntima do ofendido e na sua esferade conhecimento. Levando em consideração o princípio da razoabilidade, bemcomo os critérios acima mencionados, o valor da indenização fixado em R$15.000,00 deve ser reduzido para R$ 5.000,00. Dou parcial provimento ao apelo.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: violação da intimidade.

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em: 27/08/2013Publicado em: 29/08/2013DEJT: 1300/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 01042.2012.101.23.00-9

Ementa:DANOS MORAIS. VESTIÁRIOS MONITORADOS POR CÂMERAS DE VÍDEO.REPARAÇÃO CIVIL DEVIDA. VALOR DA CONDENAÇÃO. Para que sevislumbre a ocorrência de dano moral passível de reparação civil, a teor dos arts.5º, V e X, da CF c/c arts. 186, 187 e 927 do CC, devem restar evidentes o fatoensejador do prejuízo, a conduta ilícita patronal e o nexo causal entre os doisprimeiros pressupostos. Como no caso em tela o relatório de inspeção judicial

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confirmou a alegação inicial de que as câmeras de vídeo instaladas nos vestiáriosse direcionavam para locais em que havia troca de uniforme, há que se manter acondenação da ré ao pagamento da parcela, eis que violado o direito dotrabalhador à intimidade e à privacidade. 2. À falta de parâmetro legal, a fixaçãodo valor da reparação por dano moral deve obedecer a critérios de razoabilidade eproporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade do dano, a intensidade daculpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto deequilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e ade produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Assim, cabível aminoração do quantum arbitrado a um valor que atenda aos parâmetros realçados.Apelo ao qual se dá parcial provimento. 'DANOS MORAIS E MATERIAIS.DOENÇA OCUPACIONAL. ATIVIDADE LABORAL. CONCAUSA . Diante dasprovas dos autos e do laudo pericial, o qual foi conclusivo no sentido de que,apesar do autor sofrer de lesões degenerativas em sua coluna, o exercício de seutrabalho como operador de produção colaborou para o agravamento da doença,resta clara a configuração do nexo causal, na modalidade concausa, bem como daculpa da reclamada em não oferecer um meio ambiente de trabalho livre de riscosà saúde de seus funcionários. Em vista disso, e considerando que a períciaconfirmou a incapacidade laborativa parcial e permanente do reclamante, correta acondenação por danos morais. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: monitoramento por câmeras nos vestiários dos empregados edoença ocupacional que foi agravada pelo serviço prestado pelo obreiro.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/2013Publicado em: 26/08/2013DEJT: 1297/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00712.2012.071.23.00-2

Ementa:CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR. NÃO CONFIGURAÇÃO. O contexto probatórioproduzido nos autos dá conta da ocorrência do acidente de trabalho, bem comoculpa da ré para o resultado do evento danoso, restando preenchidos os requisitosda responsabilidade civil e consequente dever de indenizar da reclamada. Dessafeita, se mantém a decisão de origem que reconheceu o acidente de trabalho econdenou a ré ao pagamento de indenização por dano moral, material e estético.Recurso não provido. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. QUANTUMREPARATÓRIO . Há que se manter inalterada a sentença, no tocante ao quantumfixado às reparações por danos morais e estéticos quando se verifica que atendecom razoabilidade aos efeitos compensatório e pedagógico que devem revestir a

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decisão, bem como observa os parâmetros objetivos e subjetivos revelados pelasprovas produzidas nos autos. Recurso da ré não providos.

Valor do dano moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Natureza do dano: acidente que provocou a amputação da falange distal dopolegar direito do trabalhador, reduzindo-lhe em 12% (doze por cento) acapacidade laboral.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 02/08/2013DEJT: 1281/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00230.2012.116.23.00-9

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR DOENÇAOCUPACIONAL. RISCO DA ATIVIDADE. RESPONSABILIDADE O BJETIVA.DANO MORAL. A responsabilidade objetiva é explicada pela teoria do risco, quese traduz na idéia de que quando o infortúnio tenha relação com o risco acentuadoinerente à atividade empresarial ou à função exercida pelo trabalhador, esse fato,objetivamente considerado, é suficiente para justificar a responsabilidade doempregador. Na hipótese, a doença contraída pela autora teve relação com o riscoespecialmente acentuado do trabalho por ela desenvolvido, qual seja, coletarsangue de fetos de vacas recém abatidas, atividade que, conforme esclarecido,está entre as de maior probabilidade de contaminação pela brucelose. Porconseguinte, constatado o dano e, por sua vez, o nexo de causalidade, impõe-se odever da ré de repará-lo. Quanto ao valor da indenização, é certo que não podeser tão grande que enriqueça ilicitamente a vítima, nem tão pequena a ponto denão punir o ofensor. Assim, ao fixá-la, leva-se em consideração tanto as condiçõeseconômicas do ofensor quanto às do ofendido, além da gravidade e da extensãodo dano. Nesses termos, considerando a extensão do dano, os elementos fáticosrelativos à doença da autora, bem como a condição pessoal das partes, entendoque a sentença que fixou a indenização relativa ao dano moral em R$ 10.000,00não comporta reforma. Recurso da reclamante e da reclamada não providos.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: reclamante contraiu brucelose devido as atividades realizadasem seu labor, reconhecendo-se que houve culpa da empresa, porquanto nãodispunha de controle eficaz em relação ao ambiente de trabalho da autora e osequipamentos de segurança utilizados.

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Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 14/08/2013Publicado em: 15/08/2013DEJT: 1290/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01954.2012.131.23.00-2

Ementa:AUSÊNCIA DE REFEITÓRIOS. REVELIA E CONFISSÃO FICTA. DANOSMORAIS. QUANTUM DEBEATUR. Para o surgimento do dever de indenizardecorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintesrequisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c)existência de dano d) dolo ou culpa do agente. Na hipótese, em razão da reveliada Ré foram elevados à condição de verdade processual os fatos narrados nainicial referentes à ausência de refeitórios e a consequente lesão de ordem moraldecorrente da omissão. Em razão disso, mantém-se a sentença que julgouprocedente o pedido de indenização por danos morais. Contudo, para oarbitramento do quantum debeatur deve-se considerar, além da extensão do dano,a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade da quantiaarbitrada. Sopesando tais balizamentos, impõe-se a reforma da sentença parareduzir o montante arbitrado a título de indenização por danos morais ao importede R$1.000,00 (mil reais). Dá-se parcial provimento neste tópico. Recurso da Réao qual se dá parcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: investigação administrativa prévia promovida pelo réu,instituição bancária, para fins de apuração de possíveis infrações disciplinarespelo autor, ora recorrente, durante a vigência do vínculo empregatício não podetraduzir ofensa do empregador a boa fama do empregado de sorte a criar-lhe umdireito subjetivo público de ação de buscar eventual compensação moral pela viajudiciária.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 28/08/2013Publicado em: 29/08/2013DEJT: 1300/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00604.2012.041.23.00-8

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Ementa:DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL POR EXPOSIÇÃO A GÁS D E AMÔNIAE OFENSAS DE SUPERIORES HIERÁRQUICOS. PEDIDO SUCESSIVO DEREDUÇÃO DO VALOR. A autora pleiteou a indenização por dano moral fundadaem duas causas de pedir de fato, a exposição a gás amônia e a segunda refere-sea ofensas pelo encarregado do setor. O juízo de primeiro grau condenou os réusao pagamento de indenização por dano moral à autora, no montante de R$6.000,00, ao fundamento que restou comprovado nos autos a sujeição dostrabalhadores ao gás amônia, conforme documentos e depoimentos testemunhais(fl. 467). A 1ª ré insurge, alegando que o magistrado se fundamentou apenas nodepoimento da testemunha trazida à audiência pela parte autora e que osdocumentos juntados na petição inicial não comprovam os fatos narrados pelaautora. Aduz que trouxe documento e demonstrou por prova testemunhal que nãohouve vazamento de gás Argumenta, por fim, que o valor da indenização deve serminorado. Em relação à exposição dos empregados ao gás amônia, a autoratrouxe com sua inicial, documentos que demonstram a existência de risco deacidente em razão das más condições de manutenção e operação dos vasos depressão na sede da empresa. As irregularidades motivaram a lavratura do termode interdição da empresa, descumprido conforme informação do Ministério doTrabalho à autoridade policial local. Assim, ainda que não haja prova cabal de quehouve de fato o vazamento do gás tóxico, pelo fato da prova testemunhal restardividida nesse particular, a autora logrou êxito em demonstrar sua alegação inicialde que laborava em condições de risco à sua saúde e à própria vida, situação estaa sancionar a condenação à reparação do dano moral que a ré lhe causou pelodescumprimento das normas de segurança do trabalho e notificações dasautoridades públicas. Configurado, portanto, o dano de natureza moral e o deverde indenizar, há de ser mantida a sentença primária, neste particular. Quanto àfixação do valor dessa indenização, também se insurge a recorrente requerendosua redução. Como é sabido, o valor da indenização do dano moral deve serproporcional à ofensa, respeitando-se a capacidade econômica do ofensor, aextensão do dano, bem como as peculiaridades da situação fática vivenciadapelas partes. É fato notório que a recorrente se trata de grande grupo frigoríficoque atua no estado de Mato Grosso. É de se considerar, ainda, que a rédescumpriu o termo de interdição e manteve o funcionamento das atividades semas condições mínimas de segurança na utilização do gás amônia. Analisandoestas circunstâncias e particularidades do caso concreto e para desestimular aprática ilícita, e ainda, com observância ao princípio do enriquecimento semcausa, do efeito pedagógico e da razoabilidade, bem como em observância aosprecedentes desta Corte, entendo pertinente manter o valor arbitrado na sentençapara a indenização do dano moral para R$6.000,00 (seis mil reais). Negoprovimento ao apelo da 1ª ré.

Valor do dano moral: R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Natureza do dano: em razão da exposição ao gás de amônia.

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Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/2013Publicado em: 14/08/2013DEJT: 1289/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00763.2012.101.23.00-1

Ementa:DANO MORAL. USO RESTRITO DO TOALETE. CARACTERIZAÇÃO . É cediçoque o dever de indenizar decorre da conjunção dos requisitos ato ilícito, nexo decausalidade e dano. Consoante os artigos 818 da CLT e 333, I e II, do CPC,incumbe ao Autor provar os fatos constitutivos do seu direito, enquanto que aoRéu os impeditivos, modificativos e extintivos do direito postulado. Uma vezprovado o controle abusivo pela Ré sobre o uso dos banheiros, mantém-seincólume a sentença que condenou a Ré a pagar indenização por danos moraisno importe de R$3.000,00, por entender que atende aos objetivos da medida.Nega-se provimento a ambos os recursos no particular. DANO MORAL.CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFERIMENTO DOS D IREITOS ÀINTIMIDADE DO EMPREGADO. ABUSO DO PODER DIRETIVO PE LOEMPREGADOR. INDENIZAÇÃO DEVIDA . É cediço que o dever de indenizardecorre da conjunção dos requisitos ato ilícito, nexo de causalidade e dano. Ainstalação de câmeras de segurança nos vestiários dos empregados constituinítida violação do direito à intimidade do trabalhador que esteve exposto aoconstrangimento de ser filmado em ambiente de que exige intimidade. A ilicitudedo ato é patente, porquanto a invasão à intimidade dos empregados caracteriza oabuso do poder diretivo exercido pelo empregador. Pondera-se também aextensão do dano, a gravidade da conduta lesiva, o grau de culpabilidade e acondição financeira do ofensor. Com base nessas premissas, tem-se que o valorde R$4.000,00 (quatro mil reais) fixado pelo Juízo a quo a título de danos moraisatende aos escopos compensatório, punitivo e pedagógico da indenização. Nega-se provimento a ambos os recursos neste item. Recursos Ordinários das partesaos quais se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 9.000,00 (nove mil reais).

Natureza do dano: controle abusivo do uso dos banheiros e instalação decâmeras de segurança nos vestiários.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 01/08/2013DEJT: 1280/2013

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Relator: BEATRIZ THEODORORO 01289.2011.003.23.00-9

Ementa:DANO MORAL. ATRASO NOS PAGAMENTOS SALARIAIS. NÃOCARACTERIZAÇÃO DO DANO SOFRIDO. VIOLAÇÃO DE INTIMID ADE.CÂMERA DE VIGILÂNCIA. NÃO COMPROVAÇÃO DE LUGAR DEINSTALAÇÃO E DO SEU NÃO FUNCIONAMENTO. REPARAÇÃO MA NTIDA. Odano moral está vinculado à honra do indivíduo. Não decorre de qualquer dissaborenfrentado pelo trabalhador e, para a sua caracterização, deve estar provado queo ato ilícito ensejou graves transtornos, causando-lhe sofrimento considerável queafete seus valores personalíssimos, sob pena de tornar o instituto algodespropositado e banal. 1. Assim, incumbe ao trabalhador a produção da provaacerca do abalo moral sofrido pelo inadimplemento contratual em face daausência do pagamento das verbas rescisórias e saldo de salário, porquanto oatraso, em si considerado, não é suficiente para a produção de dano moral. Àmíngua de prova nesse sentido, não se caracteriza a responsabilidade civil da ré,e por corolário, não está ela obrigada a pagar reparação pecuniária por danosmorais pelo atraso salarial, devendo ser excluída a condenação imposta a essetítulo. 2. A reparação fixada pela violação de intimidade, de outro lado, deve sermantida, já que a ré não se desvencilhou do encargo de provar a sua alegação deque a câmera ficava voltada para local não destinado à troca de roupas e, ainda,não estava em funcionamento. Recurso da ré ao qual se dá parcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 6.344,85 (seis mil e trezentos e quarenta e quatro reaise oitenta e cinco centavos).

Natureza do dano: violação de intimidade do autor ante a instalação de câmerano vestiário.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/2013Publicado em: 06/08/2013DEJT: 1283/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00605.2011.001.23.00-2

Ementa:DANO MORAL, ESTÉTICO E MATERIAL. INDENIZAÇÃO. QUANT UMDEBEATUR. Demonstrado que as atividades exercidas na Ré causaram dano aoAutor, fica aquela obrigada a repará-lo (artigo 927 do CC), mediante o pagamentode indenização pelo dano sofrido, como forma de compensação. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, os antecedentes do

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agente, o não enriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico damedida e a razoabilidade do valor. Considerando a natureza das lesões impõe-sea reforma da sentença para reduzir o montante arbitrado a título de danos moraise estéticos. Por outro lado, considerando o laudo pericial esclarecedor econclusivo quanto à incapacidade, mantém-se o pensionamento arbitrado a títulode danos materiais, equivalente a 36% do salário percebido pelo Autor. Dá-separcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho que resultou na amputação do 2º e 3ºdedos da mão direita e contusões e escoriações profundas no polegar e quartodedo, com perda de material orgânico e preenchidos com tecido cutâneo.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/07/2013Publicado em: 01/08/2013DEJT: 1280/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: MARIA BERENICERO 00302.2012.041.23.00-0

Ementa:INDENIZAÇÃO DE DANO MATERIAL E MORAL. Havendo comprovação nosautos de que o autor sofrera acidente de trabalho na modalidade de doençaocupacional e estando comprovada a culpa da reclamada, devida a indenizaçãocompensatória pelo dano moral e material sofrido. Recurso não provido.RECURSO DO AUTOR DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO . Razoávelse mostra o quantum indenizatório fixado em primeiro grau, segundo critério dearbitramento, visto que apresenta caráter punitivo e pedagógico, sem importar emenriquecimento ilícito da autora, levando-se em conta as condições financeirasdas partes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade daculpa. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: prática de conduta reprovável pelo líder de setor da empresa,que, por meio de expressões ofensivas e indignas, submeteu o obreiro a situaçãovexatória e humilhante.

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Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 01/08/2013DEJT: 1276/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 00291.2012.005.23.00-4

Ementa:DANOS MORAIS. CONDIÇÃO LABORAL OFENSIVA À DIGNIDADE . Para aocorrência do dever de reparar deve ficar suficientemente provada a prática do atoilícito pela empresa, de forma dolosa ou culposa; agressão à dignidade humana enexo causal entre a conduta e o dano, entendimento que emerge da norma insertanos artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro. De outro lado, o cumprimento dasnormas de segurança e higiene é medida imperativa e seu descumprimento peloempregador configura a quebra do dever de disponibilizar condições dignas para odesempenho das funções pelo trabalhador. No caso em exame, não foramfornecidas ao autor água potável adequada ao consumo e instalações sanitárias.Tais fatos revelam condições de trabalho degradante, violando os direitosconcernentes à personalidade, restando, desta feita, presumido o dano a suaintimidade, privacidade e dignidade, e, por corolário, configurados os elementosensejadores da compensação do dano moral. Recurso do autor ao qual se dáprovimento.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: inexistência de instalações sanitárias e água potável no localde trabalho.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/2013Publicado em: 01/08/2013DEJT: 1280/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00886.2012.037.23.00-4

Ementa:CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DA NOSMORAIS. Hipótese em que a conduta adotada pelo reclamado no que diz respeitoao ambiente de trabalho, sem disponibilizar refeitório, local adequado para asnecessidades fisiológicas, bem assim ao fornecer alimentação em condiçõesinadequadas para o consumo e alojar o empregado em local inapropriado,indubitavelmente, atentaram contra sua dignidade e integridade psíquica ou física,

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ensejando a reparação moral, conforme autorizam os artigos 186 e 927 do CódigoCivil, bem assim o inciso X do art. 5º da Constituição Federal. Quanto ao valor daindenização, não merece redução o valor fixado em primeiro grau (R$ 4.500,00), oqual atende ao caráter punitivo-pedagógico e reparatório. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: ausência de condições adequadas para alojamento doempregado, bem assim pelo fornecimento de alimentação em más condições.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/2013Publicado em: 02/08/2013DEJT: 1281/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 00761.2012.003.23.00-7

Ementa:DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO . Para a ocorrência do dever de reparar deveficar suficientemente provada a prática do ato ilícito pela empresa, de formadolosa ou culposa; agressão à dignidade humana e nexo causal entre a conduta eo dano, entendimento que emerge da norma inserta nos arts. 186 e 927 do CódigoCivil. De outro lado, o cumprimento das normas de segurança e higiene dotrabalhador é medida imperativa e seu descumprimento pelo empregadorconfigura a quebra do dever de disponibilizar condições dignas para odesempenho das funções do trabalhador. No caso, à vista das fotos carreadaspelo obreiro, a despeito de se verificar que os banheiros não eram higienizados demodo ideal, não se revela condição tal capaz de vilipendiar a moral do homemmédio, afetando a sua dignidade. De outro lado, denota-se comprovada a efetivaexposição do autor à situação apta a ensejar dano moral, por violar o seupatrimônio pessoal, em face do consumo de água armazenada em bebedourossem higienização. Destarte, impõe-se condenar a ré à paga de compensação pordanos morais. Recurso ordinário do autor a que se dá parcial provimento, noparticular.

Valor do dano moral: R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais).

Natureza do dano: quebra do dever de disponibilizar condições dignas para odesempenho das funções do trabalhador.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 02/08/2013DEJT: 1281/2013

Page 30: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00712.2012.071.23.00-2

Ementa:DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. QUANTUM REPARATÓRIO . Há que se manterinalterada a sentença, no tocante ao quantum fixado às reparações por danosmorais e estéticos quando se verifica que atende com razoabilidade aos efeitoscompensatório e pedagógico que devem revestir a decisão, bem como observa osparâmetros objetivos e subjetivos revelados pelas provas produzidas nos autos.Recurso da ré não providos.

Valor do dano moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Natureza do dano: acidente que provocou a amputação da falange distal dopolegar direito, reduzindo-lhe em 12% (doze por cento) a capacidade laboral.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 02/08/2013DEJT: 1281/2013

Relator: EDSON BUENORO 00717.2012.071.23.00-5

Ementa:AMBIENTE DE TRABALHO DEGRADANTE. AUSÊNCIA DE CONDIÇ ÕESMÍNIMAS DE HIGIENE. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS INSUFICI ENTES. DANOMORAL. INDENIZAÇÃO DEVIDA . O direito a um ambiente de trabalho sadio édireito humano fundamental que se extrai da interpretação sistemática de diversasnormas da Constituição da República de 1988. Com efeito, o artigo 7º, XXII, daCF/88 estatui que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a 'redução dosriscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança'e, não menos importante, o artigo 225 da CF/88 assegura a todos o direito aomeio ambiente ecologicamente equilibrado. No caso concreto, ficou evidente queo empregador não observou tais direitos, pois não fornecia instalações sanitáriassuficientes para atendes às necessidades de seus empregados, expondo-os acondições inadequadas de trabalho. Assim, é devida a indenização por danomoral, embora em quantum inferior àquele fixado na sentença.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Page 31: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Natureza do dano: não concessão ao obreiro de condições adequadas detrabalho.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 06/08/2013Publicado em: 16/08/2013DEJT: 1291/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01471.2012.101.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFER IMENTOAOS DIREITOS À PRIVACIDADE E INTIMIDADE DO EMPREGAD O. ABUSODO PODER DIRETIVO PELO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO DEVI DA. Para osurgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devemrestar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b)relação de causalidade; c) existência de dano; e d) dolo ou culpa do agente. Ainstalação de câmeras de segurança nos vestiários dos empregados constituinítida violação ao direito à intimidade do trabalhador que esteve exposto aoconstrangimento de ser filmado em ambiente de tamanha privacidade. A ilicitudedo ato é patente, porquanto tal invasão à intimidade dos empregados caracteriza oabuso do poder diretivo exercido pelo empregador. Sendo incontroversa ainstalação de câmeras no vestiário feminino, deve ser mantida a condenação aopagamento de indenização por danos morais como forma de reparação àempregada. Verificada a razoabilidade do valor arbitrado na sentença, mantém-seo valor fixado a título de indenização. Nega-se provimento. Recurso Ordinário daRé ao qual se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras de segurança nos vestiáriosconfigurando violação da imagem e dignidade da Autora.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 24/07/2013Publicado em: 01/08/2013DEJT: 1280/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 00166.2011.001.23.00-8

Ementa:

Page 32: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONFI GURAÇÃO .Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar oempregado que sofreu acidente de trabalho, hipótese em que se faz necessária acaracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo decausalidade, cabendo realçar que não se pode responsabilizar objetivamente oempregador tão só por atuar no ramo da construção civil, visto que tal atividadeempresarial propicia gama variada de riscos em relação aos seus empregadosindividualmente considerados, conforme as funções e tarefas por elesconcretamente executadas, havendo trabalhadores sujeitos a riscos maiores emenores, não sendo possível aplicar a todos, indiscriminadamente, o instituto daresponsabilidade objetiva. Na hipótese, restou provado nos autos que o acidentede trabalho sofrido pelo autor decorreu de ato culposo praticado pela ré, razãopela qual é devida a indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Natureza do dano: não observância das normas relativas à tutela do meioambiente de trabalho, mormente o disposto na NR-18 do MTE.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 23/07/2013Publicado em: 08/08/2013DEJT: 1280/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00971.2012.006.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. HUMILHAÇÃO EM AMBIENTE DE TRABALHO. DEV ER DEINDENIZAR. A indenização por dano moral repousa na teoria subjetiva daresponsabilidade civil, cujo postulado básico estriba-se no conceito de culpa, eesta, fundamentalmente, tem por pressuposto a infração de uma normapreestabelecida. Ambas as modalidades de culpa, aquiliana e contratual, obrigamo autor a responder civilmente pelos prejuízos causados. Quanto às exigências noconcernente às provas, incumbe à prejudicada demonstrar todos os elementosoriginários da responsabilidade, ou seja, o dano, a infração da norma e o nexo decausalidade entre um e outro, na hipótese de se tratar de culpa extracontratual ouaquiliana. Provada a ocorrência de agressões verbais, consistentes em utilizaçãode expressões ofensivas e inadequadas por preposto da reclamada, bem comopor agressão física, resta evidenciada a conduta ilícita do réu apta a ensejar o seudever de indenizar, afinal o dano moral é in re ipsa, consubstanciado nosofrimento experimentado pela dor, angústia, insegurança e outros sentimentosdecorrentes da sensação de impotência da trabalhadora que foi humilhada porsuperior hierárquico.

Page 33: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: dano moral sofrido mediante ataque público, consistente nãoapenas em utilização de expressões ofensivas e inadequadas por preposto dareclamada, bem como por agressão física, de porte a causar ofensa à dignidade ereputação.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 30/07/2013Publicado em: 12/08/2013DEJT: 1287/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00569.2012.022.23.00-9

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COLETIVO. HIPÓTESE DE CA BIMENTO.Há que se ter claro que a coletividade também possui um patrimônio ideal devalores coletivos que quer ver resguardado, sujeitando à repressão estatal quemse conduz de modo a lesá-lo injusta e intoleravelmente. Tais interessesextrapatrimoniais compõem de maneira indelével a cultura da comunidade,cristalizando-se duradouramente na forma de preceitos fundamentais espalhadosem seu arcabouço jurídico. Veja-se que sua indenização repousa na teoriasubjetiva da responsabilidade civil, cujo postulado básico estriba-se no conceito deculpa, e esta, fundamentalmente, tem por pressuposto a infração de uma normapreestabelecida. Na hipótese em apreço, restou caracterizada a condutaantijurídica da ré, consubstanciada no sistemático desrespeito às normas desegurança e saúde no trabalho e, por conseguinte, aos direitos trabalhistas deseus empregados, expondo-os a situação de risco permanente e a danosirreversíveis em sua saúde. Com essa atitude, afrontou interesses jurídicosprotegidos pela lei e Constituição da República, vilipendiando a ordem econômico-social pela desvalorização do trabalho humano. Presentes, portanto, os requisitoslegais da indenização por dano moral coletivo: ação antijurídica, dano aos valorescoletivos e nexo etiológico entre a conduta ilícita e o prejuízo extrapatrimonialexperimentado pela coletividade.

Valor do dano moral: R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

Natureza do dano: ofensa ao patrimônio moral da coletividade de seusempregados em razão do desrespeito às normas atinentes à saúde e segurançano trabalho.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 30/07/2013Publicado em: 12/08/2013

Page 34: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

DEJT: 1287/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00371.2011.009.23.00-4

Ementa:DANO MORAL E ESTÉTICO. CUMULABILIDADE DOS PEDIDOS. VALOR DAINDENIZAÇÃO . Os danos estéticos decorrem da mesma previsão legal existentepara os danos morais, qual seja o art. 5º, V e X, da Constituição Federal e arts.186, 187 e 927 do Código Civil. O dano estético está diretamente vinculado àimagem dos indivíduos, ao modo como são vistos em sociedade, em decorrênciado chamado afeamento e que por essa razão em virtude de um ato ilícito deoutrem gera o direito à indenização. Assim sendo, embora a juíza de primeiro grautenha consignado que a indenização por dano estético decorre do mesmo fato quea por danos morais, qual seja o acidente de trabalho, isso não significa que ambasas indenizações tenham idêntico fundamento fático e jurídico. Afinal, a causa depedir em relação ao dano moral postulado é diversa da vinculada ao danoestético. Da leitura da exordial, constata-se que a trabalhadora postulou areparação (fl. 20) por danos estéticos em virtude de que o seu membro inferiorrestou visivelmente deformado dificultando-lhe simples atos da vida cotidiana,como uma caminhada, além de ensejar o 'olhar de dó' de várias pessoas.Destaca-se que, em síntese, a indenização por danos morais requerida na inicial(fl. 06/09) teve como ponto central o fato de que a incapacidade laborativadecorrente do acidente de trabalho ensejou abalo psicológico na trabalhadora.Portanto, até mesmo porque assentados em causas de pedir diversas, improcedea tese de não serem cumuláveis a indenização por danos estéticos com a pordanos morais. Igualmente, vislumbra-se que as indenizações fixadas, R$10.000,00 para os morais e R$ 10.000,00 (dez mil reais) para os estéticos,cumprem com a necessária observância do caráter compensatório e pedagógicoalmejado pelo legislador com a entrega desse direito à Autora. Recurso patronalnão provido.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: abalo psicológico em decorrência de incapacidade laborativaem virtude do acidente de trabalho.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/2013Publicado em: 14/08/2013DEJT: 1289/2013

Page 35: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: MARIA BERENICERO 01414.2012.131.23.00-9

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. AUSÊNCIA DE BAN HEIROS EREFEITÓRIOS. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente daresponsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) aação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; e d)dolo ou culpa do agente. O empregador que deixa de disponibilizar sanitários erefeitórios no ambiente de trabalho, submete seus empregados à situaçãoconstrangedora e degradante, violando o princípio da dignidade da pessoahumana, além de afrontar as regras previstas na N.R. nº 24 do Ministério doTrabalho. Provado nos autos a ausência de sanitários e refeitórios durante partedo período contratual, impõe-se à Ré a obrigação de indenizar pelos danos moraiscausados, pois presentes os elementos ensejadores da responsabilidade civil.Para o arbitramento do 'quantum debeatur' deve-se considerar, além da extensãodo dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causado trabalhador, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Considerando tais critérios, mantém-se o valor da indenização arbitrado nasentença. Nega-se provimento.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: ausência de banheiros e refeitórios.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 17/07/13 Publicado em: 01/08/13DEJT: 1280/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 01053.2012.001.23.00-0

Ementa:RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. Aindenização por dano moral repousa na teoria subjetiva da responsabilidade civil,cujo pos-tulado básico estriba-se no conceito de culpa, e esta, fundamentalmente,tem por pressuposto a infração de uma norma preestabelecida. Ambas asmodalidades de culpa, aquiliana e contratual, obrigam o autor a respon-der

Page 36: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

civilmente pelos prejuízos causados. Quanto às exigências no concernente àsprovas, incumbe ao pre-judicado demonstrar todos os elementos originários daresponsabilidade, ou seja, o dano, a infração da norma e o nexo de causalidadeentre um e outra. No caso, o autor desincumbiu-se satisfatoriamente do ônus deprovar o dano moral sofrido, porquanto a prova teste-munhal confirmou a revistaíntima, a qual se me afigura de porte a causar ofensa à sua dignidade ereputação, rendendo ensejo à indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: revista íntima.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 23/07/13Publicado em: 05/08/13DEJT: 1282/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00750.2012.041.23.00-3

Ementa:RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. Aindenização por dano moral repousa na teoria subjetiva da responsabilidade civil,cujo postulado básico estriba-se no conceito de culpa, e esta, fundamentalmente,tem por pressuposto a infração de uma norma preestabelecida. Ambas asmodalidades de culpa, aquiliana e contratual, obrigam o autor a respondercivilmente pelos prejuízos causados. Quanto às exigências no concernente àsprovas, incumbe ao prejudicado demonstrar todos os elementos originários daresponsabilidade, ou seja, o dano, a infração da norma e o nexo de causalidadeentre um e outra. No caso, o autor desincumbiu-se satisfatoriamente do ônus deprovar o dano moral sofrido, porquanto a prova testemunhal confirmou a revistaíntima, a qual se me afigura de porte a causar ofensa à sua dignidade ereputação, rendendo ensejo à indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: exposição ao gás amônia.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 23/07/13Publicado em: 05/08/13DEJT: 1282/2013

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Relator: JOÃO CARLOSRO 00795.2010.007.23.00-5

Ementa:RECURSO DA RÉ AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINSTÉRIO PÚBLICO DOTRABALHO. DANO MORAL COLETIVO. DESCUMPRIMENTO DEDISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIOANIS QUETUTELAM A SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO.OCORRÊNCIA. Para a ocorrência de danos a valores fundamentais para aorganização social e o bem comum, exige-se, na verdade, que a lesão seja injustae intolerável, extrapolando a esfera dos ofendidos para alcançar toda acoletividade, o que se verifica in casu. No que tange ao pedido de indenização pordano moral coletivo, tendo em vista que evidenciado o descumprimento dedispositivos constitucionais e infraconstitucionais que tutelam a saúde, higiene esegurança do trabalhador, conforme prova documental acostada aos autos, édevida a indenização pleiteada pelo MPT. Registre-se que a inobservância dosdispositivos que tutelam esses direitos não se trata de mero descumprimento denormas que causam transtornos a apenas alguns empregados, mas sim afetam atoda a coletividade, na medida em que seu descumprimento pode acarretardiversos tipos de doenças e acidentes de trabalho, causando transtornos eprejuízos de ordem moral coletiva. Recurso conhecido e não provido.

Valor do dano moral: R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Natureza do dano: descumprimento de dispositivos constitucionais einfraconstitucionais que tutelam a saúde, higiene e segurança do trabalho.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/13 Publicado em: 12/08/13DEJT: 1287 /2013

Relator: MARIA BERENICERO 00352.2012.036.23.00-1

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAL EESTÉTICO. CONFIGURAÇÃO. O dano moral está vinculado à honra do indivíduo,não atinge seu patrimônio em si, mas sua dignidade, reputação, integridade físicae estética. Para o surgimento do dever de indenizar decorrente daresponsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) aação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; e d)dolo ou culpa do agente. Demonstrados tais elementos caracteriza-se aresponsabilidade civil da Ré e, por corolário, está obrigada a indenizar (art. 927 doCCB), razão pela qual se mantém a sentença. Nega-se provimento a ambos os

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recursos neste tópico. DANOS MORAL E ESTÉTICO. QUANTUM. Demonstradaa prática de ato ilícito pela Ré que causou dano à Autora, fica obrigada a repará-lo(artigo 927 do CC), indenizando a empregada pelo dano sofrido como forma decompensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo,considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, osantecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa da Autora, o caráterpedagógico da medida, a razoabilidade do valor e os índices atuais de expectativade vida delimitados na inicial. Considerando que o Juízo, ao proferir a sentença,observou tais parâmetros, mantêm-se os valores das indenizações por danosmorais e estéticos. Nega-se provimento aos recursos neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: decorrência do acidente de trabalho sofrido pela Autora (luvasugada pela máquina plaina que resultou na perda de parte do dedo indicador damão direita) em razão do exercício de suas funções.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/13 Publicado em: 06/08/13DEJT: 1287 /2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00412.2012.071.23.00-3

Ementa:ACIDENTE DO TRABALHO. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZAT ÓRIO. Afixação do dano moral segue o critério de arbitramento, levando-se em conta,dentre outros elementos, as condições financeiras das partes, nível social, oprejuízo que sofreu a vítima e o grau de intensidade da culpa. Encontrando-seobservados esses fatores, reforma-se a sentença para majorar o valor daindenização para R$ 10.000,00 (dez mil reais). Recurso provido.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: lesão sofrida pelo autor, (lesão traumática na articulação dojoelho direito) oriunda da inobservância quanto à norma de segurança.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 31/07/13 Publicado em: 01/08/13DEJT: 1280/2013

Relator: MARIA BERENICE

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RO 00386.2012.051.23.00-9

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. EXTINÇÃO DO CON TRATO DETRABALHO. CONDUTA DISCRIMINATÓRIA. QUANTUM. O dano moral estávinculado à honra do indivíduo, não atinge seu patrimônio em si, mas suadignidade, reputação, integridade física, estética, resultante de fatos que podemocasionar considerável sofrimento de natureza física ou moral, e não de qualquerdissabor enfrentado pelo trabalhador. Para a caracterização do dano deve estarprovado que o ato ilícito ensejou graves transtornos ao indivíduo, causando-lhesofrimento considerável que afete sua psique, sob pena de tornar o instituto algodespropositado e banal. Constatada, por meio da prova oral e documental, adispensa discriminatória do Autor em razão de seus problemas de saúde(fibrilação atrial crônica e hipertensão arterial sistêmica), mantém-se a decisão quedeferiu a pretensão de indenização por danos morais no valor de R$10.000,00.Nega-se provimento ao Recurso.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: dispensa discriminatória em razão de problemas de saúde.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 07/08/13Publicado em: 08/08/13DEJT: 1285/2013

Relator: OSMAIR COUTORedator: ROBERTO BENATARRO 01006.2012.008.23.00-1

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Embora não haja em nossoordenamento qualquer fórmula predeterminada, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo no princípio da razoabilidade para definir o valor da indenização pordano moral. Na determinação do quantum indenizatório deve o juiz levar em contaalguns aspectos, tais como a extensão do dano, o patrimônio material daempresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito doofendido - com indenizações exorbitantes - e em não arbitrar valores irrisórios, queem nada ressarciriam, deixando impune o empregador que deu causa ao dano.Outrossim, a indenização que importe em consequências financeirasconsideráveis para o empregador também tem o escopo de despertar apreocupação que deve ter com a integridade física de seus trabalhadores,adotando todas as medidas que estiverem ao seu alcance visando a impedir aocorrência de novos acidentes, aqui traduzindo-se o caráter pedagógico doinstituto. Sopesando todos os aspectos acima mencionados, arbitra-se a

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indenização por dano moral em R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais),tendo em vista o grau da ofensa, as condições econômicas das partes e aintensidade do sofrimento dos familiares (companheiro e pai dos autores,respectivamente), valor que se me afigura razoável para compensar o gravameexperimentado, realçando-se que referido valor será distribuído, em partes iguais,entre os reclamantes.

Valor do dano moral: R$ 600.000,00 (seissentos mil reais).

Natureza do dano: falecimento de trabalhador executando serviços de instalaçãoe manutenção em redes elétricas energizadas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/13Publicado em: 26/08/13DEJT: 1297/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 01017.2012.101.23.00-5

Ementa:DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES.CARACTERIZAÇÃO. O direito à indenização por dano moral pressupõe acomprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e donexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. O caso dos autos éafeto, em tese, à hipótese que repetidas vezes tem se apresentado aos pretóriostrabalhistas, qual seja, exposição do trabalhador a situação degradante durante aprestação de serviços, a qual, compete registrar, é hábil, em tese, àcaracterização de danos aos direitos da personalidade. Na hipótese, a prova dosautos permite concluir que o réu limitava a utilização dos banheiros peloempregados, bem assim mantinha câmeras no vestiário, o que revela menoscabopela dignidade humana que lhe é inerente, autorizando a imposição deindenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 600.000,00 (seissentos mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras no vestiário e necessidade deautorização e a existência de restrição para uso do banheiro.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/13Publicado em: 26/08/13DEJT: 1297/2013

Page 41: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: ROBERTO BENATARRO 00378.2012.003.23.00-9

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONFI GURAÇÃO.Via de regra, é subjetiva a responsabilidade civil do empregador para indenizar oempregado que sofreu acidente de trabalho, hipótese em que se faz necessária acaracterização do dano, da culpa ou dolo do empregador e do nexo decausalidade. No caso, restou provado nos autos que o acidente de trabalho sofridopelo autor decorreu de ato omissivo (culposo) praticado pela ré, razão pela qual édevida a indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho que acarretou no prensamento do dedomédio, anular, da mão esquerda do obreiro.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/13Publicado em: 26/08/13DEJT: 1297/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 01449.2012.052.23.00-0

Ementa:COORDENADOR QUE SE REFERE AO EMPREGADO COMO 'LARANJ APODRE'. DANOS MORAIS - O magistrado tem ampla e irrestrita liberdade paraapreciar as provas que lhe são apresentadas para proferir a sua decisão, devendoatribuir-lhes o valor probante que entender mais justo, segundo as suas própriasimpressões, desde que bem fundamentadas. A atitude do coordenador, que sereferiu aos empregados dispensados como 'laranja podre' implica violação aosdireitos concernentes à personalidade, presumindo-se, nessas condições, o danoà dignidade do trabalhador e, por corolário, configurados os elementosensejadores da compensação por dano moral. Recurso patronal ao qual se negaprovimento.

Valor do dano moral: R$ -.

Natureza do dano: menosprezar e ridicularizar o trabalhador implica em violaçãoaos direitos concernentes à personalidade.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/13Publicado em: 14/08/13

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DEJT: 1289 /2013

Relator: OSMAIR COUTORO 01732.2011.021.23.00-3

Ementa:DANO MORAL. VALOR ARBITRADO. O quantum devido em decorrência deofensa ao patrimônio moral deve ser estimado em observação ao princípio darazoabilidade, sem exageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, oelemento pedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano naesfera íntima do ofendido e na sua esfera de conhecimento, além da intensidadeda culpa do ofensor. Como a ré não é culpada pela totalidade da lesão queincapacita a autora, mas apenas pelo agravamento da doença preexistente, eisque ela é portador de doença degenerativa, o valor de R$ 10.000,00, está deacordo com os critérios que devem balizar a condenação. Recurso a que se negaprovimento.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: trabalho atuou como agente acelerador das limitaçõesproduzidas por doença preexistente de origem degenerativa.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 13/08/13Publicado em: 14/08/13DEJT: 1289 /2013

Relator: MARIA BERENICERO 00910.2011.071.23.00-5

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Para o arbitramento do quantumdebeatur, deve-se considerar, além da extensão do dano, a capacidadeeconômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do empregado, o caráterpedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Considerando tais elementos, aincapacidade laboral temporária do Autor e a relação de concausalidade entre alesão e o exercício da atividade laboral, mantém-se a sentença que fixou emR$5.000,00 (cinco mil reais) o valor da indenização. Nega-se provimento noparticular. Recurso conhecido parcialmente a que se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: doença ocupacional (lordose lombar e hérnia de disco) emdecorrência da atividade desenvolvida.

Page 43: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 14/08/13Publicado em: 15/08/13DEJT: 1290/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 00047.2012.096.23.00-3

Ementa:DANOS MORAIS. Nas hipóteses de acidente de trabalho ou doença ocupacional,basta que o colaborador sofra uma agressão pontual em sua saúde para ficarcaracterizado o direito à reparação pecuniária, pois o dano moral é presumido.Assim, no caso em exame, não há que se discutir acerca da necessidade de provada existência dessa modalidade de dano, porque a lesão sofrida pelo autor e seunexo com o labor estão demonstrados. Como não existe parâmetro legal, afixação do valor da reparação do dano moral deve obedecer critérios derazoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidadeda culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto deequilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e ade produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Diante dos contornosespecíficos deste caso e dos patamares fixados em precedentes julgados por estaCorte, o quantum estabelecido pelo julgador primevo comporta redução, noparticular. Recurso ordinário patronal parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho que acarretou lesão no dente do obreiro.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 14/08/13Publicado em: 15/08/13DEJT: 1290/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00676.2012.071.23.00-7

Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DAS MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO .QUANTUM INDENIZATÓRIO. A inexistência de sanitários e de local para realizaras refeições, assim como a insuficiência de água para beber ao longo do dia detrabalho, representam agressão à dignidade, à imagem e à intimidade doreclamante, valores protegidos constitucionalmente. Assim, tenho comoconfigurado o dano moral, causado pelo sofrimento íntimo imposto ao obreiro,

Page 44: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

decorrente da negligência da reclamada que descuidou de lhe fornecer condiçõesdignas de trabalho. No entanto, no arbitramento do dano moral o julgador há deobservar sua repercussão, o caráter punitivo/pedagógico da condenação e acapacidade econômica das partes, de forma que sopesados esses elementos,merece reforma a sentença de origem para reduzir o valor da condenação a títulode danos morais para R$ 1.000,00 (mil reais). Recurso parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: exposição do trabalhador a condições de trabalhodegradantes, negligência da reclamada que descuidou de lhe fornecer condiçõesdignas de trabalho, descumprindo determinações legais e normativas que regulama matéria.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 14/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1294/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00989.2012.066.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES.CARACTERIZAÇÃO. O direito à indenização por dano moral pressupõe acomprovação da conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e donexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. O caso dos autos éafeto, em tese, à hipótese que repetidas vezes tem se apresentado aos pretóriostrabalhistas, qual seja, exposição do trabalhador a situação degradante durante aprestação de serviços, a qual, compete registrar, é hábil, em tese, àcaracterização de danos aos direitos da personalidade. Na hipótese, a prova dosautos permite concluir a ré não franqueava a utilização do banheiro pelosempregados que laboravam no pátio da empresa, o que revela menoscabo peladignidade humana que lhe é inerente, autorizando a imposição de indenização pordano moral.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: proibição de uso do banheiro pelos empregados para realizarsuas necessidades fisiológicas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 20/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1294/2013

Page 45: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Relator: ROBERTO BENATARRO 00346.2012.046.23.00-1

Ementa:DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Na determinação do valorindenizatório por dano moral deve o juiz levar em conta alguns aspectos, taiscomo o grau de culpa das reclamadas no evento danoso, a extensão do dano, opatrimônio material das empresas, além de se preocupar em não causar oenriquecimento ilícito da reclamante com indenizações exorbitantes e em nãoarbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam a ofendida, deixando impunesaqueles que deram causa ao dano.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: boatos alardeados por prepostos e outros empregados sobrea conduta sexual da autora, denegrindo sua imagem e malferindo sua honra.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 20/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1297/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00198.2012.086.23.00-4

Ementa:DANOS MORAIS E ESTETICO POR ACIDENTE DE TRABALHO -QUANTIFICAÇÃO DO VALOR. A quantificação da indenização para compensaros dissabores causados pelo dano moral e estético é fixada por arbitramento, naforma do art. 944 e seguintes do Código Civil. A definição do valor guarda estreitarelação com o bom senso do Magistrado, devendo este buscar a solução quemelhor traduza o sentimento de justiça no espírito do ofendido e da sociedade,não deixando de observar o princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Assim,levando em consideração o princípio da razoabilidade, o grau de culpa, acapacidade econômica do réu, o valor dos últimos salários percebidos pelo autor,bem como o elemento pedagógico da condenação, deve ser mantido o valorfixado pela r. sentença de primeiro grau em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$1.000,00 (um mil reais), por danos morais e estéticos, respectivamente, poratender às peculiaridades do caso concreto. Nega-se provimento ao recurso.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

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Natureza do dano: acidente de trabalho acarretou redução de 35% dacapacidade laborativa do autor, em razão do comprometimento parcial da funçãoda mão esquerda, com danos estéticos, em grau mínimo (nível II).

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 20/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1294/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00885.2012.037.23.00-0

Ementa:RECURSO DO RECLAMADO. REVELIA E CONFISSÃO FICTA. DA NO MORAL.VALOR. Sendo o reclamado declarado revel e confesso quanto à matéria de fato,se presumem verdadeiros os fatos narrados pelo reclamante na petição inicialquanto ao fornecimento de alimentação e alojamento serem de baixa qualidade.Entretanto, o valor da indenização deve ser fixado de modo razoável eproporcional e, obedecendo aos precedentes deste Tribunal, reduz-se seu valorpara R$1.500,00 (mil e quinhentos reais), uma vez que a situação que deu ensejoao dano perdurou por apenas três meses de contrato. Recurso patronalparcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: fornecimento de alojamento e alimentação de baixa qualidadeao trabalhador.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 20/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1294/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 00171.2012.009.23.00-2

Ementa:DANOS MORAIS. QUANTUM. Como não existe parâmetro legal, a fixação dovalor da reparação para o dano moral deve obedecer critérios de razoabilidade eproporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e acondição financeira das partes. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrioentre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a deproduzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Diante dos contornosespecíficos dos autos e dos patamares fixados em precedentes julgados por esta

Page 47: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Corte, o quantum estabelecido pela magistrada primeva revela-se razoável.Recurso obreiro não provido.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: -.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 20/08/13Publicado em: 21/08/13DEJT: 1295/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00545.2012.096.23.00-6

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. QU ANTUMDEBEATUR. Provada a prática de ato ilícito pela Ré que causou dano ao Autor,fica obrigada a repará-lo (artigo 927 do CC), indenizando-o pelo dano sofridocomo forma de compensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-seconsiderar, além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, osantecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa do empregado, ocaráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Sopesando taisbalizamentos, mantém-se o valor arbitrado na sentença. Recurso a que se negaprovimento.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: dores na coluna, decorrentes das atividades exercidas, fatoque resultou incapacidade para o labor.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 22/08/13DEJT: 1295/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01567.2012.101.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFER IMENTODOS DIREITOS À PRIVACIDADE E INTIMIDADE DO EMPREGAD O. ABUSODO PODER DIRETIVO PELO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO DEVI DA. Écediço que o dever de indenizar decorre da conjunção dos requisitos ato ilícito,

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nexo de causalidade e dano. A instalação de câmeras de segurança nos vestiáriosdos empregados constitui nítida violação do direito à intimidade do trabalhador queesteve exposto ao constrangimento de ser filmado em ambiente de que exigeprivacidade. A ilicitude do ato é patente, porquanto tal invasão à intimidade dosempregados caracteriza o abuso do poder diretivo exercido pelo empregador.Dessa forma, mantém-se a condenação da Ré ao pagamento da indenização pordanos morais bem como o valor da respectiva condenação. Nega-se provimentoneste aspecto. Recurso da Ré ao qual se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras em vestiário - invasão da intimidadedos empregados constitui abuso do poder diretivo exercido pelo empregador,caracterizando-se o ilícito.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 22/08/13DEJT: 1295/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORedator: MARIA BERENICERO 00859.2012.101.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFER IMENTODOS DIREITOS À PRIVACIDADE E INTIMIDADE DO EMPREGAD O. ABUSODO PODER DIRETIVO PELO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO DEVI DA. Écediço que o dever de indenizar decorre da conjunção dos requisitos ato ilícito,nexo de causalidade e dano. A instalação de câmeras de segurança nos vestiáriosdos empregados constitui nítida violação do direito à intimidade do trabalhador queesteve exposto ao constrangimento de ser filmado em ambiente de que exigeprivacidade. A ilicitude do ato é patente, porquanto tal invasão à intimidade dosempregados caracteriza o abuso do poder diretivo exercido pelo empregador.Dessa forma, mantém-se a condenação da Ré ao pagamento da indenização pordanos morais bem como o valor da respectiva condenação. Nega-se provimentoneste aspecto. Recurso da Ré ao qual se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: monitoramento dos vestiários dos empregados por câmeras.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 28/08/13

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DEJT: 1299/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01250.2012.021.23.00-4

Ementa:CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. PROCESSO SELETIVO QUE VEDA APARTICIPAÇÃO DE EMPREGADO QUE OPTA POR PLANO DE PRE VIDÊNCIACOMPLETENTAR ANTIGO. CONDUTA DISCRIMINATÓRIA DANO M ORALCONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO MAJORADO. É desarrazoadoregulamento interno que condiciona a participação do empregado em processosseletivos internos à sua renúncia ao plano de previdência complementarREG/REPLAN (sem saldamento), porquanto constitui ato discriminatório emrelação a determinados grupos de empregados, além de atuar como forma decoação indireta para que o empregado migre para outro plano, retirando aespontaneidade. Na espécie, a cláusula restritiva inviabilizou a candidatura doAutor em processos seletivos para cargos e funções gratificadas em afronta aoprincípio da isonomia e vedação a qualquer forma de discriminação, o queinviabilizou sua ascensão funcional e subsequentes melhorias salariais. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se considerar, além da extensão do dano,a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor, impondo-se a reforma da sentença para majorar a condenação. Dá-se provimento aoRecurso do Autor para majorar a condenação para R$10.000,00 (dez mil reais) enega-se provimento ao Recurso da Ré que pretendia fosse afastada suaresponsabilização civil e o dever de indenizar.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: inclusão em processo seletivo de cláusula condicionante daparticipação do empregado à vinculação a novo plano de aposentadoria é abusivae discriminatória.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 28/08/13DEJT: 1299/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00891.2012.091.23.00-2

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.INDENIZAÇÃO. QUANTUM. Demonstrada a prática de ato ilícito pelo Réu que

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causou dano ao Autor, fica este obrigado a repará-lo (artigo 927 do CC),indenizando-o pelo dano sofrido como forma de compensação. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimentosem causa do Autor, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Na hipótese, o Autor não apenas esteve exposto a riscos durante cerca de trêsanos, como também sofreu violência direta decorrente no exercício dessaatribuição, na medida em que foi vítima de assalto sofrendo risco iminente demorte, o que agrava substancialmente o dano sofrido. Sopesando o tempo em queo Autor permaneceu realizando o transporte de valores; os antecedentes doagente; a intensidade do dano, a situação econômica do ofensor; impende majoraro valor da indenização por danos morais. Dá-se parcial provimento ao Recurso doAutor para majorar a condenação para R$180.000,00. Nega-se provimento aoRecurso do Réu. Dá-se parcial provimento ao Recurso do Autor e nega-seprovimento ao Recurso do Réu.

Valor do dano moral: R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais).

Natureza do dano: realizar transporte de valores, o que acabou por causar-lheestresse e perturbações, devido ao risco potencial.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 29/08/13DEJT: 1300/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00751.2012.041.23.00-8

Ementa:ENTREGA DE UNIFORMES MOLHADOS E ÚMIDOS PARA TRABALH AR EMAMBIENTE FRIO (FRIGORÍFICO) E ASSÉDIO MORAL PELO SU PERIORHIERÁRQUICO. DANO MORAL CONFIGURADO. O assédio moral caracteriza-sepela violência psicológica por parte do empregador que fere a dignidade dotrabalhador ao denegrir sua imagem no ambiente de trabalho, desestabilizandoseu sistema emocional. Manifesta-se sobretudo por comportamentos, palavras,atos, gestos ou escritos que podem ser repetitivos e prolongados, os quais trazemdano à personalidade, à dignidade ou a integridade física ou psíquica dotrabalhador, colocando em perigo seu emprego ou degradando o ambiente detrabalho. A empresa, além de assediar moralmente de forma direta o empregadoque se utilizava do banheiro, com palavras pejorativas, também entregou durantemais de um mês uniformes úmidos para o uso no ambiente de trabalho. O autorprestava serviços em ambiente artificialmente frio e insalubre, onde o uso de EPIspara neutralizar o agente era indispensável. Ao fornecer uniformes úmidos aoempregado a Ré causou desconforto térmico aos trabalhadores aumentando

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consideravelmente os riscos de causar danos à saúde destes, violando, assim, aintegridade física e moral dos trabalhadores que se sujeitaram a trabalhar em taiscondições. Quanto ao suposto contato com o gás amônia, apesar dos relatórios deinspeção dos auditores fiscais demonstrarem que a unidade continha certairregularidade nos vasos de pressão e caldeira, tem-se que, nestes autosespecificamente, ficou cabalmente provado mediante prova testemunhal que aincolumidade física dos trabalhadores sempre foi preservada, uma vez que, nosincidentes (vazamentos de gás amônia), o local de trabalho foi evacuado, deacordo com o medidor de gás amônia no teto, tendo havido constante treinamentono local acerca dos procedimentos a serem tomados, de modo que ficou afastadoo risco em relação aos empregados. A conduta patronal, consistente em tratarsem urbanidade regularmente os empregados e fornecer uniforme úmido para otrabalho em ambiente artificialmente frio, viola os princípios da dignidade dapessoa humana (art.1º, inc. III, CF/88), valorização do trabalho (art.1º, inc. IV c/cart.170, caput, da CF/88), assim como o direito ao ambiente saudável (art.225 daCF/88) e à saúde do trabalhador (art.200, II, segunda parte, da CF/88). Impõe-sereformar a sentença para condenar a Ré ao pagamento de indenização por danosmorais. Dá-se parcial provimento neste item. ACIDENTE DE TRABALHO.FAQUEIRO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAL. CONF IGURAÇÃO.O dano moral está vinculado à honra do indivíduo, não atinge seu patrimônio emsi, mas sua dignidade, reputação, integridade física e estética. Para o surgimentodo dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devem restarcaracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relaçãode causalidade; c) existência de dano; e d) dolo ou culpa do agente. A omissãopatronal, no que concerne ao dever de zelar pela saúde e integridade física doempregado, implica culpa pelo evento danoso, caracterizando o ato ilícito, em faceda desobediência ao disposto no art. 157 da CLT. Para o arbitramento do quantumdebeatur deve-se, contudo, considerar, além da extensão do dano, a capacidadeeconômica do ofensor, os antecedentes do agente, o não enriquecimento semcausa do Autor, o caráter pedagógico da medida, a razoabilidade do valor. Fixa-seo valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a título de indenização por danos morais. Dá-separcial provimento neste aspecto.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: fornecimento de uniformes úmidos aos empregados, restriçãodo uso do banheiro e responsabilidade civil em decorrência de acidente detrabalho.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 28/08/13Publicado em: 29/08/13DEJT: 1300/2013

Relator: JOÃO CARLOS

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Redator: BEATRIZ THEODORORO 00608.2012.041.23.00-6

Ementa:INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. AMBIENTE DE TRABALHO. RISC O GRAVE EIMINENTE. USO DOS SANITÁRIOS. LIMITAÇÃO . Uma vez comprovado nosautos que a autora laborou exposta a risco grave e iminente proveniente de vasosde pressão de amônia, os quais permaneceram em funcionamento a despeito deterem sido interditados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e, ainda, que haviarestrição para uso de banheiro, chegando a ser instituído por certo períodosistema de ficha para utilização dos sanitários, tem-se por materializada a lesão àdignidade da trabalhadora e, portanto, devida a reparação pelos danos morais, emconformidade com os art. 186, 186 e 927 do Código Civil. À falta de parâmetrolegal, a fixação do valor da compensação por dano moral deve obedecer acritérios de razoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade dodano, a intensidade da culpa e a condição econômica e financeira do réu. Há quese buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar avítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico noofensor. Considerando que a condenação imposta neste caso específicoextrapolou os parâmetros realçados, impõe-se abrandar o valor da condenação.Recurso obreiro não provido e da primeira reclamada parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: Em face do vazamento de gás amônia, em razão do abuso dedireito quanto à utilização dos banheiros, bem como em face de ofensa praticadapelo encarregado em razão de embalagem incorreta de carne.

Órgão julgador: 2ª Turma Julgado em: 07/08/2013Publicado em: 02/09/2013DEJT: 1302/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00608.2012.041.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. AMBIENTE DE TRABALHO. RISCO GRAVE E IMI NENTE. USODOS SANITÁRIOS. LIMITAÇÃO. Uma vez comprovado nos autos que a autoralaborou exposta a risco grave e iminente proveniente de vasos de pressão deamônia, os quais permaneceram em funcionamento a despeito de terem sidointerditados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e, ainda, que havia restriçãopara uso de banheiro, chegando a ser instituído por certo período sistema de ficha

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para utilização dos sanitários, tem-se por materializada a lesão à dignidade datrabalhadora e, portanto, devida a reparação pelos danos morais, emconformidade com os art. 186, 186 e 927 do Código Civil. À falta de parâmetrolegal, a fixação do valor da compensação por dano moral deve obedecer acritérios de razoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade dodano, a intensidade da culpa e a condição econômica e financeira do réu. Há quese buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar avítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico noofensor. Considerando que a condenação imposta neste caso específicoextrapolou os parâmetros realçados, impõe-se abrandar o valor da condenação.Recurso obreiro não provido e da primeira reclamada parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: em face do vazamento de gás amônia, em razão do abuso dedireito quanto à utilização dos banheiros, bem como em face de ofensa praticadapelo encarregado em razão de embalagem incorreta de carne.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 07/08/2013Publicado em: 02/09/2013DEJT: 1302/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01150.2012.022.23.00-4

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL.CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. O assédio moral caracteriza-sepela prática de atos comissivos ou omissivos, que incluam palavras, gestos oucomportamento que impliquem perseguição e que possam trazer danospsicológicos, físicos ou morais ao empregado causando-lhe constrangimento noambiente de trabalho, implicando agressão à honra e dignidade do trabalhador demaneira reiterada com o intuito de desestabilizar o trabalhador culminando comsua dispensa. Demonstrada a prática de assédio moral consistente em ofensasverbais, ameaça de agressão e afronta física, fica o agente obrigado a reparar odano, nos termos do artigo 927 do CC, indenizando o empregado pelo sofridocomo forma de compensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se,contudo, considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica doofensor, os antecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Sopesando tais parâmetros, em especial o poder econômico da empresa, impõe-se reduzir o valor da condenação para R$5.000,00 (cinco mil reais). Recurso aoqual se dá parcial provimento.

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Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: tratamento recebido pelo Autor era ofensivo à sua honra, àsua intimidade e à sua imagem – abuso do poder diretivo e afronta aos direitospersonalíssimos dos empregados.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00612.2012.071.23.00-6

Ementa:DENÚNCIA FALSA DE CRIME DE LESÃO CORPORAL À POLÍCIA CIVIL.DANO MORAL CONFIGURADO. Para o surgimento do dever de indenizardecorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintesrequisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c)existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. No caso, a Ré praticou condutailícita (denunciação caluniosa) e gravíssima ao relatar à Polícia Civil que o Autorhavia cometido o crime de lesão corporal, ressaltando que a 'suposta' vítima,ouvida na audiência instrutória, negou veementemente que tenha sido agredida.Houve, portanto, nítido abalo psicológico do Autor. O valor fixado na decisão deorigem (R$10.000,00) levou em consideração a extensão do dano, a capacidadeeconômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do empregado, o caráterpedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Impõe-se, portanto, manter asentença que condenou a Ré ao pagamento de danos morais. Nega-seprovimento neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: acusação de falso crime junto à Polícia Civil.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00602.2012.041.23.00-9

Ementa:

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DANO MORAL. AMBIENTE DE TRABALHO. RISCO GRAVE E IMI NENTE. USODOS SANITÁRIOS. LIMITAÇÃO. Uma vez comprovado nos autos que a autoralaborou exposta a risco grave e iminente proveniente de vasos de pressão deamônia, os quais permaneceram em funcionamento a despeito de terem sidointerditados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e, ainda, que havia restriçãopara uso de banheiro, chegando a ser instituído por certo período sistema de fichapara utilização dos sanitários, tem-se por materializada a lesão à dignidade datrabalhadora e, portanto, devida a reparação pelos danos morais, emconformidade com os art. 186, 186 e 927 do Código Civil. À falta de parâmetrolegal, a fixação do valor da compensação por dano moral deve obedecer acritérios de razoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade dodano, a intensidade da culpa e a condição econômica e financeira do réu. Há quese buscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar avítima pelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico noofensor. Considerando que a condenação imposta neste caso específicoextrapolou os parâmetros realçados, impõe-se abrandar o valor da condenação.Recurso obreiro não provido e da primeira reclamada parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: vazamento de gás amônia e em razão do abuso de direitoquanto à utilização dos banheiros.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 07/08/2013Publicado em: 04/09/2013DEJT: 1304/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 00164.2012.008.23.00-4

Ementa:RECURSO DE AMBAS AS PARTES INDENIZAÇÃO POR DANO MOR AL.CUMPRIMENTO DE METAS. Analisando a causa de pedir apresentada peloReclamante, em conjunto com as provas colhidas nos autos, concluo que acobrança de metas por parte das Reclamadas extrapolou os limites do razoável aoimpor ao Autor, como condição à manutenção do emprego, o atingimento dedeterminadas cifras mensais, ferindo, assim, a sua dignidade como trabalhador.Em relação ao quantum debeatur, partindo-se dos postulados da razoabilidade eproporcionalidade, reduz-se para R$ 3.000,00 (três mil reais) o valor dacondenação imposta pelo Juízo de origem. Recurso dos reclamados parcialmenteprovido, prejudicado o apelo do reclamante.

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Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: submissão a jornada de trabalho excessiva, sem intervalo,sendo submetido a torturas psicológicas, mormente pela ameaça constante dedemissão, para o caso de não cumprimento das metas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 06/08/2013Publicado em: 02/09/2013DEJT: 1302/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 0000180-80.2013.5.23.0006

Ementa:RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA E ADESIVO DO RECLAMA NTE.DANO MORAL EM FACE DE TRANSPORTE IRREGULAR DE VALOR ES.QUANTUM COMPENSATÓRIO. Tendo em vista que neste feito restouincontroverso que o reclamante, motorista, transportava valores, numa média deR$ 10.000,00 (dez mil reais), quando, ao entregar a mercadoria, recebia opagamento em dinheiro, levando os valores recebidos até a reclamada durante asrotas, restam evidenciados os requisitos imprescindíveis para a configuração dodano moral, quais sejam, a conduta ilícita culposa da reclamada consubstanciadano ato de submeter o empregado ao transporte de valores sem a qualificação e otreinamento para essa tarefa (ainda que realizada de forma secundária e nãocomo atividade principal) aumentando bastante a possibilidade da ocorrência deassaltos; o nexo causal, já que a conduta patronal provoca invariavelmente altatensão psicológica; e o dano moral, cuja constatação não depende da prova doefetivo prejuízo, pelo que a r. sentença, que condenou a reclamada no particularnão merece qualquer reparo. Entretanto, dá-se parcial provimento ao recursopatronal para reduzir o valor arbitrado a título de dano moral, de R$ 30.000,00para R$ 10.000,00, atendendo aos precedentes julgados pela Turma. Nega-seprovimento ao recurso adesivo obreiro que pretendia a majoração do valor.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: uso de motoristas para transporte de valores.

Órgão julgador: 1ª Turma PJeJulgado em:Publicado em: 28/09/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00219.2013.121.23.00-5

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Ementa:RECURSO DE AMBAS AS PARTES 'RESPONSABILIDADE CIVIL. DANORECURSO DO RECLAMANTE CÂMERA FILMADORA NO VESTIÁRIO . DANOMORAL. CARACTERIZAÇÃO. A instalação de câmera filmadora no vestiário,ainda que voltada para os armários, sob a justificativa de garantia do patrimôniodo trabalhador, expõe os empregados, usuários do ambiente, à situaçãoconstrangedora ao ter que efetuar a troca de roupa nesse contexto, circunstânciacomprovada nos autos, e suscetível e imputar a ré condenação por dano moral,tendo em vista a violação da intimidade do trabalhador. Nessa esteira, não há falarem autorização sindical para o feito, uma vez que esta não prevalece diante daviolação da intimidade do trabalhador, entendimento contrário levaria asobreposição do patrimônio em detrimento da dignidade da pessoa humana, o quenão se admite, nos termos dos art. 5º, inciso X e art. 1º, inciso III da CF/88 c/c arts.11 a 21 do CC/2002. Recurso provido parcialmente.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: câmeras instaladas no vestiários.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/09/2013Publicado em: 12/09/2013DEJT: 1310/2013

Relator: MARIA BERENICERedator: BEATRIZ THEODORORO 01573.2011.009.23.00-3

Ementa:DANO MORAL. DOENÇA DEGENERATIVA AGRAVADA POR CONCAU SA(LUMBAGO COM CIÁTICA). QUANTUM INDENIZATÓRIO. Para o arbitramentodo quantum debeatur, deve-se considerar, além da extensão do dano, acapacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Considerando tais elementos, o grau da redução na capacidade laborativa doAutor e a relação de concausalidade entre a lesão e o exercício da atividadelaboral, impõe-se manter o valor arbitrado na sentença (R$5.000,00). Nega-seprovimento neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: doença degenerativa foi agravada pelas funçõesdesempenhadas no ambiente de trabalho.

Page 58: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/2013Publicado em: 02/09/2013DEJT: 1302/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00469.2012.091.23.00-7

Ementa:RECURSO DO RECLAMANTE DANO MORAL. QUANTUM . À falta de parâmetrolegal, a fixação do valor da reparação por dano moral deve obedecer a critérios derazoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade do dano, aintensidade da culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre umponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítima pelo sofrimentosentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico no ofensor. Assim, deveser mantida a sentença porque o quantum arbitrado atende aos parâmetrosrealçados. Recurso do autor não provido.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: culpa do empregador por deixar de fornecer EPIs hábeis amelhor proteger a pele do obreiro do contato com as substâncias irritantesutilizadas no beneficiamento do couro e assim minimizar o desenvolvimento damoléstia.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/2013Publicado em: 06/09/2013DEJT: 1306/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00030.2013.056.23.00-8

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. FRATURA DA MAXILA E PERDA DE CINCODENTES. INDENIZAÇÕES DE DANO MORAL E ESTÉTICO. QUAN TUMINDENIZATÓRIO. O juízo primário arbitrou as indenizações em R$ 20.000,00(vinte mil reais) a título de danos morais e R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título dedanos estéticos. Na situação em apreço, é certo que o acidente de que foi vítima oautor lhe acarretou dor, sofrimento e tristeza, e por corolário, transtornos de ordemmoral. Evidente, também, a consequência física advinda, pois a falta de dentes éfator que causa relativo afeamento e inequívoco constrangimento a qualquer

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cidadão médio. Entretanto, todo o tratamento de reconstituição está sendocusteado pela empresa, ainda que na forma de reembolso, conforme admitidopelo próprio Autor à fl. 683, § 2º. De especial relevo, ainda, a possibilidade decorreção plena das lesões estéticas por meio de implantes dentários, conformeregistrado no laudo pericial (fls. 643/650), diante do que entendo que os valoresarbitrados na origem não merecem reparos, pois guardam proporcionalidade erazoabilidade com a extensão do dano sofrido pelo Autor, mormente após avaliar,entre outros critérios, a capacidade econômica das partes e os atos praticadospela Ré visando minorar os efeitos lesivos do acidente (reembolso das despesascom tratamento odontológico). Improvido.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: lesão oriunda de acidente de trabalho sofrido pelo Autor que,ao retirar uma pedra que se prendeu entre as rodas do caminhão, foi atingido naboca e sofreu fratura óssea da maxila e perda de cinco dentes.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 03/09/2013Publicado em: 04/09/2013DEJT: 1304/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00723.2012.101.23.00-0

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INVASÃO DE PRIVACIDAD E.CÂMERAS NO VESTIÁRIO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Não há na legislaçãopátria delineamento do quantum a ser fixado a título de dano moral. Caberá ao juizfixá-lo, equitativamente, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo oconjunto probatório constante dos autos. A lacuna legislativa na seara laboralquanto aos critérios para fixação leva o julgador a lançar mão do princípio darazoabilidade, cujo corolário é o princípio da proporcionalidade, pelo qual seestabelece a relação de equivalência entre a gravidade da lesão e o valormonetário da indenização imposta, de modo que possa propiciar a certeza de queo ato ofensor não fique impune e servir de desestímulo a práticas inadequadasaos parâmetros da lei. Assim, considerando os parâmetros usualmente utilizadospara deferir a indenização por dano moral; forçoso a minoração do valor fixado atítulo de danos morais no valor de 4.000,00 (quatro mil reais). Nego provimento aorecurso do autor e dou provimento ao apelo da ré.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: câmeras de segurança no vestiário dos empregados.

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Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 03/09/13DEJT: 1303/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: MARIA BERENICERO 00274.2012.051.23.00-8

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJET IVA. CULPADA RÉ. Para fins de responsabilização civil subjetiva deve estar provada a culpado agente, que pressupõe a prática de ato comissivo/omissivo que importeviolação ao direito alheio, a existência de dano e o nexo de causalidade capaz deestabelecer o liame entre o ato culpável e o prejuízo causado. Provada a culpa doRéu pelo evento danoso, impende manter a sentença que o responsabilizoucivilmente. Nega-se provimento no particular. DANO MORAL, MATERIAL EESTÉTICO DEVIDO. PARÂMETROS. A indenização não pode ser fixada em valortão alto a ponto de provocar o enriquecimento sem causa do trabalhador e a ruínado empregador, nem em valor tão baixo que não alcance o escopo compensatórioe não provoque no agente causador o necessário efeito pedagógico. Com basenessas premissas, considerando o contexto que emerge dos autos, mantém-se asentença que julgou procedente o pedido de dano material na forma de pensão,pelo valor total da remuneração do autor, uma que este não sofre compensaçãodos valores percebidos do instituto previdenciário. Ainda sendo definitiva a suaincapacidade mantém-se sentença quanto ao tempo de pagamento (vitalício), bemassim a constituição de capital, tendo em vista assegurando-lhe a garantia dasprestações pelo longo período (art. 475-Q do CPC). Por outro lado, reforma-se adecisão, minorando o valor da condenação do Recorrente quanto aos danosmorais, estéticos e dano material. Recurso parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Natureza do dano: acidente sofrido pelo empregado do qual lhe resultou dano,qual seja, a perda de sua perna direita quando realizava serviços para a ré.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 21/08/13Publicado em: 06/09/13DEJT: 1306/2013

Relator: OSMAIR COUTORedator: ELINEY VELOSORO 01183.2012.006.23.00-5

Page 61: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Ementa:QUANTUM ARBITRADO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EMRAZÃO DO TRANSPORTE DE VALORES POR BANCÁRIO, EM CAR ROCOMUM SEM ACOMPANHAMENTO DE SEGURANÇA. Para a fixação do valorda indenização por dano moral há que se levar em conta a situação econômica doofendido e do ofensor, a gravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posiçãosocial ou política do ofendido, a intensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo.Assim, considerando as peculiaridades do caso concreto, a extensão e efeitos dosdanos causados e os critérios comumente utilizados para a fixação da indenizaçãopor dano moral, entendo que o valor fixado pelo Juízo de origem deve se reduzidopara R$ 50.000,00. Recurso provido, no particular.

Valor do dano moral: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Natureza do dano: transporte de valores por bancário em carro comum semacompanhamento de segurança, com a exposição do cidadão comum ao risco deser alvo em potencial de assaltantes, correndo perigo de morte.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 27/08/13Publicado em: 23/09/13DEJT: 1317/2013

Relator: EDSON BUENORO 00965.2011.037.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRUDE NTEARBITRAMENTO DO JUIZ. O dano moral, devido à sua natureza imaterial,subsume-se àqueles casos em que o juiz, inspirado pela lógica do razoável, deveprudentemente arbitrar o valor necessário à compensação do ofendido pelaconduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único e art. 953, parágrafo único).Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortear essa fixação por arbitramento,tais como: a estipulação de um valor compatível com a reprovabilidade da condutailícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, ascapacidades socioeconômica e financeira das partes e outras circunstânciasespecíficas de cada caso concreto. Nesse contexto, o ponto ótimo a ser alcançadoé aquele em que o valor arbitrado sirva como punição da conduta ilícita e cumprao caráter pedagógico de desestimular a reincidência dessa conduta, sendo que dooutro lado da balança deve-se buscar apenas a compensação do dano sofridopelo ofendido, pois o que passar disso caracterizar-se-á como fonte deenriquecimento sem causa. Respeitadas essas balizadas, o valor arbitrado deveser mantido.

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Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: não quitar as últimas duas remunerações da autora significouafronta ao seu patamar civilizatório na medida em que o salário mensal éresponsável pela manutenção de toda a família do trabalhador além de elepróprio.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 27/08/13Publicado em: 02/09/13DEJT: 1302/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 00340.2012.101.23.00-1

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESE NÇA DONEXO CAUSAL E DO DANO. DEVER DE REPARAÇÃO. Para que seja imputadoao empregador a prática de ato passível de gerar indenização por dano moral e/oumaterial, imperativa a comprovação da existência da culpa por ato omissivo oucomissivo, da ocorrência do dano, bem como do nexo causal entre o ato e o danosofrido pela vítima. No caso em análise, as provas atestam pela caracterizaçãodos requisitos ensejadores da responsabilidade civil, a par de o laudo pericialatestar a existência de sequelas definitivas - ainda que mínimas - ao trabalhador.Nego provimento ao apelo patronal.

Valor do dano moral: R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho, quando, a mando da empregadora,obreiro foi limpar a peneira de um equipamento de manuseio de soja e teve suamão prensada nas polias que movimentavam a máquina, vindo a sofreramputação da 4ª falange do dedo anular.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 27/08/13Publicado em: 06/09/13DEJT: 1306/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 01158.2012.022.23.00-0

Ementa:ASSÉDIO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Para a fixação do valor daindenização por dano moral decorrente de assédio moral há que se levar em conta

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a situação econômica do ofendido e do ofensor, a gravidade do ato e arepercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, a intensidade doânimo de ofender, a culpa ou dolo. Assim, considerando as peculiaridades do casoconcreto, a extensão e efeitos dos danos causados e os critérios comumenteutilizados para a fixação da indenização, entendo que o valor fixado pelo Juízo deorigem deve se manter inalterado. Recurso a que se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Natureza do dano: -.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 27/08/13Publicado em: 06/09/13DEJT: 1307/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00714.2012.071.23.00-1

Ementa:DANO MORAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONDIÇÕES DEGRA DANTES.VALOR DA INDENIZAÇÃO. Para o surgimento do dever de indenizar decorrenteda responsabilização civil subjetiva devem restar caracterizados os seguintesrequisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c)existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. Provada nos autos a existência detais elementos, impõe-se manter a responsabilização civil da Ré. Para oarbitramento do quantum debeatur, deve-se considerar, além da extensão dodano, a capacidade econômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa doAutor, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Não obstanteem situações semelhantes a Turma tenha decidido por valores mais baixos, emobservância aos limites do pedido recursal, reformo a sentença para reduzir àmetade o valor da condenação ao pagamento da indenização por danos morais.Dá-se parcial provimento neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: não disponibilizar local adequado para as refeições esanitários bem como em razão das condições irregulares do alojamento, o qualestava além da capacidade de empregados, não havia ventilador e nem local paraacomodação dos pertences.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 28/08/13Publicado em: 02/09/13DEJT: 1302/2013

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Relator: ROBERTO BENATARRO 00694.2012.071.23.00-9

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕESDEGRADANTES. CABIMENTO. O direito à indenização por dano moralpressupõe a comprovação da conduta culposa do empregador, do dano aoempregado e do nexo causal entre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Nahipótese, constatou-se irregularidade na não disponibilização de banheiro, deágua potável em quantidade suficiente a suprir a necessidade do obreiro, bemassim de local adequando para a realização das refeições, negando-se-lhe acondição e dignidade de ser humano, convertendo-o em mero fator de produção,ato ilícito da empregadora apto, por si só, a lesar os direitos da personalidade doobreiro, não havendo de se questionar acerca da efetiva ocorrência de dano nocaso concreto, porquanto este é presumido.

Valor do dano moral: R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Natureza do dano: existência de condições degradantes de trabalho no local delabor do autor; não disponibilizado local adequado para refeição, banheiro e águapotável em quantidade suficiente à sua hidratação.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 03/09/13Publicado em: 17/09/13DEJT: 1313/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 01308.2012.146.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. À luz do dispostono art. 3º da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, o transporte de valoressomente pode ser realizado por empresa especializada. Na hipótese, ao permitirque o obreiro transportasse valores em desconformidade com a legislaçãopertinente, o reclamado, além de extrapolar os limites das cláusulas do contrato detrabalho, incutiu no bancário fundado temor por sua incolumidade física,propiciando agressão a sua saúde psíquica, daí a lesão a direito imaterial quedesafia a condenação do responsável à competente indenização.

Valor do dano moral: R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais).

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Natureza do dano: transportar valores para outras cidades sem qualquertreinamento para tanto, sozinho ou, às vezes, acompanhado de algum colega detrabalho, em carro próprio ou de táxi, sempre sem escolta de empresa desegurança, dentro da própria cidade ou para município vizinho, diversas vezes nomês, em montantes de até R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 03/09/13Publicado em: 17/09/13DEJT: 1313/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00069.2011.005.23.00-0

Ementa:RECURSO OBREIRO. DANO MORAL. COBRADORA DE TRANSPORT ECOLETIVO. ATIVIDADE DE RISCO. RESPONSABILIDADE OBJE TIVA. É sabidoque a indenização por dano moral repousa na teoria subjetiva da responsabilidadecivil, cujo postulado básico estriba-se no conceito de culpa, e esta,fundamentalmente, tem por pressuposto a infração de uma normapreestabelecida. Não obstante a regra geral, quando a atividade desenvolvida pelaempregadora implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem,conforme parágrafo único do artigo 927 do Código Civil, torna-se desnecessária acomprovação da culpa, visto que, neste caso, aplica-se a teoria do risco. Otrabalho na função de cobradora de transporte coletivo urbano, exercido pelareclamante, configura situação de risco além do comum, porquanto a atividadedesenvolvida na guarda do patrimônio alheio é, em si mesma, perigosa a ponto deexpô-la a um potencial de risco maior do que o suportado pela coletividade emgeral, mormente se considerarmos o fato de que diariamente é veiculada nosnoticiários a ocorrência de assaltos a ônibus, depreendendo-se, daí, que incide aresponsabilização civil de acordo com critérios objetivos.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: constrangimento e angústia por ocasião do assaltovivenciado, bem assim pelo desconto de valores que a empresa realizou emvirtude do roubo.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 03/09/13Publicado em: 04/09/13DEJT: 1304/2013

Relator: OSMAIR COUTO

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RO 00768.2012.037.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. DANOPRESUMIDO. Os extratos bancários trazidos aos autos pelo autor demonstramque o pagamento dos salários, ao menos nos últimos cinco meses do vínculo,foram realizados com atraso, em média por volta do dia vinte do mês subsequenteao vencido. Presentes, pois, os requisitos caracterizadores da responsabilidadecivil subjetiva, quais sejam, o ato ou omissão ilícitos, o resultado lesivo, e nexo decausalidade entre o ato/omissão e o resultado. O dano é presumido, tendo emvista, dentre outros, a natureza alimentar do salário, sua imprescindibilidade paramanutenção das necessidades básicas do trabalhador, e a violação da dignidadeda pessoa humana sendo devida a reparação por dano moral. Recurso ao qual sedá provimento para condenar as reclamadas ao pagamento de R$3.000,00 a títulode indenização por dano moral.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: mora contumaz no pagamento dos salários.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 03/09/13Publicado em: 10/09/13DEJT: 1308/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00752.2012.041.23.00-2

Ementa:ENTREGA DE UNIFORMES MOLHADOS E ÚMIDOS PARA TRABALH AR EMAMBIENTE FRIO (FRIGORÍFICO) E ASSÉDIO MORAL PELO SU PERIORHIERÁRQUICO. DANO MORAL CONFIGURADO. O assédio moral caracteriza-sepela violência psicológica por parte do empregador que fere a dignidade dotrabalhador ao denegrir sua imagem no ambiente de trabalho, desestabilizandoseu sistema emocional. Manifesta-se sobretudo por comportamentos, palavras,atos, gestos ou escritos que podem ser repetitivos e prolongados, os quais trazemdano à personalidade, à dignidade ou a integridade física ou psíquica dotrabalhador, colocando em perigo seu emprego ou degradando o ambiente detrabalho. No caso, a empresa, além de assediar moralmente de forma direta osempregados com palavras pejorativas quando estes precisavam ir ao banheiro,também entregou durante mais de um mês uniformes úmidos para o uso noambiente de trabalho. O Autor prestava serviços em ambiente artificialmente frio einsalubre, onde o uso de EPIs para neutralizar o agente era indispensável. Aofornecer uniformes úmidos a Ré causou desconforto térmico aos trabalhadoresaumentando consideravelmente os riscos de causar danos à saúde destes,

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violando, assim, a integridade física e moral daqueles que tiveram que trabalharem tais condições. Quanto ao suposto contato com o gás amônia, apesar de osrelatórios de inspeção dos auditores fiscais demonstrarem que a unidade continhacerta irregularidade nos vasos de pressão e caldeira, tem-se que, nestes autosespecificamente, ficou cabalmente provado mediante prova testemunhal que aincolumidade física dos trabalhadores sempre foi preservada, uma vez que, nosincidentes (vazamentos de gás amônia), o local de trabalho foi evacuado pelotécnico de segurança, o que afasta qualquer risco em relação aos trabalhadores.A conduta patronal, consistente em tratar sem urbanidade regularmente osempregados e fornecer uniforme úmido para o trabalho em ambienteartificialmente frio, viola os princípios da dignidade da pessoa humana (art.1º, inc.III, CF/88), valorização do trabalho (art.1º, inc. IV c/c art.170, caput, da CF/88),assim como o direito ao ambiente saudável (art.225 da CF/88) e à saúde dotrabalhador (art.200, II, segunda parte, da CF/88). Impõe-se reformar a sentençapara condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais. Dá-separcial provimento neste item.

Valor do dano moral: R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais).

Natureza do dano: fornecimento de uniformes úmidos aos empregados.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 05/09/13DEJT: 1305/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01072.2010.022.23.00-6

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DOENÇA DO TRABALHO. DANOS M ORAIS.CONCAUSA. QUANTUM DEBEATUR. O dano moral está vinculado à honra doindivíduo, não atinge seu patrimônio em si, mas sua dignidade, reputação,integridade física e estética. Para o surgimento do dever de indenizar decorrenteda responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintes requisitos: a)a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; d)dolo ou culpa do agente. Presentes tais elementos, caracteriza-se aresponsabilidade civil da Ré e, por corolário, está obrigada a indenizar. Para afixação do quantum debeatur, deve-se considerar a intensidade da ofensa sofrida,o tempo que durou a agressão, o potencial econômico da empresa, o nãoenriquecimento sem causa do empregado, bem como o caráter pedagógico damedida. Sopesando tais aspectos, impõe-se manter o valor da indenização fixadona sentença, o qual se mostra condizente, inclusive, com a concausa reconhecida.Nega-se provimento no particular.

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Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: labor intenso com várias condições adversas (ruído excessivoe calor), apresentou perda gradativa da audição em ambos os ouvidos.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 05/09/13DEJT: 1305/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00381.2011.026.23.00-5

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. RISCO DA ATIVIDADE. RESPONS ABILIDADEOBJETIVA. A responsabilidade objetiva é explicada pela teoria do risco, que setraduz na idéia de que quando o infortúnio tenha relação com o risco acentuadoinerente à atividade empresarial ou à função exercida pelo trabalhador, esse fato,objetivamente considerado, é suficiente para justificar a responsabilidade doempregador. Na hipótese, o acidente de trabalho sofrido pelo autor teve relaçãocom o risco especialmente acentuado do trabalho por ele desenvolvido,decorrente da dinâmica laborativa imposta a esta atividade (eletricista demanutenção de rede elétrica de alta tensão), seja por conta da própria energiaelétrica, seja em razão da necessidade de executar tarefas em altura. Porconseguinte, constatado o dano e, por sua vez, o nexo de causalidade, impõe-se odever da ré de repará-lo. Recurso não provido. ACIDENTE DE TRABALHO.INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR DO QUANTUM INDENI ZATÓRIO.Compete ao juiz arbitrar com prudência o valor da indenização por dano moral,utilizando-se do princípio da razoabilidade, sem perder de vista que a indenizaçãopelo dano moral não visa a um ressarcimento, mas a uma compensação pelosofrimento experimentado. Para isso, através do critério de arbitramento, o juizfixará o quantum indenizatório, levando em conta as condições financeiras daspartes, nível social, o prejuízo que sofreu a vítima, o grau de intensidade da culpae tudo o mais que concorre para a fixação do dano. tenho como razoável eproporcional o valor fixado pelo Juízo de origem a título de indenização. Apelo nãoprovido.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: acidente sofrido pelo reclamante, bem como o dano físico,quando, no exercício das atividades inerentes à função que ocupava, qual seja,eletricista de manutenção de rede elétrica de alta tensão, o poste/padrão em quese encontrava o autor se partiu, o que levou-o a cair de uma altura de cerca de 5metros, resultando na fratura do cotovelo direito.

Page 69: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 05/09/13DEJT: 1305/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00240.2012.026.23.00-3

Ementa:DANO MORAL E ESTÉTICO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. MAJOR AÇÃOINDEVIDA. Compete ao juiz arbitrar com prudência o valor da indenização pordano moral e estético, utilizando-se do princípio da razoabilidade. Para isso,através do critério de arbitramento, será fixado o quantum indenizatório, levandoem conta as condições financeiras das partes, nível social, o prejuízo que sofreu avítima, o grau de intensidade da culpa e tudo o mais que concorre para a fixaçãodo dano. Sopesando-se tais fatores, não cabe falar em majoração dos montantesarbitrados pelo Juízo de origem, ou seja, R$ 30.000,00 (dano estético) e R$25.000,00 (dano moral), vez que razoáveis e atendem ao caráter pedagógico dacondenação. Apelo não provido.

Valor do dano moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Natureza do dano: acidente de trabalho que resultou em amputação parcial dafalange distal do 2º dedo da mão direita e na mão esquerda, por sua vez, aamputação da falange distal do 2º dedo e, ainda, deformidade do 3º dedo.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 05/09/13DEJT: 1305/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01096.2012.131.23.00-6

Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DAS MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO .COMPROVAÇÃO. A inexistência de sanitários adequados, bem como de localpara realizar as refeições, representam agressão à dignidade, à imagem e àintimidade do reclamante, valores protegidos constitucionalmente. Assim, tem-secomo configurado o dano moral, causado pelo sofrimento íntimo imposto aoobreiro, decorrente da negligência da reclamada em não fornecer condiçõesdignas de trabalho. Recurso não provido.

Valor do dano moral: -.

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Natureza do dano: ausência de instalações sanitárias adequadas, bem como delocal apropriado para as refeições.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 13/09/13DEJT: 1311/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01319.2012.131.23.00-5

Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DAS MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO .COMPROVAÇÃO. Tem-se como configurado o dano moral causado pelosofrimento íntimo imposto ao obreiro, decorrente da negligência da reclamada quedescuidou de lhe fornecer as condições dignas de trabalho, descumprindodeterminações legais e normativas que regulam a matéria (NR 24 e 31 do MTE),diante da ausência de instalações sanitárias apropriadas em parte do contrato detrabalho, o que representa agressão à dignidade, à imagem e à intimidade doreclamante, valores protegidos constitucionalmente. Presentes, portanto, osrequisitos ensejadores do dever de indenizar, nada a reformar. Outrossim, deveser mantido o quantum indenizatório fixado em primeiro grau, no importe de R$700,00, o qual atende ao caráter punitivo-pedagógico e reparatório, bem como semostra em conformidade com outros precedentes desta Corte. Recurso nãoprovido.

Valor do dano moral: R$ 700,00 (setecentos reais).

Natureza do dano: ausência de instalações sanitárias adequadas.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 04/09/13Publicado em: 05/09/13DEJT: 1305/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01577.2012.131.23.00-1

Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DAS MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO .COMPROVAÇÃO. A inexistência de sanitários adequados, local para realizar asrefeições, bem como a ausência de fornecimento de água potável, representamagressão à dignidade, à imagem e à intimidade do reclamante, valores protegidos

Page 71: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

constitucionalmente. Assim, tem-se como configurado o dano moral, causado pelosofrimento íntimo imposto ao obreiro, decorrente da negligência da reclamada emnão fornecer condições dignas de trabalho. Outrossim, deve ser mantido oquantum indenizatório fixado em primeiro grau, no importe de R$ 1.000,00, o qualatende ao caráter punitivo-pedagógico e reparatório, bem como se mostra emconformidade com outros precedentes desta Corte. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: ausência de refeitório e instalações sanitárias no meioambiente de trabalho, bem como pelo não fornecimento de água potável.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/09/13Publicado em: 12/09/13DEJT: 1310/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00548.2012.071.23.00-3

Ementa:DANO MORAL. CONDIÇÕES DEGRADANTES DE TRABALHO. INEX ISTÊNCIADE SANITÁRIOS E DE LOCAL APROPRIADO PARA A REALIZAÇ ÃO DASREFEIÇÕES. ÔNUS DA PROVA. ART. 818 DA CLT E 333, I, DO CPC. A autorase desincumbiu do ônus que lhe cabia, comprovando a ausência de sanitários ede local apropriado para as refeições e, dessa forma, a violação, pela ré, do art.186 do CC, já que presentes o dano moral (presumido), o nexo causal e a culpa.Nega-se provimento. DANO MORAL. CONDIÇOES DEGRADANTES DETRABALHO. VALOR ARBITRADO À INDENIZAÇÃO. O quantum devido emdecorrência de ofensa ao patrimônio moral deve ser estimado em observação aoprincípio da razoabilidade, sem exageros, considerando a capacidade econômicado ofensor, o elemento pedagógico da condenação, a extensão e a repercussãodo dano na esfera íntima do ofendido e na sua esfera de conhecimento, semdesprezar as particularidades do caso concreto. Levando em consideração oscritérios mencionados bem como o tempo de exposição de apenas 19 dias, o valorfixado na sentença, de R$ 8.000,00 mostra-se excessivo. Recurso provido parareduzir a indenização para R$ 675,00, equivalente ao valor de um mês daremuneração utilizada como base de cálculo para o pagamento das verbasrescisórias. Recurso provido. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA XSUBJETIVA. ACIDENTE DE TRABALHO. TRABALHADOR RURAL.ALEGAÇÃO DE CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. ÓNUS DA PROV A. ART. 818DA CLT E 333, II, CO CPC. Não sendo o risco criado pelo trabalho superior aosuportado pela maioria dos trabalhadores, não incide a regra do art. 927, § únicodo CPC sendo a responsabilidade subjetiva. Porém se o acidente teve aparticipação decisiva de outro empregado da ré, pela aplicação do art. 932, III, do

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CC, a responsabilidade do empregador é objetiva. Além do mais a ré não sedesincumbiu do ônus da prova de que proporcionou treinamento específico para aautora ou de que o acidente foi causado por culpa exclusiva da vítima. Recursonão provido. DANO MORAL. VALOR ARBITRADO À INDENIZAÇÃO.ACIDENTE DE TRABALHO. LESÃO DA FALANGE DISTAL DO DE DOINDICADOR DA MÃO DIREITA. PEQUENA SEQUELA. REDUÇÃO DACAPACIDADE LABORATIVA EM 1% O quantum devido em decorrência deofensa ao patrimônio moral deve ser estimado em observação ao princípio darazoabilidade, sem exageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, oelemento pedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano naesfera íntima do ofendido e na sua esfera de conhecimento, dentre outroselementos. Levando em consideração o princípio da razoabilidade e daproporcionalidade, evitando-se o enriquecimento sem causa, reduz-se o valor daindenização por danos morais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para R$ 2.000,00(dois mil reais).

Valor do dano moral: R$ 2.675,00 (dois mil e seiscentos e setenta e cinco reais).

Natureza do dano: não disponibilizar condições adequadas para que seusempregados realizassem refeições necessidades fisiológicas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 10/09/13Publicado em: 11/09/13DEJT: 1309/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00534.2012.101.23.00-7

Ementa:DANO MORAL. VIOLAÇÃO DA INTIMIDADE. INSTALAÇÃO DE C ÂMERAS EMVESTIÁRIO. CONFIGURAÇÃO . A instalação de câmeras nos vestiários, focandoos armários mas também a área onde os empregados procediam à troca deroupa, ainda que feita com a intenção proteger o patrimônio dos empregados e daempresa, configura excesso no exercício do poder diretivo pela empresa, poisviola a intimidade de seus empregados. Indenização por dano moral devida.Recurso não provido. RECURSO DA RÉ E DA AUTORA. DANO MORAL.VALOR ARBITRADO À COMPENSAÇÃO. CÂMERAS EM VESTIÁRIO S.VIOLAÇÃO DA INTIMIDADE . O quantum devido em decorrência de ofensa aopatrimônio moral deve ser estimado em observação ao princípio da razoabilidade,sem exageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, o elementopedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano na esfera íntimado ofendido e na sua esfera de conhecimento. A atitude das Rés é altamentecensurável. O valor de R$ 3.200,00 mostra-se adequado aos parâmetros quenorteiam a fixação do valor decorrente do dano moral. Recursos não providos.

Page 73: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. CONDIÇÕES DE TRABALHO.RESTRIÇAO AO USO DO BANHEIRO . Uma vez evidenciado o ato da ré emsubmeter a autora à condição vexatória pelo controle e inibição do acesso dosempregados aos sanitários, configurado está o dano de natureza moral e oconsequente dever de indenizar. Indenização fixada em R$ 3.000,00, conformeprecedentes deste Regional, aquém do pedido. Recurso parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 6.200,00 (seis mil e duzentos reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras em vestiário e restrição ao uso dobanheiro para necessidades fisiológicas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 10/09/13Publicado em: 11/09/13DEJT: 1309/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00519.2011.051.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. O dano moral pressupõe ofensa à honra, àdignidade, à integridade física e/ou psíquica do empregado, por ato ilícito doempregador ou preposto seu. No caso em exame, o tratamento ofensivo ehumilhante conferido ao autor por preposto da reclamada ficou comprovado pelaprova testemunhal, restando, pois, preenchidos os pressupostos autorizadores daresponsabilização civil da ré. Recurso provido.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: tratamento ofensivo e humilhante conferido ao autor porpreposto da reclamada.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/09/13Publicado em: 12/09/13DEJT: 1310/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01726.2011.022.23.00-2

Ementa:AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. DANO MORALCOLETIVO. DESCUMPRIMENTO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS E

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INFRACONSTITUCIONAIS QUE TUTELAM A SAÚDE, HIGIENE ESEGURANÇA DO TRABALHO. OCORRÊNCIA. Para a ocorrência de danos avalores fundamentais para a organização social e o bem comum, exige-se, naverdade, que a lesão seja injusta e intolerável, extrapolando a esfera dosofendidos para alcançar toda a coletividade, o que se verifica in casu. No quetange ao pedido de indenização por dano moral coletivo, tendo em vista queevidenciado o descumprimento de dispositivos constitucionais einfraconstitucionais que tutelam a saúde, higiene e segurança do trabalhador,conforme prova documental acostada aos autos, é devida a indenização pleiteadapelo MPT. Registre-se que a inobservância dos dispositivos que tutelam essesdireitos não se trata de mero descumprimento de normas que causam transtornosa apenas alguns empregados, mas sim afetam a toda a coletividade, na medidaem que seu descumprimento pode acarretar diversos tipos de doenças eacidentes de trabalho, causando transtornos e prejuízos de ordem moral coletiva.Recurso conhecido e não provido. DANO MORAL COLETIVO. QUANTUMINDENIZATÓRIO. A fixação do dano moral segue o critério de arbitramento,levando-se em conta, dentre outros elementos, as condições financeiras daspartes, caráter pedagógico, tendo em vista o desestímulo ao ofensor para quepasse a adotar medidas seguras na realização de suas atividades. Assim,encontrando-se observados esses fatores, verifico desnecessária a alteração dovalor da indenização por danos morais coletivos fixado pela sentença, o qual semostra razoável, apresentando caráter punitivo e pedagógico. Recurso conhecidoe não provido.

Valor do dano moral: R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Natureza do dano: a mora ao implementar as condições estabelecidas desde2009 para melhorar as condições de trabalho e bem assim a ausência dequestões essenciais a garantir ao trabalhador um saudável e seguro meioambiente de trabalho, demonstram que o procedimento adotado pelo réu afronta oordenamento jurídico trabalhista e, consequentemente, os valores sociais dotrabalho (art. 1º, III e IV, da CF).

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/09/13Publicado em: 12/09/13DEJT: 1310/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00677.2012.006.23.00-2

Ementa:DOENÇA OCUPACIONAL. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. Via de regra, o deverde indenizar repousa na teoria subjetiva da responsabilidade civil, cujo postuladobásico estriba-se no conceito de culpa e esta, fundamentalmente, tem por

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pressuposto a infração de uma norma preestabelecida. É sabido que o direito àindenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa doempregador, do dano ao trabalhador e do nexo causal entre o ato daquele e oprejuízo sofrido. O conjunto probatório demonstra a existência da doençaocupacional, nexo de concausalidade desta com a atividade laboral e a culpapatronal, devendo o reclamado arcar com os prejuízos morais sofridos pelaempregada em razão da moléstia adquirida no exercício da função.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: acometimento de doença (tenossinovite) em razão dosmovimentos contínuos e repetitivos que realizava no labor em favor do reclamado.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 17/09/13Publicado em: 30/09/13DEJT: 1322/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 01724.2011.022.23.00-3

Ementa:DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. FIXA ÇÃO DAINDENIZAÇÃO. O direito à indenização por dano moral pressupõe a comprovaçãoda conduta culposa do empregador, do dano ao empregado e do nexo causalentre o ato do empregador e o prejuízo sofrido. Na hipótese, constatou-seirregularidade na não disponibilização de sanitário e de local adequado para aalimentação ao obreiro, negando-se-lhe a condição e dignidade de ser humano,convertendo-o em mero fator de produção, ato ilícito da empregadora apto, por sisó, a lesar os direitos da personalidade do obreiro, não havendo de se questionaracerca da efetiva ocorrência de dano no caso concreto porquanto este deve serpresumido. No tocante ao valor da indenização, embora não haja critériosestabelecidos quanto à fixação, doutrina e jurisprudência balizam-se sobretudo noprincípio da razoabilidade e, para isso, deve o juiz levar em conta alguns aspectos,tais como o grau de culpa do empregador no evento danoso, a extensão do dano,o patrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar oenriquecimento ilícito do reclamante com indenizações exorbitantes e em nãoarbitrar valores irrisórios, que em nada o ressarciriam, deixando impune oempregador que deu causa ao dano. No caso, levando em consideração a ilicitudedos atos praticados, reduz-se o respectivo valor para R$ 3.000,00 (três mil reais).

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: ausência de refeitório e banheiros no local de trabalho.

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Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 17/09/13Publicado em: 20/09/13DEJT: 1316/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00148.2009.026.23.00-8

Ementa:RECURSO ORDINARIO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INDENIZAÇÃO POR DANOMORAL COLETIVO. PRETENSÃO DE MAJORAÇÃO DO QUANTUM. O danomoral, devido à sua natureza imaterial, subsume-se àqueles casos em que o juiz,inspirado pela lógica do razoável, deve prudentemente arbitrar o valor necessárioà compensação do ofendido pela conduta ilícita (CC, art. 950, parágrafo único eart. 953, parágrafo único). Entretanto, alguns critérios objetivos devem nortearessa fixação por arbitramento, tais como: a estipulação de um valor compatívelcom a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração da lesãoperpetrada contra a vítima, a capacidade sócio-econômica e financeira das partese outras circunstâncias específicas de cada caso concreto. Na situação emapreço, a elevação do quantum indenizatório certamente extrapolaria acapacidade econômica do 1º Réu e inviabilizaria a execução, pois, além de tratar-se de pessoa física que se declarou pobre nos termos da lei (fls. 790/793),fazendo jus, inclusive, aos benefícios da justiça gratuita (fl. 795), não se podendoolvidar que sobre ele pesa também condenação de indenização pelos danosmateriais causados ao 2º Réu, quantificada em R$ 53.457,86. Desta forma,entendo que o valor de R$ 30.000,00 fixados na origem a título de danos moraiscoletivos atende satisfatoriamente, de forma justa e razoável, às finalidadespunitiva e pedagógica da indenização. Improvido.

Valor do dano moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Natureza do dano: dano moral coletivo em face de presidente de Sindicato pelaprática de condutas ilícitas, tais como ocupação ilegítima do cargo de presidente,filiação de pessoas em desrespeito à liberdade de sindical, má administração dosindicato pela inexistência de funcionários para atender os sindicalizados, totaldescaso com os documentos e ausência de prestação de contas.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 17/09/13Publicado em: 20/09/13DEJT: 1316/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 01526.2012.101.23.00-8

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Ementa:DANO MORAL. VALOR ARBITRADO À COMPENSAÇÃO. CÂMERAS EMVESTIÁRIOS. VIOLAÇÃO DA INTIMIDADE. O quantum devido em decorrênciade ofensa ao patrimônio moral deve ser estimado em observação ao princípio darazoabilidade, sem exageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, oelemento pedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano naesfera íntima do ofendido e na sua esfera de conhecimento. A atitude das Rés éaltamente censurável. O valor de R$ 3.000,00 mostra-se adequado aosparâmetros que norteiam a fixação do valor decorrente do dano moral. Recursonão provido.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras nos vestiários viola a imagem edignidade do trabalhador.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 26/09/13DEJT: 1320/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00096.2012.026.23.00-5

Ementa:DOENÇA OCUPACIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIV A. DANOSMORAL E MATERIAL. CONFIGURAÇÃO. QUANTUM DEBEATUR. O danomoral está vinculado à honra do indivíduo, não atinge seu patrimônio em si, massua dignidade, reputação, integridade física e estética. Para o surgimento do deverde indenizar decorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados osseguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade;c) existência de dano; e d) dolo ou culpa do agente. Demonstrados tais elementoscaracteriza-se a responsabilidade civil da Ré e, por corolário, está obrigada aindenizar (art. 927 do CCB), razão pela qual impõe-se a manutenção da sentençaque a condenou ao pagamento de indenização por danos morais. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, os antecedentes doagente, o não enriquecimento sem causa da Autora, o caráter pedagógico damedida, a razoabilidade do valor e os índices atuais de expectativa de vidadelimitados pelo IBGE. Sopesando os critérios supracitados e considerando,ainda, o valor do último salário percebido pela Autora (R$580,44), impõe-se areforma da sentença para reduzir o montante arbitrado a título de danos morais aoimporte de R$30.000,00. No que concerne ao dano material a título depensionamento, este deve ser pautado pelo prejuízo causado à capacidadelaboral do empregado, observada a expectativa de vida da vítima bem como a

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remuneração percebida na época do infortúnio. Provado que a Autora teve suacapacidade laboral reduzida em 100%, impõe-se manter a sentença quecondenou a Ré ao pagamento de pensionamento mensal na proporção de 100%sobre a última remuneração recebida pela empregada. Dá-se parcial provimentoneste item.

Valor do dano moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Natureza do dano: responsabilidade objetiva da Ré na ocorrência da doençaocupacional acometida pela Autora.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00184.2013.101.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFER IMENTODOS DIREITOS À PRIVACIDADE E INTIMIDADE DO EMPREGAD O. ABUSODO PODER DIRETIVO PELO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO DEVI DA. Para osurgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devemrestar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b)relação de causalidade; c) existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. Ainstalação de câmeras de segurança nos vestiários dos empregados constituinítida violação do direito à intimidade do trabalhador que esteve exposto aoconstrangimento de ser filmado em ambiente que exige privacidade. A ilicitude doato é patente, porquanto tal invasão à intimidade dos empregados caracteriza oabuso do poder diretivo exercido pelo empregador. No que concerne ao valor daindenização, a jurisprudência pátria tem se pautado na máxima de que não deveser tão alto a ponto de provocar o enriquecimento sem causa do credor e a ruínado devedor, nem tão ínfimo a ponto de não alcançar o efeito pedagógico damedida. Pondera-se também a extensão do dano, a gravidade da conduta lesiva,o grau de culpabilidade e a condição financeira do ofensor. Dessa forma, reforma-se a sentença para majorar o valor da indenização por danos morais. Recurso daRé improvido e do Autor parcialmente provido neste item.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras no vestiário feminino da empresa.

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Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01150.2012.022.23.00-4

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL.CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO. QUANTUM. O assédio moral caracteriza-sepela prática de atos comissivos ou omissivos, que incluam palavras, gestos oucomportamento que impliquem perseguição e que possam trazer danospsicológicos, físicos ou morais ao empregado causando-lhe constrangimento noambiente de trabalho, implicando agressão à honra e dignidade do trabalhador demaneira reiterada com o intuito de desestabilizar o trabalhador culminando comsua dispensa. Demonstrada a prática de assédio moral consistente em ofensasverbais, ameaça de agressão e afronta física, fica o agente obrigado a reparar odano, nos termos do artigo 927 do CC, indenizando o empregado pelo sofridocomo forma de compensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se,contudo, considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica doofensor, os antecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa doempregado, o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor.Sopesando tais parâmetros, em especial o poder econômico da empresa, impõe-se reduzir o valor da condenação para R$5.000,00 (cinco mil reais). Recurso aoqual se dá parcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: tratamento recebido pelo Autor era ofensivo à sua honra, àsua intimidade e à sua imagem – abuso do poder diretivo e afronta aos direitospersonalíssimos dos empregados.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: MARIA BERENICERO 00612.2012.071.23.00-6

Ementa:DENÚNCIA FALSA DE CRIME DE LESÃO CORPORAL À POLÍCIA CIVIL.DANO MORAL CONFIGURADO. Para o surgimento do dever de indenizar

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decorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintesrequisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c)existência de dano; d) dolo ou culpa do agente. No caso, a Ré praticou condutailícita (denunciação caluniosa) e gravíssima ao relatar à Polícia Civil que o Autorhavia cometido o crime de lesão corporal, ressaltando que a 'suposta' vítima,ouvida na audiência instrutória, negou veementemente que tenha sido agredida.Houve, portanto, nítido abalo psicológico do Autor. O valor fixado na decisão deorigem (R$10.000,00) levou em consideração a extensão do dano, a capacidadeeconômica do ofensor, o não enriquecimento sem causa do empregado, o caráterpedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Impõe-se, portanto, manter asentença que condenou a Ré ao pagamento de danos morais. Nega-seprovimento neste tópico.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: acusação de falso crime junto à Polícia Civil.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 27/09/13DEJT: 1321/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 0002063-83.2013.5.23.0096

Ementa:RECURSO DO AUTOR E DA RÉ. RESPONSABILIDADE CIVIL. F URTO DEBEM PERTENCENTE AO EMPREGADO OCORRIDO NO INTERIOR D OALOJAMENTO DA EMPRESA. DANOS MATERIAIS E MORAIS. Aresponsabilidade civil do empregador, de regra, é subjetiva, havendo necessidadede comprovação da culpa lato sensu, do dano e do nexo causal, para ensejar odever de indenizar. No caso dos autos, o dano material, decorrente do furto docomputador do empregado, e o dano moral na hipótese é presumido pois decorredo próprio fato. A culpa por sua vez, também restou demonstrada pois a ré erasabedora de que os seus próprios empregados danificavam as fechaduras dasportas dos quartos, mas omitiu-se quanto à manutenção do alojamento emcondições mínimas de segurança do patrimônio dos funcionários que mantinhanas frentes de trabalho, e não demonstrou que adotava medidas enérgicas eefetivas para evitar a depredação ou para apurar os fatos e punir os responsáveispelos estragos. O nexo causal entre ambos encontra-se evidenciado pois o fato doquarto do autor não poder ser trancado facilitou sobremaneira a atuação de quemfurtou o computador do reclamante. Quanto ao dano moral, atento aos parâmetrosconsagrados pela doutrina e jurisprudência, tais como a situação econômica daspartes, grau de culpa do ofensor, e atos destinados à minimização dos danos,dentre outros, tem-se que o valor valor arbitrado pelo juízo de primeiro grau,

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equivalente ao valor do bem furtado, se mostra suficiente a ensejar a almejadareparação da dor moral causada pela perda do bem, além do que temexpressividade para a finalidade punitiva e para a consecução do efeitopedagógico à empresa, considerado o contexto fático do evento e a culpa daempregadora. Recurso das partes aos quais se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 1.182,34 (um mil e cento e oitenta e dois reais e trinta equatro centavos)

Natureza do dano: furto de computador portátil dentro do alojamento da empresa.

Órgão julgador: 1ª Turma PJeJulgado em:Publicado em: 21/10/2013

Relator: MARIA BERENICERO 0000738-67.2013.5.23.0001

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CONDUTA ABUSIVA .CONFIGURAÇÃO. O dano moral está vinculado à honra do indivíduo, não atingeseu patrimônio em si, mas sua dignidade, reputação, integridade física e estética,resultante de fatos que podem ocasionar considerável sofrimento de naturezafísica ou moral. Para a sua caracterização deve estar provado que o ato ilícitoensejou graves transtornos ao indivíduo, causando-lhe sofrimento considerávelque afete o seu patrimônio moral ou psicológico. Provado nos autos que a diretorahumilhou a Autora verbalmente perante os alunos e empregados da empresa, ficacaracterizado o dever de indenizar. Para a fixação do quantum debeatur, deve-seconsiderar a intensidade da ofensa sofrida, o tempo que durou a agressão, opotencial econômico da empresa, o não enriquecimento sem causa doempregado, bem como o caráter pedagógico da medida. Sopesando taiselementos, o contrato de aprendizagem que vinculou as partes bem como o fatode o comportamento da diretora não se mostrar condizente com o ambienteeducacional, o qual deve servir de exemplo e de ensinamento acerca da prática dorespeito, da cordialidade, da urbanidade e da educação no trato com as pessoas,mantém-se o valor da indenização por danos morais fixado pelo Juízo de origem.Nega-se provimento ao Recurso da Ré.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: a Autora foi humilhada pela proprietária da empresa peranteoutros empregados.

Órgão julgador: 2ª Turma PJeJulgado em:

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Publicado em: 24/10/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 00588.2012.031.23.00-6

Ementa:DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. À falta de parâmetro legal, afixação do valor da compensação por dano moral deve obedecer a critérios derazoabilidade e proporcionalidade e, ainda, considerar a gravidade do dano, aintensidade da culpa e a condição econômica e financeira do réu. Há que sebuscar sempre um ponto de equilíbrio entre a necessidade de compensar a vítimapelo sofrimento sentido e a de produzir um efeito punitivo e pedagógico noofensor. Considerando que a condenação imposta neste caso específico nãoatinge os parâmetros realçados, impõe-se majorar o valor da condenação.Recurso obreiro ao qual se dá parcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: acidente que provocou trauma no cotovelo direito e submissãoa procedimento cirúrgico.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 07/08/13 Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 01541.2011.006.23.00-9

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. O atraso de cinco meses na homologaçãoda rescisão contratual, com consequente retardamento na entrega das guias paralevantamento do FGTS e habilitação ao seguro desemprego, torna presumível odano moral, pois gera incerteza e acarreta instabilidade financeira, quecomprometem a integridade psíquica do trabalhador. Diante disso, mantém-se emR$ 3.000,00 (três mil reais) o valor da indenização por dano moral, conformefixado pelo juízo de base. Nego provimento.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Page 83: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Natureza do dano: atraso na homologação da rescisão contratual e retardamentona entrega das guias para levantamento do FGTS e habilitação ao segurodesemprego.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 06/08/13 Publicado em: 30/10/13DEJT: 1301/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 01472.2012.101.23.00-0

Ementa:INSTALAÇÃO DE CÂMERAS DE VÍDEO EM VESTIÁRIO. INDENI ZAÇÃO PORDANO MORAL. VALOR ARBITRADO. A Reclamada, a pretexto de evitar furto evandalismo por parte dos empregados contra o patrimônio dos própriosempregados, instalou câmeras de vídeo nos vestiários da empresa. Tal atitudefere a intimidade, a honra, a imagem e a privacidade dos trabalhadores, expondo-os a situação constrangedora. Logo, deve ser mantida a sentença que condenou aRé ao pagamento de indenização, no valor de R$ 4.000,00. Nego provimento.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras de segurança no vestiário da empresa.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 17/09/13Publicado em: 01/10/13DEJT: 1323/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 00641.2012.046.23.00-8

Ementa:DANO MORAL. MORA SALARIAL. OCORRÊNCIA. O dano moral não seconfunde nem se resume à dor, angústia, sofrimento ou qualquer outraconsequência negativa porventura advinda do ato antijurídico, que são merosefeitos psíquicos produzidos em relação à vítima, e não a lesão imaterialpropriamente dita. Assim, basta que ocorra violação a um direito da personalidade,a exemplo da dignidade humana, para que seja produzido o dano moral,independentemente de prova do consequente abalo emocional. Na hipótese deatraso salarial, não é possível ao trabalhador sobreviver sem a disponibilização do

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salário em intervalos regulares, mormente o mais humilde, que não tem cartão decrédito, cheque especial ou qualquer outra alternativa para arcar com as despesasindispensáveis à subsistência, até por isso a legislação contém vários dispositivosendereçados à proteção do salário e, mais especificamente, à garantia daperiodicidade e pontualidade do seu pagamento, a exemplo da proibição deestipulação por período superior a um mês, bem assim do prazo limite depagamento até o quinto dia após o vencimento, tudo isso para inibir a exposiçãodo trabalhador à privação prolongada dessa sua única fonte de subsistência.Assim, é absolutamente desnecessária a produção de prova do dano moraldecorrente do não pagamento do salário no prazo legal, porque a violação dodireito da personalidade concretiza-se automaticamente com a privação dessemeio indispensável à subsistência do trabalhador (salário), independentemente dequalquer outra consequência secundária em sua vida. Caracterizada a morasalarial no caso, faz jus, a autora, à indenização pelo dano moral experimentado.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: privação salarial encerra em si mesma violação ao direito dapersonalidade correspondente à dignidade humana, inerente a todo trabalhador.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 17/09/13Publicado em: 18/10/13DEJT: 1336/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00426.2012.071.23.00-7

Ementa:DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÃO DEGRADANTE. OCORRÊ NCIA.Provado que o réu não disponibilizava banheiros e papel higiênico aostrabalhadores da plantação, os quais eram obrigados a fazer suas necessidadesno mato, referida condição degradante de trabalho violou a dignidade humanainerente a tais trabalhadores, desafiando a imposição de indenização por danomoral.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: não disponibilização de banheiros e papel higiênico aostrabalhadores da plantação, os quais eram obrigados a fazer suas necessidadesno mato.

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Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 01/10/13Publicado em: 02/10/13DEJT: 1324 /2013

Relator: OSMAIR COUTORO 00425.2012.037.23.00-1

Ementa:RECURSO DO RÉU ASSÉDIO SEXUAL. ART. 216-A DO CÓDIGO PENAL.DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. A legislação penal tipifica como crime o fato deconstranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ouascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. O conjuntoprobatório dos autos autoriza a concluir pela existência do assédio sexual e, porconseguinte, a condenação em indenização por danos morais. RECURSO DAAUTORA E DO RÉU DANO MORAL. ASSÉDIO SEXUAL. VALOR A RBITRADOÀ INDENIZAÇÃO. O quantum devido em decorrência de ofensa ao patrimôniomoral deve ser estimado em observação ao princípio da razoabilidade, semexageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, o elementopedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano na esfera íntimado ofendido e na sua esfera de conhecimento, sem desprezar as particularidadesdo caso concreto. Levando em consideração os critérios mencionados, o valorfixado na sentença, de R$ 12.491,75, não se mostra adequado, principalmente emrazão do potencial econômico do réu e da função pedagógica da condenação.Recurso do réu não provido e recurso da autora parcialmente provido para majoraro valor da indenização para R$ 20.000,00.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: assédio sexual prevalecendo-se o agente da sua condição desuperior hierárquico.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 01/10/13Publicado em: 02/10/13DEJT: 1324/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00053.2013.046.23.00-5

Ementa:RECURSO DO RÉU ASSÉDIO SEXUAL. ART. 216-A DO CÓDIGO PENAL.DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. A legislação penal tipifica como crime o fato de

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constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ouascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. O conjuntoprobatório dos autos autoriza a concluir pela existência do assédio sexual e, porconseguinte, a condenação em indenização por danos morais. RECURSO DAAUTORA E DO RÉU DANO MORAL. ASSÉDIO SEXUAL. VALOR A RBITRADOÀ INDENIZAÇÃO. O quantum devido em decorrência de ofensa ao patrimôniomoral deve ser estimado em observação ao princípio da razoabilidade, semexageros, considerando a capacidade econômica do ofensor, o elementopedagógico da condenação, a extensão e a repercussão do dano na esfera íntimado ofendido e na sua esfera de conhecimento, sem desprezar as particularidadesdo caso concreto. Levando em consideração os critérios mencionados, o valorfixado na sentença, de R$ 12.491,75, não se mostra adequado, principalmente emrazão do potencial econômico do réu e da função pedagógica da condenação.Recurso do réu não provido e recurso da autora parcialmente provido para majoraro valor da indenização para R$ 20.000,00.

Valor do dano moral: R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais).

Natureza do dano: transporte irregular de valores.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 01/10/13Publicado em: 15/10/13DEJT: 1333/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01080.2012.101.23.00-1

Ementa:DANOS MORAIS. MONITORAMENTO DOS VESTIÁRIOS. CÂMERAS DEVIGILÂNCIA. A instalação de câmera filmadora no vestiário, ainda que voltadapara os armários, sob a justificativa de garantia do patrimônio do trabalhador,expõe os empregados, usuários do ambiente, à situação constrangedora ao terque efetuar a troca de roupa nesse contexto, circunstância comprovada nos autos,e suscetível e imputar a ré condenação por dano moral, tendo em vista a violaçãoda intimidade do trabalhador. Nessa esteira, não há falar em autorização sindicalpara o feito, uma vez que esta não prevalece diante da violação da intimidade dotrabalhador, entendimento contrário levaria a sobreposição do patrimônio emdetrimento da dignidade da pessoa humana, o que não se admite, nos termos dosart. 5º, inciso X e art. 1º, inciso III da CF/88 c/c arts. 11 a 21 do CC/2002. Recursoconhecido e não provido.

Valor do dano moral: -.

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Natureza do dano: instalação de câmera filmadora no vestiário expõe osempregados à situação constrangedora ao ter que efetuar a troca de roupa nessecontexto.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 01326.2012.131.23.00-7

Ementa:DANO MORAL. VALOR DA REPARAÇÃO. COMPENSAÇÃO COM SEG URODE VIDA. 1. Não há que se discutir acerca da existência do dano moral, não secogitando a comprovação de prejuízo, pois considerado in re ipsa. Com efeito, ador psicológica sentida pela companheira e pelo filho da vítima, que faleceu emtenra idade, é presumida, de molde que a reparação servirá apenas para amenizaro sofrimento experimentado por esta família. 2. Como inexiste parâmetro legal, afixação do valor da reparação por danos morais deve obedecer a critérios derazoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidadeda culpa e a condição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto deequilíbrio entre a necessidade de compensar o sofrimento sentido e a de produzirum efeito punitivo e pedagógico no ofensor. A fim de evitar enriquecimento ilícitoe, atender aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, reforma-se asentença para minorar o quantum debeatur. 3. O seguro de vida privado pode sercompensado com o valor devido pelo empregador à título de reparação civil, salvose ficar demonstrado que o colaborador acidentado participou do custeio desteseguro, como se deu no caso em tela. Apelo patronal ao qual se dá parcialprovimento.

Valor do dano moral: R$ 100.000,00 (cem mil reais) para cada autor.

Natureza do dano: danos morais sofridos pela viúva e pelo órfão é inafastável,porque os autores estão desobrigados de provar o sofrimento e a angústia quesentiram com a perda de ente querido, sendo o dano presumido.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 01430.2012.131.23.00-1

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Ementa:DANO MORAL DECORRENTE DAS MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO .COMPROVAÇÃO. Tem-se como configurado o dano moral causado pelosofrimento íntimo imposto ao obreiro, decorrente da negligência da reclamada quedescuidou de lhe fornecer as condições dignas de trabalho, descumprindodeterminações legais e normativas que regulam a matéria (NR 24 e 31 do MTE),especialmente diante da ausência de instalações sanitárias apropriadas e emcondições higiênicas de uso, transporte dos trabalhadores em veículos em máscondições, fornecimento de alimentação imprópria para o consumo e água emcondições inadequadas, inclusive transportada em recipiente sujo, o querepresenta agressão à dignidade, à imagem e à intimidade do reclamante, valoresprotegidos constitucionalmente. Presentes, portanto, os requisitos ensejadores dodever de indenizar, nada a reformar. Recurso não provido.

Valor do dano moral: -.

Natureza do dano: ausência de instalações sanitárias adequadas, de águapotável, pelo fornecimento de alimento impróprio para o consumo, bem como pelotransporte inseguro dos trabalhadores.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: MARIA BERENICERO 00018.2012.076.23.00-7

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. PARAMETROS DA IND ENIZAÇÃOPOR DANO MORAL E MATERIAL. Para o surgimento do dever de indenizardecorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados os seguintesrequisitos: a) a ação ou omissão do agente; b) relação de causalidade; c)existência de dano; e d) dolo ou culpa do agente. Provado o nexo concausal entreo dano sofrido pelo empregado e o trabalho prestado na empresa deve esta serresponsabilizada civilmente. Considerando-se que a incapacidade é permanente ede 100% e que a atividade profissional atuou apenas como concausa, dá-separcial provimento ao Recuso Ordinário do Autor para majorar a indenização pordanos materiais e dá-se parcial provimento ao Recurso da Ré apenas paraobservar como redutor para a fixação da indenização o período em que o autortrabalhou readaptado como vigia. Observe-se que o valor arbitrado pelo juiz nãoprecisa necessariamente, guardar correspondência com o valor da pensãomensal. Consideradas as circunstâncias do caso concreto, o valor da

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remuneração, a expectativa de vida do empregado, o grau da lesão, o nexoconcausal e o abatimento dos períodos em que não houve perda remuneratória doautor, fixa-se a indenização por dano material no importe de R$75.000,00 (setentae cinco mil reais), que será pago em parcela única a fim de se evitar a eternizaçãoda lide. 2. No que se refere ao dano moral, tem-se que o valor fixado(R$20.000,00) atende ao seu escopo compensatório e pedagógico, nãomerecendo reforma. 3. Não provadas por meio do laudo pericial médico quais asnecessidades de tratamento do autor, bem como o valor correspondente, mantém-se no particular a sentença que julgou improcedente o pedido de indenização novalor de 1/3 do salário mínimo com gasto de tratamento médico, uma vez que odano material deve ser comprovado, não havendo fixação em face de parâmetrosaleatórios. Recurso do Autor e da Ré parcialmente providos.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: doença degenerativa e trabalho atuou como concausa deincapacidade.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 21/10/13DEJT: 1337/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01692.2011.021.23.00-0

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL CONFIGURADO. AUS ÊNCIA DEBANHEIROS E REFEITÓRIOS. O empregador que deixa de disponibilizarsanitários e refeitórios no ambiente de trabalho, situado no meio rural, submeteseus empregados a situação constrangedora e degradante, violando o princípio dadignidade da pessoa humana, além de afrontar as regras previstas na NR 24 doMinistério do Trabalho. Provada a ausência de sanitários e refeitórios duranteparte do período contratual do Autor, impõe-se responsabilizar a Ré, porém emvalor inferior ao pleiteado na exordial. Dá-se parcial provimento neste tópico.RESPONSABILIDADE CIVIL. DOENÇA DEGENERATIVA. AGRAVA MENTO EMRAZÃO DO TRABALHO. CONCAUSA. DANO MORAL E MATERIAL. Para osurgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civil devemrestar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão do agente; b)relação de causalidade; c) existência de dano; e d) dolo ou culpa do agente.Havendo prova de que, embora a enfermidade do Autor tenha naturezadegenerativa, foi agravada em razão das atividades prestadas para a empresa(concausa estimada em 8%), correta a sentença que condenou a Ré aopagamento de indenização por danos morais de modo proporcional ao grau deculpa e à extensão do dano e por danos materiais na forma de pensionamento

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mensal. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar,além da extensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, o nãoenriquecimento sem causa do empregado, o caráter pedagógico da medida e arazoabilidade do valor. Considerados tais parâmetros pelo Juízo a quo para afixação do valor da indenização por danos morais, mantém-se a sentença Nega-seprovimento neste particular.

Valor do dano moral: R$ 13.000,00 (treze mil reais).

Natureza do dano: falta de sanitários e local apropriado para as refeições;doença ocupacional.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 09/10/13DEJT: 1329/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00567.2009.046.23.00-4

Ementa:DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Na determinação do valorindenizatório por dano moral deve o juiz levar em conta alguns aspectos, taiscomo o grau de culpa do reclamado no evento danoso, a extensão do dano, opatrimônio material da empresa, além de se preocupar em não causar oenriquecimento ilícito do reclamante com indenizações exorbitantes e em nãoarbitrar valores irrisórios, que em nada ressarciriam o ofendido, deixando impuneaquele que deu causa ao dano.

Valor do dano moral: R$ 12.000,00 (doze mil reais).

Natureza do dano: acidente do trabalho que resultou em lesão na região dacoluna lombar com redução da capacidade laborativa em 10%.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 08/10/13Publicado em: 09/10/13DEJT: 1329/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 00679.2012.121.23.00-2

Ementa:

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RESPONSABILIDADE CIVIL. DOENÇA DEGENERATIVA AGRAVAD A PELOEXERCÍCIO DO TRABALHO. CONCAUSA. DANO MORAL. VALORINDENIZATÓRIO. Ainda que a moléstia que acometa o trabalhador seja de cunhodegenerativo, se houver agravamento em virtude do exercício de seu laborpresente estará o nexo entre o mal que o aflige e o dano, na modalidadeconcausal, nos termos do art. 21, I da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e oconsequente dever de indenizar. Na determinação do valor indenizatório por danomoral, deve o juiz levar em conta alguns aspectos, tais como o grau de culpa doempregador no evento danoso, a extensão do dano, o patrimônio material daempresa, além de se preocupar em não causar o enriquecimento ilícito doempregado com indenizações exorbitantes e em não arbitrar valores irrisórios, queem nada ressarciriam ao ofendido, deixando impune o empregador que deu causaao dano. No caso, não obstante ter restado configurado o nexo concausal entre olabor da obreira e a doença que a aflige, a indenização arbitrada é razoável pararessarcir o dano sofrido, razão pela qual mantém-se a sentença que fixou acondenação em R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: doença com natureza degenerativa cujo labor contribuiu parao agravamento da mesma

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 08/10/13Publicado em: 09/10/13DEJT: 1329/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 00732.2012.041.23.00-1

Ementa:INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO.Considerando que as provas dos autos demonstraram que, por um período deaproximadamente 45 dias, foi fornecido ao autor uniforme úmido, causandodesconforto e risco de contrair doença diante das baixas temperaturas do setor dadesossa, bem como diante da situação ofensiva a que foi submetido pela limitaçãoe inibição ao uso dos banheiros, inclusive com ofensas do encarregado e, por fim,considerando que o autor laborou em ambiente que apresentava risco grave eiminente à sua saúde e segurança, tendo sido objeto de interdição pelo Ministériodo Trabalho, merece reforma a sentença para condenar a reclamada aopagamento de indenização por danos morais, diante da responsabilidadeassumida como empresa sucessora, nos termos dos artigos 10 e 448 da CLT.Fixa-se o quantum indenizatório no importe de R$ 6.000,00, posto que apresentacaráter punitivo e pedagógico, sem importar em enriquecimento ilícito do

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reclamante, além de estar em consonância com os demais precedentes destaCorte. Recurso obreiro parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Natureza do dano: fornecimento de uniforme úmido, causador de desconforto erisco de contrair doença; limitação e inibição ao uso de banheiros; e ambiente detrabalho com risco grave e iminente à saúde e segurança dos obreiros.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: JOÃO CARLOSRedator: BEATRIZ THEODORORO 01598.2011.007.23.00-4

Ementa:RECURSO DO MPT AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLI CO DOTRABALHO. DANO MORAL COLETIVO. DESCUMPRIMENTO DEDISPOSITIVOS LEGAIS E NORMATIVOS QUE TUTELAM A SAÚD E ESEGURANÇA DO TRABALHO. OCORRÊNCIA. Para a ocorrência de danos avalores fundamentais para a organização social e o bem comum, exige-se, naverdade, que a lesão seja injusta e intolerável, extrapolando a esfera dosofendidos para alcançar toda a coletividade, o que se verifica in casu. No quetange ao pedido de indenização por dano moral coletivo, tendo em vista queevidenciado o descumprimento de dispositivos legais e normativos que tutelam asaúde e segurança do trabalhador, conforme prova documental acostada aosautos, é devida a indenização pleiteada pelo MPT. Registre-se que ainobservância dos dispositivos que tutelam esses direitos não se trata de merodescumprimento de normas que causam transtornos a apenas algunsempregados, mas sim afetam a toda a coletividade, na medida em que seudescumprimento pode acarretar acidentes de trabalho, inclusive fatais, causandotranstornos e prejuízos de ordem moral coletiva.' QUANTUM INDENIZATÓRIO. Adespeito da empresa envolvida possuir sólida capacidade econômica tenho que seafigura razoável a fixação de indenização a título de compensação por danosmorais coletivos em valor inferior ao pleiteado na exordial, mormente porque aextensão do dano é apenas local. Recurso conhecido e parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

Natureza do dano: descumprimento de dispositivos legais e normativos quetutelam a saúde e segurança do trabalhador.

Page 93: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 02/10/13Publicado em: 21/10/13DEJT: 1337/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 01214.2012.004.23.00-5

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NÃO PAGAMENTO DE SALÁ RIOS.CONFIGURAÇÃO. DANO PRESUMIDO. ARTS. 186 E 927 DO CC . O ônus daprova do pagamento dos salários pertence ao reclamado por ter aptidão para aprova. Restando claro nos autos o inadimplemento dos salários presentes, pois,os requisitos caracterizadores da responsabilidade civil subjetiva, quais sejam, oato ou omissão ilícitos, o resultado lesivo, e nexo de causalidade entre oato/omissão e o resultado. Inteligência dos arts. 186 e 927 do Código Civil. O danoé presumido, tendo em vista, dentre outros, a natureza alimentar do salário, suaimprescindibilidade para manutenção das necessidades básicas do trabalhador, ea violação da dignidade da pessoa humana sendo devida a reparação por danomoral. Mantém-se a sentença que deferiu ao Autor o valor de R$10.000,00 (dezmil reais) em face da retenção dolosa do salário por cinco meses. Precedente doTST: RR - 74200-06.2009.5.04.0202, Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing,data de Julgamento: 09/05/2012, 4ª Turma, Data de Publicação: 11/05/2012.Recurso improvido.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: dano presumido em caso de reclamante ter seus saláriosretidos (sem pagamento) por 5 meses.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 08/10/13Publicado em: 09/10/13DEJT: 1329/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORedator: JOÃO CARLOSRO 01297.2012.026.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. AUSÊNCIA DE SANITÁRIOS NO LOCAL DE TRAB ALHO.TRABALHADOR RURAL. Comprovado que a empregadora não dispunha debanheiro destinado à utilização por seus empregados que se ativavam no campo,ainda que em apenas parte do lapso contratual, tem-se configurada a ofensa

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moral. QUANTUM DEBEATUR. Como não existe parâmetro legal, a fixação dovalor da reparação do dano moral deve obedecer critérios de razoabilidade eproporcionalidade em relação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e acondição financeira do réu. Há que se buscar sempre um ponto de equilíbrio entrea necessidade de compensar a vítima pelo sofrimento sentido e a de produzir umefeito punitivo e pedagógico no ofensor. Diante dos contornos específicos dosautos e dos patamares fixados em precedentes julgados por esta Corte, érazoável e atende ao princípio da vedação do enriquecimento ilícito o quantumdebeatur estabelecido na sentença. Negado provimento a ambos os apelos.

Valor do dano moral: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Natureza do dano: instalações sanitárias só foram feitas após o fim do contrato, eque somente a partir de 2010 é que foram disponibilizados locais adequados pararefeições e regularizado o fornecimento de água potável.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 18/09/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 00620.2012.046.23.00-2

Ementa:DANO MORAL. MORA SALARIAL. OCORRÊNCIA. O dano moral não seconfunde nem se resume à dor, angústia, sofrimento ou qualquer outraconsequência negativa porventura advinda do ato antijurídico, que são merosefeitos psíquicos produzidos em relação à vítima, e não a lesão imaterialpropriamente dita. Assim, basta que ocorra violação a um direito da personalidade,a exemplo da dignidade humana, para que seja produzido o dano moral,independentemente de prova do consequente abalo emocional. Na hipótese deatraso salarial, não é possível ao trabalhador sobreviver sem a disponibilização dosalário em intervalos regulares, mormente o mais humilde, que não tem cartão decrédito, cheque especial ou qualquer outra alternativa para arcar com as despesasindispensáveis à subsistência, até por isso a legislação contém vários dispositivosendereçados à proteção do salário e, mais especificamente, à garantia daperiodicidade e pontualidade do seu pagamento, a exemplo da proibição deestipulação por período superior a um mês, bem assim do prazo limite depagamento até o quinto dia após o vencimento, tudo isso para inibir a exposiçãodo trabalhador à privação prolongada dessa sua única fonte de subsistência.Assim, é absolutamente desnecessária a produção de prova do dano moraldecorrente do não pagamento do salário no prazo legal, porque a violação do

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direito da personalidade concretiza-se automaticamente com a privação dessemeio indispensável à subsistência do trabalhador (salário), independentemente dequalquer outra consequência secundária em sua vida. Caracterizada a morasalarial no caso, faz jus, a autora, à indenização pelo dano moral experimentado.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: absoluta imprescindibilidade do pagamento regular do salárioà sobrevivência digna do trabalhador, importando seu atraso em violação àgarantia constitucional da dignidade humana.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 07/10/13DEJT: 1327/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 01731.2011.022.23.00-5

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. DANO MORAL E DANO ESTÉTICO. V ALOR DAINDENIZAÇÃO. Inexistem parâmetros objetivos para fixação da indenização pordano moral, porquanto é considerado incomensurável. Assim, para sua fixaçãodevem ser considerados a situação econômica do ofendido e do ofensor, agravidade do ato e a repercussão da ofensa, a posição social do ofendido, aintensidade do ânimo de ofender, a culpa ou dolo. Neste contexto, entendorazoável a fixação do valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinto mil reais) a título deindenização por dano moral e a mesma quantia a título de dano estético. Apelopatronal a que se nega provimento.

Valor do dano moral: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Natureza do dano: função de vigilante armado e que ao abrir o portão foisurpreendido por um assaltante, que lhe alvejou com cinco disparos de arma defogo.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 04/10/13DEJT: 1326/2013

Relator: ROBERTO BENATARRedator: OSMAIR COUTORO 01561.2012.131.23.00-9

Page 96: Jurisprudência Dano Moral Justiça Trabalho

Ementa:DANO MORAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES . O direito àindenização por dano moral pressupõe a comprovação da conduta culposa doempregador, do dano ao empregado e do nexo causal entre o ato do empregadore o prejuízo sofrido. Na hipótese, a prova demonstra que a higienização dasinstalações sanitárias era precária, restando demonstrado o ato ilícito daempregadora, sendo imperioso manter a sentença que a condenou ao pagamentode indenização por danos morais.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: trabalho em condições degradantes, pois os banheiros nãoestavam em condições adequadas (higienização) para serem utilizados.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 15/10/13DEJT: 1333/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 00609.2012.046.23.00-2

Ementa:DANO MORAL. MORA SALARIAL. OCORRÊNCIA. O dano moral não seconfunde nem se resume à dor, angústia, sofrimento ou qualquer outraconsequência negativa porventura advinda do ato antijurídico, que são merosefeitos psíquicos produzidos em relação à vítima, e não a lesão imaterialpropriamente dita. Assim, basta que ocorra violação a um direito da personalidade,a exemplo da dignidade humana, para que seja produzido o dano moral,independentemente de prova do consequente abalo emocional. Na hipótese deatraso salarial, não é possível ao trabalhador sobreviver sem a disponibilização dosalário em intervalos regulares, mormente o mais humilde, que não tem cartão decrédito, cheque especial ou qualquer outra alternativa para arcar com as despesasindispensáveis à subsistência, até por isso a legislação contém vários dispositivosendereçados à proteção do salário e, mais especificamente, à garantia daperiodicidade e pontualidade do seu pagamento, a exemplo da proibição deestipulação por período superior a um mês, bem assim do prazo limite depagamento até o quinto dia após o vencimento, tudo isso para inibir a exposiçãodo trabalhador à privação prolongada dessa sua única fonte de subsistência.Assim, é absolutamente desnecessária a produção de prova do dano moraldecorrente do não pagamento do salário no prazo legal, porque a violação dodireito da personalidade concretiza-se automaticamente com a privação dessemeio indispensável à subsistência do trabalhador (salário), independentemente de

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qualquer outra consequência secundária em sua vida. Caracterizada a morasalarial no caso, faz jus, a autora, à indenização pelo dano moral experimentado.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: absoluta imprescindibilidade do pagamento regular do salárioà sobrevivência digna do trabalhador, importando seu atraso em violação àgarantia constitucional da dignidade humana.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 07/10/13DEJT: 1327/2013

Relator: ELINEY VELOSORedator: ROBERTO BENATARRO 00617.2012.046.23.00-9

Ementa:DANO MORAL. MORA SALARIAL. OCORRÊNCIA. O dano moral não seconfunde nem se resume à dor, angústia, sofrimento ou qualquer outraconsequência negativa porventura advinda do ato antijurídico, que são merosefeitos psíquicos produzidos em relação à vítima, e não a lesão imaterialpropriamente dita. Assim, basta que ocorra violação a um direito da personalidade,a exemplo da dignidade humana, para que seja produzido o dano moral,independentemente de prova do consequente abalo emocional. Na hipótese deatraso salarial, não é possível ao trabalhador sobreviver sem a disponibilização dosalário em intervalos regulares, mormente o mais humilde, que não tem cartão decrédito, cheque especial ou qualquer outra alternativa para arcar com as despesasindispensáveis à subsistência, até por isso a legislação contém vários dispositivosendereçados à proteção do salário e, mais especificamente, à garantia daperiodicidade e pontualidade do seu pagamento, a exemplo da proibição deestipulação por período superior a um mês, bem assim do prazo limite depagamento até o quinto dia após o vencimento, tudo isso para inibir a exposiçãodo trabalhador à privação prolongada dessa sua única fonte de subsistência.Assim, é absolutamente desnecessária a produção de prova do dano moraldecorrente do não pagamento do salário no prazo legal, porque a violação dodireito da personalidade concretiza-se automaticamente com a privação dessemeio indispensável à subsistência do trabalhador (salário), independentemente dequalquer outra consequência secundária em sua vida. Caracterizada a morasalarial no caso, faz jus, a autora, à indenização pelo dano moral experimentado.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

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Natureza do dano: absoluta imprescindibilidade do pagamento regular do salárioà sobrevivência digna do trabalhador, importando seu atraso em violação àgarantia constitucional da dignidade humana.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 24/09/13Publicado em: 07/10/13DEJT: 1327/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01436.2012.101.23.00-7

Ementa:DANO MORAL. CÂMERAS INSTALADAS NO VESTIÁRIO. MALFER IMENTODOS DIREITOS À PRIVACIDADE E INTIMIDADE DO EMPREGAD O.INDENIZAÇÃO DEVIDA. É cediço que o dever de indenizar decorre da conjunçãodos requisitos ato ilícito, nexo de causalidade e dano. A instalação de câmeras desegurança nos vestiários dos empregados constitui nítida violação do direito àintimidade do trabalhador que esteve exposto ao constrangimento de ser filmadoem ambiente de que exige privacidade. A ilicitude do ato é portanto clara em faceda invasão à intimidade dos empregados. Nega-se provimento ao Recurso da Réque pretendia fosse extirpada da condenação a indenização por danos morais edá-se parcial provimento ao Recurso do empregado para majorar a condenaçãopara R$4.000,00.

Valor do dano moral: R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Natureza do dano: instalação de câmeras em vestiário.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: MARIA BERENICERO 01592.2012.131.23.00-0

Ementa:DANO MORAL. CONDIÇÕES PRECÁRIAS NO AMBIENTE DE TRAB ALHO.INADEQUAÇÃO DO LOCAL DE REFEIÇÕES. O empregador que disponibilizarefeitórios inadequados no ambiente de trabalho submete seus empregados asituação constrangedora e degradante, violando o princípio da dignidade dapessoa humana. Na espécie, a omissão patronal caracteriza clara ofensa àdignidade do Autor, vez que lhe restou imposta a prática de atos que importaram

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em violação de sua intimidade e manifesto prejuízo à sua saúde. Considerando-se, todavia, a gravidade do ato praticado pela empregadora, bem como caráterpedagógico que deve se revestir a punição, tenho como razoável e proporcional ovalor arbitrado na sentença (R$ 2.000,00) a título de dano moral, razão pela qualse mantém incólume a decisão de primeiro grau. Recurso ao qual se negaprovimento neste item.

Valor do dano moral: R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Natureza do dano: omissão da empregadora no dever de propiciar aosempregados local adequado à alimentação.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 03/10/13DEJT: 1325/2013

Relator: MARIA BERENICERedator: BEATRIZ THEODORORO 00716.2012.091.23.00-5

Ementa:RESPONSABILIDADE CIVIL. DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO CO NCAUSAL.DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. REDUÇÃO DO QUANTUM DEBEAT UR.Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civildevem restar caracterizados os seguintes requisitos: ação ou omissão do agente;relação de causalidade; existência de dano e dolo ou culpa do agente. Para afixação do quantum debeatur, deve-se considerar a intensidade da ofensa sofrida,o tempo que durou a agressão, o potencial econômico da empresa, o nãoenriquecimento sem causa do empregado, bem como o caráter pedagógico damedida. Provado, por meio do laudo pericial, que as condições de trabalhoatuaram como concausa para o agravamento da doença de cunho degenerativodo Autor, que este se encontra incapacitado para o labor de forma parcial edefinitiva e que a Ré atuou com culpa para tanto, resta caracterizado o dever deindenizar, nos moldes da responsabilidade civil subjetiva. Sopesando oselementos necessários para a quantificação do dano moral e que a conduta daempregadora atuou apenas como concausa para a lesão do empregado, reduz-seo valor da indenização por danos morais fixada na sentença. Dá-se parcialprovimento no particular.

Valor do dano moral: R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Natureza do dano: condições do labor atuaram como concausa para oagravamento da doença degenerativa do Autor, qual seja, hérnia de disco lombar,porquanto o empregado estava sujeito a jornada de trabalho extenuante, dormia

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no próprio caminhão, além de ter sofrido acidente de trabalho que resultou emredução de sua capacidade laborativa em 60% de forma parcial e definitiva.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 18/10/13DEJT: 1336/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 00726.2012.071.23.00-6

Ementa:1. DOENÇA DO TRABALHO. CORTADOR DE CANA DE AÇÚCAR.RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. 2. DANOS MATERIAIS. QUA NTUM.TERMO FINAL. PRESTAÇÕES MENSAIS. CONSTITUIÇÃO DE CA PITAL. 3.DANOS MORAIS. QUANTUM. 1. Para a condenação do agente causador dodano acidentário, via de regra, devem ficar provados nos autos três requisitos,quais sejam: os danos advindos do acidente ou da moléstia; o nexo causal entre odano e a atividade laborativa e; por fim, a culpa do empregador, prevalecendo noDireito do Trabalho como regra geral a aplicação da teoria da responsabilidadecivil subjetiva, em face do que dispõe o inciso XXVIII do art. 7º da CF/88. Nahipótese dos autos é incontroverso que o autor exercia a função de rurícola,desempenhando atividades de capina, plantio e corte de cana-de-açúcar. Talatividade, por si só, não caracteriza atividade de risco, razão pela qual deve seraplicada à lide a teoria da responsabilidade civil subjetiva, que exige ademonstração da conduta culposa do empregador. In casu, o dano, a culpa doempregador e o nexo, mesmo em forma de concausa, foram suficientementedemonstrados, revelando, assim, a obrigação da ré de proceder à reparação dosdanos suportados pelo autor, decorrentes da doença ocupacional noticiada. 2. Oart. 950 do Código Civil dispõe que a pensão mensal corresponderá à importânciado trabalho para a qual a vítima se inabilitou, ou à depreciação que sofreu, mas háque se considerar a concausa reconhecida pelo perito, de modo que a pensãomensal a ser paga ao vindicante deve ser limitada ao equivalente a 29,41% de suaremuneração. Ademais, pelo princípio da reparação integral, não há falar nafixação do marco final do pensionamento em 65 anos, porquanto na velhice é queo vindicante estará mais vulnerável e suscetível às mazelas oriundas do ato ilícitoperpetrado pela parte ré. Além disso, a fixação de indenização por danos materiaisdecorrentes de acidente do trabalho em parcela única mostra-se temerária, porqueé real a possibilidade de que circunstâncias, até mesmo alheias à vontade davítima, conduzam o emprego da importância da reparação em outra finalidade,que não o sustento do trabalhador, considerando o caráter alimentar da parcela.Por outro lado, é imperiosa a determinação de constituição de capital, a fim degarantir o cumprimento da obrigação. 3. Nas hipóteses de acidente de trabalho oudoença ocupacional, basta que o colaborador sofra uma agressão pontual em suasaúde para ficar caracterizado o direito à reparação moral. O dano é presumido,

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dispensa prova. Como não existe parâmetro legal, a fixação da reparação para odano moral deve obedecer a critérios de razoabilidade e proporcionalidade emrelação à gravidade do dano, a intensidade da culpa e a condição financeira doréu. Considerando-se tais parâmetros, a reparação por danos morais deve serreduzida. Recurso da ré parcialmente provido.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: culpa do empregador, em forma de concausa, em doençaocupacional que resultou em incapacidade parcial e permanente de 34%.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 25/09/13Publicado em: 11/10/13DEJT: 1331/2013

Relator: ROBERTO BENATARRO 0000538-79.2012.5.23.0006

Ementa:VIGILANTE. ATIVIDADE DE RISCO. RESPONSABILIDADE OBJ ETIVA. Quandoa atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco paraos direitos de outrem (parágrafo único do artigo 927 do Código Civil), torna-sedesnecessária a comprovação da culpa, visto que, nesse caso, aplica-se a teoriado risco, sendo o empregador responsabilizado de forma objetiva. Na hipótese,verifica- se com nitidez a presença do risco criado, hábil a justificar a adoção daresponsabilidade objetiva, valendo dizer que a atividade de vigilância patrimonialexercida pelo autor o expõe a um perigo muito maior do que aquele que a maiorparte da coletividade está sujeita, abrindo espaço para uma maior probabilidadede acidentes de trabalho.

Valor do dano moral: R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Natureza do dano: atividade de risco (vigilância) – em razão de acidente detrabalho (tiros na área toráxica e joelho esquerdo), sofreu sequelas físicaspermanentes: atelectasia na base anterior do pulmão, o que impede a ventilaçãoem tal região, ocasionando dispnéia e dor toráxica, bem assim lesão no joelhoesquerdo, o que dificulta a sua permanência em pé por longo tempo.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 08/11/13Publicado em: 11/11/13DEJT: 1349/2013

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Relator: MARIA BERENICERO 0000253-83.2012.5.23.0007

Ementa:DANOS MORAIS. ATRASO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS E DA SVERBAS RESCISÓRIAS. REVELIA. O não comparecimento do empregador àaudiência importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de fatoconsoante artigo 844 da CLT, sendo que a ausência de defesa importa empresunção de veracidade dos fatos afirmados na inicial, nos termos do artigo 319do CPC. Na hipótese, em razão da aplicação dos efeitos da revelia e da confissãoforam elevadas à condição de verdade processual as afirmações do Autor de queo atraso no pagamento de salários o impediu de cumprir suas obrigaçõesfinanceiras perante terceiros e abalou sua honra e seu nome. Em razão disso,impõe-se a reforma da sentença para condenar as Rés ao pagamento deindenização por danos morais, observando-se, para a fixação do quantum, os finsalmejados pelas regras de responsabilidade civil. Dá-se parcial provimento, nesteitem.

Valor do dano moral: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

Natureza do dano: não pagamento das verbas rescisórias e os dois últimosmeses trabalhados.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 14/11/13Publicado em: 19/11/13DEJT: 1354/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 0000112-82.2012.5.23.0001

Ementa:DOENÇA DEGENERATIVA. NEXO CONCAUSAL. Comprovado por meio dolaudo pericial que as atividades laborais exercidas atuaram como concausapara o surgimento/agravamento da doença (hérnia discal) de que o Autor éportador, fica evidenciada a responsabilidade civil da Reclamada, emergindo, porconseguinte, o dever de reparar o respectivo dano. Recurso a que se dáprovimento, no particular.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: doença desenvolvida pelo Autor em razão da atividade laboraldesenvolvida causou-lhe incapacidade parcial e definitiva para a função demotorista entregador, a qual foi estimada pelo perito em 10%.

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Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 29/10/13Publicado em: 19/11/13DEJT: 1354/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 0000795-44.2011.5.23.0005

Ementa:DANO MORAL. QUADRO ALÉRGICO. NEXO CONCAUSAL. INDENI ZAÇÃODEVIDA. As alergias em geral são doenças imunológicas de causa genética e quenão são previsíveis até a primeira ocorrência não se cogitando de culpaempresarial nesses casos. Contudo, tendo a Ré sido comunicada pela Obreiracom alguns meses de antecedência em relação ao segundo quadro alérgico,competia à empresa diligenciar no sentido de investigar acerca da causa efetivada doença adotando providências que efetivamente impedissem a trabalhadora deter sido vítima do próprio corpo. Afinal, esse dever de proteger a incolumidade dotrabalhador é uma obrigação acessória do contrato de trabalho, prevista,sobretudo nos termos do invocado art. 157 da CLT e em consequência de que apessoa humana é posta em risco em favor do enriquecimento da pessoa jurídica.Nesse contexto, provada a omissão patronal emerge cristalina a responsabilizaçãocivil. Diante do contexto fático-probatório, defere-se indenização por danos moraisno importe de R$ 5.000,00(cinco mil reais), o equivalente a três vezes aremuneração da trabalhadora.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: culpa da Recorrida no desencadeamento da alergia após oretorno da Autora ao trabalho; empresa não logrou êxito em demonstrar quefornecia luvas anti-alérgicas à Obreira.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 12/11/13Publicado em: 19/11/13DEJT: 1354/2013

Relator: ELINEY VELOSORO 0001055-90.2012.5.23.0004

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DO TRANSPORTEIRREGULAR DE VALORES. O transporte de valores, quando não efetuado porempresas especializadas, deve ser efetuado por empregado devidamentecapacitado para tanto. No caso dos autos ficou evidenciado que o Autor

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transportava altas quantias, em dinheiro e cheque, em decorrência de suaatividade laboral, sem que estivesse capacitado para tal tarefa. Assim, otransporte de numerário imposto pela Reclamada configurou ato ilícito e colocouem risco a integridade do Reclamante, impondo-lhe violência psicológica e ferindo-o em seu patrimônio moral, emergindo o direito à reparação por danoextrapatrimonial. Dou provimento.

Valor do dano moral: R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Natureza do dano: Autor transportava altas quantias, em dinheiro e cheque, emdecorrência de sua atividade laboral, sem que tenha restado demonstrado que aRé tomou providências para sua capacitação, ou mesmo que tenha a Demandadafornecido meios para que o transporte de valores fosse efetuado por empresaespecializada.

Órgão julgador: 1ª TurmaJulgado em: 29/10/13Publicado em: 22/11/13DEJT: 1357/2013

Relator: EDSON BUENO DE SOUZARO 0000289-49.2013.5.23.0021

Ementa:TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. COMPENSAÇÃO DO DAN OMORAL. EMPRESA DIVERSA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. A PLICAÇÃOANALÓGICA. ATIVIDADE EXERCIDA QUE EXPÕE O TRABALHAD OR ARISCO ACENTUADO. CARACTERIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADEOBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. Conforme dispõe o art. 3º da Lei n.7.102, de 1983, o transporte de valores, quando não realizado por empresaespecializada, deve sê-lo por empregado devidamente capacitado para tal fim. Nahipótese em que o transporte é feito sem a observância desse disciplinamento, asituação por si só conduz à configuração de dano moral, ante a insegurança narealização dessa atividade. No caso concreto, há que se reconhecer que aempresa reclamada agiu desconforme esse direcionamento ao determinar otransporte de valores pelo reclamante, sem treinamento, expondo-o a perigo muitosuperior aos demais membros da coletividade, em face da ausência decumprimento das formalidades legais e materiais catalogadas na referida Lei, asquais visam dar ao empregado segurança no desenvolvimento desse mister,devendo, assim, indenizá-lo pelo dano imaterial sofrido, por tratar a hipótese deresponsabilidade objetiva, conforme artigo 927, parágrafo único, do Código Civil.Ademais, a atividade que expõe o trabalhador a perigo constante de sofrerviolência física deve ser enquadrada como de risco acentuado, tal qual se inovoua legislação ao entrar em vigor a Lei n. 12.740, de 2012, que deu nova redação aoinciso II do artigo 193 da CLT, normatizando que estar afeito a roubos e outras

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espécies de violência física caracteriza a atividade como de risco acentuado.Sendo, destarte, indiferente à configuração da responsabilidade a quantia quepermanecia na posse do empregado, pois a situação por si só configura risco àsegurança física e psicológica do trabalhador, devendo a reclamada arcar com odano moral causado.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Natureza do dano: reconhecimento da existência de salário "por fora".

Órgão julgador: 1ª Turma Julgado em:Publicado em: 27/11/2013 PJe

Relator: EDSON BUENO DE SOUZARO 0000068-02.2013.5.23.0107

Ementa:CÂMERAS DE VÍDEO EM VESTIÁRIO. EXPOSIÇÃO DA INTIMID ADE. DANOMORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A teor do inciso III doartigo 1º da Constituição da República, a dignidade da pessoa humana é um dosfundamentos do Estado Democrático de Direito, inspirando não apenas a atividadelegislativa, como também a atuação do Poder Judiciário. O respeito à dignidade dapessoa humana impõe-se por força das eficácias horizontal e vertical dos direitosfundamentais e é realçado por diversos dispositivos da Carta Magna, tais como osartigos 170, 227 e 230, o que implica no dever de sua inviolabilidade, sob pena deindenização por dano moral, cuja reparação está assentada constitucionalmentenos incisos V e X do artigo 5º da Carta Magna. Assim, a instalação de câmeras devídeos nos vestiários, possibilitando a filmagem dos empregados enquanto trocamde roupa, ofende os direitos constitucionalmente garantidos de privacidade eintimidade da pessoa, causando dano moral, independentemente do objetivoalmejado ou do meio instrumental que a autorizou.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: ato ilícito violador da intimidade dos empregados.

Órgão julgador: 1ª Turma PJeJulgado em:Publicado em: 08/11/2013

Relator: OSMAIR COUTORO 0000594-30.2012.5.23.0001

Ementa:

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QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANO MORAL. MORTE DO TRABALH ADOR.VIGILANTE. PRECEDENTES. As condições financeiras das partes, o nível socialdestas, o abalo emocional que a vítima suportou, o grau de intensidade da culpa,a repercussão negativa da conduta censurada, bem como os precedentes em quese apreciaram casos análogos, tudo a fim de compensar a vítima sem propiciar oenriquecimento sem causa, são os parâmetros essenciais para a fixação doquantum indenizatório. Arbitra-se a indenização no importe de R$ 200.000,00(duzentos mil reais).

Valor do dano moral: R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).

Natureza do dano: natureza objetiva do empregador em caso de acidente queacarreta em morte do empregado quando inerente o risco à atividadedesenvolvida pelo mesmo.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 10/12/13Publicado em: 12/12/13DEJT: 1371/2013

Relator: EDSON BUENO DE SOUZARO 0002110-79.2013.5.23.0121

Ementa:CÂMERAS DE VÍDEO EM VESTIÁRIO. EXPOSIÇÃO DA INTIMID ADE. DANOMORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A teor do inciso III doartigo 1º da Constituição da República, a dignidade da pessoa humana é um dosfundamentos do Estado Democrático de Direito, inspirando não apenas a atividadelegislativa, como também a atuação do Poder Judiciário. O respeito à dignidade dapessoa humana impõe-se por força das eficácias horizontal e vertical dos direitosfundamentais e é realçado por diversos dispositivos da Carta Magna, tais como osartigos 170, 227 e 230, o que implica no dever de sua inviolabilidade, sob pena deindenização por dano moral, cuja reparação está assentada constitucionalmentenos incisos V e X do artigo 5º da Carta Magna. Assim, a instalação de câmeras devídeos nos vestiários, possibilitando a filmagem dos empregados enquanto trocamde roupa, ofende os direitos constitucionalmente garantidos de privacidade eintimidade da pessoa, causando dano moral, independentemente do objetivoalmejado ou do meio instrumental que a autorizou.

Valor do dano moral: R$ 3.000,00 (três mil reais).

Natureza do dano: existência de câmeras no vestiário masculino e a sujeição dosempregados às filmagens, inclusive quando trocavam de uniforme, em flagranteofensa ao direito de intimidade e de privacidade.

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Órgão julgador: 1ª Turma - PJeJulgado em:Publicado em: 13/11/2013

Relator: BEATRIZ THEODORORO 0000749-55.2011.5.23.0005

Ementa:DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. O dano moral está vinculado àhonra do indivíduo, não atinge seu patrimônio em si, mas sua dignidade,reputação, integridade física e estética. Para o surgimento do dever de indenizardecorrente da responsabilização civil devem restar caracterizados a ação ouomissão do agente; a relação de causalidade; a existência de dano; e o dolo ouculpa do agente. Provado que a Autora foi submetida situação humilhante ao serdispensada na presença de outros empregados, fica o agente obrigado a reparar odano, nos termos do artigo 927 do CC, indenizando a empregada pelo sofridocomo forma de compensação. Para o arbitramento do quantum debeatur deve-se,contudo, considerar, além da extensão do dano, a capacidade econômica doofensor, os antecedentes do agente, o não enriquecimento sem causa da Autora,o caráter pedagógico da medida e a razoabilidade do valor. Observados taisrequisitos pelo Juízo a quo mantém-se a condenação. Nega-se provimento aosRecursos no particular.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: autora foi alvo de arbitrariedade cometidas por prepostos daempresa, dentre eles o fato de ter sido dispensada na presença de outrosempregados; ter sido constrangida pela preposta que lhe alterou a voz e leu napresença de outro empregado reclamação postada no site da empresamencionando a Autora e também por manter na empresa a empregadaresponsável pela emissão irregular de certificados.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/12/13Publicado em: 13/12/13DEJT: 1372/2013

Relator: MARIA BERENICERO 0000566-50.2012.5.23.0005

Ementa:ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAL.CONFIGURAÇÃO. O dano moral está vinculado à honra do indivíduo, não atingeseu patrimônio em si, mas sua dignidade, reputação, integridade física e estética.

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Para o surgimento do dever de indenizar decorrente da responsabilização civildevem restar caracterizados os seguintes requisitos: a) a ação ou omissão doagente; b) relação de causalidade; c) existência de dano; e d) dolo ou culpa doagente. A omissão patronal, no que concerne ao dever de zelar pela saúde eintegridade física do empregado, implica culpa pelo evento danoso, caracterizandoo ato ilícito, em face da desobediência ao disposto no art. 157 da CLT. Para oarbitramento do quantum debeatur deve-se, contudo, considerar, além daextensão do dano, a capacidade econômica do ofensor, os antecedentes doagente, o não enriquecimento sem causa do Autor, o caráter pedagógico damedida, a razoabilidade do valor, considerando tais parâmetros, fixa-se o valor daindenização por danos morais em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Recurso ao qualse dá parcial provimento neste tópico. Recurso da Ré ao qual se dá provimento eRecurso do Autor ao qual se dá parcial provimento.

Valor do dano moral: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Natureza do dano: o Autor foi contratado para exercer a função de agente desaneamento e estava exercendo suas atividades de manutenção de tratamento deesgoto em uma lagoa ocasião em que escorregou, caiu, bateu o braço direito nosolo ocorrendo a luxação do seu ombro.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 11/12/13Publicado em: 13/12/13DEJT: 1372/2013

Relator: JOÃO CARLOSRO 0153100-59.2010.5.23.0001

Ementa:INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. QUANTUM. Relativamente ao valor daindenização, na lei, não há tarifação para a grande maioria dos casos de ofensa àhonra, aos direitos da personalidade e à integridade física da pessoa, eis que onosso país adota o sistema aberto. Assim, compete ao juiz arbitrar com prudênciao valor da indenização por dano moral/estético, utilizando-se do princípio darazoabilidade, sem perder de vista que referida indenização não visa a umressarcimento, mas a uma compensação pelo sofrimento experimentado. Diantede tais fatores, especialmente o fato de que não há incapacidade para o trabalho,razoável se mostra o valor fixado em primeiro grau, no importe de R$ 10.000,00,uma vez que apresenta caráter punitivo e pedagógico, sem importar emenriquecimento ilícito do autor. Recurso não provido.

Valor do dano moral: R$ 10.000,00 (dez mil reais).

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Natureza do dano: acidente do trabalho que resultou em lesões no braço direito ecoluna.

Órgão julgador: 2ª TurmaJulgado em: 12/12/13Publicado em: 16/12/13DEJT: 1373/2013