jornal da fmb nº 29

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Pacientes com AIDS podem ter diagnóstico precoce de doenças que afetam o coração Avaliação em desenvolvimento pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp pretende detectar de maneira rápida e precoce, sintomas de doenças cardiovasculares em portadores do HIV. Pesquisa envolverá 450 pacientes até 2011. Página 12 Medicina e Enfermagem graduam novos profissionais Momentos inesquecíveis para as duas turmas graduadas: desde a entrega do diploma em Medicina à passagem da lâmpada em Enfermagem Emílio Carlos Curcelli foi esco- lhido em 2009 como superintenten- dente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botuca- tu/Unesp, um dos maiores e mais complexos hospitais do interior pau- lista. Foi um dos responsáveis pelas recentes reestruturações pelas quais a unidade tem passado nos últimos meses. No entanto, sua maior mis- são tem sido dar ênfase ao proces- so que transforma a unidade em uma nova autarquia, vinculada di- retamente à Secretaria de Estado da Saúde. Página 7 Missão do HCFMB será aumentar leitos Panfletos vêm sendo distribuídos a todos os usuários das unidades da Unesp, em Rubião Jr. Curcelli: HCFMB deve alcançar novo nível de organização Professor da FMB analisa diagnóstico em livro Estrutura que abrigará o novo forno incinerador do campus de Rubião Jr já está pronta Formaturas da 43ª turma de Medicina e da 19ª turma de En- fermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, realizadas em novembro, foram marcadas pela emoção e pelo sentimento de conquista tanto para os novos graduados quan- to às famílias que se emocio- naram com o momento de iní- cio de carreira profissional aos ex-alunos Páginas 5 e 6 Página 2 Incinerador do campus será 100% limpo Página 10 Na manhã de 29 de outubro, a região de Botucatu deu um sal- to de qualidade no atendimento de pessoas vítimas de AVC (Aci- dente Vascular Cerebral). Foi inau- gurada, no Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, uma Unida- de AVC. Foram destinados quatro leitos que oferecem a estrutura adequada para o tratamento de pacientes vindos de uma região com aproximadamente 5 milhões de habitantes. O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil. No mundo, a cada seis se- gundos, alguém, independente- mente da idade ou sexo, morre por causa de um AVC. Página 11 Inaugurada unidade para atender AVC Estudo da FMB indica falta de capacitação em cuidadores Página 9 Cinco mil panfletos com di- cas de segurança estão sen- do distribuídos, desde no- vembro, à comunidade inter- na do Campus da Unesp Ru- bião Júnior. Esse complexo compreende três unidades da universidade, além de sua Ad- ministração Geral. Página 10 Iniciativas para incentivar segurança FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTO FLÁVIO FOGUERAL FOTOS SEÇÃO DE FOTOGRAFIAS AG

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novembro de 2010

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Page 1: Jornal da FMB nº 29

Pacientes com AIDS podem ter diagnósticoprecoce de doenças que afetam o coraçãoAvaliação em desenvolvimento pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp pretende detectar de maneira rápida eprecoce, sintomas de doenças cardiovasculares em portadores do HIV. Pesquisa envolverá 450 pacientes até 2011. Página 12

Medicina eEnfermagemgraduam novosprofissionais

Momentos inesquecíveis para as duas turmas graduadas: desde a entrega do diploma em Medicina à passagem da lâmpada em Enfermagem

Emílio Carlos Curcelli foi esco-lhido em 2009 como superintenten-dente do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina de Botuca-tu/Unesp, um dos maiores e maiscomplexos hospitais do interior pau-lista. Foi um dos responsáveis pelasrecentes reestruturações pelas quaisa unidade tem passado nos últimosmeses. No entanto, sua maior mis-são tem sido dar ênfase ao proces-so que transforma a unidade emuma nova autarquia, vinculada di-retamente à Secretaria de Estadoda Saúde. Página 7

Missão doHCFMB seráaumentar leitos

Panfletos vêm sendo distribuídos a todos os usuários das unidades da Unesp, em Rubião Jr.

Curcelli: HCFMB deve alcançarnovo nível de organização

Professor daFMB analisadiagnósticoem livro

Estrutura que abrigará o novo forno incinerador do campus de Rubião Jr já está pronta

Formaturas da 43ª turma deMedicina e da 19ª turma de En-fermagem da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp,realizadas em novembro, forammarcadas pela emoção e pelosentimento de conquista tantopara os novos graduados quan-to às famílias que se emocio-naram com o momento de iní-cio de carreira profissional aosex-alunos Páginas 5 e 6

Página 2

Incinerador docampus será100% limpo

Página 10

Na manhã de 29 de outubro,a região de Botucatu deu um sal-to de qualidade no atendimentode pessoas vítimas de AVC (Aci-dente Vascular Cerebral). Foi inau-gurada, no Pronto-Socorro doHospital das Clínicas, uma Unida-de AVC. Foram destinados quatroleitos que oferecem a estruturaadequada para o tratamento depacientes vindos de uma regiãocom aproximadamente 5 milhõesde habitantes. O AVC (AcidenteVascular Cerebral) é a primeiracausa de morte e incapacidade noBrasil. No mundo, a cada seis se-gundos, alguém, independente-mente da idade ou sexo, morrepor causa de um AVC. Página 11

Inauguradaunidade paraatender AVC

Estudo da FMBindica faltade capacitaçãoem cuidadores

Página 9

Cinco mil panfletos com di-cas de segurança estão sen-do distr ibuídos, desde no-vembro, à comunidade inter-na do Campus da Unesp Ru-bião Júnior. Esse complexocompreende três unidades dauniversidade, além de sua Ad-ministração Geral. Página 10

Iniciativaspara incentivarsegurança

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NOVEMBRO 2010

2 FACULDADE DE MEDICINA

Reitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Herman Jacobus Cornelis VoorwaldVice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor: Julio Cezar Durigan

FFFFFACULDADEACULDADEACULDADEACULDADEACULDADE DEDEDEDEDE M M M M MEDICINAEDICINAEDICINAEDICINAEDICINA DEDEDEDEDE B B B B BOTUCATUOTUCATUOTUCATUOTUCATUOTUCATU

Diretor:Diretor:Diretor:Diretor:Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Superintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HC: Emílio Carlos CurcelliVice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente: Irma de Godoy

Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Pasqual BarrettiVice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMBJornal da FMBJornal da FMBJornal da FMBJornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno daFaculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaboraçõesdevem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesppelo endereço [email protected].

Assessoria de Comunicação e Imprensa-Assessoria de Comunicação e Imprensa-Assessoria de Comunicação e Imprensa-Assessoria de Comunicação e Imprensa-Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357)Produção, editoração e impressão:Produção, editoração e impressão:Produção, editoração e impressão:Produção, editoração e impressão:Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & Editora-Rua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SPReportagens: Reportagens: Reportagens: Reportagens: Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927)Fotografia: Fotografia: Fotografia: Fotografia: Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

JORN

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MB

Todos os meses,os resultados das

enquetes acessíveisno site da Faculdade

de Medicinaserão publicados no

Jornal da FMB

SUA OPINIÃO

COLABORAÇÃO

Participe também das enquetesacessando www.fmb.unesp.br

01/12/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADORODRIGO LEAL ALVESCORRELAÇÃO DE VARIÁVEIS METABÓLICAS DO PERIOPERATÓRIO COMCOMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS EM CIRURGIA CARDÍACA PEDIÁTRICAPrograma: AnestesiologiaOrientador: Profa. Dra. Norma Sueli Pinheiro MódoloLocal: Sala 2 do Departamento de AnestesiologiaHorário: 9 horas

01/12/2010 - EVENTOINFECÇÃO PELO HIV E AIDS: 30 ANOS DEPOIS,ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS?Local: Salão Nobre da FMBHorário: 8 horasContato: [email protected]

02/12/2010 - EVENTOWORKSHOP - INDICADORES COM FOCO NA GESTÃO POR RESULTADOSLocal: Salão Nobre da FMBHorário: não informadoContato: [email protected]

06/12/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOUDELYSSES JANETE VELTRINI FONZARANÁLISE PERCEPTIVO-AUDITIVA E ACÚSTICA DA VOZ EM CRIANÇASDE 4 A 12 ANOS COM OBSTRUÇÃO NASAL CRÔNICAPrograma: Bases Gerais da CirurgiaOrientador: Profa. Dra. Regina Helena Garcia MartinsLocal: Anfiteatro Marcello Fabiano de Franco - FM/Botucatu - UnespHorário: 14H30

06/12/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOELAINE SILVA DE FREITASPERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UNIDADE DE TERAPIA INTEN-SIVA SOBRE A OCORRÊNCIA DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIAPrograma: EnfermagemOrientador: Profª. Drª. Heloisa Wey BertiLocal: Sala 6 do Anexo H (vermelho) - Depto. de Enfermagem - FM/Botucatu - UNESPHorário: 10 horas

17/12/2010 - DEFESA DE TESEFABIO POÇAS ZAMBELLIO ISOFLURANO E A ASSOCIAÇÃO REMIFENTANIL E ISOFLURANO USADOSAPÓS ISQUEMIA REPERFUSÃO CAUSAM PROTEÇÃO RENAL EM RATOSPrograma: AnestesiologiaOrientador: Prof. Dr. Pedro Thadeu Galvão ViannaLocal: Sala 2 do Departamento de Anestesdiologia - FMBHorário: 9 horas

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp

agenda

Sintomas e Sinais no diagnósticodo paciente são colocados emanálise por professor da FMB

O professor emérito da Fa-culdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), Álvaro Os-car Campana, lançou of icial-mente, na tarde de 28 de ou-tubro, o livro “Exame Clínico-Sintomas e Sinais em ClínicaMédica”. A publicação prevê,em sua proposta, se tornar umguia para o relacionamentomédico/paciente e procedi-mentos atuais na formulaçãode hipóteses de diagnósticos.

Com a colaboração de co-legas dos departamentos deClínica Médica, Cirurgia e Orto-pedia e também Neurologia,Psicologia e Psiquiatria da pró-pria FMB, a obra apresenta téc-nicas de anamnese (entrevistarealizada pelo profissional desaúde com seu paciente, quetem a intenção de ser um pon-to inicial no diagnóstico de uma

doença) e exame físico.Ao todo são onze capítulos

relacionados com esse tipo deentrevista e o exame físico sis-tematizado de aparelhos e sis-temas. Contando também comdesenhos e fotografias colori-das, listas de perguntas relaci-onadas aos temas abordados.Ao f inal de cada capítulo, épossível que o leitor tenha umentendimento mais amplo doconteúdo apresentado.

Para o autor, o livro preten-de ser um auxílio a estudantesde Medicina e demais profissi-onais da saúde para a atualiza-ção da forma como se relacio-

Livro lançado por Campana tem proposta em se tornar um guia na relação médico/paciente

nar com o paciente e tambémavanços nos conceitos de saú-de, bem-estar e terapêutica. “NaMedicina atual, a parte de di-agnóstico envolve uma série deexames, o que contribui paraque o profissional tenha um ca-minho a seguir no cuidado do

enfermo”, ressaltou prof. Campa-na, que também é presidente doConselho Editorial da FMB.

Já o diretor da FMB, prof.Sérgio Müller, frisou o compro-misso da instituição em apoiarpublicações de cunho científicovoltadas ao aprimoramento do

O LIVRO PRETENDE SER UM

AUXÍLIO A ESTUDANTES DE

MEDICINA E DEMAIS

PROFISSIONAIS DA SAÚDE

ensino médico e de enferma-gem. “A universidade tem ocompromisso de produzir etransmitir o conhecimento. Li-vros como esse passam a servircomo ferramentas importantespara a formação médica e ci-entífica”, concluiu.

Professor emérito escreve capítulo de livrosobre História do Controle de Infecção Hospitalar

O professor emérito da Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Dr. Augusto CézarMontelli escreveu, a convite daautora, Glória Maria Andrade, umdos capítulos do livro “História doControle da Infecção Hospitalarno Brasil – Os últimos 20 anos deum século que não acabou ”. Apublicação foi lançada em outu-bro deste ano e um exemplar foidoado, pelo professor Montelli,à Diretoria da FMB

O capítulo escrito pelo pro-fessor emérito é o 7 e trata do“Histórico do Controle das Infec-ções Hospitalares no Hospital dasClínicas da Faculdade de Medici-na de Botucatu”. Faz referência aum exemplo de controle conti-nuado no interior do País.

Ao longo das 18 páginas es-critas pelo docente da FMB, éretratada, entre outros aspectos,a persistência das equipes multi-profissionais que atuaram no con-trole das infecções hospitalaresno HCFMB, aos quais prestouuma homenagem. Professor Mon-telli também deixa um recado aoscolegas que iniciam sua caminha-da, sugerindo que “façam o me-lhor possível nas condições quelhes são oferecidas, com o queterá cumprido sua tarefa consi-go mesmo e com a sociedade”.

Segundo o emérito da Facul-dade de Medicina de Botucatu,o convite da autora do livro – quecoordenou o Programa Nacionalde Controle de Infecção Hospi-talar da Anvisa (Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária) até2002 - aconteceu poucos mesesantes de sua aposentadoria. “Paramim foi uma honra ter escrito umcapítulo desse livro, devido a im-portância do tema e tambémpela oportunidade de mostrarum pouco só que foi desenvolvi-do em nosso HC”. Destaca pro-fessor Montelli.

Capítulo escrito por Montelli trata do controle de infecção no HCFMB

O tema, que desperta grande interesse, nãosó na classe médica, mas também dos de-mais profissionais da área de saúde e do pú-blico em geral, é abordado através de umanarrativa leve e quase romanceada.A autora revela fatos inéditos, até então des-conhecidos da sociedade sobre a Infecção Hos-pitalar, cujo controle tem sido objeto de estu-dos históricos e estatísicos, com intenso movi-mento por parte de gestores em saúde hospi-talar, pesquisadores, especialistas no compor-tamento dos agentes infecciosos e estudiososdos setores de cuidados e prevenção.

SOBRE O LIVRO

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NOVEMBRO 2010

FACULDADE DE MEDICINA

ATUALMENTE, HÁ 14EQUIPES DE SAÚDE NA

FAMÍLIA ATENDENDO

EM BOTUCATU

A parceria entre a FundaçãoUNI – ligada à Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp(FMB) – e a Prefeitura Munici-pal, na gestão da Rede Básicade Saúde, alcançou, dia 5 de no-vembro, uma de suas principaismetas. Foi inaugurada, no Jar-dim Continental, a Unidade deSaúde da Família (USF) do Jar-dim Real Park.

O prédio alugado passou porreformas e adaptações paraabrigar salas de espera, consul-tas, vacinas e demais atendimen-tos. O centro de saúde atenderáa uma população de 2.500 pes-soas e contará com 6 agentes desaúde, 3 auxiliares de enfer-magem, médico, auxiliar ad-ministrativo e auxiliar de lim-peza. Fundação UNI e Pre-feitura de Botucatu já anun-ciaram, para 2011, a constru-ção de uma estrutura própriapara abrigar o serviço na-quela região da cidade. Oterreno já foi adquirido noJardim Continental.

Através do contrato degestão entre a FundaçãoUNI e o Executivo Munici-pal já foram contratadas 95pessoas para atuarem nasunidades de Saúde da Família,passando de 210 para 305 fun-cionários em atividade. Dentrode poucos meses, outros 35profissionais serão admitidos,por intermédio de concursosjá realizados, para trabalha-rem no atendimento à popu-lação, totalizando um acrésci-mo de 130 pessoas.

Dr. José Carlos Christovan, oBazuka, direto-presidente daFundação UNI, destaca que para

Fundação UNI e Prefeitura de Botucatu inauguramUnidade de Saúde da Família no Real Park

2010 e 2011 está prevista a es-truturação de 11 unidades desaúde em Botucatu. Serão in-vestidos R$ 9,3 milhões, entreverbas federais e do próprioMunicípio.

Para Dr. Bazuka, a inaugura-ção da USF do Real Park prati-camente encerra de forma es-pecial a primeira fase da co-gestão entre Prefeitura e funda-ção. “Quando assumimos a co-gestão da Rede Básica de Saú-de, em 2009, havia nove equi-pes de Saúde da Família em fun-cionamento e outras duas queprecisavam ser reestruturadas.Fizemos os ajustes necessários,implantamos outras duas em

áreas onde já havia alguma es-trutura e agora inauguramosessa no Real Park, de cuja im-plantação cuidamos integral-mente”, explicou o presidente dafundação, lembrando que nes-sa primeira fase os esforços es-tiveram voltados a reposiçãodos recursos humanos.

Atualmente, há 14 equipesde Saúde na Família atendendoem Botucatu, mas a meta para2011, segundo Dr. Bazuka, é che-gar a 20 equipes, ou seja, cercade 60% da necessidade total doMunicípio (40 equipes). “As ne-cessidades são grandes, por issoalgumas vezes os resultados nãosão tão aparentes, mas já con-

Müller: promoção à saúde tem que estar próxima da população Dr. Bazuka anunciou a estruturação de 11 novas unidades de saúde

seguimos importantes avanços”,reforça o gestor da UNI.

Professor Sérgio Müller, di-retor da Faculdade de Medici-na de Botucatu/Unesp, disse en-tender que o modelo de ges-tão compart i lhado entre afundação e a Prefeitura temsido favorável para o Muni-cípio e a população. “Dentrode um curto ou médio prazoteremos um sistema de saú-de de grande qualidade, umdos melhores do Estado de

São Paulo e até do Bra-sil”, previu.

Para professor Müller,os ser viços de saúde, aexemplo da USF do JardimReal Park, precisam estarpróximos à população, re-alizando atendimentos epromovendo a prevenção.“Estamos bastante satisfei-tos e temos a certeza deque construiremos muitomais nos próximos anos”,declarou.

Até novembro de 2011devem ser entregues os pro-jetos de 6 unidades: Vitoriana,Santa Elisa, César Neto, Itama-raty, Comerciários e Cohab 4.

Dentro de um curto oumédio prazo teremosum sistema de saúdede grande qualidade

Prof. Sérgio Müller, sobre ainauguração da nova unidade

O professor do Programade Pós-Graduação em BasesGerais da Cirurgia da Faculda-de de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Alexandre BakonyiNeto, viajou para Houston - Te-xas, em novembro, onde forma-lizou um intercâmbio com o M.D.Anderson Câncer Center - umdos maiores e mais respeitadoscentros de excelência no trata-mento de câncer no mundo. Aparceria segue as metas estabe-lecidas pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unesp.

Serão discutidas propostaspara realização de pesquisasconjuntas, participação em pro-tocolos clínicos no tratamentode pacientes com câncer gas-trointestinal e estabelecidascondições necessárias para ofuturo envio de pós-graduan-dos para a realização de "Dou-torados-Sanduíches". O objeti-vo é que sejam criados víncu-los com grupos de pesquisa in-ternacionais.

Após a recomendação doDepartamento de Cirurgia On-

Unesp pode firmar parceriacom instituição referênciano tratamento de câncer

cológica Gastrointestinal da Uni-versidade do Texas, supervisi-onado pelo professor Jean N.Vauthey, professor Bakonyi de-verá permanecer por dois me-ses nessa instituição.

Convênios como esse já fo-ram f irmados anteriormentepelo professor Bakonyi, coma Divisão de Transplantes Gas-trointestinais da Universidadede MIami-EUA, quando reali-zou nessa organização seuPós-Doutorado. O projetogerou diversas publicações ci-entíf icas em jornais e revistasde grande impacto na áreade transplantes de intestinodelgado - na qual o profes-sor é um dos pioneiros daspesquisas no Brasil.

Os resultados das pesquisasconjuntas entre a FMB/Unesp ea Divisão de Imunopatologiada Universidade de Miami fo-ram apresentados recentemen-te no XI International Small Bo-wel Transplant Symposium, re-alizado em setembro de 2009,em Bologna, na Itália.

COOPERAÇÃO

INTERNACIONAL

O especialista em medicina esportiva e professor daFaculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Dr. Ro-berto Carlos Burini, integra uma delegação internacionalque visita a India, em dezembro, para uma ação de pro-moção da saúde através da prática de exercícios físicos.Professor Burini foi o único profissional brasileiro convida-do a fazer parte desse intercâmbio, juntamente com ou-tros sete especialistas da American College of Sports Me-dicine, sediada nos Estados Unidos.

A comitiva, através do Programa People to People, re-alizará um diagnóstico dos hábitos de vida da populaçãoindiana e das condições de sedentarismo. Essa investiga-ção abrangerá adultos e crianças residentes tanto na zonarural quanto na urbana. “Deveremos avaliar a possibilida-de de incentivar o hábito do exercício físico na prevençãoe até no tratamento primário de doenças. A intenção épropor uma mudança no estilo de vida dos indianos”, de-clara professor Burini, que aproveitará a oportunidade paraapresentar alguns projetos de extensão desenvolvidos naFMB, como o Mexa-se, por exemplo, que completará 20anos de atividades em 2011.

Serão visitadas as cidades de Dahi, Jaipur e Agra. Pro-fessor Burini parte dia 11 de dezembro e retorna dia 23.

Prof. Burini vai à Índiadisseminar o esportena prevenção de doenças

Prof. Roberto Burini é coordenadordo Cemenutri da FMB/Unesp

FOTOS FLÁVIO FOGUERAL

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NOVEMBRO 2010

4 FACULDADE DE MEDICINA

À DISTÂNCIA

APRIMORAMENTO CONSISTIRÁ

NO DESENVOLVIMENTO

DE UM PROJETO

VOLTADO À PNEUMOLOGIA

ENFERMAGEM

Capacitação de professores de Curso Técnicoem Enfermagem forma sua primeira turma

A Faculdade de Medicinade Botucatu/Unesp (FMB), queintegra a Rede Universitáriade Telemedicina (RUTE), par-ticipou, em outubro, da homo-logação dos Núcleos de Tele-medicina e de Telessaúde daUniversidade Federal de Bra-sília (UNB). Em breve, será as-sinado contrato para inaugu-ração, na faculdade, de seupróprio núcleo de telemedi-cina, com suporte técnico doNúcleo de Ensino a Distânciae Tecnologias de Informaçãoem Saúde (NEAD.TIS).

O objetivo dos núcleos detelemedicina é integrar as ati-

Pós-graduandos em Gineco-logia, Obstetrícia e Mastologiada Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) participa-ram, dias 27 e 28 de outubro,de um ciclo de aulas temáticasda disciplina bilíngue em “Doen-ça Trofoblástica Gestacional nosExtremos da Idade Reprodutiva”.As atividades ocorreram em Ca-racas, Venezuela, e integram ointercâmbio colaborativo entre aFMB e a Universidade Central daVenezuela (UCV).

O principal tema analisadodurante a visita centrou-se em ca-racterísticas demográficas, apre-sentação clínica e evolução dasdoenças trofoblásticas nos extre-mos da idade reprodutiva. Naocasião, professores e alunos dasduas universidades discutiram aincidência dessa patologia emmulheres nos extremos da idadereprodutiva (inferiores a 20 anosou superiores a 40 anos).

Participaram da disciplina osprofessores da FMB Izildinha Ma-está e Antônio Braga, além dosmestrandos Renan Rocha Soares,Cecília Canêdo Freitas e PatríciaRangel Sobral Dantas. Todosapresentaram trabalhos cujos te-mas eram: “É a adolescência fa-tor de risco para o desenvolvi-mento de neoplasia trofoblásticagestacional pós-molar?”; “Gravi-dez Molar em adolescentes- Umestudo na América Latina, Brasile Venezuela” e “Mola hidatifor-me completa em mulheres comidade materna avançada”.

Desde 2007 a disciplina deDoenças Trofoblásticas do Pro-grama de Pós-Graduação em Gi-

FMB participa de aula sobre doençasgestacionais trofoblásticas na Venezuela

Brasileiros e venezuelanos mantêm acordos de cooperação

necologia, Obstetrícia e Mastolo-gia da FMB mantém programa decolaboração mútua com a univer-sidade venezuelana através depesquisas conjuntas ou mesmo deatualização de seus alunos emcursos e palestras.

A denominada “neoplasia tro-foblástica gestacional” é uma do-ença rara da placenta humana, ecaracterizada pelo elevado cres-cimento do trofoblasto, a prin-cipal célula da placenta. As cau-sas da transformação malignadesse tecido ainda são desco-nhecidas, mas já há bastante co-nhecimento gerado sobre astécnicas para o diagnóstico e tra-tamento do mal.

Segundo a professora do De-partamento de Ginecologia eObstetrícia da FMB, Izildinha Ma-está, países em desenvolvimento-como os casos de Brasil e Vene-zuela- apresentam signif icativataxa de adolescentes grávidas, oque contribui para maior incidên-

cia de doenças relacionadas aotrofoblasto. Outro fator que setorna de risco é a tendência noadiamento da gravidez em boaparcela da população feminina.

“Estudos nessa área são ne-cessários para aprimorar o co-nhecimento de profissionais dasaúde nessas doenças que ocor-rem nos extremos da idade re-produtiva. As novas descobertaspodem auxiliar o planejamentoda assistência à saúde do cres-cente número de pacientes emtais grupos etários”, ressalta profªIzildinha, que analisou a visita àUniversidade Central de Venezue-la como produtiva para as futu-ras pesquisas em Doenças Trofo-blásticas Gestacionais.

Telemedicina: FMB participade homologação de núcleo

vidades realizadas em dife-rentes regiões do Brasil vincu-ladas ao Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, para promo-ção do uso da tecnologia dainformação na ass istência ,educação e pesquisa emsaúde.Há, no País, 132 institui-ções membros.

Atualmente, há 37 hospitaisuniversitários vinculados à RUTEe em 2010 a expectativa é quesejam 57 em todos os estadosbrasileiros. O coordenador doNúcleo de Telemedicina daFMB é o professor do Depar-tamento de Dermatologia e Ra-dioterapia Dr. Hélio Miot.

Alunos participantes da pri-meira turma do Curso de For-mação Docente em EducaçãoProfissional Técnica na área daSaúde encerraram, dia 11 denovembro, a capacitação coma apresentação formal de seusTrabalhos de Conclusão deCurso (TCC). Tais atividades fo-ram sediadas no Departamen-to de Enfermagem da Facul-dade de Medicina de Botuca-tu/Unesp (FMB).

A capacitação foi promovi-da através de uma parceria en-tre a Escola Nacional de Saúde

Pública, vinculada à FundaçãoOswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) etambém pela Fundação do De-senvolvimento Administrativo-Fundap (órgão do governo doEstado de São Paulo). A FMB foium dos sete pólos educacionaisno interior paulista participan-tes da iniciativa.

Ao todo, 45 professores decursos técnicos em enfermagemdo interior paulista participaramdo curso e realizaram as apre-sentações dos trabalhos nas de-pendências do Departamentode Enfermagem da FMB. Com

duração de dez meses, as ativi-dades realizadas em sistema deensino à distância e encontrospresenciais centraram-se na for-mação pedagógica dos profes-sores em temas que abordavama relação entre trabalho, saúdee educação; além dos proces-sos de trabalho em saúde e suainserção com o SUS (SistemaÚnico de Saúde).

Segundo professora Mariade Lourdes Ferreira, coorde-nadora do Núcleo Interdiscipli-nar de Apoio Docente (NIAD),do Departamento de Enferma-gem da FMB, a capacitaçãoconsistiu em 540 horas/aulaem que os participantes serãodifusores de novos conceitosde atuação profissional dentrodo Sistema Único de Saúde.“São os profissionais formadospor nossos professores queatuarão diretamente com ospacientes contemplados peloSUS. Procuramos com essascapacitações melhorar a assis-tência dentro do sistema pú-blico de saúde”, ressaltou.

Foram tutores do curso, nes-se primeiro momento, os profes-sores da FMB/Unesp, Vânia Mo-reno, Jairo Ayres, Lin Chau Jonge Maria de Lourdes Ferreira.Ao todo, 45 professores de cursos técnicos realizaram as apresentações

SOBRE A RUTEA Rede Universitária de Telemedicina é uma iniciativa que visa aapoiar o aprimoramento da infraestrutura para telemedicina jáexistente em hospitais universitários, bem como promover aintegração de projetos entre as instituições participantes. A Ruteé uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiadapela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associa-ção Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), sob a coor-denação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

A Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) recebeu,entre 13 e 15 de novembro, oCongresso Regional de Histotec-nologia, que reuniu especialis-tas e profissionais das áreas mé-dicas e biológicas para atuali-zação na área. O evento, quecontou com centenas de pesso-as, teve apoio da Sociedade Bra-sileira de Histotecnologia (SBH).

Através de palestras e mini-cursos, os participantes tiveramoportunidade de obter atuali-zações quanto aos avanços empatologia molecular, imunoisto-química, reciclagem e treina-mento de profissionais, monito-ramento ambiental em serviçosde saúde, entre outros.

Os mini-cursos, que aconte-ceram no dia 13, ocorreram nosLaboratórios do Departamento

Congresso Regional deHistotecnologia reúnecentenas de especialistas

EVENTO

de Morfologia do Instituto deBiociências da Unesp, no cam-pus de Rubião Júnior, em Botu-catu. Já as palestras ocorreramno Salão Nobre da FMB, dias 14e 15, sempre a partir das 8 ho-ras. Também houve apresenta-ção de trabalhos científicos comtemática técnica em morfologiahumana, animal ou vegetal.

A Histotecnologia refere-se àtecnologia aplicada ao estudoda estrutura microscópica detecidos e órgãos.

“O Congresso Regiopnal deHistotecnologia que ocorreu emBotucatu, foi importante opor-tunidade de atualização na àrea,bem como a chance de profis-sionais e pesquisadores em tro-ca de experiências”, ressaltouVítor Marcos de Souza, coorde-nador do Congresso.

Prof. Antônio Carlos Cicogna discursa na abertura oficial do congresso

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FACULDADE DE MEDICINA

Em evento solene, FMB chega à sua 43ª turma de médicos

MOMENTO REPRESENTOU ARENOVAÇÃO DA TRADIÇÃO

DA UNIVERSIDADE, DE

DEVOLVER À SOCIEDADE

PROFISSIONAIS CAPACITADOS

A Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) graduou,dia 12 de novembro, sua 43ª tur-ma de médicos. Realizada no gi-násio da FCA (Faculdade de Ciên-cias Agronômicas), no campus doLageado, a solenidade represen-tou a concretização de um sonhonão só dos noventa novos médi-cos graduados, mas também deprofessores e familiares presentes.

A programação de formaturateve início pela manhã o descerra-mento de placa no corredor cen-tral do Hospital das Clínicas/Unespseguido por um plantio simbólicode árvore ao lado da Bibliotecado Campus, em Rubião Júnior .Entre os homenageados estavamprofª Joelma Gonçalves Martins,escolhida como paraninfa da tur-ma e o prof. José Carlos Peraçoli,patrono. O professor emérito dainstituição, Francisco Humberto deAbreu Maffei , cedeu seu nome àturma graduada.

A solenidade contou com a pre-

Seu exercício é cercadode problemas como condi-ções precárias de trabalho eisso faz com que vocês, mé-dicos, mantenham a ética

Prof. Peraçoli ao dirigir aspalavras aos novos médicos

sença de toda a Congregação daFMB, além do prefeito de Botuca-tu, João Cury Neto (PSDB) e dovereador Benedito José Gamito(PT), na ocasião representando aCâmara Municipal local. As demaisunidades da Unesp, em Botucatu(FCA, IBB e FMVZ) tambem fizeram-se presentes com seus respectivosdiretores. Com apresentação daOrquestra Filarmônica “Triunfal”, osnoventa novos médicos graduadospela faculdade

Para o diretor da FMB, SérgioMüller, o momento representou arenovação da tradição da univer-sidade, que é de devolver à socie-dade profissionais capacitados eengajados com a assistência e obem-estar ao paciente. O legadoque todos esses alunos deixa é oque motiva a nossa faculdade”, res-saltou em seu discurso.

Prof. Müller também frisou osinvestimentos que a FMB tem reali-zado em sua estrutura de ensino eo incentivo à pesquisa e atividades

de extensão. Esses avanços refle-tem na procura cada vez mais acir-rada nos processos seletivos de in-gresso. Novamente o curso de Me-dicina foi o mais procurado no ves-tibular da Unesp, com relação de130 candidatos por vaga.

Em sua mensagem final, o di-retor engajou os novos médicos aseguirem estritamente o compro-misso com a ética profissional. “AMedicina tem mudado muito e ra-pidamente. Seu exercício é cerca-do de problemas como condiçõesprecárias de trabalho e isso fazcom que vocês, médicos, mante-nham a ética. O que interessa é opaciente e o bem-estar dele. Esseé o alicerce do exercício da Medi-

cina”, finalizou prof. Müller.Patrono da 43ª turma, prof.

José Carlos Peraçoli, relembrouque aquele é o ponto inicial dacarreira desses novos profissio-nais. Aconselhou os mesmos a nãopararem de se especializar. “Há36 anos participei de uma ceri-mônia de formatura como alu-no. Naquele momento foi-meconcedido o título de médico edesde então, exercer a Medicina,todos os dias, me dá a sensaçãodo dever cumprido”, declarou.

Já a paraninfa da turma, profªJoelma Matins frisou o processo dehumanização da universidade e oreflexo nos médicos formados nes-se contexto. Ressaltou a participa-ção dos ex-alunos em programasde promoção à saúde. “Essa tur-ma representa a concretização deuma proposta de buscar o conhe-cimento através da ação. Nunca secansaram em buscar sempre peloensino”, disse.

O orador da turma, Henrique

Costa Penatti, relembrou momen-tos da turma e também os desafi-os que cada um dos novos médi-cos devem enfrentar durante a car-reira. A solenidade de colação degrau teve ainda homenagens aospais dos formandos e também aprofessores, representantes docorpo técnico-administrativo e àsentidades representativas dos alu-nos, como o Centro AcadêmicoPirajá da Silva (CAPS) e a Associa-ção Atlética Acadêmica Carlos Hen-rique Sampaio de Almeida (AAA-CHSA).

Em várias partes do ginásio da FCA, era pos-sível ver as pequenas, mas bem animadas ‘tor-cidas’ pelos formandos. Faixas, cartazes e cami-setas personalizadas deram o tom à solenidadede colação de grau aos novos médicos gradua-dos pela FMB.

Um dos casos é da família da formanda KátiaHiga. Com os pais também formados em Medici-na, a escolha pela carreira veio do berço. “É aconcretização de um sonho. Como pais, que op-tamos pela Medicina, e vermos uma filha seguirtambém essa vocação é uma emoção muito gran-de a todos”, declarou Rita Higa, mãe da formada.

Para a nova médica, que pretende se espe-cializar em dermatologia, uma das característi-cas da 43ª turma foi a união entre os alunos, oque proporcionou melhor clima para o apren-dizado. “Também tínhamos um contato diretocom os professores, o que facilitou ainda maisnosso ensino”, disse.

Foram seis anos de dedicação, desafios e superação. Assim foia trajetória do agora médico Anderson E. K. dos Santos Velho.Natural de Benguela, em Angola, o formando soube da disponibi-lidade de vagas em um programa de intercâmbio para a entãodistante Unesp, no Brasil, em um programa de rádio local.

Interessou-se e veio ‘com a cara e coragem’, como definiu suaviagem. Além dele, mais duas colegas tam-bém vieram ao país, mas com o passar dotempo, diferenças culturais e principalmentea distância da família, as fizeram desistir. “Éum futuro que não imaginava que teria. Vol-tarei para minha terra e com a medicina ten-tarei ajudar o meu povo”, declarou o novomédico, que pretende se especializar em or-topedia.

Emocionado e ao lado da família, podecelebrar mais do que a própria graduação.O pai, que trabalhou como caminhoneiro emecânico em Angola, graduara-se aos 50 anosde idade em administração semanas antes.

Torcida familiarpelos novos médicos

Superando desafios continentaise coração no Brasil

Clima de confraterni-zação e conquistaestava estampado

tanto na conquista dafamília da médica Ká-

tia Higa (foto acima) edo angolano Anderson

dos Santos Velho(ao lado), que veio

com ‘a cara e acoragem’ ao Brasil.

Sessão solene de formaturada 43 turma de médicos daFMB foi marcada pela emo-

ção. Desde o discurso doorador da turma, Henrique

Penatti, às palavras dopatrono José Carlos Peraçoli

e a paraninfa JoelmaMartins, todos ressaltaramos momentos de vivência e

os desafios que os novosgraduados vivenciarão

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6 FORMATURA

Prazer em cuidar do próximo.É basicamente esse o lema queimpulsionou as 29 formandas da19ª Turma de Enfermeiras da Fa-culdade de Medicina de Botuca-tu/Unesp (FMB), a dedicarem qua-tro anos de suas vidas aos estu-dos. Elas se formaram no últimodia 26 de novembro.

A cerimônia de colação degrau, realizada no auditório doColégio La Salle, em Botucatu, reu-niu familiares e amigos das agoraex-alunas da graduação, que seemocionaram ao relembrar osmomentos vividos durante sua for-mação. As estudantes AmandaOliveira Medeiros e Bruna Noguei-ra dos Santos foram escolhidaspara serem as oradoras.

Durante seu discurso, elas lem-braram da chegada à Botucatu,quando o grupo ainda não seconhecia; o primeiro contato comos apelidos; as festas; caronas; au-las de anatomia; o primeiro jale-co; os estágios... As agora enfer-

19ª turma de enfermeiros da FMB:paixão por cuidar do próximo

Momentos marcantes dasolenidade de formaturada 19 turma de enfermeiros.Desde a transmissão dalâmpada, à entrega dosdiplomas e o juramento,alunas têm novo papelfundamental na sociedade

meiras comentaram, também, so-bre as dificuldades, nas aulas prá-ticas, de lidar com a dor do pró-ximo. “Ser enfermeiro é, por al-guns momentos, se deixar de ladopara servir o outro. É gente quecuida de gente e também é gen-te”, mencionaram.

As professoras homenagea-das pela turma foram a Dra He-loisa Wey Berti(paraninfa) e DraLin Chau Jong( p a t r o n e s s e ) .Elas, ao falaremdurante a soleni-dade, inovaramao discursarem juntas – algumasvezes dialogaram entre si- e comgrande dose de bom humor, fa-zendo brincadeiras com as alu-nas enquanto agradeciam porterem sido as escolhidas.

Juliana Ferreira Bacelar condu-ziu o juramento das formandas.Ioná Araújo de Souza e Bruna Pe-gorer Santos envolveram as no-

vas enfermeiras com uma apre-sentação musical de voz e violão.

A vice-diretora e atual direto-ra da FMB em exercício, profes-sora Silvana Artioli Schellini, ressal-tou em seu discurso que a proje-ção nacional e internacional quea graduação em Enfermagem al-cançou ao longo de sua história émotivo de grande orgulho para a

instituição. “É umcurso projetadocom muito zelo ededicação. É umajoia que temos naFMB. Ressalto a im-portância dos pro-

fessores, que têm papel fundamen-tal na formação sólida dos alunos”,colocou ela, que na oportunida-de representava o reitor daUnesp, professor Herman Corne-lis Voorwald.

Professora Silvana aproveitoupara deixar alguns conselhos paraas enfermeiras, entre eles: pensarno compromisso com aqueles que

pagam seus impostos e ajudam amanter a universidade, devolven-do a eles, através de bons servi-ços, os seus investimentos; ter gra-tidão aos pais e respeito aos pro-fessores; ser grato à FMB e aospacientes que participaram de suaformação; manter-se sempre atu-alizado e ter metas, praticando aprofissão com paixão e lutandopor um futuro melhor.

A colação de grau da 19ª tur-ma contou com a presença dosmembros da Congregação daFMB e, na mesa de autoridades,do vice-prefeito e secretário Mu-nicipal de Saúde, professor Anto-nio Luiz Caldas Júnior e o presi-dente da Câmara Municipal deBotucatu, vereador Reinaldo Men-donça Moreira. Também estevepresente a vice-superintendentedo Hospital das Clínicas da FMB,professora Irma de Godoy e achefe do Departamento de Enfer-magem, professora Carmem Ma-ria Casquel Monti Juliani.

PROJEÇÃO QUE AENFERMAGEM ALCANÇOU

É MOTIVO DE ORGULHO

PARA TODA A INSTITUIÇÃO

ENCONTRO- Alunas da 19ª tur-ma de Enfermagem, curso manti-do pela Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) participa-ram, na tarde de 9 de novembro,de um café informal com o diretorda instituição, prof. Sérgio Müller.A atividade foi parte integrante daprogramação de formatura dasacadêmicas. Em sua explanação,prof. Müller frisou o significadoda universidade para a sociedadee a missão das novas enfermeirasem zelarem pela saúde do pacien-te. “É um curso que em duas dé-cadas atingiu o nível de excelên-cia esperado e o esforço agora épara manter esse padrão aos nos-sos alunos”, declarou.

Para Maria Aparecida Araujode Souza, mãe da formanda IonáAraujo de Souza, os momentosvividos nesta manhã fecham umciclo da vida de toda sua família.“Estamos realizando um sonho. Éa segunda filha que vemos forma-da pela Unesp. Fica a sensação dodever cumprido”, avalia ela. Suaprimeira filha é formada em jor-nalismo pela FAAC de Bauru.

Ela lembra que muitas famíliasnão conseguem levar os filhospara a faculdade, seja ela particu-lar e principalmente uma pública.“A Unesp é uma instituição deprestígio, que oferece um grandediferencial quando comparadacom outras escolas”, destaca.

Sua filha, Ioná, mal conseguiaconter o sorriso largo e constan-te. Ao ser questionada sobre oque sentia, foi enfática: “É minhaprimeira grande conquista. O sen-timento é indescritível por todahistória que vivi nessa faculdade.Eu sempre quis ser enfermeirapara fazer o bem para a humani-dade”, resume. “A partir de agoratenho uma formação que me per-mite não ver fronteiras. Sei queposso voar alto. Meu objetivoagora é me especializar”, avisa.

Maurício Bacelar (foto aci-ma), pai da aluna Juliana Ferrei-ra Bacelar, classifica o dia de hojecomo o marco da realização deum sonho. De acordo com ela, aformatura da filha é uma conquis-ta que “custou trabalho, mas queagora se reverte em frutos”.“Achei excelente a formação queminha filha recebeu aqui na FMB.Tenho uma outra filha formadaem enfermagem, também nessafaculdade e sempre gostei muitoda instituição”, declara ele, quemora em Minas Gerais.

A aluna Amanda Oliveira, queé de São Paulo, também traziaem sua fisionomia os sinais da fe-licidade, comenta que os últimosquatro anos de sua vida foramde muito estudo. No entanto, foitaxativa ao afirmar que “valeu apena”. “Fomos muito exigidas du-rante o curso, principalmentecomo seres humanos. Mas valeua pena. Agora sonho ter um em-prego bom”, diz.

Para familiares,momento deconquista

FOTO MATHEUS PRESTES

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

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ENTREVISTA

Emílio Carlos Curcelli foi esco-lhido em 2009 como superinten-tendente de um dos maiores e maiscomplexos hospitais do interiorpaulista. Foi um dos responsáveispelas recentes reestruturações pe-las quais a unidade tem passadonos últimos meses como a realo-cação de leitos, novas enfermariase reforma de espaços existentes noHospital das Clínicas da Faculdadede Medicina de Botucatu.

No entanto, sua maior missãotem sido dar ênfase ao processoque transforma a unidade em umanova autarquia, vinculada direta-mente à Secretaria de Estado daSaúde. Desde pequenos detalhesoperacionais ao organograma edefinição de Recursos Humanos,tudo passa por sua supervisão. Umdos passos cruciais foi a nomeaçãocomo superintendente do HCFMBpelo governador Alberto Goldmane publicada no Diário Oficial do Es-tado em 11 de novembro (maisdetalhes na página 11).

Segundo prof. Curcelli, algunspontos principais deverão perme-ar a linha de trabalho de sua ges-tão. Além de buscar uma estruturaadministrativa com foco na exce-lência no atendimento, outros pon-tos devem tambem ser guias nessanova fase do hospital.

Um desses pontos, segundo ele,é a estruturação para que a unida-de seja referência em transplantes.Quanto ao parque tecnológico, Cur-celli diz crer que com a nova au-tarquia seja possível renovar partedos equipamentos em uso pelo hos-pital em médio prazo.

Em entrevista ao Jornal da FMB,o superintendente ressalta aindaque deverão ocorrer poucas mu-danças no ensino e pesquisa que aFaculdade de Medicina promoveem parceria com o hospital. Alémdisso, reafirmou que há perspecti-vas de crescimento estrutural e tam-bém há o projeto de se criar umHospital Dia Clínico, o qual propor-cionaria maior suporte aos serviçosexistentes no HCFMB.

Com a nomeação frente ao Hospi-tal das Clínicas da Faculdade deMedicina de Botucatu, quais de-vem ser os principais pontos de suaadministração frente ao hospital?Para 2011, queremos continuar oprocesso administrativo iniciado hádois anos quando assumi a supe-rintendência. Outro ponto será daruma estrutura administrativa capazde fazer com que o hospital alcan-ce outro patamar de organização,voltado principalmente à qualida-de de assistência. Isso significa im-plantar no hospital programas dequalidade assistencial; ao mesmotempo pretendemos investir em tec-

nologia. O parque tecnológico hojeé aquem dessa necessidade e a pri-oridade será a husca de investimen-tos para melhorar e até trocar al-guns equipamentos instalados noHCFMB, entre eles os da Ressonân-cia (Magnética). Já um ponto pri-mordial será equacionar a questãodo défict em recursos humanos. Es-tamos fazendo algo nesse sentidoem conjunto com a Famesp (Fun-dação para o DesenvolvimentoMédico e Hospitalar) e esperamosque isso possa ocorrer com a au-tarquia. Por fim, almejamos a aber-tura de novos serviços. No próxi-mo ano, a unidade deve entrar deforma plena na questão dos trans-plantes onde já existe uma questãoiniciada nesse sentido e também aabertura de novas enfermarias e adestinação de leitos nos locais emque a demanda seja maior.

Na questão dos transplantes, oHCFMB é considerado referênciaem alguns procedimentos, comoa renal. Quais seriam os tipos decirurgia nesse aspecto que o hos-pital quer implantar?Temos uma referência importantee tradicional no transplante renal.Estamos mudando toda a estruturapara implantar de maneira eficaz otransplante de córnea e o próximotransplante que faremos será o he-pático. Também há a preparaçãopara outros tipos como o pulmo-nar e o de pâncreas-rim. Já há opedido de credenciamento e tam-bém toda a preparação de equi-pes para o transplante cardíaco.

Quais as perspectivas de cresci-mento do hospital, em questãode enfermarias, se tornando umaautarquia ?Nessa gestão abrimos a enferma-

ria de cirurgia geral, de Clínica Mé-dica, em substituição a uma existentenas instalações do Pronto Socorroe atualmente está em reforma, naárea da antiga Triagem, a Enferma-ria de Psiquiatria. Com essa novaárea, teremos condições de ampli-ar a enfermaria de Neuroclínica/Neurocirurgia e ampliaremos osleitos da enfermaria de Ortopedia.E de imediato já com uma reformana Hemodiálise, onde esperamosoferecer mais espaços para esseprocedimento. Atualmente, o HCconta com capacidade de 550 lei-tos. Hoje temos por volta de 430em operação e o objetivo é ampli-ar e adequar o hospital para che-gar a esse número.

Um dos principais gargalos é aquestão de Recursos Humanos.Com a nova autarquia, haverá de-missões? Como será a política decontratações a partir de 2011?Nenhuma demissão é prevista. Pelaautarquia não deve ocorrer. Se issoacontecer deve ser por alguma ou-tra razão. Para o próximo ano, eisso depende de conversas com aSecretaria de Estado da Saúde como Orçamento 2011, espera-se queem média, de 10 % a 20% dos fun-cionários que são Famesp possamser absorvidos pelo HCFMB. Aindanão está acertado de forma oficial.Existem apenas ideias e conversasnesse sentido. Mas, fundamental-mente, o orçamento para isso fi-cou para ser decidido pelo próxi-mo secretário da saúde. A perspec-tiva é que, ao longo dos próximosanos, os mais de mil servidores vin-culados à fundação sejam transfe-

Curcelli: meta da novaautarquia é ampliar acapacidade do hospital

ridos para a autarquia.

Muito tem se debatido quanto ouso das instalações do HCFMBpara fins acadêmicos. De que for-ma ocorrerá esse uso? O que efe-tivamente muda com a autarquiaem relação a ensino e pesquisa?Basicamente, nada muda. Mesmohavendo essa divisão com CNPJ, e oHCFMB se transformando em umaentidade diferente da Faculdade deMedicina de Botucatu, ambas são in-dissociáveis. Está clara a dependên-cia que um tem do outro. Continu-aremos com espaços destinados aoensino, pesquisa e teremos dentroda autarquia uma área específicapara ajudar a FMB na implemen-tação dessa relação dentro do hos-pital. Do ponto de vista operacio-nal não haverá grandes mudanças.O que ficará mais clara será a com-petência de cada instituição. Issoestá misturado aqui atualmente oque faz com que o cuidado ao pa-ciente não seja tão bom.

O que falta efetivamente parao HCFMB se tornar uma au-tarquia? O que significa o de-creto que deve ser publicadoem breve?A publicação do Decreto Regula-mentar, que torna oficial a maneiracomo o hospital vai funcionar, ascompetências de cada diretor, se-tor, Conselho do Hospital, de seusuperintendente, enfim, todos os trâ-mites necessários. Esse decreto estásendo elaborado pela Secretaria deSaúde e deve sair ainda esse ano.Sem isso, não há autarquia.

Além dos recursos oriundos daSecretaria de Estado da Saúde,devido à autarquia, continua-rão valendo os convênios de fi-nanciamento?Não haverá nenhuma mudança. Oque deve acontecer é que muda a‘cabeça’ do contrato. Hoje temos con-vênios e contratos com a Unesp quedeixarão de existir e que serão com aautarquia. Ocorrerá uma retificaçãodesses acordos, inclusive o existentecom o SUS (Sistema Único de Saúde).Não serão feitos novos contratos, massim a mudança do pagador, essa re-tificação do documento.

Haverá mudanças no espaço físi-co do HC nos próximos mesescom a realocação de serviços?Quais seriam essas realocações?Independente da autarquia, há umprojeto coordenado pelo profes-sor Sérgio (Müller), que construiu umprédio administrativo para a Facul-

dade de Medicina Isso liberará es-paços antes ocupados pela admi-nistração da entidade ao hospital.A proposta é que haja uma mudan-ça radical no HCFMB com a ideiade deixar nítido o que é adminis-tração e assistência. Deixar vagosespaços para a assistência. Temosalgumas propostas de melhorar oacesso. A área que compreende oPronto-Socorro será totalmente re-formulada. Com a autarquia o hos-pital passará por uma grande trans-formação de distribuição e fluxo.

Há também a pretensão de se cri-ar um Hospital Dia nas depen-dências do antigo PS? Como fun-cionaria esse serviço e o que opaciente poderia esperar?O Hospital Dia seria dedicado a pro-cedimentos clínicos que exigem am-biente hospitalar, mas não interna-ção. Por exemplo, a aplicação deuma medicação intravenosa queprecisa de um ambiente adequa-do, pois pode trazer riscos em suaaplicação. Transfusões de sangue epequenos procedimentos como bi-ópsias, poderiam ser realizadas nolocal. A ideia é que o paciente ve-nha pela manhã e realize o que fornecessário no mesmo dia. O proje-to arquitetônico para esse hospitaljá existe. A questão é que ainda nãoconseguimos transformar o nossoPronto-Socorro como referência,pois ainda há demanda espontâ-nea. Não temos como desocupara área enquanto essa questão nãofor resolvida.

Com a nomeação do professorGiovanni Guido Cerri, atual dire-tor da Faculdade de Medicina deSão Paulo, da USP, como deve sera relação da futura autarquiaHCFMB com o governo estadual?Acredito que será boa. O novo se-cretário é uma pessoa que enten-de a linguagem de um hospital uni-versitário por ter a experiência emdirigir uma faculdade de medicina.É também alguém que entende asnecessidades de um hospital em as-sistência médica de qualidade à po-pulação. Será bastante proveitosaessa relação. Mesmo porque oHCFMB é uma unidade importantepara a Secretaria de Estado da Saú-de no interior paulista.

Isso significa implantarno hospital programas dequalidade assistencial; aomesmo tempo pretende-mos investir em tecnologia

Emílio Carlos Curcelli sobreos novos rumos do HCFMB

O HCFMB é umaunidade importantepara a Secretariade Estado da Saúdeno interior paulista

Emílio Carlos Curcelli sobrea nova autarquia do Estado

Nenhuma demissão éprevista. Pela autarquianão deve ocorrer. Se issoacontecer deve ser poralguma outra razão

Emílio Carlos Curcelli sobre aincorporação de servidores

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8 ALUNOS

22 CONVIDADOS PARTICIPARAM

DAS ATIVIDADES PREPARADAS EM

COMEMORAÇÃO AO SERVIDOR

APOSENTADO DA FMB

Alunos do Cursinho Desafio,projeto mantido pela Faculda-de de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) visitaram, dia 17 deoutubro, a Vila de Paranapia-caba, pertencente a Santo An-dré. A viagem integrou as ativi-dades extra-curriculares do pro-jeto que oferece além de aulaspreparatórias para os vestibu-lares, atividades culturais e depromoção e difusão da cultura.

Um dos pontos importantesno desenvolvimento da culturaagrária brasileira durante o ciclodo café e do início da era indus-trial nacional, já no final do sécu-lo XIX, durante a era Mauá, a vilatambém tem relevância ecológi-ca por possuir reservas ecológi-cas dentro da Mata Atlântica.

“Todos os anos, o CursinhoDesafio realiza uma viagem cul-tural junto a seus alunos. Opta-mos por realizar nossa viagemem Paranapiacaba. Apesar denome e localidade pouco explo-rados e conhecidos na regiãocentro-oeste do estado, Parana-piacaba nos mostrou muito, emvários aspectos. O modo comoforam construídas as casas e a to-lerância religiosa são caracterís-ticas que chamam a atenção. Foraisso, os pequenos detalhes docotidiano foram reconstruídospor meio dos museus os quais vi-sitamos”, disse Thaís Bassi, coor-

A Faculdade de Medicina de Bo-tucatu/Unesp (FMB), através de suaAssociação Atlética Acadêmica Car-los Henrique Sampaio de Almeida(AACHSA) iniciará parceria com aPrefeitura Municipal de Botucatu pararealizar projetos de extensão na RedeMunicipal de Ensino em troca da utili-zação de suas quadras de esportes. Aprimeira atividade que será desen-volvida é uma avaliação de acuida-de visual em alunos das 4ª e 8ª séries– exame que dever ser feito obriga-toriamente, pelas professoras, no 1ºano do ensino fundamental.

Os alunos da Atlética têm difi-culdade para encontrar locais ade-quados para treinarem antes de par-ticiparem de competições nas quaisrepresentam a FMB. Por isso, en-contraram, na parceria com o Mu-nicípio, uma forma de levar o co-nhecimento produzido na univer-

Atlética realizará projetos naRede de Ensino de Botucatu

Participantes e monitores do Cursinho Desafio conheceramlocais históricos e também parte da Mata Atlântica

ATENDIMENTOS

Cursinho Desafio realiza viagemcultural a cidade histórica paulista

Um dia de princesa. Foi assim que a auxiliarde enfermagem Neide Maria de AlbuquerqueGimenez encerrou, em grande estilo, sua car-reira no Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp (HCFMB). Apósparticipar de um evento em homenagem aosservidores aposentados, promovido pela FMB,a ex-funcionária foi sorteada e ganhou umatarde de cuidados especiais no salão de bele-za Charme Beauty, em Botucatu.

Neide, que tem 58 anos de idade, é casadae mãe de três filhos, dedicou 23 anos de suavida à instituição. Ela afirmava, enquanto rece-bia tratamento nos cabelos, ter ficado bastan-te contente com o prêmio. “De vez em quan-do eu tento mudar um pouco o visual, me ar-rumar, mas nunca havia passado por uma tra-

Programação especial em homenagemaos servidores aposentados pela FMB

Em comemoração ao Dia doServidor Público, dia 25 de outu-bro a Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) ofereceu,em seu Salão Nobre, uma tardeespecial aos seus funcionários quese aposentaram de outubro de2009 até o mesmo período desteano. Vinte e dois convidados par-ticiparam das atividades prepara-das pelo Grupo Técnico de De-senvolvimento em Recursos Huma-nos (GTDRH) da FMB.

O evento contou com a per-formance Grupo de Dança Core-ográfica do Centro de Lazer NovaAurora, formado por 13 senho-ras comandadas pelo professor dedança de salão Fábio Gonçalves.Em seguida, o diretor da institui- Chá com apresentação musical foi uma das atividades em homenagem

ção, professor Sério Müller enfati-zou a importância que os servi-dores aposentados tiveram paraa história da escola. “Consideromuito positivo que os funcionári-os aposentados mantenham o vín-culo com seu antigo local de tra-balho, onde estiveram durantemuitos anos de suas vidas. Temosmuito orgulho de nossos funcio-nários”, ressaltou, colocando a fa-culdade à disposição dos ex-ser-vidores para que estejam semprepor perto.

Houve também uma palestracom a nutricionista Silvia PapiniBerto, professora do Departa-mento de Enfermagem. Ela falousobre "Qualidade de vida: Sinô-nimo de alta produtividade, me-lhor desempenho e motivação".

Por fim, todos foram convida-dos para um lanche servido nosaguão de entrada do Salão No-bre. Os pratos foram saboreadoscom acompanhamento musical deum grupo de músicos do Conser-vatório de música de Tatuí, cujaperformance foi do clássico à Mú-sica Popular Brasileira.

O evento teve a colaboraçãoda Padaria Pão e Doce, Gold &Silver, Chiquinho Paiva Cabelei-reiro e Livraria do Campus.

Servidora aposentada ganha “Dia da Beleza”tamento completo como esse”, comentava.

A servidora deixou claro que indepen-dente os benefícios que recebeu, conside-rou uma bela iniciativa da FMB a homena-gem prestada aos funcionários que estão dei-xando suas atividades. “Sempre tive uma re-lação muito boa com a faculdade e gosteimuito do evento que eles promoveram paranós, aposentados. Achei interessantíssima apalestra sobre qualidade de vida”, frisou.

Ela garante que pretende manter con-tato com o hospital mesmo sem vínculo for-mal. “Vou guardar boas lembranças de mi-nha carreira no HC. Foram mais bons doque maus momentos. Mas eu ainda conti-nuo fazendo várias atividades, viu? Não mevejo aposentada”, salientou, sorrindo.A enfermeira Neide Gimenez foi a sorteada para uma tarde de beleza

EXTENSÃO

sidade para os alunos da rede pú-blica através de atendimentos pri-mários em diversas especialidadesmédicas e eventual encaminha-mento para as especialidades com-petentes. Ainda serão definidos osoutros tipos de ações que serão de-sencadeadas.

Segundo a vice-diretora daFMB e uma das idealizadoras daparceria, professora Silvana ArtioliSchellini, também serão realizadaspalestras sobre verminoses e do-enças sexualmente transmissíveis.“As crianças de 4ª e 8ª séries estãona fase em que geralmente apare-cem os problemas de refração, oque prejudica sua visão”, explica amédica, que é oftalmologista.

Os alunos da Atlética utilizarãoas quadras para a prática de vôlei,handebol, futsal e basquete, nascategorias masculino e feminino.

denadora do Cursinho.Criado no ano 2000, o Cursi-

nho Desafio tem obtido êxito emsua proposta. O projeto tambémoferece espaço próprio com bi-blioteca e computadores parauso didático com acesso à In-ternet. Todas as salas usadas

pelo projeto contam com pro-jetores multimídias e os alunostêm, além de monitorias nasmais diversas disciplinas, simu-lados mensais. Não há cobran-ça de mensalidades e tambémsão realizadas, no decorrer doano, viagens e visitas culturais. Representantes da Prefeitura Municipal de Botucatu

e da FMB/Atlética discutem detalhes iniciais da parceria

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INÉDITO

O 1o Congresso de Extensãopromovido pela Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp(FMB) foi considerado um suces-so por seus organizadores. Oevento contou com a presençada pró-Reitora de Extensão daUnesp, professora Maria AméliaMáximo de Araújo, que minis-trou palestra no dia da abertu-ra, 3 de novembro e elogiou ainiciativa, estrutura e qualidadedos trabalhos inscritos.

Durante o congresso foram

Congresso de Extensão contou com 125congressistas e 75 trabalhos apresentados

apresentados 75 projetos de ex-tensão, sendo que três foram pre-miados. São eles: "Ações de ex-tensão desenvolvidas no Núcleode Assistência Ostomizado (NAO)do HC da FMB", de autoria daprofessora Magda Cristina Quei-roz Dell'Acqua; "Avaliação da con-cordância entre diferentes crité-rios de classificação de índice demassa em escolares do ensino fun-damental", elaborado por Fer-nanda Giarola Pereira e "Preven-ção de acidentes na infância: uma

prioridade em Saúde Pública", deClarita Terra Rodrigues.

Os selecionados receberamnota 9 da comissão julgadora.Ao todo, foram 125 congressis-tas e 13 pareceristas.

A pró-reitora de Extensão daUnesp, professora Maria Améliaafirmou, durante a cerimônia deabertura, que a universidade pú-blica tem o compromisso com osaber sistematizado e com osproblemas e desafios da socie-dade. Ela também previu que umdia a Extensão será devidamentevalorizada e compreendida. “AExtensão é objeto de controvér-sias internas e de conflitos ideo-lógicos na universidade, mas re-presenta também acessibilidadeaos conhecimentos. No entanto,é preciso ultrapassar os muros dauniversidade”, citou.

A abertura do Congresso con-tou ainda com a presença do di-retor-presidente da Fundaçãopara o Desenvolvimento daUnesp (Fundunesp), professorLuiz Antônio Vane; professoraVânia Moreno, coordenadorado evento; professora DalvaCesário, vice-diretora do Insti-tuto de e Biociências de Botu-catu/Unesp (IB) e professorJosé Perosa, vice-diretor daFaculdade de Ciências Agro-nômicas/Unesp (FCA).

Esse é um projetode extensão quepoderia se repetir emsituações semelhantes

Vidal Haddad Júnior ao avaliara ação de saúde no município

Maria Amélia: compromisso com os desafios da sociedade

Ao todo, 75 trabalhos apresentados durante o congresso

Parasitose Infantil em debatena CEI do Jd. Santa Elisa

Alunos do 2o ano dos cur-sos de Enfermagem e Medici-na da Faculdade de Medicinade Botucatu/Unesp (FMB) par-ticiparam, dia 10 de novembro,de uma atividade educativa naCEI Professora Roseli Alves Lei-te, no Jardim Santa Elisa, em Bo-tucatu. Foi discutido, através deuma “roda de conversa” envol-vendo diretora e funcionárias,o tema Parasitose Infantil.

A ação teve orientação daprofessora Cátia Fonseca, do

PROMOÇÃO À SAÚDE

Departamento de Pediatria daFMB e foi desenvolvida pela Disci-plina do IUSC (Integração Univer-sidade Serviço-Comunidade). Osestudantes entregaram um ques-tionário sobre o assunto e analisa-ram as respostas. A intenção eradiscutir medidas de prevenção di-ante de casos da doença.

O médico Dr. Luis FernandoP. Lyon, que integra a equipede Saúde da Família do JardimSanta Elisa, também participoudas atividades.

O IUSC é uma experiênciaconstruída coletivamente, a par-tir do reconhecimento da neces-sidade de vivência de alunos eprofessores em práticas voltadasà integralidade das ações em saú-de. Baseia-se no desenvolvimen-to de dimensões psicossociais re-levantes nas práticas educativas,voltadas à mudança da forma-ção de profissionais de saúde eàs necessidades do SUS (SistemaÚnico de Saúde).

Iniciou-se em 2003, como estra-tégia para mudança curricular da

SOBRE O IUSC FMB e expressão de um grande es-forço institucional por enfrentar osdesafios contemporâneos à forma-ção profissional em saúde. Desen-volve-se sob responsabilidade doConselho de Curso, como integra-ção interdisciplinar e, a partir de2007 insere-se na grade curricularcomo disciplina oficial do 1o, 2o e3o anos de graduação.

Participam dessa inovação pro-fessores com formação em diver-sas áreas: Medicina, Enfermagem,Psicologia, Pedagogia, Biologia, Fo-noaudiologia, Sociologia, TerapiaOcupacional, Nutrição, Odontolo-gia, Comunicação e Serviço Social.

Falta capacitação em cuidadores de idosos, mostra estudoA maioria das pessoas não

gostaria de ver um parente seu,após atingir a terceira idade, vi-vendo longe da família, ainda queseja em uma instituição especi-alizada. Mas como em algunscasos essa situação é inadiável, oque se espera é que as pessoasdesignadas para cuidar do idosoreúna todas as condições paradesempenhar a função.

E será que é sempre assim?Foi essa a resposta que o tra-balho de mestrado da enfermei-ra Graziela Félix Cornélio, de-senvolvido pelo Programa dePós-Graduação do Departa-mento de Enfermagem da Fa-culdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) orientadopela professora Ilda de Godoy,estudou. Ela pesquisou nove ins-tituições de Botucatu que cui-dam de idosos e são cadastra-das na Vigilância Sanitária daSecretaria Municipal de Saúde.

Entre outros fatores, foi ana-lisada a formação e o conheci-mento dos cuidadores, o pro-cesso de gerenciamento dosrecursos da unidade, a quanti-dade de profissionais disponí-veis e até as dificuldades quan-to ao cuidado oferecido aosusuários do serviço. Um levan-tamento de 2010 feito em insti-

tuições brasileiras mostra que amaior parte dos gastos em ins-tituições que cuidam de idososé com recursos humanos.

Foram feitas entrevistas comos cuidadores, responsáveis téc-nicos e coordenadores das ins-tituições. Após meses de inves-tigação, Graziela chegou a al-gumas conclusões, como: 58,1%dos cuidadores tinham forma-ção na área da saúde - entre-tanto poucas instituições usamesse critério como principal na

hora da contratação - e somen-te 9,3% tinham cursos específi-cos para o atendimento a ido-sos (34,9% tinham o primeirograu incompleto). “Percebi, ain-da, que há dificuldades com ascondições e organização do tra-balho; falta quantidade de re-

cursos humanos e também háfalta de habilidade técnica e psi-cológica dos trabalhadores paracuidar dos idosos”, comenta aautora da pesquisa.

Uma constatação que surpre-endeu a pesquisadora é que, du-rante as conversas com os cuida-dores, a capacitação não foiapontada como prioridade. “Amaioria dos funcionários das ins-tituições por onde passei procu-rou esse serviço por necessidadefinanceira”, afirma Graziela.

Segundo a enfermeira, foi pos-sível identificar que muitos cuida-dores enxergam os idosos combase em alguns mitos e estereóti-pos. Eles são classificados, confor-me a pesquisa, como inativos, im-produtivos, rígidos, inflexíveis e semvida sexual. “Os cuidadores achamque por ser idosa a pessoa neces-sariamente tem incontinência uriná-ria e que devem usar tom de vozalto para falar com eles, sendo quenem todos têm deficiência auditi-va”, acrescenta a enfermeira.

Graziela analisou 9 instituições de Botucatu que cuidam de idosos

A pesquisa de Graziela tam-bém analisou as limitações enfren-tadas pelos responsáveis técnicose coordenadores nas instituições.Como mais citadas apareceramas dificuldades para encaminharou receber os idosos de outrosserviços; demora no atendimen-to; número insuficiente de recur-sos humanos e materiais com ne-cessidade de doações para aunidade e falta de apoio públi-co e da família. “Muitos me dis-seram que os familiares são ra-dicais, cobram demais ou aban-donam o idoso. No entanto, osresponsáveis e coordenadorestambém não capacitam os cui-dadores de forma sistemática epermanente”, declara.

A autora do trabalho concluique só uma boa formação naárea da saúde pode facilitar acompreensão sobre o processode envelhecimento. Para ela, ostemas contidos no conteúdo degeriatria precisam ser expandidospara os cursos oferecidos aosprofissionais da área. “Tambémpude identificar que não é maiso abandono que faz a maioriados idosos irem parar nessas ins-tituições, mas sim a falta de estru-

SOMENTE 9,3% DOS

ENTREVISTADOS TINHAM

CURSOS ESPECÍFICOS PARA

O ATENDIMENTO A IDOSOS

OUTRO LADOtura da família para cuidar deles.Também não são apenas idosossem família que passam por isso.Os serviços precisam estar pre-parados para receber os usuári-os. A maioria deles não ofereceopções de lazer e a maior partedos idosos nestas instituições eradependente total, sendo neces-sária uma seleção mais criteriosados cuidadores”, pontua.

Graziela sugere que os cuida-dores de idosos sejam capacita-dos por equipes multidisciplina-res, através de parcerias com uni-versidades por meio de projetosde extensão, por exemplo. “As ins-tituições precisam oferecer ativi-dades de capacitação permanen-te aos cuidadores com intermé-dio de entidades e órgãos envol-vidos no cuidado ao idoso e es-tes trabalhadores não podem tra-balhar sobrecarregados; têm queter suas necessidades ouvidas. É ne-cessário oferecer atividades de la-zer tanto aos idosos como para oscuidadores. Disso depende a qua-lidade da assistência oferecida”, citaela, que pretende, com base nes-ses e outros resultados da pesqui-sa, propor projetos para auxiliar asinstituições botucatuenses.

ALUNOS

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FOTOS FLÁVIO FOGUERAL

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NOVEMBRO 2010

10 CAMPUS

NO CAMPUS DE RUBIÃO JR

A SEGURANÇA INSTITUCIONAL

SE DESENVOLVE DE

FORMAS MÚLTIPLAS

Infrações serão amplamente fiscalizadasDesde 22 de novembro, infra-

ções de trânsito como estaciona-mento irregular, desrespeito a va-gas destinadas a portadores denecessidades especiais e excesso develocidade serão fiscalizadas commaior ênfase por parte da PolíciaMilitar dentro do campus da Unesp,em Rubião Júnior.

Após a conclusão da nova sina-lização de solo e colocação de pla-cas indicativas, além da definição denomes nas ruas das três unidadesque compõem o campus da Unesp,em Rubião Júnior (Faculdades deMedicina, Medicina Veterinária eZootecnia e Instituto de Biociênci-as), será possível a aplicação demultas em todas as vias.

O intuito da medida é discipli-nar o fluxo de carros e tambémgarantir a integridade de pedes-tres que se utilizam das faculda-des instaladas no local e do Hos-pital das Clínicas, segundo o di-retor administrativo do campus,

Cinco mil panfletos com dicas desegurança estão sendo distribuídosà comunidade interna do Campusda Unesp Rubião Júnior. Esse com-plexo compreende Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp e seuHospital das Clínicas, Instituto de Bi-ociências/Unesp, Faculdade de Me-dicina Veterinária e Zootecnia/Unespe Administração Geral do Campus.O impresso também chegará aosfuncionários, através de seu holerite.

O material, elaborado em par-ceria pela Administração Geral doCampus, Polícia Militar e Associaçãodos Servidores da Unesp (ASU),apresenta 10 orientações com pos-turas preventivas que as pessoasdevem adotar para evitarem seralvo de ações criminosas. Agentesde vigilância do Campus passarama distribuir o material informativopara o público interno e externoque transita diariamente pelas ins-talações em Rubião Júnior.

Dados estratégicos de seguran-ça institucional da Unesp mostramque circulam pelo Campus, diaria-mente, considerando alunos, docen-tes, servidores administrativos dasdiversas unidades e usuários dos ser-viços do HC, aproximadamente 12mil pessoas. No campus de RubiãoJúnior, se feita uma comparação, hámais pessoas que em 345 municípi-os do Estado de São Paulo. Segun-

Prevenção para evitarcrimes no campus

do dados do IBGE (Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística), o Esta-do possuía, em 1º de junho de 2009,645 cidades.

Em relação ao fluxo de veículos,estima-se que estacionem nas de-pendências do campus, diariamen-te, cerca de 1.100 carros em vagasde estacionamentos fechados e 2000em vagas públicas. Isso representaum fluxo diário pela portaria princi-pal do campus de 4000 veículos.

O entendimento que SegurançaPublica é dever do Estado e Res-ponsabilidade de todos tem sidouma pilar do plano integrado desegurança institucional, que conside-ra e explora todo o potencial deparcerias com os órgãos oficiaisde segurança. Recentemente, Ad-ministração Geral do Campus e Fa-culdade de Medicina de Botucatu/Unesp custearam a reforma de am-pliação da Base Comunitária da PMque está instalada ao lado da Por-taria 2 do Campus e tem funciona-mento 24 horas / dia.

No Campus de Rubião Junior asegurança institucional se desenvol-ve de formas múltiplas, pois cadaunidade possui um sistema próprio,aplicando recursos humanos de vi-gilância e tecnologias de segurança,com câmeras e alarmes contra inva-sões prediais. Esses esforços são fo-cados considerando que as áreas de

Material elaborado pela Administração Geral contém 10 orientações com posturas defensivas

uso comum e compartilhado, comoa malha viária principal, são monito-radas pela vigilância do campus, quepossui um efetivo específico e atua24 horas/dia.

Essa equipe de vigilância operauma frota composta de motos e umcarro, usados nas rondas sistemáti-cas que são realizadas. Uma rederádio VHF e de telefonia fixa dá su-porte em comunicação. Os equipa-

mentos de rádio possuem interliga-ção com a PM para solicitação deapoio em situações de emergência.

As diversas unidades instaladasno Campus (AG/IBB/FMB/HCFMB/FMVZ) também aplicam recursoshumanos e tecnologia na proteçãodo patrimônio público. Esses siste-mas, apesar de serem autônomos,se articulam de forma a obteremresultados pela soma dos recursosindividuais quando os problemas

exigem essa dinâmica. A FM/HCcriou, em 2007, uma Assessoria deSegurança (ASEG) que estuda eoperacionaliza ações preventivas desegurança, composta por 5 (cin-co) técnicos especializados. Por fim,a segurança institucional tem comovisão que: a Segurança das pessoase do patrimônio da Unesp é res-ponsabilidade de toda a comuni-dade interna e deve ser entendidacomo fator de qualidade de vida.

TRÂNSITO

Carlos Winckler. De acordo comele, as multas ocorriam anterior-mente, mas agora a fiscalizaçãoserá mais intensa por parte da PM.

“Esperamos que toda a sinali-zação do campus, seja por pla-cas ou em solo, estivesse prontapara que ocorresse efetivamentemaior ênfase na fiscalização, quejá ocorria anteriormente. Agoraa PM fará rondas para garantir asegurança e também autuar osmotoristas que não respeitaremas indicações”, declarou.

As modificações nessa área in-tegram a reestruturação viária queo campus passa desde o final de2009. Além da construção de no-vas vias, toda a sinalização passoupor investimentos com a coloca-ção de placas indicativas de trânsi-to e de localização dos principaispontos das unidades da Unesp.

Uma das modificações mais sig-nificativas tem sido quanto à rees-truturação para estacionamento.

Além de criar novas vagas com acriação de bolsões de estaciona-mento, foi concluída essa semana apintura de solo na Rua Prof. Arman-do Alves, rua de acesso ao Pronto-Socorro do HC. Com a sinalizaçãode parada em 45º, haverá disponí-veis mais de 50 vagas para quemse utiliza do hospital, por exemplo.

Winckler enfatiza que os usuári-os, tanto do complexo Hospital dasClínicas quanto de todas as unida-des integrantes da Unesp, em Ru-bião Jr., podem também denunciarirregularidades e desrespeitoquanto ao trânsito no campus. Oscanais disponíveis são os setores deVigilância, pelo telefone (14) 3811-6369 ou a Assessoria de Seguran-ça da Faculdade de Medicina deBotucatu (14) 3811-6556. Todas aspessoas podem fazer sua denún-cia diretamente com a Polícia Mili-tar. Há uma base da corporaçãoinstalada ao lado do campus, naRua Antonio Butgnolli.

MEIO AMBIENTE

Instalações do futuroincinerador estão prontas

Novo forno reduzirá a emissão de poluentes na atmosfera

A estrutura que abrigará o novoforno incinerador do campus de Ru-bião Júnior da Unesp está pronta. Pe-quenos detalhes ainda estão sendoprovidenciados para que o equipa-mento, que será usado para a quei-ma de resíduos infectantes- especi-almente produzidos pelo Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medi-cina de Botucatu/Unesp-, seja insta-lado e entre em funcionamento.

A expectativa é que o novo for-no entre em operação em meadosde 2011 e tenha capacidade paraqueimar duzentos quilos de lixo porhora. Pelo projeto, haverá duas câ-maras de combustão, uma funcio-nando a 800º Celsius e a outra a1.200º C. Planejado para oferecersegurança e bem-estar aos servi-dores, o local conta com cozinha,banheiro, além de vestiário e salasde escritório para o funcionamen-to. O investimento foi de R$ 906 milpara o barracão que abrigará o in-cinerador e R$ 654 mil para o novoequipamento. Toda a verba foi des-tinada pela reitoria da Unesp.

Boa parte da estrutura do novoincinerador foi importada da Ale-manha, cumprindo dessa formatodos os requisitos da legislaçãoambiental do Estado de São Paulo.Isso representa tratamento de ga-

ses diferenciado.O material, após passar pelo pro-

cesso inicial de combustão, é sub-metido a um resfriamento brusco.De 900 ºC cai para 180 ºC. Esse proce-dimento praticamente anula a forma-ção de substâncias tóxicas. Será re-duzido em 90% o volume de lixo in-fectante. Serão tratados resíduos ti-pos A, B e E. O primeiro oferece ris-cos biológicos (seringas, bolsas desangue, órgãos, tecidos, etc); o se-gundo representa riscos químicos(medicamentos vencidos, frascoscontaminados e resíduos farmacêu-ticos em geral) e o tipo E são os mate-riais perfurocortantes (agulhas, bis-turis, etc). “A poluição praticamenteserá reduzida a zero. A situação dosatuais aparelhos estava chegando aum nível preocupante para a univer-sidade já que boa parte da fumaçaera lançada diretamente no ar”, res-saltou o diretor administrativo doGAC (Grupo Administrativo do Cam-pus), Carlos Winckler.

Segundo ele, outro diferencial re-fere-se ao acesso às instalações, quedeverão ser feitas externamente, sema necessidade de o material percor-rer todo o campus. Os atuais fornosinstalados nas dependências- commais de duas décadas de uso- deve-rão gradativamente ser desligados.

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

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NOVEMBRO 2010

HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Prof. Emílio Curcelli é nomeadosuperintendente da autarquia HCFMB

Na manhã de 29 de outubro,a região de Botucatu deu umsalto de qualidade no atendi-mento de pessoas vítimas deAVC (Acidente Vascular Cere-bral). Foi inaugurada, no Pron-to-Socorro do Hospital das Clí-nicas da Faculdade de Medici-na de Botucatu (HCFMB), umaUnidade AVC. Foram destinadosquatro leitos que oferecem a es-trutura adequada para o trata-mento de pacientes vindos deuma região com aproximada-mente 5 milhões de habitantes.

Professor Oscar Shelp, che-fe da Disciplina de Neurologiada FMB, destacou durante ainauguração da Unidade que oinício oficial do funcionamentoda estrutura é resultado dos es-forços que começaram no pas-sado. “Uma equipe multidisci-plinar já realiza atendimento apacientes vítimas de AVC. Essemomento é o coroamento des-se trabalho”, af irmou.

O neurologista Rodrigo Ba-zan, um dos responsáveis peloserviço, enfatizou que toda aequipe tem se esforçado paraoferecer o melhor atendimen-to a pacientes vítimas de Aci-dente Vascular Cerebral e co-mentou sobre o prazer de po-der vivenciar a inauguração daUnidade. “Esse é um passo im-portante, pois representa umanova forma de enxergar o AVC,signif ica oferecer atendimentointegral ao paciente”, acrescen-tou o também neurologistaGabriel Braga.

Professor Carlos Clayton Ma-cedo de Freitas, neurocirurgiãoe também responsável pela es-truturação do serviço de aten-dimento às vítimas da doença,lembrou do passado recentequando o tratamento ainda eraoferecido em um corredor do

Unidade específicapara atendervítimas de AVC

hospital e comparou com a atuale adequada estrutura. “Para to-dos nós é uma grande alegriainaugurar oficialmente essa Uni-dade. É um espaço de todas asclínicas e principalmente do pa-ciente”, observou.

O superintendente doHCFMB, professor Emílio Cur-celli, avaliou que, embora sejaum avanço poder oferecerboas condições para tratar apopulação é preciso que a pes-soa chegue ao hospital emboas condições, ou seja, seuencaminhamento até umaequipe médica especializadadeve ser feito o mais rápidoposs íve l . “E temos , a inda ,que cu idar para que ha jaqualidade de vida e as pes-soas não sofram um AVC, porisso hábitos saudáveis sãofundamentais. Queremos, aomáximo, deixar de atendernesse hospital pessoas comdoenças evitáveis”, pontuou,agradecendo ao empenho,dedicação e persistência detodos os envolvidos no pro-jeto Unidade AVC.

O AVC (Acidente Vascular Ce-rebral) é a primeira causa demorte e incapacidade no Brasil.No mundo, a cada seis segun-dos, alguém, independente-mente da idade ou sexo, morrepor causa de um AVC e, no mun-do, 6 milhões de pessoas mor-rem por ano em decorrênciadesse acidente cerebral.

A PROMULGAÇÃO DO

DECRETO QUE TRANSFORMOU

O HC EM AUTARQUIA FOI

ASSINADA DIA 1º DE JULHO

INAUGURAÇÃO

O atual superintendente doHospital das Clínicas da Facul-dade de Medicina de Botuca-tu/Unesp (HCFMB), professorEmílio Carlos Curcelli foi o es-colhido pelo governador doEstado de São Paulo, AlbertoGoldman, para permanecer nocomando da unidade, que foirecentemente transformadaem autarquia. A nomeação foiof icializada com publicaçãodo decreto no Diário Of icialdo Estado, dia 11 de novem-bro, através da Secretaria deEstado da Saúde.

A lista tríplice enviada aogovernador era formada ain-da pelos nomes dos ex-supe-rintendentes do HCFMB, pro-fessores Pasqual Barretti e An-tonio Rugolo Júnior. O próxi-mo passo para que o hospitalseja oficialmente consideradouma autarquia é a publicaçãodo decreto regulamentar.

A promulgação do decretoque transformou o HC em au-tarquia foi assinada dia 1º dejulho. A lei, nº 1.124 de 1º dejunho de 2010, cita, em seu pri-meiro artigo, em seu primeiroartigo, que o HC mesmo setransformando em autarquiaterá autonomia administrativa,financeira e patrimonial. Deve-rá estar vinculado à Secretariade Estado da Saúde para f insadministrativos e à FMB/Unesppara atividades de ensino, pes-quisa e extensão.

HCFMB promove mutirões parareduzir fila de espera por cirurgias

Esse é um passo importante,pois representa uma novaforma de enxergar o AVC

Rodrigo Bazan sobre a novaperspectiva de tratamento

Com o objetivo de reduzir onúmero de pacientes em fila deespera, aguardando para seremsubmetidos a cirurgias de pe-quena e média complexidades,a Superintendência do Hospitaldas Clínicas da Faculdade deMedicina/Unesp (HCFMB) pro-moveu, dia 23 de outubro, ummutirão para a realização de 36procedimentos – 20 ambulato-riais e 16 em Centro Cirúrgico.

PAPA-FILAS

O projeto, intitulado “Papa-Fi-las”, será desenvolvido aos sá-bados até dia 11 de dezembro.

Nos dias 9 e 16 de outubrojá foram realizadas outras 36cirurgias nas especialidades deoftalmologia, ginecologia, or-topedia, dermatologia e cirur-gia geral. Para os próximos sá-bados está previsto número se-melhante de cirurgias, poden-do o projeto, ao seu final, reti-

rar cerca de 200 pacientes dasf ilas de espera do HCFMB. Opróximo mutirão será dia 6 denovembro quando serão aten-didas apenas crianças.

“A iniciativa, além de con-tribuir para diminuição da filade espera por procedimentose cirurgias, faz parte de um pro-jeto que consiste em conhecerdetalhadamente a demanda re-primida por procedimentos,exames e consultas no HCFMBe propor alternativas paraequacioná-las”, pontua o supe-rintendente do hospital, profes-sor Emílio Carlos Curcelli.

A ação foi desenvolvida emparceria com os Departamen-tos de Anestesiologia, Cirurgiae Ortopedia, Dermatologia eOtorrinolaringologia, comapoio da Divisão Técnica de En-fermagem; Serviço de Nutriçãoe Dietética, Setores de Registro,Arquivo e Assessoria de Segu-rança da FMB/Unesp e HCFMB.A enfermeira Maria Zoe Turchi-ari de Mello, diretora das Uni-dades Especiais do HCFMB, foia coordenadora da iniciativa.

Parte dos profissionais que participaram do mutirão de cirurgias

Nova unidade oferece equipamentos adequados para a assistência

Emílio Curcelli junto com integrantes da SBOT em Bauru

Professor é nomeadopresidente regional da SBOT

Além de ter sob sua respon-sabilidade um dos maiores hos-pitais do interior paulista, o pro-fessor da Faculdade de Medi-cina de Botucatu/Unesp (FMB),Emílio Carlos Curcelli, assumiu,dia 19 de novembro, a presi-dência da regional Bauru daSociedade Brasileira de Orto-pedia e Traumatologia (SBOT).Seu mandato será de dois anose Curcelli terá na vice-presidên-cia o médico vinculado ao Hos-pital Estadual de Bauru (HEB),Orlando Costa Dias.

Realizado no Hospital Estadualde Bauru, o evento contou coma presença do presidente daSBOT-SP, Túlio Diniz Fernandes,vice-presidente da SBOT-SP;Kodi Edson Kojima, docente do

Departamento de Ortopedia eTraumatologia da Faculdadede Medicina de Botucatu, Gil-berto José Cação Pereira, alémde diversos ortopedistas deBauru e Botucatu.

Os dois novos representantesda classe médica reafirmaram,em discurso, compromisso derepresentar os ortopedistas daregião e buscar maior integraçãoentre os profissionais que com-põem a entidade. “A Sociedadetem uma política de interioriza-ção e pretendemos nos aproxi-mar cada vez mais com os mem-bros da sociedade com a pro-moção de eventos e encontrospara discussão sobre a qualida-de e a defesa do trabalho dosmédicos”, ressalta prof. Curcelli.

FOTO ACI HEB

FOTOS FLÁVIO FOGUERALFOTO FLÁVIO FOGUERAL

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NOVEMBRO 2010

12 PESQUISAS E INOVAÇÕES

FELIPE MODENESE “

Quando encontramosalterações, iniciamosa intervenção,inclusive sugerindo oacompanhamento regular

Dr. Péricles Sidnei Salmazosobre os passos da pesquisa

PESQUISA PRETENDE AVALIAR

CERCA DE 450 PACIENTES, OU

SEJA, TODOS QUE FREQUENTAM

OS AMBULATÓRIOS

DO HOSPITAL DIA

ESPECIAL PARA O JORNAL DA FMB

Pesquisa deve redefinir prevençãocardiovascular em HIV positivos

- Se vocês pegassem uns cincopacientes como eu, vocês ficariamtudo louco!

A fala, seguida de gargalha-das, é de Maria, reconhecendo sua“tagarelice” bem humorada, en-quanto é preparada para umexame cardiovascular. A intençãoé avaliar o grau de rigidez de suasartérias através da medida, comum sofisticado equipamento, davelocidade com que o sanguepercorre o trajeto do coração àsua coxa. Ao final do procedimen-to, vem o resultado:

- O coração da senhora não estáfazendo muita força para que o san-gue chegue na periferia do seu cor-po. Então está ótimo. Tá tudo ver-de por aqui!

- É claro! Eu sou palmeirense!Risadas fluem. É nessa atmosfe-

ra descontraída, mas de profundorespeito e ética rigorosa, que os pa-cientes HIV positivos do Hospital Dia,vinculado à Faculdade de Medici-na de Botucatu/Unesp (FMB) vêmpassando por avaliações cardioló-gicas cuidadosas. A proposta depesquisa clínica do Dr. João CarlosHueb, do Departamento de ClínicaMédica, e sua equipe é contribuirpara mostrar a necessidade de no-vas estratégias para detectar sinaisprecoces da aterosclerose, uma do-ença silenciosa que traz grande ris-co a esses pacientes.

O cardiologista Pericles Sidnei Sal-mazo, que vem conduzindo as avali-ações, explica a cada paciente que aintenção é, no fim das contas, “des-cobrir o risco de infarto e derrame”e também tomar medidas preventi-vas se houver algum perigo. Mas paraentedermos cientificamente essa ame-aça, é preciso saber que aterosclero-se significa “endurecimento das arté-rias” e que é uma doença inflamató-ria em que há formação de placasno interior das paredes dos vasos,chamadas ateromas.

Tal quadro pode progredir pordécadas sem manifestações clínicasaté que ocorra a obstrução com-pleta de artérias ou seu estreitamen-to acentuado. Então, caso o sanguenão chegue a órgãos vitais como opróprio coração ou o cérebro, adoença pode se revelar fatal... “Esão esses eventos cardiovascularestrágicos que estão acontecendocom uma porcentagem crescentenos HIV positivos; são as doençasque mais matam esses pacientes”,argumenta Dr. Pericles.

A mortalidade causada por do-enças cardiovasculares tem, anual-mente, crescido dez vezes mais nogrupo de pessoas infectadas peloHIV do que na população em geral,segundo um levantamento recente.O estudo foi realizado por pesqui-sadores da Universidade Federal doRio de Janeiro e partiu de dados dascertidões de óbito brasileiras ao lon-go de cinco anos. Dr. Hueb diz acre-ditar que tais estatísticas estejam ain-da abaixo do que de fato ocorre,uma vez que, para uma porcenta-gem significativa dos casos, a causada morte não é investigada.

É contra esse panorama que apesquisa clínica, em andamento naFaculdade de Medicina de Botuca-tu, pretende avaliar cerca de 450pacientes até julho de 2011, ou seja,todos que freqüentam os ambula-tórios do Hospital Dia. E os examesrealizados desde março (cerca de150) indicam, preliminarmente, quesão necessárias novas estratégias

para a prevenção de doenças car-diovasculares na população de HIVpositivos. Isso porque, além de nãointegrar a rotina médica na maioriados centros de atendimento de AIDS,os exames recomendados pela So-ciedade Brasileira de Cardiologianão foram suficientes para diagnos-ticar a aterosclerose inicial (subclíni-ca) em alguns dos casos. “Esses pa-cientes estão vazando por entre osdedos”, considera Dr. Hueb.

Através da ultrassonografia,para determinar a espessura das

carótidas, e da medida da veloci-dade de onda de pulso, um indi-cador da rigidez arterial, os pes-quisadores têm descoberto altera-ções cardiovasculares. Alguns de-les já apresentam enrijecimento, es-pessamento e até ateromas. Entre-tanto, não há anormalidades nosfatores de risco cardiovascular ha-bitualmente investigados. Esses in-cluem idade, tabagismo, pressãoarterial, obesidade abdominal, hi-pertensão e o perfil lipídico, que éa análise laboratorial de gordurasno sangue (colesterol total, LDL,HDL e triglicerídeos).

De acordo com o Ministério daSaúde, os números da AIDS no paíssão: 545 mil casos reconhecidos, 217mil mortes; mortalidade crescenteaté o começo dos anos 90, quando

foi estabelecida a política de acessouniversal à terapia antiretroviral(TARV); e mortalidade estável des-de 1998, com cerca de 11 mil óbi-tos anuais.

O “coquetel” ou “esquema tri-plice” tem três diferentes inibidoresde enzimas importantes para a re-plicação do virus, o que ocorre en-

quanto este se aproveita do mate-rial genético dos leucócitos. “Essesmedicamentos desorientam o HIVem sua capacidade de adquirir re-sistência e achar estratégias para sereplicar”, explica Dr. Domingos Al-ves Meira, idealizador e coordena-dor do Hospital Dia.

Entretanto, o aumento da sobre-

vida dos pacientes submetidos aotratamento têm trazido novos de-safios. Variadas pesquisas começama sinalizar que, tanto a própria infec-ção crônica pelo HIV, quanto a tera-pia antirretroviral têm aumentado orisco cardiovascular desse grupo depessoas (somando-se ainda o riscoassociado ao envelhecimento). Argu-menta-se que isso ocorre porque es-ses fatores podem alterar o perfil degorduras do paciente e facilitar a in-flamação e a disfunção das paredesdas artérias, o que caracteriza, croni-camente, a progressão da aterosclo-se. Porém, isso não explica como exis-tem placas de ateroma mesmo empacientes com perfil lipídico normal.

Diante deste cenário, Dr. Meirarecebeu “de braços abertos” a equi-pe da pesquisa coordenada peloDr. Hueb e conduzida pelo Dr. Péri-cles. Além deles, contribuem parao estudo a Dra Beatriz Bojikian Mat-subara, como orientadora, as es-tudantes bolsistas Cristina Nascimen-to Lassie e Paula de Castro Scherere o fisioterapeuta Flávio Shiraishi.

Dr. Péricles entrevista outra paciente e vai pre-enchendo a ficha de avaliação com nome, sexo,peso, altura, pressão arterial, data de início e es-quema do tratamento, valores da carga viral, linfó-citos T CD4+ e CD8+ (células alvo do HIV), dentreoutros. Ele pede para a pessoa ficar de pé e levan-tar a blusa; com uma fita métrica, mede sua circun-ferência abdominal. E explica que dois exames vêmem seguida: uma ultrassonografia e a medida davelocidade de onda de pulso.

No primeiro deles, Dr. Hueb manipula habilmen-te o sensor-emissor de ondas do ultrassom portátilaté identificar, por meio das imagens, as regiões demaior e menor espessura do conjunto formado pelascamadas média e íntima (mais interna) da carótidadireita; lê os valores encontrados, para o registro.Em seguida, vasculha a extensão da artéria em bus-ca de placas de gordura. Repete, então, o examepara a carótida esquerda.

Na sala ao lado, Flávio conduz a outra avalia-ção do estado das artérias. Ele prepara o pacientee posiciona um sensor em forma de caneta, primei-ramente na carótida, e depois sobre a artéria fe-moral (na parte superior da coxa). Através dessesdados, o software do equipamento chamado Shyg-moCor estima o tempo que o pulso de sangue levapara sair do coração e chegar até a periferia docorpo, ou seja, sua velocidade nesse percurso. Com-parando com o intervalo de normalidade, o resul-tado revela se as artérias do paciente estão com-placentes, permitindo a livre passagem do pulsosanguíneo, ou rígidas, oferecendo resistência ao fluxode sangue, o que é um indicador bem precoce dedisfunção do vaso. A ferramenta é sensível, portan-A

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to, aos primeiros sinais da aterosclerose.Caso encontrem ateromas, valor da espessura

ou o grau de rigidez alterados, os pesquisadoressabem que o risco passa a ser alto, ou seja, a pro-babilidade dessa pessoa passar por evento cardi-ológico nos próximos 10 anos é maior do que 20%.De acordo com Dr. Pericles: “Quando encontra-mos alterações, iniciamos a intervenção imediata-mente, inclusive medicando e sugerindo o acom-panhamento regular”. Sem os exames, relativamentesimples e acessíveis, a aterosclerose pode se de-senvolver sorrateiramente, aumentando continua-mente o risco dos pacientes.

Além de dispor de informações para investigare discernir quais os efeitos da infecção pelo HIV edo tratamento antiretroviral sobre o sistema cardi-ovascular, os pesquisadores esperam acompanhartambém as repercussões das intervenções toma-das. Assim, há boas chances de contribuir para apadronização de uma avaliação eficaz e que po-deria ser implantada na rotina da AIDS, conformeas considerações do Dr. Meira.

Ciente da relevância do estudo, a equipe conti-nua dedicada às avaliações no Hospital Dia, nãosem aproveitar as brechas que o ambiente familiarlibera ao divertimento. Antes de apagar as luzespara melhor visualizar as imagens no ultra-somportátil, Dr. Hueb explica à paciente deitada na macaque esse exame é feito para procurar placas degordura nas artérias do pescoço, ao que o pacien-te responde:

- Vocês vão achar tijolo; não vai ser placanão, doutor!

Fluem boas risadas.

FOTOS FLÁVIO FOGUERAL