jornal martim-pescador 117

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Setembro 2013 Número 117 Ano IX Tiragem 3.000 exemplares www. jornalmartimpescador.com.br 20 ANOS Anhembi do Divino O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos comemora aniversário em setembro. Pág. 7 José Edmilson A.M. Junior Luiz Fotorelli Devotos do Divino navegam no rio Tietê Antônio Marcos, presidente da Colônia de Pescadores Z-30, de Anhembi-SP, fala da tradição da pesca e das comemorações folclóricas locais como a Festa do Divino (foto ao lado). Pág. 3 Adriano Amaro da Silva recebe a carteira de pescador do ministro da Pesca e do prefeito de Santos. Págs. 4 e 5 Isabela Carrari O presidente da Colônia de Pescadores de Bertioga, João do Espírito Santo, coordenou a Festa do Camarão na Moranga encerrada no início de setembro. Pág. 8

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Setembro 2013 - Número 117 - Ano VIII - Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo.

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Page 1: JORNAL MARTIM-PESCADOR 117

www.jornalmartimpescador.com.br

Setembro 2013Número 117Ano IX

Tiragem 3.000exemplares

www. jornalmartimpescador.com.br

20 ANoS

Anhembi do Divino

o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos comemora aniversário em setembro. Pág. 7

José

Ed

mils

on A

.M. J

unio

r

Luiz Fotorelli

Devotos do Divino navegam no rio Tietê

Antônio Marcos, presidente da Colônia de Pescadores Z-30, de Anhembi-SP, fala da tradição da pesca e das comemorações folclóricas locais como a Festa do Divino (foto ao lado). Pág. 3

Adriano Amaro da Silva recebe a carteira de pescador do ministro da Pesca e do prefeito de Santos. Págs. 4 e 5

Isabela Carrari

o presidente da Colônia de Pescadores de Bertioga, João do Espírito Santo, coordenou a Festa do Camarão na Moranga encerrada no início de setembro. Pág. 8

Page 2: JORNAL MARTIM-PESCADOR 117

Setembro 20132

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

APAS MARINHASTrês áreas de proteção ambiental (APAS) marinhas

foram criadas em outubro de 2008 a partir de decretos as-sinados pelo governador José Serra (PSDB). O objetivo é disciplinar o uso de recursos ambientais, ordenar a pesca, o turismo recreativo e as atividades de pesquisa. Cada uma das três unidades de conservação tem seu próprio conselho

gestor, composto por 12 representantes do governo e 12 da sociedade civil. Desde sua criação em março, as reuniões têm sido mensais para debater temas relacionados a or-denamento pesqueiro, programas de educação ambiental, pesquisa, proteção e fiscalização. Além dos conselhos foram criadas Câmaras Temáticas nas áreas de Pesca, Planeja-

mento & Pesquisa, e Educação & Comunicação.As APAS pertencem ao grupo de Unidades de Uso Susten-

tável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC. Além das três APAS Marinhas também foi criado o Mosaico das Ilhas e Áreas Protegidas que reúne as três novas unidades de conservação e outras já existentes.

DefesosMexilhão (Perna perna) 01/09 a 31/12

MoratóriasCherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015

Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015

Troca da carteira de pescador artesanal:-A partir da data de seu aniversário você tem 30 (trinta) dias para solicitar a troca de sua carteira de pescador (RGP-Registro Geral de Pesca).

-Procure a Colônia de Pescadores mais próxima, ou o escritório do Ministério de Pesca Aquicultura-MPA para mais informações.-Se perder o prazo, deve comparecer ao escritório do MPA para fazer o registro. Se até 60 (sessenta dias) após a data de seu aniversário a solicitação

de troca de carteira não tiver sido feita, sua licença ficará suspensa por 2 (dois) anos. Mais informações no escritório do MPA em Santos: (13) 3261.3278/ ou em São Paulo: (011) 3541-1380 ou 3541-1383.

Oficinas têm início em setembro

Novo comando no Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro

Morena Nascimento apresenta seu espetáculo de dança Claraboia sob a

ossada de uma baleia no Museu de PescaDepois de colocar o público

dentro da piscina para assistir Es-tudos para Claraboia, em janeiro desde ano, no SESC Belenzinho, em São Paulo, em um espetáculo com 10 intérpretes, a coreógrafa e bailarina Morena Nascimento volta a apresentar a versão original de sua performance. Mas Claraboia ganha, por outro lado, um espaço atípico – uma claraboia no Museu de Pesca, em Santos, sob a ossada de uma baleia. Criada no contexto de site specific (performance desenvolvida espe-

Dia 30 de setembro têm início as Oficinas de Diagnóstico Parti-cipativo para elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Lito-ral Centro (que vai de Peruíbe a Bertioga, com exceção da Baía de Santos). O Plano de Manejo é o documento que definirá os modos de usos e atividades que poderão ser desenvolvidas no território da APA Marinha, visando garantir a utilização sustentável dos recur-sos naturais. Serão verificadas as potencialidades da APA Marinha, assim como os meios para seu fortalecimento e promoção do desenvolvimento das atividades de modo sustentável. A eventual existência de conflitos entre as diferentes atividades identificadas também serão discutidas.

Para participação nas oficinas, os setores envolvidos com o uso do

ambiente marinho foram distribuí-dos em três segmentos:

- Segmento 1: formado por pescadores artesanais, grupos fa-miliares e outros envolvidos com a pesca artesanal no mar.

- Segmento 2: formado por aqueles que realizam outras ativi-dades econômicas no mar, incluin-do pesca industrial, pesca amadora, aquicultura, atividades industriais, turísticas, exploração mineral, transporte, além de associações de usuários.

- Segmento 3: formado por representantes de órgãos públicos, institutos de ensino e pesquisa, ONGs ambientalistas atuantes na região, grupos de defesa de mi-norias, associações de moradores, dentre outros. Mais informações em: (11) 3818-8996 ou pelo e-mail: [email protected].

O biólogo e pedagogo André Al-vino Guimarães Caetano apresentou-se como o novo Gestor da APA Ma-rinha Litoral Centro (APAMLC) na reunião do Conselho em 5 de setem-bro. Santista, participou do Conselho Estadual de Educação por cinco anos e trabalhava na Coordenadoria de Educação Ambiental da Fundação Florestal antes de assumir o cargo. Guimarães sucede o oceanógrafo Marcos Campolim. Durante a reu-nião, diversos participantes elogia-ram a atuação de Campolim à frente da APAMLC, especialmente por seu conhecimento técnico sobre gestão ambiental e por sua habilidade em lidar com os diferentes segmentos que compõem o Conselho Gestor da unidade de conservação. Entre as ações desenvolvidas sob sua gestão, entre 2008 e 2013, estão: a criação do Grupo de Trabalho sobre Pesca Responsável, que hoje desenvolve projeto-piloto em Itanhaém, litoral Sul de São Paulo; 17 campanhas de orientação sobre pesca responsável; a criação do Setor Itaguaçu (área de exclusão de pesca que serve como área de amortecimento para o Parque Estadual Marinho da Laje de San-tos); entre outras ações realizadas

e em curso na APAMLC. Alguns participantes protestaram pelo fato de não se ter discutido com o Con-selho a saída do Gestor Campolim. Nesse protesto também foi incluído o caso da substituição da responsá-vel pela equipe de coordenação do processo de construção dos Planos de Manejo das três APAs, Fernanda Terra. Representantes da Fundação Florestal presentes à reunião alega-ram que Campolim havia pedido a sua transferência em fevereiro deste ano, o que implicaria em deixar a sua função de Gestor, e que, ao desistir

dessa decisão, já não foi possível revertê-la, ainda que tenha sido en-viado um abaixo-assinado pedindo por sua permanência. Hoje, como integrante da carreira de pesquisador científico, ele retornou a seu instituto de origem, o Instituto Florestal. Em relação à mudança da responsável pela equipe de coordenação do processo de construção dos Planos de Manejo foi alegada contenção de gastos. Após a discussão do assunto, os Conselheiros decidiram escrever uma moção protestando pela forma como foi conduzida a mudança, sem prévia consulta ao Conselho, a ser votada na próxima reunião. Na reunião em que tudo isto aconteceu ainda foram dados alguns informes sobre assuntos em andamento como atividades ligadas à construção do Plano de Manejo, o andamento das ações na Câmara Temática de Pes-ca e sobre as Oficinas relativas ao Projeto Manchas Órfãs, realizadas em 18 de julho, com o propósito de conscientizar sobre o manejo adequado de óleo combustível e de lubrificação de motores marítimos, prevendo-se a implantação de um plano para coleta deste material para reciclagem.

cialmente para ser apresentada em espaço determinado), Claraboia tem idealização, direção e interpretação de Morena Nascimento, e co-direção de Andrea Yonashiro. A concepção musical e sonorização, ao vivo, são assinadas por Natalia Mallo e a ilu-

minação por André Boll. As sessões (gratuitas) acontecem em 20, 21 e 22 de setembro, de sexta-feira a domingo, às 17 horas, na Av. Bartholomeu de Gusmão, 192 – na Ponta da Praia-Santos. Mais informações: Fones: (13) 3261-5260 / 3261-5995.

Locais e datas das oficinas

APA MARINHA LITORAL CENTRO SEGMENTO

DATA1ª rodada

HORÁRIOOcian Praia Clube - Rua Comendador Otto Carlos

Golanda, 80 - Bairro Cidade Ocian - Praia Grande

1 30/09/2013 8h30 às 17h

Universidade Unimonte - Rua Comendador Martins, 52 -

Bairro Vila Mathias - Santos3 01/10/2013 8h30 às

17hUniversidade Unimonte - Rua

Comendador Martins, 52 - Bairro Vila Mathias - Santos

2 02/10/2013 8h30 às 17h

o novo gestor André Alvino Guimarães Caetano

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Setembro 2013 3

Presidente da Colônia de Pescadores Z-30 de Anhembi, interior de São Paulo, pratica a pesca todo dia

Saudades de Itapema

Anhembi, fundada pelos bandeirantes em 1862, fica à margem esquerda do Rio Tietê, a 240 quilômetros da capital paulista. A cidade é conhecida pela Festa do Divino, comemorada em Pentecostes (50 dias após a Páscoa) com uma procissão de barcos no Rio Tietê que atrai milhares de pessoas para o encontro da Irmandade do Divino Espírito Santo, perpetuando uma das festas mais tradicionais o Estado de São Paulo. Mais de 100 fiéis, entre eles pescadores e familiares, mantêm a tradição de navegar em dois batelões no rio Tietê por nove dias, visitando devotos que assim pagam promessas. Viajam de casa em casa levando a bandeira e cantando louvores ao Divino, com canções de origem portuguesa ao som do violão, caixa, triângulo e chocalho. Outras atrações locais incluem a pesca esportiva e rota cultural e reli-giosa (com igrejas e construções históricas), rota das águas (que inclui piscina natural de água sulfurosa) e rota científica e de lazer (com gêiseres pré-históricos). Mais informações: (14)3884-9020/e-mail: [email protected] / [email protected].

Antônio Marcos, mantendo a tradição da pesca

Antônio Marcos da Silva, aos 43 anos, continua os rituais de pes-ca que aprendeu com seu pai, João Batista. Faz o que ele chama de “jogo rápido”. Sai todo dia às 4h da manhã e já está de volta às 7h, com cerca de 40 quilos de peixes pegos na rede-de-emalhe com seu barco de alumínio de seis metros, na parte do rio Tietê represada pela barragem de Barra Bonita. “Pesco desde que me conheço por gente”, afirma ao se referir da arte aprendida com o pai, falecido em 2005, aos 76 anos.

A Colônia de Pescadores Z-30, fundada em Anhembi-SP há quatro anos, foi batizada João Batista da Silva, em homenagem ao tradicio-nal pescador, pela então presidente Daniela da Silva Aires Nogueira. Antes, a colônia mais próxima de Anhembi ficava em Barra Bonita. Com a dificuldade causada pela distância, os pescadores decidiram ter uma colônia na cidade, que hoje tem mais de 300 associados. A sede foi cedida pela Prefeitura que for-nece também toda a infraestrutura para funcionamento. “Temos muito apoio da Prefeitura”, explica Antônio. A maioria dos associados da colônia pratica a pesca com rede-de-emalhe. O pai de Antônio também era adepto des-ta arte de pesca, “no tempo da fartura”, diz o filho, se referindo aos tempos em que os peixes nativos eram abundan-tes. Jau, jaupoca, pintado, dourado, cascudo-preto eram constantes no cardápio. Após a criação da Barra-gem de Barra Bonita na década de 60, peixes de couro e outros nativos sumiram. “Hoje, tem mais tilápia”, explica o pescador, referindo-se ao peixe exótico introduzido na represa. “Ainda tem um pouco de mandi e um tipo de cascudo-rajado, que faz toca no barro, mas o cascudo-preto

de sashimi”, diz Antônio. O gosto pelo peixe e pelas comi-

das da roça vem do pai que pescava e plantava a beira do rio Tietê, na zona rural de Anhembi. O avô de Antônio, Avelino, era agricultor e cultivava na roça milho, feijão, café, mandioca e algodão. Muitos dos hábitos dos pescadores antigos no interior se assemelham a relatos dos caiçaras tradicionais do Estado de São Paulo, como a roça de man-dioca, o uso de fogão a lenha e da banha de porco presente até na fri-tura de peixe em épocas anteriores à disseminação do óleo de soja. Outro hábito comum era assar o peixe de rio dentro da folha de bananeira na chapa do fogão a lenha. Assim como os caiçaras, os pescadores do interior embrulhavam o peixe sem nenhum tempero, temperando com sal depois de pronto. Antônio lembra que a mãe, dona Felícia, usava curimbatá, jaú e pintado para fazer esta receita. Além das tradições da culinária e da pesca, as festas populares estão pre-sentes em Anhembi, como a Festa do Divino Espírito Santo, comemorada há 150 anos.

Hoje, além da fé no santo, os pescadores têm grande esperança na aquicultura em tanques-rede, propícia em diversos trechos do rio Tietê. Alguns dos problemas en-frentados para seu desenvolvimento são legislação tributária complexa, recursos financeiros insuficientes, falta de mão-de-obra qualificada. Embora o governo do Estado de São Paulo tenha criado o Via Rápida Ambiental, projeto que simplificou

o licenciamento de atividades aquí-colas, ainda faltam parques e áreas aquícolas para a produção. A criação destes parques é uma promessa do Ministério da Pesca e Aquicultura que ao se efetivar poderá dar mais opções aos pescadores que com as barragens de rios e consequente im-possibilidade dos peixes realizarem a piracema (subida do rio para deso-va) perderam parte da piscosidade natural de seus rios.

de pedra sumiu”. Apesar da pouca variedade, o peixe não falta à mesa da família, e é apreciado por An-tônio, a esposa Janaína e os filhos Brenda, 11 anos e Guilherme, seis anos. “Comemos o filé de tilápia frito, grelhado e até cru, em forma

Lagoa artificial na cidade de Anhembi

Antônio Marcos com o presidente da Federação dos Pescadores do ESP, Tsuneo okida

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Ministro da Pesca visita Santos

Fotos/Mariana M

elo

Coluna

OuvIDOrIa EmbraPOrT: 0800 362-7276

[email protected] www.terminalembraport.com.br

A Embraport, mais novo ter-minal portuário privado do Brasil, localizado no Porto de Santos (SP), se prepara para operar mais dois portêineres (guindaste específico para retirar ou inserir contêineres nos navios) nas próximas semanas, graças ao crescimento contínuo na movimentação do terminal, que opera comercialmente desde julho deste ano.

O crescimento na movimen-tação do terminal demandará a contratação de mais 300 pessoas da região nos próximos três meses para funções operacionais, como operadores de terminal tractor, vistoriadores, assistentes de Gate, entre outros.

Além disso, mais de 50 inte-grantes estão passando por pro-cessos internos de seleção e trei-namentos para assumir a operação de equipamentos de grande porte como portêineres, RTGs, Reach Stackers, Empty Handlers, com melhor remuneração, seguindo a política da empresa de oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional aos seus integrantes.

Desta forma, a expectativa é que o quadro de integrantes do terminal, hoje com 665 pessoas, totalize mil pessoas em janeiro de 2014, o que demandará ainda mais investimentos em capacita-ção. Somente de janeiro a agosto 2013, o valor investido chegou a R$ 1,7 milhão.

Em 2013, a Embraport já destinou mais de 20 mil horas de treinamentos, realizados em escolas técnicas da região, como o Instituto de Capacitação Téc-nica Profissional (Incatep) e em outras operações da DP World (um dos acionistas da Embraport) no mundo.

Quadro de funcionários da Embraport cresce

O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Cri-vella, veio a Santos dia 4 de setembro com uma agenda agitada. Crivella fez a aber-tura da 10ª Semana do Peixe, entregou 50 carteiras de pes-cadores, discutiu o projeto de revitalização do Terminal Pesqueiro Público de Santos com o prefeito Paulo Barbosa e deu posse ao novo superin-tendente da Pesca do Estado de São Paulo, Marcos Alves Pereira. A Semana do Peixe, promovida pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) tem o intuito de estimular o consumo de pescado no país. Vários locais, como o Mercado de Peixes da Ponta da Praia oferecem promo-ções válidas até dia 15 de setembro. Ricardo Louzada, Diretor de Desenvolvimento da Economia Solidária, Pesca e Aquicultura da Prefeitura do Guarujá, presente ao evento, afirmou que em sua cidade “a semana do peixe acontece o ano todo, com o caminhão Fei-ra do Peixe doado pelo MPA”. O novo modelo de carteira de pesca (RGP) é semelhante a um cartão de crédito, e possui um chip que permite a leitura dos dados em telefone celular. Como sua validade não expira, o pescador deve apenas atuali-zar seus dados anualmente, mas o cartão permanece o mesmo. Para Ismael Souza de Olivei-ra, pescador de Itanhaém de 49 anos, achou a medida boa, pois perdia muitas vezes dias de trabalho no mar para reno-var a carteira. “Essa carteira é boa porque é para toda a vida”, afirma, apreciando também o material mais resistente. Adriano da Silva, 31 anos, também de Itanhaém, lembrou que a carteira antiga, em papel moeda, rasgava e achou que o modo de atualizar agora é mais fácil. Milhares de pescadores do Estado de São Paulo agora aguardam com ansiedade a chegada da nova carteira. O novo superintendente da pes-ca, Marcos Alves Pereira, 43 anos, gestor ambiental, afirmou que na segunda semana de setembro terá reunião com os pescadores para verifi-car as possíveis dificuldades que tem atrasado a emissão da carteira, que devem ser sanadas.

Marcos Alves Pereira toma posse na Superintendência da Pesca em São Paulo

Prefeito apresenta plano ao ministro

Vereador Sadao Nakai e capitão dos portos Marcelo Ribeiro de Souza

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Setembro 2013 55

Ministro da Pesca visita Santos

Projeto visa revitalização do Terminal Pesqueiro de Santos

Uma parceria entre Ministério da Pesca e Aquicultura e Prefeitura de Santos deverá realizar reformas que trarão benefícios aos pescadores

Muitos frutos do mar servidos ao som de música da velha guarda anima-ram o bar da Ilha dia 15 de setembro. Terezinha e Hélio, que dirigem o bar, serviram peixe assado, ma-risco lambe-lambe, cuscuz de camarão e de sardinha, e ainda frango e carne. A festa era para inaugurar a ampliação do espaço, com mais cadeiras e mesas para receber os visitantes. Quem gostou promete voltar na Festa do Peixe dia 27 de ou-tubro. A partir das 11h será servido bufê self-service, com diversos preparos de peixe: assado, frito, no mo-lho e em forma de isca. Os pratos são acompanhados

Uma das boas novidades do projeto elaborado pela Secretaria Municipal de De-senvolvimento Urbano para o Terminal Pesqueiro Público de Santos-TPPS é a constru-ção de um espaço destinado a salas de aulas para cursos de capacitação e formação do pescador. O edifício, se apro-vado o projeto, terá área total de 1.200 m² e contará ainda com alojamento. Na área de 30 mil m² do TPPS ainda está prevista a construção de res-taurantes, fábricas de gelo, entre outras benfeitorias.

O prefeito Paulo Alexan-

dre Barbosa entregou o termo de intenção da parceria ao ministro da Pesca e Aqui-cultura, Marcelo Crivella, na presença de autoridades re-gionais, estaduais e federais e de órgãos do setor, durante a visita do ministro a Santos. Crivella elogiou o projeto e disse que deverá passar por consultoria jurídica antes do início das obras. O convênio entre prefeitura e Ministério da Pesca e Aquicultura deve-rá ser firmado em 30 dias com vistas à gestão compartilhada do novo Terminal Pesqueiro. “A cidade, os pescadores e

o Brasil vão ganhar muito, pois trata-sede um projeto maravilhoso”, afirmou o ministro. O prefeito lembrou que em junho a Prefeitura realizou a Semana da Pesca com Cidadania, mostrando a importância da atividade para os munícipes e para as crian-ças através de atividades nas escolas municipais. “A obra de revitalização do terminal vai engrandecer a cidade de Santos”, acrescentou.

Para Tsuneo Okida, pre-sidente da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo, a revitalização do

TPPS é uma grande notícia, especialmente em relação à criação de um espaço para formação e capacitação de pescadores. “Há mais de 20 anos estou lutando para criar uma escola de pesca”, afirma. “Existe uma necessidade muito grande para qualificar mão-de-obra para avanço da pesca, inclusive a oceânica”, complementa. Okida afirma que o ideal é a construção de salas de aula, com restaurante e alojamento, para permitir que pescadores de outros lo-cais possam também usufruir do espaço.

É um privilégio conhe-cer Ilha Diana, na área conti-nental de Santos, numa visita monitorada pelos próprios moradores do lugar. A excur-são começa às 9h da manhã, quando o barco sai da Praça da Alfândega, centro de Santos, e se dirige à ilha,

num trajeto de 20 minutos. Os visitantes deixam o local às 14h, depois de tomar café da manhã, almoçar e passear de barco no mangue. Os mo-nitores atendem grupos de no mínimo 20 pessoas. Mais informações: (13)7815.5957/9203.5637/9741.8690.

Festa na Ilha

de quatro tipos de salada, arroz branco e lambe-lambe. Os convites custam R$50,00 (individual), R$90,00 (ca-sal). A bebida será cobrada à parte. A compra dos convites pode ser feita nos telefones: (13)3019.5418/98122.0681.

Visite Ilha Diana o ano todo

Terezinha (segunda da direita para a esquerda) recebeu os visitantes

Cláudio caprichou no peixe na brasa

Vista de Ilha Diana, na área continental de Santos

Roberto Imai e Tsuneo okida

João do Espírito Santo, Paulo de Moura, Ademir Pedro Alves e Tsuneo okida

A pescadora Cleide Reis e Isaura Bilro da Alpesc

o biólogo Diogo Borges de Sá e o diretor de Pesca de Guarujá, Ricardo Louzada, mostram artesanato de couro de peixe ao prefeito

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Setembro 20136

Colônias de pescadores participam de simulado de

vazamento de óleo

Criação do Programa de Apoio à Pesca Artesanal

A Colônias de Pescadores Z-3, de Vicente de Carvalho, Guarujá, Colônia Z-1 de Santos, e a Fede-ração dos Pescadores estiveram presentes à simulação de combate à derramamento de óleo feita pela Petrobras/Transpetro. O exercício aconteceu no Terminal Pesqueiro de Santos dia 28 de agosto. No local, foi reproduzido o cenário de derramamento de óleo combustível no mar devido a colisão de barca-ça no píer 1 do Porto de Santos, com uma vítima, e evacuação da unidade.

O objetivo foi de verificar o nível de conhecimento de todos os envolvidos para o controle de uma possível emergência e exer-citar a mobilização da Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) da Transpetro. O simulado contou com a participação de represen-tantes de órgãos públicos como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Capitania dos Portos, Companhia de Tecnologia

Cercar uma mancha de óleo para colocar uma barreira de con-tenção em caso de vazamento no mar é uma operação semelhante a de cercar um cardume de peixes. Por isso os pescadores artesanais desempenhavam com desenvoltura esta parte do treinamento para o curso de Agente Ambiental feito no Terminal Aquaviário da Petro-bras/Transpetro de Santos. Essa parceria, segundo Wanderley Gefe, gestor de contingência da unidade, nasceu em 2003, quando a empresa iniciou o primeiro cadastramento de pescadores artesanais na Bai-xada Santista. “O curso formou 350 agentes ambientais”, afirma. Além de auxílio nas operações de emergência, tinham aulas sobre meio ambiente, noções básicas de motores e conservação de pescado.

Daí nasceu o primeiro programa de apoio à pesca artesanal, após o cadastramento que identifi-cou cerca de 3 mil profissionais atuando no estuário de Santos, São Vicente, Cubatão, Bertioga e Guarujá. A necessidade do ca-dastramento surgiu diante de um vazamento ocorrido na Baía de Guanabara em 2000, quando os pescadores atingidos tinham que ser identificados para possíveis indenizações, e foi verificado que não havia cadastro atualizado destes profissionais. A primeira medida do programa foi conscientizar e dar apoio aos pescadores para manter sua documentação profissional em dia para receber os benefícios sociais a que tem direito. O presidente da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo, Tsuneo Okida, explica

que até 2003, as colônias de pes-cadores, encarregadas de requerer aos associados benefícios como aposentadoria, auxílio-natalidade, entre outros, ainda trabalhavam com antigas máquinas de escrever. O programa doou computadores que deu mais agilidade ao atendimento. Foi identificado o desejo da categoria em realizar cursos de formação de Aquaviários, que dá direito a dirigir a embarcação, e ainda cursos de motores, conservação de pescado, carpintaria naval, panificação, e artesanato para mulheres e crianças da comunidade. Após a identifi-cação dessas necessidades, outras empresas que deram continuidade ao programa de apoio à pesca, como a Embraport e Usiminas, passaram a fornecer esses cursos, alguns em parceria com o Senai e Instituto de

Pesca (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do ESP). Para Okida, um dos benefícios do programa foi mostrar através do cadastramento que o pescador artesanal não de-sapareceu das áreas urbanizadas. A profissão subsiste muitas vezes como fruto da pobreza, quando a pesca surge como complementação de renda, um jeito barato de trazer a “mistura” à mesa. Muitos ainda são aposentados em outras profissões e usam a pesca para consumo próprio ou complementação de renda. To-dos estes integram uma massa de trabalhadores do mar que deve ser ouvida e atendida pelo poder público e pelas empresas que compartilham com eles o uso das águas. Em 2003, o primeiro cadastramento registrou em 2.768 pescadores trabalhando no estuário de Santos, São Vicente,

Cubatão, Guarujá e Bertioga, a maioria vivendo em pobreza absolu-ta. Cerca de 10 mil pessoas viviam diretamente da pesca, 58% possuiam RGP (Registro Geral de Pesca) mas só 2,3% estavam válidos, 87,2% tinham somente curso fundamental, 70% ganhavam com a pesca na época da pesquisa, R$ 100,00 por mês, sendo que 95% nunca haviam feito um curso profissionalizante de pesca. A partir da obtenção destas informações o Programa de Apoio à Pesca procurou atender as ne-cessidades mais prementes, dando ênfase à obtenção de documentação que garante os benefícios sociais e cursos de formação e capacitação. Apesar de todos esforços, ainda há um longo caminho a percorrer para melhorar a vida do pescador artesanal na Baixada Santista.

de Saneamento Ambiental (Cetesb) e Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também par-ticiparam técnicos de segurança da Refinaria Presidente Bernardes

Cubatão (RPBC), representan-tes da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL) e da Colônia de Pescadores do Guaru-já e de Santos. A parceria com os pescadores teve início em 2003.

Segundo Wanderley Gefe, gestor de contingência da unidade, os pescadores são os sensores do mangue, conhecem os caminhos, as marés, e são os primeiros a ob-servar e reportar qualquer anormali-

dade, como um vazamento de óleo. Muitas vezes são eles os primeiros a reportar acidentes, como vazamen-tos de óleo, através do Telefone Ver-de para emergências da Petrobras/Transpetro: 0800128121.

o simulado aconteceu no Terminal Aquaviário de Santos da Petrobras/Transpetro

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Setembro 2013 7

Pescado cru no sushi: história, riscos, mitos e

fatos – Capítulo 2

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

Parque da Laje de Santos comemora

20 anosNo Brasil e no mundo o prato

mais conhecido elaborado a partir de pescado cru é o sushi, que apesar de ser conhecido tradicionalmente como culinária japonesa, teve sua origem na China, e tinha como finalidade primordial conservar o pescado fresco por um período maior, visto que não havia à época como refrigerar o pescado. Esta téc-nica de conservação foi introduzida no Japão, no Século 8 D.C., onde o peixe e o arroz eram prensados entre pedras, o que dava ao produto final sabor e odor muito fortes, chamado Naresushi. No século 15, esta técni-ca de conservação passou a ser de período menor, cerca de 30 dias e o peixe preparado podia ser consumi-do simultaneamente com o arroz, e foi considerado a primeira forma de sushi semelhante à encontrada nos dias de hoje. No século 18, ainda no Japão, com a finalidade de acelerar o processo de preparo foi adicionado vinagre ao arroz, que proporcionou melhor sabor e um tempo menor de preparo, em 24 horas estava pronto o sushi. Mas foi no início do século 19 que surgiu o primeiro sushiman que confeccionou um sushi seme-lhante ao que se consome nos dias de hoje, chamado Niguirisushi, que nada mais é que um bolinho de arroz com uma fatia de peixe por cima, para consumo imediato. Como não havia refrigeração, este bolinho era marinado em molho de soja ou vinagre até seu consumo, para que não ocorresse deterioração.

Com o passar dos anos,foram surgindo outros tipos de sushi e tornaram-se populares, como o inarisushi e o makisushi, que para a sua elaboração usavam o mesmo processo, porém é o nome genérico de sushi, que utiliza apenas a força das mãos. Porém, existem outras no-minações para o sushi: temakisushi, mazesushi, futomaki, hosomaki, kappamaki, gunkansushi, chirashi-sushi entre outras. As espécies mais utilizadas para sushi são: atum, salmão, badejo, lula, namorado, pargo, polvo, robalo, linguado. Al-guns restaurantes ainda aproveitam espécies como a tilápia, truta, tainha, peixe-sapo entre outros.

O Brasil é um país que se carac-teriza pela imigração de povos de diferentes etnias que introduziram

padrões socioculturais distintos. Nesse cenário destaca-se a imi-gração japonesa, que ocorreu há pelo menos 100 anos. Os hábitos deste povo inicialmente eram muito discretos, utilizando sua culinária especificamente para preparo de suas próprias refeições, Porém, com o passar dos anos este modo de cozinhar foi ganhando espaço e se infiltrando aos hábitos brasilei-ros, tanto é que hoje encontramos com muita facilidade a comida japonesa não só em restaurantes especializados como também em qualquer outro tipo de restaurante, devido ter alta aceitabilidade entre os consumidores, ser o sushi rico em nutrientes e pobre em calorias, de preparo fácil, rápido e saboroso, de fácil mastigação e digestão.

Hoje em dia, o sushi é influen-ciado pela culinária de cada país e pela inspiração e dedicação do sushiman, que faz deste prato um sucesso mundial. Os pratos que mais se destacam em nosso meio são o sushi e o sashimi, o primeiro feito com arroz e peixe cru, que pode estar envolto por algas ou não e o segundo contém somente peixe cru. A popularização desta culinária obrigou a formação dos sushiman, que são responsáveis pela manipulação do pescado cru. Esses profissionais devem estar habilitados para exercer a profissão e também devidamente capacitados para as boas práticas de fabricação, pois sua função exige cuidados especiais por estar manuseando alimentos que serão servidos in natura após intensa manipulação a fim de que contaminações sejam evitadas para não se colocar em risco a saúde pública.

Nas festas folclóricas, muitas vezes de origem religiosa, perma-necem os valores e o encanto das comunidades caiçaras. Embora muitas venham desaparecendo com o passar do tempo, algumas persis-tem no litoral paulista, como as comemorações de São Pedro em diversas localidades, Folia de Reis na Prainha Branca em Guarujá, Festa do Divino em Itanhaém, Congada em Ilhabela, e Bom Jesus em Iguape e Ilha Diana, na área continental de Santos. Para a oceanóloga Fernanda Terra Stori, a

Festa do Bom Jesus hoje se impõe como alternativa à manutenção dos modos de vida em Ilha Diana. "Uma vez que o meio material da cultura caiçara encontra-se em processo de expropriação pe-los projetos de desenvolvimento econômicos validados pela rede sociotécnica, para que essa cultura co-evolua com esse novo para-digma, indica-se a promoção dos valores de seus bens imateriais, como respeito, reciprocidade, fé, ambiente doméstico harmônico, festas, entre outras manifestações

da cultura caiçara”, afirma. “A crescente popularidade da Festa do Bom Jesus da Ilha Diana é a demonstração desta capacidade adaptativa, na qual a valorização das tradições é um produto que possibilita sua inserção no mundo comercial juntamente com a valo-rização da cultura”, complementa Fernanda. As conclusões estão presentes em sua tese de doutora-do sobre Ilha Diana, no Programa de Pós-graduação e Ecologia de Recursos Naturais da Universidade Federal de São Carlos.

Dia 23 de setembro o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS) completa 20 anos. Criado pelo Decreto Esta-dual 37.537 tem como objetivo a proteção do ambiente marinho. Tem sede e administração próprias e está subordinado à Fundação Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O parque possui uma área de 5 mil hectares, que inclui a Laje com 33 metros de altitude, 185 metros de largura máxima e 550 metros de comprimento, e ainda Rochedos conhecido como (Calhaus) e Par-ceis do Bandolim, do Brilhante , do Sul e Novo. O local fica a 25 milhas náuticas (45 quilômetros) dos prin-cipais ancoradouros dos municípios de Guarujá, Santos e São Vicente, litoral centro de São Paulo.

O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (primeiro e único parque marinho dentre as Unidades de Conservação do Estado de São Paulo) é um local de grande interes-se para a conservação da diversidade biológica na costa do Estado de São Paulo, uma vez que a ausência de outras formações rochosas ou ilhas em áreas próximas acarreta grande concentração de peixes de passagem e recifais na área. É um

dos melhores pontos de mergulho do Brasil.

Segundo o gestor da PEMLS, José Edmilson de Araujo Mello Junior, as comemorações têm início sábado, dia 28 de setembro, no Mu-seu de Pesca de Santos. Ali, o artista plástico, Alexandre Huber, irá con-duzir oficina de pintura para crianças das 10h às 14h. Na mesma ocasião irá pintar um mural comemorativo

ao lado da sede administrativa do parque que fica no prédio contíguo ao Museu. No domingo dia 29 de setembro às 8h, mergulhadores farão um abraço simbólico, circun-dando a Laje de Santos. O Museu de Pesca fica na av. Bartolomeu de Gus-mão, 192, Ponta da Praia, Santos. Mais informações: (13)3261.3445/email:[email protected].

Festas folclóricas mantêm a tradição caiçara

o gestor do parque, José Edmilson, fala sobre as comemorações

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Setembro 20138

Festa do Camarão na

Moranga

O camarão foi a estrela da vez em Bertioga de 9 de agosto e 8 de setembro. Por 20 anos consecut ivos a cidade comemora a Festa

do Camarão na Moranga, realizada pela Colônia de Pescadores Z-23. Segundo o presidente da Colônia, João do Espírito Santo, o

evento atraiu milhares de turistas e moradores locais em busca do prato feito com camarão fresquinho fornecido pelos pescado-

res artesanais locais. A festa contou com o apoio da Prefei-tura de Bertioga e patrocínio de Divena, Arroz Tio João e Brahma.

Quem chegasse à Festa do Camarão na Moranga logo podia ver seu Eduardo sempre ativo na administra-ção do evento. Era o braço direito dos presidentes da Colônia Z-23, Enéas Xavier, que permaneceu no coman-do de 2002 a 2012, e João do Espírito Santo, a partir de 2012. “Tudo era com ele”, explica seu João, falando do amigo que trabalhou inces-santemente até quase o início da festa providenciando as compras e fazendo contatos para divulgar o evento. Car-los Eduardo dos Santos, ao falecer dia 3 de agosto, aos 58 anos, deixou tudo preparado para a festa que iria iniciar dia 9 de agosto. A doença, um câncer que parecia estar sob controle, levou seu Eduardo de forma inesperada. Ele deixou a viúva, Jocely dos Santos, a dona Jô, e os filhos Carlos Eduardo, 34, Aldo Cé-sar, 32 e Samantha, 28. Seu João confessa que ele e outras

pessoas da coordenação do evento quase desistiram de levar a festa adiante. Depois pensaram que tantos anos de dedicação de seu Eduardo não seriam em vão e deci-diram ir em frente. Dona Jô, que faz o molho com cama-rões que dá o sabor especial ao prato, também se vestiu de coragem e com o apoio da filha Samantha, a Biju, permaneceu na organização da festa. A filha diz que seu Eduardo aprendeu tudo com seu Enéas e Pedrinho Bar-bosa. Todo esse empenho resultou no sucesso do evento deste ano, ainda no rastro de um trabalho desenvolvido muitos anos pela equipe que coordena a festa, iniciada por Wanderley Lourenço há 20 anos. Amigos e fami-liares não esqueceram um minuto de seu Eduardo e dedicaram e ele a vigésima edição da festividade. “Ele amava demais esta festa”, enfatizou a filha Samantha.

Tubarões, focas, tartarugas e personagens de desenhos animados como Nemo e sua turma montados em suportes, ou como imãs de geladeira ou presilhas de cabelos.

Mais informações Nelson Dreux. Fone: 13. 98146.6318email: [email protected]

Seu Eduardo, o homem por trás do

sucesso da festa

Seu Eduardo (centro), Rodrigo e João do Espírito Santo na festa de 2012

Dona Tereza preparou o camarão-rosa para a guarnição da moranga

Samantha ficou no preparo do sorvete de açaí

Dona Jô deu o sabor especial no recheio de

camarão da moranga

o prefeito de Bertioga, Mauro orlandini, e Edson Cláudio, presidente da Colônia Z-3, prestigiam o evento

Colecione réplicas de animais marinhos feitos em resina