jornal ucdb - setembro 2011

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CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 Informativo mensal - Ano XI N o 259 - Campo Grande - MS - Setembro/2011

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Jornal UCDB - Setembro 2011

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Page 1: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011

Informativo mensal - Ano XI No 259 - Campo Grande - MS - Setembro/2011

Page 2: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011

ÍNDICEENSINO SUPERIOR

A 4ª edição do Desafio UCDB está com inscrições abertas e oferece aos estudantes do último ano do ensino médio uma oportunidade de mostrar o seu talento e ganhar uma bolsa de estudos integral na melhor instituição particular de MS, a Universidade Católica Dom Bosco.

ENTREVISTA

AGENDA UNIVERSITÁRIAEventos, dicas de sites e livros.

PESQUISAAcadêmicos participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da UCDB podem concorrer a bolsas de estudo no exterior. A oportunidade foi viabilizada pela inclusão da Católica no programa “Ciência Sem Fronteira”, do Governo Federal.

SUSTENTABILIDADEO Seminário dos Povos Indígenas e Sustentabilidade reuniu, no mês passado, na Universidade Católica Dom Bosco, mais de 350 pessoas com o objetivo de discutir o tema: “Saberes tradicionais e formação acadêmica.”

AULA PRÁTICA

PERSONALIDADE SALESIANA

Conheça um pouco mais sobre a vida de Dom Antonio Dalla Via

ESPORTE

Preocupados com a preservação da fauna e flora existentes nos rios e em suas margens, acadêmicos do curso de Biologia da UCDB, há mais de cinco anos, realizam pesquisas ao longo de um trecho do rio Formoso, em Bonito (MS), município a 290 Km da Capital

As equipes de voleibol da Universidade Católica Dom Bosco conquistaram, no mês de agosto, o título máximo das categorias masculina e feminina da 3ª Copa Cidade de Campo Grande.

HOMENAGEMOs ex-alunos da UCDB Maria Cecília, Rodolfo, Munhoz e Mariano foram homenagea-dos com uma cópia do livro “Campo Grande, onde os sonhos são bem-vindos”, que fez parte da campanha de aniversário dos 112 anos da Capital.

02 e d i t o r i a l JORNAL UCDB

Chanceler: Pe. Lauro Takaki Shino hara

Reitor: Pe. José Marinoni

Pró-Reitor de Administração: Ir. Altair Monteiro da Silva

Pró-Reitor de Pastoral: Pe. Pedro Pereira Borges

Pró-Reitora de Ensino e Desenvolvimento: Conceição Aparecida Butera

Pró-Reitor de Pes quisa e Pós-Graduação: Hemerson Pistori

Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: Luciane Pinho de Almeida

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Antonio Brand

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04A entrevista do Jornal da UCDB deste mês é com Dom Eduardo Pi-nheiro da Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande. O religioso foi nomeado pela CNBB como bispo responsável pela Comissão Episcopal para a Juventude e, nesta entrevista fala sobre sua participação na Jornada Mundial da Juventude e sobre o de-safio de trabalhar com os jovens.

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06 e 07

FRASE DE DOM BOSCOFRASE DE DOM BOSCO“Ninguém pode

gloriar-se de pertencer a Jesus Cristo se não

se empenha em imitá-lo.”

Saberes tradicionais e formação acadêmi-ca foi o tema do IV Seminário Povos Indíge-nas e Sustentabilidade, realizado entre os dias 15 e 18 de agosto, na UCDB. Esse projeto foi promovido pelo Projeto Rede de Saberes em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadu-al de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universi-dade Federal da Grande Dourados, (UFGD), e a UCDB. A coordenação coube ao Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações In-dígenas (NEPPI) com o apoio da Fundação Ford, dos Programas de Pós-Graduação Mes-trado em Desenvolvimento Local, Mestra-do e Doutorado em Educação/UCDB e do Observatório da Educação Escolar Indígena/UCDB. O evento teve como objetivo oportu-nizar um espaço de discussão e socialização de pesquisas e trabalhos sobre o tema Saberes tradicionais e formação acadêmica, tendo em vista contribuir para a formação de profissio-nais indígenas que melhor atendam as deman-das de suas comunidades. Contou com cerca de 380 inscritos, incluindo pesquisadores de diversas instituições de pesquisa do Brasil, do Paraguai, Peru, Equador e Colômbia.

O Seminário foi precedido pelo V En-contro de Acadêmicos Indígenas de Mato Grosso do Sul. Seria o primeiro encontro de acadêmicos indígenas pós-graduandos e pós-graduados de nosso Estado tendo em vista a realização de cinco encontros temáticos por áreas de conhecimento, com o objetivo: sen-sibilizar e estimular estudos e debates entre os acadêmicos indígenas, suas comunidades e or-

ganizações sobre o papel dos conhecimentos tradicionais de suas culturas em sua formação profissional. Pretendia também iniciar um di-álogo entre os saberes indígenas e os saberes de que se apropriam em seus estudos na Uni-versidade.

As iniciativas do projeto Rede de Saberes unem-se a diversas outras promovidas pelo NEPPI e pelos Programas de Pós-Graduação da UCDB. Essa iniciativa realça a tradição histórica da ação da missão salesiana entre os povos indígenas. Tal fato assume uma posição de protagonismo de crescente relevância no que diz respeito não só à importância sócio-cultural dos conhecimentos indígenas, mas, de sua atualidade e possíveis contribuições na solução de complexos problemas ambientais do presente momento. Esse diálogo, com os saberes indígenas, abre novas perspectivas de pesquisa e extensão no âmbito da educação escolar. O diálogo com as modalidades de ensino e aprendizagem construídas por essas populações mediante as alternativas de um desenvolvimento regional, sob os augúrios de um respeito alto pela natureza e pelos recur-sos naturais, constitui a reciprocidade necessá-ria em todos os níveis. Torna-se a característi-ca central dessa desse projeto.

É importante reconhecer a validade de outras formas de conhecimento e de produ-ção de saberes para a construção de respostas a diversos problemas que vivenciamos. Essa posição exige uma relação de parceria entre conhecimentos, indo além da interdisciplina-ridade ou transdisciplinaridade. Finalizando, pode-se afirmar que nos 15 anos de trabalhos desenvolvidos pelo NEPPI, a experiência de mestrandos indígenas nos programas de pós-graduação e os cinco anos de trabalho do pro-jeto Rede de Saberes evidenciam o crescente diálogo com a experiência e os saberes acumu-lados pelos povos indígenas. Esse diálogo e a inserção no meio indígena contribuem para que os cursos de graduação e de pós-gradua-ção da UCDB visualizem novas alternativas de pesquisa em torno do complexo tema das al-ternativas de sustentabilidade que melhor res-peitam os limites e as possibilidades dos terri-tórios e das populações locais aí estabelecidas.

JORNAL UCDB: elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Católica Dom Bosco - UCDB. Periodici-dade mensal. E-mail: [email protected]. Telefones: (67) 3312-3355 e 3312-3359. Fax: (67) 3312-3353. Site: www.ucdb.br. Jornalistas: Jakson Pereira (DRT: 467/MS) e Silvia Tada (DRT:33/17/13). Revisão: Edilza Goulart. Diagramação: Designer - Maria Helena Benites. Tiragem: 15.000 exemplares. Impressão: Gráfica UCDB.

Instituições ou pessoas interessadas em receber esta pu-blicação, entrar em contato pelo e-mail: [email protected].

A Universidade Católica Dom Bosco - UCDB - não se responsabiliza pelos artigos assinados ou de origem defi-nida. Os textos, mesmo quando não publicados, não serão devolvidos aos autores.

Entidade filiada à ABRUC - Associação Brasileira das Universidades Comunitárias

Os saberes indígenas na Universidade

Antonio BrandNEPPI/Rede de Saberes

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CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 03e n s i n o s u p e r i o rJORNAL UCDB

Projeto organizado pela Agência do Futuro Acadêmico está na quarta edição

COMPETIÇÃO

Desafio UCDB 2011está com inscrições abertas

JAKSON PEREIRA SILVIA TADA

A 4ª edição do Desafio UCDB está com inscrições abertas e oferece aos estu-

dantes do último ano do ensino mé-dio uma oportunidade de mostrar o seu talento e ganhar uma bolsa de estudos integral na melhor institui-ção particular de Mato Grosso do Sul, a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Os alunos das es-colas participantes concorrem en-tre si pelo benefício e ainda podem utilizar a nota obtida para se matri-cular na Católica.

Todas as escolas podem parti-cipar e os inscritos devem estar re-gularmente matriculados no 3º ano ou em cursinhos pré-vestibulares. No ano passado foram montados 60

Gabr

iel M

acha

do

polos e, em cada um deles, o aluno com maior nota foi beneficiado com a bolsa de estudo de 100%. Nes-te ano, a regra continua a mesma e, conforme o número de inscritos por polo, serão ofertadas bolsas de 70% e 50% de desconto para o segundo e terceiro colocados, respectivamente. Escolas do interior do Estado tam-bém podem participar.

“O objetivo do Desafio UCDB 2011 é estimular a busca do conheci-mento, contemplando os alunos que obtiverem melhores resultados nas avaliações com bolsas de estudos”, ressaltam os organizadores. As ins-crições vão até o dia 20 de setembro e as provas, com 62 questões e uma redação, serão aplicadas nos dias 1º e 2 de outubro, conforme o regula-mento do projeto. A divulgação está prevista para o dia 14 de outubro.

Mais informações sobre o “De-safio UCDB 2011” podem ser obtidas pelo telefone (67) 3312-3300 ou pelo site www.ucdb.br/desafio.

IN COMPANYPara trabalhadores ligados à As-

sociação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), a

Católica reedita o pro-jeto “Desafio UCDB In Company”. Este ocor-rerá nos mesmos mol-des do Desafio UCDB para estudantes; os co-merciários concorrem a bolsas de estudo para qualquer graduação da Instituição. Os partici-pantes não podem ter

A Universidade Católica Dom Bos-co realizou, no último mês, o projeto “Tarde no Museu”, onde reuniu acadê-micos que entraram na Instituição por meio do Desafio UCDB, diretoria, co-ordenadores e colaboradores. O evento foi organizado pela Agência do Futuro Acadêmico e os participantes visitaram o acervo do Museu das Culturas Dom Bosco e assistiram a palestra “Carreira e Futuro”, com Luciano Coppini.

O Reitor da Instituição, Pe. José Ma-rinoni, abriu o evento e destacou a im-portância dos acadêmicos participantes. “Vocês fizeram por merecer estar aqui e estudar na UCDB com bolsa, pois foram os melhores do Desafio. Espero que estejam aproveitando a oportuni-dade e que possam compartilhar com seus colegas a importância de participar deste projeto”, comentou o Reitor.

Já a professora Conceição Butera, Pró-Reitora de Ensino e Desenvolvi-mento, divulgou detalhes do Desafio UCDB 2011 e ressaltou que “a Uni-versidade busca sempre os melhores alunos e todos que passaram pelo De-safio demonstraram capacidade e agora fazem parte da família UCDB”.

HOMENAGEMA professora Margarida Queiroz,

que durante 34 anos trabalhou na

TARDE NO MUSEUUCDB e Colégio Salesiano Dom Bos-co, foi homenageada pela criação do Desafio UCDB. A ex-coordenadora da AFA se emocionou com a homena-gem. “Trabalhei 34 anos remunerada e a partir de agora, digo emocionada que sou uma colaboradora voluntária, pois sempre me senti muito bem na Instituição, mesmo quando precisava resolver as coisas de forma mais dura”, comentou.

Responsável por entregar a home-nagem a professora Margarida, o Ir. Altair Monteiro da Silva, Pró-Reitor de Administração, destacou a impor-tância do trabalho desenvolvido pela docente e por sua dedicação aos Sa-lesianos. “Agradeço a você por tudo, em nome da UCDB, do Colégio Dom Bosco e da Missão Salesiana de Mato Grosso”.

Professora Margarida Queiroz

Mayara Bueno

“Tenho uma irmã que é um ano mais velha e participou do Desafio UCDB. Soube por ela da

oportunidade, vislumbrei uma ótima chance e, por isso, comecei a estudar mais, pensando em ganhar a bolsa.

Estudei durante o 3º ano todo, esperando abrir as inscrições do Desafio. E deu certo. Estou gostando

muito do curso que escolhi”. Tiago do Valle Bonamigo, 18 anos, 4º semestre de

Engenharia Mecatrônica

“Vencer o Desafio UCDB foi uma grande con-quista, já que a concorrência na minha escola era

grande. Quando saiu o resultado e ganhei a bolsa de estudo, até desisti de fazer outros vestibulares,

pois sabia da qualidade da Católica. Estou gostando muito do curso e a expectativa, agora, é para fazer a

monografia e concluir a graduação”. Evelyn Aline da Costa de Oliveira, 20 anos,

6º semestre de Pedagogia

curso de nível superior e devem se inscrever pelo site www.ucdb.br/desafio. A prova será aplicada no cam-pus, no dia 2 de outubro.

Nyelder Rodrigues

Page 4: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 04 e n t r e v i s t a JORNAL UCDB

“Os jovens sempre respondem positivamente”

Dom Eduardo Pinheiro da Silva

A entrevista do Jornal da UCDB deste mês é com D. Eduardo Pinheiro da Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese

de Campo Grande; ele exerce também a fun-ção de Bispo Responsável pela Juventude e pela Pastoral Vocacional nos níveis diocesano

e regional. Além disso, foi nomeado pela presi-dência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como Bispo Responsável pelo Setor Juventude no Brasil. Nesta entrevista ele fala sobre sua participação na Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no mês passado em Ma-drid, Espanha, e no desafio de trabalhar com os jovens.

Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Eduardo Pinheiro

JORNAL UCDB - No fim de agosto, o papa Bento XVI anunciou, oficialmente, a reali-zação da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, em 2013. O que deve representar para a juventude brasileira um evento como este? Qual a mensagem que deve ser repassada aos jovens?DOM EDUARDO - A Jornada Mundial da Ju-ventude é um dos sinais da opção da Igreja pela juventude. Ao ser escolhido o Brasil como a pró-xima sede sentimo-nos honrados e, ao mesmo tempo, entusiasmados por ser esta uma grande ocasião para incrementar as iniciativas a favor da juventude aqui em nosso país. E é bom lembrar que este evento nem é somente dos jovens nem restrito a uma semana no mês de julho de 2013! É a Igreja toda - pastorais, movimentos, congre-gações religiosas, associações, novas comunida-des, serviços, etc - que se envolvem, desde agora, num processo contínuo de evangelização pois a própria preparação para a JMJ; já é vivência do dinamismo juvenil que ela incentiva. Os jovens já se sentirão contemplados, acolhidos, valorizados, destacados, ouvidos no processo... e isto é um ganho indescritível para a vida deles, bem como para a renovação da Igreja e da Sociedade que os acolhe. Desejamos que eles aproveitem ao má-ximo deste momento e percebam ainda mais o quanto a Igreja - continuadora da mensagem de vida plena de Jesus Cristo - os ama.

JORNAL UCDB - O Sr. Preside a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, recém-criada pela Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil. Quais os desafios desse cargo e os projetos mais importantes?DOM EDUARDO - São vários os desafios: como organização de toda a identidade e missão desta Comissão (uma vez que ela não existia antes e conta com mais dois bispos e dois sacerdotes); a atenção para que as diretrizes gerais da CNBB sejam contempladas sob a ótica juvenil por esta Comissão; garantir que as outras Comissões da CNBB, o episcopado, a Igreja em geral com to-das as suas frentes de evangelização considerem sempre a juventude em suas reflexões e ativida-des afins; a unidade das diversas expressões de

JAKSON PEREIRA SILVIA TADA

evangelização juvenil (Setor Juventude): Pastorais da Juventude, Movimentos, Novas Comunidades, Catequese de Crisma, Pastoral da Educação, Pas-toral Vocacional, Pastoral Familiar, Congregações Religiosas, Pastorais afins, etc; a escuta constante aos sinais dos tempos e aquilo que na dinâmica da sociedade se refere à juventude; parcerias e diálogo com aqueles grupos que defendem a vida plena dos jovens em todas as suas dimensões, segundo a orientação da Igreja.Entre tantos projetos, temos: a potencialização do site www.jovensconectados.org.br; a estruturação da Coordenação Nacional dos Jovens formada por representantes das pastorais da juventude, movimentos, novas comunidades, congregações religiosas; encontro anual com os responsáveis dio-cesanos da juventude (são 267 Dioceses no país!); elaboração e divulgação de subsídios (o último lan-çado foi sobre ‘Afetividade e Sexualidade’, com 50 temas em folhetos práticos e fundamentados para serem trabalhados pelos educadores e refletidos pelos jovens); contribuição para o processo de vi-vência da Campanha da Fraternidade de 2013 que trata sobre o tema da Juventude.Um dos grandes desafios destes próximos anos será o de dinamizar, naquilo que compete à CNBB, o processo da Jornada Mundial da Juventude; mais especificamente: a Peregrinação da Cruz e do Íco-ne de Nossa Senhora pelo país e a Pré-Jornada que acontece na semana anterior à JMJ, em todas as dioceses do Brasil.

JORNAL UCDB - Como o Sr. vê a participa-ção dos jovens no movimento religioso?DOM EDUARDO - Os jovens sempre respon-dem positivamente, com criatividade, ousadia e profetismo quando a eles dirigimos atenção, espa-ços, recursos, pessoas apaixonadas pela causa. Só não se tem jovens nas paróquias quando não se faz uma opção profundamente afetiva e efetiva por eles. Observe!

JORNAL UCDB - Muitos católicos estão uti-lizando os meios de comunicação, em espe-cial a internet, para evangelizar. Mensagens por e-mail, blogs, via Twitter e demais redes sociais são repassadas diariamente. Como o

Sr. vê esse tipo de ação? Quais as formas mais eficazes de manter contato com essa nova ge-ração de fiéis? DOM EDUARDO - Ninguém pode negar que esta é a linguagem atual e mais atraente entre eles. A Igreja necessita ousar mais neste campo e, mais do que ‘entender’ os mecanismos técnicos, ela pre-cisa se esforçar em compreender o que se passa no coração, na mente, nos sonhos, nos projetos, nos desejos, nas buscas, nas interrogações dos jo-vens. Acredito profundamente que a diminuição do distanciamento das gerações atuais está sob a responsabilidade dos nossos adolescentes e jovens cristãos católicos: os melhores evangelizadores dos jovens são os próprios jovens. Ou acreditamos e apostamos neles para esta missão ou ficaremos ‘atrasados’ no tempo. O tempo atual é dos jovens! Ai da Igreja, da Sociedade e de cada um de nós se não fizermos opção por eles!JORNAL UCDB - Agora como responsável pela Comissão Episcopal da Juventude, qual a mensagem que o senhor deixa para os jovens que ainda estão buscando seu lugar na igreja?DOM EDUARDO - “Queridos jovens, jamais abram mão deste momento tão precioso de sua juventude. Sejam, enquanto jovens, maduros e corajosos no discernimento das fundamentais op-ções da vida, mesmo que elas exijam algum tipo de sacrifício. Nenhum sacrifício será destruidor se a gente tem claro onde queremos chegar e qual pes-soa gostaríamos de ser cada vez mais. Dediquem-

se num profundo discernimento vocacional e na construção de um bonito Projeto Pessoal de Vida que, contemplando o passado, alimente o futuro e finque estacas no presente a partir dos valores que dignificam o ser humano. Deus os criou para a felicidade! Não se esqueçam, tam-bém, de que vocês possuem uma Casa – ou melhor – uma Família especial: a Igreja! Não só Ela precisa de vocês para ter uma voz profética e renovada na história, mas vocês precisam dela para o aprofundamento e segurança de sua fé. A vida vivida ao lado dos irmãos de mesma fé adquire uma força incrível, bem mais do que se possa imaginar. Ousem viver em Comunidade num mundo que induz ao individualismo. Sejam, por fim, cidadãos comprometidos com a vida do nosso povo, através dos princípios cristãos que defendem o bem pessoal e coletivo, bem como pelo exercício qualificado e ético de sua profissão. Dom Bosco não concebia a dicotomia cristão-cidadão. O cristão só pode viver sua fé na realidade de seu povo e no compromisso social; e esta inserção desde as pequenas coisas do co-tidiano o qualifica como verdadeiro seguidor de Jesus Cristo que, para nos elevar, se encarnou em nossa história e humanidade, comprometendo-se conosco até as últimas consequências. Deus os abençoe em seu bons e saudáveis propósitos. Maria os auxilie na busca da fidelidade ao cha-mado de Deus para uma vida nova, com sentido e gosto.

blogdopadrealex.blogspot.com

Page 5: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 05p e s q u i s a sJORNAL UCDB

Acadêmicos participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

(Pibic) da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) podem concorrer a bolsas de estudo no exterior. A opor-tunidade foi viabilizada pela inclusão da Católica no programa “Ciência Sem Fronteira”, do Governo federal. As re-gras para o processo seletivo interno serão divulgadas pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP), por meio de edital.

O “Ciência sem Fronteiras” é liga-do ao Ministério da Ciência, Tecnolo-gia e Inovação e tem como objetivo: o aumento da presença de pesquisa-dores em instituições de excelência no exterior, a inserção internacional das instituições brasileiras, a ampliação do conhecimento inovador de pessoal das indústrias tecnológicas e a atração de jovens talentos científicos para traba-lharem no Brasil.

Para a UCDB, foi dada a oportu-nidade de participação no âmbito da

CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS

Acadêmicos da UCDB podem concorrer a bolsas no exterior

SILVIA TADA

Programa do Governo federal beneficiará dez alunos que participam do PIBIC

graduação, na chamada “Graduação Sanduíche no Exterior (SWG)”, com o oferecimento de dez bolsas. A pre-visão é de que entre 2011 e 2014 se-jam ofertadas 15,5 mil bolsas nessa modalidade para estudantes de todo o País. Os selecionados farão estágio de seis meses a um ano, sendo de seis a nove meses em atividades acadêmicas e o restante em laboratórios de pesqui-sa, empresas ou centros de pesquisa e desenvolvimento. As instituições de destino devem estar entre as melhores do mundo nas suas respectivas áreas do conhecimento, segundo divulgação feita pelo programa. A lista completa pode ser conferida no site www.cien-ciasemfronteiras.cnpq.br.

Para o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Dr. He-merson Pistori, trata-se de mais uma oportunidade de formação diferencia-da que a UCDB poderá oferecer aos seus alunos. “A participação da UCDB neste importante programa indica, mais uma vez, o reconhecimento da qualidade da educação oferecida em nossa instituição”, afirmou. Em sua avaliação, o Brasil está assumindo de

forma cada vez mais intensa e contun-dente um papel de líder econômico mundial que a médio e longo prazo se sustentará apenas através de uma liderança científica e tecnológica. “O programa Ciência sem Fronteiras, por meio do intercâmbio de estudantes e pesquisadores, reforça o interesse na-cional neste sentido. O contato com outras culturas e com instituições que hoje são líderes mundiais na produção de conhecimento e tecnologia abre novos horizontes e perspectivas que não podem ser atingidas rapidamente através de uma formação ainda res-trita em nosso país. O intercâmbio de um aluno cria laços internacionais que poderão acompanhar a formação des-te como pesquisador, mesmo após o período em que ele passará no exterior e poderá gerar novas oportunidades, inclusive para outros alunos que, neste primeiro momento, não puderem par-ticipar desta oportunidade”.

SELEÇÃOA seleção interna da UCDB priori-

zará o desempenho acadêmico, a qua-lidade da instituição de destino na área,

o conhecimento do idioma do país no qual será realizado o estágio. A aprova-ção final caberá ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-nológico (CNPq).

“Os benefícios compreendem as passagens, auxílio instalação, seguro saúde se o país de destino não ofe-recer assistência gratuita, além das mensalidades para manutenção. Serão elegíveis os estudantes com bom apro-veitamento acadêmico e engajados em programas de iniciação científica. Os alunos premiados em olimpíadas de matemática ou ciências, feiras cientí-ficas e atividades similares, de mérito reconhecido, também são potenciais candidatos a participar do Programa”, enfatizam os organizadores.

O programa também prevê bolsas para a pós-graduação e para professo-res, totalizando, ainda em 2011, 3.890 estudantes brasileiros beneficiados. As áreas prioritárias de pesquisa são En-genharias e demais áreas tecnológicas; Ciências Exatas e da Terra; Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde; Com-putação e Tecnologias da Informação; Tecnologia Aeroespacial; Fármacos; Produção Agrícola Sustentável; Petró-leo, Gás e Carvão Mineral; Energias Renováveis; Tecnologia Mineral; Bio-tecnologia; Nanotecnologia e Novos Materiais; Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais; Bio-diversidade e Bioprospecção; Ciências do Mar; Indústria Criativa; Novas Tec-nologias de Engenharia Construtiva; Formação de Tecnólogos.

Três alunas do curso de Mes-trado do Programa de Pós-Gra-duação em Educação da Uni-versidade Católica Dom Bosco (PPGE-UCDB) foram aprova-das no Edital ANPEd/IPEA nº 01/2001, que ofereceu 20 bolsas

de estudo para a área da Educação, em todo o País.

Dos 20 aprovados, três são da UCDB, sendo que o primeiro lugar foi obtido pela Mestranda Wanes-sa Odorico Onório, integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas Po-líticas de Educação Superior (GE-PPES), orientanda da professora Dra. Mariluce Bittar. O sexto lugar ficou com a mestranda Carmen Li-gia Caldas, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Políti-

cas Públicas e Gestão da Educação (GEPPE), orientanda da professora Dra. Regina Tereza Cestari de Oli-veira e a nona classificação foi obtida pela mestranda Cleudimara Sanches Sartori Silva, também integrante do GEPPES e orientanda da professora Dra. Mariluce Bittar.

“Esse resultado demonstra a qua-lidade dos projetos de pesquisa das alunas do PPGE-UCDB e o traba-lho de orientação permanente que caracteriza o Programa da Católica”,

destacou a professora Mariluce. Entre os 20 classificados, apenas mais uma bolsa foi de uma univer-sidade católica e os outros 16 bol-sistas pertencem a Programas de Pós-Graduação em Educação de universidades públicas. “Tal fato confere maior importância para o primeiro lugar alcançado por uma aluna do PPGE-UCDB, projetan-do a Universidade nacionalmente na comunidade acadêmica”, finali-zou a docente.

STRICTO SENSU

Mestrandas do PPGE são aprovadas em concurso ANPEd/IPEA

Page 6: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 06 s u s t e n t a b i l i d a d e JORNAL UCDB

Simpósio dos Povos Indígenas discute a formação acadêmicaMais de 380 pessoas estiveram reunidas na Universidade Católica Dom Bosco debatendo temas com o objetivo de transmitir informações para as populações que vivem nas aldeias

EVENTO

O Seminário dos Povos In-dígenas e Sustentabilidade reuniu, no mês passado,

na Universidade Católica Dom Bos-co, cerca de 380 pessoas com o ob-jetivo de discutir o tema: “Saberes tradicionais e formação acadêmica.” O seminário foi organizado pelo Projeto Rede de Saberes do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Popula-ções Indígenas da UCDB.

Esta temática tem sido um ver-dadeiro desafio para as popula-ções indígenas, comentou durante o evento o professor Dr. Antonio Brand, que é um dos integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisa das Populações Indígenas e coordena-dor geral da Rede de Saberes. “São diversos assuntos dentro desta te-mática que devem ser trabalhados no presente e com vistas para o fu-turo”.

A discussão da sustentabilidade

também chamou a atenção do índio Wanderley Dias Cardoso, graduado em História e mestre em Desenvol-vimento Local pela UCDB e doutor em Historia pela Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul. “A sustentabilidade é um tema novo no sentido das esferas gover-namentais, dentro das populações indígenas sempre existiu e sempre fez parte da cultura indigenista. Aqui abrimos muitas discussões que podem resultar em projetos a favor dos povos indígenas, que possam contribuir para a melhoria das populações e que elas tenham mais autonomia”, disse Wanderley.

Sobre o tema central do evento, “Saberes tradicionais e formação acadêmica”, o doutor em História garante que “há conhecimento na aldeia e este conhecimento precisa ser sistematizado e com interação entre os povos, como aconteceu neste evento, com etnias do Estado e de vários cantos do País, deba-

tendo a importância da formação. Esta interação é importante, pois abre uma discussão em conjunto que possam virar ações e projetos”, argumentou.

Durante a abertura do evento o Reitor UCDB, Pe. José Marino-ni, também destacou as diversas ações que universidade faz para o desenvolvimento dos povos in-dígenas. “É norma do Ministério da Educação que as instituições ofereçam cotas para os negros, ín-dios e menos favorecidos. Se for olhar pela UCDB, observamos que a instituição sempre trabalhou em favor dos povos indígenas, abrin-do as portas em todos os aspectos, cursos de graduação, mestrado e até com defesa de projetos de mes-trado bilingue nas aldeias”, disse. “Além disso, temos um convênio com a Fundação Nacional do Índio onde oferecemos 50% de desconto para que eles venham se graduar ou pós-graduar na UCDB”, concluiu o

JAKSON PEREIRA MAYARA BUENO

Indígenas realizaram apresentações culturais durante o Simpósio realizado no campus da Universidade Católica Durante a abertura do evento o Reitor da Universidade Católica Dom Bosco, Pe. José Marinoni, esteve presente e destacou o trabalho com os índios

Reitor.

ProgramaçãoDurante os quatro dias de pro-

gramação, o IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade. con-tou com a participação de pesquisa-dores e representantes indígenas de vários estados e países como Para-guai, Bolívia, Colômbia e Equador.

Temas como “Acadêmicos indí-genas no Brasil: avanços e perspecti-vas” e “Saberes tradicionais e forma-ção acadêmica: experiências no MS e Brasil” foram alguns destaques da programação. O objetivo do encon-tro foi abrir espaço para discussão e socialização de trabalhos e pesquisas, além de contribuir com a formação dos profissionais indígenas. Paralelo ao IV Seminário foi realizado o V Encontro de Acadêmicos Indígenas, que reuniu acadêmicos indígenas de várias cidades com o intuito de dis-cutir o acesso, permanência e pós-formação no ensino superior.

Nyelder Rodrigues

Page 7: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 07s u s t e n t a b i l i d a d eJORNAL UCDB

Simpósio dos Povos Indígenas discute a formação acadêmicaMais de 380 pessoas estiveram reunidas na Universidade Católica Dom Bosco debatendo temas com o objetivo de transmitir informações para as populações que vivem nas aldeias

Durante a abertura do evento o Reitor da Universidade Católica Dom Bosco, Pe. José Marinoni, esteve presente e destacou o trabalho com os índios

Além das palestras e mesas-re-dondas, também foram realizados simpósios temáticos sobre saberes tradicionais e formação acadêmi-ca no âmbito das ciências da terra, saúde, educação básica, educação básica – matemática, educação bá-sica – jogos esportes, lazer e artes, educação superior, tecnologias da informação e comunicação, gestão territorial e sustentabilidade, língua indígena na educação e identidade e organização social indígena.

Durante o seminário houve gran-de participação dos acadêmicos indígenas, tanto em forma de apre-sentações de trabalhos quanto nas mesas-redondas. “É um espaço onde os acadêmicos trocam conhecimen-tos e também existe articulação po-lítica desenvolvendo ações concretas na comunidade”, explicou o profes-sor na aldeia de Caarapó, Eliel Beni-tes, indígena da etnia Kaiowá Gua-rani, membro do movimento dos professores Kaiowá Guarani.

Índios de diversas etnias participaram das discussões realizadas na UCDB

Gabriel MachadoNyelder Rodrigues

Parceria entre a Universida-de Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universi-dade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e com recursos da Fundação Ford, o Projeto Rede de Saberes, há cinco anos apóia a permanência de indí-genas de Mato Grosso do Sul no ensino superior. Coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (NEPPI), o projeto marca a presença de vá-rios indígenas em universidades de Mato Grosso do Sul. Estimativa do projeto indica que há mais de 700 indígenas matriculados em univer-sidades do Estado.

Coordenado pelo professor e pesquisador da UCDB, Dr. Antonio

Brand, o Rede de Saberes conta com laboratórios de informática e oferece cursos de extensão. Além disso, o pro-jeto desenvolve diversos eventos que proporcionam espaços de discussão com relação à formação acadêmica e comunidades indígenas.

Um exemplo disso é o curso sobre Direito Indigenista ministrado pelo então acadêmico indígena de Direito Luiz Henrique Eloy Amado, que com o apoio do Rede de Saberes. Realizado entre novembro de 2010 e abril deste ano, o curso aconteceu na aldeia Ipe-gue, localizada no município de Aqui-dauana. O curso também teve a parti-cipação do acadêmico Marcelo Ribeiro Coelho e colaboração de Sidnei Albu-querque, do curso de Jornalismo. As leis que tratam das questões indígenas foram os principais assuntos abor-dados, permitindo que os indígenas adquirissem conhecimentos de seus

direitos. “É importante mostrar os direitos básicos que a própria comu-nidade desconhece”, explicou Luiz Henrique Eloy, formado em Direito pela UCDB em julho deste ano.

Ex-acadêmico, Luiz Henrique Eloy Amado

Gabriel MachadoREDE DE SABERES

Page 8: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 08 a u l a p r á t i c a JORNAL UCDB

BIOLOGIA

Alunos realizam visita técnicaGABRIEL MACHADO

Grupo de acadêmicos pesquisa em Bonito os efeitos da preservação da mata ciliar do Rio Formoso

A degradação da mata ciliar influencia diretamente na di-versidade dos organismos en-

contrados na fauna e flora existentes nos rios e em suas margens. Preocu-pados com a preservação destas áreas, há mais de cinco anos acadêmicos do curso de Biologia da Universidade Ca-tólica Dom Bosco (UCDB) realizam pesquisas ao longo de um trecho do rio Formoso em Bonito (MS), mu-nicípio a 290 quilômetros de Campo Grande. A mais recente visita técnica feita ao Parque Ecológico Rio Formo-so ocorreu em maio, como parte da disciplina de Atividades Integradas. O objetivo foi estudar, neste caso, a pre-servação da mata ciliar. Cerca de 40 acadêmicos, acompanhados por três professores, participaram da viagem.

Os trabalhos foram realizados em diferentes pontos ao longo do percur-so do Rio Formoso, dentro da mata preservada e das áreas que sofreram a ação do homem. Orientados pelo coordenador do curso, professor Me. Kwok Chiu Cheung, um grupo de acadêmicos trabalhou com a identifi-cação de insetos.

“É importante estudar a riqueza de insetos em pedaços da mata ciliar preservada e em locais que já sofrem com a ação do homem, pois alguns grupos de insetos são bioindicadores, e sua presença indica uma área mais conservada. Por exemplo, a presença de insetos sensíveis às alterações mos-tra que o local ainda permanece pre-servado; já o caso inverso, com a pre-sença predominante de insetos mais resistentes, mostra que aquela área já sofreu alguma diferenciação da origi-nal”, explicou o coordenador.

Outra pesquisa, realizada sob a orientação da professora Dra. Helma Jeller, estudou as adaptações das plan-

Acadêmicos realizaram pesquisas de campo, recolhendo amostras de animais e plantas

Gabriel Machadotas dentro e fora da mata ciliar, dois ambientes diferentes. A planta é o ali-mento primário da cadeia alimentar, sendo assim, é necessário cuidar dela para assegurar a sobrevivência dos ou-tros indivíduos. “A flora existente no entorno dos rios ainda os protege do assoreamento, mantendo as condições físicas do solo. Além disso, os frutos das plantas muitas vezes são os ali-mentos dos peixes que vivem ali”, ex-plicou a professora Helma.

O terceiro grupo, sob a orientação da professora Me. Elaine dos Anjos, era responsável pela verificação da fau-na de moluscos encontrados no Rio Formoso. Os acadêmicos verificaram quatro pontos do rio, onde encontra-ram diferentes quantidades dos mo-luscos, separados conforme as famílias a que pertencem no reino animal. Os indivíduos foram enviados ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), onde foram classificados quanto à suas espécies.

“A falta da mata ciliar pode in-fluenciar na diversidade de organis-mos encontrados, tendo em vista o assoreamento que os rios sofrem. Nós recolhemos amostras do substrato do fundo do rio e percebemos dois tipos de solo, um mais calcário e outro mais lodoso, e também uma predominância de maior quantidade de indivíduos na área mais longe da margem”, disse a professora Elaine.

Seis acadêmicos representantes, um de cada grupo de pesquisa, contam que suas experiências foram de extremo va-lor, visto que a dificuldade de produção técnica das pesquisas é maior do que, segundo eles, o esperado. Os acadêmi-cos Guellity Fonseca, Mayara Barbosa, Priscila Bogado, Doany Pereira, Lucia-na Rodrigues e Ana Carolina Marchewi-cz concordam que o trabalho prático desperta maior curiosidade e traz para o desenvolvimento profissional uma visão diferenciada. “Todos percebemos

que trabalhar em campo é muito mais difícil do que imaginávamos e também que o trabalho em grupo é sempre difí-cil; porém, os resultados devem ser ob-tidos e as diferenças devem ser deixadas de lado em prol da pesquisa. Isso é um ganho em experiência, que será exigido de nós no mercado de trabalho”, expli-caram.

PRESERvAÇÃO AMBIENTAL A região de Bonito é uma região

turística do Estado, que atrai muitos turistas do Brasil e do mundo. Os pro-fessores do curso responsáveis pela viagem de pesquisa explicam a impor-

tância do trabalho realizado no parque, viabilizado graças à colaboração da proprietária, Esa de Araújo.

“O que a dona Esa faz é importan-tíssimo e deve ser seguido pelos pro-prietários de fazendas da região. Como educadora, ela entende bem a impor-tância da conscientização e principal-mente da regeneração da área de mata ciliar, trabalho que nós realizamos no parque. Além disso, nosso trabalho gera um retorno educativo para todos os funcionários do parque que acaba sendo apresentado aos turistas que passam por ali”, contou o coordena-dor Kwok Chiu.

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CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 09e s p o r t eJORNAL UCDB

NYELDER RODRIGUES

Títulos demonstram a força da Católica nos torneios de voleibol adulto

DOMÍNIO

Equipes de vôlei vencem a Copa Campo Grande

Fotos: Nyelder Rodrigues

As equipes de voleibol da Uni-versidade Católica Dom Bos-co (UCDB) conquistaram no

mês de agosto o título máximo das categorias masculina e feminina da 3ª Copa Cidade de Campo Grande. O time feminino trouxe o bicampe-onato para a Universidade de forma invicta, sem perder nenhum set, ao

vencer por 3 sets a 0 a final contra a Escolinha do Pezão. Já o os atletas do masculino conquistaram a Copa ao vencerem por 3 sets a 0 o clássico contra a equipe da Anhanguera/Uni-derp. Ambos os jogos foram realiza-dos no Ginásio da Mace.

A final da equipe feminina come-çou acirrada, apesar do resultado fi-nal de 3 a 0. As pontuações dos sets foram de 25x20 no primeiro, 25x21

Time feminino da Católica conquistou o bicampeonato da competição Equipe masculina comemorou o título após vencer a Anhanguera/Uniderp

e 25x14, respectivamente, no segun-do e terceiro sets. Durante a partida, a Escolinha do Pezão acertou bons saques, dificultou os passes e toda a organização de jogadas da UCDB. Entretanto, as atletas da Católica tra-balharam muito bem no sistema de-fensivo, com bom posicionamento, recepções e bloqueios, além de rápida transição de bola entre defesa e ata-que.

O voleibol masculino conquis-tou contra a Anhanguera/Uniderp o título da 3ª Copa Cidade de Campo Grande. Com parciais de 26x24 no primeiro set, 25x23 no segundo e 25x15 no terceiro set, a partida fez jus à tradicional rivalidade que há entre as equipes esportivas das duas insti-tuições.

Logo no início da partida, a UCDB se manteve na frente no placar, abrin-do boa vantagem. Próximo ao fim do primeiro set, a Anhanguera/Uniderp aproveitou-se de um mau momento da UCDB, reagindo e empatando o set em 24x24. Entretanto, o time da Ca-tólica rapidamente se recuperou, en-cerrando o set em 26x24. Assim como a equipe feminina, a equipe masculina da UCDB mostrou-se bem posiciona-da e entrosada, conseguindo boas re-cepções e boas jogadas de ataque.

O segundo set teve um início mais equilibrado, com o rival abrindo van-tagem no meio do período. Mas já no final do set, entre seguidas falhas da Uniderp, a UCDB não perdeu as oportunidades criadas para se reabili-tar, virando o placar e fechando o set com o placar de 25x23.

Mesmo vencendo por 2 a 0 e precisando apenas de mais um set para conquistar o título, os atletas da UCDB não perderam o foco e conti-nuaram atentos à partida. Venceram o set final por 25x15, dominando os adversários com belas jogadas e blo-queios que pararam o ataque rival.

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CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 10 h o m e n a g e m / p a s t o r a l JORNAL UCDB

Os ex-alunos da Universidade Católica Dom Bosco Maria Cecília, Rodolfo, Munhoz e

Mariano receberam da Instituição uma cópia do livro “Campo Grande, onde os sonhos são bem-vindos”, que fez parte da campanha de aniversário dos 112 anos da Capital. Com páginas em branco, a pu-blicação incentiva os cantores, acadêmi-cos e egressos a escreverem um pouco de sua história, a acreditar em seus sonhos e, juntos, ajudarem a construir uma cidade melhor.

UCDB homenageia ex-acadêmicos

JAKSON PEREIRA

Músicos receberam livro durante show na Capital

SUCESSO

Após receber o seu exemplar, a can-tora Maria Cecília relembrou os tempos de UCDB. “Foi lá na Universidade que tudo começou. Tivemos um ótimo perí-odo na UCDB e só sinto não ter termi-nado o curso. Mas graças a Deus conse-guimos sucesso na carreira”, comentou a ex-acadêmica de Zootecnia. “Lembro-me de quando tocávamos nos intervalos culturais, era bem bacana, sinto saudade daquela época”, complementou Rodolfo, o ex-colega de sala.

Os músicos receberam os exempla-res das mãos do Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Dr. Hemerson Pistori.

Pró-Reitor Hemerson Pistori entregou os livros para Maria Cecília e Rodolfo

“Esta é uma lembrança da UCDB para vocês que fazem parte da história da Ins-tituição”, disse o professor.

Já o diretor administrativo Antonio Alves entregou para a dupla Munhoz e Mariano o exemplar. “É uma alegria ser lembrado pela Instituição, apesar do pou-co tempo que passei por lá. Vamos es-crever sim um pouco de nossa história”,

disse Mariano.A homenagem feita pela UCDB ao

aniversário de Campo Grande foi veicu-lada no fim de agosto, na televisão, e tam-bém está disponível no canal da Católica no Youtube (CanalUCDB). A campanha inclui, ainda, um hotsite no qual 112 aca-dêmicos da Instituição relatam os seus so-nhos (www.ucdb.br/112sonhos).

Educação católica: sintonizada com as necessidades da sociedade e do indivíduoNos dias que

antecederam à Jor-nada Mundial da

Juventude 2011, em Madri, aconteceu na cidade de Ávila o Congresso Mun-

dial das Universidades Católicas. Os professores, no final do encontro, lançaram o seguinte documento:

IDENTIDADE1 1º A universidade católica deverá responder aos questionamentos

que a sociedade e o indivíduo propõem acerca da natureza humana a partir de uma antropologia cristã. Em vista desse fim, será necessário não estabelecer juízos entre fé e razão, contemplação e ação, experiên-cia e pensamento, e conciliar âmbitos como o acadêmico e o pessoal.

2º As universidades católicas deverão adaptar-se às novas deman-das e necessidades impostas pela sociedade sem prejuízo de sua identi-dade e missão. Como qualquer sistema vivo, as universidades católicas devem se aperfeiçoar e desenvolver-se. A ideia do desenvolvimento se centra em repensar o quê somos para aprofundar em seu sentido não para perder o que nos define.

Trata-se de olhar o passado com o retrovisor da consciência, mas em vista do presente, com a luz resplandecente do Evangelho. A fim de mergulhar na essência da catolicidade das instituições que assim se definem, será preciso promover o conhecimento e o estudo dos do-cumentos emanados pelo Magistério da Igreja e a legislação canônica pela qual esses Centros devem ser regidos.

É essencial prestar atenção nos princípios fundamentais da Dou-trina Social da Igreja.

3º A ação educativa de nossas universidades deverá ajudar no de-senvolvimento integral da pessoa e deve fortalecer o desenvolvimento dos valores da família como resposta à sua missão de serviço à Igreja e à sociedade.

Na universidade católica, a educação deve empenhar-se na busca sincera do sentido cristão da vida, um sentido que deverá ser construí-do de forma intersubjetiva entre os docentes e os acadêmicos, median-te o contato próximo entre ambos.

MISSÃO2 4º A marca distintiva da universidade católica deverá ser sua apos-

ta na pessoa, tanto na sua dimensão individual como na social. A uni-versidade católica do século XXI deverá transformar em realidade o imenso desafio de oferecer uma educação integral e integradora na qual se promova o desejo de ser santos através da defesa e da pro-moção de valores como o compromisso ético e moral, o serviço ao próximo, o amor à verdade, o interesse pelo estudo, a preparação para o trabalho, a fé na família e a defesa da vida.

5º Um dos grandes desafios das universidades católicas, senão o maior, continua sendo o de cumprir a sua missão evangelizadora centrada na pessoa de Jesus Cristo e na sua mensagem. Evangeliza-se quando à competência na transmissão dos saberes se une a aquisição da Sabedoria, com “s” maiúsculo, cume de todo conhecimento.

É de suma importância também cuidar e promover aqueles es-paços que as universidades católicas oferecem, como a Pastoral Uni-versitária ou os grupos de voluntariado, pois são uma ferramenta útil para promover os ideais altruístas e de anúncio da Boa Nova junto com a excelência acadêmica. São um complemento para a dimensão intelectual dos jovens que participam nelas e os ajuda a construir uma coerência de vida e de fé de acordo com a mensagem cristã. Desta forma, poderá ser gerada uma cultura verdadeiramente católica.

É preciso realizar, de maneira sistemática e coerente, pesquisas cujos resultados possam recolher as estratégias e as medidas necessá-rias para tornar realidade a missão da universidade católica.

Bento XVI nos pede redefinir a identidade do trabalho universitá-rio hoje para alargar os horizontes da racionalidade.

Isso implica uma nova maneira de entender a ciência aberta às perguntas e às respostas da filosofia e da teologia e, portanto, uma nova maneira de fazer com que a fé ajude a compreender a realidade, a verdade que todas as ciências almejam.

Nossas universidades serão católicas se, além da vida sacramen-tal e de alguns cursos de filosofia e teologia, conseguir que os cursos técnicos, majoritários em seus programas de curso, sejam pensados e ensinados de outra maneira. Por isso, torna-se prioritário que as uni-versidades católicas se esforcem por engendrar uma nova ciência resul-tante do diálogo fecundo entre cada ciência particular e as ciências do sentido da vida humana, isto é, a filosofia e a teologia.

Porém, o diálogo não se dá com as ciências, mas com os cientistas. Portanto, nossas universidades devem se converter em verdadeiras co-munidades em ebulição, buscando, desta forma, a verdade.

A tarefa de repensar as ciências particulares à luz de uma nova antropologia é um caminho longo, uma verdadeira refundação cultu-ral, que somente poderemos lograr êxito se cada universidade vier a se somar à grande comunidade das universidades católicas, que, juntas, queiram realizar esse esforço.

As Universidades reunidas neste Encontro Mundial de Univer-sidades Católicas reafirmamos nossa comunhão com a Sé de Pedro.

Agradecemos ao Magistério emanado pela Santa Sé por orientar-nos em nosso trabalho universitário e nos comprometemos a dar-lhe vida em nossas instituições.

Compartilhamos nossa paixão pela formação dos jovens, futuro da Igreja e da Humanidade, e reafirmamos a nossa intenção de cola-borar e nos manter unidos neste empenho.

* Traduzido pelo Pe. Pedro Pereira Borges1O que somos

2O que devemos fazer

Jakson Pereira

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CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 11a g e n d a JORNAL UCDB

CONECTE

EVENTOSENCONTRO ESTADUAL

DE ESPORTES AQUÁTICOS

Entre os dias 15 e 19 de setembro os profissionais de educação física e acadêmicos podem participar no bloco B da Universidade Católica Dom Bosco do Encontro Estadual de Esportes Aquáticos, que visa atualizá-los com subsídios teóricos e práticos sobre temas relaciona-dos a área e ministrados por profissionais qualificados para o desenvolvimento do desporto aquático no Estado. Informações podem ser obtidas pelo telefone 3312-3464 ou pelo e-mail [email protected].

CONGRESSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

A cidade de Naviraí recebe entre os dias 14 e 16 de setem-bro o Congresso de Ciências Jurídicas: Jurisdição, Estado e Cidadania e o IV Encontro Científico Curso de Direito. O evento será realizada no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Os interessados em participar do

evento como congressista ou através de artigos publicados podem se inscrever através do link http://periodicos.uems.

br/novo/index.php/direitoedireitos.

XXV JORNADA DE BIOLOGIA: A VIDA NO PLANETA

Será realizada entre os dias 26 a 30 de setem-bro, na Pontifícia Universidade Católica de

Minas Gerais, a 25ª edição da Jornada de Bio-logia, com a temática “A Vida no Planeta: das florestas às metrópoles”. As inscrições para o concurso de fotografia e de ilustração cientí-

fica devem ser feitas até o dia 12 de setembro. As atividades do evento serão promovidas em

período integral, reservando-se os turnos da manhã e da noite para realização de cursos te-

óricos e teórico-práticos, além da exposição de trabalhos, atividades e oficinas culturais. Du-rante o período da tarde, ocorrerão palestras,

mesas-redondas, apresentações de trabalhos científicos e culturais. mais informações sobre

a jornada e as inscrições para os concursos: http://xxvjornadabiologia.weebly.com/

VIII SEMINÁRIO DE EXTENSÃO - EXTENSÃO E

INTERDISCIPLINARIEDADE

Discutir e fortalecer a interdisciplinarieda-de como uma das características das ações extensionistas, aliada ao atendimento à co-munidade e formação profissional é o obje-tivo principal do VIII Seminário de Exten-são - Extensão e Interdisciplinariedade que acontece na Universidade Católica Dom Bosco entre os dias 21 e 23 de setembro. As inscrições para os interessados e mais informações sobre a programação geral do evento podem obtidas no link dentro do site www.ucdb.br/eventos.

www.agronomia.com.brEste portal busca transmi-

tir conhecimentos e tecno-logias para o desenvolvimento

sustentado do complexo produtivo da pecuária, visando a sua utilização para o bem estar da sociedade de maneira ecléti-ca, indivisível e global, integrando planta,

animal, ambiente e o homem. De acordo com seus idealizadores, seu objetivo é contribuir para o aumento da produção e eficiência dos sistemas produtivos, desen-volver sistemas integrados de agricultura e pecuária, melhorar a qualidade dos in-sumos, instalações e equipamentos para a bovinocultura, caprinocultura, ovinocul-tura, equideocultura e bubalinocultura,

entre outros.

www.direitonet.com.brO Direitonet é um site brasileiro sobre as questões relacionadas à área jurídica. Lançado em 1999, tornou-se uma das principais refe-rências para quem procura conteúdo jurídico na internet, oferecendo uma grande quantida-de de informações em 12 seções de conteúdo,

entre elas: petições, testes, resumos, roteiros, contratos, jurisprudência, leis, colunistas exclusivos, etc. O portal é direcionado para estudantes de Direito, advogados, “con-curseiros”, juízes, promotores, delegados, procuradores, professores, empresas de todos os portes, bancos, órgãos públicos, tribunais e demais interessados em Direito, em todo o Brasil e no exterior.

XI SEMINÁRIO INTERNACIONAL

EM LETRAS, LINGUAGENS

E PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS

O Centro Universitário Franciscano de Santa Maria realiza entre os dias 13 e 16 de setembro o XI Seminário Inter-

nacional em Letras, Linguagens e Práticas Socioculturais. O evento tem como objetivo propiciar uma reflexão sobre as relações entre as linguagens e as práticas socioculturais,

além de promover um amplo intercâmbio acadêmico, a par-tir da contribuição de renomados pesquisadores e professo-

res de variada procedência acadêmica, em âmbito nacional e internacional. As inscrições podem ser feitas até o dia

do evento e mais informações podem ser obtidas pelo site http://www.unifra.br/eventos/inletras2011.

Page 12: Jornal UCDB - Setembro 2011

CAMPO GRANDE-MS, SETEMBRO/2011 p e r s o n a l i d a d e s a l e s i a n a12 JORNAL UCDB

23/11/1873 11/08/1956“Salesiano obediente e obstinado”

Padre Antonio Dalla Via

Nasceu em Thiene, província de Vicenza e diocese de Pádoa

(Itália), em 23 de novembro de 1873. Não conheceu a mãe e, com apenas dez anos, perdeu também o pai. O Senhor, porém lhe pôs no caminho um anjo que lhe haveria de guiar os passos: o pároco de Thiene, o qual o re-colheu em um Instituto, onde o nosso Antônio pode frequentar o primário.

Concluído o terceiro ano ginasial no Colégio Diocesano de Thiene, escreveu ao Supe-rior geral dos salesianos para ser aceito entre os seus filhos. A resposta do Padre Rua che-

gou logo favorável: “Espera-mos você de braços abertos!”.

Antônio juntou-se a outros meninos de Braganze, que o saudoso Pe. João Zolin devia levar para Turim. Fez o aspiran-tado em São João Evangelista em Turim. No final do ano fi-cou gravemente doente e teve de voltar para Thiene. Antes de partir, confessou-se com o pa-dre Rua, ajudou à missa e rece-beu a comunhão das suas mãos. Muito embora os superiores e os médicos tivessem poucas esperanças de que pudesse vol-tar, o padre Rua lhe disse: “Até logo”. E foi profeta. Após um mês em sua terra natal, Antô-

nio Dalla Via voltou a Turim e foi para Ivrea para o noviciado. Recebeu a batina das mãos do Pe. Rua e, terminado o novicia-do, fez a profissão perpétua nas mãos do mesmo santo superior em 3 de outubro de 1893. Pas-sou em seguida um ano em Val-salice para estudar Filosofia.

Para livrá-lo do serviço mi-litar os superiores o enviaram para a França. Passou dois anos no orfanato de São Gabriel de Lille, cinco anos em Tournai na Bélgica onde, no dia 5 de mar-ço, foi ordenado sacerdote. Pas-sou ainda algum tempo em Lille até que as leis “Combes” obri-garam os superiores chamá-lo para a Itália.

No seu diário íntimo foi en-contrado escrito que ele teria preferido ir para a Bélgica ou para a Inglaterra; chegou até confessar ao Pe. Rua que não ti-nha vocação para as missões da América. Mas o santo homem, apertando-o ao coração ter-lhe-ia dito: “Olha Pe. Dalla Via, sou eu que te dou a vocação, parte tranqüilo”. No citado diário se lê: “Recebi esta segunda voca-ção como se viesse diretamente do Céu e nunca me arrependi”. Foi para Barcelona para embar-car em um navio direto para Argentina. Chegando à casa de Almagro, em Buenos Aires, encontrou-se com o Pe. Paulo Albera, catequista geral.

Oito dias depois, o navio francês “Les Alpes” levava-o ao Rio de Janeiro. Continua o diá-rio: “Sem que ninguém me es-perasse, entro no colégio Santa Rosa, em Niterói, no dia 8 de dezembro de 1901, às quatro da tarde, à hora da bênção na ca-pela do colégio. Jesus na Euca-ristia foi o primeiro abençoar-me nesta terra que devia ser a minha pátria até o fim da minha vida.”

Nesta casa considerada a casa mãe dos salesianos no Bra-sil foi por dois anos catequista e por dois anos prefeito. Vivia-se os anos terríveis da febre ama-rela. O trabalho e o espírito de sacrifício de Pe. Dalla Via, na-quele terrível 1903, foram real-mente notáveis.

Tendo passado um ano como secretário do inspetor Pe. Carlos Peretto, foi nomea-do diretor da casa inspetorial, que naquele tempo era o colé-gio São Joaquim de Lorena. Ali permaneceu de 1906 até 1913, contribuindo grandemente para o progresso e o florescimento do mesmo. Costumava-se dizer que naqueles anos o Ginásio de Lorena era o melhor da Con-gregação no Brasil e um dos mais renomados do país.

Em 1917 foi nomeado dire-tor do nosso colégio de Niterói. Neste mesmo ano, no dia 29 de outubro, aconteceu o desas-tre da “Barca Sétima” em que, durante uma excursão marítima na encantadora baía da Gua-nabara, pereceram 27 meninos e um salesiano coadjutor, que antes conseguira salvar vários alunos. O Pe. Dalla Via não so-mente suportou resignado esta duríssima provação, mas soube agir tão bem que a terrível des-graça foi motivo de propaganda e prestígio para o colégio Santa Rosa, levando ao conhecimento do país os trabalhos em anda-mento, ao lado do colégio, da construção do Santuário-Basíli-ca de Maria auxiliadora.

Em 1922 foi nomeado pá-roco da paróquia de Maria Au-xiliadora em São Paulo e dire-tor das Escolas Profissionais anexas. Trabalhou para o bem dos seus paroquianos e, em 1923, começou a construção do Santuário de Maria Auxilia-dora, que é hoje a maior igreja de São Paulo depois da catedral metropolitana. A sacristia esta-va já pronta e as paredes laterais do templo já tinham alcançado uma altura notável, quando, ao findar do sexênio, em 1928, o servo de Deus Pe. Filipe Rinaldi o nomeou inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso, que ele soube governar “fortiter et suaviter” até o fim de 1932, quando foi enviado a Belém para ser o reitor do seminário arquiepiscopal.

Em 1940 passou a dirigir o noviciado e o estudantado filosófico salesiano em Jaboa-tão, em Pernambuco. Quando

o estudantado foi transferido para Natal, acompanhou os clérigos e com eles ficou por mais dois anos. Em 1946 foi nomeado diretor do colégio de Manaus, onde havia mais de dois mil alunos. Mas o Pe. Dalla Via já estava cansado. A vista estava muito enfraque-cida necessitando submeter-se a exames de especialistas, voltou para o estado de São Paulo, em Lorena, onde passa a lecionar língua e literatura francesa para os clérigos do Liceu.

Em 1948, em São Paulo, no Santuário de Maria Auxi-liadora por ele começado, ce-lebra solenemente, entre can-tos e festas, as suas bodas de ouro sacerdotais. Nesta oca-sião é rodeado pelos irmãos e grande número de ex-alunos e amigos.

A sua saúde, porém, vai sempre mais definhando. Por mais dois anos, porém, conti-nua prestando bons serviços como capelão do Colégio do Carmo, das Filhas de Maria Auxiliadora em Guaratingue-tá. Finalmente, em 1952, re-colheu-se na tranquilidade do noviciado de Pindamonhan-gaba. O Reitor-mor, em 23 de setembro de 1953, autorizou o Pe. Dalla Via poder celebrar a missa votiva de Nossa Se-nhora com o missal dos que têm problemas de vista e tro-cou o breviário pela reza do rosário inteiro.

Finalmente pediu para des-cansar nesta casa salesiana de São José dos Campos. Propor-cionamos-lhe todos os cuida-dos exigidos pela sua idade e seu estado de saúde, mas no dia 11 de agosto de 1956 voou para o paraíso. Tinha 83 anos de idade, dos quais 54 vividos no Brasil. Foi inspetor por seis anos e diretor por 26 anos.

Trechos da carta mortuária escrita por Pe. Joaquim França, disponí-vel no site da Missão Salesiana de Mato Grosso (www.missaosalesia-na.org.br).

Dalla Via foi o quarto inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso