jornal martim-pescador 139

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JANEIRO/FEVEREIRO 2016 Número 139 Ano XII Tiragem 3.000 exemplares www. jornalmartimpescador.com.br Crédito Divulgação Do sertão ao mar Pescadores da Praia do Perequê, em Guarujá, participam de mutirão de limpeza no rio do Peixe. Págs. 4 e 5 Como fazer uma paella muito tradicional. Pág. 7 José Evandro, conta sua saga do sertão da Paraíba ao Rio de Janeiro em busca de uma profissão e um lugar ao sol. Pág.s 4 e 5 Aprenda a deliciosa receita de arroz de leite à moda da Paraíba. Págs. 4 e 5 Ação dos Mares promove educação ambiental de forma divertida em Santos. Pág.2 Crianças visitam o Museu de Pesca em Santos no curso de férias do Aquário. Pág. 8 Licenças de pesca de caranguejo-uçá são entregues na Vila dos Pescadores em Cubatão. Pág. 2

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Janeiro/Fevereiro 2016 - Número 139 - Ano XII - Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo.

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Page 1: JORNAL MARTIM-PESCADOR 139

www.jornalmartimpescador.com.br

JANEIRO/FEVEREIRO 2016Número 139

Ano XII

Tiragem 3.000exemplares

www. jornalmartimpescador.com.br

Crédito Divulgação

Do sertão ao mar

Pescadores da Praia do Perequê, em Guarujá, participam de mutirão de limpeza no rio do Peixe. Págs. 4 e 5

Como fazer uma paella muito tradicional. Pág. 7

José Evandro, conta sua saga do sertão da Paraíba ao Rio de Janeiro em busca de uma profissão e um lugar ao sol. Pág.s 4 e 5

Aprenda a deliciosa receita de arroz de leite à moda da Paraíba. Págs. 4 e 5

Ação dos Mares promove educação ambiental de forma divertida em Santos. Pág.2

Crianças visitam o Museu de Pesca em Santos no curso de férias do Aquário. Pág. 8

Licenças de pesca de caranguejo-uçá são entregues na Vila dos Pescadores em Cubatão. Pág. 2

Page 2: JORNAL MARTIM-PESCADOR 139

Janeiro/Fevereiro 20162

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

DefesosMexilhão (Perna perna) 01/09/2015 a 31/12/2015

Ostra 18/12 a 18/02 (defeso suspenso pela Portaria Interministerial MMA/MPA 192) Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) 1/11/2015 a

28/02/2016Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das

bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) 1/11/15 a 28/02/16

Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/14 a 31/07/14 e 1/11/14 a 15/02/15Bagre rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizii)

01/01/16 a 31/03/16Lagosta vermelha (Panulirus argus) e lagosta verde (P. laevicauda) 01/12/15 a 31/05/16

Pargo (Lutjanus purpureus) 15/12/2015 a 30/04/2016

Moratórias

Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14)Mero (Epinephelus itajara) 06/10/2015 a 06/10/2023 (Portaria Interministerial no 13)

Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminadoTubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado

Raia-manta (família Mobulidae) - tempo indeterminadoMarlim-azul (agulhão-negro) – Makaira nigricans- comercialização proibida

Marlim-branco (agulhão-branco) - Tetrapturus albidus –comercialização proibida

Pescadores começam a receber licenças temporárias

de pesca do caranguejo

A dança das ostras

Ana Paula é nova gestora da APA

Ação dos Mares agita Quebra-Mar contra a poluição

Com atrações para todas as idades, aconteceu a 1ª Ação dos Mares, no Emissário Submarino de Santos. O evento foi reali-zado dia 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, com o tema “Volta DO mar oferenda – Lugar de lixo não é dentro do bicho”. Foram montadas tendas de exposição de projetos da conservação ma-rinha, oficinas de arte-educação

e circo, performances e mesa redonda que, além de divertir, teve como objetivo promover a reflexão sobre o lixo que vai parar nos oceanos e seu impacto sobre a fauna marinha. O Cole-tivo Jovem Albatroz e o Projeto Garrafada foram os responsáveis pela ação, que conta com o apoio cultural do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por

meio do Programa Petrobras Socioambiental, do Instituto Mar Azul (IMA), do Projeto Mantas do Brasil, do Aquário Municipal de Santos/SEMAM e da Vila do Teatro. Saiba mais em:

E v e n t o o f i c i a l : h t -tps://www.facebook.com/events/188129734873695/

Garrafada: https://www.fa-cebook.com/projeto.garrafada

Ana Paula Garcia é a nova gestora da Área de Proteção Marinha do Li-toral Centro-APAMLC. A bióloga foi designada para responder pelo cargo a partir de 19 de novem-bro de 2015, conforme Portaria 211 da Fundação Florestal. Formada pela Universidade Estadual Paulista-Campus do Li-toral Paulista (UNESP/CLP) é especialista em Gestão Ambiental. Tra-balha desde 2009 na APAMLC, desenvolvendo como função principal a Secretaria Executiva do Conselho Gestor. “Como gestora, pretendo fortalecer as relações com a comunidade e dar continuidade aos trabalhos em desenvolvimento, bem como abrir novas frentes ne-cessárias para colaborar com a proteção do nosso território”,

afirma a bióloga.As Áreas de Proteção Mari-

nha (APAS), no Litoral Centro, Sul e Norte, foram criadas em 2008 pelo governo do Estado de São Paulo. São unidades de uso sustentável que visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso susten-tável de seus recursos naturais. As reuniões do conselho gestor da APAMLC acontecem a

cada dois meses. A próxima será dia 16 de fevereiro às 9h no Centro de Visitantes do Parque Estadual Xixová-Japuí loca-lizado na av. Tupi-niquins 1009, bairro do Japuí, São Vi-cente (atravessando a Ponte Pensil em frente ao Baía de SV Iate Clube). Um dos temas a ser discuti-do é a proposta de

revisão do tamanho da malha das redes de arrastão-de-praia, feita pela bióloga Carolina Bertozzi do Projeto Biopesca. Será feita também a indicação dos membros para formação do Grupo de Trabalho do Plano de Manejo. No dia 25 de fevereiro acontece a reunião da Câmara-Temática de Pesca no mesmo endereço.

Escravos de Jó faziam ca-xanguá, tira, põe, deixa ficar/Guerreiros com guerreiros fazem zig-zig-zag. Essa can-tiga de criança pode bem ser aplicada ao defeso da ostra no Estado de São Paulo. A novela aconteceu assim. A Portaria Interministerial MMA (Mi-nistério do Meio Ambiente) e MAPA (Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento) nº 192 de 5/10/2015 suspendeu alguns defesos, entre eles o da ostra no lito-ral de São Paulo. O defeso da ostra, compreendido no período de 18/12 a 18/2, foi criado através da Portaria Sudepe N-40 de 16/12/1986. A Portaria 192 suspendeu um total de cinco portarias e cinco Instruções Norma-

tivas relativas ao Espírito Santo, Bahia, Amazonas, Ceará Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão e apenas uma em São Paulo. Dia 10/12 a situação foi revertida com o Decreto Legislativo 293 que sustou a aplicação desta portaria e o defeso, e consequentemente o seguro--defeso, voltaram a valer. A história não parou aí. Uma medida foi apresentada pela presidente Dilma Roussef dia 6 de janeiro de 2016, através de uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê uma suspen-são dos defesos relacionados à Portaria 192, com a duração de 120 dias. Desta maneira o governo pretende economizar dinheiro que seria gasto para

pagar os seguros-defesos des-sa Portaria para os pescadores artesanais de todo o país que habitualmente interrompem suas atividades em respeito à conservação de várias espé-cies. O presidente da Suprema Corte, Ricardo Lewandovski, concedeu a liminar e afirmou que os pescadores “não terão prejuízo ao deixar de receber o seguro-defeso, pois estarão livres para exercer normal-mente suas atividades”. A Portaria 192, que volta a vi-gorar, também determina que seja feito um recadastramento dos pescadores artesanais pelo MAPA e a revisão dos períodos de defeso por meio dos Comitês Permanentes de Gestão e Uso Sustentável de Recursos Pesqueiros.

Dia 14 de dezembro as primeiras licenças de pesca temporária para a captura do caranguejo-uçá começaram a ser distribuídas na Vila dos Pescadores em Cubatão. Os trabalhos que levaram à via-bilização das autorizações fo-ram coordenados por órgãos da Secretaria do Meio Am-biente/SP – APA Marinha Li-toral Centro e Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais- e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento/SP - Centro Apta do Pescado Marinho/Instituto de Pesca, que contaram com o valioso apoio da UNESP – Campus Litoral Paulista. As licenças serão concedidas pescadores dos municípios de Itanhaém,

Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá, Bertioga e Cubatão. As auto-rizações temporárias de pesca do caranguejo-uçá, válidas por dois anos, serão forneci-das a um número restrito de profissionais, cerca de 200, revertendo parcialmente a proibição de sua captura feita pelo Decreto 60.133/14 da Secretaria do Meio Ambiente--SMA, que considerou a espé-cie sob ameaça de extinção.

As pescadoras Gilmaci dos Santos Lourenço, 52 anos, e Rosa Maria de Barros Santos, 55 anos, se sentiram aliviadas, pois agora, com a documenta-ção em ordem podem exercer a pesca do caranguejo-uçá com segurança. Ambas atuam há

mais de 20 anos na profissão. Rosa explicou que apenas há oito anos conseguiu tirar o RGP (Registro Geral de Pesca) graças à orientação da coorde-nadora da capatazia da Z-1 na Vila dos Pescadores, Santina de Barros.

Na ocasião o professor Marcelo Pinheiro da Unesp--Campus Litoral Paulista, um dos responsáveis pelo relatório que estudou a abun-dância do animal e permitiu a liberação das licenças, esteve presente e proferiu palestra falando sobre o ciclo de vida do animal e a importância da captura responsável respei-tando as épocas de defeso e utilizando os métodos de captura permitidos por lei.

A reunião do conselho gestor acontece no Centro de Visitantes em São Vicente

Professor Marcelo Pinheiro fala sobre o caranguejo-uçá

As pescadoras Rosa Maria Santos e Gilmaci Lourenço recebem as licenças de pesca

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Janeiro/Fevereiro 2016 3

Semana valorizacultura caiçara

Santos recebe

homenagem no carnaval

carioca

Lançamento de livro

Márcio Barreto com Daniel Stucchi durante o lançamento de seu livro Ma-cunaímabladerunner. O evento acon-teceu dia 27 de janeiro no restaurante Oca, em Santos (www.ocarestaurante.com.br). Márcio é escritor, compositor, dançarino e multi-instrumentista. É um dos criadores da Semana da Cultura Caiçara na Baixada Santista.

A história de Santos desfilou no sam-bódromo do Rio de Janeiro na madrugada de 8 de fevereiro. A agremiação carioca Grande Rio fez uma homenagem à cidade com o enredo ”Fui no Itororó beber água, não achei. Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei”. Entre os destaques da escola estava a madrinha da agremiação, a atriz Susana Vieira. Foram homena-geados os jogadores Pelé e Neymar, e o time do Santos F.C. saiu na avenida. As alas destacaram a importância do porto como chegada dos imigrantes, o café, e as atrações turísticas locais como o Aquário e o Orquidário Municipal, entre outros. A cidade de Santos foi também tema de enredos de todas as escolas locais em 2016, em comemoração aos 470 anos da cidade completados em 26 de janeiro.

OCA RESTAURANTE Cardápio com ingredientes caiçarasDe terça a sábado – Das 11h00 às 15h00 e 19h00 às 23h00Rua Azevedo Sodré, 155 – Gonzaga Gastronomia na Ilha Diana Menu diverso no Bar e Restaurante da Ilha Diana - Agendar com antecedência pelo telefone (13) 3019-5418.Comedoria Sesc Cardápio com elementos ou pratos da culinária caiçara.

ESCOLA CAIÇARARede Municipal de Educação“Contação de lendas caiçaras” e projeto “O escritor na escola”De terça a sexta-feira – manhã e tarde

TURISMO SOCIALSesc Santos "Nos Arredores de Paraty: Tradições Caiçaras"Excursão 16 a 20/03 - Lista de Espera

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIASecretaria de TurismoVisitação Ilha Diana e ao Caruara (Intercâmbio de Comunidades).Projeto Turismo de Base Comunitária: Comunidade do Caruara visita Comunidade da Ilha Diana.Segunda e quarta-feira.*Inscrição para os moradores do Caruara e Ilha Diana projeto Turismo de Base Comunitária.

15/03 (TERÇA-FEIRA)Praça Mauá12h00 – Intervenção Artística “Mar Caiçara” com distribuição da programaçãoCaruara – Cecon (Centro de Convivência)14h00 - Oficina de Construção de Rabeca CalungaTeatro Sesc 20h00 –– Abertura oficial da “Semana da Cultura Caiçara” – Homenagem a Gilberto Mendes com Livio Tragtenberg e Percutindo Mundos20h15 – Intervenção Coletiva “Yvy marã ey” com Coral Zanzalá, Carrossel de

Baco, O Boi de Conchas, Coletivo Caiçara

16/03 (QUARTA-FEIRA)MISS – Centro Cultural Patrícia Galvão20h00 – Cine Caiçara (seleção de curtas)Oficina Pagu19h00 – Oficina Identidade Caiçara com Fátima Cristina PiresSesc Santos19h30 – Lançamento do Livro "Direito das Comunidades Tradicionais Caiçaras" Oca Restaurante20h00 – Café com peixe, bate-papo sobre gastronomia caiçara com Christina Amorim e Daniel Stucchi

17/03 (QUINTA-FEIRA)Caruara – Cecon (Centro de Convivência)14h00 - Oficina de construção de Rabeca Oficina Pagu19h00 – Oficina Identidade Caiçara com Fátima Cristina PiresCine Arte Posto 419h00 – new Gaza de Rita Martins Tragtenberg com part. De Gilberto Mendes20:30 – A Odisseia Musical de Gilberto Mendes de Carlos de Moura Ribeiro MendesTeatro Guarany20h00 – Santos de frente para o mundo – Cia Aplauso de Dança 18/03 (SEXTA-FEIRA)Caruara – Cecon (Centro de Convivência)14h00 - Oficina de Artesanato Caiçara Oficina Pagu19h00 – Identidade Caiçara com Fátima Cristina PiresSesc Santos19h00 – Diálogos Caiçaras – com Antonio Carlos Diegues (até as 21h00)

19/03 (SÁBADO)Oficina Pagu10h00 - Foco Caiçara – Oficina de fotografia (até as 12h00) Concha Acústica – Projeto Conchinha

10h00 – Pescando LendasSede Náutica (Ponta da Praia)10h00 – Remada Caiçara (saída) – Ponta da Praia (Aberto – canoas, caiaques, SUPs, barcos)11h00 – Oficina de Castelos de AreiaJardim Botânico Chico Mendes15h00 – Natureza em Arte(23° Sarau Caiçara)Fonte dos Sapos17:00 – Teatro(Marulhos Cia Teatral)18h00 – Música na PraçaConcha Acústica19h00 – Rafael Palmieri20h00 – Alma Caiçara

20/03 (DOMINGO)Feira de Orgânicos10h00 – Apresentação musicalConcha Acústica – Projeto Conchinha10h00 – Pescando LendasCasa da Frontaria Azulejada(III Mostra de Arte Contemporânea Caiçara “Francisco Telles”)15:00 – Abertura(Atelier Oficina 44, Coletivo Caiçara, Caiçara Vegan Fest)15h30 – Navios (Dança, UNIFESP)16:30 – Pindorama (Improvisação de dança, literatura e música)17h30 – DJ Caiaffo18h30 – Carrossel de Baco19h30 – Percutindo Mundos20h30 – Ciranda Elétrica 22h00 – Encerramento

https://www.facebook.com/semanadaculturacaicaraProgramação sujeita à alteração.

A “Semana da Cultura Caiçara” acontece de 15 a 20 de março em Santos. O evento é um projeto de valorização e divulgação da cultura tradicional caiçara e suas relações com a contemporaneidade. Amparada por um campo de ação que envolve as pastas de Cultura, Educação, Turismo, Meio Ambiente e Esporte, suas atividades envolvem música, dança, teatro, literatura, contação de histó-rias, artes visuais, artes plásticas, cinema,

gastronomia, debates, oficinas, esportes e turismo comunitário. Em 2016, haverá tributos in memoriam ao maestro Gilberto Mendes (1922-2016) e ao artista plástico Francisco Telles (1943-2016). A semana foi criada por iniciativa do vereador Sandoval Soares (PSDB), através da lei 2920/2013.

Já inserido no Calendário Oficial de diver-sas cidades (Santos, Guarujá, São Vicente, São Sebastião, Cananeia, Ubatuba, Paraty entre

outras), o projeto prevê a realização das ações em escolas, universidades, comunidades de base, feiras, equipamentos turísticos e demais espaços públicos e naturais. O projeto, desta forma, visa também o fortalecimento de redes de empreendedorismo criativo e sustentável que possibilitem a troca de bens e serviços culturais, bem como a circulação das pesquisas referentes ao caiçara e suas relações com o meio ambiente.

Roteiro GastronômicoPROGRAMAÇÃO

Márcio Barreto e Daniel Stucchi durante o lançamento do livro Macunaímabladerunner

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Janeiro/Fevereiro 20164

Coluna

OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000

[email protected] www.terminalembraport.com.br

Embraport realiza 11ª edição do Ecoférias na Ilha Diana

A Embraport, um dos maiores e mais modernos ter-minais portuários privados do país, instalado na margem esquerda do Porto de Santos, realizou entre os dias 5 e 28 de janeiro a 11ª edição do Ecoférias – Programa de Educação Ambiental para as crianças da Ilha Diana.

A atividade é realizada anualmente, nos meses das férias escolares, e tem o objetivo de trabalhar a educação ambiental nas crianças e jovens da comunidade por meio da inserção de novos hábitos, conscientizando-os sobre o uso racional dos recursos naturais, descarte correto dos resíduos domésticos e valorização do patrimônio ambiental da Ilha.

A 11ª edição da Ecoférias teve o objetivo de integrar

o respeito pelo ambiente através da música e também difundir a audição sensível.

No total, 24 horas de atividades foram realizadas voltadas ao universo da música e dos sons, através de encontros sonoros lúdicos e contato com instrumentos musicais de várias culturas. Os pequenos moradores con-feccionaram instrumentos com materiais recicláveis como canos, tampinhas e barbantes, aprendendo a reutilizar o lixo de forma divertida e responsável.

Além da música, os participantes aprenderam um pouco sobre as aves habitantes da ilha e suas sonoridades e também realizaram registros fotográficos.

Salve o Rio do Peixe!Pescadores da Praia do Perequê, em Guarujá,

participam de mutirão de limpeza no rio do Peixe

Mais de duas toneladas de lixo foram recolhidas em quatro horas de atividade por voluntários na limpeza do rio do Peixe dia 24 de novembro. A ação deu início ao Projeto de Recuperação Ambiental, promovido pela Associação de Pescadores Artesanais Aquicultores e Prestadores de Serviços de Turismo de Guarujá.- ASPE, formada por pescadores da Praia do Perequê e proximidades. O projeto,foi idealizado por membros da ASPE, o professor da Unisanta Jorge Luís dos Santos, Fábio Luiz Laurindo, Walmir Vieira, José Camilo Batista. “Lembramos que o Dia do Rio é comemorado nesta data, em 24 de novembro, assim como o Dia Mundial da Água é comemorado no dia 22 de março - estas datas foram instituídas devido a grande

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Janeiro/Fevereiro 2016 55

Evandro, um paraíba de coragem

Salve o Rio do Peixe!Pescadores da Praia do Perequê, em Guarujá,

participam de mutirão de limpeza no rio do Peixe

1 xícara (chá) de arroz/4 xícaras (chá) de água/sal a gosto/cerca de 1/2 litro de leite

PREPARO:Colocar água e sal na panela. Quando começar a ferver, jogar

o arroz, manter fogo bem baixo, e mexer com uma colher de pau constantemente. Quando estiver quase secando, jogar o leite aos poucos, mexendo sempre para não grudar no fundo, até ficar bem macio e molinho. Desligar quando estiver ainda bem papa e deixar descansar por 10 minutos na panela para secar mais um pouquinho. O arroz de leite pode acompanhar

rabada, ou peixe e frango ensopados.

Coragem e persistência são qualidades do brasileiro. A expressão “Brasileiro, profissão esperança” virou até nome de peça de teatro, forma poética de expressar essa mania danada que o nosso povo tem de cultivar a fé na vida.

José Evandro de Oliveira, nascido no sertão da Para-íba, é um exemplo de pessoa que conseguiu conquistar seu lugar ao sol com muito trabalho e coragem. Hoje, trabalha como cozinheiro, e nos conta seu longo trajeto para abraçar uma profissão que faz com gosto. Evandro, também chamado de Paraíba, saiu da cidade de Pombal aos 10 anos, mas trouxe na memória as receitas tradicionais de sua mãe. Chegou ao sudeste num pau de arara e com mais 15 companheiros “rodou o mundo” vendendo redes. Vagou por São Paulo, Santa Catarina, Rio, até chegar à região dos Lagos no Rio de Janeiro e ali se estabelecer. Após fazer de tudo um pouco, lavar carros, trabalhar de caseiro, achou sua verdadeira profissão: cozinheiro. Hoje, José Evandro mora em Iguaba Grande e trabalha em Cabo Frio. Como cozinheiro do restaurante Chico´s faz vários tipos de comida, como feijoada, costela com batata assada, peixe, entre outros. Mas seu maior prazer é preparar as comidas da sua terra como baião de dois, buchada de bode, farofa de ovo e o arroz de leite. Aqui vai a verdadeira receita do arroz de leite da Paraíba, com um sabor bem brasileiro.

Arroz de leite da Paraíba

preocupação com a escassez da água, assim como a preservação e proteção dos recursos naturais”, explica Ricardo Louzada, Diretor de Desenvolvimento da Economia Solidária, Pesca e Aquicultura da Prefeitura de Guaru-já. Louzada explica que o mutirão e o Projeto são promovidos pela Associação de Pesca-dores Artesanais Aquicultores e Prestadores de Serviços de Turismo de Guarujá-ASPE, que é constituída na maioria por pescado-res da Praia do Perequê e proximidades. A entidade visa contribuir para o fomento e racionalização das atividades extrativistas, aquícolas, de pesca artesanal e de serviços de turismo, desenvolvendo formas de coo-peração e incremento de renda.

Segundo o professor Jorge Luís dos Santos, Perequê é a forma em português do termo tupi-guarani pi-ra-i-ke que significa (entre outras definições) entrada de peixe para alimentação e desova. A barra do rio do Peixe, conhecido no passado como Perequê, era o local onde as baleias eram processadas sem que pagassem taxas à coroa portuguesa. “Fato que pode ser verdadeiro, pela observação de ossadas desenterradas pela maré naquele local”, explica o profes-sor. “Estabelecendo uma rotina de retirada de parte dos detritos do rio é possível gerar condições favoráveis para a retomada do local para lazer e pesca”, acrescenta. O pro-jeto visa também mapear fontes poluidoras e conscientizar moradores e habitantes a não jogar lixo no rio, criando assim agentes multiplicadores da ação.

José Evandro é especializado em

culinária bem brasileira

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Janeiro/Fevereiro 20166

Negociações com Ultracargo tem continuidade

Compesca encerra ano e faz balanço de sua atuação

Representantes do segmento da pesca participaram da reunião plená-ria do Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura-Compesca em 4 de dezembro. O evento aconteceu no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-Fiesp, na av. Paulista. Entre os objetivos do Comitê estão a elaboração de análises e estu-dos do setor, e projetos de inovação, sustentabilidade e responsabilidade. Foram discutidas as ações realizadas pelo Compesca em 2015 e os projetos para 2016. Na ocasião foi feito o lan-çamento do Programa Aquanegócios da Fish-TV. A mesa foi presidida pelo

Um ano após o incêndio, pros-seguem negociações em busca de indenização pelos prejuízos causados à população. Dia 9 de dezembro, pescadores artesanais deram depoi-mento no Gaema-Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo. Na ocasião falaram sobre a situação da pesca no estuário após o acidente. Estiveram presentes as coordenadoras das capatazias da Colonia Z-1, na Vila dos Pescadores em Cubatão, Santina Barros, e de Monte Cabrão na área continental de Santos, Lília Vasques Britez, esposo Carlos Alberto e o pescador Emerson Saraiva de Pádua, e o pesquisador Alberto Amorim do Instituto de Pesca da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de SP. Além de descrever o tipo de pesca que reali-zam contaram da escassez de peixes, siris, camarões e caranguejos após o incêndio e da rejeição que o produto sofreu no mercado, devido ao medo da contaminação. “Pesou no bolso”, diz o catador de caranguejo Emerson, referindo-se aos prejuízos advindos do incêndio.

O promotor Daury de Paula Jú-nior, do Ministério Público Estadual, explicou que o inquérito foi instau-rado no Gaema, presidido pela Dra.

Incêndio completa um ano em abrilO incêndio nos tanques de combustível da Ultracargo, em Santos, aconteceu de 2 a 10 de abril de 2015. Na ocasião, além da fumaça que se espalhou pelo ar, o estuário foi atingido

com a água de rescaldo do combate ao fogo matando cerca de 8 toneladas de peixes. Os pescadores artesanais da região sofreram, pois a pesca ficou escassa, e mesmo quando o peixe era pescado as pessoas não compravam, com medo que o produto estivesse contaminado. Representantes da Ultracargo fizeram contato com os pescadores numa primeira

reunião em 26 de maio, mas até o final de janeiro de 2016 nenhum acordo para indenização foi realizado.

coordenador do Compesca, Roberto Imai, com a presença do coordena-dor adjunto Helcio Honda, Pedro Henrique dos Santos Ferreira e Sílvio Romero. O pesquisador Luiz Marques da Silva Ayroza, diretor do Instituto de Pesca, vinculado à Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento do ESP, esteve presente. Na ocasião foi enfatizada a im-portância de diminuir a distância entre o setor privado e a pesquisa. Ao final do encontro os participantes foram brinda-dos com a réplica de uma carpa colorida conhecida no Japão como Nishiki Goi, símbolo da longevidade, coragem e per-severança. Imai explicou que, segundo

Flavia Maria Gonçalves, em conjunto com o Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, represen-tado pelo procurador da República Antonio José Molina Daloia. “A inves-tigação está voltada para três campos de atuação”, explicou o promotor Daury de Paula Júnior. O primeiro é de usar o incêndio como experiência para o melhor conduzir do terminal, em segundo, buscar a indenização daqueles danos irrecuperáveis e em terceiro a recuperação de danos que forem recuperáveis. Entre os danos irrecuperáveis está a mortandade de organismos no estuário, e o prejuízo

decorrente destes danos ambientais para comunidade. A comunidade pesqueira foi diretamente afetada pelos danos ambientais, diferente de outras comunidades atingidas pela poluição atmosférica cujo efeito é difuso no ar. “Buscamos com a empresa um acordo para atender demanda dos pescadores”, explicou dr. Daury. A proposta especificava o pagamento de um salário mínimo mensal paulista durante 18 meses para um grupo de pescadores cadas-trados no Instituto de Pesca, desde que concordassem em não pescar neste período em determinadas áreas,

para que o estuário voltasse a ter a mesma produtividade anterior à época do incêndio. A proposta de acordo foi recusada pela Ultracargo. Caso não haja acordo poderá ser feita uma ação judicial conjunta com Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. Ação no Ministério Público tem duas vertentes, uma voltada para a recuperação do estuário, quando o pes-cador dá contrapartida de não pescar em áreas determinadas. Num segundo momento, buscar indenização não do pescador individualmente, mas das co-munidades de pesca, tentando repassar parte do dinheiro para programas de

melhorias na comunidade coletiva.Além das negociações com os

ministérios, correm cerca de 600 ações no judiciário paulista, envolvendo além de pescadores caminhoneiros, moradores, entre outros. Segundo o advogadoEmerson Gomes, da Puglie-se e Gomes Advocacia, o escritório tem ações em curso na Justiça de Santos, Guarujá e São Vicente. As ações pediram antecipação de valores, pois os pescadores estavam passando dificuldades, mas o pedido foi negado em primeira instância. “Estamos re-correndo desta decisão para o Tribunal em São Paulo”, explica Gomes.

uma lenda chinesa, quando uma carpa chega a seu destino, ela se transforma num dragão em reconhecimento a seu esforço, coragem e perseverança. “Que nesse ano que se inicia, como

num rio turbulento e cheio de desafios, consigamos alcançar nossos objetivos, e no final de 2016 tenhamos vários dragões, símbolos de nossa trajetória de sucesso”, acrescentou Imai.

Santina Barros, Carlos Alberto e Emerson de Pádua

Reunião no Gaema com prof. Amorim, Dra. Flavia Maria Gonçalves, Santina Barros, promotor Daury de Paula Jr e procurador Antonio José Daloia

Luiz Ayroza, diretor do Instituto de Pesca

Pedro Henrique Ferreira, Silvio Romero, Roberto Imai e Helcio Honda

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A paella da tradição

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

Alimentação à base de pescado com qualidade e segurança

Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes e influencia a saúde e bem-estar das pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a alimentação adequada e saudável é um direito hu-mano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prá-tica alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as ne-cessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilí-brio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis.

Para uma alimentação segura e sustentável à base de pescado é imprescindível que os serviços oficiais de inspeção e vigilância à saúde estejam atentos à detecção e prevenção de contaminantes biológicos ou químicos que repre-sentam riscos para a saúde pública. Tanto o pescado originário da pesca marítima ou continental, quanto aqueles provenientes da aquicultura podem ser contaminados durante as atividades de captura ou de criação, respectivamente.

Os produtos da pesca extrativa podem se contaminar nas próprias águas onde habitam os peixes. Esta contaminação pode ocorrer por bactérias ou por parasitos que podem ser transferidos ao con-sumidor e desenvolver doenças, conhecidas como zoonoses. Os contaminantes químicos, como por exemplo, mercúrio, também podem estar presentes na carne e levam à intoxicação àqueles que se alimentarem desse pes-cado. Por outro lado, o pescado originário da piscicultura, pode ter melhor qualidade desde que todas as etapas de produção, des-pesca, abate, transporte e arma-zenamento, sejam feitas dentro das normas estabelecidas. Além desses fatores quando se evita o estresse, a carne preserva suas características de consistência, sabor e odor.

Quando se trata de qualidade da carne é fundamental a limpeza e higienização das áreas de evisce-ração, utensílios e equipamentos. Estas condições agregam valor ao pescado porque aumentam o tempo de duração do produto, garantindo o odor, sabor, aroma que agradam o consumidor.

A OMS recomenda por meio da Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, que os governos for-mulem e atualizem periodicamente diretrizes nacionais sobre alimenta-ção e nutrição, levando-se em conta mudanças nos hábitos alimentares, haja visto a ingestão de pescado na forma crua e nas condições de saúde da população e o progresso no conhecimento científico.

O Guia Alimentar para a Popu-lação Brasileira considera o grupo de pescado incluindo peixes (de água doce e de água salgada), crus-táceos (camarão, caranguejos e siris) e moluscos (polvos, lulas, ostras, mariscos). No Brasil, de forma ge-ral, os peixes são os alimentos mais consumidos do grupo de pescado.

No entanto, apesar do país pos-suir uma enorme costa marítima e inúmeros rios de grande porte, na maior parte das regiões, a oferta de peixes também é muito pequena e os preços são relativamente altos em relação às carnes vermelhas e de aves. Isso certamente ajuda a explicar a baixa frequência de con-sumo de pescado no País. Os peixes podem ser preparados assados, grelhados, ensopados (moqueca) ou cozidos. Podem, ainda, ser usa-dos como ingredientes de pirão e saladas ou servir como recheio de tortas. São também apreciadas as preparações culinárias feitas à base de peixe com legumes como pimentão, tomate e cebola ou com frutas como banana e açaí.

Os peixes são ricos pela alta proporção de gorduras saudáveis do tipo ômega-3 (gorduras insatu-radas), proteína de alta qualidade e em muitas vitaminas e minerais. Assim, para a população que nos dias de hoje busca melhor qualidade de vida, os peixes são excelentes substitutos para as carnes vermelhas.

Preparar uma receita muito antiga de família, uma verdadeira paella espanhola, é o jeito que engenheiro Mario Cesar Rodríguez Vidal encontrou para reunir os amigos em sua casa em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, esse carioca de Copacabana divide seu tempo entre a Cidade Maravilhosa e o Arraial. Como cozinheiro, usa a didática de sua profissão para fazer a receita exemplar. Afinal, seu avô, José Rodríguez Or-land, que foi alcaide da cidade espanhola de Gandía, na Valencia, tinha por hábito reunir na praça central da cidade muita gente para apreciar a paella gigante. Nessa empreitada no Arraial do Cabo, Vidal contou com alguns ajudantes, seus amigos Paulo Victor, Eduardo e Lucas Pimenta. Só pra mostrar que lugar de homem também é na cozinha.

Ingredientes:500 g de arroz/4 cebolas e 4 dentes de alho picados/

açafrão importado ou açafrão-da-terra/azeite/vagem 60 g/tomate 60g/pimentão vermelho, verde e amarelo cortado em tiras 100g/camarão 100 g/lagostim 100 g/carne de peixe 1 kg/300 g de miúdos de frango (fígado, coração)/2 coxas e 2 sobrecoxas de frango/400 g de lombo de porco cortado em cubos/400 g marisco/400 g de lula/400 g de polvo.

Preparo:A confecção desta paella tem muitos detalhes e deve

ser feita com muita atenção. A quantidade de ingredien-tes pode variar ao gosto de quem prepara, mas a ideia é que as carnes sobressaiam sobre o arroz. Cozinhar na água, em panelas separadas: vagem, lagostim, marisco (com casca ou sem), lula, polvo. O marisco com casca

é cozido com bem pouca água (desprezar os que não abrirem no vapor). Escorrer e reservar as águas da cocção. Ferver o açafrão na água da vagem, caldo que depois será jogado no arroz. Refogar separadamente no azeite ingredientes já cozidos. Reservar. Refogar separa-damente os ingredientes crus, como coxas e sobrecoxas de frango, miúdos do frango, lombo, camarão. Reservar.

Refogar cebola, alho, e depois o tomate. Acrescen-tar pimentão vermelho, verde e amarelo. Acrescentar o arroz e refogar bem. Depois acrescentar parte dos caldos de cocção cobrindo bem o arroz. Quando a água começar a ferver, misturar as carnes aos poucos, jogan-do mais água de todas as cocções, quando necessário. Deixar até o arroz amolecer. Depois de pronto cobrir a panela com papel-alumínio e deixar por 10 minutos até acabar de cozinhar.

Paella do MarioMario, Paulo Victor e Eduardo Pimenta

Mario e a esposa Olena (à esquerda) festejam a paella com amigos

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das raias. O Museu também tem progra-

mação especial aos domingos com diferentes grupos artísticos. Nessas tardes musicais já se apresentaram a Orquestra Popular de Santos e a peça de teatro ”Marulhos alerta para a necessidade de sobrevivência da cultura caiçara”, com criação e atuação Ernani Sequinel e Fabíola Moraes. Os espetáculos são gratui-tos, e a entrada é uma embalagem de leite que pó, que é doada à Casa da Esperança de Santos e à NACAC (Núcleo de Amparo a Crianças e Adultos com Câncer). Em parceria com Aquário Municipal de Santos, dentro da programação do curso de férias, crianças de 5 a 12 anos visitaram o Museu após assistir uma palestra sobre tubarões ministrada pelo professor Alberto Amorim, pesquisador do Instituto de Pesca.

O Museu de Pesca pertence ao Instituto de Pesca de Santos – APTA – Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento do Estado de São Paulo.

Informações, agendamento de visitas escolares e outros grupos é feito exclusivamente pelo telefone: (13) 3261-5260, de segunda a sexta-feira, das 10 às 17 horas Endereço: av. Bartolomeu de Gusmão, 192, Ponta da Praia, Santos. Aberto à visitação pública de quinta-feira a domingo, das 10 às 18 horas.

Museu de Pesca em ritmo de férias

Palestra em Ilhabela

Muitas novidades no Museu de Pesca em 2016. Para a alegria das crianças a Cabine do Capitão foi reaberta. O local reproduz a cabine de um capitão no barco e as crian-ças fazem um bom exercício para ali chegar, com direito a manejar o leme e tirar belas fotos. Segundo a responsável pelo Museu, a pesquisa-dora Thais Moron, outras novidades deste ano incluem a readequação da exposição "Mantas do Brasil", e em parceria com a BIOMAR, a insta-lação de cinco totens de exposição contínua de fotografias digitais dos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Co-ral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar, e exposição de quadrinhos com temas ligados à preservação (Albatrupe/Projeto Albatroz). O artista plástico Alexandre Huber irá realizar exposi-ção e oficinas de arte para crianças, e ainda instalar na Cabine do Capitão painéis com personagens onde as crianças podem colocar a cabeça para fazer selfies; hall da baleia, hall dos tubarões, sala das tartarugas e sala

O professor Eduardo Gomes Sanches fez a palestra “Instituto de Pesca e a criação de Peixes-mari-nhos”, para pescadores artesanais da Colônia Z-6 em Ilhabela.

O evento aconteceu dia 14 de dezembro na sede da Z-6, promo-vido pela Fundespa. O zootecnista

falou sobre sua experiência com criação de várias espécies de ser-ranídeos, como garoupas, badejos, meros e chernes iniciada em 2005.

O projeto é desenvolvido em parceria com o oceanógrafo Venân-cio Azevedo na base de Ubatuba do Instituto de Pesca, da Secretaria

de Agricultura e Abastecimento do ESP. Esses ensinamentos tem sido repassados para pescadores artesanais do litoral norte que encontraram na aquicultura uma fonte de renda extra. Saiba mais na próxima edição do jornal Martim--Pescador.

A cabine do Capitão já está aberta à visitação

A pesquisadora Thais Moron e o artista Alexandre Huber

O prédio do Museu foi inaugurado em 1909

As crianças visitam o Museu após assistir palestra sobre tubarões

Eduardo Sanches, o pescador Malaquias, Guilherme Schultz (Fundespa), Giancarlo Savoia (Fundamar), Alberto Amorim e Venâncio Azevedo