jornal fmb edição nº 1

12
cmyk FMB celebra o 45º aniversário No passado, sobre alicerces de prédios inconclusos, pio- neiros levantam as estruturas de um novo centro de sa- ber e de esperanças... No presente, um pólo de ensino e pesquisa de renome nacional e internacional, e um centro de referência na assistência à saúde... No futuro, a permanente vitória sobre o desafio de ga- rantir, cada vez mais e melhor, a produção do saber cien- tífico e de colocá-lo a serviço da população. Três tempos de uma história de êxitos Sessão solene da Congregação foi o principal ato comemorativo do 45° aniversário do início das atividades acadêmicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. A reunião foi marcada por manifestações que relembraram aspectos da história e da criação da unidade, e de sua inserção no cenário do ensino superior e da pesquisa cientifica em São Paulo e no Brasil. Nesta edição do Jornal da FMB, um amplo relato da solenidade e dos atos que marcaram os 45 anos da faculdade. Página 3 Dinâmica do crescimento, um ponto de destaque Página 4 Livro relata lembranças da 1ª turma O médico Abrão Altman, alu- no da 1ª Turma, lançou seu livro “Histórias agudas e crô- nicas de uma turma pioneira”. Página 4 Depoimentos registram fatos memoráveis e a vocação universitária da instituição Os professores eméritos Willian Saad Hossne, Domingos Alves Meira e Dinah B. de Almeida, o médico Abrão Altman e o acadê- mico Cássio Luiz Ferreira Júnior apresentaram, em seus discur- sos, na sessão solene da Congregação, as visões do passado, do presente e do futuro da Faculdade de Medicina de Botucatu. Leia a integra das manifestações nas páginas 5, 6 e 7. Novos investimentos já se concretizam Os prédios do novo Pronto Socorro (a esquerda) e da Unidade de Pes- quisas Clínicas já se apresentam como a primeira materialização dos investimentos programados. Leia na página 12

Upload: leandro-santi

Post on 25-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal da FMB

TRANSCRIPT

cmyk

FMB celebra o 45º aniversário

No passado, sobre alicerces de prédios inconclusos, pio-neiros levantam as estruturas de um novo centro de sa-ber e de esperanças...

No presente, um pólo de ensino e pesquisa de renomenacional e internacional, e um centro de referência naassistência à saúde...

No futuro, a permanente vitória sobre o desafio de ga-rantir, cada vez mais e melhor, a produção do saber cien-tífico e de colocá-lo a serviço da população.

Três tempos de uma história de êxitosSessão solene da Congregação foi o principal ato comemorativo do

45° aniversário do início das atividades acadêmicas da Faculdade deMedicina de Botucatu. A reunião foi marcada por manifestações querelembraram aspectos da história e da criação da unidade, e de suainserção no cenário do ensino superior e da pesquisa cientifica em SãoPaulo e no Brasil. Nesta edição do Jornal da FMB, um amplo relato dasolenidade e dos atos que marcaram os 45 anos da faculdade.

Página 3

Dinâmica docrescimento,um pontode destaque

Página 4

Livro relatalembrançasda 1ª turmaO médico Abrão Altman, alu-no da 1ª Turma, lançou seulivro “Histórias agudas e crô-nicas de uma turma pioneira”.

Página 4

Depoimentos registram fatos memoráveise a vocação universitária da instituição

Os professores eméritos Willian Saad Hossne, Domingos AlvesMeira e Dinah B. de Almeida, o médico Abrão Altman e o acadê-mico Cássio Luiz Ferreira Júnior apresentaram, em seus discur-sos, na sessão solene da Congregação, as visões do passado, dopresente e do futuro da Faculdade de Medicina de Botucatu. Leia aintegra das manifestações nas páginas 5, 6 e 7.

Novos investimentos já se concretizam

Os prédios do novo Pronto Socorro (a esquerda) e da Unidade de Pes-quisas Clínicas já se apresentam como a primeira materialização dosinvestimentos programados. Leia na página 12

2 Maio 2008

agen

da F

MB

27/05/2008 - CURSO DE INGRESSO À LIGA DEDERMATOLOGIA DE BOTUCATULocal: Anfiteatro da PatologiaContato: [email protected]

28/05/2008 - II JORNADA DEATUALIZAÇÃO EM NEUROLOGIALocal: Salão Nobre da FMBContato: Dep. de Neurologia e Psiquiatria

29/05/2008-LEVE SUA PRÓSTATA AO MÉDICOLocal: ANFITEATRO DA FCA - LAGEADO (ao lado RU-FCA)Hora: 14:00

30/05/2008 - SIMPÓSIO COMEMORATIVO DOS21 ANOS DE TRANSPLANTE RENAL DO HC DA FMBLocal: Salão Nobre da FMBContato: Dep. de Clínica Médica

30/05/2008 - SIMPÓSIO “ÉTICA NA PESQUISAENVOLVENDO SERES HUMANOS”Local: Casa da Arte da FMVZHora: 8:00 às 18:00 hContato: www.cep.fmb.unesp.br

30/05/2008 - CURSO DE RADIOLOGIA MANOEL DE ABREULocal: Casa da Arte da FMVZ

03/06/2008 - III CONGRESSO DAS LIGASACADÊMICAS DE BOTUCATULocal: Salão Nobre da FMB

25/06/2008 - IX CURSO CONTINUADO DE VIDEO-CIRURGIA DE ESÔFAGO E VESÍCULA BILIAR E IICURSO AVANÇADO EM VIDEOCIRURGIA DE FÍGADOLocal: Anfiteatro Casa da Arte- FMVZ - UNESPContato: [email protected]

Informações detalhadas no site www.fmb.unesp.br

Capacitação em Pesquisa ClínicaCom duração aproxima-

da de cinco meses, a Uni-dade de Pesquisa Clínica eGrupo de Apoio à PesquisaClínica da Faculdade de Me-dicina de Botucatu promo-verão a partir de junho, o1º Curso de Atualização emPesquisa Clínica. O eventotem como público alvo,pesquisadores e demaisprofissionais com ligação àpesquisa clínica e visa a ca-pacitação dos mesmos pe-rante procedimentos e nor-mas vigentes.

A organização do cursoé da Diretoria da Faculdadede Medicina de Botucatu,através da Unidade de Pes-quisa Clínica e Grupo deApoio à Pesquisa. O patro-cínio é da Roche Químicose Farmacêuticos SA.

As inscrições poderãoser feitas somente via on-line pelo site www.upeclin.fmb. unesp.br/ICAPC/index.php, sendo que pelomesmo endereço eletrôni-co é possível conferir aprogramação.

A Faculdade de Medicinada Unesp/Botucatu promo-veu, nos dias 6 e 7 de maio,um curso sobre “Novas Tec-nologias para Monitorizaçãona Sala de Emergência, Cen-tro Cirúrgico e UTI” e quecontou com a participação,presencial e por videoconfe-rência, de especialistas daUniversidade do Texas Me-dical Branch (UTMB), emGalveston.

Foi um curso de pós-gra-duação binacional (Brasil-Es-

A Liga de Neurociênciaspromove no dias 28 e 29 demaio, a 2ª Jornada de Atua-lização em Neurocirugia.

O evento acontece noSalão Nobre da Faculdadede Medicina de Botucatu eserá voltado a estudantese médicos.

Serão abordados duranteos dois dias de palestras tópi-cos considerados de grande

Neurologia é tema de jornada em maiorelevância nos procedimentosde atendimento ao pacientecomo Acidente Vascular Ce-rebral (AVC), ManifestaçõesNeurológicas da AIDS, Doen-ça de Alzheimer, Neurocistirci-cose, Ronco e Apnéia doSono. Devem participar pro-fissionais com vasta experi-ência em neurologia como oProf. Dr. Alexandre Pieri(Hospital Israelita Albert Eins-

tein), Prof. Dr. Ricardo Nitrini(USP), Prof. Dr. Fernando Co-ronetti Gomes da Rocha,Profa. Dra. Svetlana Agape-jev e Prof. Dr. Ronaldo Gui-marães Fonseca (Unesp).Informações podem ser ob-tidas no Departamento deNeurologia e Psiquiatria (14)3811-6260 ou no CentroAcadêmico Pirajá da Silva-CAPS (14) 3811-6020.

Curso binacional de pós-graduação

A mesa composta no curso: Kramer, Luiz Poli, Vane, Sérgio Müller, Norma Sueli e Auler

tados Unidos), destinado aanestesiologistas, cirurgiões,pronto-socorristas e intensi-vistas. As sessões matinaisenvolveram apresentaçõessobre os padrões atuais doscuidados na monitorizaçãoperioperatória e as suas no-vas abordagens técnicas.

A solenidade de abertu-ra do evento, no dia 6, foipresidida pelo diretor daFMB/Unesp, prof. SérgioSwain Müller, e contou coma presença do prof. Geor-

ge C. Kramer, da Univer-sidade do Texas; do prof.José Otávio Costa AulerJr., da Faculdade de Me-dicina da USP; do prof.Luiz Francisco Poli de Fi-gueiredo, da Unifesp;além dos docentes do De-partamento de Anestesi-ologia da FMB/Unesp,Norma Sueli Pinheiro Mó-dolo, Paulo do Nascimen-to Junior, José ReinaldoCerqueira Braz, e Luiz An-tonio Vane.

Programas de Pós-Graduação: 1.350 tesesDesde o início da im-

plementação dos Progra-mas de Pós-Graduação,em 1974, com o Progra-ma de Bases Gerais daCirurgia, a Faculdade deMedicina de Botucatu re-úne 876 dissertações demestrado e 474 teses dedoutorado, total izando1350 defesas.

A tua lmente , a FMBpossui em seus Progra-mas 458 alunos regular-

mente matriculados e 560alunos especiais matricu-lados em disciplinas, sen-do 389 destes divididosentre os oito ProgramasAcadêmicos de Pós-Gra-duação e 466 alunos es-peciais, e 69 alunos re-gulares e 94 espec ia isnos dois Programas deMestrado Profissional.

Os Programas Acadê-micos de Pós-Graduaçãomant idos no momento

pela FMB, com cursos deMestrado Acadêmico eDoutorado, são os de Gi-necologia, Obstetrícia eMastologia, Patologia, Pe-diatria, Saúde Coletiva,Anestesiologia, DoençasTropicais, Fisiopatologiaem Clínica Médica e BasesGerais da Cirurgia, até re-centemente o único doPaís. Em janeiro de 2001,foi autorizado o funciona-mento do Programa dePós-Graduação em Pesqui-sa e Desenvolvimento (Bi-otecnologia Médica), cur-so de Mestrado Profissio-nal, que conta atualmen-te com 26 alunos regula-res e 79 alunos especiais,e em fevereiro de 2006,foi também autorizado ofuncionamento do Progra-ma de Pós-Graduação emEnfermagem, Curso deMestrado Profissional, nomomento com 43 alunosregulares e 15 especiais.

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Reitor: Marcos MacariVice-reitor: Herman Jacobus Cornelis Vorrrwald

Faculdade de Medicina de Botucatu(www.fmb.unesp.br)

Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Supervisor do HC: Antonio Rugolo JuniorVice-supervisor: Celso Vieira de Sousa Leite

Presidente da Famesp: Pasqual BarretiVice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e depesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem serencaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo

endereço [email protected]

Equipe de reportagens: Flávio Fogueral e Mariana RoncariFotografia: Eliete Soares

Jornalista Responsável: Fernando Hossepian(MTb 7253 – SJSP 2101 – CONRERP/2 1431)

Produção Editorial, Diagramação, Pré-impressão e Impressão:Diagrama – Comunicação, Gráfica e Editora

Rua Curuzu 205A – Fone (14) 3815-5339 - Botucatu

Alunos regulares Pós-Graduação

Alunos regulares no Mestrado Profissional

TOTAL

389 69 458 Alunos especiais Pós- Graduação

Alunos especiais Mestrado Profissional

TOTAL

466 94 560

MATRÍCULAS EM 2008

Dissertações de Mestrado

Teses de Doutorado

Total

876 474 1350

DEFESAS

3Maio 2008

Solenidade marca o 45º aniversárioda Faculdade de Medicina de Botucatu

No dia 26 de abril de 1963acontecia a primeira aula mi-nistrada na então recente cri-ada Faculdade de CiênciasMédicas e Biológicas de Bo-tucatu- FCMBB nas depen-dências do antigo sanatóriopara turberculosos em Ru-bião Júnior. Passados 45anos, a Faculdade de Medi-cina de Botucatu, vinculadaà Unesp é uma das institui-ções de ensino superior maisrespeitadas em todo o país.

Para marcar a data, umasessão solene foi celebradano último dia 25, no salãonobre da Faculdade de Me-dicina. O evento teve a pre-sença, além de docentes daFMB, do reitor e vice-reitor daUnesp, Marcos Macari e Her-man Voorwald, respectiva-mente; do vice-prefeito Val-demar Pereira de Pinho, dapró-reitora de pós graduaçãoMarilza Rudge, do pró-reitorde Administração prof. JúlioCezar Duringan. Também es-tiveram presentes os direto-res das Faculdades de Medi-cina Veterinária e Zootecnia,Prof. Dr. Edson Ramos de Si-queira, da Faculdade de Ci-ências Agronômicas, Prof. Dr.Leonardo Theodoro Bull e doInsituto de Biociências de Bo-tucatu, Profª Drª Maria deLourdes M. V. Paulino.

O lançamento do livro“Histórias Agudas e Crônicasde uma Turma Pioneira”, deautoria de Abrão Altman,médico que em 1968 formou-se pela FCMBB, foi o primei-ro evento comemorativo dos45 anos da Faculdade de Me-dicina de Botucatu.

O Centro Acadêmico Pirajáda Silva- CAPS, realizou no sa-lão nobre da FMB a exposição“45 anos de Atuação do Cen-

SELO- Na oportunida-de das comemoraçõesaos 45 anos da FMB, aEmpresa de Correios e

Telégrafos lançou selo ecarimbo postal personali-zados e alusivos à data.“É uma honra grande aEmpresa de Correios eTelégrafos ser parceira

desta homenagem”, de-clarou Sérgio Paulo Ro-berto, diretor comercialda região de Bauru dosCorreios, ao lado do rei-tor Marcos Macari e do

prof. Sérgio Müller.

Docentes e autoridades compuseram a mesa na sessão solene da Congregação durante as comemorações dos 45 anos

tro Acadêmico Pirajá da Silva”,onde através de fotografias,recortes de jornais e documen-tos mostrou a atuação comoentidade representativa do cor-po dicente da FMB.

A sessão solene da Con-gregação foi presidida pelodiretor Sérgio Swain Muller edentre as formalidades, dis-cursos proferidos por no-mes que estiveram direta-mente ligados ao desen-volvimento da FMB: dou-

tor Abrão Atman, profes-sores eméritos DomingosAlves Meira, Dinah Borgesde Almeida, Willian SaadHossne ocuparam a tribu-na na ocasião.

Uma homenagem aos pri-meiros funcionários, ex-do-centes e também a alunospermeou a sessão solene noúltimo dia 26. Durante a ses-são, o público presente acom-panhou a apresentação dogrupo musical “IA Música”, do

Instituto de Artes da Unesp.Na oportunidade foi lan-

çado, por parte da regionalda Empresa de Correios eTelégrafos um selo e carim-bo em homenagem à data.

Em seu discurso, o dire-tor prof. Dr. Sérgio Muller sa-lientou em números o impac-to que a Faculdade de Medi-cina trouxe à região ao lon-go das mais de quatro déca-das de funcionamento. Enfa-tizou ainda alguns númerosobtidos pela instituição. Aotodo, a FMB formou 3556médicos, 348 enfermeiros,327 residentes, além de pro-porcionar a especialização de860 especialistas em outrasáreas desde 1974. A contri-buição reside ainda na publi-cação de cerca de 9 mil arti-gos. A instituição ainda rece-beu 648 prêmios de exten-são. “O papel da FMB temsido cumprido da melhor ma-neira, que é preservar a qua-lidade do ensino”, avaliou odiretor. Muller ainda aprovei-tou a oportunidade paraanunciar que a moderniza-ção e os investimentos no cres-cimento da faculdade não pá-ram. “Vamos inaugurar den-tro de algum tempo o Centro

Professores eméritos presentes à solenidade

de Pesquisas Médicas e issoirá proporcionar uma novaetapa dentro da FMB”, fri-sou o diretor.

Mesmo tom de celebra-ção e de preocupação como desenvolvimento da Facul-dade de Medicina teve o pro-nunciamento do reitor daUnesp, Marcos Macari, queenfatizou os investimentosrealizados na instituição. “Oque a FMB agrega é usadopara o desenvolvimento daárea da saúde. A faculdadeé procurada pelo Estado parauma ordenação da saúde emSão Paulo. Não é política, massim um reconhecimento dopróprio Secretário da Saúde”,declarou o reitor em referên-cia à administração da FMBno Hospital Manoel de Abreu,Hospital Estadual Bauru, e noHospital Estadual de Améri-co Brasiliense.

A solenidade em comemo-ração aos 45 anos da Facul-dade de Medicina de Botuca-tu terminou com o descerra-mento das placas em home-nagem aos ex-dirigentes daantiga Faculdade de Ciênci-as Médicas e Biológicas deBotucatu e da Faculdade deMedicina de Botucatu.

Placa em homenagem aos antigos diretores da FCMBB e FMB

4 Maio 2008

Dinâmica do crescimento,um ponto de destaque

Durante as comemoraçõesdos 45 anos da Faculdade deMedicina de Botucatu, umponto que as muitas perso-nalidades envolvidas com suacriação mais destacaram foio constante crescimento es-trutural e organizacional peloqual a instituição passou nes-tas mais de quatro décadasde via. Além do impacto eco-nômico que a presença daFMB teve no município, a suaimportância como uma dasunidades mais procuradas nosvestibulares da Unesp, os in-vestimentos em pesquisa e osdiferenciais positivos em seusistema de ensino transforma-ram a instituição em uma dasmais respeitadas em todo opaís. Em rápidas declara-ções, o atual diretor da fa-culdade, prof. Sérgio SwainMüller, o reitor da Unesp,prof. Marcos Macari e o ex-diretor da FMB, prof. JoelSpadaro, relataram a reali-zação de novos investimen-tos, e detalhes da vivênciadentro da academia.

O diretor da FMB, SérgioSwain Müller ressaltou que acomemoração das conquistasobtidas nos 45 anos da facul-dade são resultado de umprojeto de longo prazo, e im-plementado, de forma contí-nua, desde o ato de criaçãoda antiga Faculdade de Ciên-cias Médicas e Biológicas deBotucatu. "Estas comemora-ções significam os 45 anos deluta pela implantação de umprojeto universitário no interi-or e que teve início no finaldos anos 1950. Até então, oensino superior era restrito àcapital". Depois de superadasdificuldades de toda ordem e,especialmente, de financia-mento, começaram e se con-cretizar as vitórias que hojecomemoramos, lembrou o di-retor. Segundo ele, esta atu-ação no desenvolvimento,principalmente, na área de re-cursos humanos, deve se in-tensificar, ainda mais, nos pró-ximos anos com investimen-tos e melhor estruturação do

Sérgio Müller: projeto universitário Macari: FMB tem maior captação de recursos

espaço físico da instituição. "Auniversidade é sempre umaobra inacabada. Hoje temosgraduação em medicina, en-fermagem, residência, pós-graduação, além de projetosmultidisciplinares. São vários osdesafios como, por exemplo,manter nossa capacidade depesquisa, e que será ampliadaeste ano com a inauguraçãoda Unidade de Pesquisas Clíni-cas. No próximo ano teremoso prédio próprio da Faculda-de de Medicina e da Centralde Aulas e também Labora-tórios.", anunciou Sérgio Mül-ler. O novo prédio da sedeadministrativa, que contarácom 2500 m², deverá serentregue em 2009, seis anosapós o lançamento de suapedra fundamental.

Para o prof. Joel Spadaro,diretor da Faculdade de Medi-cina no período de junho de2005 a junho de 2007, a cele-bração da data representatambém uma comemoraçãopessoal. Spadaro foi integran-te da primeira turma de mé-dicos formada pela então Fa-culdade de Ciências Médicase Biológicas de Botucatu e res-saltou todo o impacto econô-mico que a presença da uni-versidade, em um contextogeral, teve para a região. "Es-ses 45 anos representam umavivência pessoal muito impor-tante, pois fui uma pessoaegressa de escola pública, fi-lho de padeiro, que não tinhanenhum tipo de privilégio, eque conseguiu ingressar na fa-culdade. Depois engajamos,juntamente com o professorMontenegro, em um grandeprojeto, que era o de trans-formar um prédio abandona-do, que era para ser hospitalpara tuberculosos em uma Fa-culdade de Medicina.", salien-tou Spadaro, que foi prefeitode Botucatu no período de1989 a 1992. Para ele, o im-pacto econômico e social quea FMB teve no município foigrande. "A Faculdade de Me-dicina foi criada quando Botu-catu tinha 30 mil habitantes.

Os primeiros estudantes eramconsiderados forasteiros e avisão da cidade era provincia-na ainda. Mas, já naquelaépoca, começaram a apare-cer os investimentos advindosda sua presença. Hoje, asquatro unidades da Unesp aquiinstaladas têm um orçamen-to três vezes maior que o dopróprio município e 90% des-se montante são salários queinjetam milhões de reais naeconomia local.", declarou."Nossa faculdade hoje está in-serida como uma das melho-res instituições de ensino dopaís e nossos estudantes sãoprofissionais de alto nível.",complementa Spadaro.

O prof. Marcos Macari, rei-tor da Unesp, salientou aindaa excelência no grau de ensi-no da faculdade. "Comemo-rações de instituições de cu-nhos educacionais são impor-tantes pelo que representaeste setor no desenvolvimentodo país. Os 45 anos da Facul-dade de Medicina mostramque as forças políticas de Bo-tucatu e do Estado interioriza-ram o ensino superior e nocaso, a educação médica.Isso mostra a virtuosidadedeste processo na educação.Creio que a homenagemabrange as pessoas que luta-ram muito para que esse pro-jeto acontecesse", declarou.O reitor Marcos Macari des-tacou, ainda, ter destinadorecursos para que a FMB re-alize seu projeto de construirdependências próprias para oensino e a administração, li-berando espaços que hojeocupa nas dependências dohospital universitário. No pró-ximo ano, esse projeto seráconcretizado - garantiu o prof.Marcos Macari. Ele lembrou,ainda, que a Faculdade deMedicina obteve, nos últimosanos, um grande avanço naárea de pesquisa, consolidan-do, em 2007, a posição deprimeira colocada entre asunidades da Unesp que cap-taram recursos de fontes pú-blicas de financiamento.

Livro relata fatos da1ª turma da Medicina

A criação, em 1963 daFaculdade de Ciências Mé-dicas e Biológicas de Botu-catu-FCMBB, mudou o pa-norama da então Botucatu.Ao utilizar o antigo prédiodo Hospital para Tubercu-losos, então abandonadoem plenas obras pelo gover-no estadual, a nova institui-ção de ensino trouxe muitomais do que desenvolvi-mento econômico e melho-ria na qualidade de vida domunicípio. Passados 45anos da criação da mais im-portante instituição de en-sino superior da região edas quatro décadas da for-matura de sua primeira tur-ma, um livro traz todas aspeculiaridades e curiosida-des vividas pelos alunos nosprimeiros anos da FCMBB.

O livro “Histórias Agudase Crônicas de uma TurmaPioneira”, escrito pelo mé-dico ortopedista Abrão Alt-man, narra muitos fatosocorridos entre 1964 e 1968,foi lançado no dia 25 de abrile abriu as comemoraçõesdos 45 anos da FMB.

Altman integrou a primei-ra turma de Medicina e atu-almente reside em Santos.A publicação conta com 163páginas e teve a colabora-ção dos antigos colegas deturma do autor. “Desde otempo de estudante sempreguardei recortes de jornais so-bre tudo que acontecia aquina FCMBB. Mantive nestesanos todos, contato commeus antigos colegas de tur-ma e a idéia de transformartodas nossas histórias em li-

vro surgiu dessas conver-sas.”, declarou Altman.

Segundo relata o autor,os primeiros anos de funci-onamento da faculdade fo-ram marcados pelas dificul-dades e também por situa-ções inusitadas, muitas de-las provocadas pelo enga-jamento político dos alunos,em plena época do RegimeMilitar (1964-1985). “A fa-culdade era muito simples,humilde e estava instaladaem um prédio velho. Só que,nos dois anfiteatros, sendoque um deles estava locali-zado onde hoje é a direto-ria, havia cortinas elétricase isso era a grande sensa-ção pelo contraste com oque tínhamos na época”,recorda Altman. “São algunsfatos interessantes e algomuito importante era a ami-zade que os professores ti-nham conosco e era quaseuma cumplicidade”, ressal-ta o autor, que ostentava or-gulhoso o primeiro diplomaexpedido pela então Facul-dade de Ciências Médicas eBiológicas de Botucatu.

Altman coletou história com ex-colegas de faculdade

5Maio 2008

Prof. EméritoWillian Saad

Hossne

Quarenta e cinco anos de existência émuito ou pouco tempo?

Na escala de vida da Universidade, cor-poração surgida há quase 10 séculos naEuropa, 45 anos é muito pouco tempo.

Mas, na escala de nossa vida, é muitotempo, pois certamente para a maioria denós, assim denominados professores emé-ritos, 45 anos na FCMBB é tempo maior doque aquele vivido fora dela.

Acresce que, na escala de vida da Uni-versidade Brasileira, 45 anos é muito tem-po, afinal sou mais velho do que a 1ª eefetiva Universidade Brasileira, a USP. E, comcerteza muitos dos presentes são mais ve-lhos do que a maioria das universidadesbrasileiras e das escolas de Medicina.

Assim, nós somos, o passado, o pre-sente e o futuro da universidade brasileira.

De certa forma é um privilégio e aomesmo tempo um grande desafio e enor-me responsabilidade que a história nos con-cede. Não é sempre que se pode ser tradi-ção, ator e artífice do porvir.

Pouco ou muito tempo, 45 anos deexistência é uma efeméride e, como tal,exige, ao menos, uma pausa para re-flexão e meditação.

É o momento para um olhar sobre opassado, um olhar sem nostalgia e semamargura, um olhar para rememorar algunsfatos e, sobretudo um olhar para caracteri-zação da origem e da originalidade de nos-sa Instituição, um olhar para colher even-tuais subsídios para novos desafios.

É também o momento de um olharpara o futuro, não olhar de futurólogo(mesmo porque freqüentemente os fu-turólogos quebraram a cara), um olharpara o horizonte, um olhar para melhorusufruir o novo alvorescer.

Há muita coisa para rememorar: daoperação andarilho à inauguração do cen-tro cirúrgico e do Hospital das Clínicas, da1ª tese de doutoramento ao primeiro Cur-so de Pós Graduação (que aliás serviu defundamentação para criação da Unesp), daformatura da 1ª turma de médicos aos Prê-mios da Academia Nacional de Medicina,do primeiro laboratório de pesquisa à ex-pansão do Hospital das Clínicas, do des-membramento da FCMBB à criação das vá-rias unidades do Campus, do 1º polígrafoao laboratório de biologia molecular, do 1ºaparelho portátil de RX à Ressonância Mag-nética Nuclear, do 1º laboratório de Anato-mia ao pujante Instituto de Biociências, da1ª cirurgia em conjunto com a Veterináriaà consagrada Faculdade de Medicina Vete-rinária e Zootecnia, dos primeiros ensaiosexperimentais aos diversos cursos consa-grados da Faculdade de Ciências Agronô-micas, dos 1ºs cursos aos novos de Enge-nharia Florestal, Enfermagem e de Nutri-ção, das 1ªs greves à invasão do Campus eas lutas pela democratização, da acomo-dação à inovação.

É uma história rica, foram 45 anos deexistência, intensamente vivenciados. Pou-cas pessoas têm a sorte de usufruir de talprivilégio. São fatos que a história descriti-va e analítica registrará e resgatará.

Mas, há uma outra história, que nãoé descritiva, que não é facilmente per-ceptível, que é de certa forma genética,isto é, referente à gênese da Instituição,é uma história íntima, marcante, que in-tegra o corpo e a alma institucional. Quepermite compreender porque certos fa-tos tinham que acontecer e porque ou-tros fatos se espera que aconteçam; quepermite “filosofar” sobre quanto ao quese pode esperar no futuro, ou pelo me-nos quanto ao que se deveria evitar ouse deveria buscar ou alcançar.

Para se esboçar essa história, há que setentar resgatar um pouco a história da pró-pria instituição denominada Universidade.

As primeiras universidades, século XIIe XIII, Universidade de Paris, de Bolonha ede Oxford nasceram de modo espontâneo,natural, daí serem denominados “universi-dades espontâneas”: mestres e alunos fo-

ram se juntando espontaneamente, congre-gando-se em corporação e lutando pela suainstitucionalização com autonomia.

Esse processo nem sempre foi tranqüi-lo; lutas e conflitos com os burgueses dascidades, com os soldados dos reis e impera-dores, com autoridades eclesiásticas estive-ram presentes. No caso de Paris, houve umagreve que durou 3 anos, no caso de Oxfordhouve o célebre conflito entre “town” e“gown”, (município e beca).

Os conflitos levaram alunos e professo-res a utilizar a secessão como uma das prin-cipais armas na luta contra as autoridadeslocais e assim, diversos grupos migraram paraoutros centros e aí se tentava implantar anova corporação. Surgiram, assim, as Uni-versidades por migração, que também atua-vam sem um ato de criação e sem estatutos.

Foi desse modo que na Inglaterra surgiua Universidade de Cambridge, nascida da se-cessão Oxfordiana.

Na França, a secessão em Paris (3 anosde greve) levou à dispersão no norte da Fran-ça, em Angers, e Orleans. Na Itália, a seces-são em Bolonha levou ao surgimento da Uni-versidade de Pádua.

Em pouco tempo, reis, imperadores eIgreja perceberam a importância da nova cor-poração, a Universidade, instituição que po-deria ser agente de profundas transforma-ções sociais como poderia ser instrumentopara a manutenção do “status quo”.

E, assim, ao lado das Universidades es-pontâneas, das Universidades por migraçãosurgiu um terceiro grupo de Universidades,as Universidades criadas. Criadas pelo Impe-rador ou por bula papal; algumas criadas pormotivações políticas ou de interesse dirigido.

Assim, foi criada por Frederico II, aUniversidade de Nápoles, com o objeti-vo, de “arruinar” a universidade da cida-de rebelde de Bolonha.

Poucas sobreviveram.Contudo, logo depois do Grande Cisma

(1 378 – 1 417), que acelerou o surgimentode Estados e Igrejas Nacionais, houve a cria-ção de muitas universidades, sobretudo naFrança e na Espanha.

Por outro lado, no século XVI e XVII,tendo como marcos importantes, Galileu eLeonardo da Vinci, nascem as ciências expe-rimentais, berço dos demais ramos da ciên-cia, que se desenvolvem de tal modo, que aofinal do século XVIII, vieram a se caracterizarcomo Revolução Científica.

Contudo, tudo isso ocorreu fora das uni-versidades; ocorreu nas Academias criadaspelos cientistas. A Universidade durante qua-se 200 anos voltou as costas para essa Revo-lução Científica.

No início do século XIX, porém, a Uni-versidade não poderia mais ignorar o fenô-meno; os pesquisadores buscavam seu in-gresso na Universidade.

Esse fenômeno levou a reformulação devárias Universidades, à criação da Universi-dade em novos moldes. Refiro-me à criaçãoda Universidade de Berlim (1809) que foi cri-ada a partir das ciências; buscava-se antes olaboratório de pesquisa e o cientista e ao ladoa sala de aula e o professor. Reflete bem ofenômeno o que é disposto em seus Estatu-tos, quando se diz que pesquisa e ensino sãoatividades indissociáveis da Universidade, pre-ceito que veio a ser incorporado pelas de-mais Universidades criadas a seguir.

E, no Brasil?No Brasil a 1ª Universidade surgiu ape-

nas no século XX, oitocentos anos após onascimento das primeiras universidades.

Em 1927-1928, um grupo de professo-res de ensino superior, após encontros emBelo Horizonte e Curitiba (local sede de uma“Universidade privada”, que veio depois a sera Universidade Federal do Paraná) reivindi-cava a criação de uma Universidade no Bra-sil. O grupo aproveitou a vinda de SantosDumont como marco emblemático para a cri-ação da Universidade.

O avião, no qual se encontravam os líde-res do movimento para a devida recepção,caiu na Baia da Guanabara, e, assim, extinguiu-se a massa crítica “e o movimento não prospe-rou”.

Logo a seguir, no início da década de 30,na vigência de um governo autoritário, é pro-mulgado o Estatuto do magistério Superior,sem Universidade.

É verdade que em 1920 foi criada, nopapel, a Universidade do Rio de Janeiro (coma Politécnica, a Faculdade de Medicina e Fa-culdade de Direito) para possibilitar a outor-ga do título de “Doutor Honoris Causa”, a umaautoridade estrangeira. Concedido o título aUniversidade se extinguiu.

E, assim, chegamos à Universidade deSão Paulo em 1934, da qual, como já disse,sou mais velho. E nós só viemos a ser partede Universidade em 1976.

Nesse olhar ao passado é necessário fo-car também as escolas médicas para tentarcontextualizar a FCMBB.

De 1808, data da criação da 1ª Faculda-de de Medicina, a da Bahia, até o início dadécada de 60 nasceram 35 cursos de medici-

na. De lá para cá, passamos hoje a 175; em154 anos, criaram-se 35 faculdades e a seguir,em 46 anos, 140 faculdades médicas.

E a FCMBB? Fomos a 34ª Faculdade deMedicina do país, depois de nós, mais 123,

A FCMBB nasceu na década de 60, dé-cada caracterizada pela criação, no Brasil deescolas de nível superior em escala expandi-da, sobretudo nas cidades do interior. Nemsempre havia as devidas condições e ade-quada fundamentação; predominava, no maisdas vezes, o espírito ufanista e o oportunis-mo político partidário. Felizmente, quase sem-pre, ao menos em São Paulo porém, o resul-tado veio a ser favorável.

Enquanto na maioria das cidades do in-terior do país se instalavam Faculdades deCiências e Letras, Botucatu reivindicava a cri-ação de uma Faculdade de Medicina, invo-cando a existência de um hospital planejadopara ser sanatório para tuberculose, cuja cons-trução se iniciou em momento de necessida-de de sanatórios e terminou quando o sana-tório já não era tão necessário, em virtude damudança do tratamento da tuberculose.

Essas Instituições, denominadas InstitutoIsolado de Ensino Superior, estavam volta-das quase que exclusivamente ao ensino(como o próprio nome indica) e às vezes àformação profissional; as características deUniversidade não eram elemento essencial.

A FCMBB surgiu em 1963 nesse contexto,de Universidades e Escolas Médicas, como au-tarquia, Instituto Isolado de Ensino Superior.

Essas foram as raízes da nova institui-ção, nascida como Instituição “criada”. Na re-alidade essas foram as raízes aparentes, raí-zes de superfície; porque as verdadeiras raí-zes eram mais profundas, fincadas em todaa história das universidades e nas revoluçõescientíficas e culturais. Por isso já ao nascer, anova Faculdade trazia uma carga genéticarica e saudável que a encaminhou e a enca-minhará, a menos que surja alguma mutaçãoindesejada, para o seu caminho e destino.

Na verdade o novo ser trazia dentro desi uma potencialidade nova e rica.

Foi uma Instituição “criada” mas tinhamuito das universidades espontâneas ou na-turais e tinha também algum componente dasuniversidades de migração. E, sobretudo, ti-nha muito mais do que um Instituto Isoladode Ensino Superior. Tanto assim que algunsanos após era analisado na Assembléia Le-gislativa de São Paulo o projeto da Universi-dade de Botucatu.

A Revolução Científica iniciada com Gali-leu e sacramentada nos séculos XVIII e XIX,a criação das universidades alicerçadas naindissociabilidade do ensino, da pesquisa eda extensão, a criação dos Institutos de Pes-quisa especializados, permitiram que no sé-culo XX, século com 2 guerras mundiais evárias outras regionais, ocorressem 5 gran-des revoluções científicas, com forte reper-cussão humanística.

A nova Instituição criada em Botucatufoi, talvez, uma das poucas instituições que,ainda antes do parto, teve a devida sensibili-dade para perceber o alcance do fenômeno,àquele momento afeto às 2 primeiras revolu-ções do século XX. Nessas, nós professoreseméritos estávamos envolvidos.

Ao me referir à atuação de alguns denós nesse processo, não os nominarei paranão correr o risco de cometer falhas; direiapenas genericamente nós.

As outras 3 revoluções, que menciona-rei mais adiante, estão mais relacionadas avocês, os mais jovens, futuros eméritos.

Mas, quais foram as duas revoluções queinterferiram na gênese da nova Faculdade?

Na 1ª metade do século XX, a revolu-ção atômica, que nos trouxe a medicinanuclear, a ressonância, os radiosótopos,etc, e nos deu, de outro lado, a bombaatômica, cujos efeitos catastróficos leva-ram, logo a seguir, a preocupação huma-nística, sobretudo ética, da ciência.

Na 2ª metade, do século ao ser descritaa dupla hélice do DNA, por Watson e Krick,em 1953, iniciou-se a revolução molecular,cujo apogeu nos atinge nos dias de hoje, coma clonagem, a engenharia genética, a gene-terapia, etc, e que de outro lado alavancou apreocupação humanística emblematicamen-te representada pela Bioética.

Essas duas revoluções tiveram forte in-fluência, intensa, e sóbria, porém, firme, nagênese da FCMBB.

Isso ocorreu graças à conjunção de doisacontecimentos:

O 1º deles diz respeito à atuação de umGrupo de Trabalho criado pelo então Reitorda Universidade de São Paulo para a elabo-ração de um projeto de Iniciativas que de-veria contemplar a universidade paulista, no

Plano de Governo.Esse grupo de trabalho contou com pes-

soas de alta expressão nas diversas áreas dosaber (ciências humanas, biológicas, exatas,da saúde); nós fizemos parte desse grupo.

Durante os 6 meses de trabalho e su-cessivas reuniões, ficou claro que a nova bio-logia, surgida a partir da década de 50, esta-va se arraigando nas áreas básicas da biolo-gia e da bioquímica; para nós, tornou-se pa-tente a forte influência que teria a nova bio-logia nas áreas de biologia aplicada, como asciências da saúde. Tomou-se consciência dainexorabilidade e da profundidade do fenô-meno e ao mesmo tempo, a falta de percep-ção do fato pelas próprias áreas a serem atin-gidas pela nova revolução.

Por isso, no plano de iniciativas da USPfoi apresentada a proposta de instalação deum Instituto (ou equivalente) de biologia bá-sica e aplicada, atuando integradamente. Deinício, a nova entidade deveria estar voltadaà pesquisa, de modo a que, a partir dela seabsorvesse nas áreas de biologia aplicada onovo conhecimento.

A proposta, por razões de mudançade governo, (entre outras) não se im-plantou na USP.

À época, o então Reitor, ouvido peloSenhor Governador do Estado, quanto àcriação de uma Faculdade de Medicina emBotucatu, aproveitou a idéia da iniciativa, pro-posta por nós.

Assim, criou-se a Faculdade de CiênciasMédicas e Biológicas de Botucatu, para abrigar,à época, os cursos de medicina, de biologia, demedicina veterinária, de odontologia, de enfer-magem e logo a seguir de agronomia.

Por isso a faculdade nasceu com o nomede Faculdade de Ciências Médicas e Biológi-cas de Botucatu, e nasceu para ser mais doque uma instituição de ensino, pois estava aíembutido um espírito essencialmente univer-sitário de ensino, pesquisa, extensão, inte-grando a nova biologia (molecular) às áreasde biologia aplicada.

Nascia uma Faculdade, sui generis. Nasciacomo núcleo universitário em momento em queos modelos de Universidade no mundo todo,apresentavam sinais de desgaste do modelo.

Pretendia-se, pioneiramente, criar nopais uma grande universidade em uma pe-quena cidade do interior.

A filosofia da nova Instituição exigia, porisso, dedicação integral dos seus docentes,os quais deveriam ser recrutados dentro dealguns critérios: ter boa formação e titulaçãoacadêmico-universitária e estar identificadocom os ideais da nova instituição.

O 2º fenômeno, ocorrido no inícioda década de 1960 foi a criação da Fun-dação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo – FAPESP.

Dela também, nós professores eméritos,participamos desde sua criação, prestandoserviços de assessoria científica e logo a se-guir dirigindo a Diretoria Científica.

As atividades integradas de assessoria,congregando cientistas das diversas áreas deconhecimento, reforçaram a validade da pro-posta de integração, em volta da nova biologia.

De outro lado, a Diretoria Científica, con-vivendo com os assessores das várias árease avaliando projetos de pesquisa de todas asfontes, teve papel importante no recrutamen-to dos professores para a nova Instituição.

Assim, os professores eméritos aqui pre-sentes e outros que se foram, vieram para aFCMBB por idealismo universitário, por op-ção. Todos eles não buscavam um emprego;pelo contrário, deixaram bons empregos ebons consultórios; não buscavam comodida-des mas estavam cientes de desafios; nãobuscavam cargos universitários de prestígiolocal, pelo contrário deixavam cargos de altonível nas melhores universidades do país.

A vocação universitária da FCMBB semanifestou desde o início de seu funcionamen-to, na medida em que se buscava também aintegração com as áreas de ciências humanase sociais e de ciências exatas. Buscava-se acriação de um núcleo de humanidades com aUSP (Florestan Fernandes, Antonio Candido,Otavio Ianni, Luiz Ferreira); do mesmo modose buscava o intercâmbio científico com a Po-litécnica (Engenharia Química – Walter Borza-ni) de Produtos Naturais – Otto Gottlieb), como Instituto Mauá de Tecnologia (Laboratóriode Microondas – José Thomaz Senise).

Nascia, como disse, uma Faculdade sui-generis. Criada como Instituto Isolado de En-sino Superior, nascia como núcleo universitá-rio também sui-generis.

Enquanto nos séculos 16 e 18 a Univer-sidade voltada as costas para a 1ª revoluçãocientífica, a FCMBB nascia pioneiramente nabojo de uma revolução científica.

Enquanto a indissociabilidade de ensi-no e pesquisa era, muitas vezes, apenasuma disposição estatutária, a FCMBB a exer-citava e de maneira articulada.

Enquanto a dedicação integral eraapregoada e buscada esporadicamente, aFCMBB a implantava como norma.

Enquanto se camuflava o desgastedo modelo de universidade até entãoimplantado, a FCMBB procurava efeti-vamente não mais copiar modelo, masconstruir um novo modelo.

Nesse olhar retrospectivo somos for-çados a reconhecer que somos, em con-junto, o passado, o presente e o futuro daUniversidade Brasileira.

Não é sempre que se pode ser tradi-ção, ator e artífice do porvir, volto a repetir.

Por isso podemos nos atrever a lan-çar um olhar para o futuro, sem exercí-cio de futurologia. Um olhar de tranqüi-lidade, de serenidade, de moderação,mas um olhar corajoso, ousado, umolhar de responsabilidade.

Nós todos fomos atingidos, até agora,por 5 revoluções científicas; nós, professo-res eméritos vivenciamos no início da FCM-BB as duas revoluções mencionadas: a atô-mica e a molecular, as quais estiveram im-plicadas na gênese da FCMBB.

Mas aí estão mais três outras revolu-ções a meu ver, e vocês, que chegam de-pois de nós, já vivenciam e vivenciarão maisintensamente as repercussões científicas,culturais e sociais dessas revoluções, paraas quais cabe voltar o olhar do futuro.

São a revolução espacial, a revolu-ção da comunicação e a revolução dananotecnologia.

A meu ver, mais uma, ainda, nos pró-ximos anos: a revolução resultante da in-tegração das 5 revoluções até aqui cita-das. Nos próximos anos essas revoluçõesnão estarão apenas justapostas, mas inte-gradas, com repercussões profundas.

O olhar e o futuro pertencem a vocês.Mas podemos participar, pelo menos

um pouco, desse olhar.E, nesse olhar, atrevo-me a fazer al-

guns comentários.–Não se esqueçam da tradição,

como ponto de apoio. Mas não tenhamreceio de romper a tradição na buscada inovação válida.

–Perguntem ao passado; vocês têm todoo direito de perguntar. Nós temos a obriga-ção de responder. Mas vocês têm o direito denão concordar com as nossas respostas.

–Lembrem-se que a Universidade é umente social sui-generis; está sempre em cri-se, pois a universidade não pode deixar deser crítica de si e das demais entidades.

–Fujam da acomodação, tenham umaboa dose de inconformismo sensato, te-nham moderação, tenham a “phrónesis”(prudência, sabedoria, sensatez) aristoté-lica; não tenham medo do novo. Tenhamreceio do obscurantismo e da ignorância ecultivem o novo conhecimento.

–Conduzam o Campus de Botucatu aseu destino, a meu ver, o de Universidade,não como secessão ou separatismo da Unesp.Mas como fruto natural da evolução.

–Cultivem e lutem pela autonomia eresponsabilidade da Universidade, não to-lerando injunções de qualquer natureza;sem concessões mas com colaboração.

–Critiquem nossas falhas, mas cuidempara não cometê-las.

–Não tolham, pelo contrário, abramcaminhos para os mais jovens.

Segundo sociólogos, os indicadoresque precedem as grandes transformaçõessociais já se fazem presentes.

E, como sempre, quanto mais as mu-danças se fazem necessárias mais a medio-cridade as dificulta: é impressionante o ins-tinto de sobrevivência da mediocridade.

Na realidade as transformações neces-sárias serão feitas pela minoria criativa.

–Por isso não sufoquem, pelo contrário,amparem a eventual criatividade da minoria.

–Cultivem autenticamente a vida uni-versitária, criando espaços para a verda-deira convivência intelectual.

–Em tudo e sempre respeitem a dig-nidade do ser humano.

A meu ver, estamos no limiar de umgrande acontecimento que volta a se re-petir após 25 séculos de seu nascimento.Há 25 séculos ocorreu na história da civili-zação ocidental um acontecimento extra-ordinário: foi o tríplice nascimento da me-dicina, da filosofia e da democracia comosistema social. Não teria existido a filosofiasocrática sem os subsídios da medicina e amedicina hipocrática não teria sido o quefoi sem a filosofia.

Hoje, com a Bioética, a meu ver, esta-mos buscando o tríplice nascimento.

Finalmente, lembrem-se de nós, comindulgência, perdoando nossos erros, sa-bendo que cabe a vocês dar os novos pas-sos, com direito a erros.

Fomos felizes, somos felizes e sejamosfelizes.

“A vocação universitária da FCMBB semanifestou desde o início de seu funcionamento,

na medida em que se buscava tambéma integração com as áreas de ciências

humanas e sociais, e de ciências exatas”

6 Maio 2008

O privilégio e a honra de repre-sentar os diretores da Faculdade deCiências Médicas e Biológicas de Bo-tucatu, nesta solenidade comemo-rativa do quadragésimo quinto ani-versário do início de suas ativida-des acadêmicas, causaram em mimgrande emoção, mas também metrouxeram a responsabilidade debem cumprir este mister.

Tenho, para mim, que fui escolhi-do não só por ter cumprido mandatode Diretor da FCMBB, de agosto de1970 a julho de 1974, mas, também,por meu pai ter sido o primeiro Diretordaquela instituição. Foram tempos di-fíceis, marcados por enormes desafiose necessidades, exigências de uma ins-tituição de ensino superior, que tinhapor objetivo formar profissionais daárea da saúde, imprescindíveis para odesenvolvimento de região significati-va do interior do Estado de São Paulo!

Nesta homenagem, quero lembraralguns fatos que bem demonstram a epo-péia que marcou a construção dos ali-cerces desta Casa.

Tudo começou com criação, noEstado de São Paulo, de hospitais parao tratamento de tuberculose em regi-

Prof. EméritoDomingos

Alves Meira

ões de clima frio e altitude elevada, eBotucatu foi escolhida para sediar umdesses hospitais, localizado no Distritode Rubião Júnior, ponto culminante domunicípio. A posterior descoberta do tra-tamento específico da tuberculose pa-ralisou a construção dos edifícios, que fo-ram abandonados no estágio em que seencontrassem. Estes acontecimentos, quepoderiam ter significado grandes perdas,transformaram-se em forte estímulo paraa política local, liderada pelo Prefeito Emí-lio Peduti, que então pleiteou, ao Gover-no do Estado, a criação de uma Faculdadede Medicina, atribuindo, assim, nova fun-ção para o hospital inacabado. O Governa-dor Carvalho Pinto encomendou ao Pro-fessor Antonio Barros de Ulhoa Cintra, Rei-tor da Universidade de São Paulo, que pro-pusesse uma nova Faculdade de Medicina,em Botucatu. O Professor Cintra, que erada Faculdade de Medicina da USP, não pro-pôs a criação de apenas mais uma Facul-dade de Medicina no interior do Estado,mas, sim, de uma Faculdade multiprofissi-onal na área da saúde. Nomeou, então,Conselho Deliberativo, que foi dirigido pormeu pai, João Alves Meira, Vice-Diretor daFaculdade de Medicina da USP e que, emseguida, foi escolhido para ocupar o cargode primeiro Diretor da FCMBB, tendo sidoempossado em agosto de 1962.

Meu pai contratou os primeiros pro-fessores e funcionários administrativos.Entre os pioneiros desta casa, estava oProfessor Montenegro, que também foiAssessor do Diretor! Aliás, o Montenegrodesde logo foi contaminado pela idéia daFaculdade multiprofissional na área dasaúde, e antevia a possibilidade da apo-sentadoria da Cátedra Vitalícia, substitu-ída pelos Departamentos! Vivia ele mui-to adiante do seu tempo! Sonhou com apossibilidade de transformar essa Facul-dade em Universidade Temática! Defen-deu muitas outras idéias, como o tempointegral como regime preferencial de tra-balho, inclusive para os professores deárea clínica. Com seu grande poder depersuasão, o Montenegro foi responsá-vel pela atração de muitos colaborado-res, entre os quais me incluo, além do

Campana, Dinah, Neusa, Maffei, Trin-dade, Saad, Eder, Kyi e muitos outros.E, por fim, coube ao meu pai e à suanova equipe organizar o primeiro vesti-bular. No início de 1963 o Professor Ni-canor Letti ministrou a aula inaugural, àqual assisti na companhia de meu ex-pro-fessor, Cantídio de Moura Campos, naocasião Reitor da UNICAMP, que tivea honra de conduzir até Botucatupara prestigiar esse evento. Aindano primeiro semestre de 1963, meupai foi eleito pela Congregação daFaculdade de Medicina da USP paraser seu Diretor, o que o obrigou a sedesligar da FCMBB.

Os primeiros tempos foram muitodifíceis, pois a maior parte da dotaçãoorçamentária da Faculdade, que fora con-signada pelo Governador Carvalho Pin-to, foi confiscada pelo novo Governadoreleito, Ademar de Barros!

Neste cenário, tomou posse o se-gundo Diretor da FCMBB, o ProfessorEuclides Onofre Martins, que enfren-tou enormes dificuldades, pois seumandato se sobrepôs à fase de gran-de convulsão política no país, com ogolpe militar de 1964! Tempos difíceis,com verbas curtas, que culminaram na“Operação Andarilho”!

O Professor Euclides cumpriu man-dato até 1967, sendo substituído pelo Pro-fessor José Leal Prado de Carvalho, Titu-lar da Escola Paulista de Medicina, quepermaneceu na função até 1968. To-mei posse na FCMBB como ProfessorTitular de Moléstias Infecciosas e Pa-rasitárias, do Departamento de Clíni-ca Médica, durante seu mandato, emnovembro de 1967, logo após minhaLivre Docência na Faculdade de Medi-cina da USP. Convivi quase um ano como Professor Leal Prado, homem sério,culto e justo! Impunha respeito , de-fendia a Instituição e era simples e amá-

vel no trato com as pessoas. Conduziubem a Faculdade, tendo apoiado sem-pre os esforços dispensados para rea-ver os recursos que nos eram devidos!

Em 1969, o Professor FernandoAmadeu de Oliveira Mota e AzevedoCorrêa foi empossado como quarto Di-retor da FCMBB. Era titular da Parasito-logia, portanto, “prata da casa” e suaadministração prolongou-se até julho de1970. O Fernando propôs o planejamen-to global do espaço a ser conquistado,contratando o Arquiteto Oswaldo JorgeCaron para elaborar o Plano Diretor daFCMBB. Com talento, o arquiteto trouxeà tona a simplicidade dos prédios modula-dos, de custo baixo e rápida construção,permitindo a desocupação do Hospitaldas Clínicas pelos muitos Departamen-tos que não faziam parte da missão daFaculdade de Medicina. O ProfessorFernando também coordenou a elabo-ração dos Planos Borzani I e II, quedisciplinavam e justificavam a utilizaçãodos recursos solicitados ao Estado, parao resgate do antigo confisco.

Em junho de 1970, o Professor Fer-nando licenciou-se por um mês do cargode Diretor e fui escolhido pelo ConselhoSetorial para substituí-lo. Eu era, então,Diretor do Hospital das Clínicas , eleito em1o de fevereiro de 1968. Na ocasião emque iniciei meu mandato, o Hospital tinha14 leitos, nos quais estavam internados ve-lhinhos! Um fato pitoresco desta saudosaépoca era a quebra de dúzias de copos,usados pelos doentes para chamar os en-fermeiros, batendo-os nos criados-mudos!No final de meu mandato na Direção doHospital, este já contava com 200 leitos.

Após o mês de licença, o Profes-sor Fernando pediu demissão e eu sou-be, em seguida, com surpresa, quehavia sido nomeado Diretor, com man-dato de quatro anos.

Um de meus primeiros objetivos como

diretor foi a desocupação do Hospitaldas Clínicas, pela transferência dosDepartamentos de outras áreas paraos prédios modulares. Era esta umanecessidade urgente! Lembro-meque, certa vez, o Montenegro me pro-curou para pedir providências, pois,toda vez que estava fazendo uma au-tópsia, e a moenda de cana, do De-partamento de Inspeção de Alimen-tos, da Agronomia, instalada no andarsuperior, era ligada, despregavam-seazulejos do teto e das paredes da salade autópsia. Uma outra vez, o Lauri-val de Lucca me implorou, ajoelhado,como era de seu feitio, dramático, queo Biotério do Departamento de Ciênci-as Fisiológicas, que funcionava no Cen-tro Obstétrico, fosse transferido, paraque ele pudesse trabalhar! Durantemeu mandato, cito, ainda, como açõesimportantes, a elaboração do Pla-nejamento Trienal de Implantaçãodo Campus da FCMBB e, finalmen-te, as modificações no currículo daMedicina introduzindo, em 1972, ointernato rotatório e não repetitivonos dois últimos anos do curso, istoé , 5a e 6a séries.

Fui substituído na direção daFCMBB pelo Professor Armando Oc-távio Ramos, que exerceu o mandatoaté 1976. Durante este período, o Ar-mando se dedicou às ações que re-sultaram na criação da UNESP.

Não foram fáceis os anos iniciaisdo funcionamento da FCMBB, mas,como valeram a pena!

A FCMBB nasceu assim, com for-ça para conquistar o espaço que lhefoi designado, atraindo professoresqualificados, que trouxeram idéias eideais novos, que se constituíram nofermento necessário para o início dodesenvolvimento da Instituição .

Passados todos esses anos, pode-se dizer que o sonho do Professor UlhoaCintra tornou-se realidade, pois o quenasceu não foi apenas mais uma Fa-culdade de Medicina no interior de SãoPaulo, mas foi, sim, implantada a se-mente da Universidade Temática!

“Não foram fáceis os anos iniciaisdo funcionamento da FCMBB,mas, como valeram a pena!”

AcadêmicoCássio Luiz

Ferreira Júnior

É uma honra para nós, como diretoresdas instituições representativas dos estu-dantes de Medicina dessa faculdade, parti-cipar das comemorações dos 45 anos daFaculdade de Medicina de Botucatu. Comgrande alegria, vimos aqui relembrar de dé-cadas de sonhos, lutas e muitas realizações.

Criado no dia 22 de abril de 1963, onosso Centro Acadêmico Pirajá da Silva-CAPS, iniciou nesse dia uma história queficaria para sempre marcada na trajetóriadessa faculdade. Inicialmente tínhamosuma instituição bastante unificada, da qualparticipavam todos os cursos ministradosna época, o que colaborou muito para acriação de um espírito coletivo de atuação,que para sempre permanecia forte, e ne-cessário, para a nossa representação emBotucatu e fora daqui.

Como todos sabem, um começo tur-bulento faz parte da história de toda gran-de instituição. E conosco não foi diferente.Passaram-se alguns anos e a Faculdade seviu envolta por grandes crises (condiçõesprecárias, materiais escassos e pouca in-fra-estrutura), faltavam docentes, e as tãoprometidas verbas custavam a chegar... Ea partir de então a vontade de mudar en-trou em cena. Nossos alunos, muitos dosquais aqui presentes hoje, bravamente secolocaram contra essa situação, e agiram.E que bela ação, diga-se de passagem. Numsentido de revolta partiram rumo a SãoPaulo, a pé, para falar diretamente com ogovernador do Estado, na época, reivindi-car nada mais que seus direitos. Mal sabi-

am eles que esse seria um dos pontos maisorgulhosos de nossa tão linda história, a “Ope-ração Andarilho”.

Em 1976 cria-se a UNESP (UniversidadeEstadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”),desmembrando a FCMBB (Faculdade de Ci-ências Médicas e Biológicas de Botucatu) nosquatro institutos existentes atualmente e en-tre eles a gloriosa Faculdade de Medicina.Seguiram-se então manifestações (o movi-mento estudantil nunca se aquieta...) dian-te de medidas tomadas pelo reitor em 1977,quando as salas do CAPS foram invadidaspor tropas militares. Após dois anos de lutae resistência, os estudantes, contando como apoio dos docentes Dr. Mário Montene-gro, Dra. Dinah e Dra. Cecília Magaldi, con-seguiram uma nova sede no câmpus.

Com a “Lei Portela”, de 1980, perdemosmuitas de nossas representações, e não po-deríamos mais ser um Centro Acadêmico, comoestávamos acostumados a ser. A última ges-tão do CAPS de todos os cursos foi em 1988,para que em 1990 fosse fundado oficialmenteo CAMED, com uma nova estrutura (que nosserve de modelo até hoje), representando so-mente os estudantes da Medicina.

No ano de 1995, devido à falta de espaçofísico, os alunos do Centro Acadêmico e daAssociação Atlética resolveram ocupar um pré-dio em desuso do câmpus que conseguimosentão que fosse a nova sede do CAMED/Atlé-tica/CAENF. No dia 23 de setembro de 1999,os alunos da Faculdade de Medicina, reunidosem Assembléia Geral para a escolha de umnovo nome para o CAMED, elegeram, entreoutras propostas, o nome CAPS.

Conjuntamente, em 1979, foi criada aAssociação Atlética Acadêmica Carlos Henri-que Sampaio de Almeida (AAACHSA) que étambém um órgão representativo da Faculda-de de Medicina de Botucatu, tendo sua Dire-toria composta por 12 alunos do 3º ano alémde contar com 20 Diretores de Modalidade do2º ano. E com grande trabalho dos estudan-tes de Botucatu, conseguimos realizar aqui aprimeira INTERMED, em 1996, quando nos sa-gramos campeões. A Atlética surge então comouma instituição com o objetivo de promover aintegração entre os alunos, a sua saúde físicae mental, além de representar a faculdade pe-rante outras do Estado de SP. Isso se dá atra-vés dos treinos, dos eventos e das competi-ções realizadas pela AACHSA.

Atualmente, o CAPS se organiza em 12departamentos (cada um com seus respec-tivos diretores e vice-diretores) e a Direto-ria, composta por presidente, vice-presiden-te, tesoureiros e secretários, todos muitoempenhados em representar os estudan-tes e levar a eles opções de atividades ex-tra-curriculares, fundamentais para a for-mação de um bom médico.

Uma das maiores conquistas do nossoCentro Acadêmico é a representação em to-dos os órgãos colegiados da Faculdade, des-de a Congregação até a Comissão de Éticaem Pesquisa, por exemplo (um fato que pou-cas Faculdades têm, mas um exemplo quedeveria ser seguido por todos).

Um dos nossos maiores meios de comuni-cação com toda a Faculdade, e até para foradela, com o Brasil e países do exterior, Portu-gal, por exemplo, é o “Esteto & Pé de Atleta”,jornal do CAPS e da Atlética, com mais de 10anos de críticas, exposição de idéias e infor-mações. O Esteto é um dos maiores conhece-dores de nossa história...

A Extensão Universitária, com o passardo tempo, se firmou como uma das ativida-des mais atuantes de nossas instituições, agre-gando os estudantes da Medicina, Enferma-gem e de outros cursos do campus. Projetoscomo o “Médicos da Alegria” e “Biblioteca so-bre Rodas”, que levam um pouco de alegria edescontração aos pacientes das enfermariasdo Hospital das Clínicas, com brincadeiras einformação também. Temos a “Alfabetizaçãode Adultos”, existente desde a década de 60,que faz uma diferença muito grande paramuitos que não tiveram algumas oportunida-des. Nosso “Cursinho Desafio”, onde alunosviram professores pré-vestibulares e dão achance para jovens de Botucatu e região in-gressarem numa Universidade. Realizamos,sempre no mês de junho a “Feira de Saú-de”, realizado na Praça do Bosque, atravésda qual a população botucatuense tem aces-so a muitas informações de saúde e assis-tência médica. Um outro projeto social é o“Esporte Pensante”, organizado pela Atléti-ca, que atende crianças que praticam espor-tes através da Prefeitura Municipal de Botu-catu, na prevenção de doenças cardíacas eproblemas nutricionais.

E para todo bom médico, organizamosmuitos cursos para complementar nosso apren-dizado e nos atualizarmos em vários assun-tos. Como carro-chefe, temos o “CongressoMédico Acadêmico de Botucatu”, o CMAB, queesse ano completa a sua 17ª edição, que acon-tece durante uma semana, com palestrantesde renome nacional, muitos dos quais filhosdessa escola. O “Simpósio de Medicina Espor-tiva”, organizado pela Atlética a cada dois anos,traz profissionais da área e atletas reconheci-dos com a intenção de complementar a for-mação acadêmica de nossos alunos em parce-rias com a Faculdade, organizamos também

cursos como o “Atualização em EmergênciasClínicas” e “Atualização em Clínica Médica”.

Através do Departamento de RelaçõesInternacionais, que de 3 anos para cá começoua se reestruturar, proporcionamos aos nossosestudantes intercâmbios em vários lugaresdo mundo, levando o nome de nossa facul-dade para lugares como Estados Unidos, Eu-ropa, América Latina e todo o Brasil. Assim,recebemos por aqui muitos estudantes defora também, que ficam abrigados na casados próprios estudantes e realizam estágiosno Hospital das Clínicas.

Em 2005, foi criado o Conselho das Li-gas Acadêmicas de Botucatu, o CONLIGAC,que é responsável por representar as atuais16 Ligas Acadêmicas existentes, promoven-do uma forma diferente de contato com aMedicina para muitos dos alunos, possibili-tando um direcionamento dos interesses pe-las áreas de cada um. O CONLIGAC tam-bém realiza o “Congresso das Ligas Acadê-micas”, que está na sua 3ª edição.

Dentre as atividades culturais promovi-das pelo CAPS eventos como “CAPS Acústi-co” e o “FEUNART” dão a chance aos alu-nos, docentes e funcionários de mostraremseus talentos artísticos, com manifestaçõesde canto, teatro, pinturas, etc.

Uma iniciativa conjunta do CAPS e da Atlé-tica, que foi realizado pela primeira vez no anopassado com muito sucesso é o “Workshopde Medicina”, que tem como objetivo mostrara Faculdade de Medicina de Botucatu para osestudantes pré-vestibulares que almejam umavaga nessa escola, dando bases de como é ocurso de Medicina, mini-aulas de Anatomia,Ginecologia & Obstetrícia, dentre outras.

Muitas das vitórias conseguidas pelo CAPSse deram justamente com o CAENF (CentroAcadêmico da Enfermagem). Nossas conquis-tas, junto à Faculdade, são provas de que omovimento unificado da Saúde é capaz demudar muita coisa, que permanece para to-dos os que ainda estão por vir.

Como se vê, para todas essas ativida-des do CAPS, da Atlética e do CAENF seremrealizadas, é preciso muito esforço e empe-nho dos estudantes que se comprometem aparticipar dessas instituições. Tanta coisaassim se concretiza somente a partir demuito trabalho e disponibilidade de dinheirotambém. A faculdade procura nos ajudar namedida do possível, mas temos que angari-ar recursos de outras formas, uma vez quenossas instituições não podem parar.

Outra dificuldade da Atlética é a fal-ta de infra-estrutura esportiva no nossocâmpus. Sendo assim, os treinos são rea-lizados em quadras particulares alugadasem nossa cidade. Por isso, a construçãode um ginásio é uma das prioridades daAeXa (Associação de Ex-Alunos), que foifundada durante o II Encontro de Ex-Alunos e Amigos da FMB realizada noano passado e que estavam presentesalunos desde a I a XLV turma, muitos dosquais estão aqui hoje também. Precisa-mos muito da ajuda de todos, para conti-nuarmos representando Botucatu muitobem nas competições, como na INTER-MED, que já tem 43 anos de história econta com faculdades como UNIFESP,SANTA CASA, USP RIBEIRÃO E UNI-CAMP. Boa notícia é que nos sagramoscampeões da última PRÉ-INTERMED,realizada em março na cidade de Araras.

Hoje em dia, o CAPS agrega mui-ta coisa, o que determina essa estrutu-ra tão grande e que tanto faz pelosnossos alunos. Gostaríamos também depedir a colaboração de vocês para quepossamos continuar desempenhandonossas atividades. A força que os alu-nos têm torna-se muito maior aliada àajuda dos que já lutaram e ainda lu-tam por essa faculdade.

Disponibilizamos na internet os sitesdas instituições. Gostaríamos então de pe-dir para que visitem o site da Atlética(www.aaachsa.com.br), para obter maisinformações sobre nosso trabalho e entrarem contato conosco. Além disso, pedimospara que visitem para nosso site do CAPS(www.caps.fmb.unesp.br), no qual tam-bém estão presentes toda a nossa históriae as atuais atividades do Centro Acadê-mico, um dos mais atuantes do estado deSão Paulo. Convidamos a todos que apre-ciarem a exposição organizada pela Co-missão de Levantamento Histórico doCAPS, no saguão desse salão.

Espero que tenhamos conseguimostransmitir tudo que move essa faculda-de através de seus alunos. Hoje perce-bemos que as instituições vão perma-necer na medida em que o nosso espíri-to de luta não esvaecer. Sendo assim,esperamos profundamente que o orgu-lho que sempre permaneceu a históriadessa faculdade continue por muito,muito tempo. Quem sabe até quandonós estivermos comemorando mais 45anos de FMB, sentados nas mesmascadeiras que os senhores estão sen-tados nesse momento, certos do sen-timento de que fizemos a diferença.

“Uma das maiores conquistas do nossoCentro Acadêmico é a representação em

todos os órgãos colegiados da Faculdade”

7Maio 2008

“Recebi a honrosa incum-bência de falar em nome dosque exerceram a função dediretores da Faculdade deMedicina desde o momentoem que as várias unidades docâmpus se desmembraramda unidade mestra, a FCMBBaté o início da gestão do prof.Sérgio Muller, atual diretor eda profª Silvana Schellini,vice-diretora.

O desmembramento daFCMBB não foi desejado peloassim elevado Setor Médico,precursor da Faculdade de Me-dicina. Foi, antes, uma decor-rência da necessidade de faci-litar o desenvolvimento das uni-dades desde que mantidos osprincípios que fizeram da FCM-BB uma instituição universitá-ria de vanguarda.

Desenvolvimento apoiadotambém pela presença do es-pírito de colaboração entre oscorpos diretivos e pelos ideaise anseios compartilhados pe-los alunos, docentes e servido-res das várias unidades docâmpus e que motivaram osinúmeros movimentos ocorri-

Profa. EméritaDinah Borges

de Almeida

Digníssimas autoridades pre-sentes, meus queridos ex-pro-fessores Pioneiros, caros profes-sores dos tempos atuais, meuscolegas pioneiros, demais tur-mas do Câmpus de Botucatu,isto é, com todo respeito, nos-sos calouros:

Poucas vezes na vida somosagraciados com tão grandehonra como a que me foi con-ferida pela direção da Faculda-de, em nome do Dr. SérgioMuller: representar neste atotoda uma comunidade acadê-mica e profissional do gabaritocientífico que passou por estesanfiteatros, estes laboratórios,estas enfermarias é algo que fi-

Dr. AbrãoAltman

cará gravado no meu coraçãopelo resto dos dias.

Nome de colegas muito maisgabaritados, com muitos mais tí-tulos acadêmicos que este que vosfala seriam mais indicados mas quisa vida que meus pais me dessemo nome bíblico de Abrão e quis odestino que eu passasse no pri-meiro vestibular desta universida-de, daí a origem do número umda primeira turma de médicos. Ain-da tenho muito bem gravado naminha memória o mês de abril de1963. Cheguei para fazer matrí-cula e a secretaria era num colé-gio da cidade. Fomos recebidos porum senhor alto, magro, um pou-co calvo com uma voz rouca: mui-to prazer, eu sou o professor Mon-tenegro. Dali tomamos uma estrei-ta estrada de terra até chegar aRubião Júnior. Avistamos um imen-so prédio construído para ser hos-pital para turberculosos quasetodo abandonado, cercado demato e lama. Entramos no pré-dio e no único corredor limpoe pintado encontramos um ga-úcho magro, franzino, ence-rando o chão de sua sala: veio

nos receber e se apresentoucomo professor de anatomia,o Dr. Letti.

Estes fatos citados com doisdos inúmeros grandes mestres dospioneiros nos mostraram o que iaser nossa desconhecida, descon-fiada e embrionária faculdade.Todos os professores dos pionei-ros nos transmitiam, além do gran-de conhecimento técnico cientí-fico, a ética, a responsabilidade ea conduta profissional futura. No4 ano, no concurso para acadê-micos da casa maternal LeonorMendes de Barros, das 42 vagaspara acadêmicos quartanistas, 28,eu repito (vinte e oito) eram daFaculdade de Botucatu, concor-rendo com as tradicionais Pinhei-ros, Paulista, PUC Sorocaba e USPRibeirão Preto.

Não havia este maravilhosocomplexo hospitalar de Rubião etivemos que fazer o quinto anono Hospital das Clínicas, onde ha-via a chamada elite médica e deacadêmicos de Medicina. Fomosdiscriminados pelos alunos de lá,não podíamos fazer refeições noCentro Acadêmico deles, havia car-

tazes “Fora Caipirada”. Os pionei-ros participavam de aulas, ambu-latórios, cirurgias. Éramos verda-deiros ‘ratos’ de hospital e os fa-mosos catedráticos começaram aperceber que tinha uma caipira-da interessada, sem o rei na bar-riga e que estava lá para apren-der e muito.

No sexto ano a Pseudo-Divisãodos pioneiros: alguns ficaram emBotucatu, alguns foram para oHospital Municipal-SP e outros fo-ram para a Santa Casa de Santose para o Hospital Ana Costa tam-bém em Santos. Nos concursospara residência sempre se desta-cavam os pioneiros. Senhores, écom muito orgulhoque cito algunsfatos dos que ajudaram a cons-truir o primeiro degrau desta imen-sa escada que hoje já tem 45degraus, de uma escada que po-demos chamar Câmpus Botucatuda Unesp, mas que para nós seráeternamente FCMBB (Faculdadede Ciências Médicas e Biológicasde Botucatu). O orgulho de tersido aluno aqui é cada dia maior,cada vez que vejo num congres-so médico, artigo em revistas mé-dicas com endereço de RubiãoJúnior, recorto e guardo, nosmeus arquivos, no meu coração.Cada vez que atendo um pacien-te e este me pergunta onde meformei, orgulhosamente encho a

boca e falo alto e bom som: naprimeira turma de Botucatu.Cada vez que volto a Botucatue a Rubião, meus olhos se en-chem de lágrimas (eu souum chorão nato), andandopelos corredores do Hospital.

Corredores onde já jogamosfutebol, dormimos no chão apósalguma aula, corredores ondecontamos muita piada e fizemosmuita molecagem. Estes fatostodos nunca sairão de minha me-mória e são sempre carregadosde muita emoção cada vez queaqui venho. Preciso tomar cuida-do com as minhas coronárias...

Encerrando, quero convo-car a turma pioneira e toda acomunidade acadêmica de to-das as faculdades deste câm-pus para, em abril de 2013,neste mesmo salão nobre,comemorarmos o cinquente-nário de um câmpus que or-gulha a vida acadêmica denosso Estado e do Brasil eenobrece todos nós que pas-samos por aqui.*Abrão Altman discursou

como representante da1ª turma de Medicina

da Faculdade deCiências Médicas

e Biológicasde Botucatu-FCMBB

dos durante estes 45 anos.Se tivéssemos perdido esse

espírito, teríamos sofrido lamen-tável perda de nosso horizonteuniversitário.

Nomeando os professores emnome dos quais eu falo, queropedir-lhes desculpas pelasomissões e insuficiências do quedirei. Peço também licença paranomeá-los de maneira informalda mesma forma como são cha-mados pela comunidade univer-sitária no dia-a-dia.

Após o desmembramento daFaculdade de Medicina da FCM-BB, exerceram, sucessivamenteas funções de diretores os pro-fessores: José Carlos de SouzaTrindade, Domingos Alves Meira,Willian Saad Hossne, Arthur Ro-quete de Macedo, Dinah Borgesde Almeida, Luiz Antonio Vane,Paulo Eduardo de Abreu Macha-do, Marilza Vieira Cunha Rudge,Pasquoal Barreti, Joel Spadaro,tendo exercido as funções de viceos professores Lourival de Luca,Pedro Tadeu Galvão Viana, JoãoLauro Vieira da Conceição, Hamil-ton Rosa Pereira, além de váriosdos professores que posteriormen-te se tornaram diretores. Interina-mente exerceu a função de diretoro prof. Antonio Rugolo Jr.

A estes professores competiudirigir a Faculdade de Medicinadesde os difíceis tempos iniciaisaté os dias de hoje que, prova-velmente, são considerados igual-mente difíceis pelos atuais dire-tores. Este trabalho foi possívelporque todos nós contamos coma coesão da comunidade univer-sitária; com a coragem e ener-gia dos alunos nas suas reivindi-cações e na defesa de seus ide-ais, com a dedicação, espírito crí-tico e disposição para enfrentardesafios dos professores e como espírito profissional e dedica-

ção dos servidores, todos devi-damente apoiados nas suas en-tidades representativas: CAPS,AD, ASU.

Neste caminhar não nos fal-taram também a troca de expe-riências com os dirigentes de nos-sas causas e seu apoio nos mo-mentos mais difíceis.

Com o risco de parecer triun-falista, mas com o objetivo defazer justiça aos membros denossa comunidade universitária,devo reconhecer que o trabalhodesenvolvido nestes 45 anos foitotalmente exitoso e que o crédi-to deve ser dado a todos que sededicaram à Faculdade de Medi-cina, aos seus professores, ser-vidores, alunos, diretores e cor-pos diretivos.

Não preciso e não seria perti-nente referir-me às inúmeras re-alidades que amparam esta mi-nha afirmação, realidades de na-tureza materiais, de infra-estru-tura, mas sobretudo as que setraduzem na qualidade do ensi-no, de pesquisa, da atenção mé-dica e na extensão de serviços acomunidade.

No entanto, para sermos fiéisà história que estas paredes noscontam é preciso refletir sobre oscaminhos que a faculdade devetrilhar daqui para frente. Os de-safios continuam sendo imensos.

Antes de mais nada, o desa-fio de conseguir manter a inten-sidade do envolvimento com oensino de graduação fazendo-ocada vez mais científico e huma-no, transmissor do conhecimen-to da realidade social e de saúdedo nosso país. Desafio de trans-

formar nosso aluno em um mé-dico ao mesmo tempo modernoe antigo; moderno no embasa-mento técnico-científico de suasatividades e antigo por carregarconsigo as virtudes milenares daprofissão naquela disposição deestar presente mesmo e sobre-tudo quando o científico se mos-tra insuficiente.

Desafio de conciliar e integraro ensino de graduação e os de-mais níveis de ensino todos igual-mente importantes e cujas exi-gências nos junta, muitas vezesse contrapõem.

Desafio de ampliar o intercâm-bio com cientistas de outras uni-dades do Brasil e do exterior.

Desafio de ajudar a transfor-mar sistema de saúde de nossaregião em um modelo do siste-ma que a duras penas o nossopaís vem conseguindo implantar,o SUS. Para tanto, ao mesmotempo, integrando e inserindo osnossos alunos, residentes e pós-graduandos em todos os níveisda atenção médica; nas estraté-gias de Saúde da Família, nosCentros de Saúde, em hospitaissecundários e criando condiçõespara que nosso HC seja cada vezmais um hospital terciário de re-ferência. A faculdade tem todasas condições para isto, diria mes-mo que ela possui todas as con-dições ideais para isto e a incor-poração do Hospital Cantídio esua transformação em hospitalsecundário demonstra que estecaminho está sendo trilhado.

Desafio de criar condiçõescada vez mais propícias para ocrescimento da área de conheci-

mento e atuação da Faculdadede Medicina é necessário no ab-dicar de pensar, repensar e lu-tar pela Universidade, de ten-tar contribuir para a superaçãodos principais dilemas de nos-sos dias em que as mudançasambientais que propiciam orecrudescimento da incidênciade doenças antes quase extin-tas se aliam às insuficiênciase distorções dos modelos eco-nômicos na manutenção dascondições precárias de gran-de parcela da população dosgrandes aglomerados urba-nos, dos rincões rurais e maislongínquos tanto em nossopaís quanto em outras regiõesdo mundo.

Superar o dilema de man-ter os princípios éticos nas in-vestigações que fazem avan-çar a ciência e a tecnologia enão permitindo que sua apli-cação seja contaminada pelomercantilismo que atravésdas grandes corporações do-mina o mundo.

Terminando, quero agra-decer em meu nome e dosdemais diretores a todosque, durante nossos man-datos, contribuíram paraque pudéssemos executarnossas funções.

Por último resta-me prestarminha e nossa homenagemaos docentes e servidores quepartiram deixando as marcasde seu trabalho na Faculdade.Impossibilitada de nomear atodos, cito os professores Má-rio Rubens Montenegro, pro-fessora Luiza Lima Dillon, ser-vidores Antonio dos Santos, oPaeta e a servidora Ana Es-perandio. Os três últimos res-pectivamente a última profes-sora e os últimos servidoresque faleceram.

“Se tivéssemos perdido esse espírito,teríamos sofrido lamentável perdade nosso horizonte universitário.”

“Cada vez que atendo um paciente eeste me pergunta onde me formei,

orgulhosamente encho a boca e falo alto ebom som: na primeira turma de Botucatu. ”

8 Maio 2008

Durante a sessão solene da Congregação, nodia 26 de abril, foram prestadas homenagens àspessoas que fizeram parte da história dos 45 anosda Faculdade de Medicina de Botucatu. Desde o 1ºfuncionário contratado pela então Faculdade de Ci-ências Médicas e Biológicas de Botucatu, até repre-sentantes da 1ª turma de Medicina, do curso de

Profa. emérita Dinah Borges de Almeida, vice-diretorada FMB de 1988 a 1989 e diretora de 1989 a 1993

Homenagem aos colaboradoresEnfermagem, professores eméritos e ex-diretoresreceberam placa entregue pelo diretor da FMB, prof.Sérgio Muller e o reitor da Unesp, Marcos Macari.

Também receberam menção os diretores das Fa-culdades de Medicina Veterinária e Zootecnia, Insti-tuto de Biociências e da Faculdade de Ciências Agro-nômicas da Unesp.

Jair Natal Pires Martins, primeiro funcionário daFaculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu

Prof. emérito Domingos Alves Meira, ex-diretor daFCMBB de 1970 a 1974 e da FMB entre 1980 a 1984

Profa. Edy de Lello Montenegro representando oprof. emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro

Prof. emérito Willian Saad Hossne, diretor daFaculdade de Medicina de Botucatu de 1984 a 1988

Profa. Marilza Vieira Cunha Rudge,diretora da Faculdade de Medicina de 2001 a 2005

Prof. Arthur Roquete de Macedo, vice-diretorda FMB de 1984 a 1988 e diretor de 1988 a 1989

Prof. Joel Spadaro, vice-diretor da FMBde 2001 a 2005 e diretor de 2005 a 2007

Enfermeira Valéria de Castilho Palhares, aluna da1ª turma do curso de graduação em Enfermagem

Prof. emérito José Carlos Souza Trindade, dire-tor da FCMBB em 1976 e da FMB de 1977 a 1980

Doutor Abrão Moisés Altman, aluno da 1ª turmado curso de graduação em Medicina da FCMBB

Profa. Maria de Lourdes Mendes Vicentini Paulino,diretora do Instituto de Biociências

Prof. Edson Ramos de Siqueira, diretor da Facul-dade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Prof. João Lauro Viana de Camargo,vice-diretor da Faculdade de Medicina de 1993 a 1997

Doutor Álvaro Pinheiro Barbosa, aluno da 1ª turmado curso de graduação em Medicina da FCMBB

Prof. Luiz Antonio Vane, vice-diretor da FMBde 1989 a 1993 e diretor de 1993 a 1997

9Maio 2008

Prof. emérito Paulo Eduardo de Abreu Machado,diretor da Faculdade de Medicina de 1997 a 2001

Prof. Antonio Rugolo Junior, diretor emexercício da FMB de junho a julho de 2007

Prof. emérito da Faculdade de Medicina deBotucatu, Álvaro Oscar Campana

Por mais de quatro déca-das, o corpo discente mantémuma história intimamente liga-da a uma entidade: o CentroAcadêmico Pirajá da Silva. Du-rante as comemorações dos45 anos de fundação da Fa-culdade de Medicina de Bo-tucatu, o Centro Acadêmicorealizou exposição, com fo-tografias e documentos queresgatam um pouco da his-tória da entidade represen-tativa dos alunos na FMB.

Entre suas atividades des-tacam-se os projetos Médicosda Alegria, Baile do Vovô, Fei-ra da Saúde, Alfabetização deAdultos, Cursinho Desafio, Bi-blioteca Sobre Rodas, Brin-cando na APAE e o Cursinho

Exposição relembra 40 anos de atuação do CAPS

Durante a sessão solene em come-moração aos 45 anos da Faculdade deMedicina de Botucatu, além de homena-gens e manifestações referentes ao ani-versário da instituição, outra atração cha-mou a atenção do público presente.

A apresentação do grupo musical “IAMúsica”, do Instituto de Artes da Unesptrouxe músicas que marcaram todas asquatro décadas de existência da FMB.

Prof. Pasqual Barreti, diretor pró-tempore daFaculdade de Medicina de fevereiro a junho de 2005

Prof. Hamilton da Rosa Pereira, vice-diretor daFaculdade de Medicina de 1997 a 2001

Prof. emérito da Faculdade de Medicina deBotucatu, Francisco Humberto de Abreu Maffei

Profa. emérita da Faculdade de Medicina deBotucatu, Cleide Enoir Trindade

Prof. José Matheus Yalenti Perosa, representante dadiretoria da Faculdade de Ciências Agronômicas

Músicas que marcaram as4 décadas da FMB/Unesp

Desafio, considerado um dosprojetos mais bem sucedidosdo CAPS.

Cássio Luiz Ferreira Júnior,presidente do CAPS, frisa quea atuação da entidade visa

uma proximidade maior dosuniversitários com a comuni-dade. “O Centro Acadêmicohoje tem uma identidade maisvoltada aos projetos de exten-são universitária, e posso citar

o Cursinho Desafio, a Feira daSaúde, que ajudamos a orga-nizar. Na parte acadêmica re-alizamos vários cursos comoo Congresso Médico Acadêmi-co, que está entre os quatro

maiores eventos desse porteno Estado”, relata.

Outro aspecto destaca-do por Cássio é a atuaçãopolítica do CAPS como re-presentação dos alunos.

Exposição realizada pela diretoria do CAPS mostrou, em fotos e recortes de jornais, projetos e fatos marcantes

Professores João AlvesMeira (à esquerda), diretorda Faculdade de Ciências Mé-dicas e Biológicas de Botuca-tu de 1962 a 1963, e MárioRubens Montenegro (à di-reita), diretor da FCMBB en-tre 1962 a 1967, também fo-ram homenageados durantea sessão solene dos 45 anosda Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp.

10 Maio 2008

Avaliar o grau de toxi-cidade e quais os agen-tes favorecedores para asmais diversas patologiashumanas. Com esta pro-posta, o Núcleo de Avali-ação do Impacto Ambien-tal sobre a Saúde Huma-na-Toxicam tem realizadoprojetos de pesquisa quetêm contribuído cada vezmais para a melhoria dascondições ambientais etambém do tratamento eminúmeras doenças. O labo-ratório é vinculado ao De-partamento de Patologia daFaculdade de Medicina deBotucatu e possui como lí-deres de grupo os docen-tes João Lauro Viana de Ca-margo e Maria Luiza CotrimSartos de Oliveira. O labo-ratório conta com 11 pes-quisadores, 12 alunos degraduação e pós-gradua-ção e tem certificação doConselho Nacional de De-senvolvimento Científico eTecnológico-CNPq.

Um destes trabalhos dedestaque do Toxicam re-ceberá investimentos emtorno de R$ 350 mil. Comduração prev i s ta a té2011, o projeto temáticodeverá analisar e quanti-ficar o nível de toxicidadeem herbicidas e praguici-das usados nas mais di-versas culturas agrícolas.

O Toxicam foi criadoem 1995 e enfocava emseu início analisar a carci-nogenicidade e a mutage-nicidade de agentes quí-micos ambientais. Era umlaboratório de pesquisas

Toxicam investiga impactos ambientais

que prestava serviços aoutras instituições públicas,empresas e órgãos gover-namenta is . Em 2001,muda seu perfil de atua-ção e passa a investir ex-clusivamente em pesquisaspara a avaliação do impac-to provocado por agentesambientais não-biológicossobre a saúde humana,particularmente sobre ospraguicidas agrícolas, enfo-cando o desenvolvimentode tumores e de desregu-lação endócrina, provoca-dos pela alteração do meio-ambiente. O laboratóriotem 14 projetos ativos emanálise, sendo que algunsdeles influem diretamenteno tratamento de patolo-gias humanas.

O mais recente destestrabalhos envolve a avali-ação dos efeitos que pra-

guicidas e agrotóxicos emgeral provocam em um or-ganismo complexo, comoo de ratos. Ao todo, esteprojeto temático será com-pletado por seis estudosque analisarão as altera-ções moleculares, vesicaise uroteliais, imunotoxia,experimentação animal equímica analítica. Serão in-vestidos ao todo, cerca deR$ 250 mil e US$ 130 milpara as pesquisas que de-verão prosseguir até 2011.De acordo com Dr. JoãoLauro, as análises poderãoauxiliar no desenvolvimen-to de tratamentos e deprevenção aos agentescausadores e podem com-plementar dados obtidospor estudos da Agência deVigilância Sanitária- Anvisaque indicaram contamina-ção de agrotóxicos no cul-

tivo de diversas culturas,em todo o país. “Pega-mos uma cultura como otomate, um alimento quepraticamente é consumi-do quase que diariamen-te pelo brasileiro e obser-vamos o nível de agrotó-xicos A partir disso, veri-ficamos o efeito que taispraguicidas têm no orga-nismo complexo, como osdos ratos", explica.

Outro trabalho desen-volvido pelo Toxicam, en-volve a análise do lodo re-tirado no tratamento deesgotos das cidades e oposterior uso do mesmocomo adubo ou materialpara a indústria de cerâ-mica. O estudo, financia-do pela Fapesp, teve iní-cio em 2006, a pedido daCetesb e avaliou a toxici-dade do lodo e suas pos-síveis propriedades cance-rígenas. Para isso foramacrescidas junto às ra-ções dadas aos ratos, al-tas doses do material re-colhido. A partir disso ospesquisadores passarama avaliar os efeitos no or-ganismo do animal. "Umadas propostas é usar olodo como adubo e tam-bém como matéria-primapara a indústria cerâmi-ca. Mas há a necessida-de de saber se o materi-al é agrotóxico e qual onível de contaminação",ressaltou Dr. João Lauro.

O projeto deve ter seusresultados finais em 2009e recebeu investimento demais de R$ 48 mil.

Prof. João Lauro é um dos coordenadores do Toxicam

Novo prédio para pesquisa experimental FMB temêxito noestudo dedoençastrofoblásticas

O Centro de DoençasTrofoblásticas do HC da Fa-culdade de Medicina de Bo-tucatu/Unesp completou,em abril, 18 anos de ativi-dades com o registro deuma taxa de 98% de sobre-vida das pacientes, um nú-mero comparável ao obtidonos países desenvolvidos.

A denominada “neoplasiatrofoblástica gestacional” éuma doença rara da placen-ta humana, e caracterizadapelo elevado crescimento dotrofoblasto, a principal cé-lula da placenta. As causasda transformação malignadesse tecido ainda sãodesconhecidas, mas já há bas-tante conhecimento geradosobre as técnicas para o diag-nóstico e tratamento do mal.

Ao longo de seus anos deatividade, nas linhas de as-sistência, ensino e pesqui-sa, o CDT mantido pelo HCda Faculdade de Medicinade Botucatu/Unesp já tratoude 236 pacientes com o em-prego de uma equipe mul-tidisciplinar que reúne 17profissionais de saúde, en-tre os quais docentes de di-versas disciplinas, além deservidores técnicos.

Com sede no Departa-mento de Ginecologia eObstetrícia da FMB/Unesp,o CDT atende a pacientes daregião coberta pelo Depar-tamento Regional de SaúdeVI (com sede em Bauru) eque congrega uma popula-ção de quase 2 milhões depessoas. Além disso, man-tém em seus registros a as-sistência a pacientes vindosde outros estados como oParaná, Minas Gerais e Riode Janeiro.

O CDT, em função desuas linhas de ensino e pes-quisa, tem acumulado umaexpressiva produção cienti-fica, representada pela pu-blicação de 16 trabalhoscompletos em periódicos es-pecializados nacionais e in-ternacionais; a inclusão decinco capítulos em livros; ainserção de trabalhos emanais de doze congressosinternacionais e 35 nacio-nais; a geração de sete dis-sertações e teses de mes-trado e de iniciação científi-ca; e, ainda, o lançamentode outros três projetos depesquisa.

Profa. Célia: nova unidadefacilitará pesquisas

A FMB/Unesp terá umaUnidade de Pesquisa Expe-rimental com novo prédioe que irá unificar os labo-ratórios dessa área. O pro-jeto da Unipex (Unidadede Pesquisa Experimental),já foi aprovado nos termosda Chamada Pública MCT/FINEP/AÇÃO/TRANSVER-SAL PRÓ INFRA 01/2007.Com isso foi assegurado oinvestimento de 1,3 mi-lhões de reais, conformeanunciado, em abril, pelor e i t o r Ma r co s Maca r i .Essa conquista garantiu àFMB o posto de maiorc ap t ado r a , den t r o daUnesp, de recursos dosfundos públicos de finan-ciamento à pesquisa, em2007.

O prédio da Unipex terá

três andares e ocuparáuma área física de 1800m² abrigando anfiteatro,salas para pesquisadores,arquivos, secretaria e la-boratórios. A obra, locali-zada próximo ao atual se-tor dos laboratórios expe-rimentais, no câmpus deRubião Júnior, deverá es-tar concluída em 2011. Emsuas instalações será pos-sível a realização de pes-quisas básicas sobre ascausas das mais diversaspatologias e antes do iní-cio de estudos clínicos.

Para a profa. Célia Re-gina Nogueira, presidenteda Comissão Permanentede Pesquisa, este novo es-paço favorecerá a implan-tação de parcerias entreos depar tamentos da

FMB. "Este espaço físico-científico aproximará ospesquisadores e favorece-rá o aumento de parceri-as, com a elaboração deprojetos em conjunto",afirma a docente.

Segundo explica profa.Célia, a criação da Unida-de de Pesquisa Experimen-tal proporcionará maiorcaptação de recursos paraa viabilização dos estudose, também, o aumento daexcelência dos programasde pós-graduação. "Comisso poderemos aumentarinvestimentos e incremen-tar a quantidade e a quali-dade das publ icações",lembra a presidente daComissão de Pesquisa,acentuando já ter mantidoreuniões, nas últimas se-

manas, com a diretoria daFaculdade de Medic inapara definir detalhes docronograma de construçãoda unidade.

11Maio 2008

Cursinho Desafio é destaque em aprovaçõesProximidade maior com a

comunidade através do en-sino. Desta forma o CentroAcadêmico Pirajá da Silva-CAPS mantém desde 2001 oCursinho Desafio. O proje-to é direcionado para pes-soas com baixo poder aqui-sitivo e teve em 2008 a am-pliação do número de va-gas. O cursinho é coorde-nado por seis alunos, am-bos do 2º ano de Medicinae tem como tutor o profes-sor José Roberto Fioreto.

As aulas são ministradasna Escola Municipal de Ensi-no Fundamental Angelino deOliveira, através de convêniofirmado com a Prefeitura deBotucatu. Também são par-ceiros do projeto a Faculda-

perior, além de faculdadesparticulares através do sis-tema Prouni, do governo fe-deral. Em 2006 o percentualera de 30% de aprovações.Por causa dos resultados eda crescente demanda pelocurso, foi ampliado para 150o número de vagas.

Além das aulas em perío-do normal, os alunos contamcom o sistema de monitoriae reforço em matérias e tam-bém de corretores de reda-ção. Todo o material usadono curso é apostilado e é uti-lizado o sistema UNO de en-sino. Uma biblioteca tambémestá à disposição com ma-terial e livros de auxílio parao vestibular. Os alunos rece-bem ainda orientação voca-

de de Medicina de Botuca-tu, Governo do Estado deSão Paulo e o Banco Real.Ao todo, 90 alunos de Me-dicina e também de ou-tros cursos da Unesp emBotucatu part icipam doprojeto como professoresou monitores.

Números mostram que oprojeto tem obtido resulta-dos expressivos com relaçãoa aprovações. Nos vestibu-lares referentes ao primeirosemestre de 2008, 32 alunosdo cursinho obtiveram apro-vação em faculdades públi-cas, sendo que 12 ingressa-ram na Unesp. No ano ante-rior, cerca de 40% dos alu-nos ingressaram em institui-ções públicas de ensino su-

A complementação do es-tudo com o ingresso ao ensi-no superior é o objetivo demuitos estudantes, sempreem busca da qualificaçãoprofissional e de uma car-reira promissora. No entan-to, para boa parcela da po-pulação brasileira esse é umobjetivo um pouco distantede ser obtido.

Desafio do cursinho não se limita apenas ao nome

Educação: alunos da Medicina passam a ser professores

O eletrotécnico aposenta-do Adílson Soldeira Gonçalves,53 anos, resolveu começaruma nova etapa em suavida: ingressar na faculda-de. Para isso ingressou noCursinho Desafio. “Quandoaposentei, havia duas coi-sas que eu poderia fazer:trabalhava ou estudava. Nofinal optei por fazer o cursi-

nho”, disse. A reação da fa-mília, após a decisão emvoltar a estudar foi de es-tranheza, como conta Gon-çalves, mas ao passar dotempo tal situação se trans-formou em apoio.

A técnica em enfermagemEdilaine Fernandes Donon, 25anos, faz o cursinho Desafiopela segunda vez. Pretende

Gonçalves: determinaçãoem ingressar na faculdade

realizar seus estudos univer-sitários na área da saúde. Se-gundo ela, a diferença estáno sistema que os monitorese professores usam paratransmitir os assuntos aos alu-nos. “O nível do ensino queencontrei aqui é bom e passeia admirar a força de trabalhodas pessoas envolvidas como cursinho”, declarou.

cional aos sábados. Integraa pedagogia, vivência extra-curriculares com a visitação,uma vez ao ano, a São Pau-

lo onde os mesmos visitamdesde museus, bibliotecas eexposições, o que proporci-ona inclusão cultural.

A Faculdade de Medicinade Botucatu, através da Dis-ciplina de Otorrinolaringolo-gia promoveu no último dia9 de maio, a Jornada de Ri-nologia. O evento, abertoaos alunos da graduação eacadêmicos, abordou te-mas para a atualização naárea, com apresentação detópicos sobre rinites, sinu-sites, além de técnicas so-

Jornada de Rinologia aborda atualização na área

Evento abordou tópicos como técnicas de plástica nasal

Em Botucatu, foi criada aAssociação Botucatuense deAssistência ao Hipertenso-ABAH, vinculada à disciplinade Nefrologia do Departa-mento de Clínica da Faculda-de de Medicina de Botuca-tu-FMB. Na oportunidade foieleita a primeira diretoria daassociação, bem como os ob-jetivos e ações que a entida-de deverá desempenhar nocombate e auxílio aos proble-mas causados pela hiperten-são arterial. Prof. FranciscoHabermann, responsável peloCentro de Hipertensão Arteri-al da Faculdade de Medicinade Botucatu, ocupará a pre-sidência; Francisco Carlos Dal-tin, diretor de apoio adminis-

ABAH auxiliará no combate à Hipertensão

Prof. Francisco Habermann terá mandato de 2 anos na ABAH

trativo da FMB, como vice-pre-sidente. O mandato será dedois anos e a atual gestão po-derá concorrer à reeleição.“Resgatar a qualidade de vida;é isso o que pretende a ABAH.Estatisticamente sabemosque ¼ da população mundialé hipertensa.”, declara Haber-mann. “A hipertensão é umadoença silenciosa em que me-tade dos que a possui não sa-bem. Dos que têm conheci-mento do problema, mais dametade não tratam de for-ma adequada”, frisa. Haber-mann explicou ainda quemuitas das ações devem seconcentrar em palestras,atividades de apoio e orien-tação aos pacientes. A falta

de informação unida comuma vida sedentária, segun-do Habbermann, ainda sãoas principais causas da hiper-tensão arterial.

Estimativa da SociedadeBrasileira de Hipertensãomostra que cerca de 30%da população no país sofrede pressão alta. Ainda se-gundo a SBH, a doença éresponsável por cerca de40% dos casos de infarto,80% dos acidentes vascu-lar cerebral e 25% dos ca-sos de insuficiência renal ter-minal. Campanhas educati-vas e de prevenção foramrealizadas em todo o país noúltimo dia 26 de abril comoforma de alertar a população.

bre plástica nasal.Apresentaram as novas

tendências e estudos naárea especialistas da Uni-versidade de São Paulo-USPcomo o Dr. João Ferreira deMello Júnior, Richard Volgese Perboyer Sampaio; alémde Márcio Nakanishi, da Uni-versidade de Brasília. “Apre-sentamos através destaspalestras tópicos atuais que

visam estabelecer condutase conceitos sobre diversosproblemas como rinite, si-nusite, entre outros, bemcomo suas complicações”,explica a professora Regi-na Célia Garcia.

A Jornada de Rinologiarecebeu o apoio da Asso-ciação Brasileira de Otor-rinolaringologia e CirurgiaCérvico-Facial.

12 Maio 2008

Investimentos anunciam o futuro da FMBUma das principais carac-

terísticas da Faculdade deMedicina de Botucatu, emseus 45 anos, é a de cres-cer continuamente.

Esta máxima pode ser ob-servada nas várias obras deexpansão de infra-estruturaque tem passado. Três de-las devem ter um impactogrande na forma de atendi-mento à população, com aconstrução do novo ProntoSocorro do Hospital das Clíni-cas; nas pesquisas (prédio daUPECLIN). Mas uma dasobras que deve ter maior im-pacto será o novo prédio daadministração da FMB.

O projeto prevê um pré-dio com 2.500 m² de áreacoberta. Nessas instalaçõesdeverão ser abrigadas novassalas de aula, anfiteatro, eabrigará as unidades técnicase administrativas da faculda-de. O investimento previstoserá de R$ 8,069 milhões eas obras devem ter início nosegundo semestre deste ano.

As obras do novo ProntoSocorro do HC da Faculda-de de Medicina de Botuca-tu, iniciadas em 16 de ju-lho de 2007, deverão estarconcluídas no segundo se-mestre deste ano. O novoPronto Socorro terá umaárea construída de 2.279m², divididos em dois pavi-mentos e com uma organi-zação interna adequada àsmais atualizadas concep-ções de atendimento às ur-gências e emergências. Oinvestimento previsto é de2 milhões de reais.

O projeto foi elaboradopelos técnicos das áreasmédicas, de enfermagem ede engenharia da Faculda-de de Medicina de Botuca-tu, sob supervisão dos pro-fissionais que hoje atuamnas várias frentes de aten-dimento aos casos de ur-gência e emergência do HC.Depois, as plantas foramsubmetidas ao Ministério daSaúde, que sugeriu a ado-ção de alguns detalhes ali-nhados às diretrizes da Po-lítica Nacional de Atençãoàs Urgências. O formato fi-nal ensejará a humanizaçãodo atendimento, transfor-mando a unidade não sónum centro de referênciapara o atendimento doscasos de urgência e emer-gência, mas também numnúcleo de excelência para

Novo PS no segundo semestre

Está previsto para o se-gundo semestre deste anoo início das atividades daUnidade de Pesquisas Clí-nicas do HC da Faculdadede Medicina de Botucatu. AUPECLIN servirá comobase para ensaios clínicose seu objetivo principal seráo de testar a eficácia emprocessos terapêuticos.

As obras do prédio es-tão finalizadas e nas próxi-mas semanas deverão serinstalados móveis e equi-pamentos. A construçãoda unidade foi realizadacom recursos dos Minis-térios da Saúde e da Ci-ência e Tecnologia. O in-vestimento total na im-plantação da unidade estásendo de, aproximada-mente, R$ 2,2 milhões.

A Upeclin ocupa umaárea construída de 580 m²e está localizada próximaao Pronto Socorro do HC.Contará com 10 aparta-mentos em leitos individu-ais, 6 salas de consultasambulatoriais, salas de co-leta, processamento e ar-mazenamento de materialbiológico, arquivo de docu-mentos, setor de farmáciae dispensação de medica-

mentos, além de um setorde monitoria e estudos. Fu-turamente, haverá uma ex-pansão dos serviços com aconstrução de um segundopavimento no prédio.

A Upeclin empreederáanálises de terapias farma-codinâmicas e de bioequi-valência em novas drogasa serem lançadas no mer-cado, além de novos pro-cedimentos de atendimen-to clínico. A unidade aten-derá pesquisadores daUnesp e atuará em parce-ria com a Faculdade de Ci-ências Farmacêuticas, emAraraquara.

De acordo com o coor-denador do Conselho Ges-tor da Upeclin, prof. CarlosAntônio Caramori, a criaçãoda unidade facilitará o de-senvolvimento de novosprocedimentos terapêuti-cos, além de facilitar a pes-quisa com uma estruturaespecífica.

“Em quase todos os hos-pitais universitários, a pes-quisa clínica é realizada jun-to com a assistência médi-ca habitual e isso acarretadificuldades operacionais eaumento de custos de ma-nutenção.”, declara.

Paralela à construção donovo prédio da administração,o sistema viário de acesso paraas novas instalações deve pas-sar por modificações. Estanova reformulação visa garan-tir melhor fluxo de veículos edeve abranger ainda novos sis-temas de orientação visual ede informação aos pacientese visitantes do câmpus.

Ainda no projeto para anova sede da FMB, a qualida-

de de vida e o conforto foramaspectos priorizados com a cri-ação de uma área de convi-vência que deve incluir bancos,painéis artísticos e jardins.

As antigas instalações daFMB, que ocupam quase 1.500m² de espaço físico, devem serusadas para a ampliação dediversos setores de serviços eatendimentos do Hospital dasClínicas, que também passa porprocesso de expansão.

a formação de recursos hu-manos (médicos, enfer-meiros e outros profissio-nais de saúde) treinadospara intervenção em situ-ações de alto risco.

O engenheiro responsávelpela ATPE (Assessoria Téc-nica de Planejamento e En-genharia), Luiz José Bernar-des, afirma que o novo PStrabalhará com um sistemadiferenciado. “Há equipes es-pecialmente preparadas parareceber os diferentes casosdos pacientes. Hoje, mistu-ram-se acidentados e pacien-tes com dores crônicas, do-res no peito ou pressão alta,e também crianças com fe-bre ou bronquite, por exem-plo. Na mesma linha emque é atendido o mal es-tar, há pacientes aciden-tados ou com agravoscardíacos, o que é desa-conselhável. Este projetovisa o lado humano, pro-curando oferecer mais con-forto e também uma aten-ção aprimorada”, explica.

Projeto pioneiroToda a estrutura da uni-

dade divide-se em dois gran-des espaços: o de acolhi-mento do paciente grave,com risco de vida; e o dopaciente não grave, mas quenecessita de atendimentourgente. Nesses dois eixos,ficam instaladas salas de

acolhimento, de emergên-cias, de procedimentos es-peciais invasivos, de esta-bilização, de utilidades, dehigienização, de procedi-mentos méd icos e deenfermagem, além de áre-as pediátrica, obstétrica e or-topédica, instalações sanitá-rias, áreas e apoio aos servi-dores do PS, e local para aco-modar eventuais acompa-nhantes dos pacientes.

O eng. Bernardes expli-ca que casos graves, compacientes totalmente de-sestabilizados, serão enca-minhados para a chamada“Área Vermelha”. Nestasala, o atendimento é ime-diato e as funções vitais sãorecuperadas. Há tambémuma sala ao lado desta,destinada à realização deprocedimentos invasivos.Depois de estabilizado, opaciente é levado para a“Área Amarela”, onde há arecuperação e supervisãode especialistas. Em uma si-tuação considerada mais ade-quada, segue para a “ÁreaVerde”, onde recebe cuidadosintermediários e verificações.E ainda, se for necessária al-guma assistência, vai para a“Área Azul”, uma área de in-ternação localizada no segun-do pavimento. O atendimen-to dos pacientes infantis seráfeito em ala separada.

Unidade dePesquisas Clínicas

Em 2005, o Ministério da Saúde, através do seuDepartamento de Ciência e Tecnologia (DECIT)em conjunto com o Ministério da Ciência eTecnologia, criou a Rede Nacional de PesquisaClínica, composta por um conjunto de HospitaisUniversitários com destaque na geração denovos conhecimentos em saúde. Entre eles estáo HC da Faculdade de Medicina de Botucatu.Para atender esta rede foi criada a Unidade dePesquisas Clínicas-UPECLIN, vinculada à FMB,que dará apoio a pesquisadores clínicos emprojetos de pesquisas.

FMB na Rede Nacional de Pesquisa Clínica

Projeto privilegia conforto e acessibilidade

cmyk