jornal dezembro 2011

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CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 9912205638/DR/BSB Casa do Ceará em Brasília CORREIOS Jornal da Casa do Ceará Ano XXII - 234 - Dezembro de 2011 Ceará em Brasília www.casadoCeará.org.br Ceará em Brasília Editorial, pág. 2 Espaço Luciano Barreira, pag. 2 Expediente, pág. 2 Conversando com o Leitor, pág. 2 Samburá - Praça do Ferreira, pág. 3 Siderúrgica e Refinaria vão atrair mais indústrias para o Ceará, pág. 4 Água Para Todos: R$ 186 milhões em investimentos, pág. 4 Mallory amplia da fábrica e Investirá R$ 30 mi até 2013, pág. 4 Anúncio de José Lírio, pág. 4 Transitam no Judiciário 26 mil processos de corrupção, pág. 5 Leituras I - Não fui morrer, artigo de Sebastião Nery, pág. 6 Memória - O Ceará e o Brasil perdem Maria Yedda Leite Linhares pág. 6 Leituras II - Acopiara - Andança nos nomes das ruas, artigo de JB Serra e Gurgel, pág. 7 Leituras III - Feliz Natal, artigo de Wilson Ibiapina pág. 8 TRE vai construir Fóruns de Crateús e Crato, pág. 8 Anúncio do Uniceub, pág. 8 Leituras IV - Conhecer história, artigo de Lustosa da Costa, pág. 9 Memória - No Tempo dos Coroneis, J. Ciro Saraiva conta quase tudo, pág. 9 Anúncio do Banco do Nordeste do Brasil, pág. 10 Anuncio da Confere, da Confederal, 11 Leituras V - Com Sal amarga Com açúcar ... Adoça, artigo de José Colombo de Souza Filho pág. 12 Bodas - Casal completa 70 anos de casamento e comemora bodas de vinho com a família Dona Geralda e seu Antônio de Lima comemoram, amanhã, 70 anos de casamento. A festa das bodas de vinho começou ontem, às margens do Lago Paranoá, com a presença de toda a família, pág. 12 Perfil Cearense - Embaixador Rubem Amaral Junior, pág. 13 Leituras VI - Abrindo meus arquivos, artigo de Nelson Faheima, pág. 14 Novo presídio de Paracuru tem sistema de segurança mais moderno do Bra- sil pág. 14 Leituras VII - O Menino do Choró, Retalhos de Lembranças, Mens Sana in Corpore Sano, artigo de José Wilson Pereira pág. 15 Governo do Ceará investirá R$ 1,3 bilhão em Turismo, pág.15 Cid Gomes se reúne com Federação Portuguesa de Futebol, pág. 16 Metrô de Sobral está com 20% das obras concluídas, pág. 16 Anúncio da Nacional Gás, pág. 16 Tania Bacelar aponta desafios para o Cariri, pág. 17 Paracuru/CE ganhou moderna Agência da Previdência Social, pág. 17 Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 17 Página da Mulher, pág. 18 Na festa do tempo, um brinde à vida, artigo de Regina Stella, pág. 18 Receitas Nordestinas, pág. 18 Solvente industrial aumenta risco de Parkinson, diz estudo, pág. 18 Leituras VIII - Humor Negro e Branco, pág. 19 Traição conforme a região “Viçosa do Ceará: Sob Um Olhar Histórico”, pág. 19 Anúncio do Beach Park, pág. 20 Leia nesta edição Governo do Ceará investirá R$ 1.3 bilhão em Turismo. Leia mais na pág. 15 Homenagem: formas e cores de Heloisa Juaçaba. Leia mais na pág. 7 Natal dos Idosos da Casa do Ceará foi ponto alto da Pousada Crysantho Moreira da Rocha. Leia mais na pág. 24 Os 80 anos de B. de Paiva e suas 500 realizações artísticas. Leia mais na pág. 5 CAS/DF liberou certificado da Casa do Ceará. Leia mais na pág. 9 A inscrição no CAS – Conselho de Assistência Social do Distrito Federal – expedida no último dia 15, abre as portas da Casa do Ceará para numerosas ações que se encontravam bloqueadas desde o cancelamento do registro ocorrido há algum tempo. Assim, a Casa do Ceará poderá, desde logo, estabelecer seu titulo de utilidade pública federal, cujo pedido será dirigida à Senhora Presidente da República Dilma Rousseff e já esta sendo providenciado, bem assim poderá inscrever-se nos Ministérios da Cultura e da Saúde e filiar-se ao OSCIP no Ministério da Justiça. Alem disso poderá celebrar convênios em todos as áreas, especialmente na social e da cultural,receber doações que já estavam sendo pleiteadas, sobretudo junto à Receita Federal,Banco Central e IBAMA. A partir de agora, a instituição poderá ainda ser contemplada com, subvenção parcial de 70% (setenta por cento) de sua altíssima conta de água. Por tudo isso e muito mais, se impõe os mais sinceros agradecimentos a todos quantos contribuíram para a aprovação da inscrição no CAS e expedição do respectivo certificado nº 010/2011.

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Jornal da Casa do Ceara

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Page 1: Jornal Dezembro 2011

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

ImpressoEspecial

9912205638/DR/BSBCasa do Ceará em Brasília

CORREIOS

Jornal da Casa do Ceará Ano XXII - 234 - Dezembro de 2011

Ceará em Brasíliawww.casadoCeará.org.br

Ceará em Brasília

Editorial, pág. 2Espaço Luciano Barreira, pag. 2Expediente, pág. 2Conversando com o Leitor, pág. 2Samburá - Praça do Ferreira, pág. 3Siderúrgica e Refinaria vão atrair mais indústrias para o Ceará, pág. 4Água Para Todos: R$ 186 milhões em investimentos, pág. 4Mallory amplia da fábrica e Investirá R$ 30 mi até 2013, pág. 4Anúncio de José Lírio, pág. 4Transitam no Judiciário 26 mil processos de corrupção, pág. 5Leituras I - Não fui morrer, artigo de Sebastião Nery, pág. 6Memória - O Ceará e o Brasil perdem Maria Yedda Leite Linhares pág. 6Leituras II - Acopiara - Andança nos nomes das ruas, artigo de JB Serra e

Gurgel, pág. 7Leituras III - Feliz Natal, artigo de Wilson Ibiapina pág. 8TRE vai construir Fóruns de Crateús e Crato, pág. 8Anúncio do Uniceub, pág. 8Leituras IV - Conhecer história, artigo de Lustosa da Costa, pág. 9Memória - No Tempo dos Coroneis, J. Ciro Saraiva conta quase tudo, pág. 9Anúncio do Banco do Nordeste do Brasil, pág. 10Anuncio da Confere, da Confederal, 11Leituras V - Com Sal amarga Com açúcar ... Adoça, artigo de José Colombo

de Souza Filho pág. 12Bodas - Casal completa 70 anos de casamento e comemora bodas de vinho

com a família Dona Geralda e seu Antônio de Lima comemoram, amanhã, 70 anos de casamento. A festa das bodas de vinho começou ontem, às margens do Lago Paranoá, com a presença de toda a família, pág. 12

Perfil Cearense - Embaixador Rubem Amaral Junior, pág. 13Leituras VI - Abrindo meus arquivos, artigo de Nelson Faheima, pág. 14Novo presídio de Paracuru tem sistema de segurança mais moderno do Bra-

sil pág. 14Leituras VII - O Menino do Choró, Retalhos de Lembranças, Mens Sana inCorpore Sano, artigo de José Wilson Pereira pág. 15Governo do Ceará investirá R$ 1,3 bilhão em Turismo, pág.15Cid Gomes se reúne com Federação Portuguesa de Futebol, pág. 16Metrô de Sobral está com 20% das obras concluídas, pág. 16Anúncio da Nacional Gás, pág. 16Tania Bacelar aponta desafios para o Cariri, pág. 17Paracuru/CE ganhou moderna Agência da Previdência Social, pág. 17Anúncio de Aguiar de Vasconcelos, pág. 17Página da Mulher, pág. 18Na festa do tempo, um brinde à vida, artigo de Regina Stella, pág. 18Receitas Nordestinas, pág. 18Solvente industrial aumenta risco de Parkinson, diz estudo, pág. 18Leituras VIII - Humor Negro e Branco, pág. 19Traição conforme a região “Viçosa do Ceará: Sob Um Olhar Histórico”,

pág. 19Anúncio do Beach Park, pág. 20

Leia nesta edição

Governo do Ceará investirá R$ 1.3 bilhão em Turismo. Leia mais na pág. 15

Homenagem: formas e cores de Heloisa Juaçaba. Leia mais na pág. 7

Natal dos Idosos da Casa do Ceará foi ponto alto da Pousada Crysantho Moreira da Rocha. Leia mais na pág. 24

Os 80 anos de B. de Paiva e suas 500 realizações artísticas. Leia mais na pág. 5

CAS/DF liberou certificado da Casa do Ceará. Leia mais na pág. 9

A inscrição no CAS – Conselho de Assistência Social do Distrito Federal – expedida no último dia 15, abre as portas da Casa do Ceará para numerosas ações que se encontravam bloqueadas desde o cancelamento do registro ocorrido há algum tempo. Assim, a Casa do Ceará poderá, desde logo, estabelecer seu titulo de utilidade pública federal, cujo pedido será dirigida à Senhora Presidente da República Dilma Rousseff e já esta sendo providenciado, bem assim poderá inscrever-se nos Ministérios da Cultura e da Saúde e filiar-se ao OSCIP no Ministério da Justiça. Alem disso poderá celebrar convênios em todos as áreas, especialmente na social e da cultural,receber doações que já estavam sendo pleiteadas,sobretudo junto à Receita Federal,Banco Central e IBAMA. A partir de agora, a instituição poderá ainda ser contemplada com, subvenção parcial de 70% (setenta por cento) de sua altíssima conta de água. Por tudo isso e muito mais, se impõe os mais sinceros agradecimentos a todos quantos contribuíram para a aprovação da inscrição no CAS eexpedição do respectivo certificado nº 010/2011.

Page 2: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília2Dezembro/11

veja o site do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br

Edit

oria

l

O Ceará e o Brasil perdeu Maria Yedda Leite Linhares, no Rio de Janeiro.

Mais uma cearense vencedora. Uma revo-lucionária na História e na Educação.

Uma trajetória de vida marcada pelo brilho de sua inteligência, pelos desafios que enfrentou e venceu, ao longo de uma vida de 90 anos.

Se João Capistrano de Abreu é o nosso maior historiador, ela é nossa maior historiadora.

Esta no plano das grandes mulheres cea-renses, como Bárbara de Alencar, Heloneida Studart, Jovita Feitosa, Rachel de Queiroz, entre as mortas, e Maria da Penha, Ana Miranda, Heloisa Lustosa, Heloisa Juaçaba Yolanda Queiroz, entre as vivas.

Maria Yedda Linhares, como ficou co-nhecida, professora emérita da UFERJ, até o exílio, em Paris, destacou-se historiadora e como militante política. Nesta condição, rebelou-se contra o regime militar. Pagou o preço.

Voltando do exílio reconstruiu sua vida ao lado de amigos como Darcy Ribeiro acabando por ser secretaria municipal de educação da Ci-dade do Rio de Janeiro e por duas vezes secretária estadual, com a missão de por para funcionar os “brizolões”, ou a escola de tempo integral, escola ´publica de qualidade, projeto que foi abandonado pelos sucessores do governador Brizola.

Este registro é uma homenagem a quem saiu do Ceará para se afirmar longe dele, ser respei-tada e admirada. Ela, como tantos outros, sem esquecer sua condição de ser uma “cearense renitente”.

Inacio de Almeida (Baturité), diretor

Expediente

Conversando com o Leitor + Gilton Barreto nos mandou e-mail informando

que “a capa do livro “VIÇOSA DO CEARÁ: SOB UM OLHAR HISTÓRICO”, é uma obra de arte do artista plástico ERNANE PEREIRA, que foi criada a partir de um desenho de Freire Alemão, da Co-missão Científica, do ano de 1860 quando retratou VILA VIÇOSA. O desenho de Freire Alemão se encontra na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro/RJ” Registrado.

+ Recebemos o livro de Marcelo Gurgel Carlos da Silva (Fortaleza), que foi o organizador, com o título “PORTAL DE MEMÓRIAS. Paulo Gurgel, um médico de letras”, com prefácio de Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg, médica pneumologista. Historiadora.

+ Fechamos novembro com 119.964 visitas ao nosso site www.casadoceara.org.br. Neste momento, passamos dos 120 mil acessos.

+ O site www.brasilia50anosdeceara.com.br que mantemos no ar em homenagem aos 150 cearenses que contribuíram para a consolidação de Brasília chegou a 10.466 visitas.

+ A audiência auditada do nosso site www.casado-ceara.org.br registrou 3.777 visitas de 15 países e 88 de cidades brasileiras.

+ No Brasil, foram 3.488 visitas, especialmente de Brasília, Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de

Janeiro, Belém, Goiânia, Belém, Recife, Florianópolis e João Pessoa.

+ No exterior, fomos visitados certamente por cearen-ses nos Estados Unidos, Holanda, Itália, Portugal, Nova Zelândia, Canadá, Bélgica e Japão.

+ Agradecemos aos que nos informaram mudanças de endereços.

+ A Casa do Ceará instituiu um sistema de bônus para os associados em todos os serviços. O sistema já existiu no passado, mas fora abandonado. Os descontos alcançam inclusive a Academia.

+ Informamos aos associados que não receberam boletos para pagamentos antecipados anual e semestral, com descontos, que entrem em contato com Antonia ou Jacira no telefone central da Casa 61.3533 3800. Na edição de janeiro registraremos os nomes dos que se anteciparam.

+ Convocamos os associados mais firmes e que sabem das dificuldades financeiras da Casa para que indiquem cinco novos associados que Possam ajudar a manutenção da Casa.

A Casa do Ceará agradece a generosidade dos empre-sários da Só Reparos, de Brasília, Francisco Carneiro e Miguel Soares Neto, pelo belo toldo e pela vela da jangada que doaram à Casa.

Espaço Luciano BarreiraO que escrever em seu túmulo se você é....ESPÍRITAVolto já.INTERNAUTAwww.aquijaz.com.br AGRÔNOMOFavor regar o solo com Neguvon. Evita Vermes.ALCOÓLATRA Enfim, sóbrio.ARQUEÓLOGOEnfim, fóssil.ASSISTENTE SOCIALAlguém aí, me ajude!BROTHERFui.CARTUNISTAPartiu sem deixar traços.DELEGADO Tá olhando o quê? Circulando, circulando...ECOLOGISTAEntrei em extinção.ENÓLOGOCadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma

Formol e after tasting que denota presença de Microor-ganismos diversos.

FUNCIONÁRIO PÚBLICOÉ no túmulo ao lado.GARANHÃORígido, como sempre.GAYVirei purpurina.HERÓICorri para o lado errado.

HIPOCONDRÍACO Eu não disse que estava doente?!?!HUMORISTAIsto não tem a menor graça.JANGADEIRO DIABÉTICOFoi doce morrer no mar.JUDEUO que vocês estão fazendo aqui? Quem está tomando

Conta do lojinha?PESSIMISTA Aposto que está fazendo o maior frio no inferno.PSICANALISTA A eternidade não passa de um complexo de superioridade

mal resolvido.SANITARISTASujou!!!SEX SYMBOL Agora, só a terra vai comer.VICIADO Enfim, pó!e para fechar com chave de ouro, afinal de contas não

poderia faltar, por incrível que pareça, graças à Deus eles tbm morrem

O ADVOGADODisseram que morri.... mas vou recorrer!!!

Aconteceu no Ceará.Em uma Vara Criminal no interior do Estado do Ceará, o

Juiz vê duas moças esperando sentadas na Sala de Audiên-cias do Fórum. Ao ver o primeiro processo da pauta do dia, que é sobre um crime de estupro, ele pergunta para as duas:

- As senhoras foram ARROLADAS no processo?No que rapidamente uma responde:- Doutor, eu sou apenas testemunha.A ROLADA FOI NELA !!

Fundada em 15 de outubro de 1963Fundadores – Chrysantho Moreira da Rocha (Fortaleza) e

Álvaro Lins Cavalcante (Pedra Branca)Diretoria

Presidente - Osmar Alves de Melo (Iguatu): Fernando Cesar Moreira Mesquista (Fortaleza), 1º vice; José Sampaio de Lacerda Junior (Fortaleza),

2º vice; Evandro Pedro Pinto (Fortaleza), Administração e Finança; Luiz Gonzaga de Assis (Limoeiro do Norte), Planejamento e Orçamento; Fer-nando Gurgel Filho (Fortaleza), Educação e Cultura; Francisco Machado

da Silva (Pedra Branca), Saúde; JB Serra e Gurgel (Acopiara), Comunicação Social, Angela Maria Barbosa Parente (Fortaleza), Obras, Maria Áurea Assunção Magalhães (Fortaleza), Promoção Social, e João Rodrigues Neto (Independência), Jurídico.

Conselho Fiscal Membros efetivos: José Ribamar Oliveira Madeira (Uruburetama), José

Colombo de Souza Filho (Fortaleza) e José Carlos Carvalho ( Itapipoca); Membros suplentes: Antônio Florêncio da Silva (Fortaleza), Edivaldo

Ximenes Ferreira (Fortaleza) e José Aldemir Holanda (Baixio). Jornal da Casa do Ceará

Fundador e Editor Emérito - Luciano Barreira (Quixadá)Conselho Editorial

Ary Cunha (Fortaleza), Carlos Pontes (Nova Russas), Edmilson Caminha (Fortaleza), Egidio Serpa (Fortaleza), Frota Neto (Ipueiras),

Geraldo Vasconcelos (Tianguá), Gervásio de Paula (Fortaleza), Haroldo Hollanda (Fortaleza), Jorge Cartaxo (Crato), J. Alcides

(Juazeiro do Norte), José Jézer de Oliveira (Crato), Lustosa da Costa (Sobral), Marcondes Sampaio (Uruburetama), Milano Lopes (Fortaleza),

Narcélio Lima Verde (Fortaleza), Orlando Mota (Fortaleza), Paulo Cabral Jr. (Fortaleza), Raimunda Ceará Serra Azul (Uruburetama),

Roberto Aurélio Lustosa da Costa (Sobral) e Tarcisio Hollanda (Fortaleza).Diretor

Inacio de Almeida (Baturité) Editores

JB Serra e Gurgel (Acopiara) e Wilson Ibiapina (Ibiapina)[email protected] / [email protected]

Editoração EletrônicaCasa do CearáDistribuição

Antonia Lúcia GuimarãesCirculação

O jornal não se responsabiliza por textos assinados.Banco de dados com apoio da ANASPS - Brasília – DF SGAN Quadra 910 Conjunto F - Asa Norte | Brasília-DF

CEP 70.790-100 | Fone: 3533 3800casadoCeará@casadoCeará.org.br / www.casadoCeará.org.br

Page 3: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br3 Dezembro/11

Cláudia LeitãoA socióloga Cláudia Leitão

(Fortaleza) é a mais nova repre-sentante cearense no Governo Dilma. Ela assumiu a Secretaria da Economia Criativa do Minis-tério da Cultura (MinC). A pasta foi criada pela ministra Ana de Hollanda. Cláudia Leitão já foi secretária de Cultura (Secult) do Estado, durante a gestão de Lúcio Alcântara. No posto, im-plementou o Sistema Estadual de Cultura, que lhe rendeu o primeiro lugar no Prêmio Cultura Viva, do MinC. Ela trouxe dois auxiliares: Luiz Antônio Gouveia (Fortaleza) para a Diretoria de Desenvol-vimento, Monitoramento e Regulação e Luciana Lima Guilherme (Fortaleza) para a Diretoria de Empreendedorismo, Gestão e Inovação.

Ciro SaraivaNo seu livro de Memórias, que está sendo lançado,

Ciro Saraiva conta fatos engraçados e deploráveis da vida política cearense, desde a cassação do deputado Aniceto Rocha - por ter deixado uma cueca na praia de Curiú, região de Camocim, até o desentendimento entre PMDB e Tasso Jereissati, em l987, passando pelas l5 mil nomeações feitas pelo Governador Manoel de Castro para eleger Gonzaga Mota. O livro tem mais de 300 páginas e nele se lê também a ameaça de cassação do mandato de Governador e prisão de Virgilio Távora, em 1964, fruto de aliança secreta entre o político cearense e Petronio Portela, Seixas Doria e Miguel Arrais, seus companheiros gover-nadores do Piauí, Sergipe e Pernambuco, respectivamente.

ReconhecimentoDois cearenses estão na lista eleita pela revista Época

das cem personalidades mais influentes do ano no Brasil. São pessoas que se destacaram pelo poder, pelo talento, pelas realizações, pela capacidade de mobilizar. Entre os líderes está o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel . Ele exerce sólida liderança no Ministério Público Federal. Esse cearense, segundo a revista, transmite ao país exemplo de honestidade e profunda formação inte-lectual. O outro cearense que está na lista dos cem é Ivens Dias Branco, o maior fabricante de massas e biscoitos do país. São 12 fábricas em sete estados. Suas empresas têm certificações de qualidade e geram 9 mil empregos diretos. Ele é um dos mais sólidos capitais de industria do país, sensível à realidade que o cerca.

Bilhete do Ayrton Rocha“Os atuais políticos brasileiros, são a “peste negra”

do século XXI ! ou acabamos com eles com o nosso voto, ou eles destruirão todos os sonhos da nossa, e de todas as nossas futuras gerações”, Ayrton Rocha (Fortaleza), jornalista, publicitário, músico, compositor, cantor, poeta sofrido e apaixonado, escritor, amante da vida e um indignado boêmio seresteiro do amor. Este meu pensamento, está em um dos meus próximos seis livros prontos para edição. relaxem: não convidarei meus amigos para uma incômoda noite de autógrafo, com fiz no meu primeiro livro, com a presença de mais de 1000 amigos e admiradores do “Pequeno Ayrton’’. Barei, como fiz, discretamente com meu recente cd, lembran-ças. Presentearei a todos em suas casas pelos correios”.

SAMBURÁ - Praça do Ferreira História de BrasíliaAdirson Vasconcelos (Santana do

Acaraú), autor de muitos livros sobre Brasília, acaba de lançar “Nomes que Fizeram e Fazem a História de Brasília”, uma introdução à sua vasta obra sobre Brasília, com apresenta-ção de Tagore Alegria, da Thesaurus, e dedicatória do autor ao fotografo Eduardo Roberto Stukert.

Narcélio em 2ª. edição Lançada na Assembléia Legislativa, em Fortaleza,

a 2ª edição do livro de crônicas “Fortaleza Antiga, de autoria de Narcélio Limaverde (Fortaleza). “Recomen-do pela riqueza de detalhes e pelo refinadíssimo bom humor com que trata os causos da Fortaleza antiga”, ressaltou.

Restaurante lusoDe Lustosa da Costa (Sobral): “Passo pelo “A Bela

Sintra”, restaurante português de alto luxo, em Brasí-lia, e ali o maître Francisco Nonato Serra, fazendeiro em Santa Quitéria, fala de ter recebido o governador Cid Gomes, acompanhado de José Lírio Aguiar. Ao saber que a caixa do estabelecimento era sobralense, o governador, de pronto, se levantou e foi a seu encon-tro quando a soube filha de amigo de seus tempos de pelada na praça do Siebra”.

Vai decolar em julhoCronograma já estabelecido pelo Governo do Estado

para os aeroportos regionais de Aracati e Jericoacoara. O primeiro, já com pista de pouso prontinha, finaliza a construção da estação de passageiros. Nele, estão sendo feitos alguns ajustes determinados pela ANAC. Data para a sua efetiva operação: julho de 2012. O aeroporto de Jeri está em obras de terraplenagem. Data para a sua operação: julho de 2013.

EmpossadoO Tribunal Regional Eleitoral do Ceará empossou

Manoel Castelo Branco Camurça como membro titular do Pleno na vaga de jurista, presentes os Ministros do Superior Tribunal de Justiça, Francisco César Asfor Rocha, Napoleão Nunes Maia e Raul Araújo Filho, e o Procurador do Estado, Fernando Antônio de Oliveira, representando o Governador do Estado, o Procurador Regional Eleitoral, Márcio Andrade Torres, a Vice--Presidenta e Corregedora do TRE, Maria Iracema Martins do Vale.

Visita ao nosso AryO Presidente da

Casa do Ceará, Os-mar Alves de Melo (Iguatu) , acompanha-do dos diretores João Rodrigues Neto (In-dependência) e Fer-nando Gurgel Filho (Fortaleza), esteve com o jornalista Ary Cunha (Mon-dubim/Fortaleza), em visita de cortesia, convidando-o para participar do Jantar Anual da Pousada Chrisan-tho Moreira da Rocha e agradecer o apoio que ele tem dado na sua coluna no Correio Braziliense à Casa.

Confraria dos CearensesO 52º da Confraria dos Cea-

renses, em casa de Raul Saboia (São Luis) e Claudia, filho de cearense, deputado Pires Saboia (Independência), os presidentes da Confraria, Geraldo Vascon-celos (Tianaguá) e da Casa do Ceará, Osmar Alves de Melo (Iguatu), vice presidente da Confraria e da Casa, Fernan-do César Mesquita (Fortaleza) reuniu o senador Eunicio Oliveira (Lavras da Mangabeira),ministro Claudio Santos (Parnaiba/PI), desembargador Cruz Macedo (Mauriti), Mar-cus Vinicius Furtado Coelho ( São João dos Patos /MA)) secretáario geral do CF da OAB, Francisco Caputo (Juiz de Fora), presidente da OAB DF, rei-tor Getúlio Américo Moreira Lopes, do Uniceub, Mauricio de Sousa Neves Filho (Sete Lagoas/MG), Secretário Geral do Uniceub, jornalistas Lustosa da Costa (Sobral), Wilson Ibiapina (Ibiapina), Rangel Cavalcanti (Crateús), Inacio de Almeida (Baturité), JB Serra e Gurgel (Acopiara), Marcondes Sampaio (Uruburetama), Genésio Araújo, pai (Fortaleza), Genésio Araújo, filho (Fortaleza), Jorge Cartaxo (Crato), empresários José Lírio Aguiar (Sobral), e Francisco Mirto (Fortaleza), Joiro Gomes da Silva (Governador Valadares), casado com a irmã de Raul, Maria Paula Pires Saboia, prof.Ademir Araújo Filho (Recife), Rubens Maraga (Rio de Ja-neiro), George Lopes Leite (Mossoró/RN), Alexandre Isaac Borges (Uberlandia/MG), Galileu Marrara (Manhumirim-MG), general Antonio Florêncio (Fortaleza), advogado Jair Ximenes (Cariri) com seu filho Alexandre, médico Francisco Machado (Pedra Branca).

TV Jangadeiro A partir do dia 1º de março de 2012, a emissora

passará a transmitir o sinal da Band em uma grade de programação nacional e local. Acordo assinado por Jaime Machado Filho, Assis Machado e Joana Jereissati, o vice-presidente da Band, Frederico Nogueira, além do jornalista econômico Joelmir Beting. A emissora cearense vai retransmitir eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo no Ceará. “O cearense vai ter várias opções.

Cesta de comprasO Grupo Casa Pio comprou o Shopping Del Passeio.

Diz que foi negócio pra R$ 100 milhões, com 50% de entrada e o resto em suaves 10 prestações mensais. Pá pé Pio!!!

Diocese de SobralO deputado Professor Teodoro (PSD) lembrou 96

anos de existência da Diocese de Sobral. Teodoro classificou a data como um marco histórico para a cidade, junto com a independência política do muni-cípio e a criação da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). “São instituições que têm marchado juntas ao longo dos anos”, argumentou. O deputado lembrou que, antes de ser oficializada, a Diocese de Sobral “pertencia” à Fortaleza.

Page 4: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília4Dezembro /11 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Há 39 anos

Mallory amplia da fábrica e Investirá R$ 30 mi até 2013

Siderúrgica e Refinaria vão atrair mais indústrias para o Ceará

Atrair empresas de infraestrutura é um dos grandes ob-jetivos da implan-tação de indústrias de base no Ceará. A afirmação foi feita pelo governador Cid Gomes na inauguração do novo centro de distribuição logístico da fábrica da Mallory, em Maranguape, região Me-tropolitana de Fortaleza. Até o final do ano, segundo o gover-nador, as obras da refinaria no Estado deverão ser iniciadas.

A siderúrgica, que já está com suas obras em andamento, é outro empreendimento que trará maiores investimentos e implantação de empresas tanto do exterior quanto dos grandes centros do Brasil. “A siderúrgica, que será uma das maiores do país, irá gerar produtos derivados do aço, e a refinaria, petroquímicos. Esses dois tipos de produtos podem trazer ao Estado uma diversidade de empresas buscando se instalar e investir no Ceará”, afirmou o governador.

Cid, de nada adianta se o Estado não estiver preparado no que diz respeito à mão-de-obra, “por isso, precisamos investir na educação profissionalizante. Aqui mesmo em Maranguape terá em breve uma Escola Estadual de Educação Profissiona-lizante (EEEP) e será o primeiro município a receber também uma nova unidade do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Se não capacitarmos a população, precisaremos buscar mão de obra fora para suprir as necessidades das empresas no Estado”.

Durante a solenidade de inauguração, o presidente da Mallory, Angel Riudalbás, agradeceu o apoio que sempre teve do Governo do Ceará. Para o Governador, a implantação da empresa em Maranguape contribuiu fortemente para o desenvolvimento econômico do Estado.

O Ceará deve receber do Governo Federal o montante de R$ 180 milhões, referente a 1.500 projetos simplifica-dos de abastecimento d’água para consumo, e mais de R$ 6 milhões em 8 mil kits de irrigação até 2014. O Secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, anunciou os investimentos após reunião com o Secretário do De-senvolvimento Regional, Sérgio Castro, do Ministério da Integração, em Brasília. A entrega faz parte do Programa Água para Todos do Governo Federal, em parceria com o Governo do Estado.

Serão investidos em média R$ 120 mil em cada sis-tema de abastecimento d’água, atendendo ao todo cerca de 60 mil famílias. O sistema inclui rede de distribuição com poço e adutora. Segundo o secretário, “o Governo do Estado formará um comitê gestor do Programa Água para Todos, com o objetivo de definir a execução do programa no Ceará”, explicou. Nelson Martins também afirmou que serão 600 projetos já em 2012 e os outros implantados até 2014. “ Vamos trabalhar para organizar logo a formação do comitê, para implementar as ações”, destacou o gestor

Água para Todos: R$ 186 milhões em investimentos

O governador Cid Gomes esteve em Ma-ranguape, na Região Metropolitana de For-taleza, onde ao Grupo Taurus inaugurou a ampliação das unida-des fabris da Mallory. A solenidade aconteceu na Fábrica. Com a ampliação, foram acrescentados à fábrica mais 20 mil m² de área construída, incluindo o centro administrativo, que será entregue até o final do ano. Essa ampliação aumenta em 65% a capacidade fabril da Mallory, com um espaço no centro de distribuição para armazenar mais de 15 mil pallets.

As novas instalações fazem parte do plano estratégico do Grupo Taurus de investir, no Brasil, um total de U$ 30 milhões até 2013. Além dos investimentos na área fabril o plano contempla investimentos na área de Tecnologia da In-formação, desenvolvimento de novos produtos e novas linhas de negócios garantindo ao consumidor brasileiro o acesso ao que há de melhor em eletroportáteis.

Com a Mallory, uma das mais importantes empresas da Taurus no mundo, o Grupo totaliza 11 marcas distintas com produtos específicos para cada público e países de atuação. A Inalsa, Monix, Mallory, Mellerware, Taurus, Turmix, Winsor, Mini Moka, Alpatec, White&Brown e, Casals estão em quatro continentes.

Em forte expansão, a holding busca fortalecimento por meio do crescimento contínuo e sustentável em negócios no mundo todo. Sua proposta é criar produtos inovadores, práti-cos, úteis e confiáveis, que ultrapassem os limites de utilização com novas funcionalidades agregadas, marcando presença em um número cada vez maior de países. “Acreditamos no Brasil e vamos continuar investindo no Ceará.

Page 5: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 5 Dezembro/11

O CNJ levou à web dados sobre o número de processos por crimes de colarinho branco que tramitaram pelo Judici-ário no ano de 2010.

Apenas nos escaninhos da Justiça Federal e dos tribunais superiores (STF e STJ), acumularam-se 16.283 ações e inquéritos.

Envolvem três categorias de crimes: corrupção (ativa e passiva), lavagem de dinheiro (ocultação de bens, direitos e valores) e improbidade administrativa.

Pelos tribunais de Justiça dos Estados transitaram cerca de 10 mil ações de improbidade (danos ao erário, enriqueci-mento ilício e violação de principios administrativos).

As informações, disponíveis aqui, foram repassadas em agosto ao grupo que cuida da revisão de uma convenção da ONU da qual o Brasil é signatário.

Chama-se Convenção das Nações Unidas contra a Cor-rupção. Tenta-se aperfeiçoar os mecanismos de prevenção e combate à corrupção.

Considerando-se a quantidade de processos, o número de julgamentos é modesto. A Justiça Federal, por exemplo, julgou 5.878 casos no ano passado.

O STJ produziu 889 julgamentos. No STF, julgaram-se 88 ações. O Supremo informa que, nos primeiros oito meses de 2011, julgou 108 ações.

Pelo quadro divulgado pelo CNJ não é possível

Transitam no Judiciário 26 mil processos de corrupção

0s 80 anos de B. de Paiva e suas 500 realizações artísticas

Os 80 anos de José Maria Bezerra de Paiva (For-taleza), o nosso B.de Paiva, nascido em 6.11 foram comemorados com a discreção que marca sua vida. Um dos eventos foi organizado pelo amigo de fé, Geová Sobreira, com a presença de outro amigo de fé, Inacio de Almeida.

B. de Paiva, na sua humildade e ternura, ainda não parou de trabalhar, reafirmando seu extraordinário talento, reconhecido fora do Ceará.

Foi professor de três universidades: UFC, UniRio e UnB, nas quais passou por diversos cargos, chefe de departamento, coordenador de cursos, diretor, decano, pró-reitor e reitor. Recebeu o titulo de Honoris Causa da UFC.Aposentou-se como professor titular da UnB, após 33 anos de serviços, sem nunca ter tirado férias ou licenças.

Dirigiu teatros públicos e privados e orientou a construção de 12 espaços cênicos pelo Brasil.

Foi responsável pelo tombamento do Teatro José de Alencar, graças a Juarez Távora, e indicou seu 1º

diretor, Paurillo Barroso.Participou de mais de 500 realizações artísticas

como carpinteiro, “ponto”, assistente de direção, ator, cenógrafo, diretor, orientador, no Circo, Rádio, Cinema e Televisão.

Publicou sete livros de poesia, teatro e administra-ção cultural e prefaciou o 1º livro de Paulo Coelho quando este foi seu aluno no Conservatório Nacional de Teatro.

Foi 1º Presidente do Conselho de Cultura do Dis-trito Federal.

Foi responsavel pela criação de cursos de teatro (nível médio e nivel superior no Brasil) entre stes o Curso de Arte Dramática da UFC (graças ao prof. Martins Filho) e a Escola de Teatro da UniRIO. Foi tambem responsável pela instituição dos Cursos Supe-riores de Artes Cênicas no país, a partir do I Simpósio Nacional sobre o Ensino e das Profissões Teatraus que promovera, na Escola de Teatro da UniRIO,em 1969.

Page 6: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília6Dezembro/11

veja o site do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br

Leituras INão fui morrer

Sebastião Nery (*) Desci em Fortaleza, peguei um taxi :- Por favor, para o palácio.- O senhor vai ver o governador Parsifal Barroso?- Tenho uma entrevista marcada com ele. Sou jornalista.- Moço, o doutor Parsifal é um homem muito bom, muito

serio, muito honrado, muito culto, fala muitas línguas, toca piano, mas, se o senhor permite um palpite, eu acho que o senhor deve falar também com a esposa dele. Quem manda no Ceará é a mulher de Parsifal, dona Olga.

A manchete da matéria já ficou roendo minha cabeça:- Quem manda no Ceará é a mulher de Parsifal.Precisava conferir, embora eu já soubesse que o melhor

repórter de uma cidade é motorista de aeroporto e rodoviária.***PARSIFALFui, conversei longamente com o governador. A cada per-

gunta ele dava uma resposta de cinco minutos, ela falava vinte, trinta. Depois, passei três dias na cidade, hospedado no velho hotel San Pedro, no centro, ouvindo políticos e jornalistas e conclui que o motorista tinha razão.

Baixinho, calvo, de bigode, Parsifal começou a vida como jornalista, redator do jornal “O Estado”, de Fortaleza. No segundo ano de Direito, fez concurso para professor de Qui-mica no Liceu, tirou o primeiro lugar com a tese “As Teorias de Geber”, mas não tomou posse por não ter 21 anos. No ano seguinte, nomeado catedrático de alemão no mesmo colégio.

Já tinha 21.Foi professor de Filosofia e Economia da Faculdade de

Filosofia e Ciências Econômicas do Ceará. Em 1947, cons-tituinte estadual, em 1950 deputado federal e em 1954 sena-dor, sempre pelo PSD. De 56 a 58, ministro do Trabalho de Juscelino, indicado pela Igreja. Em 58, governador. (Quando deixou o governo do Estado, foi deputado federal de 1971 a 77 e ministro Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Morreu em abril de 1986).

***DONA OLGA

Parsifal era um padrão de simpatia, elegância e honradez, mas na hora de decidir a palavra final era sempre a opinião da primeira dama, dona Olga, inteligente e competente, filha do poderoso coronel Chico Monte.

Voltei a Salvador, “A Tarde” publicou a matéria assinada na primeira página (era a primeira vez, nos seus quase 70 anos, que “A Tarde” publicava reportagem assinada na primeira página) :

- “Quem Manda no Ceará é a Mulher de Parsifal”.Dois dias depois, o jornal “O Povo”, da UDN de Paulo Sar-

razate, que comandava a oposição no Ceará, transcreveu minha reportagem na integra, dando-lhe a manchete da primeira pagina, em letras garrafais:

“Jornalista Baiano Comprova: – Quem Manda no Ceará é a Mulher de Parsifal”.

***TELEGRAMASMais um dia, entrei no jornal, havia um telegrama para mim:- “Jornalista Sebastião Nery, jornal “A Tarde”, Salvador :“Governador e eu indignados. Venha morrer no Ceará.(Assinado) Themistocles de Castro e Silva, assessor de

imprensa do Governo do Estado do Ceará”.Desci ao telegrafo, que ficava ao lado do jornal, respondi:- “Jornalista Themistocles de Castro e Silva, assessor de

imprensa do Governo do Ceará: – Não vou”.(Assinado) Sebastião Nery.E não fui.***THEMISTOCLESNão fui, continuei vivo e nunca mais vi o Themistocles.

Em janeiro de 1975, estava eu na democrática Assembléia Le-gislativa do Ceará (eu era um deputado cassado, sem direitos políticos, e os cassados não podiam participar de nenhuma atividade política), lançando meu livro “As 16 Derrotas Que Abalaram o Brasil”, sobre as eleições de 15 de novembro de 1974, em que a oposição, o MDB, tinha acabado de derrotar o governo militar, a Arena, elegendo 16 senadores contra 6 da Arena, quando vejo o Themistocles, alto, elegante, garboso, cabeleira cheia, entrando no plenario.

Pensei no pior. Ele podia, quinze anos depois, querer dar o troco da entrevista de 1960. Continuei autografando os livros para a fila enorme, mas de olho nele. Foi chegando, abriu os braços com um sorriso enorme:

- Que bom, Nery, que você não veio morrer no Ceará.E me deu um forte abraço. Mais: pegou o microfone e fez um

belo discurso, sobretudo sobre meu livro anterior,“Socialismo com Liberdade”.

No fim de semana, estava eu em Jaguaquara, interior da Bahia, meu sempre amigo Paes de Andrade me telefonou de Fortaleza: o Themistocles tinha acabado de morrer. Esta coluna é uma saudade e um abraço pago.

(*) Sebastião Nery (jornalista, escritor, ex-deputado federal PDT-BA), publicado em 25.11.2011

PS:A proposito da matéria do Sebastião Neri o jornalista Narcelio Limaverde (Fortaleza) fez este comentário: “Caro Wilson, recordei a campanha, com a voz tonitroante do João Ramos, dizendo: “ Meu bisavô já dizia. Havendo outro,não vote em Távora”. Alguns dias depois, a resposta desaforada, gravada pela radiatroz Ângela Maria: “ Meu bisavô já dizia, havendo outro não vote em homem mandado por mulher”. A propósito o Temistocles negou essa última gravação. Fui testemunha dela e ouvi muitas vezes, já estava no rádio e fiquei ofendido porque trabalhava na campanha de Parsifal. Temístocles também negou em entrevista à Rádio Povo, em dezembro de 2010,reproduzida este ano na emissora, no dia de sua morte, aquela versão, não sei se lenda urbana de Forta-leza, sobre o artigo que ele publicou no Diário do Nordesste, intitulado “ Posse pura e simples, onde ele defendia a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio. A cidade toda comentou, você deve recordar, que Temistocles foi preso, levado ao QG da Décima Região onde foi torturado ( o povão descia a detalhes impublicáveis). Diziam também que dona Olga foi lá, invadiu o quartel general e libertou o jornalista.

Vi a publicação do artigo falando no General Sombra, sargentão e Peixoto de Alencar. Como posso saber se existe alguma aguardando espaço para publicação? Um abraço do Narcelio Limaverde”.

Memória O Ceará e o Brasil perdem Maria Yedda Leite Linhares

A professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maria Yedda Leite Linhares (Fortaleza), a “cea-rense renitente”, como se considerava, faleceu em 29.11, aos 90 anos, no Rio de Janeiro e foi enterrada, no cemité-rio São João Batista, em Botafogo, sem receber em vida nenhuma homenagem do seu querido Ceará, ela que vem atrás do maior historiador brasileiro, João Capistrano de Abreu (Maranguape), com sua “História Geral do Brasil”. A historiadora pertencia à antiga linhagem de pensadores que buscavam compreender o Brasil para transformá-lo. Nos últimos anos, passou a defender uma nova revolução na concepção da disciplina que abraçou

“Lá no Ceará, em 3 de novembro de 1921, nascera - para usar a expressão do poeta que ela tanto amaria - “gauche na vida”. Meninota, contra a vontade dos pais, colocara um imenso laço vermelho nos cabelos para ver a passagem das tropas revolucionárias que adentravam o Calçamento de Messejana para conquistar Fortaleza em 1930. Aí consolidara sua vocação: rebelde, teimosa, voluntariosa, humana e generosa” escreveu Francisco Carlos Teixeira da Silva, detalhando sua vida, conforme o texto que segue:

“Com a família, seguindo o rastro da crise mundial que derrubara os preços do algodão, mudou-se para Porto Alegre. Lá ficou pouco tempo. Sofreu uma infecção no ouvido, que mais tarde martirizaria a vida e a vaidade. Mudaram-se para o Rio. Estudou português e história. Aos 15 anos, venceu Darcy Ribeiro na disputa final de uma Maratona Intelectual Nacional – na categoria História Geral – promovida pelo Ministério da Educação, tendo como prêmio o único livro que jamais emprestou: a História Geral de Varnhagen.

A criação da Univer-sidade do Distrito Fe-deral, no Rio, facilitou sua ascensão ao curso de “filosofia”, onde co-nheceu Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Hermes Lima, Brochado da Ro-cha, San Thiago Dantas.

Foi para os Estados Unidos e estudou no Barnard College, na Universidade de Columbia.

Com a guerra, voltou ao Brasil, travou amizade com Delgado de Carvalho, o decano da história moderna e contemporânea, casou com José. Do casamento teve Ma-ria Teresa, “Teca”, e José, “Zequinha”!. Creio que ambos pagaram algum preço – o preço de serem filhos de Yedda, o preço das horas roubadas, o preço de partilhá-la com to-dos nós, comigo, com Ciro Cardoso e principalmente com Francisco Falcon. A tudo se juntava a presença de Yonne Leite, outro motivo de orgulho de Yedda, que a via, com tudo que isso encerra, bem mais como filha do que irmã.

Na casa, a velha Virgínia cuidava de todos.Vieram os concursos, provas, cerimônias, becas e armi-

nhos. Substituía Delgado de Carvalho como catedrática: foi o dia que mais chorou na vida.

Assumiu a direção da Radio MEC. Usou seu espaço para fazer cultura.

Então veio o pior: as forças alarmadas, como dizia “o José”, tomaram o poder. As conseqüências seriam terrí-veis. Prisões, cassações, aposentadorias compulsórias.

Maria Yedda seria inculpada em 11 IPMs; seria acusada na mídia, seria espezinhada por muitos. Pouco importava, sabia o que fazer.

As prisões se sucederam... Tirada do hospital foi le-vada para o 1º. RCC. Fernand Braudel e Jean-Paul Sartre escreveriam ao presidente-general exigindo sua liberdade.

O exílio seria na França. Primeiro Paris, onde en-contraria Ciro Cardoso, e todos que estavam, e depois Toulouse-Le Mirail, onde Jacques Godechot e Bartolomé Benassar a aceitariam com carinho e respeito. Travaria conhecimento e angariaria respeito de todos: Albert Soboul, o amigo Mauro.

Por fim, o casamento de Maria Teresa e o nascimento de Patrícia, a primeira neta seriam de mais. Forçava seu retorno, antes do decreto da anistia.

A pressão seria tremenda, obrigando-a a um exílio interno, em Vassouras.,

Com a redemocratização, Yedda aceita os desafios. Primeiro é a secretaria municpal de educação, depois, por duas vezes, seria secretaria estadual de educação. Então, ao lado de Darcy Ribeiro, lançariam mão da herança do Dr. Anísio Teixeira. Os cieps, brizolões – a mais generosa e igualitária proposta de educação que o país produziu – é em verdade a versão moderna da escola-parque.

Ao seu lado, como amparo, crítico e amigo, teria a pre-sença de Paulo Sérgio Duarte, mais um filho muito amado.

Isto é um pouco de Maria Yedda, só um pouco, porque tão poucas pessoas conseguiram em uma só vida viver tanto. Hoje não estou triste, não quero estar triste. Para Yedda tenho apenas uma lembrança, um título de Pablo Neruda: “confesso que vivi”!

Page 7: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br7 Dezembro/11

Leituras IIAcopiara - Andança nos nomes das ruas

JB Serra e Gurgel (*) Os nomes das ruas, praças, parques, jardins, avenidas, bulevares,

becos, vielas, marginais, viadutos, bairros, nas grandes metrópoles, cidades, vilas e povoados sempre foram mudados pelos séculos e séculos, amém. Em São Paulo, há grande preocupação com a futura renomeação das Marginais Pinheiros e Tietê. Coisas do Itaquerão! Mas São Paulo tem pencas de nomes para emplacar as marginais. Não importa a conotação negativa, pois não faz muita diferença um corrupto de um marginal!

O único dado novo da questão surgiu no lado de cá do Atlântico que proibiu nome de bem público com gente viva. Só os mortos podem ser homenageados. Foi um grande avanço, já que o puxasaquismo ao alcance de todos seria um prato cheio para homenagear safados e corruptos. Dificilmente escaparíamos das primeiras damas ou dos primeiros damos! E até das raparigas e dos filhos delas! Do contrario as ruas do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, estariam infestadas de nomes de Prefeitos, governadores, deputados, senadores, vereadores, na sua maioria vagabundos do mais baixo nível. Seriamos um país de canalhas, cantados em versos, prosa e placas!

Há também entre nós uma pratica de botar nomes em ruas, praças, avenidas, alamedas, becos, vielas, bairros de pessoas que nada tem a ver com a nossa cidade, com a cara de nossa gente, ou de heróis de pés de barro, bolsos furados e contas em paraísos fiscais.

Aqui no Ceará a pobreza de heróis – o cearense é avesso à heróis - fez com que tomássemos emprestados os de outros estados!

Em Acopiara, muitas mudanças ocorreram, nos nomes de ruas e praças, sob protestos ou não. E há casos de esquecimento, pois jamais puseram nomes dos fundadores da cidade em vias de expressão: como Pedro das Lages, Henrique Gurgel do Amaral Valente e Francisco Guilherme de Lima. No caso do meu bisavó, Vovô do Rio, ganhou uma pracinha,na antiga rua Farias Brito (hoje Pedro Alves de Oliveira) da qual sumiu seu busto, mas lá coloquei uma placa chumbada para marcar nossos 100 na cidade. Espero que não arranquem a placa. Recordo-me que dias antes de fixar o nosso marco centenário me disseram que a praça iria mudar de nome... Chegamos antes e estamos em vigilia cívica.

A praça Monsenhor Coelho mudou para praça tabelião José Marques Filho. Muita gente não gostou, por ódios políticos sempre lembrados. Monsenhor Coelho construiu a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que o padre João Antonio de Araújo, outro esque-cido, transformou na nossa linda Igreja matriz. José Marques veio de Jaguaribe e construiu sua vida ao lado, com sua casa, e atrás da Praça, com seu cartório, já na 3ª. geração. São quase 100 anos de presença.

A rua Santos Dumont ganhou mudou para rua Cazuzinha Marques (José Marques de Oliveira). Nada mais justo, pois Santos Dumont está para Acopiara como Virgilio Távora para Porto Alegre. Já tio Cazuzinha, pobre e digno, morou a vida inteira em dois endereços da rua, desde que chegou do Jaguaribe, em 1808, com minha tia Maria Leopoldina, irmã de meu avô materno, Nelson Nunes Serra.

A rua da Escadinha ganhou duas denominações, Lindoval José de Lima e João Holanda Lima. Nada mais justo.

Rua Siqueira Campos mudou para avenida Paulino Felix. Ade-quado. A rua marechal Deodoro mudou para rua Francisco Gurgel Valente, meu avô, talvez o mais antigo comerciante da rua e que ocupou espaço no comércio também com seus filhos, Nertan, Nestor, Francisco,Nicanor, Neófito, Nilo (até hoje no local) e com seu neto, Carlúcio. Honra e glória ao enfadado marechal Deodoro que se não proclamasse a República teria sido preso pelos republicanos raivosos. Deodoro, monarquista, relutou até a undécima hora. A República cus-tou a chegar a Acopiara. Acho que parou em Mombaça ou se mudou de mala e cuia para Iguatu.

Homenagens justas: A rua Farias Brito mudou para Av. Pedro Alves de Oliveira, honras ao empreendedor. A rua dom Quintino mudou para rua tabeliã Maria Nilsen Marques, nora de José Marques, casada com seu filho, Evandro. A rua Quintino Cunha mudou para Emidio Alves de Almeida. A rua Quintino Bocayuva mudou para Eduardo Gurgel Valente. A rua padre Leopoldo Rolim mudou para Francisco Gomes de Oliveira

Os ex-prefeitos falecidos foram lembrados: Celso de Oliveira Cas-tro (Icó), Alfredo Nunes de Melo (Isidoro) ,Francisco Alves Sobrinho, Miguel Galdino de Oliveira (Saboeiro), Jairo Alves, Edmilson Teixeira.

Registre-se que a rua do Papouco e a rua dos Dodôs mudaram para Santa Isabel. A rua Rabo da Gata mudou para rua Bonsucesso e o Alto dos “Bodes” mudou para rua 7 de Setembro. Pode-se lamentar numa “cidade católica” seus primeiros padres foram cassados, especialmente, monsenhor Jose Coelho, padre Leopoldo Rolim, e padre João Antonio de Araújo, cujos restos mortais descansam em paz na Igreja matriz, De temperamento forte e impulso, fez amigos e inimigos Pior do que isso só o esquecimento aos povoadores e pioneiros, da família Lages e Francisco Guilherme de Lima.

(*) JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor.

Com vasta produção artística que intercala com linguagens como a pintura, a escultura e o desenho, Heloísa Juaçaba é homenageada com duas exposições especiais na cidade

Com seu movimento preciso e equilíbrio cromático, Heloísa Juaçaba é uma das mulheres que ajudou a escre-ver a história das artes no Ceará. Há em sua poética uma forte inclinação à geometria das figuras. A artista cria composições que se formulam pela disposição perfeita de cada elemento, cuidadosamente, utilizado por ela, sejam por meio de linhas, espaços e cores.

Por toda essa produção, repleta de nuances e sim-bolismos, Heloísa Juaçaba recebeu recentemente duas homenagens - na XVI Unifor Plástica e no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB)

Sala especialOcupando o Espaço Cultural Unifor, a edição 2011

da Unifor Plática tem a curadoria do professor do curso de Belas Artes da Universidade de Fortaleza, Pablo Manyé. Nela, Juaçaba ganhou uma sala especial, em sua homenagem. O espaço é composto por cerca de 20 obras, de diferentes fases da artista.

Para Manyé, a pintora tem uma arte geométrica com profundas referências à cul-tura nordestina. “Heloísa é uma figura importante para a cidade. Ela foi uma das pri-meiras pessoas que conheci quando cheguei em Fortaleza. Homenageá-la é fazer justiça à produção local”.

Em texto curatorial o pro-fessor escreve: “a arte no Ceará se desenvolve graças a pessoas que ajudaram a criar bases que podem sustentá-la. Necessita-mos de heróis, modelos, nos quais nos espelhamos para continuar essa sustentação. Certamente, uma de nossas heroínas é Heloísa Juaçaba”.

Manyé acredita que a pro-dução de Heloísa vai além da beleza, analisa o mundo e suas diferentes facetas, reconstruindo seus planos e cro-matismos. “Heloísa também trouxe ao discurso artístico elementos do artesanato, tão presente no Nordeste. Ser regional é, sem dúvida, um caminho sólido para che-gar ao universal”.

Amostras de sua arte também podem ser vistos no CCBNB, até 31 de dezembro. Seus relevos brancos fazem parte do Pro-jeto Acervo Aberto da própria instituição, coordenado por Jaqueline Medeiros.

“Junto com as exposições que acontecem no Centro Cultural, procuramos trazer ao público obras de nosso acervo, que, de alguma forma, se relacionam com elas. Os trabalhos de Heloísa dialogam tanto com as duas últimas exposições de pintura que estavam em cartaz aqui, como com a próxima que será aberta na próxima terça-feira”, explica Medeiros.

A coordenadora observa que os relevos brancos de

Formas e cores de Heloísa JuaçabaJuaçaba, construídos com punho de rede sobre eucatex, lembram muito as produções elaboradas pelo pintor russo Kazimir Malevitch, um dos precursores da arte abstrata geométrica e fundador da corrente suprematista, que defendia uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica.

“A artista traz para sua pintura uma questão constru-tivista. Ela tem um desenho muito matemático, e o uso da cor branca nestas obras faz referência a um estado puro e imaterial, próprios de Malevitch”, ressalta.

Heloísa Juaçaba justifica como o ponto de partida para seus “relevos brancos”, a sua constante paixão pela arte popular brasileira. Certa vez passeando por lojas que existiam na parte baixa do antigo Mercado Central, ela encontrou um punho de rede que lhe chamou bastante atenção pela materialidade.

A artista decidiu criar composições com o “achado”. A partir de um jogo de instrumentos cortantes e perfu-radores para xilo, num manusear delicado e atento dos punhos, passando de um furo para o outro, de cima para baixo, de um lado para outro, nascia, então, os relevos de Juaçaba. E, com eles, uma de suas fases mais criativas.

Fique Por Dentro PinceladasCearense da Serra de Gua-

ramiranga, Heloísa Juaçaba iniciou sua carreira artística na década de 1950, na extinta Sociedade Cearense de Artes Plásticas (Scap). Ela expôs pela primeira vez no “Salão dos Novos” e foi premiada nos Salão de Abril, Unifor Plástica e Mulher Maio Mulher. Assu-miu diversas funções, como diretora do Departamento da Cultura da Prefeitura de Fortaleza (1969) e da Casa de Cultura Raimundo Cela (1971), o antigo Centro de Artes Visuais de Fortaleza. Além de pintora, Juaçaba é es-cultora, tapeceira, desenhista e gravadora. Dentre as homena-

gens que recebeu, a artista foi agraciada com o Prêmio Sereia de Ouro, em 1989.

ExposiçõesSala especial para Heloísa Juaçaba na

XVI Unifor Plástica. Acesso e estacio-namento gratuitos. Em cartaz até 18 de dezembro, no Espaço Cultural Unifor. Visitas de terça-feira a sexta-feira, das 8 horas às 18 horas, e aos sábados e domin-gos, das 10 h oras às 18 horas. Agenda-mento de visitas guiadas para grupos de

visitantes pelo telefone (85) 3477.3319Projeto “Acervo Aberto”, com obras de Heloísa

Juaçaba. Em cartaz até 31 de dezembro, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB-Fortaleza). Gra-tuita. Visitas de terça-feira a sábado, de 10 horas às 20 horas; aos domingos, de 12 horas às 18 horas. Contato: (85) 3464.3108

Ana Cecília Soares, Repórter

Homenagem

Page 8: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília8Dezembro/11

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Leituras IIIFeliz Natal

Wilson Ibiapina (*)

As crianças aguardam ansiosas a chegada dessa data. O Natal transforma as pessoas. Ficamos mais afetivos, fraternais. Todo mundo, feito Papai Noel, distribui presentes, abraços, sorrisos. Tanto Papai Noel como o 25 de dezembro são invenções do homem.

Até hoje não se sabe ao certo quando nasceu o menino-Jesus em Belém, que não é do Pará. Judeus e palestinos, envolvidos numa briga sem fim, nem se lembram de descobrir o dia exato do nascimento do filho de Deus.

Respeitada até em outras religiões, a data foi criado pela Igreja Católica. O Papa Júlio I decretou no ano 350 que o nascimento de Cristo deveria ser comemo-rado no dia 25 de Dezembro. O curioso é que nessa data era comemorado o inicio do inverno. Em Roma era o dia do Deus Sol. Hoje festeja-se o Natal sem lembrar Jesus. A data é mais do comércio do que da Igreja. O Papai Noel virou a figura central da festa.

Dizem que foi criado à imagem do bispo Nicolau, que depois virou Santo. Gostava de dar presentes aos pobres. Que ironia, por ser pobre lá no interior do Ceará nunca recebi presente quando menino. O baiano Assis Valente cantava no rádio: “Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...” Meu pai, aproveitando a deixa, conta que Noel é lenda e ele é que comprava o presente . Naquele ano, sem dinheiro não tinha nem ceia. Ele cortou meu sonho quando

tinha 8 anos e tirei a data da memória . Hoje, o Papai Noel tem a ajuda até dos Correios para não deixar as crianças pobres sem seu brinquedo. Já casado, em Brasília, minha mulher levou a festa de Natal para nossa casa, onde até o Papai Noel passou a distribuir presentes com meus filhos e neta.

O fato é que ele está em toda parte. Só troca de nome. Em Portugal é Pai Natal. Na Holanda, é cha-mado Kerstman;

Na Finlândia, Joulupukki; na Rússia, Grandfather Frost or Baboushka; no Japão, é conhecido como Jizo; na Dinamarca, Juliman; nos Estados Unidos e Canadá, Santa Claus;na Costa Rica, Colômbia e partes do México é chamado El Nino Jesus;

Os americanos é que deram essa cara a Papai Noel. Colocaram o bom velhinho para morar no Polo Norte, onde ganhou um trenó como transporte e essa roupa a prova de frio. Vermelha para chamar atenção.

Numa das mãos um sino; nas costas, um saco de brinquedos e um sorriso nos lábios: “Ho ho ho!!!

Essa imagem ganhou o mundo através de uma campanha publicitária da Coca-cola. Papai Noel, como conhecemos, passou a aparecer em tudo quanto é canto, bebendo o refrigerante e desejando a todos Feliz Natal.

Como ele é a galinha dos ovos de ouro do comércio, tem vida longa

(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista

O UniCEUBé participante do FIES.

O futuro brilha mais para quem

estuda aqui.

INSCRIÇÕES ABERTAS Centro Universitário de Brasíliawww.uniceub.br

CAS/DF liberou certificado da Casa do Ceará

O Conselho de Assistência Social do Distrito Federal reunido em 15.12 decidiu liberar o certificado de enti-dade filantrópica da Casa do Ceará, com base no aten-dimento prestado pela Pousada Chrisantho Moreira da Rocha. A emissão do certificado fará com que a entidade esteja liberada para solução de pendencias administrati-vas que estava suspensas por falta do mesmo.

A prestação de contas da Casa do Ceará caiu em exigências e inumeros ajustes foram feitos nos termos dos protocolos do Conselho.

Há dois anos que a Casa do Ceará se ajustou definiti-vamente para o atendimento das exigencias do Conselho, da Divisa/DF e do Ministério Publico do DF, tendo firmado compromissos para que a assistência social aos idosos residentes na Pousada Chrisantho Moreira da Rocha se efetuasse dentro de padrões excelência.Inumeras obras se fizeram na Pousada, seguindo as orientações estabelecidas nos protocolos do Conselho.

A diretoria da Casa do Ceará está providenciando agora que as demais atividades da Casa que precisam de enquadramento para efeito da renuncia da contribuição patronal de Previdencia Social, tais como as atividades de educação e de assistencia médica, preencham os formulários para que sejam consideradas pelos orgaos dos Ministérios da Educação e da Saúde.

Alguns ajustes deverão ser feitos para que se obtenha o pretendido enquadramento.

Anteriormente, o certificado de filantropia era conce-dido por uma fonte e era válido para todas as atividades da Casa. Agora serão necessários tres certificados para as atividades finalísticas.

Page 9: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br9 Dezembro/11

Leituras IVConhecer história

Por Lustosa da Costa (*)

Quem conhece um pouco de história e de geogra-fia, se surpreende quando se depara com pinturas de Jesus, Maria e José e dos 12 apóstolos, com nariz grego, lábios finos, cabelos louros e olhos azuis como legítimos arianos. Era esta a população que nascia e se multiplicava na Judeia daquele tempo? Para onde foram que não mais são encontrados no Oriente Médio?

ArteA arte romana, depois italiana, passou a retratar

os grandes nomes do catolicismo, como arianos, de cabelos louros, olhos azuis e lábios finos. Nada das feições que se consideravam grosseiras dos judeus daqueles tempos.

EuropeizaçãoLembrando isso, socorri-me de renomado profes-

sor de História, Juarez Leitão, para dele saber quando começou a europeização da religião católica. Não se trata de questão de fé nem de discutir as crenças da maioria do povo brasileiro, não. Apenas pesquisar, à luz da História, como se verificou o processo.

Rumo a RomaEnquanto algumas seitas dos primeiros tempos

do cristianismo se refugiavam no deserto, comendo mel silvestre com tanajura. Pedro, seu discípulo mais próximo, preferiu seguir sua orientação no sentido de levar a nova religião a todos os povos. Nada mais adequado para fazê-lo que na então capital do mun-do, Roma, onde estabeleceu sua sede e conheceu a morte no martírio.

CatacumbasOs cristãos já começavam a se multiplicar na

cidade líder do império daquele tempo, escondendo--se a princípio em catacumbas, onde eram levadas à execução e à satisfação da fome dos leões, para deslumbramento da plebe, no Coliseu. Em pouco tempo, entretanto, eles cresciam e se multiplicavam até que Constantino decretou a liberdade religiosa e se converteu, como sua mãe, Santa Helena, ao catolicismo, ao longo de 313.

Religião oficialAlguns anos depois, Teodósio definia o cristia-

nismo como religião oficial do império romano, que posteriomente se estabelecia como estado dentro do estado, na Nova York daquele tempo.

JesusEntão Jesus Cristo passou a ser aquele louro e

refinado fidalgo europeu das figuras sem os traços da raça em que nascera e a grosseria da condição de carpinteiro, profissão que exercia como seu pai. Talvez por isso seja tão difícil achar um santo negro, vindo da África, grande produtora de mão de obra escrava, ou chinês, japonês, filhos daquelas raças distantes que, acho, São Francisco de Sales tentou catequizar.

Não é criticaNão se trata de crítica e, sim, apenas visão histó-

rica das origens do cristianismo. As religiões são in-fluenciadas, quase o disse, direcionadas pela cultura dos povos onde se disseminaram. Daí, os conceitos de beleza ocidentais difundidos pela pintura europeia que acabaram se tornando os padrões das pinturas e esculturas e de toda arte, dada como cristã.

(*) Lustosa da Costa (Sobral), jornalista e es-critor

A cena política e os fatos da história política do Ceará ocorridos no período de revezamento de governadores. Uma história iniciada em 1958 e que segue até a segunda metade dos anos 1980: esta é um síntese de “No Tempo dos Coronéis”, escrito pelo jornalista Ciro Saraiva. Segundo o autor detalha em sua obra, em meados de 1945, o governo cearense vinha sendo disputado por dois partidos políticos: o Partido Social Democrático, presidido por Menezes Pimentel, e a União Democrática Nacional, cuja liderança recaia sobre os médi-cos Fernandes Távora, pai de Virgílio Távora; e José Saboia, natural de Sobral.

No entanto, neste mesmo período, outras duas legendas começavam a tomar corpo - o Partido Social Progressista e o Partido Trabalhista Brasileiro - e, para impedir que chegassem ao poder, os grupos antes inimigos, uniram-se na coligação que ficou conhecida como “União Pelo Ceará”.

“Inicialmente, ainda em 1962, eles venceram em uma eleição até, de certo modo, democrática, porque realmente possuíam muitos eleitores. Mas depois desta, passaram a se revezar no poder, dando origem ao ´período dos coronéis´”, detalha Ciro Saraiva.

Dentro deste contexto, o jornalista, sem se prender em uma ordem cronológica, passa a tratar de episódios da cena política durante os governos de Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra, coronéis que se revezaram no governo do Ceará durante todo o Regime Militar (1964 - 1985).

Tais gestões foram intercaladas por curtos mandatos de Franklin Gondim Chaves, Plácido Castelo, Waldemar Alcân-tara e Manuel de Castro Filho, alguns deles também citados nas 300 páginas do livro-reportagem.

Paixão“Nasci em 1938 e tenho interesse em política desde 1945.

Faça as contas aí: desde os sete anos de idade gosto de política”, conta Ciro Saraiva.

Ainda criança, o jornalista já se dispunha a ler os jornais que o irmão, Antônio Saraiva de Oliveira (já falecido) lhe trazia. Antônio, que fora vereador em Quixeramobim, foi quem, de fato, lhe inspirou o gosto pela política e pela leitura dos periódicos.

“Nós morávamos numa fazenda, distante da cidade, então ele é que me trazia os jornais para ler. Não só do Ceará, mas do Sul, jornais que nem existem mais”, relembra.

Já atuando como jornalista, o envolvimento de Ciro com marketing político e os serviços prestados em campanhas elei-torais lhe deram informações suficientes para decidir colocar tudo o que sabia em um livro.

“A ideia já estava na minha cabeça há muito tempo. Eram muitas informações colhidas, tanto nos jornais antigos que li, quanto em tudo o que ouvi e aprendi dos próprios políticos, quando fazia assessoria de comunicação para as campanhas. Para escrever, levei cerca de dois anos e meio”, revela.

ConteúdoAo longo de 20 capítulos, Ciro Saraiva relembra como a

queda de Jango foi noticiada no Ceará e a confusa situação em que permaneceu Virgílio Távora por muito anos, já que possuía ligações tanto com João Goulart quanto com Castelo Branco.

Ciro fala ainda daquela que nomeou “carta da maldição”,

No Tempo dos Coroneis, J. Ciro Saraiva conta quase tudo

escrita por dona Olga Monte Barroso, ex-primeira dama do Estado, em resposta à inclusão de seu nome como contraban-dista de café. A carta, recheada de desaforos, é destinada ao Coronel Egmont Bastos Gonçalves e, no livro, está publicada na íntegra. Além desses fatos, consta ainda as intrigas prota-gonizadas por Severino Sombra, que não poupava pilhérias aos partidos a que fazia oposição.

A história contada por Ciro segue até 1986, com a campanha de Tasso Jereissati. “Eu diria que foi a única campanha política feita no Ceará. A campanha de Tasso dá mostras de que ele pretendia andar por outro rumo”, opina o autor.

De acordo com Ciro Saraiva, a proposta é ainda escrever outros dois livros, retratando os períodos antes e depois dos coronéis. “Já tenho o esboço do segundo livro, que vai de 1947 a 1958, e o terceiro, que segue de 1986 até os tempos atuais, provavelmente”, antecipa.

Para ele, resguardar um conteúdo tão complexo e revelador da história do Ceará em livro é celebrar a liberdade. “É natural que as pessoas que não conhecem a historia estranhem quan-do ela é contada. Nós vivíamos em um período encoberto e agora temos a oportunidade de divulgar detalhes importantes desse momento político, que inclusive pessoas sexagenárias desconhecem. Isso é democracia”, argumenta.

Com a colaboração do Diário do NordesteResgatar a história política do Estado do Ceará, tomando

como base o período em que coronéis se revezavam no controle do cenário político regional, dando forma a um verdadeiro ciclo de poder. Por cerca de dois anos e meio, esta foi a atividade sobre a qual se debruçou o jornalista Ciro Saraiva, que lança hoje, na Assembleia Legislativa, o livro-reportagem No Tempo dos Coronéis. Idas e vindas, alianças e rompimentos. Todas as relações que se estabeleceram nas gestões de Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra, durante o regime militar, estão documentadas em 316 páginas.

Em visita ao O POVO, Saraiva afirmou que o principal fator que lhe motivou a recontar a história foi a “intrigante” transição no Governo do Estado, em 1986. Então governador, Gonzaga Mota, que era filiado PDS, fez de Tasso Jereissati, à época ligado ao PMDB, seu sucessor. A reviravolta na aliança entre Gonzaga e os coronéis, naquele ano, fez do hoje tucano governador do Estado pela primeira vez.

Conflito revelado no trecho do livro que trata dos percalços que levaram Gonzaga Mota à lançar a candidatura de Tasso com o objetivo de “eliminar os coronéis”, a contra-gosto da-queles que se perpetuavam no poder.

“Tasso Jereissati foi surpreendido com a escolha de seu nome. Primeiro, porque Gonzaga Mota nunca revelara a disposição de se libertar totalmente dos coronéis. Segundo, porque Tasso havia se submetido, há menos de dois meses, à implantação de cinco pontes de safena”, relata. O aval para a candidatura de Tasso veio de seu médico, que afirmou que a atividade faria “muito bem ao processo de recuperação”.

Tasso: presença ilustreCiro Saraiva integrou o governo de Gonzaga Mota e tam-

bém participou da campanha eleitoral de Tasso Jereissati, que será alvo de um de seus dois futuros livros, que remontaram o período antes e depois dos coronéis. Com O POVO

Memória

O jornalista Ciro Saraiva lançou em Fortaleza, na Assembléia Legislativa, o livro-reportagem “No Tempo dos Coronéis”. São 20 capítulos da história política

cearense durante as gestões de Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra

O jornalista Ciro Saraiva conversou com O POVO sobre o seu mais recente livro, que será lançado hoje

Foto: Fábio Lima / O povo

Page 10: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília10Dezembro /11 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

osmar baquit

Page 11: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 11 Dezembro/11

Page 12: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília12Dezembro/11

veja o site do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br

Casal completa 70 anos de casamento e comemora bodas de vinho com a família Dona Geralda e seu Antônio de Lima comemoram,

amanhã, 70 anos de casamento. A festa das bodas de vinho se realizou às margens do Lago Paranoá, com a presença de toda a família

Ao olhar o sorriso maroto de dona Geralda Oton de Lima, 88 anos, e a seriedade de seu Antônio Augusto de Lima, 97, é fácil matar a charada: são opostos que se com-pletam. Assim como nos romances literários, o casal prota-goniza uma linda história de amor. A diferença é que tudo é real. Há sete décadas, o coração desses dois apaixonados bate mais forte, dia após dia. Amanhã, os pombinhos farão 70 anos de casados, completamente lúcidos. A festa, e não é para menos, começou dois dias antes da data oficial, no Condomínio Ilhas do Lago, às margens do Lago Paranoá.

Não há quem narre um trecho da história sem marejar os olhos. Os filhos não escondem o orgulho do casal que venceu todas as barreiras vividas por amores eternos. O primeiro encontro foi acaso do destino. Ela, uma estudante de colégio de freiras, aos 18 anos, e ele, professor subs-tituto, aos 27, em Currais Novos, cidade do Rio Grande do Norte. “Augusto se apaixonou primeiro. Na época da escola, eu não tinha interesse por ele”, conta a senhora, independente como sempre foi. Noivo de outra moça havia oito anos, o compromisso não impediu que o contador se rendesse aos encantos da aluna espevitada.

Geralda formou-se e, após desmanchar o noivado, o professor logo convidou-a para sair. “Íamos a uma praça todos os domingos, onde os namorados se encontravam”, lembra-se. Nem mesmo a distância desanimava Augusto de demonstrar seu amor. Produzido com um terno de linho branco, o jovem viajava 200 quilômetros de barco para visitar a dona do seu coração, quando ela passava férias na praia com os pais. Passados seis meses, o amor não podia mais esperar. O pedido tradicional de casamento foi feito à mãe da namorada, viúva à época. A espera pela resposta durou um mês. E, então, o aguardado sim foi concedido.

Em 22 de novembro de 1941, Geralda entrava na igreja de véu e grinalda, com sorriso de fora a fora. “Eu estava muito feliz”, relembra a matriarca. No ano seguinte, veio o primeiro filho, dos 11 concebidos pelo casal.

PioneirosServidor do Banco do Brasil, Augusto chegou a ser

transferido para várias cidades, sempre carregando a amada

e os frutos do casamento. Até que um dia, Brasília lhe pare-ceu um bom lugar para firmar território e construir a família dos seus sonhos. Convidado pela instituição financeira, o progenitor não pensou duas vezes e trouxe os herdeiros e a mulher. Em 12 de março de 1962, o cearense se instalou na Asa Sul. Pioneiros da capital federal, os dois ainda escrevem a história no mesmo local desde que chegaram, a quadra 308 Sul. “Até hoje, meu pai fica azul de fome, mas só come junto da minha mãe. Ela sai para a igreja, vai visitar as amigas, mas todas as vezes ele a espera, até sua chegada, demore o quanto for”, narra Regina Lima, uma das filhas dos companheiros.

Sempre sereno, o romântico senhor aposentou-se pelo banco. Geralda, entretanto, não se conteve em ser apenas dona de casa. Fez curso de primeiros socorros para cuidar dos filhos, de fotografia, de computação, de pintura e até de inglês. Hoje, com uma visão perfeita, a religiosa se dá ao luxo de ser artista plástica. Segundo ela, o enlace dura-douro não tem segredo. “É preciso apenas muito amor e paciência”, ensina a receita.

Todos os filhos estudaram em antigas escolas públicas da capital, como Caseb e Elefante Branco, e formaram-se nas primeiras turmas da Universidade de Brasília (UnB). A matriarca faz questão de frisar: “São três médicos, cinco engenheiros, duas arquitetas e uma jornalista”. Os netos já somam 24. Thaís Lima, veterinária, 24 anos, emociona-se ao descrever a cumplicidade vivida pelos avós. “A gente acaba tendo vontade de construir uma família igual. Eles souberam abrir mão de algumas coisas e sempre demons-traram respeito um pelo outro.”

Agora, a quarta geração dos Otons de Lima carrega a responsabilidade de continuar a escrever parte do roman-ce que nasceu de dois corações puros e apaixonados. Os sete bisnetos ainda são crianças. O mais velho tem 13 anos. Contudo, já sabem que podem contar com um belo exemplo de vida para seguir. “Tem gente que não chega nem aos cinco anos juntos. Eles têm muita força, e eu tenho prazer de contar para as pessoas que meus bisavós têm 70 anos de casados”, encerra orgulhosa a bisneta Júlia Simão, 11 anos.

Geralda beija a cabeça de Antônio Augusto: amor teve início em 1941 e gerou, até agora, 11 filhos, 24 netos e sete bisnetos

BodasLeituras VCom Sal amarga Com açúcar... Adoça

José Colombo de Souza Filho (*)

A jangada qual égua no cio,zingrava na crista das ondas encapeladas...

Do banco do Mestre Jeronimo , o manduca ajudava a segurar firme o pesado remo. – A bolina já tinha sido arriada ate o piso das oito toras.

No banco da vela grande e branca da Estrela D’Alva da Colonia Z-2,o Dico arrumava o toaçu com mais um lance de corda.

O samburá ainda vazio,albergava as quimangas e coités de água doce para a pescaria prevista para um dia e meio – As ondas quebravam cada vez mais forte,fazendo uma sucessão de carritilhas que a Jangada de oito paus de piuba , atravessava na maior galhardia.

A tranca e a escora da vela rangiam numa freqüência bisônica,demonstrando a fortaleza da montagem em sustentar a vela aberta com todo aquele pé de vento.

A Jangada saindo da pequena enseada do Mucuripe,contornando o gigante Titan,assinalava a ponta do mole do quebra mar. A proa apontada mais para o Sul era posta a prova de resistência e vencia os grandes “buracos de mar” – as ondas qual grandes novelos movediços assustavam,aos dois convidados.

A saída da Estrela D’Alva,nos primeiros instan-tes da manha,nas proximidades da bodega da Barra Nova,passando pela draga São Pedro,dos botes e ba-teiras, dos veleiros e das carcaças de restos de navios e alvarengas já marcava o que estava para acontecer – Nada para esmorecer,mas ...

Tudo já demonstrava,pela cor da água,pelas algas, moluscos que a pescaria nas trinta e três braças e mais adiante,na risca,renderia grandes cavalas,areacos,pargos,galo do alto,afora a tradicio-nal raia pequena de biguaras,mariquitas,fradinhos e baiacus.

Mestre Jeronimo,mascava fumo de rolo,só levantava a abá do chapéu pintado de branco,quando achava que já tinha se desgarrado do costão,lá pela foz dó Rio Pa-coti – Aprumando o bico da embarcação,dava aquela cusparada que escorria pela popa e breava as linhas de pesca ... manduca e Chico preto,os mais velhos com-panheiros do calejado jangadeiro,sempre prestavam atenção nessas cusparadas ( era um ritual)

Logo mais ali,o maduro pescador começava a en-toar uma espécie de mantra que com o desenrolar dos instantes inicias,passava a ser uma espécie de cobrança contra os senhorios,dos políticos,os invasores das ter-ras de enfiteuse do Mucuripe,varjota e Farol. Cobrava tudo do grande pai de todos os pobres – O presidente Getulio Vargas.

Q u a n d o a t i n g i a e s s e p o n t o , o c a l e j a d o Jeronimo,enveredava a contar,sem ter sido inquiri-do o seu encontro com o Presidente da Republica nas águas da Baia da Guanabara,no Rio de Janeiro.Quanta promessa,tanto foguetório,tanta gente para tirar fotografia,quanto jornal... Até filme de cinema americano ... Passado quase dez anos,o Presidente Vargas voltava ao Palacio do Catete e ele iria cobrar novamente as promessas feitas,solenemente atravez da Voz do Brasil.

A Ceara Radio Clube,a PRE-9 com mais de mil Kilociclos e em ondas curtas,medias,e longas e fre-qüência moduladas também cobraria as promessas lançadas ao ar pela Radio Tupy,também órgão asso-ciados dos Diarios e Radios do Velho Cacique Assis Chateaubriand.

(*) José Colombo de Souza Filho (Fortaleza), jor-nalista, escritor

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Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br13 Dezembro/11

Perfil CearenseEmbaixador Rubem Amaral Junior

O embaixador Rubem Amaral Junior nasceu em Fortaleza em 23.01.1938, filho de Rubem Ribeiro do Amaral, funcionário do Banco do Brasil, nascido em Manaus, que chegou criança ao Ceará, e de Zaida Garcia Amaral, nascida em Fortaleza. Pertence a uma família de classe média, em que Eva se formou em Ciências Contábeis e entrou para a fiscalização do M do Traba-lho, Eletra e Cintia, fizeram Direito e ingressaram na fiscalização do M do Trabalho, Clara, gêmea de Eletra, licenciou-se em Letras, Erasmo optou por ser bancário, e Ulisses fez concurso para o Banco Central. O avô, Isaac Amaral – filho do abolicionista Isaac Correia do Amaral, que participou das campanhas libertadoras no Ceará e no Amazonas – passou uma temporada em Manaus, como agente aduaneiro.

A família morou inicialmente na Rua N. S. dos Remé-dios, na Gentilândia, setor do bairro do Benfica, e teve como vizinho o escritor Braga Montenegro, também funcionário do Banco do Brasil; depois foi para a Costa Barros, atrás da Escola Preparatória de Cadetes, hoje Colégio Militar.

Rubem iniciou-se na alfabetização no Colégio Cas-telo Branco, na Avenida dom Manuel, seguindo depois, quando a família mudou-se para a esquina das Ruas Senador Alencar e 24 de Maio, para a Casa das Crianças, na Avenida do Imperador, onde fez até o 5º ano primário. O ginasial foi feito no Colégio Lourenço Filho, do prof. Filgueiras Lima, e o clássico no Liceu do Ceará, já mo-rando a família na rua Carlos Vasconcelos, na Aldeota.

Aos onze anos, ganhou de presente do pai uma má-quina de escrever Royal e o Manual do Datilógrafo, graças ao que tornou-se desde cedo exímio datilógrafo, o que lhe foi muito útil em seus sucessivos empregos.

Começou a trabalhar cedo, meio menino e meio rapaz, na Casa Souza Matos, na Rua Barão do Rio Branco.

Em 1956, ingressou na Faculdade de Direito, lem-brando da figura do prof. Heribaldo Costa, de Introdução à Ciência do Direito, que era muito temido pelo alunado, o prof. M. A. Andrade Furtado, diretor da Faculdade, e d. Nícia Marcílio, secretária.

Trabalhou depois no escritório de corretagem de câmbio de José Carlos Saboia, seu tio e presidente da Bolsa de Valores do Ceará.

Ao terminar o 2º ano de Direito, foi para o Rio de Janeiro, numa primeira tentativa de entrar para a carreira diplomática, “sonho dos meus 14 anos”. Frequentou um curso de preparação dirigido pelos diplomatas Alberto da Costa e Silva, Ivan Batalha e Álvaro Vale. Mas não passou no concurso.

Voltando a Fortaleza, retomou os estudos de Direito. Já dominando o inglês, foi trabalhar no London Bank, em 1959/1960, Tendo-se formado em 1960, no ano seguinte ingressou no Curso de Geografia da Faculdade Católica

de Filosofia do Ceará e, simultaneamente, agarrou a oportunidade de fazer um curso de desenvolvimento econômico promovido pelo BNB/SUDENE/ETENE e Instituto de Pesquisas Econômicas da UFCe, em For-taleza. Concluído esse curso, foi convidado pelo prof. Nelson Chaves para trabalhar no Conselho Estadual de Economia, como técnico contratado, em 1961. Coube--lhe assessorar os trabalhos que seriam apresentados pelo governador Parsifal Barroso numa reunião de go-vernadores com o Presidente Jânio Quadros a realizar-se em Natal, mas que não ocorreu, em consequência da renúncia do Presidente. Mas o trabalho serviu para a plataforma do 1º governo Virgilio Távora. Acabou sendo nomeado Secretário-Executivo do Conselho, em 1962.

Mais tarde, em 1963, foi trabalhar, como sócio, no escritório privado do prof. Nelson Chaves e da profa. Lígia Chaves, que elaborava projetos para financiamen-tos do BNB e incentivos fiscais na SUDENE.

Em 1961, casou-se com a paraense Ivani Santana Guimarães Amaral, de Belém do Pará, que desde então lhe acompanhou pelos caminhos do mundo.

Com o Itamaraty abrindo concurso direto, voltou a se inscrever, em 1963, passando nas provas preliminares realizadas no Recife e, em seguida, na fase definitiva, no Rio de Janeiro. Fez um curso de um ano no Instituto Rio-Branco enquanto trabalhava como estagiário no prédio da Rua Marechal Floriano. Na sua turma estavam o cearense Augusto César Vasconcelos Gonçalves, de Fortaleza, o filho de cearense, Ruy Nogueira, mais Rafael Valentino, Roberto Abdenur, Bernardo Pericás, Ronaldo Sardenberg, Renato Prado Guimarães, Marcelo Didier e Claudio Sotero Caio, entre outros. Foi nomeado 3º secre-tário pelo Presidente João Goulart, mas a cerimônia de formatura foi adiada, realizando-se quando o Presidente Castelo Branco quis lançar a plataforma de sua política externa. Sua turma elegeu como Paraninfo o embaixador Araújo Castro, que fora Chanceler de Jango. Após alguma resistência da direção do IRBr, Araújo Castro pôde fazer seu discurso e receber aplausos. Graças ao seu grande prestígio e à grandeza da Casa, Araújo Castro serviria ainda como Embaixador em Atenas, Lima, Nações Unidas e Washington, onde morreu no posto.

“Não tenho vocação para poeta ou romancista. Meus principais interesses intelectuais foram as matérias ligadas à minha profissão, como Direito Internacional, Direito Diplomático, História Diplomática e alguma literatura. Nunca disputei cargos nem promoções, e todas as minhas foram por merececimento. Nunca de-sejei ser protagonista no Itamaraty. Nunca trabalhei em gabinetes. Optei pelo trabalho low profile”. Daí a razão de uma longa permanência, fato inusitado no Itamaraty, na Consultoria Jurídica, com o profs. Cançado Trindade, Vicente Marota Rangel e João Grandino Rodas (hoje

reitor da USP), onde foi Coordenador Executivo em 1989/1992 e Vice-Consultor em 1991/92. Atuou, na qualidade de Secretário, no Tribunal Internacional de Arbitragem, no Rio de Janeiro, de 1992 a 1996, que decidiu sobre um litígio de limites entre a Argentina e o Chile. Na Consultoria, destacou as contribuições dos consultores cearenses que lá passaram, como Clóvis Beviláqua, Heráclito Graça e Hildebrando Acioly.

Sua trajetória profissional no Itamaraty foi: 3º Se-cretário, em 1964, 2º Secretário em 1966; 1º Secretário em 1973, Conselheiro em 1978; Ministro de 2ª Classe, em 1990; e Ministro de 1ª classe, em 1998. Serviu em Montevidéu, Washington, Madri, Bogotá e Lisboa, tendo sido embaixador em Tegucigalpa, de 1995 a 2001, e em Belgrado, de 2001-2005.

Nas suas andanças constituiu uma vasta biblioteca e uma portentosa pinacoteca de autores nacionais, incluin-do os cearenses Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Vicente Leite, Raimundo Cela, Barrica e Chico da Silva, além de Castagnetto, Eliseu Visconti, Antônio Parreiras, Pancetti, Guignard, Bustamante Sá, Lívio Abramo, Yolanda Mohalyi, Manabu Mabe, Nobuo Wakabayashi, Rossini Pérez, Marcelo Grassmann, Carlos Leão, Fayga Ostrower, Renina Katz e Vicente Carneiro, esculturas de Bruno Giorgi e Yutaka Toyota e tapeçarias de Nor-berto Nicola, Concessa Colaço e Figueiredo. Mas inclui também pintores e escultores portugueses, espanhóis, hondurenhos, gualtematecos, nicaraguenses, cubanos, uruguaios, colombianos e sérvios. Na biblioteca, uma coleção catalogada de literatura de cordel do Nordeste, com milhares de folhetos e outras publicações, em cuja aquisição manifestou interesse a Universidade Estadual da Paraiba. Publicou livros e artigos sobre os falsos títulos de nobreza do Império do Brasil na Cisplatina; guerras navais contra os holandeses no Brasil; emble-mática lusitana e os emblemas de Vasco Mousinho de Castelbranco; empresas heróicas e amorosas lusitanas, letras e cimeiras das justas Reais de Évora (1490) segundo Garcia de Resende; Cancioneiro Devoto Quinhentista da Biblioteca Nacional de Lisboa, bem como sobre a obra do poeta espanhol Jorge Manrique. É sócio-correspondente da Ademia Brasileira de Filologia e membro da Sociedade Espanhola de Emblemática, da Society for Emblem Studies e da Associação dos Diplomatas Brasileiros.

Rubem tem um filho diplomata, Rubem Guimarães Amaral, atualmente Ministro-Conselheiro no Cairo, nas-cido em Montevidéu quando o pai servia na Delegação junto à ALALC. Casado com Maria Cristina Vázquez Rodríguez Amaral, portuguesa de pai galego, têm dois filhos: Ciro, de 12 anos, nascido em Roterdam, e Danilo, de sete, nascido em Tóquio.

JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor.

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Ceará em Brasília14Dezembro/11

veja o site do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br

Abrindo meus arquivosPor Nelson Faheina (*)

1) Louro Branco, um dos mais consagrados cantadores de viola,é um profissional que já cantou para políticos importantes. Até mesmo para o presidente Sarney, numa reunião particular,em São Luiz do Maranhão. Um dos políticos pediu para ele fazer um verso sobre a natureza. E veja o que saiu: EU ADMIRO AS FORMIGAS/ UMA FOLHA CARREGANDO/ TRINTA NA FRENTE PU-XANDO/ QUARENTA ATRÁS, EMPURRANDO/ E VINTE QUE VÃO EM CIMA/ PENSAM QUE TÃO AJUDANDO. Em seguida, um outro político perguntou, como era a casa dele, aqui no Ceará, se vivia bem, se era um homem rico. Louro Branco respondeu: MEUS AMIGOS, A MINHA CASA/ É UMA CASA TÃO FEIA/ DUM LADO É UM CEMITÉRIO/ DO OUTRO LADO A CADEIA/ DUM LADO SE COME TERRA/ DO OUTRO SE COME PEIA.

2) O jornalista Chico Alves, assegura que o jorna-lista Edilmar Norões, do Sistema Verdes Mares, é uma das pessoas mais esquecidas do mundo. Conta que certa vez, Norões foi ao Cine São Lu iz, com a esposa, Lucila. Na entrada encontrou alguns amigos e pediu que Lucila entrasse na sala de projeção, que em seguida iria. Quando o filme terminou Lucila saiu e não encontrou Edilmar. Apanhou um taxi e foi prá casa. Depois de meia hora ele chega, perguntando onde ela estava.De acordo com Chico Alves, depois de conversar com os amigos, Edil-mar se esqueceu que tinha ido com a mulher, ao cinema.

Apanhou o carro e foi para a Televisão Verdes Mares. E ali ficou por mais de duas horas.....

3) Francisco Carlos, popularmente conhecido como “Branco”,foi um dos cantores de maior sucesso nas noites de Fortaleza. Tocava piano e violão. Clubes Sociais, Res-taurantes e bares disputavam a presença dele. Era uma ce-lebridade.Até os partidos políticos entraram na disputa para “Branco” ser candidato a vereador, certos da sua vitória. Candidatou-se com o seguinte slogan;”VOTE EM BRAN-CO, PARA VEREADOR”. O Tribunal Regional Eleitoral contestou, sob a justificativa de que, ninguém deve votar em branco. Mas, terminou entendendo que “Branco” nesse caso, era o candidato. Por outro lado, o jornalista Cirênio Cordeiro, da Rádio e TV Verdes Mares, pegou a “deixa” do cantor “Branco” e se candidatou, também, a vereador, com a seguinte mensagem: ‘ NÃO VOTE EM BRANCO, VOTE NO PRETO”, em alusão a ele, que era preto. Terminada a eleição, nenhum dos dois foi eleito,mas a campanha foi movimentada e os dois tiveram muitos votos.

4) Na companhia do jornalista Newton Pedrosa, fui a Morada Nova, onde o Governador Adauto Bezerra inaugurou algumas obras públicas. No retorno, paramos num restaurante de beira de estrada, no município de Pacajus, para tomar uma cerveja. Notamos que dois ho-mens, sentados numa mesa próxima, olhavam muito para mim,conversavam baixinho e continuavam me encarando com cara de poucos amigos. Fui ao banheiro. Nesse mo-mento, um deles se aproximou de Newton e perguntou quem eu era.Newton explicou tratar-se do jornalista e re-

pórter da TV Verdes Mares, Nelson Faheina. Um dos ho-mens, levantou a camisa e mostrou um revólver, dizendo que não tinha atirado em mim, para matar, porque estava na dúvida. E contou que uma pessoa, parecida demais comigo, tinha dado uma surra no pai dele. E o velho con-tinuava muito doente. Nesse momento, eu, retornando do banheiro cheguei na mesa, onde eles estavam.E Newton me contou o caso. Falei com os dois, mostrei a minha identidade e carteira funcional da TV, e finalmente, eles apertaram minha mão e disseram: quem lhe salvou foi a sua ida ao banheiro, porque nós já estávamos prontos para lhe “queimar”. Quer dizer: fui salvo por uma mijada.

5) Sempre gostei da companhia de Chico Lopes, hoje deputado Federal.Nos momentos de folga sempre nos reuníamos no Bar do Peixoto, próximo da antiga LBA, Bairro da Piedade.Chico era vereador.Djalma Eufrásio era o presidente da Câmara Municipal.O fato é que, Djalma querendo conquistar o apoio de Chico Lopes, perguntou-lhe o nome do seu filho. Chico respondeu: FRANCISCO LOPES FILHO. O papo terminou aí. Dias depois, Djalma chega para Chico e diz: NOMEEI SEU FILHO COMO MEU ASSESSOR. E mostrou o Diário Oficial do Município, onde estava o registro. Chico Lo-pes deu uma gargalhada e disse: VOCÊ QU EBROU A CARA.FRANCISCO LOPES FILHO NÃO É O NOME DE MEU FILHO. A manobra de Djalma Eufrásio não deu certo, me assegurou Chico Lopes

(*) Nelson Faheina (Limoeiro do Norte), jornalista. .

Novo presídio de Paracuru tem sistema de segurança mais moderno do BrasilO Governo do Estado inau-

gurou em 29.11 mais uma unidade prisional no Ceará. A Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatu-ba, entregue pelo governador Cid Gomes e o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardo-zo, tem capacidade para abri-gar 500 novos condenados ao regime fechado na Região Metropolitana de Fortale-za (RMF). Na avaliação do Governador, a inauguração de um equipamento como este, serve de exemplo para que o poder público reflita os desafios e ações para melhorar a vida da população. “Eu acredito muitos se encontram nessa situação de condenados porque lhes faltou as condições de uma vida digna. Esse momento serve para que nunca se perca de vista o foco de se investir na educação do povo”, discursou o Governador. A Penitenciária foi recebeu investimento de R$ 16,4 mi-lhões, por parte dos governos Estadual e Federal, através do Ministério da Justiça.

Com a nova unidade prisional o Ceará conta agora com a unidade mais moderna de todo o sistema prisional no Estado. A Penitenciária conta com o inovador sistema body-scanner, um equipamento que gera uma imagem da estrutura orgânica e óssea de qualquer pessoa, eviden-ciando irregularidades como o transporte de drogas ou armamento. Além de máquina de raio-x para objetos, detectores de metal (portal de entrada e manual), sistema interno de monitoramento com 174 câmeras, cadeiras de identificação de presos (que permite fazer a coleta de digi-tais, fotos, sinais particulares, tatuagens, mutilações e voz).

Na avaliação do Ministro da Justiça, a obra ressalta que o Ceará vem tendo uma postura ousada e com grande capacidade de gestão. “Boa parte dos presídios hoje não servem para ressocialização dos presos. Portanto um políti-ca adequada é imprescindível para se mudar isso”, destacou

o Ministro. “Os investimentos em alguns estados não nem executados, as ações não saíram do papel. No Ceará se constrói e faz muito por um preço as vezes abaixo de obras em outros estados. O investimento quando vem para cá é garantia de que será bem aplicado. E mais importante que obras boas e baratas, é que são obras seguras e adaptadas para garantir que os condenados possam se ressocializar”, completou José Eduardo Cardozo.

Ainda segundo o Ministro, a presidenta Dilma Rousseff determinou que resolver os entraves do sistema penitenci-ário é uma prioridade da sua gestão, especialmente no que diz respeito a falta de vagas. Com o objetivo de resolver esse déficit será destinado para os Estados, através do Ministério da Justiça, o montante de R$ 1,1 bilhão. “Só no Ceará deverão ser ofertadas 720 novas vagas, além do que já foi contratado no governo do ex-Presidente Lula”, anunciou.

Já na nova unidade de Pacatuba, as 500 novas vagas serão divididas em oito vivências coletivas e 20 vagas para o isolamento individual. A Penitenciária possui os módulos de Tratamento Penal (onde serão realizados os atendimentos jurídicos e sociais aos custodiados); de Saúde (farmácia, enfermaria, consultório médico e odontológico); Laboral (destinadas as oficinas de atividades laborais), co-zinha industrial, padaria e salão polivalente para atividades

sociais.Como destacou a secre-

tária estadual da Justiça, Mariana Lobo, a unidade também conta com módulo Escolar, com salas de aula com capacidade para 120 alunos, biblioteca e sala de informática. “Pela primeira vez têm se pensando o sis-tema penitenciário como um projeto macro, que envolve não só a reclusão dos pena-dos, como sua educação e ressocialização através do

mercado de trabalho”, ressaltou. Ainda segundo a secretá-ria, a unidade já conta com duas empresas que devem ofer-tar 200 posto de trabalho. “Essa unidade vai ser um espaço de recuperação de pessoas. Isso mostra que o Estado tem sim uma política penitenciária efetiva”, destacou Mariana Lobo. Além disso, segundo a gestora, os novo equipamen-tos vão garantir a “integridade e dignidade as mulheres em dias de visitação com a vistoria diferenciada”, concluiu.

Segundo informações da Secretaria da Justiça (Sejus), o condenado que ingressar na unidade passará pelo pro-cesso de triagem avaliado por todos os setores: jurídico, psicológico, social, médico, odontológico, ensino, trabalho e disciplinar, traçando um perfil individualizado de cada interno. Este programa é o piloto para a criação do Centro de Triagem e Observação Criminológica da Secretaria, projeto que passará a funcionar dentro do sistema peni-tenciário cearense.

A solenidade em Pacatuba contou a presença do secre-tário da Segurança Pública, Coronel Francisco Bezerra; da Procuradora Geral de Justiça, Socorro França; da Juíza Corregedora dos Presídios, Graça Quental; do superinten-dente do Departamento Arquitetura e Engenharia (DAE), Quintino Vieira; do coordenador do Sistema Penitenciá-rio, Bento Laurindo; e do Prefeito de Pacatuba, Zezinho Cavalcante.

Leituras VI

Page 15: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br15 Dezembro/11

Governo do Ceará investirá R$ 1,3 bilhão em TurismoO setor turístico

no Ceará deve re-ceber por parte do Governo do Estado o montante de R$ 1,3 bilhão em inves-timentos. O anúncio foi feito pelo gover-nador Cid Gomes em 28.11 durante a Conferência Inter-nacional em Turis-mo, no Centro de Convenções do Ce-ará, em Fortaleza. Segundo destacou Cid, o montante não vai se restringir só a investimentos em construção de equipamentos, mas também em qualifica-ção de mão-de-obra e obras de infraestrutura. “O turismo é um setor que gera muitas oportunidades e uma vocação da América Latina, Brasil e mais especialmente do nosso Estado. Talvez seja a nossa única vocação natural. Esse setor corresponde 11% de todas as riquezas produzidas no Ceará e deve ser encarado como um meio de gerar em-prego e renda para a população”, destacou o Governador.

Entre as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado na área, destaca-se a implantação de equipamentos regionais, como o Centro de Convenções do Cariri, em Juazeiro do Norte; e o Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza, esse último será o se-gundo maior equipamento do País em área construída. Também destaca-se a construção de aeroportos de Tauá e São Benedito, Camocim e Aracati, sendo os dois últimos com padrão nacional; e o Acquário Ceará, que deverá ser inaugurado no final de 2013 e “será um grande diferen-cial para o turismo no Estado, com destaque no cenário nacional e internacional”, ressaltou Cid Gomes.

Já os investimentos na área de capacitação para o setor, o Governador anunciou a construção de uma Escola de Turismo, que deve ofertar cursos de curto e longo prazo. Outras ações também já são executadas pelo Governo do Estado através da secretarias do Turismo (Setur), como cursos voltados para o empreendedorismo e cursos rá-pidos; e da Educação (Seduc), que através das Escolas Estaduais de Ensino Profissionalizante (EEEP) formam jovens técnicos em Turismo. “Uma ação talvez rara no nosso país”, segundo o Governador.

Presente na solenidade de abertura da Conferência, o secretário Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, destacou o trabalho que o Estado vem desenvolvendo no setor e disse acreditar que o Governador “está no caminho certo”. Ele aproveitou a oportunidade e destacou o números que permeia o Tu-rismo no América Latina, como dos atuais 24 milhões de pessoas que visitam essa Região e até 2030 devem chegar a 58 milhões de turistas. Segundo Taleb Rifai, só em 2010 a América Latina recebeu a visita de R$ 5 milhões de turistas. “O Turismo é o maior meio de transferência de fundos voluntários, daqueles que mais têm para os que menos têm. E é um importante meio econômico que gera várias oportunidades”, classificou Rifai. O Secretário também ressaltou as ações estaduais que se voltam não só para alavancar os números do setor, mais pensa na economia e no crescimento econômico através da atração de indústrias e investimentos no setor primário (agricultura e pecuária). “O Governador está certo quando diz que é importante o crescimento em todos os setores. O Turismo não deve ser desenvolvido por si só, já que ele movimenta outros setores da economia”, explicou o secretário.

Já o representante do Banco Interame-ricano do Desen-volvimento (BID), Fernando Castillo--Flórez, aproveitou a ocasião para reforçar a parceria entre a Ins-tituição e o Governo do Estado do Ceará, que acontecem atra-vés de assinaturas de contratos como o Pro-detur Nacional. “O Ceará é um parceiro de longas datas. E atu-almente o Estado com maior presença nas atividades do Banco

no Brasil”, ressaltou Castillo-Flórez. Só através do Prodetur Nacional, o BID prevê investir entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões só no Brasil, desse montante US$ 1 bilhão será destinados para investimentos no Ceará.

O ministro do Turismo, Gastão Vieira, que antecedeu a fala do Governador, também aproveitou a ocasião para reforçar o compromisso do Ministério com ações ligadas a pasta que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado, em especial as obras para receber a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

O secretário Estadual do Turismo, Bismarck Maia, também destacou as ações que estão sendo executadas para melhorar a infraestrutura de destinos turísticos no Estado, com a implantação de rede de saneamento de água e esgoto, melhorias da malha rodoviária, reforma e manutenção do patrimônio histórico do Estado, e especialmente com a promoção e comercialização do Ceará como um destino turístico. “O Turismo vem se consolidando como uma das atividades econômicas mais promissoras. E alavancar esse setor significa fazer grandes investimentos, mas sobretudo com planejamento”, ressaltou.

Conferência Internacional em TurismoA Conferência Internacional em Turismo teve como

tema “O turismo como indutor do desenvolvimento, da inclusão social e da integração regional”. O evento é uma realização do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur); em parceria com o Ministério do Turismo (Mtur); Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Organização Mundial do Turismo (OMT), e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A Evento tem como objetivo sensibilizar os participan-tes sobre a importância do setor turístico nos processos de desenvolvimento econômico e social, analisando os desafios atuais do desenvolvimento do turismo mundial com base na experiência e nas prioridades definidas pelas instituições internacionais, Governo Federal brasileiro e governos estaduais e municipais envolvidos no encontro. Diferentes áreas temáticas serão abordadas no evento, relacionando os impactos econômicos do turismo com a inclusão social, a integração regional, os megaeventos esportivos e o patrimônio natural e cultural.

Participaram da solenidade de abertura o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Jurandir Santiago; a vice-ministra de Turismo do Peru, Claudia Cornejo; o de-putado estadual Sérgio Aguiar, representando Assembleia Legislativa; a secretária municipal do Turismo, Patrícia Aguiar, representando a prefeita Luizianne Lins; e secre-tários estaduais e municipais do Turismo.

Após a solenidade de abertura, o Governador Cid Go-mes, acompanhado do secretário Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai; e do secretário estadual do Turismo, Bismarck Maia, visitaram as obras do Centro de Eventos do Ceará (CEC).

Leituras VIIO Menino do Choró, Retalhos de

Lembranças, Mens Sana in Corpore SanoJosé Wilson Pereira (*)

O dia amanhecia. Era o romper da aurora. Estava clareando e em pouco tempo o sol apareceria.

Ali estavam, em cima de uma calçada alta, no lado do nascente, vários meninos, talvez uns dez, sob o comando do Assis, para fazer ginástica, porque, como ele dizia, era bom para a saúde e fazia crescer e acrescentava em tom solene e incompreensível para os presentes: ”Mens Sana in Corpore Sano”. (Em tradução livre: Mente sã num corpo são).

O Assis era uma criatura impar. Sua profissão de fato, era barbeiro. Mas costumava às vezes, se fazer de professor de educação física. Além disso, se desta-cava como um exímio violonista, um seresteiro muito requisitado para as serenatas costumeiras das noites do Choró, quando tocava e cantava lindas valsas e modi-nhas. Sua figura era bem singular. Cabeleira cheia, com cabelos castanhos claros, quase louros, bem penteados, untados de brilhantina e bigode fininho, bem aparado, olhos claros, quase azuis. As mãos eram bem cuidadas, destacando-se as unhas bastante crescidas do dedo mí-nimo e do polegar da mão direita, o que lhe permitiam dedilhar com facilidade seu violão. Era adorado pela garotada. Sua iniciativa proporcionava raro espetáculo com o surgimento dos primeiros raios do sol.

Aqueles meninos de gostos simples, de poucas infor-mações, mas de muito sentimento, saboreavam aquele belo espetáculo da natureza. Era a chegada do dia e a despedida da noite. Começava ali, uma jornada de muitas brincadeiras, jogos, travessuras, caçadas a pequenos pássaros, banhos de rio, brincadeiras inocentes.

Após a ginástica, que consistia de alguns movimentos cadenciados de braços, pernas e tronco, algo similar à ginástica calistênica sueca, sem muitas repetições, o grupo ia para a melhor parte, que era tomar banho no rio.

O rio Choró nasce no município do mesmo nome, passa por Quixadá, Ipiúna, Baturité, Aracoiaba, Choro-zinho, Pacajús e deságua no Oceano Atlântico, servindo de divisa dos municípios de Cascavel e Beberibe. Suas cheias ocorrem no período de chuvas, compreendido entre os meses de fevereiro e maio. Recebe como afluentes o rio Castro e ao chegar a Vasantes, distrito de Aracoiaba, o rio do mesmo nome, Aracoiaba. Como a maioria dos rios cearenses, era intermitente, seco no verão, deixando aqui e ali, alguns vestígios com poços pouco profundos e pequenos reservatórios de água. A areia um pouco umedecida era utilizada para plantação de batata e em alguns lugares, até um pouco de feijão de corda e nas partes mais úmidas, até mesmo arroz.

Esse rio marcou a infância e a pré-adolescência de toda uma geração das décadas de 30 e 40, por ser o meio principal de recreação, fonte de recursos hídricos para uma agricultura familiar incipiente e rudimentar. Ele fazia às vezes de clube, área de diversões, por isso era o Poço do Preá que se destacava na preferência, por ter alguma profundidade, possivelmente mais de 3 metros, e tinha à sua margem uma frondosa ingazeira, cujos galhos permitiam saltos deliciosos na parte central do poço.

As margens do rio, na altura do Poço do Preá eram altas, motivadas pela erosão. O terreno era uma argila escura que quando molhada, se transformava num verda-deiro tobogã, que os meninos chamavam de “escorrega”.

E assim se passava o tempo do Menino do Choró, na década de quarenta.

(*) José Wilson Pereira (Vazantes, Aracoiba) Coronel Reformado do Exército

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Ceará em Brasília16Dezembro /11 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Cid Gomes se reúne com Federação Portuguesa de Futebol

Cid Gomes e o secretário es-pecial da Copa 2014, Ferruccio Feitosa, tiveram em 21.11 uma reunião, em Lis-boa, na Federa-ção Portuguesa de Futebol (FPF). Durante o encon-tro com o presidente em Exercício da FPF, Amandio de Carvalho, o Governador e o Secretário mostraram os projetos desenvolvidos para receber a Copa do Mundo Fifa 2014, e convidaram a seleção Portuguesa -caso seja classificada- para fazer, no Estado, a aclimatação para o Mundial.

Na reunião, foram apresentados o Estádio Plácido Cas-telo – Castelão e as obras de infraestrutura. Cid Gomes e Ferruccio também mostraram a proximidade da capital cearense com o continente Europeu, os belos cenários naturais e o clima de verão o ano inteiro. Mais federações europeias de futebol serão visitadas pelo Governador e Secretário. Fortaleza será uma das quatro sedes confirma-das para a Copa da Confederações, em 2013, e terá seis jogos na Copa do Mundo de 2014, sendo dois da Seleção Brasileira.

Após a visita a Federação Portuguesa de Futebol, o Governador e o Secretário visitaram o Estádio de Leiria, que em 2003 foi ampliado e remodelado para receber os jogos do UEFA Euro 2004 ™. Também acompanhou a visitação o prefeito de Caucaia, Washington Goes.

Metrô de Sobral está com 20% das obras concluídasO Governo do Estado deve entre-

gar, em setembro de 2012, o metrô de Sobral. A obra, que foi iniciada em março deste ano, está recebendo um investimento de R$ 71 milhões. O metrô vai transportar 5.000 pes-soas por dia em cinco composições. Serão, ao todo, 64 viagens ligando diversos bairros da cidade em 12,1 quilômetros de ferrovias. A execução das obras chegou a 20% em novembro. Os recursos são do Governo do Estado (R$ 50 milhões) e União (R$ 21,6 milhões), por meio da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU).

O metrô de Sobral, que está sendo construído pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), terá dois ramais e onze estações. Atualmen-te, seis delas já estão sendo edificadas. “A construção das estações está bem avançada. Estamos iniciando a implantação da linha nova, que liga a Grendene ao Jun-co, bem como a construção do Centro de Manutenção, que fica localizado depois da Grendene”, afirma Edilson Aragão, diretor de Desenvolvimento e Tecnologia do Metrofor.

O sistema de VLT de Sobral terá dois ramais que irão passar pelas principais concentrações populacionais da cidade. Os dois ramais formam dois “U” invertidos, que se tangenciam numa estação de integração. Um dos ramais já existe e possui 6,4 quilômetros de extensão. Este ramal irá compartilhar a linha de cargas e que, hoje, é administrada pela Transnordestina Logística.

O segundo ramal será implantado ligando Grendene à Cohab III, com 5,7 quilômetros, que vai atender o bairro mais populoso de Sobral, Dr. José Euclides, e grandes pólos gera-dores de viagens, como a Grendene e o Centro de Convenções.

O Metrô de Sobral é mais uma iniciativa do Governo do Ceará de requalificar o transporte ferroviário

de passageiros no interior do Estado e de estruturar as cidades de médio porte, aliando investimentos públicos à melhoria da qualidade de vida da população destes municípios. O empreendimento terá um investimento total de R$ 70,1 milhões.

ExposiçãoO primeiro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do

Metrô de Sobral já chegou à cidade. O equipamento está em exposição nas imediações da rotatória da Av. Dr. José Euclides com Av. Pimentel Gomes, no bairro Coração de Jesus. A iniciativa da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) é permitir que a população conheça de perto o equipamento que deve começar a operar em 2012.

O VLT faz parte de um conjunto de cinco composi-ções fabricadas pela empresa Bom Sinal, que tem sede em Barbalha, na Região do Cariri. O Governo do Ceará investiu na compra dos equipamentos cerca de R$ 22,4 milhões. Cada VLT é formado por dois carros, tem movimentação bidirecional e capacidade de transporte de 358 passageiros.

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Ceará em Brasília acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br 17 Dezembro/11

Tania Bacelar aponta desafios para o CaririO turismo religioso

é um dos setores mais fortes para a economia da região, porém, seu incremento depende de condições básicas como aeroporto compatível à demanda

Thiago GaspaGovernos e iniciativa

privada formam parceria para o desenvolvimento do Cariri, mas ainda há desafios a vencer

Crato Pensar além das cadeias de demandas munici-pais e lidar com a heterogeneidade. Este é o principal desafio dos gestores públicos da Região Metropolitana do Cariri. De acordo com a socióloga e economista Tânia Bacelar, a região segue a uma lógica nacional de desenvolvimento das cidades de médio porte. Apesar de estar acima das estatísticas de crescimento e ser consi-derado um fenômeno, onde apenas o Produto Interno Bruto (PIB) de Juazeiro do Norte quase triplicou em um período de cinco anos, passando de R$ 670 milhões em 2003, para um R$ 1,9 bilhão em 2008, o Cariri ainda tem demandas por serviços básicos de infraestrutura. Em termos de gestão, falta mais interação entre os prefeitos da região.

A maioria das cidades que compõem a RMC tem basicamente uma economia rural. Para a Tânia Ba-celar, é preciso repensar as prioridades regionais, que atualmente os gestores públicos apontaram como sendo o turismo e a produção industrial de calçados.

Ela afirma que a região tem potencialidades pulsantes e que poderá se fortalecer também como polo de saúde, educação e econômico, gerando novos empre-gos, atraindo imigran-tes e investimentos, que deverão impulsionar o processo dinâmico de melhorias e avanços regional, tendo em vista as recentes instalações

de universidades e centros hospitalares.“Reconheço que essas atividades são de fundamental

importância, mas vejo que a região precisa pensar em outros potenciais mais amplos. Certamente, essas outras atividades irão crescer e poderão gerar um desenvolvi-mento excelente”.

De acordo com a economista, o aumento da renda das famílias e os investimentos governamentais na área de infraestrutura atraíram capital privado para a região. “Não dá para entender o que acontece aqui se não olhar-mos para o Brasil. Mas, esse crescimento é resultado destes dois tipos de investimentos”, explica ela.

Mas, ela aponta a falta de técnicos permanentes em gestão como sendo a principal dificuldade atual da ad-ministração pública e avalia que as universidades são instrumentos preponderantes na formação profissional de novos gestores.

Com o Diário do Nordeste

Moradores de Paracuru passaram a contar, , com os serviços de uma Agência da Previdência Social. A solenidade de entrega da nova unidade foi realizada na rua São João, no bairro Paracuru Beach, com a presença do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Luciano Hauschild, e do gerente--executivo INSS em Fortaleza, Júlio César Araújo Sousa, presente o diretor da ANASPS/CE, Joaquim José de Carvalho.

Para disponibilizar todos os serviços previdenciários aos moradores de Paracuru, que se deslocavam mais de 71 quilômetros até a Agência mais próxima, em Cau-caia, a Previdência Social investiu mais de R$ 743,6 mil na construção da Agência Paracuru.

O Plano de Expansão (PEX) prevê a criação de 720 Agências da Previdência Social nos municípios com mais de 20 mil habitantes. No Ceará serão implantadas 57 novas agências, sendo 18 na Gerência Fortaleza, 14 na de Juazeiro do Norte e 25 na Gerência Sobral. Também estão sendo realizadas 22 obras de recupera-ção da rede existente. Serão investidos no estado R$ 84,3 milhões.

Após a implantação do PEX, a Gerência Fortaleza contará com 41 agências, incluindo a Agência Móvel (PREVMovel) e a Agência de Demandas Judiciais. Até o final do ano seriam entregues as agências Horizonte, Pentecostes, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante e Maracanaú. No primeiro trimestre de 2012 serão inauguradas mais seis agências: Ocara, Aracoiaba, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Tabuleiro e Caucaia.

Paracuru/CE ganhou moderna Agência da Previdência Social

Page 18: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília18Dezembro/11

veja o site do projeto Brasília 50 anos do Ceará: www.brasilia50anosdeceara.com.br

Página da Mulher

Receitas da culinária cearense

Ingredientes

. 3/4 de xícara (chá) de bacon picado

. 100 g de linguiça

. 2 dentes de alho amassados

. 1/2 cebola ralada

. 1/2 kg de arroz

. 200 g de feijão-de-corda

. Cheiro-verde picado a gosto

. 1/4 de xícara (chá) de leite de coco

. 150 g de queijo coalho em cubos

. 2 colheres (sopa) de queijo ralado

Modo de preparo1. Refogue o bacon em sua própria gordura. 2. Junte a linguiça em rodelas e deixe dourar. 3. Acrescente o alho e a cebola e frite-os até

Solvente industrial aumenta risco de Parkinson, diz estudoMal de Parkinson pode causar tremores e dificuldades

de movimento e falaUm estudo internacional concluiu que pessoas expostas

ao solvente industrial tricloroetileno (TRI) no ambiente de trabalho têm um risco seis vezes maior de apresentar mal de Parkinson.

Diversos usos da substância química foram proibidos ao redor do mundo, devido a preocupações sobre sua toxicidade, mas o TRI ainda é utilizado como agente desengordurante.

Os pesquisadores de institutos dos Estados Unidos, Ca-nadá, Alemanha e Argentina analisaram dados de 99 pares de gêmeos selecionados a partir de registros americanos, em que um dos irmãos tinha mal de Parkinson e o outro não.

Estudos anteriores indicam que a doença é causada por uma mistura de fatores genéticos e ambientais. Alguns dos sintomas são tremores e dificuldades de movimento e de fala.

GêmeosA pesquisa queria analisar os efeitos de da exposição a

seis tipos de solvente, incluindo o TRI.A decisão de estudar gêmeos foi tomada porque eles

são semelhantes geneticamente e muitas vezes tem estilos de vida parecidos, o que reduz a ocorrência de resultados artificiais.

Os gêmeos foram entrevistados para que se chegasse a um histórico de sua vida profissional e para que sua exposi-ção a solventes fosse estimada. Eles também responderam perguntas sobre hobbies e passatempos.

Os resultados estão sendo apresentados como o primeiro estudo a fazer “uma associação significativa” entre a ex-posição ao TRI e o mal de Parkinson.

Os solventes percloroetileno e tetracloreto de carbono também “indicaram risco significativo de desenvolver a doença”.

Os outros três solventes analisados, tolueno, xilol e

n-hexano, não apresentaram relação estatística com a presença de mal de Parkinson.

Tratamento“Nosso estudo confirma que agentes contaminantes

comuns podem aumentar o risco de desenvolvimento de mal de Parkinson, o que tem implicações consideráveis em termos de saúde pública”, disse Samuel Goldman, do Instituto de Parkinson em Sunnyvale, Califórnia, que co--liderou a pesquisa publicada pelo Annals of Neurology.

“Nossas descobertas, assim como relatos de casos anteriores, sugerem que pode haver uma diferença de até 40 anos entre a exposição ao TRI e o aparecimento do mal de Parkinson, o que cria uma janela de oportunidade fundamental para que se controle o desenvolvimento da doença antes de os sintomas clínicos surgirem.”

Michelle Gardner, gerente de desenvolvimento de pesquisa da instituição Parkinson’s UK disse esse é o primeiro estudo que relaciona o TRI à doença, mas frisou que “muitos dos usos anteriores do solvente foram descon-tinuados por razões de segurança mais de 30 anos atrás e que os sistemas de proteção em locais de trabalho em que substâncias químicas fortes como este solvente são usadas melhoraram muito nos últimos anos”.

Gardner também acredita que estudos maiores são necessários para confirmar a ligação. Com a BBC Brasil.

Na festa do tempo, um brinde à vidaRegina Stella (*)Já sinto no ar um clima de euforia, um gosto de festa,

e a excitação natural que decorre dos preparativos para a chegada de alguém por quem muito se anseia e de quem muito se espera.

Vestidos de branco, como manda o ritual, quando soarem as doze badaladas da meia noite, estaremos brindando, entre risos e luzes, você e eu, o Ano Novo, e acenando, emocio-nados, para o Ano Velho que parte, sem expectadores e sem aplausos para a “Terra do Nunca Mais”.

Ainda ontem, pode-se dizer, tão rápida a sucessão dos dias, para ele se abriam as alas, e em sua homenagem se erguiam as taças de vinho, por entre cirandas e volteios. No estirão do tempo, os 365 dias ainda por vir, apenas se delineavam na penumbra do amanhã, e por entre a alegria, festejando a nova caminhada, se escondia a incerteza, guardando o seu segredo, o medo de não chegar ao fim da peregrinação.No levantar das taças, um pensamento som-brio, uma interrogação secreta: estarei presente na festa final deste novo ano?

Por privilégio,chegamos nós. Por generosidade da vida, do destino, de Deus, assistimos o romper de todas as alvo-radas e o encantamento de todos os poentes, se aquietando nas sombras da noite. E enquanto rodopiava a Terra em

volta do Sol, presenciamos a sua inquietação se vestindo e se despindo de cores, de luz, numa volubilidade sem limite, trocando de roupagem.Vestiu-se a Terra de prima-vera, esparramadas as flores, em profusão, engalanou-se de verão,escandalosamente iluminada, e de branco se tingiu quando a neve caiu sobre o verde do seu chão.E, no outono, brincou de esmaecer o colorido vivo da folhagem e estiolou o dourado e o escarlate num tom de despedida.Testemunhamos, deslumbrados, a chuva de prata que, por magia, a errante andarilha, a lua, de presente, a cada mês, lançou à Terra, incendiando o coração dos apaixonados. Em versos, em canções, em serenatas, teceram suas guirlandas os poetas, os amantes, e junto ao coração eleito confessaram a entrega de si mesmos.

Privilegiados, participamos da beleza que campeia por todos os confins. E como um tributo a essa permanência, testemunhamos também toda a feiúra e toda a ameaça que existe e perdura, evidenciando a vulnerabilidade do ser humano e a inconsistência da matéria de que se reveste.

Foi-nos prorrogada a vida, para participar, testemunhar, e sofrer na carne, como uma decorrência natural, as limita-ções e a fragilidade.A incerteza primeira foi superada e os dias que apenas se esboçavam se tornaram reais, nossos, e vivemos o ano inteiro, batalhando entre alternativas de

risos e de pranto,de expectativas e de anseios Vencemos mais uma etapa, quando a muitos foi negado o trajeto e a meio se quedaram.

Agora, tudo se repete.Parte o Ano Velho, e o Ano Novo, com acenos, acalenta as nossas esperanças. Se, como um dom, outra oportunidade nos é dada, e prossegue a vida, se evidencia uma resposta à missão que nos é proposta.Não permanecemos nestas paragens e nestas veredas por mero acidente!

Cada um pode responder de uma maneira ímpar, e influir, e modificar este Planeta Azul, porque cada um é original e único.De alguns,muitos esperam pela competência e pelo talento, outros contam com a inteligência e a sensibilidade. Necessitam do afeto e da compreensão. Se não houver omissões,o egoísmo baterá em retirada.Haverá menos dor, menos desigualdade, menos sofrimento.

Já ouço, longe, os passos do Ano Novo, chegando. Em alvoroço se põe meu coração, grato pelo privilégio de estar presente ao ritual da festa. Mera convenção. Bem sabemos que, sem interrupção , é o tempo um interminável fluir de dias e de noites. Contudo, levanto a minha taça a esta fantástica alvorada e convido você para brindar a vida.

À vida!(*) Regina Stella (Fortaleza), jornalista e escritora

Baião de dois com feijão-de-cordaque murchem.

4. Adicione o arroz e refogue-o bem. Reserve. 5. Cozinhe o feijão em uma panela com água

fria e um fio de óleo. Quando o feijão estiver macio, acrescente o arroz refogado. Junte água quente, se necessário.

6. Ponha o cheiro-verde e o leite de coco. Cozinhe até o arroz ficar macio e a água secar completamente.

7. Desligue o fogo e adicione o queijo. 8. Tampe a panela e deixe descansar por cinco

minutos. Na hora de servir, polvilhe o queijo ralado..

Page 19: Jornal Dezembro 2011

Ceará em Brasília veja o site da Casa do Ceará em Brasília: www.casadoceara.org.br19 Dezembro/11

Leituras VIIIHumor Negro e Branco

Traição conforme a regiãoO PAULISTAEncontra a mulher com outro na cama, larga e sai com

os amigos à procura de outra! O CARIOCAEncontra a mulher com outro na cama e se junta a eles!O MINEIROEncontra a mulher com outro na cama, mata o homem

e continua casado com a mulher, exatamente como manda a TFM - Tradicional Família Mineira.

O GAÚCHO Encontra a mulher com outro na cama e, ao contrário do

mineiro, mata a mulher e fica com o marmanjo só pra ele. O PARAIBANOEncontra a mulher com outro na cama e, sendo o CA-

BRA da peste que é, mata os dois e arruma outra no dia seguinte.

O GOIANOEncontra a mulher com outro na cama,entra em depres-

são, pega a viola e vai para a rua à procura de outro corno pra montar mais uma dupla sertaneja.

O PERNAMBUCANOEncontra a mulher com outro na cama, pega sua fantasia

e vai dançar frevo em Olinda. O BRASILIENSESempre que pega a mulher com outro na cama,de raiva,

vai para o Congresso e inventa mais um imposto. O CURITIBANOQuando pega a mulher com outro na cama, não faz nada,

pois curitibano não fala com estranhos.O CEARENSEQuando pega a mulher com outro na cama,agradece a

Deus, pois vê que não é só ele que pega mulher feia. O BAIANOMulher de baiano não vai pra cama com outro, porque

esse negócio de arrumar amante, tirar a roupa, fazer sexo, ser descoberta pelo marido, etc, dá um trabaaaaaaaalho,dá uma canseeeeeira, dá um soooooooono...

Meu pai!!!

A LOIRA QUE SE FORMOU EM DIREITOA loira se formou em Direito, mas está¡ com 15 dúvidas

e resolve formular um questionário a OAB...01. Qual a capital do estado civil?02. Dizer que gato preto dá azar, é preconceito racial ? 03. Com a nova Lei Ambiental, afogar o ganso passou

a ser crime?04. Pessoas de má fé são aquelas que não acreditam

em Deus?05. Quem é canhoto pode prestar vestibular para Direito? 06. Levar a secretária eletrônica para a cama é assédio

sexual?07. Quantos quilos por dia emagrece um casal que optou

pelo regime parcial? 08. Tem algum direito a mulher em trabalho de parto

sem carteira assinada? 09. A gravidez da prostituta, no exercí¬cio de suas fun-

ções profissionais, caracteriza acidente de trabalho? (Essa até eu fiquei na dúvida...)

10. Seria patrocí¬nio o assassinato de um patricídio? 11. Cabe relaxamento de prisão nos casos de prisão de

ventre? 12. A marcha processual tem câmbio manual ou auto-

mático? 13. Provocar o Judiciário é xingar o juiz?14. Se um motel funciona somente das 8 à s 18 horas,

podemos dizer que ali não ocorrem transações comerciais? 15. Para tiro à queima-roupa é preciso que a vítima

esteja vestida?

É o segundo livro que o memo-rialista Gilton Barreto, presidente do Instituto Literário Viçosense lançará brevemente em sua terra natal e na capital alencarina.

“Na política, na economia, na educação, no social, o historiador não deixou por menos, de esclare-cer a todos os leitores a riqueza de nossa gente e da nossa cultura, não medindo esforço para que real-mente fosse conhecida, a História da imponente Terra resguardada por Nossa Senhora da Assunção, e que tem Cristo Redentor, de braços abertos, abençoando seus filhos, recebendo com um olhar acolhedor a todos que nos visitam e por que não dizer, expondo no seu gesto majestoso a natureza bela que cinge todo o nosso município”, assim se expressou em seu livro a historiadora e professora Antonieta Fontenele Rocha de Carvalho.

O livro traz uma belíssima capa uma obra de arte do renomado pintor retratista Ernane Pereira, que retrata a construção das residências ao lado da igreja obedecendo à forma em quadra, mas que não era fechada comple-tamente uma vez que no lado norte estava fincado uma elevação montanhosa conhecida como “morro do céu”. Sendo uma representação da igreja primitiva, pelo me-nos da fachada o desenho traz a igreja com apenas uma entrada frontal, uma torre de sino, o aspecto triangular e duas janelas. Este desenho foi feito por Freire Alemão em 1860 e se encontra na Biblioteca Nacional do Rio de Ja-neiro, I-28, 11,55.

O livro em capa dura com XXVI capítulos foi incluso no III Edital Mecenas da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, por intermédio da Comissão Estadual de Incentivo à Cultura – CEIC e com fundamento no Art. 21 do Decreto 28.442/06.

O livro tem como base documentos que tão bem revelam a história da cidade e os manuscritos do Dr. Edgar Bezerril Fontenele, onde o mesmo retratava a genealogia das famílias viçosenses e alguns fatos históricos da cidade.

Esta obra revela-se uma importante contribuição his-toriográfica para o Ceará, não apenas devido à raridade dos documentos reproduzidos, mas pelo trabalho em busca de novas fontes, jamais divulgadas em livros e que trazem à tona este conhecimento.

Dentre os documentos presentes no livro, estão “carta do ex-intendente municipal e idealizador do Teatro D. Pedro II, fundado em 1909, quando esteve na Europa, mas precisamente em Lisboa no ano de 1903 para trata-mento de saúde; carta de Fontenele Irmãos, negociantes residentes em Viçosa destinado a Câmara Municipal para a construção de um cemitério datada de 5 de janeiro de 1903; recibo do Gabinete Viçosense de Leitura (1916), da Irmandade do Santíssimo Sacramento (1900), da Igreja Matriz do ano de 1933, quando se alugava o banco mobiliário; carta de Florindo Ferreira de Araujo solici-tando ao padre Beviláqua, pai do jurista Clóvis Beviláqia

“Viçosa do Ceará: Sob Um Olhar Histórico”a certidão de Batistério de sua filha nascida em 20 de março de 1874 e que tal documento foi as-sinado e selado em réis pelo padre em 14 de julho de 1899; recibos da intendência municipal dos anos de 1893, 1897, 1899, 1903, 1905, 1906; recibo da empresa municipal de eletricidade datada de 1949, Circular do Palácio do Governo do Ceará datado de maio de 1854 a presidência e vereado-res da Câmara de Vila Viçosa; carta de nomeação do governador Faustino de Albuquerque e Sousa datada de 12 de abril de 1947; orçamento da Câmara Municipal

dos anos de 1915 e 1919, carta do vigário padre Henrique no ano de 1940; carta de marechal Bezerril Fontenele de 1915 e título de eleitor do ano de 1935, bem como outros documentos.

O livro tem a visão histórica, daí o título “Viçosa do Ceará: sob um olhar histórico”, pois nele se encontram os vários relatos de historiadores que ali estiveram como: Dr. Edgar Bezerril Fontenele, padre Antônio Vieira, padre Antônio Vieira cearense, Carlos Studart Filho, Barão de Studart, Thomaz Pompeu Sobrinho, Antônio Bezerra, Álvaro Gurgel de Alencar, Selvas Bragas, Luiz Barba Alardo de Menezes, Silva Paulet, J. C. Alencar

Araripe, bem como viçosenses escri-tores e historiadores.

O livro traz fatos inéditos como os juízes viçosenses desde 1842, os juízes da Irmandade do Santíssimo Sacramento, os intendentes munici-pais desde 1890, revelando que La-martine Nogueira não foi o primeiro intendente municipal, inscrições rupestres levantadas do original do ano de 1953 pelo saudoso José Victor Fontenele Filho, nomes das diversas ruas e praças viçosenses, os jornais viçosenses, os ouvidores, desembar-gadores, corregedores geral da comar-ca de Viçosa do ano de 1768 a 1819, leis, cartas régias, provisões, termos de juramentos, decretos, nomeações,

resoluções e registros; comissão censitária do município de Viçosa; genealogia de famílias tradicionais, biogra-fias divididas (cultura – literatura – não viçosenses que fizeram história na terra de Cândido do Espírito Santo Magalhães, viçosenses que fizeram e fazem história na terra de Clóvis Beviláqua e General Tibúrcio e filhos da guerra, da justiça e do amor, encerrando com efemérides desde o ano de 1582.

O lançamento do livro acontecerá em agosto de 2012 em Viçosa do Ceará em dois locais: um na sede do Ins-tituto Literário Viçosense e o outro local a ser definido entre o Memorial Clóvis Beviláqua e o Teatro D. Pedro II. Em Fortaleza o lançamento do livro acontecerá no Museu Histórico do Ceará.

O autor, Gilton Barreto nasceu em Viçosa do Ceará em 19 de julho de 1972, filho de Oséas Costa de Castro e Francisca Vânia Barreto de Castro, natura de Granja/CE, e o seu maior orgulho e resgatar e preservar a história de seus ascendentes.

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Ceará em Brasília20Dezembro /11 acesse o site da Casa do Ceará em Brasília na Web: www.casadoceara.org.br

Natal dos Idosos da Casa do Ceará foi ponto alto da Pousada Crysantho Moreira da Rocha

A Pousada Crysantho Moreira da Rocha, Institui-ção de Longa Permanência, mantida pela Casa do Ceará em Brasília, há quase 50 anos, encerrou sua programação de 2012 com o Natal dos Idosos, festi-vidade realizada em 09.12, com a presença dos idosos residentes, familiares, amigos, funcionários da Casa, voluntários, animadores, Coral, Dança flamenca e cigana, conjunto musical.

O evento contou com a colaboração dos diretores da Casa, voluntários, familiares dos idosos e com o apoio da Loja da Rede de Supermercados Pão de Açúcar, da 508/509 Norte, que sempre prestigiou as iniciativas da

Pousada, através do Gerente Francisco Chagas e do Sub-gerente Freitas.

O ponto alto das festividades deste ano foi a Ceia Nata-lina para os idosos e seus familiares, voluntários, diretores e colaboradores da casa a partir das 19:30h, em 09,12. O evento foi abrilhantado com belíssimas apresentações do :

- Coral dos Idosos da Casa coordenado pela funcionária Eloisa Marques;

- Apresentação do Coral Alegria coordenado pela Re-gente Ana Boccucci;

- Dança Flamenca e cigana apresentada pelosos profes-sores Raphael Cortés, Virginia Rocha e Ana Maria Canton,

do Instituto Flamenco Raphael Cortés.- A animação ficou por conta do Trio Cajarana com um

forró que animou os convidados.Na oportunidade, estiveram presentes o presidente Os-

mar Alves de Melo e esposa, o 2º Vice – Presidente: José Sampaio de Lacerda Júnior e esposa, o diretor de Educação e Cultura: Fernando Gurgel e esposa, a diretora de Promoção Social: Maria Áurea Magalhães, o membro do Conselho Fiscal: José Aldemir Holanda, o membro do Conselho Fiscal: José de Ribamar Oliveira Madeira.

A festa foi organizada por Antônia lúcia e Ivete Simo-netti.