dano moral e material. a fazer

EXCELENTSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CVEL DA COMARCA DE SANTA MARIA - RS

PAULO SERGIO BARCELLOS PFEIFER JUNIOR, brasileiro, solteiro, estudante universitrio, residente e domiciliada na Rua Travessa Mendes Junior, n 77, apto. 101, Bairro: centro, nesta cidade de Santa Maria RS, vem, mui respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, por intermdio de seus advogados constitudos, apresentar:

AO INDENIZATRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAISEm face de TIAGO BORTOLUZZI TEIXEIRA , junto a solteiro,

brasileiro, solteiro, residente e domiciliado BORTOLUZZI CONRADO, brasileiro,

Rua 28 setembro, casa 21, Bairro Patronato; FRANK professor de educao fsica, residente e domiciliado junto a Rua Dom Pedro I, n 463, Bairro Medianeira e DIOGO ROSO PINHEIRO DE VARGAS, brasileiro, solteiro, comercirio, residente e domiciliado junto a Rua das Orqudeas, n 633, Bairro Centro, todos nesta Cidade de Santa Maria RS, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:

Rua Euclides da Cunha, 1985, Dores, Santa Maria, RS - CEP: 97090-000 Fones: (55) 3025-6100 (55) 8126-5991 [email protected]

1. DOS FATOS: O autor PAULO JUNIOR foi alvo de graves agresses fsicas quando saia de uma boate, em Santa Maria. Na oportunidade, os rus perpetraram socos no rosto do requerente, bem como, pontaps enquanto se encontrava no cho, lesionando-o gravemente e, inclusive, quebrando-lhe dois dentes.

O fato ocorreu no interior da Boate Absinto Hall, localizado no Monet Plaza Shopping, junto Avenida Fernando Ferrari, n 1483, Santa Maria-RS. Em seguida, os requeridos foram expulsos do estabelecimento, mas ficaram no estacionamento, de tocaia, esperando o requerente para continuar a agresso. Em sntese, o crime ocorreu da seguinte forma: o demandante estava na boate, quando encontrou DIOGO R. P. VARGAS, que lhe perseguia h tempos com o intuito de lhe prejudicar, sem qualquer motivo. Nesse instante, DIOGO e TIAGO B. TEIXEIRA passaram pelo demandante e lhe desferiram encontres. Aps isto, FRANK BORTULUZZI desferiu um soco no rosto do

demandante, quebrando- lhe parte de um dente maxilar . Na sequncia, TIAGO e DIOGO seguraram o demandante enquanto FRANK seguiu desferindo socos no rosto do requerente . Quando o requerente conseguiu se soltar, caiu ao cho e ficou tentando se proteger. Estava indefeso, quando TIAGO e DIOGO passaram a lhe agredir com pontaps. O resultado foram srias escoriaes e dois dentes quebrados. Os seguranas do estabelecimento expulsaram os demandados do local, uma vez que, agindo cruel e covardemente, desferiram vrios socos e chutes contra o autor.


Todavia, os requeridos, ficaram de tocaia junto ao estacionamento da boate, esperando a sada do autor. Alguns minutos depois, o demandante pagou sua comanda e foi embora, considerando que estava debilitado. Quando chegou ao estacionamento , DIOGO e TIAGO estavam lhe esperando. O requerido DIOGO caminhou na direo do carro do demandante e passou a riscar a porta do lado do motorista . s pressas, o autor escapou dos requeridos e, com muito esforo, conseguiu entrar no carro. Entretanto, ao passar pela catraca do estacionamento, os trs demandados o esperavam armados com pedaos de pau. DIOGO jogou um pedao de pau no pra-brisa do veculo e TIAGO jogou uma pedra que quebrou o vidro do veculo, ferindo o novamente requerente com os resqucios do vidro. O referido fato causou grave dano moral e material ao autor. O crime deu ensejo ao processo criminal n. 027/2.10.0005022- 7 (leso Corporal Consumado) , que tramitou junto Vara do Juizado Especial Criminal da Comarca de Santa Maria RS. O Boletim de Ocorrncia n. 33478/2009 (anexado ao processo crime) relatou a ocorrncia do fato, nos seguintes termos:

A vtima relata que, na data e hora supra, no interior da boate Absinto Hall foi agredido por Frank Bortoluzzi e Thiago Bortoluzzi, (...). agredido por Frank, enquanto Que Tiago foi o

segurava para evitar que se defendesse . Que foi pego a traio. Que foi agredido com socos


e

pontaps,

resultando

com

traumatismo na regio fcil direita, resultando a perda de dois dentes ,sendo necessrio a colocao de implantes dentrios. Que a agresso ocorreu a mando de Diogo Roso Pinheiro de Vargas, desafeto de longa data da vtima. Que aps a agresso, no ptio da boate, os trs os esperavam munidos de paus (...). Que tambm foi ameaado de

morte pelo trio, os quais disseram: vamos te matar . Disse que vem sendoperseguido h seis anos por Diogo, j tendo que mudar-se de cidade, inclusive fez trancamento do curso de direito para evitar as perseguies. Que no sabe os motivos das perseguies por parte de Diogo. (...).

Em relao ao processo crime, o Ministrio Pblico ofertou transao penal para cada um dos infratores, que a aceitaram (fls. 32). Dessa forma, ficou estabelecido que os rus realizariam a: DOAO DE UMA CESTA BSICA CONSISTENTE NO PAGAMENTO DA QUANTIA DE R$ 400,00 (QUATROCENTOS REAIS) EM FAVOR DA ONG PARCEIROS DO CATES. inconteste que os demandados agiram com a pior das intenes, com clara inteno de causar prejuzos fsicos e materiais ao demandante.

2. DO DIREITO:


O conjunto probatrio instrudo no processo demonstra cabalmente que a inteno dos requeridos era de AGREDIR A INTEGRIDADE FSICA E PSQUICA DO REQUERENTE, CAUSANDO-LHE DANOS MORAIS E MATERIAIS.

2.1. DO DANO MORAL O dano caracterizado com a diminuio ou subtrao de um bem jurdico, o qual constitudo no s de haveres patrimoniais e econmicos, mas tambm de valores morais, quais sejam, a honra, a vida, a sade, o sofrimento, os sentimentos, a tristeza e o pesar. Conforme CLAYTON REIS, in Dano Moral, Ed. Forense, 1991, pg. 78:

... todo o mal causado ao estado das pessoas, resulta mal estar, o desgostos, equilbrio aflies, psquico, interrompendo-lhes

constitui causa eficiente para a obrigao de reparar o dano moral.

No caso em apreo, o dano resta comprovado por meio do boletim de ocorrncia em anexo. O demandante ficou aterrorizado, pois foi pego de surpresa, no tendo como se defender das agresses. Uma atitude covarde e cruel, que demonstra o pssimo perfil dos demandados. De fato, agiram como vndalos, inclusive, chegando a ameaar o demandante de morte. Assim, o requerido foi fortemente abalado em seu equilbrio psquico, sofrendo grave angstia e aflio, em decorrncia das leses fsicas, bem como das ameaas que h muito tempo vem sofrendo, principalmente, do demandado: DIOGO PINHEIRO DE VARGAS. ROSO


Portanto, seu bem-estar.

visvel

que

as

atitudes

perversas

dos

demandados

provocaram reflexos na psique do demandante, causando desequilbrio em

No ensinamento de SRGIO CAVALIERI FILHO 1 , tem-se a compreenso do dano moral: (...) por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral no pode ser feita atravs dos mesmos meios utilizados para a comprovao do dano material. Seria uma demasia, algo at impossvel exigir que a vitima comprove a dor, a tristeza ou a humilhao atravs de depoimentos, documentos ou percia; no teria ela como demonstrar o descrdito, o repdio ou o desprestgio atravs dos meios probatrios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno fase da irreparabilidade do dano moral em razo de fatores instrumentais. Nesse ponto a razo se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano moral est nsito na prpria ofensa, decorre da gravidade do ilcito em si. (...).

1

CAVALIERE FILHO, Srgio. Programa de Responsabilidade Civil, 5 Ed., 2 Tiragem, 2004,

p. 100.


O nosso ordenamento legal protege o cidado contra abusos desta natureza, dando azo a que o prejudicado busque as vias judiciais para ser ressarcido pelos danos que lhe atingiram.

Os demandados devem indenizar o demandante por todo o mal que lhe causaram, em decorrncia de um ato ilcito. Nesse sentido, o art. 186 do Cdigo Civil define o Ato Ilcito: Art. 186 - Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

Ademais, o art. 927 do Cdigo Civil refere que aquele que causar dano a outrem, em decorrncia de ato ilcito, possui o dever de repar-lo:Art. 927 - Aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

Dessa forma, o dever dos rus indenizar o autor evidente. Sobre o dano moral, destaca-se lio de MARIA HELENA DINIZ:

preciso ressaltar que o dano moral no a dor, a angstia, o desgosto, o abalo emocional, a aflio espiritual, a contrariedade (...) mas aquela que for decorrente da privao de um bem jurdico sobre o qual a vtima ou lesado indireto teria interesse reconhecido imediatamente.


Impende salientar que o Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul categrico ao afirmar a configurao do dano moral em decorrncia de agresso fsica. Seno vejamos:

EMENTA: DOMSTICA.

APELAO DANOS

CVEL. MORAIS.

VIOLNCIA QUANTUM

INDENIZATRIO . A indenizao do dano moral deve ter duplo efeito : reparar o dano, compensando a dor infligida vtima e punir o ofensor, para que no reitere o ato contra outra pessoa. Valor majorado diante das peculiaridades do caso concreto. RECURSO PROVIDO. (SEGREDO DE JUSTIA) (Apelao Cvel N 70021631767, Oitava Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 08/11/2007).

EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL. AGRESSO FSICA CONFIGURADA. RESPONSABILIDADE DO RU. DANO MORAL EVIDENCIADO . I. Comprovado nos autos, atravs da prova oral e documental, que o autor foi vtima de agresso fsica praticada pelos prepostos do ru, evidenciando o nexo de causalidade. II. Agresso fsica importa em ofensa a direito de personalidade, sendo passvel de indenizao por danos morais. Sopesando o conjunto probatrio e a extenso das leses, a indenizao fixada pelo juzo a quo (R$ 5.000,00) deve ser minorada, diante dos contornos do caso concreto, para R$ 2.500,00. Recurso parcialmente provido. Unnime. (Recurso Cvel N 71002412120, Segunda Turma Recursal Cvel, Turmas Recursais, Relator: Joo Pedro Cavalli Junior, Julgado em 27/08/2010).

A respeito do quantum indenizatrio, o dano moral deve avaliar dois critrios: o carter punitivo para que o causador do dano, pelo fato da condenao, se vejaRua Euclides da Cunha, 1985, Dores, Santa Maria, RS - CEP: 97090-000 Fones: (55) 3025-6100 (55) 8126-5991 [email protected]

castigado pela ofensa que praticou; e o carter compensatrio para a vtima, que receber uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. No caso em tela, o valor razovel para os danos morais de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais). Cada demandado deve ser responsabilizado da seguinte forma: BORTOLUZZI TEIXEIRA R$ 4.000, 00 (quatro mil reais); TIAGO FRANK

BORTOLUZZI CONRADO R$ 4.000, 00 (quatro mil reais) e DIOGO ROSO PINHEIRO DE VARGAS R$ 30.000, 00 (trinta mil reais). DIOGO ROSO PINHEIRO DE VARGAS deve arcar com um valor superior, pois, alm de ter sido o mentor/fomentador de todas as agresses experimentadas pelo demandante, ameaa o autor h longa data. Impende salientar que DIOGO tem condies financeiras de suportar esse valor, pois se trata de um empresrio bem conceituado na cidade. scio da Empresa Pinheiro de Vargas Comrcio de Calados Ltda (Paquet). CNPJ: 10.647.440/0001-99. Localizada na Avenida Nossa Senhora das Dores, n. 305, loja 110/111. Em anexo, comprovante de inscrio e de situao cadastral da empresa (retirado do stio da Receita Federal).

3.2. DO DANO MATERIAL E DEVER DE RESSARCIMENTO:

Diante das questes acima tratadas, pode-se constatar que os demandados praticaram um ato ilcito, uma vez que agindo com dolo causaram danos materiais ao demandante.


Restando do evento.

plenamente

configurado

o

ato

ilcito

e

sendo

inconteste

a

responsabilidade dos demandados, ficam obrigados a reparar todos os danos decorrentes

Dessa forma, encontram-se os demandados obrigados a indenizar os prejuzos causados no automvel da demandante, devidamente demonstrados na documentao em anexo, no valor de R$ 1.400, 00 (mil e quatrocentos reais). Esse valor faz referncia aos seguintes danos: VIDRO DA TAMPA TRASEIRA DO FIESTA R$ 400, 00 (QUATROCENTOS REAIS) e SERVIO DE FUNILARIA DA LATERAL DIANTEIRA E PORTA DO LADO ESQUERDO R$ 1.000,00 (MIL REAIS).

4. DO PEDIDO :

Diante do exposto, REQUER:

1) A citao dos demandados, nos endereos acima mencionados, para querendo, contestarem a presente ao no prazo legal, sob pena de revelia e confisso;

2) A TOTAL PROCEDNCIA da presente demanda, para o efeito de CONDENAR os demandados ao PAGAMENTO INDENIZATRIA: DA SEGUINTE VERBA


2.1) TIAGO

DANOS

MORAIS

FIXADOS

EM

R$

38.000,00 (TRINTA E OITO MIL REAIS), sendo BORTOLUZZI TEIXEIRA condenado ao pagamento de R$ 4.000, 00 (quatro mil reais);

FRANK BORTOLUZZI CONRADO condenado ao pagamento de R$ 4.000, 00 (quatro mil reais) e DIOGO ROSO PINHEIRO DE VARGAS condenado ao pagamento de R$ 30.000, 00 (trinta mil reais).

2.2)

DANOS

MATERIAIS

FIXADOS

EM

R$

1.400,00 (MIL E QUATROCENTOS REAIS).

3) Protesta por todos os meios de provas admitidas em Direito, principalmente, os documentos j juntados em anexo.

5) Por ser a presente parte pobre na forma da lei, clama pelo beneplcito da Gratuidade de Justia, uma vez que no conseguir arcar com as custas processuais sem prejuzo ao sustento prprio e familiar; D-se causa o valor: R$ 39.400, 00 (Trinta e nove mil e quatrocentos reais).

Nestes termos, Pede deferimento. Santa Maria, 05 de Maio de 2012. _________________________ ___________________________


Alexandre J. Martini Medeiros OAB-RS 51.403

Luciano J. T. de OAB-RS 57.622

__________________________ __________________________ Felipe J. T. de Medeiros OAB-RS 58.313

Daniel Figueira Tonetto OAB-RS 58.691


dano moral e material. a fazer

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