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Dezembro 2014 Número 132 Ano XI Tiragem 3.000 exemplares www. jornalmartimpescador.com.br A consulesa da Tailândia Thassanee Wanick fala sobre a maravilhosa culinária de seu país. Pág. 8 Marçal de Oliveira da Silva e sua esposa Laura pescam juntos nas represas do interior de São Paulo. Pág. 6 O pescador Ivo Euzébio de Morais mantém a tradição da pesca na praia de Castelhanos em Ilhabela. Pág. 3

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Page 1: MARTIM-PESCADOR - 132

www.jornalmartimpescador.com.br

Dezembro 2014Número 132

Ano XI

Tiragem 3.000exemplares

www. jornalmartimpescador.com.br

A consulesa da Tailândia Thassanee Wanick falasobre a maravilhosa culinária de seu país. Pág. 8

Marçal de Oliveira da Silva e sua esposa Laura pescam juntos nas represas do interior de São Paulo. Pág. 6

O pescador Ivo Euzébio de Moraismantém a tradição da pesca napraia de Castelhanos em Ilhabela. Pág. 3

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Dezembro 20142

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

DefesosCaranguejo-uçá (Ucides cordatus) - Portaria no 52 Ibama- 01/10/14 a30/11/14 (machos e fêmeas) - 01/12/14 a 31/12/14 (somente fêmeas)

Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) Decreto 60.133 SMAProibida captura durante o ano inteiro

Mexilhão (Perna perna) 01/09/2014 a 31/12/2014Sardinha (Sardinella brasiliensis) 15/06/14 a 31/07/14 e 1/11/14 a 15/02/15

Emalhe de fundo >20 AB –Parada da frota de 15/05 a 15/06

MoratóriasCherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015

Mero (Epinephelus itajara) 17/10/2012 a 17/10/2015Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)- tempo indeterminado

Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminadoRaia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado

Marlim-azul (agulhão-negro) – Makaira nigricans- comercialização proibidaMarlim-branco (agulhão-branco) - Tetrapturus albidus –comercialização proibida

Reunião discute possibilidade de liberação da pesca do caranguejo

Cadê o caranguejo?

Após a apresentação do Decreto 60.133 da Secretaria do Meio Ambiente do Esta-do de São Paulo-SMA, em reunião da Apa Marinha dia 9 de dezembro, o assunto voltou a ser discutido pelo segmento pesqueiro. A lei considera o ca-ranguejo-uçá (Ucides cordatus)espécie ameaçada de extinção, sendo assim sua pesca proibida em todo o Estado. Pescadores, representantes de órgãos am-bientais e o deputado eleito Caio

França (PSB) participaram de reunião na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo para discutir o decreto. No encontro foram apresentados estudos explicando que a espé-cie não sofre ameaça. Assim a captura do caranguejo-uçá poderá ser liberada em áreas onde o animal não esteja ame-açado de extinção através de alteração no Decreto publicada no Diário Oficial. Segundo o deputado Caio França, espera-

-se que até o final de dezembro já exista uma solução oficial para o problema. O pedido se encontra na Procuradoria da Secretaria para ser encaminhado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Enquanto a revisão da lei não for feita a multa para quem retirar o caran-guejo de seu hábitat natural é R$700,00 mais R$20,00 por unidade ou quilo do produto. Se a captura for feita em área de proteção ambiental a multa

dobra e se for reincidente, o valor é triplicado. Conforme o tipo de apreensão, poderá ser efetuada detenção do infrator em até três anos. O Decreto 60.133 foi publicado em fe-vereiro de 2014 para substituir o decreto 56.031 editado em 2010. As listas das espécies que integram o decreto e ava-liam se as mesmas se encon-tram ameaçadas de extinção devem ser renovadas a cada quatro anos.

O caranguejo tende a de-saparecer da mesa do paulis-ta. Um decreto editado em fevereiro de 2014 considera o caranguejo-uçá (Ucides cordatus) espécie ameaçada de extinção e proíbe sua cap-tura em todo o Estado de São Paulo. O decreto 60.133 de 07/02/2014 da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, apesar de editado em fevereiro, começou a ser cumprido no início de dezem-bro. A Portaria do Ibama no. 52 de 30/09/2003 proibe a pesca do caranguejo-uçá ma-cho e fêmea de 1/10 a 30/11, e apenas a fêmea de 1 a 31 de dezembro. Segundo Santina Gonçalves Barros, moradora da Vila dos Pescadores em Cubatão, a Polícia Ambiental já apreendeu caranguejos de

quatro pescadores no começo de dezembro, que tiveram que ser devolvidos ao man-gue. “Tem pescador aqui que só vive de catar caranguejo”, afirma Santina que calcula que existam cerca de 60 profissionais atuando na Vila dos Pescadores. “Caranguejo dá mais dinheiro que peixe”, acrescenta, expli-cando que uma corda com meia dúzia do crustáceo é vendida a R$15,00. Santina concorda que a espécie deva ser protegida, e sugere que se estabeleça tamanho mínimo de captura e proibição de pegar apenas a fêmea da espécie. Sugere também que para haver apenas a proibição os pescadores teriam que ser indenizados. Santina acha, que apesar da lei, muita gente vai pescar porque não tem o que comer. “É a lei da

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-dade aprovou o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Tubarões e Raias Mari-

nhos Ameaçados de Extinção, com ênfase em 12 espécies. A portaria foi publicada na edição do dia 5 de dezembro do Diário Oficial da União.

Foram estabelecidas 67 ações, distribuídas em nove objetivos específicos, com prazo de vigência até julho de 2019 e com supervisão anual.

Mais proteção para os tubarões

sobrevivência deles”, explica. O assunto foi discutido

na reunião do Conselho Ges-tor da Apa Marinha Litoral Centro de 9 de dezembro. Os pescadores Francisco Gonçal-ves de Barros e Alexandre de Deus, da Vila dos Pescadores, estiveram presentes. Uma das queixas dos profissionais foi a falta de divulgação da lei, que pegou todo mundo de sur-presa. Ambos explicaram que

muitos moradores da comuni-dade vivem apenas da pesca do caranguejo ou conseguem com ele uma renda extra. Re-presentantes da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo disseram que a lei poderá ser revista, mudando o status do caranguejo-uçá, hoje considerado espécie ameaça-da de extinção (constante no Anexo I), para espécie com necessidade de diretrizes de

gestão e ordenamento pes-queiro para sua conservação (Anexo II).

Dessa maneira a captura poderia ser permitida me-diante a criação de novas di-retrizes e ordenamento. Para isso afirmaram que devam ser feitas reuniões com os pesca-dores para avaliar o número de profissionais envolvidos na atividade, seu parecer sobre a situação e informações sobre

as capturas. O decreto 60.133 entrou em substituição ao decreto 56.031 de julho de 2010. Na reunião também foi sugerida a suspensão do decre-to até que os estudos estejam terminados, porém os repre-sentantes da SMA explicaram que este tipo de ação deverá ser feito em outro fórum. (Conheça o decreto SMA 60.133 no site www.jornalmartimpescador.com.br/legislação).

Representantes da pesca artesanal na reunião Chico Tobias, Edson Claudio, Tsuneo Okida e Alexandre de Deus

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Castelhanos

Adearo de Souza

Ivo Euzébio de Morais e o filho Joaquim

O jovem pescador Moisés

Caipirinha feita com folha de mexerica

Laurinda Maria de Morais faz artesanato com a cunhada

Fernando Henrique dirige o quiosque Canto do Gato

A praia de Castelhanos em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, mantém seus encantos naturais devido à dificuldade de acesso. Para chegar a esse lugar para-disíaco é necessário empreender viagem de barco ou percorrer uma estrada de terra de 22 quilômetros, que corta a Ilha no sentido oeste a leste, passando por um belo trecho de da Mata Atlântica.

A praia tem cerca de 1.500 metros de extensão, onde os visitantes podem surf ar, passear de canoa ou fazer mer-gulho contemplativo.

No Cantão da Praia há uma comuni-dade com cerca de 70 famílias, perto de 400 pessoas. Ali podemos observar os pescadores trazendo o peixe em canoas, consertando redes, e ainda um belo varal de peixes salgados secando ao sol, como manda a tradição caiçara. Laurinda Maria de Morais, 54 anos, conta que salgar peixes faz parte de seu dia a dia, assim como pescar e fazer artesanato com sementes de plantas da praia, como camamana ou coroanha. Nascida de parteira, sua avó Tereza, ali mesmo em Castelhanos, conta que a comunidade é composta por poucos troncos de famílias: Lúcio, Morais, Gonçalves, Rafael e Souza. Seu primo Ivo Euzébio de Morais, 53 anos, também nasceu nas mãos da avó parteira, assim como seus dois irmãos e cinco irmãs.

Aqui todos pescam, todos correm atrás da pescaria”, diz. “Essa canoa é meu rei”, diz apontando para a tradi-cional embarcação feita em madeira. Casado com Fátima, tem sete filhos. A esposa costumava acompanhar nas pescarias, mas com o nenê de três meses não tem como. Euzébio na adolescência praticou a pesca profissional de parelha

e camarão em São Sebastião e Santos, mas depois voltou para a artesanal em Castelhanos. Agora pega pescada, piranjica, marimbá e garoupa na linha. Vende para a peixaria do Arlindo no Cantão da Praia. “Pescaria tá fraca mesmo, tem semana para ter peixe para comer tem que jogar a rede. Tem que jogar a rede para pegar um ou dois pei-xinhos”, se queixa. O pescador Moisés, 16 anos, sai na canoa de madeira tradicional que é vendida na praia do Bonete, com mais cinco pessoas para pescar na rede de espera. Adearo de Souza, 30 anos, sai todo dia das 6h às 8h da tarde. Três pessoas trabalham na rede para pegar pescada amarela, cambucu, corvina, cação. Desde 10 anos pesca. “Aprendi com meu finado pai Renato”, diz. Tem irmãos e irmãs que também pescam. Também usa linha para pegar garoupa, vermelho.

Falb Prestes Lara, 61 anos, pesca com rede linha, canoa e mantém seu restaurante no Canto da Lagoa com a ajuda da esposa que prepara arroz feijão, salada, peixe . “Sirvo o peixe fresquinho dos pescadores da praia”, afirma. Co-mida deliciosa também muito caseira é feita pelo Fernando Henrique de Lima e Silva, 40 anos. Nascido em São Paulo, está há 15 anos em Castelhanos. Abriu o Quiosque Canto do Gato em 2002 e ali serve uma variedade deliciosa de frutos do mar. Serve também uma es-pecialidade dos bares em Castelhanos, encontrada também no Quiosque do Alemão, que é a caipirinha feita com folhas de mexerica. Esse é o prazer de visitar Castelhanos, apreciar a beleza da Mata Atlântica, saborear as delícias da terra e bater papo com os moradores dessa tradicional comunidade.

Em Ilhabela, a praia de Castelhanos abriga uma comunidade com cerca de 400 pescadores artesanais

Falb Prestes Lara

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Coluna

OUVIDORIA EMBRAPORT: 0800 779-1000

[email protected] www.terminalembraport.com.br

Mais de mil horas de trabalhos voluntários em 2014

Estimular ações em prol de causas sociais e ambientais e que envolvam a comunidade do entorno foi parte das metas da Embraport neste ano de 2014.

No total, mais de 50 voluntá-rios, de diversos departamentos, se engajaram em diversas atividades promovidas pela área de Comuni-cação Corporativa.

Muita alegria, sorriso e boa von-tade marcaram os encontros. Entre os trabalhos, destaque para visitas a instituições de caridade, como a Casa da Vó Benedita, em Santos, e a Alma, no Guarujá, a entrega de ovos de pás-coa para crianças de Monte Cabrão e Ilha Diana, doação de suplementação para a Santa Casa de Santos, ações de Ecoleta, entre outros.

Miucha Andrade, coordenadora do projeto, analisa que o primeiro ano do Programa foi bastante positivo e teve forte adesão das pessoas. Ela explica que a iniciativa está alinha-da à estratégia de sustentabilidade da empresa, que estabelece como prioridade a disseminação da cultura de responsabilidade corporativa e o desenvolvimento das regiões em que a Embraport atua. “É gratificante ver o quanto nossos integrantes se mobili-zaram e dedicaram parte de seu tempo para ajudar algo ou alguém”, finaliza.

NATAL BRASILEIROCriado

no primeiro semestre, Programa Voluntário

Embraport fecha o ano celebrando resultados positivos

Já pensou em deixar os pratos exóticos de lado e ir em busca de ingredientes bem brasileiros para a ceia de Natal? A professora de Culinária Caiçara, Luciana Marchetti, es-colheu um cardápio com produtos “da terra” para a aula de encerramento do Curso de Gastronomia da Unimonte este ano. Como entrada a escolha foi o bolinho de mandioca recheado com pupunha. A moqueca de siri acompanhada de arroz, farofa de banana e couve crocante foi o prato principal. Para sobremesa, frutas bem brasileiras, cocada mole com duas caldas, de maracujá e de jabuticaba, acompanhada de sorvete de creme. Sucos de goiaba e abacaxi completaram o cardápio. Proposto o desafio, os alunos criaram os pratos usando sua imaginação. Foram duas aulas, com 26 alunos na turma da manhã e 30 à noite, dias 2 e 3 de dezembro. Luciana Marchetti, formada em Nutrição e Gastronomia no Italian Culinary Institute for Foreigners, há seis anos dá aulas de Culinária Caiçara na Unimonte. A matéria dá uma grande oportunidade para os alunos de um enriquecimento cultural. “Temos que valorizar o que é nosso”, afirma. Explica que também existe uma tendência de fazer uma releitura de uma receita tradicional. “Os chefs fazem isso sem perder a identi-dade do prato”, explica. Como exemplo, cita o uso do arroz arbóreo com palmito pupunha, na releitura do tradicional prato de arroz com palmito.

Alface, beterraba, cebola, manjericão, ora-pro-nobis são apenas alguns dos orgâni-cos produzido pela Orgânicos Cachoeira, na cidade de Amparo em São Paulo.Com três estufas de quatro mil metros quadrados e muita área de plantação ao ar livre, o Sítio Cachoeira tem capacidade de produzir verduras, frutas e legumes, com uma filosofia que respeita a rotatividade de cultura que a terra e o ambiente, e entregar o produto diretamente na casa do consumidor. Hoje, os Orgânicos Cachoeira são vendidos em São Paulo (Capital) e em Santos através de seus representantes. www.facebook.com/OrganicosCachoeira?fref=tsContato: São Paulo – Rodrigo Junqueira (11) 97160-0290 VIVO/whatsAppSantos – Pedro Moya (13) 98123-0840 TIM/whatsAppFacebook: Orgânicos Cachoeira e Cestas – Orgânicos CachoeiraInstagram: @organicoscachoeira

Orgânicos Cachoeira

Alunos do curso matutino de Gastronomia

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NATAL BRASILEIRO

Bolinho de mandioca recheado de pupunha

Rendimento: 100 porçõesIngredientes:3 kg de mandioca1 ovo1 colher (sopa) de manteigaSal a gostoSalsinha picadaRecheio de pupunha refogada no alho e cebola com azeitona e sal a gostoFarinha de rosca

Cocada de colherRendimento: 40 porçõesIngredientes:2 kg de coco ralado fresco5 latas de leite condensado5 latas de leite2 colheres (sopa) de man-teiga sem salPreparo: Misturar todos os ingredientes no fogo e mexer até desgrudar da panela. Sevir com calda de jabuticaba.

Receita de moqueca de siriIngredientes:6 kg de carne de siri limpa (vendida em pacotes)/1 ¼ litro

de leite de coco/3 kg de tomates picados sem pele e sementes/3 pimentões amarelos picados/3 pimentões vermelhos picados/4 cebolas/1 cabeça de alhos picados/coentro picado a gosto/2 pimentas dedo-de-moça bem picadinhas/250 ml de vinho branco/1 lata de molho pronto/sal a gosto

Preparo: Refogar cebola e alho, acrescentar pimentão, mexer bem até murchar. Colocar o tomate, depois que desmanchar, misturar a carne de siri. Salgar. Acrescentar o vinho. Adicionar o molho pronto, a pimenta picada e o leite de coco. Salpicar o coentro, mexer e desligar. Servir com arroz branco e farofa de banana.

Farofa de bananaRendimento: 30 porçõesIngredientes:1 kg de farinha de mandioca4 ovos cozidos picados60 g de azeitona200 g de manteiga1 cebola e dois dentes de alho picados200 g de bacon1 dúzia de banana nanica maduraCheiro-verdePreparo:Refogar bacon. Escorrer e retirar a gordura derretida na

fritura. Acrescentar cebola e alho e deixar dourar. Colocar a farinha de mandioca. Misturar a manteiga. Desligar o fogo e misturar a banana cortada em rodelas. No final misturar cheiro-verde, azeitonas e ovos.

Alface, beterraba, cebola, manjericão, ora-pro-nobis são apenas alguns dos orgâni-cos produzido pela Orgânicos Cachoeira, na cidade de Amparo em São Paulo.Com três estufas de quatro mil metros quadrados e muita área de plantação ao ar livre, o Sítio Cachoeira tem capacidade de produzir verduras, frutas e legumes, com uma filosofia que respeita a rotatividade de cultura que a terra e o ambiente, e entregar o produto diretamente na casa do consumidor. Hoje, os Orgânicos Cachoeira são vendidos em São Paulo (Capital) e em Santos através de seus representantes. www.facebook.com/OrganicosCachoeira?fref=tsContato: São Paulo – Rodrigo Junqueira (11) 97160-0290 VIVO/whatsAppSantos – Pedro Moya (13) 98123-0840 TIM/whatsAppFacebook: Orgânicos Cachoeira e Cestas – Orgânicos CachoeiraInstagram: @organicoscachoeira

Calda de jabuticabaIngredientes:1 kg de jabuticabaÁgua para cobrir600 g de açúcarPreparo: Colocar todos os ingredientespara ferver. Quando a jabuticaba começara abrir, esmagar ou bater no liquificador.Peneirar e deixar reduzindo em fogo médio.

Preparo:Descascar a mandioca e cozinhar até amole-cer. Passar no espremedor ou macerar com pilão. Levar ao fogo e misturar a manteiga. Enrolar os bolinhos na mão, colocando o recheio de pupunha e passando depois na farinha de rosca. Fritar em gordura abun-dante. Outra opção é modelar o bolinho achatado e redondo, e depois de fritar duas partes colocar o recheio no meio enfeitando

Marco Aurélio Santana Vieira, 37 anos, já trabalhou em restaurante. Parou para terminar o curso, mas depois vai retomar

Patrícia Ferrari, 46 anos, advogada, guia de turismo e professora da pré-escola a quarta série. Está há dois anos na Gastronomia. “Adoro fazer gastronomia, deveria ter feito antes”, diz. Sempre gostou de xeretar na cozinha, enrolando brigadeiro, docinhos, desde oito anos de idade. Gostou do curso de Culinária Caiçara porque adora trabalhar com frutos do mar.

Tatiane Binoto, 28 anos, trabalha no restaurante Pascoal Beer na Praia Grande há nove anos. O restaurante serve pratos tradicionais paulistas. Faz o curso de Gastronomia para aprimorar seu conhecimento e abrir outra casa. Tatiane se forma no próximo semestre.

Alunos do curso noturno de Gastronomia

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Raias e tubarões são estudados no Guarujá

Quais espécies de tubarões e raias ocor-rem na praia do Perequê em Guarujá? Para obter estas informações, a aluna de Biologia da Uninove, Bianca Rangel, e os alunos de mestrado do Instituto de Pesca, Alexandre Rodrigues e Cristiano Borges iniciaram um projeto colocando pequenas marcas nos animais capturados e devolvendo-os ao mar. Informações sobre tamanho e peso estima-do, espécie, entre outros, são anotados e armazenados em arquivo no computador. Se os peixes marcados forem reencontrados, é possível através desses dados descobrir a taxa de crescimento do animal no período e para onde se deslocaram após a soltura. O projeto "Tubarões e Raias do Perequê" teve início em dezembro de 2014 na região do Perequê, no Guarujá, sob coordenação e orientação do professor Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de Santos, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e apoio do

professor Jorge Luís dos Santos, da Univer-sidade Santa Cecília, também pescador na região. A professora Renata Guimarães Mo-reira, do Departamento de Fisiologia Geral do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo orienta na avaliação do ciclo reprodutivo e maturidade dos animais. O objetivo desse projeto é realizar um levan-tamento das espécies de tubarões e raias que ocorrem na região e diversos estudos não-letais com esses animais.

Na primeira viagem de pesquisa, dia 10 de dezembro, a bordo do barco de arrasto--de-camarão Gabriela XI, a equipe marcou duas raias-viola-de-focinho-curto (Zapteryx brevirostris) e trabalha agora para divulgar o trabalho na comunidade e pescadores da região, e planeja realizar oficinas de educação ambiental em escolas e ampliar as pesquisas e métodos para outras moda-lidades de pesca.

Marçal de Oliveira da Silva, 57 anos, e sua esposa Laura, 45, são companheiros de pescaria há mais de 20 anos. Nasci-dos no Ceará hoje são moradores do bairro A.E.Carvalho, na zona leste da cidade de São Paulo. Laura aprendeu a pescar com o marido que usa artes como a rede de espera, tarrafa e anzol. Quando vão para a pescaria ficam alojados num rancho em Mogi das Cruzes e dali se dirigem a represas de Paraitinga, Taiaçupeba. Os peixes mais comuns pegos num barco de alumínio de cinco metros, são traíra, tilápia, piracuí e bagre. A rotina é ficar a semana inteira pescando e voltar nos fins de semana para casa. A quantidade média é de 30 quilos de peixe por dia, que depois é vendido em São Paulo.

Casal que

pesca unido

Pescador,Se você encontrar esta raia marcada, receberá um prêmio se entregar a marca e os seguintes dados: onde, quando e como o peixe foi pescado (peso e/ou comprimento). Ligue para o telefone do Instituto de Pesca (13)3261-1900

Bianca Rangel

Marçal e Laura são companheiros na pesca

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Nesta época de festas natalinas onde predominam a comercialização e consumo de carnes vermelhas, seria ideal o consumo de pescado. É bom lembrar que qualquer espécie de peixe, da sardinha ao cação, produz um prato muito nutritivo e possui pelo menos quatro vezes mais nutrientes, tais como proteínas, cálcio, iodo e fósforo. Além de vitaminas "A", "E", "B" e "D". Deve-se destacar a presença do ômega 3 que é uma gordura poli-insaturada conhe-cida como gordura boa.

Portanto ao escolher um alimento para ser ingerido, deve-se sempre estar atento aos benefícios e riscos que estes podem causar à saúde. O pescado, de um modo geral é um alimento completo e apresenta como benefícios o combate às doenças cardiovasculares, protegendo o coração, diminuindo a atividade das plaquetas do sangue faz com que o risco de coagulação sanguínea, infartos e derrames cerebrais sejam menores, reduz os níveis dos trigli-cerídeos, evita a cegueira em idosos. Tem ainda efeito anti-inflamatório, reduz as ocorrências de asma e alivia os sintomas da artrite reumatóide. É benéfico para o cérebro, por estar presente nos neurônios. Graças à elevação dos níveis de serotoni-na, dopamina e noradrenalina evita que as pessoas entrem em depressão, pois esta doença está presente quando estes níveis estão baixos e ainda associados à deficiên-cia de Vitamina "D". A quantidade diária recomendada de ômega 3 é próxima de 1g.

Existem sete espécies de peixes que se destacam quanto ao teor de ômega 3:

Arenque: é uma espécie que habita os oceanos de águas frias, possui gorduras mono-insaturadas e poli-insaturadas. A concentração de ômega 3 em sua carne é alta, em cada 100g de peixe 1,2 a 3,1 g são de lipídeos;

Sardinha: é uma das espécies mais po-pulares e consumidas, o ômega 3 está em torno de 1,5 a 2,5g. Este produto também pode ser ingerido em conservas, pois perde muito pouco dos nutrientes;

Salmão: também vive em águas frias, e tanto o salmão da natureza quanto o de ca-tiveiro tem a presença deste lipídeo, porém o da natureza em função da alimentação rica em animais do mar, tem uma maior quantidade que aquele de cultivo que ingere apenas ração. Em cada 100g encontra-se 1,0 a 1,4 g de ômega 3;

Atum: peixe muito saboroso de valor restritivo, porém rico em ômega 3, sendo

que cada 100g de carne possui entre 0,5 a 1,6 g;

Bacalhau: é um método que dá origem a um produto salgado da espécie Gadus morhua, um produto famoso no mundo, porém sujeito à fraude, pois muitas vezes substituem esta espécie por outras de menor valor, constituíndo este procedimento crime contra o consumidor. Cada 100 g há 0,2 a 0,3 g de ômega 3;

Linguado: peixe de alto valor aquisiti-vo, substituído constantemente por outras espécies de menor valor, prejudicando o consumidor. Em cada 100 g de carne encontra-se 0,20 a 0,30 g de ômega 3;

Pescadinha: peixe consumido por classes sociais menos favorecidas, espécie costeira, de boa aceitação e em cada 100g de carne tem 0,20 a 0,30 g de ômega 3.

Apesar dos grandes benefícios dos peixes, alguns cuidados devem ser consi-derados, pois nenhum alimento pode ser ingerido quando contaminado. Estes con-taminantes podem ser resíduos de esgotos domésticos, industriais e até mesmo conta-minação devido à manipulação inadequada em algum ponto da cadeia de produção. No pescado a contaminação química, pelo mer-cúrio, é uma das mais conhecidas, sendo prejudicial principalmente para gestantes e lactantes. Pode ainda diminuir a imuni-dade, afetar o pâncreas e causar diabetes. As espécies que mais concentram mercúrio são: espadarte e tubarões; e os que menos concentram este metal são o bacalhau e o salmão.

Em função de existir riscos, estes devem ser controlados pelas autoridades sanitárias, para não causar problemas ao consumidor. É um alimento benéfico, rele-vante à saúde e que deve ser ingerido pelo menos três vezes por semana.

A cura que vem do mar

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

Estresse, insônia, dor na coluna, debilidade? Todos esses males modernos podem ser evita-dos com uma receitinha bem simples: água do mar. Quem fala sobre o assunto é Vera Maria Fabrini, graduada em Turismo e Hotelaria e pós-graduada em Meio Ambiente. “É uma cura bioclimática, o ar marinho tonifica o aparelho respiratório pelas micro-bolhas em suspensão carregadas de íons”, explica. Ele também tem ação anti-alérgica, anti-reumática e reequilibra o sistema nervoso. O uso do clima marinho e de banhos de mar para o tratamento de doenças é chamado de talassoterapia. Vera explica que a palavra grega talassa significa mar.

Vera começou a se interessar pelo assunto na época em que morou na França, de 1988 a 1990. “Motivada por meu amor pelo mar, e acreditando em suas propriedades benéficas, comecei a pesquisar sobre o tema”, explica. Nascida no Rio de Janeiro, Vera se mudou aos 12 anos em São Paulo, mas sempre fre-quentando as praias do litoral norte paulista. A pesquisa foi realizada principalmente na França em locais específicos, bibliotecas e instituições. Todo esse esforço resultou na tese de mestrado na Universidade Anhembi Morumbi “A Talassoterapia: bem-estar, saúde e lazer nas águas do mar”, publicada em 2007 e atualizada em 2010. Também uma matéria resumida sobre a tese foi publicada em Portugal em forma de livro com assuntos referentes à saúde e bem-estar. A prática da talassoterapia em centros na França consiste em banhos de água preparada com sais naturais, muitas vezes proveniente do Mar Morto, ou da própria água do mar aquecida, e também massagens com o uso de algas marinhas e lamas marinhas. A água aquecida abre os poros e permite a melhor absorção dos nutrientes e sais marinhos. Além desses itens é necessário que o estabelecimento esteja próximo ao mar, segundo especialistas do setor. O perfil dos usuários dos centros de talassoterapia no exterior tem mudado a partir de 1990. Mais jovens buscam na modalidade alívio para o estress da vida moderna, prevenção de doenças, aprimoramento da forma física e da beleza. Vera explica que o cultivo ao corpo é uma tendência mundial, mas a moda da ta-lassoterapia não atingiu o Brasil, apesar de as redes hoteleiras que atuam na Europa terem se instalado no país.

Durante seus estudos, Vera descobriu a potencialidade do litoral brasileiro para a ta-lassoterapia, e questiona as razões da ausência de exploração do segmento no Brasil, bem como, sobre o escasso material de estudo sobre turismo de saúde. Essa modalidade de terapia continua pouco explorada, com apenas dois

A presença do pescado nas Festas

Natalinas

estabelecimentos praticando a modalidade, um em Santa Catarina na praia de Itapema e outro na Bahia na praia do Forte. Ao mesmo tempo o turismo de saúde prossegue sem bibliografia, sem incentivos das autoridades competentes, sem investidores interessados na evolução do segmento. Para Vera, a talassoterapia é um cam-po restrito do conhecimento pouco divulgado como tratamento de saúde. “O apelo dos em-preendimentos nacionais é puramente estético”, afirma. “O meio médico ainda não foi explorado no Brasil”, acrescenta. Vera explica que alguns institutos que praticam a talassoterapia, de fato utilizam apenas tratamentos em banheiras com água doce acrescida de sais minerais marinhos, e massagens com algas e lamas marinhas, o que não é suficiente para caracterizar a modalidade, cuja adequação está restrita a proximidade do mar. Vera inicialmente levantou a hipótese de que o alto investimento para instalação de um instituto estaria dificultando o interesse do setor.

O objetivo do trabalho foi despertar o interesse de empresas hoteleiras, médicos e fisioterapeutas para a talassoterapia, bem como incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre essa temática e sobre o turismo de saúde. “Quero também fornecer material de pesquisa sobre a ta-lassoterapia para estudantes das áreas de saúde, principalmente fisioterapeutas e ortopedistas”, conclui Vera com esperanças que o Brasil des-cubra seu potencial nessa área de terapia.

Vera Fabrini realizou sua pesquisa na França

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Dezembro 20148

Comida tailandesa: harmonia de cores e sabores

Pla Neung Manao(Peixe no vapor com limão)Ingredientes:1 tilápia inteira de cerca de 1 kg3 colheres (sopa) de alho finamente picado2 a 3 pimentas picadas¼ de xícara (chá) de suco de limão¼ de xícara (chá) de shoyu¼ de xícara (chá) de coentro picado¼ de xícara (chá) de aipo picado

Preparo:Preparar o molho misturando suco de limão, alho, pimenta e shoyu. Tirar

a escama e as vísceras da tilápia. Fazer 2 cortes profundos ao longo do corpo. Colocar 2 rodelas de limão na barriga do peixe. Ajeitá-lo num prato branco de porcelana e levá-lo à panela de cozimento a vapor, com a água já em ponto de fervura. Tampar e deixar por cerca de 8 minutos. Retirar do fogo e deixar a água que saiu do cozimento do peixe no prato, que depois irá se misturar ao molho de limão. Misturar ao molho de limão o coentro e o aipo. Jogar sobre o peixe e servir.

“Comer é um ritual para nós”, explica Thassanee Wanick, consulesa da Tailândia. “A comida tailandesa tem harmonia de sabores para todos nossos sentidos”, explica. “Sua apresentação, design e cores são tão importantes quanto o aroma. A vantagem é que no preparo são usados ingredientes frescos como peixe, frango, carne de vaca frutos do mar em geral com vegetais frescos com alta quantidade de vitaminas e mi-nerais. Thassanee ressalta que a comida vai ao fogo por pouco tempo, tanto para cozinhar no vapor como grelhar ou saltear. “Como são cortadas em pedaços pequenos, podem ser cozidas em pouco tempo e ainda não há necessidade do uso de facas para saboreá-las à mesa”, diz. A maioria dos pratos leva cerca de 10 mi-nutos para ficarem prontos, o que com-bina com a correria da vida moderna. A

consulesa está no Brasil há sete anos, há quatro como Consul Geral, e explica embora saboreie alguns pratos brasilei-ros, conserva o hábito de consumir 80% do tempo comida tailandesa, que é leve, saborosa, saudável e com pouca gordura. Uma de suas receitas favoritas é o Kao Tom, arroz cozido em água, bem macio, acompanhado de vários pratos como omelete, peixe salgado e seco, pickles, frango grelhado em molho de pimenta chilli adocicada. No café da manhã é hábito apreciar o congree, um arroz mais mole como uma sopinha. Muitas vezes é servido acompanhado de peixe seco. Os ingredientes especiais para o preparo de comida tailandesa podem ser encontrados na loja Towa, no bairro da Liberdade em São Paulo, e no Empório Santa Maria, na av. Cidade Jardim em São Paulo.