jornal da fmb nº 17

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HC muda sistema de agendamento Série de medidas visa facilitar e agilizar sistema de agendamento de consultas e exames. Uma das iniciativas foi a criação de uma Central de Agendamento. Paciente também não precisará se deslocar para fazer a requisição. Página 3 Profa. Maria José analisou uso de larvas de moscas para cicatrização Patologia: pós completa duas décadas O programa de pós-graduação em Patologia mantido pela Facul- dade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) celebrou, em sessão solene no dia 15 de outubro, duas décadas de criação. Homenagens e balanço da produção científica e acadêmica do programa foram a tônica das comemorações. Uma de suas características é o de ter formado, nestes vinte anos, mais de 160 mestres, além de pesquisadores. Página 2 FMB vai rastrear hepatite C em toda a Unesp As equipes de Gastroente- rologia e Clínica Médica da Fa- culdade de Medicina de Botu- catu/Unesp (FMB), com apoio da Unamus (Unidade de Aten- dimento Médico, Odontológico e Social) realizou um trabalho de rastreamento de Hepatite C. O projeto teve início pelo cam- pus de Botucatu, em novembro, mas se estenderá para as de- mais unidades do Estado de São Paulo.Página 8 Pesquisa usa larvas de moscas para cicatrização Aplicar larvas de moscas varejeiras sobre ferimentos necrosados é um método inédito no Brasil para acelerar a cicatrização. A experiência praticada em ratos foi abordada em um estudo de doutorado que será apresentado por Maria José Trevizani Nitsche, professora do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina. A técnica reduz de 35 dias para uma semana o tempo de espera para fechar um ferimento em fase de putrefação. Além de mais eficiente, o tratamento custa menos que o convencional, que consiste em aplicação de hidrogel. Página 9 Hemocentro capacita sobre sigilo profissional Com o objetivo de capacitar seus servidores sobre a melhor for- ma de manter o segredo profissio- nal a Direção Clínica do Hospital das Clínicas (HC), promoveu, em parceria com o Hemocentro de Bo- tucatu, dia 3 de novembro, reunião abordou temas de ética e sigilo. Ao todo quarenta servidores do setor vinculado ao HC participaram das explanações do professor Willian Saad Hossne. Página 11 Profa. Kunie Coelho foi uma das pioneiras na Patologia Uma carreira consolidada na universidade Página 5 Vestibular 2010: Medicina foi o mais concorrido Página 12 A concretização de um sonho Conquista e orgulho. Estes foram os sentimentos que permearam toda a solenidade de colação de grau da 42ª turma de médicos formados pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A sessão aberta da Congrega- ção, realizada dia 13 de novembro, no ginásio da FCA (Fa- culdade de Ciências Agronômicas) foi o momento marcan- te na vida acadêmica dos 92 acadêmicos graduados pela FMB em 2009. Ao som da Orquestra Filarmôni- ca Triunfal, cada membro da congregação e forman- dos foram recepcionados pelos familiares e presen- tes no ginásio da FCA (Faculdade de Ciências Agronômi- cas). Com a 42ª turma de medicina, a faculdade formou, em seus 46 anos de existência, 3.736 médicos, 1.817 especialistas em seus programas de residência, 1.065 mestres e 541 doutores. Páginas 6 e 7

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outubro/novembro 2009

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Page 1: Jornal da FMB nº 17

HC muda sistema de agendamentoSérie de medidas visa facilitar e agilizar sistema de agendamento de consultas e exames. Uma das iniciativas foi acriação de uma Central de Agendamento. Paciente também não precisará se deslocar para fazer a requisição. Página 3

Profa. Maria José analisou uso de larvas de moscas para cicatrização

Patologia:pós completaduas décadas

O programa de pós-graduaçãoem Patologia mantido pela Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) celebrou, em sessãosolene no dia 15 de outubro, duasdécadas de criação. Homenagense balanço da produção científica eacadêmica do programa foram atônica das comemorações. Umade suas características é o deter formado, nestes vinte anos,mais de 160 mestres, além depesquisadores. Página 2

FMB vai rastrearhepatite C emtoda a Unesp

As equipes de Gastroente-rologia e Clínica Médica da Fa-culdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), com apoioda Unamus (Unidade de Aten-dimento Médico, Odontológicoe Social) realizou um trabalhode rastreamento de Hepatite C.O projeto teve início pelo cam-pus de Botucatu, em novembro,mas se estenderá para as de-mais unidades do Estado deSão Paulo.Página 8

Pesquisa usa larvas demoscas para cicatrização

Aplicar larvas de moscas varejeiras sobre ferimentos necrosados éum método inédito no Brasil para acelerar a cicatrização. A experiênciapraticada em ratos foi abordada em um estudo de doutorado que seráapresentado por Maria José Trevizani Nitsche, professora do curso deEnfermagem da Faculdade de Medicina. A técnica reduz de 35 dias parauma semana o tempo de espera para fechar um ferimento em fase deputrefação. Além de mais eficiente, o tratamento custa menos que oconvencional, que consiste em aplicação de hidrogel. Página 9

Hemocentrocapacita sobresigilo profissional

Com o objetivo de capacitarseus servidores sobre a melhor for-ma de manter o segredo profissio-nal a Direção Clínica do Hospitaldas Clínicas (HC), promoveu, emparceria com o Hemocentro de Bo-tucatu, dia 3 de novembro, reuniãoabordou temas de ética e sigilo.Ao todo quarenta servidores dosetor vinculado ao HC participaramdas explanações do professorWillian Saad Hossne. Página 11

Profa. Kunie Coelho foi umadas pioneiras na Patologia

Uma carreiraconsolidada nauniversidade

Página 5

Vestibular 2010:Medicina foi omais concorrido

Página 12

A concretização de um sonhoConquista e orgulho. Estes foram os sentimentos que

permearam toda a solenidade de colação de grau da 42ªturma de médicos formados pela Faculdade de Medicinade Botucatu/Unesp (FMB). A sessão aberta da Congrega-ção, realizada dia 13 de novembro, no ginásio da FCA (Fa-culdade de Ciências Agronômicas) foi o momento marcan-te na vida acadêmica dos 92 acadêmicos graduados

pela FMB em 2009. Ao som da Orquestra Filarmôni-ca Triunfal, cada membro da congregação e forman-dos foram recepcionados pelos familiares e presen-tes no ginásio da FCA (Faculdade de Ciências Agronômi-cas). Com a 42ª turma de medicina, a faculdade formou,em seus 46 anos de existência, 3.736 médicos, 1.817especialistas em seus programas de residência, 1.065mestres e 541 doutores. Páginas 6 e 7

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

PUBLICAÇÕES

ÉDER TREZZAEx-professor do Departamento de

Clínica Médica da Faculdadede Medicina de Botucatu e atualmente

coordenador do grupo Sempre Viva

OPINIÃO

129 por 1Ano após ano a Faculdade de Me-

dicina de Botucatu tem constatado suaalta aceitação entre os vestibulandos,com inscrições superiores a 120 can-didatos por vaga. Es-pecificamente em2009, a relação foi de129 por vaga. Se porum lado estes núme-ros atestam o prestí-gio da instituição, poroutro representamum gargalo educaci-onal que precisa ser considerado comseriedade e com a formulação de alter-nativas que ofereçam encaminhamen-to adequado para essa juventude.

Um dos principais pontos a seremconsiderados é a necessidade de pro-gramas de orientação vocacional paraos estudantes do curso fundamental.As inúmeras alternativas profissionaisengendradas pelo progresso científi-co, tecnológico e social do último sécu-lo por vezes não chegam a aparecer na

lista de opções consideradas pelos jo-vens. Um pequeno conjunto de profis-sões tradicionais polarizam a escolhados vestibulandos, frequentemente

sem nenhuma re-lação com o merca-do de trabalho. Pro-fissões cujo mer-cado de trabalhojá está saturadocontinuam a serprocuradas nosvestibulares e, o

que é pior, a serem oferecidas, asvezes com número acrescido de va-gas, pelas próprias universidades.Os exemplos são bem conhecidose vão desde a medicina até fonoau-diologia, psicologia, educação físi-ca, medicina veterinária e outros.

A universidade precisa voltar suaatenção para este problema, estimulare assessorar programas de orienta-ção vocacional e priorizar envestimen-tos em novas alternativas profissionais.

Através da otimização do uso dos re-cursos públicos para a educação auniversidade poderá aumentar suaparticipação na formação de mãode obra para o desenvolvimento dopaís e na oferta de caminhos maisrealistas para a realização profissi-onal das novas gerações.

Desde o dia 22 de outubro, aU-nesp padroniza as citações do seunome em publicações científicasnacionais e internacionais comoUnesp – Univ Estadual Paulista. Aresolução foi aprovada pelo Con-selho Universitário, em reunião or-dinária realizada na Reitoria, emSão Paulo. O novo modelo resultade um estudo feito pela Coordena-doria Geral de Bibliotecas, em quese verificou, na contagem, a trans-ferência de 15% dos artigos publi-cados por pesquisadores da insti-tuição para outras universidades.

Nessa padronização, foi retira-da a citação em inglês, por seruma tendência internacional man-ter o nome da instituição na línguaoriginal. A adoção da abreviação“Univ” também segue essa tendên-cia, por ser igual em diversas lín-guas, como o inglês (“University”),o espanhol (“Universidad”), o Fran-

Unesp padroniza citaçãoem periódicos científicos

cês (“Université”) e o Alemão (“Uni-versität”), entre outras.

Para a citação da unidade, de-partamento e laboratório dos au-tores do artigo, foi sugerida a se-guinte ordem: Departamento, Uni-dade, Unesp – Univ Estadual Pau-lista. Essa sequência pode seralterada dependendo das exigên-cias dos periódicos. A descriçãodo Departamento é opcional.

A biblioteconomista Mariân-gela Spotti Lopes Fujita, dire-tora da Faculdade de Filosofiae Ciências,câmpus de Marília,ressalta que a separação deveser feita por vírgulas, e não porponto final. “Nem mesmo aabreviação deve ter ponto, poisesse indica fim de período. Secolocarmos o ponto depois daunidade, por exemplo, o nomeda universidade pode ser des-cartado.”

24/11/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADOCAMILA OLIVEIRA DE SOUZAEFEITOS DA SILIBININA SOBRE MODELO PRÉ-ECLÂMPSIA INDUZIDAEM RATAS POR TRATAMENTO COM NW-NITRO-LARGININA METIL ESTERPrograma: Ginecologia, Obstetrícia e MastologiaOrientador: José Carlos PeraçoliLocal: Solário da Ginecologia e OPbstetrícia da FMBHorário: 10 horas

27/11/2009 - EVENTOFORMATURA DA XVIII TURMA DE ENFERMAGEMLocal: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de BotucatuHorário: 13h30 horas

02/12/2009 - DEFESA DE TESEJAIR DE CASTRO JUNIORAVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE UMIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO DURANTE VEN-TILAÇÃO ARTIFICIAL COM A ESTAÇÃO DE TRABALHO DE ANESTESIA PRI-MUS DA DRAGER COM BAIXO FLUXO DE GASES FRESCOS E PERMUTADORDE CALOR E UMIDADEPrograma: AnestesiologiaOrientador: Prof. Dr. José Reinaldo Cerqueira BrazLocal: Sala de Aulas do Depto de Anestesiologia - FMB - UNESPHorário: 8h30

02/12/2009 - DEFESA DE TESENARCISO ALMEIDA VIEIRAMICROBIOTA INTESTINAL DE CRIANÇAS COM ANOMALIAS CRANIOFACI-AIS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL ESPECIALIZADOPrograma: Doenças TropicaisOrientador: Prof. Dr. Paulo Camara Marques PereiraLocal: Sala de Aulas do Depto de Doenças Tropicais - FMB - UNESPHorário: 9 horas

03/12/2009 - EVENTOV ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FMBLocal: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de BotucatuHorário: 8 horas

07/12/2009 - DEFESA DE TESEJOÃO MAXIMIANO PIERIN DE BARROSEFEITOS NA EXPRESSÃO VOLÊMICA E NA OXIGENAÇÃO SISTÊMICA E GAS-TROINTESTINAL APÓS REPOSIÇÃO COM HIDROXIETILAMIDO, ASSOCIADOOU NÃO À SOLUÇÃO SALINA HIPERTROFIADA, E RINGER LACTATO EM CÃESSUBMETIDOS A CHOQUE HEMORRÁGICOPrograma: AnestesiologiaOrientador: José Reinaldo Cerqueira BrazLocal: Salão Nobre da FMBHorário: 08h30

08/12/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADORAQUEL COLENCIFORMAÇÃO PROFISSIONAL E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO:PERCEPÇÕES DE EGRESSOS DE UM CURSO DE GRADUAÇÃOEM ENFERMAGEM DE INSTITUIÇÃO PRIVADAPrograma: EnfermagemOrientador: Heloisa Wey BertiLocal: Anfiteatro do Departamento de EnfermagemHorário: 14 horas

14/12/2009 - DEFESA DE TESERODRIGO SEVERO DE CAMARGO PEREIRACICATRIZAÇÃO INTESTINAL EM RATOSSUBMETIDOS À INGESTÃO DE ETANOLPrograma: Bases Gerais da CirurgiaOrientador: Prof. Dr. José Guilherme MinossiLocal: Solário da Enfermaria de Gastrocirurgia - FMB - UNESPHorário: 14h30

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp.br

agenda FMB

O programa de pós-graduaçãoem Patologia mantido pela Faculda-de de Medicina de Botucatu/Unesp(FMB) celebrou, em sessão soleneno dia 15 de outubro, duas décadasde criação. Homenagens e balançoda produção científica e acadêmicado programa foram a tônica das co-memorações.

A solenidade teve a presença depós-graduandos, servidores técni-cos administrativos e docentes vin-culados ao programa. Vice-coorde-nadora do programa, professoraKunie Rabello Coelho discursou nasolenidade em nome dos coorde-nadores dos cursos. Além de apre-sentar um histórico do programa, fri-sou a integração da patologia comdemais áreas da medicina.

A professora também ressaltouo papel que os professores MárioRubens Guimarães Montenegro eMarcelo de Franco exerceram para acriação e consolidação do progra-ma. “Depois de vinte anos comemo-ramos o crescimento desse progra-ma. Foram mais de 160 mestres edoutores formados pela patologia”,frisou profª Kunie.

Convidado para a solenidade,professor Geraldo Brasileiro Filhofoi o responsável pela apresenta-ção de uma palestra sobre a evo-lução dos programas de pós noBrasil. Mostrou dados da realida-de nacional de pesquisa e as uni-versidades que mais têm investi-do nestes tipos de curso.

Ao contextualizar e fazer reflexãodo momento que os programas depós mantidos pela Faculdade deMedicina passam na atualidade, odiretor da FMB, prof. Sérgio Müller en-focou a busca pela qualidade. “O queestamos celebrando, de fato, nãosão apenas os vinte anos da pósem patologia, mas também o desen-volvimento e a consolidação da FMB”,declarou ao enfatizar a relação entreos programas e as pesquisas reali-zadas pela instituição.

A pró-reitora de pós graduação,Marilza Vieira Cunha Rudge, ressal-tou a realidade dos programas man-tidos pela universidade. Ela desta-cou que entre os 116 cursos atuais,o vinculado à FMB está entre os 46

Pós em patologia: programa forma maisde 160 mestres em 20 anos de criação

COMEMORAÇÕES

A UNIVERSIDADE PRECISAVOLTAR SUA ATENÇÃO PARAESTE PROBLEMA, ESTIMULARE ASSESSORAR PROGRAMASDE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

qualificados como excelentes. “So-mos atualmente a segunda univer-sidade no país em número de cur-sos de pós-graduação”, declarou

profª Marilza. Ela, no entanto, cobroumelhoria na avaliação e aumento nonúmero de programas em excelên-cia dentro da Unesp.

Criado em 1989 pelo professor emérito Mário Rubens Guimarães Mon-tenegro, o programa de pós-graduação em patologia formou mais de 160mestres ou doutores e oferece linhas de pesquisa em áreas como oncopa-tologia, patologia toxicológica, patologia das hepatites, entre outros. Possuiainda 54 projetos em andamento vinculados ao programa. Sua qualificaçãofrente à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior) é denota 5, o que consolida o programa como um dos mais ativos da FMB.

Conta atualmente com 23 professores vinculados ao programa, sendoque entre os docentes permanentes 36,8% são bolsistas de Pesquisa eProdutividade do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico) e atuam na assessoria ou consultoria em agências de fomen-to ou periódicos nacionais e internacionais.

Até o momento 91,3% dos doutores formados no Programa de Pós-Graduação em Patologia atuam em pesquisa e/ou ensino superior. Essesegressos concluíram a orientação de 78 mestres, 22 doutores e 267 orien-tações em nível de iniciação científica, além de 150 trabalhos de conclusãode cursos e 228 orientações de outra natureza.

Programa é um dos mais atuantes da Unesp

Docentes e integrantes do programa presentes à solenidade

Profa. Kunie apresentou histórico do programa criado em 1989

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

DECISÃO

O médico da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp,Guilherme Antonio Moreira deBarros, foi escolhido como o úni-co representante brasileiro paraa primeira turma do Curso Inter-nacional de Desenvolvimento deLíderes em Cuidados Paliativos(LCP), que acontecerá nos Es-tados Unidos. Barros, com es-pecialidade em anestesiologia,estará em San Diego, nos EUA,em janeiro de 2010 para um cur-so inicial de uma semana.

O curso será voltado a vinte edois especialistas na área de todoo mundo, onde serão ministradasaulas para o desenvolvimento naliderança dos cuidados paliativos.A LCP é um programa de doisanos que será conduzida pelo Ins-tituto de Medicina Paliativa do Hos-pital de San Diego (EUA). Tambémhaverá apoio de outros institutos eorganizações de renome interna-cional em medicina paliativa.

Barros é professor do Depar-tamento de Anestesiologia daFMB há quinze anos e sua li-nha de pesquisa acadêmicatem se dedicado ao estudo dotratamento da dor e dos cuida-dos paliativos. Atua no serviçode Terapia Antálgica e Cuida-dos Paliativos do Hospital dasClínicas/Unesp. Também inte-gra a direção da Sociedade Bra-sileira de Anestesiologia.

GESTÃO

Professor da FMB representaráo Brasil no fomento de líderespara cuidados paliativos

Sobre a participação nestaqualificação para liderança, o pro-fessor ressalta a inserção de es-pecialistas brasileiros no aprimo-ramento do tratamento de dorescrônicas. “O Brasil está cadavez mais atento à necessidadedo desenvolvimento de políticasde cuidados paliativos e esperocontribuir com a qualidade daassistência aos enfermos por-tadores de doenças crônicas eincuráveis”, declarou Barros.

Cuidados Paliativos são a pre-venção e o alívio do sofrimento poruma equipe de saúde especializa-da que objetiva o controle de sin-tomas, aliviando a dor e melhoriada qualidade de vida de pacientescom doenças avançadas, inde-pendentemente do diagnóstico.

Dr. Guilherme de Barros estarános EUA em janeiro de 2010

Profa Silvana participa de congresso eministra aulas em universidade dos EUA

HC muda sistema para agendamento de exames

Superintendência pretende oferecer conforto e agilidade aos pacientes do Hospital das Clínicas

A superintendência do Hospitaldas Clínicas (HC), vinculado à Fa-culdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), tem implantado nosúltimos meses, uma série de me-didas para facilitar e reduzir o tem-po de espera para o agendamentode exames em seus serviços deespecialidades. A principal modifi-cação é a possibilidade de o agen-damento ser realizado através daUBS (Unidade Básica de Saúde)próxima à residência do paciente.

Com a medida, não será maisnecessária a presença da pessoapara agendar os exames, consul-tas ou procedimentos. Um avisodo hospital tem sido encaminha-do às Secretarias de Saúde dos62 municípios que compõem oDepartamento Regional de Saú-de de Bauru (DRS-6).

O hospital, pelo novo sistema,não receberá mais pedidos deagendamentos trazidos por moto-ristas outros funcionários das Se-cretarias de Saúde e que não este-jam de acordo com as orientaçõespassadas aos municípios. Cadapedido de agendamento deveráestar identificado com o municípioe sua respectiva UBS, responsá-vel pelo envio da solicitação, nomese RG dos funcionários que enca-minham o pedido e a pessoa a sercontatada na respectiva secretaria.

Dentro de cada envelope ospedidos devem estar devidamente

identificados por paciente. Para efei-to de controle deverá ser elabora-da uma lista com o nome dos soli-citantes e exames pedidos. A mes-ma será conferida e devolvidaposteriormente como confirma-ção de recebimento.

Tal modificação visa reduzir otempo de espera e as filas de pa-cientes durante o período deagendamento de exames, con-sultas e procedimentos, confor-me explica o superintendente do

HC, Emílio Carlos Curcelli. “Paraevitar os antigos transtornos anossos pacientes e dar maioragilidade aos atendimentos, oHC deve unificar todo seu sis-tema de agendamento. A previ-são é de que até meados de2010 todas as mudanças este-jam de acordo com a propostada superintendên-cia”, declarou.

Outra medida foia implantação, dia 17de novembro, deuma Central deAgendamentos, se-tor que deverá canalizar todas asrequisições de consultas, exa-mes e procedimentos no Hospi-tal das Clínicas. A proposta é deque no novo local, o usuário nãoespere mais do que 30 minutos

para ter os exame ou consultaagendados. Todo o atendimentoacontece através de senhas. Ido-sos e gestantes terão guichêsespecífico. As instalações con-tam com banheiro exclusivo e fu-turamente um elevador paraacesso a portadores de neces-sidades especiais deve ser co-

locado emoperação.

Através damudança, osp a c i e n t e snão precisa-rão mais se

deslocarem a diversos pontos dohospital e em datas específicaspara marcarem suas consultas.Atualmente o Hospital das Clíni-cas conta com 54 pontos deagendamento em suas depen-

dências, cada um seguindo umaespecialidade. A intenção da su-perintendência é de que este to-tal seja reduzido a apenas doislocais (a nova Central de Agen-damento e um posto nos blocosambulatoriais instalados no Ins-tituto de Biociências).

“A ideia é montarmos uma es-trutura gerencial que vai propor-cionar maior controle no agen-damento e possibilitará saber otempo de espera que cada paci-ente terá em uma determinadaespecialidade que se utilize”, ex-plicou Ilda de Godoy, responsá-vel pela coordenação da Centralde Agendamentos. Ela ressaltaque os servidores designadospara a Central de Agendamen-tos integram o programa de re-adaptação funcional e passa-ram por treinamento específicopara esta atividade.

Maior unidade hospitalar daregião vinculada ao SUS (SistemaÚnico de Saúde), o Hospital dasClínicas atende a uma populaçãoestimada em 1,5 milhão de pes-soas. A unidade conta com 415leitos e 52 de UTI (30 adultos, 15neonatal e 7 pediátricos), 194 con-sultórios médicos e 31 salas es-pecializadas realiza, em média, 2milhões de exames, 600 mil con-sultas, 20 mil internações e 11 milcirurgias por ano.

O HC ainda registrou até outu-bro, 209 mil consultas em seusambulatórios, 24 mil consultas natriagem médica, 5.800 cirurgias,2.350 cirurgias ambulatoriais e16.100 internações. Há 1.900 servi-dores técnico-administrativos, 340residentes, 180 médicos, 260 do-centes e 82 aprimorandos atuandonas dependências do hospital.

TEMPO DE ESPERA E ASFILAS DE PACIENTES DEVEM

SER REDUZIDOS COMO NOVO SISTEMA

Professora do Departamento deOftalmologia, Otorrinolaringologia eCirurgia de Cabeça e Pescoço evice-diretora da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB),Silvana Artioli Schellini representoua universidade em visita a um cen-tro de excelência em oftalmologiae também de congresso nos Esta-dos Unidos. As duas atividadesocorreram em outubro.

No dia 19, a professora visitoua Universidade da Califórnia, sedi-ada em São Francisco. Na oportu-nidade acompanhou o atendimen-to ambulatorial realizado em seuhospital. Profª Silvana também par-ticipou, entre os dias 24 e 27, doencontro anual da “American Aca-demy Ophtalmology”. Consideradoo maior congresso da área em todoo mundo, reuniu mais de 27 mil par-ticipantes. A América Latina tevegrande representatividade, commais de sete mil especialistas.

Além de apresentar um traba-lho científico, que analisou as alte-rações da pálpebra em caucasia-nos e asiáticos, profª Silvana tam-bém ministrou duas aulas com ostemas: obstrução de vias lacrimaisna criança e tratamento das altera-ções da pálpebra inferior. A docen-

INTERNACIONAL

te também coordenou uma sessãoao lado dos presidentes da Socie-dade Panamericana de PlásticaOcular e da Sociedade Americanade Plástica, Guillermo Salcedo eStuart Seiff, respectivamente.

Para todas as atividades emsolo norte-americano, a docen-te recebeu auxílio da Fapesp(Fundação de Apoio à Pesquisado Estado de São Paulo). ProfªSilvana salienta que este tipo deevento é oportunidade de apri-moramento e de estreitamentodas relações entre entidades

internacionais e a Unesp. “A re-percussão de uma viagem destetipo é sentida ao longo do tempo,com mudanças de paradigmas epossibilidade de observação de no-vos meios de diagnóstico e trata-mento”, declarou.

“Um contato destes possibilitaque se estabeleça com maior fa-cilidade convênios de cooperaçõesbilaterais para novas visitas, tantode médicos, como de alunos, umameta da reitoria dentro do projetode internacionalização da Unesp”,completou profª Silvana.

Profa. Silvana foi a única representante da Unesp no evento

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4

OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

NOVA GESTÃO

COMANDO

O professor do Departamentode Dermatologia e Radioterapia daFaculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) Joel Lastória foieleito para assumir, a partir de2010, a presidência da SociedadeBrasileira de Dermatologia (SBD)– Regional São Paulo. Ele já ocu-pava a vice-presidência do órgão,que é um dos mais importantesdo Brasil, reunindo 2.100 associa-dos – um terço do quadro da SBD.

Desde 2003, professor Lastó-ria é responsável por cargos nadiretoria da entidade nacional dedermatologia. Por três vezes foivice-presidente da SBD e em duasoportunidades atuou como coor-denador científico. Além disso,desde 2000 faz parte do ConselhoDecisório e a partir de 2007 coor-dena o Departamento de Hanse-níase do mesmo órgão. Em 2006foi responsável pelo Departamen-to de Infecciosas e Parasitárias,também da Sociedade Brasileirade Dermatologia.

Para o médico dermatologis-ta, o fato de ele estar no comandoda SBD – Regional São Paulo trazuma projeção importante para aFaculdade de Medicina de Botu-

Prof. Lastória presidiráregional paulista da SBD

Joel Lastória já ocupava a vice-presidência da SBD-SP

Departamento de Enfermagem passa a ter nova chefia até 2011As professoras Carmem Ma-

ria Casquel Monti Juliani e WilzaCarla Spiri assumiram oficialmen-te, dia 4 de novembro, a chefia e avice-chefia do Departamento deEnfermagem da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp(FMB). O mandato será de doisanos e ambas substituem as pro-fas Ilda de Godoy e Maria Antonie-ta Carvalhes, respectivamente.

Com a presença do diretor daFMB, prof. Sérgio Müller e da co-ordenadora do curso de Enferma-gem, profª Eliana Mara Braga, asolenidade de posse refletiu aconsolidação e busca pela exce-lência do ensino na área.

O diretor ressaltou aos pre-sentes o atual momento pelo quala instituição passa. Além dosavanços na infra-estrutura da fa-culdade, prof. Müller tambémacrescentou o crescimento do

curso de enfermagem sendo con-siderado um dos melhores dopaís. “Há agora o compromissode manter o nível de excelênciado curso”, declarou.

Para ele, a participação daschefias de departamento, tanto nocurso de Medicina quanto de En-fermagem, foi fundamental paraque a faculdade alcançasse níveisde excelência no ensino, pesqui-sa e extensão. “São as chefias dosdepartamentos, junto com a dire-ção, que fazem a gestão da facul-dade”, complementou prof. Müller.

Cessante do cargo de chefede departamento, profª Ilda deGodoy declarou que a experiên-cia de comandar o braço da facul-dade por dois anos lhe proporci-onou mais do que responsabili-dade, um aprendizado. “Estesdois anos foram de aprendizado.Desde gerenciar conflitos e difi-

culdades, o que melhor tivemosfoi a formação de uma equipe depessoas dedicadas e comprome-tidas”, disse.

Já profª Carmem, que assu-me o departamento, ressaltou opapel de facilitador que um chefetem dentro de sua equipe. “A pes-soa deve representar a facilitaçãodos trabalhos. Vivenciamos umacondição favorável pelo qual ocurso passa, com o reconheci-mento da excelência em nossagraduação”, complementou.

A história do Departamento deEnfermagem da FMB tem origemdesde o início do curso, em 1989.No entanto, uma década depois éque ocorre a concretização de suacriação. Além da graduação em en-fermagem, o departamento é res-ponsável pela coordenação de pro-gramas de pós-graduação, residên-cia e aprimoramento profissional.

catu/Unesp. “Estarei em contatocom os principais dermatologistasdo Pais e sempre associarão afaculdade ao meu trabalho. Essaeleição mostra a importância danossa instituição no cenário bra-sileiro de dermatologia”, colocouprofessor Joel Lastória.

Ele é o primeiro professor daFMB a assumir a presidência daSociedade Brasileira de Derma-tologia – Regional São Paulo. Osprofessores Silvio Alencar Mar-ques e Hamilton Stolf, tambémda Faculdade de Medicina, jáocuparam cargos na direção daSBD – Regional São Paulo.

O chefe do Departamento deDermatologia e Radioterapia daFMB, professor Vidal Haddad Jú-nior, ressalta que a eleição deLastória tem grande significadopara a instituição e em especialpara a Disciplina. “Apesar da dis-tância de Botucatu em relação àSão Paulo, a importância da nos-sa faculdade e nosso departa-mento para SBD se reflete emcargos dessa relevância. A es-colha do professor Joel é motivode orgulho para nosso departa-mento”, frisou.

Diretor da FMB, prof. Sérgio Müller entrega manual acadêmico ao prof. Paulo Nascimento

ENSINO

Tomaram posse na manhãde 2 de outubro, para mandatode dois anos frente à chefia doDepartamento de Anestesiologiada Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB), os pro-fessores Paulo do NascimentoJúnior e Guilherme de Barros.Ambos substituem a atual co-ordenadora do curso de Medici-na, profª Norma Sueli PinheiroModolo, que teve como vice opróprio prof. Paulo.

Os docentes assumem agestão do primeiro departamen-to de anestesiologia criado nopaís. Para o diretor da FMB, prof.Sérgio Swain Müller, a respon-sabilidade dos novos gestoresestá clara pelo momento da re-formulação do conteúdo curricu-lar do curso de Medicina. “Ossenhores assumem em umaépoca em que os cenários favo-recem desenhar um currículoapropriado para o ensino damedicina dentro da FMB. Peçoaos chefes de departamento queassumam também esta respon-sabilidade”, frisou.

Ao se referir à ex-chefe dodepartamento, prof. Müller res-

Prof. Paulo Nascimento é o novo chefedo Departamento de Anestesiologia

saltou a importância da contri-buição dada pela consolidaçãodo ensino e também nas discus-sões para o novo currículo, ain-da em processo de debates. “Aodeixar a chefia do departamen-to, professora Norma assume acoordenação de curso de Medi-cina em um momento importan-te dentro da FMB, onde justa-mente se discute a reformulaçãocurricular”, ressaltou Müller.

Profª Norma, que foi chefe dodepartamento em três oportuni-dades, reafirmou em seu discur-so de despedida o comprometi-mento de docentes, servidores epesquisadores para a consolida-ção do ensino dentro da institui-ção. “Todos se esforçaram paraque o departamento se tornasseimportante centro de ensino epesquisa”, reafirmou a cessante.

Graduado pela FMB, prof.

Paulo do Nascimento destacoua solidez do departamento esuas linhas de ensino e pesqui-sa dentro da faculdade. Para ele,a excelência deve-se a um tra-balho contínuo realizado porseus antecessores. “Este depar-tamento tem uma história dedécadas. Se mostra sólido noensino de Medicina. Tenhoaprendido muito com esta insti-tuição”, declarou o novo chefe.

Pioneiro no país

Criado em abril de 1977, oDepartamento de Anestesiologiada Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp é o primeiro dogênero no país. Além das disci-plinas em graduação, são de-senvolvidas atividades como pro-gramas de pós-graduação, pro-grama de residência médica eaprimoramento profissional.Também possui um laboratórioexperimental com linhas de pes-quisa em anestesia renal, veno-sa, aparelho cardiocirculatório ealterações medulares determi-nadas por drogas e agentesanestésicos.

Professoras Carmem Juliani e Wilza Spiri assumiram até 2011

OS DOCENTES ASSUMEMA GESTÃO DO PRIMEIRO

DEPARTAMENTO DEANESTESIOLOGIA DO PAÍS

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

ENTREVISTA

Reitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Herman Jacobus Cornelis VoorwaldVice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor:Vice-reitor: Julio Cezar Durigan

Faculdade de Medicina de BotucatuFaculdade de Medicina de BotucatuFaculdade de Medicina de BotucatuFaculdade de Medicina de BotucatuFaculdade de Medicina de Botucatu

Diretor:Diretor:Diretor:Diretor:Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora:Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Superintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HCSuperintendente do HC: Emílio Carlos CurcelliVice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente:Vice-superintendente: Irma de Godoy

Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Presidente da Famesp: Pasqual BarrettiVice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente:Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMBJornal da FMBJornal da FMBJornal da FMBJornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno daFaculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-

hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaboraçõesdevem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp

pelos endereços [email protected] e [email protected].

Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357)Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & Editora-

Rua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SPReportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927)

Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

JOR

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MB

Após mais de40 anos em Botucatuestou muito orgulhosade ter participadoda construçãodesta instituição

Kunie Coelho: quatro décadas e pioneirismo na patologiaDepois de quatro décadas vi-

venciando o crescimento e con-solidação da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp(FMB), a professora do Depar-tamento de Patologia, Kunie I.R. Coelho tem uma trajetória in-timamente ligada à instituição.Nascida em Itapetininga (SP),professora Kunie ressalta quetodo seu aprendizado básicofora realizado em escolas públi-cas. Em 1956 mudou-se paraSão Paulo para estudar e ingres-sar posteriormente à faculdade.

Formada em Medicina pelaPontifícia Universidade Católica(PUC) de Sorocaba, em 1965,ressalta que foi através do pro-fessor Walter Maffei, o início seuinteresse em patologia. Em1966 fez residência em pedia-tria no Hospital Infantil DarcyVargas, em São Paulo, onde co-nheceu o professor Thales de Bri-to e desse contato aprofundouo interesse pela patologia. Nomesmo ano, um dos responsá-veis pelos primórdios da entãoFaculdade de Ciências Médicase Biológicas de Botucatu (FCM-BB), prof. Mário Rubens Guima-rães Montengro a convidariapara integrar o quadro de docen-tes da instituição. A disciplina:patologia. “Para ele, o mais im-portante não era saber patolo-gia no momento, mas gostar equerer aprender patologia”, de-clarou ao lembrar do médico.

Sua carreira acadêmica eprofissional sempre estiveramvinculadas à FMB. Foi, entre osanos de 1980 e 1981, chefe doDepartamento de Patologia, omais antigo da instituição. Em1989 tornou-se coordenadora doprograma de pós-graduação empatologia e durante duas déca-das foi professora preceptora dosresidentes. Também foi a res-ponsável, em 1996, pela insta-lação do laboratório de micros-copia eletrônica.

Recentemente a docente foihomenageada durante as cele-brações das duas décadas doprograma de pós em patologia.

O Departamento também prepa-rou uma placa, descerrada nofinal de novembro, onde ressal-ta o trabalho da médica pelo De-partamento em ocasião a suaaposentadoria.

Em entrevista ao Jornal daFMB, professora Kunie relembrapontos importantes de sua car-reira acadêmica, a relação coma Faculdade de Medicina e todoo desenvolvimento do ensino dapatologia dentro da instituição.

Jornal da FMB- Após 40anos dentro de uma instituiçãocomo a Faculdade de Medici-na, como a senhora vê a fa-culdade em seu estágio atual?

Profa. Kunie Coelho-Após mais de 40 anos em Bo-tucatu estou muito orgulhosade ter participado da constru-ção desta instituição que co-meçou com um grande sonhode quem a idealizou.

Jornal da FMB- Em 1966,a senhora fez residência noHospital Infantil Darcy Vargasonde tempos depois foi con-vidada para vir a Botucatu

Ser médica significacolocar em primeirolugar assistência aopaciente, obedecendorigorosamente ocódigo de ética médica

pelo então professor MarioRubens Montenegro. De queforma foi a relação com o pi-oneiro da Faculdade de Me-dicina?

Profa. Kunie Coelho- Sougraduada pela Faculdade de Me-dicina de Sorocaba da PUCSPem 1965 e fiz um ano de resi-dência em pediatria no HospitalInfantil Darcy Vargas, em 1966.Através do patologista dessehospital, Prof. Thales de Brito,hoje professor titular aposenta-do da FMUSP de São Paulo, aquem acompanhei por algunsmeses, conheci o Prof. Mario RMontenegro que me convidou

para vir a Botucatu, não para apediatria, mas para a Patologia.Sem saber nada de Patologia,sem saber quem era ele, encan-tada com o seu entusiasmo,carisma e coragem de enfrentardesafios, vim a Botucatu. Paraele o importante não era sa-ber, mas ter vontade de apren-der patologia. “Deixe o restocomigo” disse me ele. Assimme transformei em patologis-ta e não saberia viver semessa especialidade que estáincorporada em mim.

Jornal da FMB- Em todasestas décadas como coorde-nadora, professora e colabo-radora direta do departamen-to, de que forma classifica ocrescimento e consolidaçãodas disciplinas de patologia?

Profa. Kunie Coelho- APatologia era uma disciplinado Departamento de Patologiacomposto ainda por Microbio-logia, Parasitologia e Imuno-logia na antiga FCMBB, per-maneceu na FMB e constituiuum novo departamento em 1976.Esta disciplina começou com o Prof.Montenegro e com a nossa chega-da éramos quatro. Atualmente, so-mos em onze docentes, duas pes-quisadoras, uma médica e uma pro-fessora substituta.

Em 1971 começamos a ofere-cer o programa de residência em Pa-tologia. Esta área de ensino tem sidoa minha atividade preferida tendosido preceptora dos residentes du-rante décadas, com algumas inter-rupções, até o final de setembrodeste ano.

No ensino de graduação passa-mos por diferentes fases, com pro-postas de melhoria da sua qualida-de, acreditando em cada fase comoverdadeira. A grande satisfação nos-sa é de termos 3 candidatos dacasa para a residência em patolo-

gia para 2010, quando a grande pre-ocupação da Sociedade Brasileirade Patologia é a queda de interessepela área entre os recém gradua-dos em medicina.

O que me preocupa é o futurodeste departamento em que muitosdocentes estão prestes a se apo-sentar, sem muitas expectativas denovas contratações por falta de can-didatos com doutorado para ocuparvagas de docentes. Os docentesmais experientes devem se associ-ar aos mais jovens, que trazem aforça de quem está começando comtoda a potencialidade em ebulição.

Jornal da FMB- Em 1989 foicriado o programa de pós-gra-duação em patologia, no quala senhora foi a primeira coor-denadora. Como a senhoraavalia estas duas décadasquanto a aprimoramento dosacadêmicos e trabalhos pro-duzidos pelo programa?

Profa. Kunie Coelho- Em 20anos esse programa teve um cres-cimento bem satisfatório, comboa produção científica, mas ain-da com o propósito de subir naavaliação da Capes (Coordenaçãode Pessoal de Nível Superior).

Jornal da FMB- O que é sermédica para a senhora?

Profa. Kunie Coelho- Sermédica significa colocar em pri-meiro lugar assistência ao paci-ente, obedecendo rigorosamenteo código de ética médica, mes-mo que tenha que sacrificar al-guns dos momentos de lazer.

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SOLENIDADE

Conquista e orgulho. Estesforam os sentimentos que per-mearam toda a solenidade decolação de grau da 42ª turma demédicos formados pela Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A sessão abertada Congregação, realizada dia13 de novembro, no ginásio daFCA (Faculdade de CiênciasAgronômicas) foi o momentomarcante na vida universitáriados 92 acadêmicos graduadospela FMB em 2009.

Além de professores eméritose representantes da Congrega-ção, a solenidade reuniu a pró-reitora de pós graduação daUnesp, Marilza Vieira Cunha Rud-ge, o deputado estadual MiltonFlávio, o vice-prefeito de BotucatuAntonio Luiz Caldas Júnior e opresidente da Câmara de verea-dores local, Reinaldo MendonçaMoreira. O delegado distrital doConselho Regional de Medicina,José Carlos Christovan, repre-sentou o presidente da entidadena ocasião.

Ao som da Orquestra Filarmô-nica Triunfal, cada membro dacongregação e formandos foramrecepcionados pelos familiares epresentes no ginásio da FCA.Com a 42ª turma de medicina, afaculdade formou, em seus 46anos de existência, 3.736 médi-cos, 1.817 especialistas em seusprogramas de residência, 1.065mestres e 541 doutores.

Prof. Sérgio Müller, diretor daFMB, ao abrir a solenidade, res-saltou que o momento tinha múlti-plos significados. Desde a conso-lidação da vida acadêmica dos for-mandos ao papel que a universi-dade teve neste contexto ao pre-pará-los para seu papel dentro dasociedade. “Estamos renovandouma tradição milenar que é a uni-versidade. Celebramos neste mo-mento a transmissão do conheci-mento. Os recebemos jovens eseis anos depois os devolvemosà sociedade, formados, para se-rem médicos”, declarou.

Orador da 42ª turma, DanielMendes Shiroma expressou emseu discurso todo o sentimentodos colegas. Ao indagar se ‘valeua pena estudar por noites e sacri-ficar momentos’, incitou todos ospresentes a uma reflexão quandoleu passagens do livro “O Peque-no Príncipe”. Para ele, cada anopassado dentro da faculdade con-solidou, além do conhecimento,amizades e grande aprendizadode vida. “Hoje celebramos a con-quista de uma batalha que pare-cia impossível em 2004”, frisou.

O novo professor emérito daFMB, Joel Spadaro, tornou-se pa-trono da 42ª turma. Spadaro, quealém de diretor da faculdade, foialuno da 1ª turma de médicos for-mados pela então FCMBB (Facul-dade de Ciências Médicas e Bio-lógicas de Botucatu). O patrono,em seu discurso, disse estaremocionado com a ocasião, jáque o reconhecimento vem no anode sua aposentadoria. Além dis-so, ressaltou os desafios que os

FMB forma, em grande estilo, sua 42ª turma de médicos

novos profissionais terão em umaárea crítica no país: a saúde. “Sin-to-me profundamente tocado poresta homenagem e afirmo quevocês passaram a ser os cons-trutores da própria história”, frisou,discursando aos alunos.

Extremamente emocionada, aprofessora do Departamento de Pe-diatria Joelma Gonçalves Martin, es-colhida como paraninfa da turma lem-brou-se de momentos pessoais emseu discurso. “Tivemos experiênciasde lágrimas e alegrias. Nesses últi-

mos anos vi uma turma correndoatrás de conhecimento”, declarou.

O juramento dos alunos foi re-alizado por Luiza Vasconcelos. Nasequência, cada um dos ex-alunosrecebeu os respectivos diplomas eforam graduados médicos. O Cen-tro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS)e a Associação Atlética AcadêmicaCarlos Henrique Sampaio de Almei-da (AAACHSA) prestaram suas ho-menagens aos formandos.

O acadêmico Pedro Tadao Hama-moto Filho foi homenageado pela

Solenidade, realizada dia 13 de novembro, lotou o ginásio da FCA e reuniu familiares de 92 formandos da 42ª turma de Medicina

Culto ecumênico, descerramento de placa e plantio de árvore deram início às comemorações de formatura na manhã do dia 13

direção da FMB por suas partici-pações nas questões estudan-tis. Ele criou recentemente o Nú-cleo Acadêmico de Pesquisa emEducação Médica.

Representando o reitor HermanJacobus Cornellis Woorvald, a pró-reitora de pós-graduação, Marilza Vi-eira Cunha Rudge encerrou a sole-nidade de formatura respondendo areflexão incitada pelo orador da 42ªturma. “Após 40 anos de formada,posso responder à reflexão do vos-so orador: valeu a pena. Escolhemos

como foco de nosso trabalho o pró-ximo e isso justifica suas vocaçõescomo médicos”, disse.

Profª Marilza também salientou aospais o agradecimento e confiança quetiveram nesses seis anos com a Unesp.“Vocês acreditaram nessa universida-de e nos entregaram seus filhos. Agorarealizam o sonho de serem médicos”,finalizou, ao lembrar aos presentes queaté o momento a Unesp conta com 35mil alunos, 12 mil alunos em progra-mas de pós-graduação, 3.500 profes-sores e 6 mil servidores.

Daniel Shiroma, orador da turma, incitou os presentes à reflexão

Profa Joelma Martin fez um discurso carregado de emoção

A SOLENIDADE FOI OMOMENTO MARCANTE PARA OSMAIS DE 90 NOVOS MÉDICOS

GRADUADOS PELA FMB

Adriano Sanjuan, o primeiro médico graduado da 42ª turma

Patrono, prof. Joel Spadaro ressaltou os desafios da carreira

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

Hoje é um dia muito especial. Hoje, nestasolene cerimônia, a Faculdade de Medicina deBotucatu forma a sua XLII turma de médicos.

E, após cursar os seis anos da faculdade demedicina e passar por tudo o que passamos,neste momento, convido meus colegas a refletir.Diferentemente de quando entramos na faculda-de, hoje temos ciência de como é a vida de ummédico. E então, eu pergunto: Estudar dos seteanos de idade até o fim da vida; trabalhar horas afio sem descanso, emendando o dia com a noitesem se alimentar direito; ser acordado de madru-gada; perder datas importantes com a família;conviver diariamente com a morte; e ter umaprofissão que só é lembrada na hora da dor e dosofrimento. Vale à pena?

Para responder a essa pergunta, lembrareicom vocês e contarei aos nossos convidadosum pouco dos últimos seis anos.

Em março de 2004, iniciamos nosso cursono Instituto de Biociências, o IB. Por dois anos,aprendemos as ciências básicas da medicina.Depois aprendemos semiologia e estudamos do-enças. Nos dois últimos anos, adentramos aointernato. Juntamente com os docentes, tratáva-mos dos pacientes do hospital. Estudamos mui-to, “ralamos”. Mas aprendemos ciência, técnica eraciocínio-clínico. E nos formamos médicos.

E, pergunto novamente: depois de seis anosvivenciando a rotina médica, vale à pena?

Se ESSES foram nossos últimos seisanos, não valeria à pena levantar da camaa cada manhã.

Então, vamos lembrar de alguns detalhes danossa estada aqui em Botucatu.

Hoje, celebramos a conquista de um grandesonho que no início de 2004 parecia tão distante.

Em março de 2004, após a difícil batalhado vestibular, chegaram a Botucatu os grandesvencedores do concurso de 105,48 candidatospor vaga (a maior relação candidato/vaga atéentão). Chegaram a Botucatu os que foramselecionados entre os melhores, as mentesmais brilhantes do país. Chegaram a Botuca-tu... os bixos da Medicina.

Chegamos num mundo totalmente diferentede tudo o que já tínhamos vivenciado. Longe decasa e das nossas famílias. Numa cidade dife-rente, com pessoas e costumes diferentes. Nãoreconhecíamos nem nossa própria imagem noespelho: careca; todo pintado; os homens vesti-dos de mulher e as mulheres vestidas de “sei lá oquê”. Mas, apesar de tudo, felizes, muito felizes.Estávamos onde sempre sonhamos estar.

E, sem saber o que o futuro nos guardava,ganhamos um apelido (que se tornaria o nossonome). Fomos apresentados aos nossos vetera-nos (que se tornariam nossos amigos). Fomosapresentados às nossas repúblicas (que se torna-riam nossas casas). Fomos apresentados aosnossos colegas bixos (que se tornariam nossosirmãos). E fomos apresentados à nossa faculda-de (que se tornaria a nossa família).

E, em meio a recepções, festas e trotes,vínhamos para a aula. Tivemos o privilégio deassistir à nossa primeira aula (em alemão), minis-trada pela Drª Silke.

Iniciamos o estudo das ciências básicas noIB. Acredito que todos devem se lembrar da pri-meira vez que manipularam um cadáver na tãoesperada aula de anatomia. E assim foi: embrio-logia, bioestatística, microbiologia, farmacologia...

Entre uma aula e outra, fizemos parte dahistória da Atlética, do Centro Acadêmico, proje-tos de extensão pela cidade. Fizemos aconteceras Comissões de Festas e Formatura. Treina-mos (e como treinamos). E, mesmo sem muitoapoio, trouxemos nossas medalhas da Intermed.

Logo começaram as primeiras aulas no Hos-pital das Clínicas. Semiologia. Aprendemos comgrandes mestres da nossa Escola como conver-sar, ouvir com atenção e examinar. Olhar parauma pessoa doente, não como um sistema bioló-gico desajustado, mas como um ser humano queprecisa da nossa ajuda. Saber a posição certa damão e a pressão adequada em cada manobra doexame físico. E usar as palavras certas parasermos compreendidos pelos NOSSOS pacien-tes. Exatamente. “Nossos pacientes”. Pela pri-meira vez, nos chamaram de “doutor” e pudemos

ver no olhar de um ser humano a esperança dealguém que acreditava que podíamos aliviar oseu sofrimento.

Estudamos com afinco as principais doen-ças presentes na nossa população. A evolução, odiagnóstico e o tratamento de cada uma. E então,chegamos ao internato. Nos nossos dois últimosanos de faculdade, fomos os “médicos-internos”.Deram-nos autonomia para atender. E receber oagradecimento em forma de um pedaço de quei-jo, de um trevo de quatro folhas ou de um sincero“muito obrigado” dos humildes pacientes que tra-tamos. Sempre com o respaldo dos nossos gran-des mentores. Os que nos mostraram além daciência, da técnica e do raciocínio-clínico. Os quenos mostraram que o caminho da cura não estásó nos livros. Mas também no caráter, na moral ena humanidade. Que nos mostraram que a medi-cina não é lógica, nem a vida uma teoria. Ambassão uma arte e devem ser praticadas e vividas.

Estudamos dias e noites. Trabalhamos eaprendemos conforme exige o extenuante cur-so de Medicina.

Há duas semanas tivemos nossas duasúltimas aulas da faculdade. A então esclare-cedora aula em alemão da professora Silke.E a aula de “como fazer as pessoas chora-rem” do professor Juan.

E, aquela cerimônia de colação de grau queem 2004 parecia tão distante, chegou mais rápidodo que imaginávamos.

Mas, antes de responder àquela pergunta,gostaria que vocês ouvissem com atenção oresumo de uma famosa história, que muitos de-vem conhecer do tempo de infância.

O Pequeno Príncipe, um garotinho ino-cente de cabelos dourados, vivia num peque-nino planeta, o planeta B-612. Onde havia ape-nas uma casa e uma rosa pela qual ele tinhaum grande carinho. O seu planeta era tão pe-queno, que ele podia ver o pôr-do-sol quantasvezes quisesse. Era só olhar para o lado emuma posição diferente. Mas, apesar da simpli-cidade, aquele era o seu lugar.

Um dia, o Príncipe saiu para conhecer outros

planetas. Pegou carona numa estrela e saiu uni-verso afora, deixando sua rosa no B-612. Conhe-ceu os mais variados seres de todo o universo.Conheceu um rei, um bêbado, uma raposa, rosasnum jardim, uma serpente, um aviador no Saha-ra... Viajou muito e por muito tempo. Fez amigos,vislumbrou mundos diferentes. Mas não passouum só dia em que o Príncipe não olhasse para océu estrelado e lembrasse que a sua rosa queridaestava num daqueles pontinhos brilhantes.

Entre os diversos amigos que fez na Terra,dois merecem destaque pela sincera relação quetiveram com o Príncipe. A raposa e o aviador.

Por ser aparentemente humano, o Prínci-pe custou a conquistar a amizade da desconfi-ada raposa, que lhe disse: “A gente só conhe-ce bem as coisas que cativou, os homens nãotêm mais tempo de conhecer coisa alguma.Compram tudo prontinho. Mas como não exis-tem lojas de amigos, os homens não têm maisamigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!” Efoi o que o Príncipe fez... Então, a raposadisse ao Príncipe: “Tu te tornas eternamenteresponsável por aquilo que cativas”.

Numa outra ocasião, no Sahara, o Príncipepassou oito dias na companhia de um aviadorque tentava consertar seu avião em pane. Con-tou ao aviador todas as suas histórias desde quesaiu do seu planeta B-612. O aviador respeitava-o e tentava entender aquele pequeno ser. E,apesar do pouco tempo de convivência, torna-ram-se grandes amigos. Até que o Príncipe selembrou que chegara a data da estrela vir buscá-lo e levá-lo de volta. Então, despediu-se do seugrande amigo aviador, pois precisava voltar paracasa cuidar da sua rosa. O aviador ficou muitotriste, mas o príncipe disse que eles sempreseriam amigos e que toda vez que o aviadorolhasse para as estrelas, ele pensaria no Prínci-pe. Assim como fez o Príncipe e nunca se es-queceu da sua amada rosa no planeta B-612. Eo Pequeno Príncipe se foi.

Agora, voltando à pergunta... Vale à penatodo o estudo, todo o trabalho, todas as ausênci-as com os que amamos e conviver com todasas mazelas da nossa sociedade?

Hoje, após muita luta em busca do sonhode ser médico, acabamos uma grande etapa das

DISCURSOS

Discurso da profa. Joelma Martin, paraninfa da 42ª turmaQueridos formandos da quadragésima se-

gunda turma, é a vocês que dedico essas pala-vras, numa atitude de agradecimento pelo quehoje e anteriormente tenho passado com vocês.

Vejam só: vocês me colocaram numa situa-ção especial_ ocupo aqui hoje o lugar outroraocupado por meus mestres e ídolos. Colocaram-me ao lado dos membros da congregação ondese encontram para mim, representantes do co-nhecimento médico a quem eu quero seguir, co-locaram-me em frente de outros homenageadoscom quem divido a honra desta homenagem e ofaço com muito gosto pois há ali guerreiros quemilitam arduamente pela carreira dos médicoscontratados, uns, debutando na carreira de ho-menageados, outros de tão homenageados quejá foram, até já poderiam aposentar; residentesque, mesmo no afã de aprimorar seus conheci-mentos, não se cansam de dividir com vocêsessa sinfonia do saber, docentes mesmo viven-do agruras em seu caminhar conquistam vcspela vontade de ensinar, funcionários que trans-formam o dia-a-dia de vocês bem mais fácil. Temainda patrono brilhante, expoente na vida acadê-mica e política de nossa região. Sábio mestre quecom didática e carisma apresentou-me os beloscaminhos da semiologia, sendo para nós umexemplo a ser seguido. Colocaram-me em frente

de pais e familiares amados seus que são osgrandes responsáveis pela vitória que vocês aquihoje vêem cantar. E como se isso não bastasse,colocaram-me ao lado de vocês, chamando-menão apenas de amiga, mas, a partir de hoje tam-bém colega. Sabe Talita, a notícia desta homena-gem veio num momento especial em que euhavia acabado de defender doutorado e de pres-tar um concurso pra professor, já exaurida comesse caminhar e me perguntando se valia a penatudo isso, vem você me lembrar o motivo peloqual eu quis ficar aqui e pretendo continuar: Vocêssão o meu motivo maior.

Houve ainda muitas experiências particula-res que só nós podemos contar: conseguimosatravés de vcs. subir para a intermed desde 2007mostrando que dá para unir qualidade na forma-ção médica ao espírito esportivo. Teve até alunoquerendo incorporar aos esportes uma modalida-de nova de competição: hein Rafa,Teve genteque bateu bola com meus filhos e isso me deixoumuito feliz e eles também.Tivemos risos e lágri-mas por diversos motivos, entre eles o nasci-mento da Maria Luiza, a Malu, que mais graçaainda veio trazer à turma, arrumando um montede belas madrinhas. Outros nos preocuparamcom seus problemas de saúde, mas graças aDeus estão aqui hoje para cantar também esta

vitória, não é Diogo e Talita ou mesmo susstosque tomamos com a segurança em suas resi-dências não é meninas: porém tudo acabou bem.Enesses dois anos de internato houve a buscaincessante de vcs de adquirir conhecimento echegar aqui hoje merecendo ganhar o título demédico.Com toda essa história particular dá von-tade de dizer: ô 42 fica mais um pouquinho...

Mas, acreditando que o educador é o poeta doamor é que finalizo com mais algumas palavras.

Não tenho dúvidas que, apesar da aberturadesenfreada de novos cursos médicos despre-parados com a formação inadequada de inúme-ros profissionais, vocês vão entrar nas residênci-as que quiserem pois já passaram por uma lutaárdua que foi a seleção do vestibular numa uni-versidade que nos últimos anos é uma das cam-peãs absolutas em número de candidatos porvaga.Vocês estão dentro de um curso onde mé-dicos e docentes aprimoram seus conhecimen-tos com pós graduação e que produzem ciêncianacional e internacionalmente, além de um corpomultidisciplinar muito completo .Têm à sua dispo-sição, livros-texto que são jóias raras muitas ve-zes esquecidas em função das novas formas deaquisição de conhecimento, mas que tambémtêm que ser resgatados pois trazem de seusautores, não apenas o conhecimento teórico, mas

a experiência de vida; têm também à disposição,artigos científicos que são produzidos diuturna-mente e são facilmente resgatáveis.Tudo issomostra que a formação a vocês oferecida lhesconcede asas para voar e, agora à beira do abis-mo como vocês devem estar se sentindo, é horade voar. Com tudo isso que falei, venho reforçaro que o Dr. Juan falou no dia da aula da saudade:como muitos outros ilustres desta casa vcs che-garão onde querem chegar, mas alguns passosainda terão que ser dados. Um dia o barquinho devocês estava de um dos lados do rio e seus paisqueriam que vcs conhecessem a outra margem,não foi fácil mas eles desataram o nó que osprendia para o lado de cá e viram que isso foi bompois hoje podem comemorar o fruto dessa atitu-de, vcs também hoje precisam desatar o nó desavida de estudante para se tranformarem em mé-dicos com toda responsabilidade que este títulolhes confere. Digo porém que haverá turbulênci-as: ainda não erradicamos a fome e a obesidadejá é um problema de saúde pública. Há hiperten-sos, diabéticos, muitos doentes crônicos eetc.Uma em cada 5 pessoas apresentará algumtranstorno mental, ao longo de suas vidas e asaúde mental sequer está na pauta de muitosdirigentes.A doença social e mental aumenta emtal proporção que crianças vitimizadas sexualme-ne chegam ao nosso pronto socorro, mal respira-mos mais tranqüilos pela diminuição do númerode casos novos de síndrome gripal causada pelo

Discurso de Daniel Mendes Shiroma, orador da 42ª turma

Confesso-me profundamente tocado por estahomenagem, que ocorre exatamente no ano deminha aposentadoria, após quarenta anos de lidacom o ensino superior médico, em Botucatu, desdea FCMBB. A primeira coisa que eu gostaria desalientar nesta mensagem é a emoção que senti aover o convite oficial; lindo! Na capa, está a fachadaatual da Escola. Depois, lado a lado ou superpostaspor um quase véu diáfano, aparecem as primeirasmarcas da Escola: os prédios ainda inacabados;vista aérea do imenso H da área original; prédioonde começaram as aulas, em 1963; a memorá-vel, original e vitoriosa operação andarilho, em 1967;aos pais foram oferecidas fotos do prédio ondefuncionavam as matérias básicas e a sala de ana-tomia, em construção. Ali ocorreu a aula inauguralda FCMBB, ministrada pelo prof. Nicanor Letti, daAnatomia Humana, em 22 de abril de 1963. Naverdade, vocês fizeram um convite-documento,de muito bom gosto e de valor histórico. Parabéns!

Belas escolhas e visão madura de quem in-corporou o espírito reinante em nossa Faculdade:crença, luta, desafios vencidos, criatividade, doa-ção a ela, respeito e visão de futuro, no intuito dehonrá-la e lutar por seu engrandecimento. Esta éuma tarefa de muitos: docentes, alunos, servido-res, médicos contratados, estagiários, pós-gradu-andos, enfermeiros... Enfim, a idéia de José Faral-do, que queria uma escola médica em Botucatu,deu muito certo e, a cada ano, colhe bons frutos,como em cerimônia como esta.

Digo-lhes que viveria tudo de novo, comoaconteceu em fevereiro de 1969. No antigo ginásiode esportes do Botucatu Tênis Clube, nosso para-ninfo Prof. Emérito Mário Rubens Guimarães Mon-tenegro nos saudava com entusiasmo juvenil. AEscola que ele fundara estava formando a primeiraturma. Agora são quarenta e duas; vocês são osprotagonistas, não menos emocionados e apresen-tando a tríade que nós, professores os ensinamos aver: palidez cutâneo-mucosa, sudorese palmare ligeira taquicardia. Agora, não mais por enfrentar

vírus H1N1 e já temos que reunir esforços parauma provável nova epidemia no começo do pró-ximo ano, e a vacina ainda não alcançou osvários continentes.Então, vocês já são diferenci-ados por tudo isso, mas quero dizer que o amor,é o sentimento maior e mais eficiente que os faráfelizes naquilo que escolherem, que permitirá quevcs concretizem o sonho de chegar do outro lado,de chegar aonde vcs quiserem.Amem primeiro aDeus que , mesmo desacreditado por muitos, ageem nossas vidas, amem seus familiares que,com certeza, muitas lágrimas derramaram, mui-tos joelhos dobraram, no intuito de vê-losaqui,amem as famílias que hoje vcs têm e as queirão formar mas ame também o paciente, muitomais do que à própria medicina pois ele é um serque traz uma história clínica dentro de um contex-to pessoal e mental que jamais podemosnegligenciar.E muitas vezes é o que está escritonas entrelinhas da sua queixa que, se com amorfor analisado, à cura ou controle da doença vocêvai chegar.E ao amar o ser humano, na ânsia defazer por ele o melhor, você vai crescer comoprofissional e jamais vai se acomodar, pois vocêvai querer cuidar das vidas que Deus a vocêenviar.Não deixe jamais a ganância e o orgulhotomarem conta de você, pois você não é nemnunca será Deus, mas em humildade pode serusado por Ele para aliviar o sofrimento de muitos.Avocês agora meus queridos resta apenas o meumais sincero obrigada.

nossas vidas. Sairemos do nosso pequeno pla-neta Botucatu-612 para o mundo. Para o desco-nhecido. Para um universo de certezas e incer-tezas, sucessos e fracassos, alegrias e triste-zas. Sairemos do nosso B-612 para a vida. Oque e quem encontraremos e cativaremos nes-sa grandiosa jornada, não sabemos. Assim comoos caminhos que seguiremos dentre tantas pos-sibilidades.

Mas teremos a certeza que, ao olharmospara o céu estrelado, lembraremos com muitocarinho das rosas que cativamos desde quenascemos até habitarmos o nosso B-612. Osnossos pais e familiares, nossos amigos... Olha-remos para as estrelas com vontade de revivernaquele pontinho brilhante B-612 os nossos mo-mentos como bixos... Rever o pôr-do-sol doGigante Adormecido. Rever os irmãos que fize-mos aqui... Reviver as festas, as Intermeds, asviagens, nossas risadas, nossas lágrimas, nos-sas alegrias... Ouvir novamente nossos mes-tres e cuidar dos nossos pacientes de Rubião...

E, finalmente respondendo à pergunta: acu-mular conhecimento dos sete anos de idade atéo fim da vida; trabalhar horas a fio na profissãoque escolhemos sem nos darmos conta do can-saço; sermos lembrados de madrugada pelosNOSSOS pacientes em apuros; deixar nossosfamiliares em casa numa data importante tristespela nossa saída, mas orgulhosos da nossadevoção; convivermos diariamente com a mor-te, desafiá-la e vencê-la; termos uma profissãoque é lembrada nos momentos em que o serhumano mais precisa de ajuda, seja essa ajudaum remédio, uma palavra ou simplesmente anossa presença reconfortante...

Então, eu respondo: Sim. Vale à pena!Vale a pena simplesmente porque somos

do inesquecível planeta Botucatu-612 e eterna-mente responsáveis por quem cativamos: nos-sa família, nossos amigos, nossos professo-res, nossos pacientes, nossa faculdade.

Vale a pena simplesmente porque, aqui, nosformamos cidadãos. Aqui, nos formamos sereshumanos. Aqui, nos formamos MÉDICOS!

Parabéns à XLII turma de médicos da Fa-culdade de Medicina de Botucatu!

Muito obrigado!

prova-prática ou escrita, mas, sim, para viver ummomento único, indescritível, mágico mesmo! Puraadrenalina, na linguagem do jovem. Feitas as esco-lhas, resta-lhes agora a consecução dos propósitos evencer novos desafios que se avizinham. Energianão lhes faltará, eu os conheço bem!

Vocês fizeram por merecer este momentosolene. Vivam-no com toda energia, rindo, choran-do, batendo palmas, fazendo barulho, beijando ospais e parentes. Só ficará desta festa aquilo que ocoração mandar! Obedeçam-no, portanto!

Voltemos um pouco no tempo. Da condiçãode “bichos”, que não davam opinião, só ouviam,vocês passaram a construtores de sua própriahistória, desde que nossa escola tem como ca-racterística o foco no estudante e nas condiçõesnecessárias ao seu desenvolvimento. Parececoisa óbvia, mas não é. A maioria de nossosprofessores, seguindo princípios que nortearama construção desta Escola, e a levaram ao pata-mar atual de excelência, é contratada em tempointegral e dedicação exclusiva. É uma de nossasmelhores qualidades, fundamental mesmo, e queprecisa ser preservada a todo custo. E vocêsperceberam isso e lutaram por nossos ideais nosconselhos dos quais participaram. Sou testemu-nha disso, nos seis anos que estive na direçãodesta escola, como vice-diretor e diretor.

O foco no estudante, nossa melhor caracte-rística, obriga, ainda, que se discutam os diferentesregimes de trabalho, permitindo que aqueles que sededicam ao ensino de beira de leito, em ambulató-rios, junto à comunidade, possam também evoluirna carreira. A não observância deste princípio bási-co afasta professores com vocação maior para aatividade clínica, levando-os para atividades depesquisa, não menos importantes e, estas sim,valorizadas na progressão na carreira, em todo oPaís; não é problema só nosso. Esta discussão nãoé nova e, salvo melhor juízo, não está na pautaprimordial de discussões acadêmicas, com a inten-sidade necessária. Assim, as dificuldades para o

exercício do ensino competente e a busca de pes-soas qualificadas para exercê-lo ficam para os de-partamentos e os conselhos de cursos, que sedesdobram nesse sentido.

Meus quarenta e seis anos de vida universitá-ria me autorizam a tocar nesses pontos, em mo-mento em que a nossa UNESP vive processodemocrático promissor, tanto do ponto de vistahumano-político como técnico-administrativo e aca-dêmico. Pequenas mudanças conceituais, portan-to, seriam de grande valia para nossa Faculdade deMedicina, principalmente relacionadas à progressãona carreira. Não podemos perder de vista a discus-são desses temas, que são vitais para o futuro denossas escolas médicas oficiais em sua missãoprincipal, que é formar médicos capacitados e comespírito público.

Voltemos a vocês, formandos, sob outro ângulo: Muitas vezes, junto ao comando das ações,

quer seja na atlética, no centro acadêmico ounos conselhos oficiais da Instituição, vocêstransformaram esperança em realidade; dedi-cação em júbilo; trabalho em frutos palpáveis enunca se esqueceram do sonho, como nossoginásio de esportes, por exemplo! Tenho infor-mações de que este assunto já faz parte dapauta de discussões e de encaminhamentos.

Nossa convivência como professor e alunome mostrou algumas características de nossosestudantes, que se repetem ciclicamente: pude vê-los em atividades de enfermaria, com entusiasmocontagiante, esmerando-se na arte de conversarcom os pacientes, procurando extrair de cada pala-vra um sentido elucidativo para a montagem dahistória clínica, sendo esta elemento fundamentalna peça diagnóstica. A cada achado no examefísico, outra peça fundamental para o diagnóstico,via-se a satisfação pela descoberta de sinais. Vo-cês têm a noção exata de que a conduta adequadaa ser tomada é o ato fundamental, que precede odiagnóstico! Há muitos outros exemplos a seremcitados, mas gostaria de enfatizar o profundo inte-

resse e respeito que vocês manifestaram em seurelacionamento com os pacientes, dando-lhes aten-ção afetiva, procurando suprir seus anseios de curae sua ansiedade, valendo-se de técnica, humanis-mo e ética no relacionamento. Estes princípios, hoje,são básicos para definir os egressos das boas escolasmédicas brasileiras. Nesse aspecto, vocês saemdaqui fortalecidos, com sólidos conceitos sobre osprincípios basilares do exercício da arte de Hipócrates.

Abro um parêntese para lhes falar da vidaprática, dentro da medicina. Em artigo publicado nojornal O Estado de São Paulo, em 04/11/2009, qua-se ontem, o Prof. Adib Jatene fala de númerosassustadores sobre novas escolas médicas quesão abertas Brasil afora. Em 13 anos foram criadas96 novas escolas médicas no nosso País. Assuntopara meditação e análise posteriores.

Gostaria de dividir com toda a comunidadeacadêmica de nossa Escola, estas constataçõesque, ao longo de décadas foram se materializan-do e se aperfeiçoando, a ponto de colocar nossaquerida Faculdade entre as melhores escolasmédicas do Brasil. Digo isto porque vivi, comoCoordenador Docente para o Estado de São Pau-lo, da ABEM, momentos de grande discussãosobre ensino médico no Brasil. Não é, portanto,bravata, mas, sim, constatação.

*O doutorando Pedro e outros estudantes,muitos de diferentes turmas são prova do quedigo; ajudaram, e muito, nossa Faculdade. OPedro até recebeu homenagem de nosso diretorna solenidade de formatura. Fiquei feliz, tam-bém por isso. Mérito é mérito.

A vocês, alunos, sempre foi reservado papelfundamental em todas as situações que exigiramfirmeza, coragem e desprendimento, em nossatrajetória de lutas, e não foram poucas, muito me-nos fáceis. Além das conquistas materiais, comoadaptações e/ou construções de novas áreas emnossas instalações, vocês viveram momentos de-safiadores em nossa reforma curricular, que temcomo uma de suas marcas a participação de alunosnas comunidades de bairros. Como toda experiên-cia nova, houve dificuldades iniciais que estão sen-do sanadas com perseverança e empenho. Nesta

modalidade comunitária, o exercício da medicinapreventiva e orientadora, ao lado do ensino emunidade hospitalar, os colocou como agentes demudanças positivas. Ao lado da técnica, forte emnossa Instituição, o lado ético e humanístico, comojá foi dito, fez de vocês criaturas mais objetivas,preocupadas com o todo e não só com as partes.Com o Ser Humano, enfim. Estas característicasdiferenciadoras fazem de vocês pessoas fortes eobjetivas que, ao irem amadurecendo e exercendosua profissão deixarão marcas indeléveis em suatrajetória de agentes fundamentais para o exercíciode uma arte sublime, que é a Medicina.

Uma vez ouvi história contada por professorada USP. Tratava-se de expressão que um parenteseu usara numa cerimônia como esta, onde erahomenageado: “a melhor forma de vaidade é ocultivo da modéstia. Neste momento, no en-tanto, abro mão de qualquer tipo de modéstiapara saborear a vaidade que este momento meproporciona”.

Aos pais, no fecho desta nossa mensagem,ficam os parabéns pela maiúscula conquista deseus filhos. Saliento, como diretor à época, uma denossas atividades de acolhimento, onde os alunose seus familiares se reúnem para uma apresenta-ção/recepção que o Conselho de Curso faz. Muitosde vocês, se não a maioria, estavam lá para confe-rir o que faríamos com seus filhos. Nesses encon-tros, sente-se certa apreensão dos pais em deixaros filhotes em terra estranha, sob os cuidados depessoas que jamais tinham visto, falando de con-ceitos e princípios que, com raras exceções, eramnovidades absolutas. Aquele encontro inicial, noentanto, foi realizado para afastar temores e aproxi-má-los da Escola. O resultado final aí está: jovensjá com maturidade para o exercício de profissãoque traz, em si, a delicada relação entre pessoas,com nuances afetivas e técnicas, onde existemdesafios e responsabilidades subjacentes entreaquele que precisa de atendimento e o outro quevai efetivá-lo, em qualquer dos campos da ativi-dade médica. Sim, uma arte magnífica!

Muito obrigado por estes momentos ines-quecíveis.

Discurso do prof. Joel Spadaro, patrono da 42ª turma

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

Palestra mostrou uso daComunicação Interna em

favor da organização

COMUNICAÇÃO

Palestra abordou a imagem institucional e sua importância

Na tarde de 21 de outubro,cerca de 60 pessoas assisti-ram à palestra Comunicaçãoe imagem institucional: quemparticipa?”, ministrada peloprofessor Pedro Polesel Filho,relações públicas e mestre emComunicação Social pelaUnesp. O evento foi uma pro-moção da Faculdade de Me-dicina de Botucatu, através daAssessoria de Comunicaçãoe Imprensa.

Professor Polesel iniciousua apresentação explican-do o que é comunicação ecomo ela funciona. Apresen-tou maneiras de o fluxo deinformações ser utilizado demaneira ef icaz dentro dasorganizações.

O palestrante ressaltouque os colaboradores são osgrandes responsáveis pelaconstrução e disseminaçãopositiva da imagem instituci-onal. Por isso, precisam es-tar inseridos no processo co-municacional. “Os consumi-dores diferenciam as empre-sas pelas informações obti-das das seguintes maneiras:experiência própria; conheci-mento de terceiros, de pes-soas relacionadas à empre-sa e da mídia”, disse.

Um dos papeis da Asses-soria de Comunicação, deacordo com ele, é valorizar asboas iniciativas, as pessoasque fazem as coisas certas etambém mostrar para o públi-co interno onde a empresaquer chegar Focando no pú-blico interno é possível gerar

vantagem competitiva para aorganização e diferenciaisque outras empresas nãotêm. O que torna uma insti-tuição competitiva é aquiloque os consumidores perce-bem como valor.

Professor Polesel enfatizaque a comunicação precisaser programada e não ocasi-onal e que sua eficácia depen-de da estratégia usada paracada público. “É importanteinvestir no relacionamento in-terpessoal e na gestão depessoas”, declarou. Ele men-cionou ainda os r iscos dachamada “Rádio Peão”, tam-bém conhecida como boca-a-boca. Nas organizações ondea comunicação não é trans-parente, há espaço para boa-tos e distorções.

Como ferramentas de co-municação interna que podemser usadas como canais im-portantes, ele citou: intranet,jornal mural, newsletter digi-tal, boletim interno, jornal ex-terno, portal corporativo, e-mails padronizados e até jo-gos corporativos, que podemser usados para treinamentos,promoções e publicidade. “A in-tranet, por exemplo, pode serusada como fonte de relaciona-mento, ser um espaço onde ofuncionário possa tirar dúvidassobre seu trabalho e tambémser um canal de comunicação.Pela intranet pode ser usadosdispositivos de comunicaçãocomo mensageiros instantâne-os (MSN, Skype, etc), blogs, e-mails, entre outros”, ponderou.

Funcionários da Unesp passarãopor consulta de saúde ocupacional

BENEFÍCIOS

Desde a primeira quinzena denovembro todos os funcionáriosda Faculdade de Medicina de Bo-tucatu/Unesp e Hospital das Clí-nicas que são contratados pelaUnesp serão convocados a pas-sar por consultas que atestarãoas condições de sua saúde ocu-pacional. Foram analisados osriscos aos quais os trabalhado-res estão expostos em seu am-biente de trabalho e o Grupo Téc-nico de Desenvolvimento em Re-cursos Humanos (GTDRH) envi-ará uma convocação com os exa-mes pré-agendados.

A iniciativa foi apresentadaaos chefes de seção da FMB eHC, dia 19 de outubro e contoucom a presença do diretor daFaculdade de Medicina, profes-sor Sérgio Müller. Faz parte dasatribuições de uma comissãoformada, em 2008, a pedido daDiretoria da instituição – que se-gue determinação da Reitoria daUnesp - para cuidar da qualida-de de vida dos servidores e me-lhorar sua segurança e saúde notrabalho. As ações serão desen-volvidas com apoio da equipe doServiço de Engenharia de Segu-rança e Medicina do Trabalho(SESMT) da Famesp.

O objetivo é que passem pe-las consultas as pessoas queestão trabalhando, portanto sau-dáveis, no entanto, se for identifi-cado algum sintoma decorrente deproblemas no ambiente de traba-lho, o funcionário será encaminha-do para tratamento. “Se encontrar-mos alguma doença que não es-teja ligada ao trabalho do exami-nado, vou sugerir que ele procu-re um especialista”, explica o mé-dico do trabalho e professor doDepartamento de Saúde Públicada Faculdade de Medicina, Ilde-berto Muniz de Almeida. Ele fica-rá responsável por examinar osprofissionais em sala localizadana Casa do Servidor – Unesp deRubião Júnior.

Levantamento já realizado peloGTDRH aponta que há um gran-de número de trabalhadoresafastados em áreas considera-das críticas, como: Centro Cirúr-gico, Cozinha, Lavanderia, CDIe Enfermagem do Hospital dasClínicas. A maioria deles porconta de transtornos mentais ede comportamento, além de pro-blemas na coluna.

Através do Programa de Pre-venção de Riscos Ambientais(PPRA) e do Programa de Contro-le Médico de Saúde Ocupacional

Iniciativa foi apresentada aos chefes de seção da FMB e HC

(PCMSO) é que foram avaliadosos riscos aos quais cada traba-lhador está exposto em seu ambi-ente de trabalho. Sendo assim,quando ele passar pela consulta,os resultados dos exames já es-tarão com o médico. Dependendodo grau de risco de acidente como qual ele conviver, será agenda-do o retorno. O servidor sai da con-sulta levando um Atestado de Saú-de Ocupacional (ASO).

Sobre os afastamentos, pro-fessor Pará diz que deverão seriniciadas ações específicas paraidentificar os motivos que têm cau-sado as doenças e saber se o pro-blema está no ambiente de traba-lho. Posteriormente serão propos-tas as intervenções necessárias.“Vamos precisar bastante da cola-boração dos chefes de seção, tan-to para liberar os funcionários parapassarem pelos exames, comoprocurando a comissão para tirardúvidas, caso necessário. Esta-mos abertos a conversar, também,caso os funcionários não concor-dem com os fatores ambientais derisco encontrados”, afirma o mé-dico do trabalho.

Em outra função – Os traba-lhadores que, por algum motivo,não estejam mais atuando na fun-ção para a qual foram contratados,devem avisar a Enfermagem doConsultório dos Exames Periodi-cos para que a análise dos riscosde acidentes de trabalho seja feita

com base na sua atual atividade.Esse é o critério fundamental paraque sejam pedidos os exames. “Otrabalhador pode achar que nãoestá exposto aos riscos aponta-dos ou que está sujeito a algumadoença de trabalho que não de-tectamos. Pode, ainda, solicitar aavaliação do médico para pedir al-gum exame extra. Qualquer dúvi-da neste sentido pode ser comu-nicada à comissão”, esclareceprofessor Pará.

Uma cópia da NR 32 (NormaRegulamentadora) com todas asdiretrizes sobre segurança e saú-de no trabalho estará disponívelna Casa do Servidor, onde serãorealizadas as consultas. Mais in-formações podem ser obtidas noGTDRH, pelo telefone (14) 3811-6235, com Walderiana ou atravésdo e-mail [email protected].

Carteirinha Iamspe - Os aten-dimentos aos funcionários autár-quicos serão feitos pelo Iamspe,por isso é obrigatória a apresen-tação da carteirinha. Aqueles cujodocumento não estiver atualiza-do e que são sócios da Associa-ção dos Servidores da Unesp(ASU) devem procurar a entidadepara fazer a regularização do do-cumento.

No entanto, os funcionáriosque não tiverem vínculo com a as-sociação também poderão procu-rá-la para as devidas providênci-as. Em ambos os casos não ha-verá custo algum.

A única exigência é que os tra-balhadores não-vinculados à ASUprecisam retirar, no Grupo Técni-co de Desenvolvimento em Recur-sos Humanos, uma autorizaçãopara atualizar sua carteirinha.

As equipes de Gastroente-rologia e Clínica Médica da Fa-culdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), com apoioda Unamus (Unidade de Aten-dimento Médico, Odontológicoe Social) iniciaram um traba-lho de rastreamento de Hepa-tite C. O projeto teve início pelocampus de Botucatu, em no-vembro, mas se estenderá paraas demais unidades do Esta-do de São Paulo.

Medicina/Unesp rastreiam Hepatite C em trabalhadores de toda a universidade

LEVANTAMENTO APONTA QUEHÁ UM GRANDE NÚMERO DE

TRABALHADORES AFASTADOSEM ÁREAS CRÍTICAS

Serão feitos testes digitais,através de apenas uma gota desangue e cujo resultado ficapronto em menos de 10 mi-nutos. Todos os funcionáriosserão abordados para parti-ciparem da verificação. A in-tenção é estudar a prevalên-cia da doença na comunida-de unespiana.

Enquanto aguardam o re-sultado do exame, os trabalha-dores responderão a um ques-

tionário através do qual serãoidentificados os fatores de ris-co aos quais estão expostos.Os casos positivos, após rati-ficação feita através de um tes-te confirmatório, serão encami-nhados para o ambulatório deHepatite do Hospital das Clíni-cas da Unesp.

Cássio Vieira de Oliveira,médico residente da Gastroen-terologia, trabalha o rastrea-mento da Hepatite C em sua

tese de mestrado e será umdos responsáveis pela triagemnas unidades da universidade.Segundo ele, a prevalência dainfecção na população fica en-tre 1% e 2%. “Sabemos que30% do diagnóstico de Hepati-te C não tem fatores de causa,por isso a importância dessediagnóstico”, destaca.

Oliveira lembra que antes de1994 a principal causa da He-patite C era a transfusão de

sangue, enquanto hoje são asdrogas injetáveis. “O tratamen-to da doença depende muito deseu estágio e do tipo de vírus,além da adesão do paciente.Com a identificação precoce,a resposta ao tratamento che-ga a 70%. No entanto, caso apessoa não descubra que estácom a infecção, em 20 a 25anos, por exemplo, pode setransformar em uma cirrose”,acrescenta.

PREVENÇÃO

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PESQUISA INÉDITA

TÉCNICA PODERÁ BENEFICIARPACIENTES COM FERIDASDE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO

COMO QUEIMADURAS GRAVESProfessora do Departamento de Enfermagem ressaltou que testes em humanos começam em um ano

EXTENSÃO

Feira da Saúde levou serviços eorientação à população de Itatinga

Aplicar larvas de moscas varejei-ras sobre ferimentos necrosados é ummétodo inédito no Brasil para acelerara cicatrização. A experiência pratica-da em ratos foi abordada em um estu-do de doutorado que será apresenta-do por Maria José Trevizani Nitsche,professora do curso de Enfermagemda Faculdade de Medicina, câmpusde Botucatu. A técnica reduz de 35dias para uma semana o tempo deespera para fechar um ferimento emfase de putrefação.Além de mais efici-ente, o tratamentocusta menos que oconvencional, queconsiste em aplica-ção de hidrogel.

A pesquisadora afirma que os tes-tes em humanos devem ter início emum ano. “Para testar a técnica empacientes, a pesquisa deve percorreralguns trâmites burocráticos, comoapresentações em congressos, apro-vações em conselhos de ética e sub-meter-se ao Conselho Nacional de Éti-ca em Pesquisa, Conep”.

Quando estiver disponível no Bra-sil, a técnica poderá beneficiar paci-entes com feridas de difícil cicatriza-ção, como queimaduras graves e úl-ceras crônicas comuns em diabéti-cos. Isso é possível porque as larvasnão danificam as partes sadias da pele.Elas se alimentam apenas do tecido

Larvas de moscaspara curar ferimentos

morto. A remoção dessa peleapodrecida impede que as bac-térias se proliferem, o que afas-ta o risco de infecção.

A terapia larval com a espécie Lu-cilia sericata vem sendo realizada comsucesso nos Estados Unidos e noReino Unido, mas nunca tinha sidopesquisada no Brasil. Na Unesp, aslarvas utilizadas nos testes são dasespécies Chrysomya megacephala ea Chrysomya putoria. “Escolhi essas

espécies por seremencontradas facil-mente em todo o ter-ritório nacional”, rela-ta a professora.

“Como sou enfer-meira, não entendia

nada sobre moscas e precisei de ori-entação de especialistas da área”,disse Maria José, que recorreu ao tra-balho dos biólogos Wesley AugustoConde Godoy, da Escola Superior deAgricultura “Luiz de Queiroz”(ESALQ), da USP, em Piracicaba, ePatrícia Jaqueline Thyssen, da Uni-camp. Eles desenvolveramum refina-do processo de esterilização das lar-vas, que permite a elas atuarem nosferimentos sem contaminá-los. Os in-setos são criados em um ambienteestéril, e seus ovos são desinfetadoscom uma solução de água sanitária.(Da Assessoria de Comunicaçãoe Imprensa da Reitoria/Unesp)

Orientações, exames e pales-tras sobre temas na saúde. Comestes atrativos, Itatinga recebeu,dia 7 de novembro, sua primeiraFeira da Saúde. A iniciativa foi doCentro Acadêmico Pirajá da Silva(CAPS), Conselho das Ligas Aca-dêmicas (Conligac) e AssociaçãoAtlética Acadêmica Carlos Henri-que Sampaio de Almeida (AACH-SA) com o apoio da Faculdade deMedicina/Unesp e da PrefeituraMunicipal de Itatinga.

O evento se tornou uma opor-tunidade para que a populaçãolocal tenha acesso a informa-ções sobre temas presentes nocotidiano como orientação decomo se evitar o câncer de pele,os efeitos do álcool no organis-mo, depressão, qualidade devida, entre outros. Ao todo oitoLigas Acadêmicas participaramcom a realização de exames deglicemia, aferição de Pressão Ar-terial, entre outros.

Na oportunidade, a Liga doCâncer realizou cadastro de do-adores de medula-óssea. Já aAtlética da Medicina fará ativida-des para o estímulo da práticaesportiva e de qualidade de vida.Além disso, palestras mostraram

como se obter uma postura cor-reta em atividades cotidianas.

O cunho educativo esteve pre-sente nesta primeira edição dafeira com a realização, na Câma-ra Municipal local, de palestrasque abordaram diversos temasem saúde. Foi disponibilizado umônibus para que moradores dazona rural de Itatinga pudessemparticipar da Feira da Saúde.

Segundo a vice-diretora deextensão do CAPS, Isabella Sil-va Ricoboni, a iniciativa de am-pliar a feira para outros municípi-os da região reforça a aproxima-

ção da prestação de serviços quea universidade tem com a comu-nidade. Em Botucatu, a Feira daSaúde acontece anualmente háuma década.

“Abranger outros municípiosda região faz parte da nossa am-pliação do contato entre a comu-nidade e universidade. Itatinga foiescolhida por ser uma cidade quepossui uma população rural gran-de onde muitas das pessoas nãotêm informações adequadas so-bre como ter uma qualidade devida com saúde”, ressaltou a alu-na da Faculdade de Medicina.

Ligas Acadêmicas da FMB/Unesp participaram das atividades

Pneumologistas da AL participamde curso em epidemiologiae estatística na FMB

ATUALIZAÇÃO

Entre os dias 19 e 24 de outubrode 2009 a Faculdade de Medicina deBotucatu/Unesp (FMB) sediou o ME-COR 2009, curso de epidemiologiae estatística voltado a pneumologis-tas, investigadores e acadêmicos daAmérica Latina com o objetivo de re-alizar treinamento em métodos depesquisa. Atualmente, é realizadotambém na Àfrica, Índia e Turquia.Em Botucatu, 80 pesquisadores dasregiões mencionadas acima reali-zaram o curso: 36 no Nível 1, 23 noNível 2, 9 no Nível 3 e 15 no Nivel 4.

Grande parte dos pesquisadorespresentes era de outras universida-des brasileiras. O curso foi ministra-

do por 22 professores de diferentesnacionalidades. Dra Sonia Buist, amentora e responsável pelo curso,que é organizado pela American Tho-racic Society e pela Sociedade Lati-no Americana do Tórax, fez questãode ressaltar que este foi o MECORmais bem organizado desde o inícioda realização do curso em váriospaíses da America Latina.

“Foi também gratificante ouvir dosparticipantes os agradecimentos eparabéns pela organização do even-to pela hospitalidade do Botucatuen-se”, frisou a vice-superintendente doHC, a pneumologista e professoraIrma de Godoy.

Transmissões começaram de forma experimental durante

A utilização de meios robó-ticos em procedimentos cirúr-gicos foi mostrada a médicos,residentes e alunos de pós-graduação vinculados ao De-partamento de Urologia da Fa-culdade de Medicina de Botu-catu/Unesp durante a pales-tra “Robótica na Urologia: atu-alidades e perspectivas”, rea-lizada dia 30 de outubro.

O ministrante foi o médicourologista José Roberto Co-lombo Júnior, do Hospital Al-bert Einsten, graduado pelaUSP (Universidade de SãoPaulo) e que desde março de2008 é responsável pelo ser-

TECNOLOGIA

Robótica pode ser grande aliada da urologiaviço de cirurgia robótica dohospital paulistano. Durante aexplanação, o médico abordoua evolução e os benefícios doauxílio de robôs em cirurgiasminimamente invasivas.

Este uso acontece há umadécada, mas no Brasil estatécn ica fo i in t roduz ida em2008. Apenas três hospitaisa utilizam: Albert Einsten, Sí-rio Libanês e Oswaldo Cruz. “Aurologia é uma das especiali-dades médicas pioneiras nouso de robôs para o auxílio emprocedimentos c i rúrg icos.Com esta técnica podemosobservar benefícios aos paci-

entes como menor morbidade,tempo de internação e rapidezem sua recuperação”, explicouColombo Júnior.

No entanto, a popularizaçãoda técnica ainda esbarra emquestões econômicas como oalto custo de equipamentos edos próprios procedimentoscirúrgicos. Os custos para aqui-sição de um robô voltado paracirurgias urológicas, em espe-cífico para câncer de próstatae o procedimento com o uso dorobô podem custar US$ 2 mi-lhões e R$ 22 mil, respectiva-mente para o hospital.

FOTO PREFEITURA DE ITATINGA

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

O novo presidente da Comis-são de Ética Médica do Hospitaldas Clínicas da Unesp (HC), Dr.Raul Ruiz Júnior, comentou, ementrevista ao Jornal e Portal daFMB, sobre seus planos à frentedo grupo e também falou das prin-cipais demandas que já chegamaté a equipe. Atualmente, já sãorealizadas capacitações junto aosmédicos residentes com enfoquena prevenção de possíveis falhaséticas – ação que será intensifi-cada a partir de agora.

Ruiz afirma que pretende tam-bém intensificar o contato com aSuperintendência do HC e Dire-toria da Faculdade de Medicina,já que são nessas esferas resol-vidos muitos dos conflitos deâmbito administrativo cujas cau-sas podem ou não ser uma ques-tão ética. “Consideramos proble-mas éticos aqueles malefícios queatingem diretamente o paciente.Hoje, a maioria dos casos quechega até a comissão não é deassuntos éticos, mas sim de ou-tra ordem. Há muitas demandasque nos são encaminhadas pelaOuvidoria e outros serviços inter-nos do HC”, esclarece.

Uma equipe de futsal femininoformada por funcionários da Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Hospital das Clínicas(HC) e Famesp foi a campeã da 4ªTaça Saúde 2009, promovida pelaSecretaria de Saúde do Estado deSão Paulo, no início de outubro, eda qual participaram atletas de di-versos municípios. O time de futsalmasculino, que também contou comrepresentantes das mesmas insti-tuições ficou com o segundo lugarem sua modalidade.

Os trabalhadores da Unesp eFamesp, além de pessoas ligadasao Hospital Estadual Cantídio deMoura Campos, Prefeitura de Botu-catu e Diretoria Regional de Saúde(DRS 6) competiram, nas categori-

Funcionárias da Unesp e Famesp ficamcampeãs no futsal da 4ª Taça Saúde 2009

Questões éticas não são maioriaentre demandas da comissãoque cuida do tema no HC

COMISSÃO DE ÉTICA

Os conflitos éticos podem sercaracterizados em quatro situa-ções: entre a equipe médica e opaciente; entre os profissionais desaúde e o acompanhante do pa-ciente; envolvendo os próprios mem-bros do corpo clínico do hospital ouainda entre os serviços da unida-de. O novo presidente da Comis-são de Ética Médica do HC acres-centa que as reclamações podemcaminhar por alguns fluxos, sãoeles: pela Ouvidoria do hospital, queposteriormente envia o processopara a Comissão de Ética ou o pe-dido de providências chega direta-mente a ela.

Os membros do grupo conver-sam com as partes envolvidas, co-lhem depoimentos e emitem umparecer para a Superintendênciado hospital ou Diretoria da FMB(em caso de problemas adminis-trativos) ou para o escritório doCRM de Botucatu (Conselho Re-

gional de Medicina). Este últimoé o órgão que tem a competênciade eventualmente punir os envol-vidos caso haja prejuízos éticos.A Comissão não propõe qualquertipo de pena.

Projetos – Raul Ruiz anunciaque entre suas metas está moti-var os médicos jovens a partici-parem dos trabalhos da comis-são. “Essa é uma maneira de nos-sas ações serem permanentes.Eles poderão conhecer mais so-bre questões éticas e ainda ha-verá uma diversidade maior deopiniões no grupo, olhares diferen-tes, o que é decisivo na hora detomar decisões. Torna as discus-sões mais abrangentes”, coloca

A Comissão de Ética Médi-ca do Hospital das Clínicas/Unesp (HC) realizou dia 13 deoutubro, eleição e apuração paraa escolha de sua direção paraos próximos três anos. O con-senso pelo nome do professorRuiz se deu em reunião da qualparticiparam os membros dacomissão e também o diretorclínico do HC, Dr. André Balbi,dia 16 de outubro.

“CONSIDERAMOSPROBLEMAS ÉTICOS AQUELES

MALEFÍCIOS QUE ATINGEMDIRETAMENTE O PACIENTE”

SOBRE O DR. RAUL RUIZ JR.Graduado Médico pela Universidade Estadual Paulista Júlio de

Mesquita Filho - Unesp (1984), Residência Médica na área de Cirur-gia Geral e Torácica pela Universidade Estadual Paulista Júlio deMesquita Filho (1988), Mestrado (1994) e Doutorado (2002) em Ba-ses Gerais da Cirurgia pela Universidade Estadual Paulista Júlio deMesquita Filho, Especialização em Administração Hospitalar pelaFaculdade de Medicina de Botucatu - Unesp (2006). Atualmente éprofessor assistente doutor da Faculdade de Medicina de Botucatu.Experiência na área de Medicina, com ênfase em cirurgia, adminis-tração e ensino médico (graduação e residência médica), atuandoprincipalmente nos temas: Cirurgia Torácica Geral, AdministraçãoHospitalar, Endoscopia Respiratória.

CONQUISTA

Equipe masculina foi vice-campeã na classificação geral Mulheres da Unesp e Famesp entre as campeãs do torneio

CONFIRA OS INTEGRANTES DE BOTUCATU DE AMBAS AS CATEGORIAS:

Futsal feminino: (Alessandra Tavares de Campos, Ana AméliaConte, Claudia Jane M. Viegas, Claudirene Ap. Pereira da Silva, Dai-ana Da Silva Botelho, Ilda Ap. De Abreu Nascimento, Joana LuciaRamos da Silva, Magda Maria Ferreira, Milena Ap. P. Santos, PatriciaCorrea Medeiros, Rute Ap. Secani Inácio, Sandra Regina Jauch).

Futsal masculino (Alexandre dos Santos, Carlos Eduardo Luiz,Danilo Donizete de Oliveira, Diogenes Willian de Freitas, Fábio Mi-randa Paganini, Geraldo Aparecido de Arruda, Gustavo Angella, JeanRodrigo Silveira Alves, José Marcos de Oliveira Benvindo, Marcio Ven-dramini, Milton Tobias, Paulo Augusto Vernini, Paulo Henrique dosSantos, Ricardo Arlindo de Camargo, Ricardo de Souza ).

as masculino e feminino, tambémda modalidade vôlei. Aparecido Viei-ra Viriato, o Cido, do Recursos Hu-manos da FMB, foi técnico do futsalmasculino e auxiliar-técnico do fut-sal feminino. Para ele, o aproveita-mento das equipes foi bastante pro-veitoso durante toda a competição.

A equipe de futsal masculino,vice-campeã geral, sofreu apenasduas derrotas e conseguiu umaproveitamento de 73%. Foram 10jogos, 22 pontos, sete vitórias eum empate, além de um ataqueeficaz, que marcou 32 gols.

Já o futsal feminino, campeã ge-ral da Taça Saúde 2009, perdeu so-mente uma partida, teve 21 em sal-do de gols, com rendimento de 79%.Sua campanha foi de seis vitórias

em oito jogos, 19 pontos marcadose um empate. Ambas as equipesforam as campeãs da etapa dispu-tada somente entre as cidades dointerior. Foi a primeira participa-

ção dos atletas da Unesp/Fa-mesp no torneio. As equipes sepreparam para os Jogos Regi-onais, em Santos, dias 20, 21 e22 de novembro.

A Câmara dos Deputados apro-vou no dia 21 de outubro, o projetode lei do Senado, que define asatividades privativas dos médicose as que podem ser desempenha-das por outros profissionais daárea de saúde. A proposta que éconhecida como Ato Médico regu-lamenta a profissão do médico, aúltima das 14 profissões da áreada saúde a ser regulamentada. Oprojeto retorna ao Senado paranova apreciação, porque o texto foialterado pelos deputados.

O texto aprovado pela Câmaraconsidera entre as atividades priva-tivas do médico a formulação do di-agnóstico e a respectiva prescriçãoterapêutica ao paciente, a indicaçãoe execução de cirurgias e prescri-ção dos cuidados médicos pré epós operatório, a prescrição de ór-teses e próteses oftalmológicas, aindicação de internação e a alta mé-dica nos serviços de atenção à saú-de, a realização de perícias médi-cas e os exames médicos-legais,exceto os exames laboratoriais deanálises clínicas, toxicológicas, ge-néticas e de biologia molecular, en-tre outros procedimentos.

Segundo o líder do DEM, depu-tado Ronaldo Caiado (GO), que émédico ortopedista, a aprovação doprojeto é fundamental, porque umaprofissão secular como a de médi-co até hoje não havia sido regula-mentada. “Isso é um desrespeitocom os médicos. É uma desconsi-deração não ter parâmetros, limites,definições da profissão”, disse.

Câmaraaprova projetodo Ato Médico

NOTA MÉDICA

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As emergências de febreamarela registradas na regiãode Botucatu, além de outrosmunicípios paulistas e seu im-pacto para o entendimento dosespecialistas sobre a doençaforam detalhadamente aborda-dos durante evento realizado naFaculdade de Medicina de Bo-tucatu/Unesp (FMB), dia 23 deoutubro. Em cinco palestras fo-ram focadas as ações de vigi-lância epidemiológica e contro-le da febre amarela no Estadode São Paulo.

Melissa Mascheretti, da Di-visão de Zoonoses do Centro deVigilância Epidemiológica do Es-tado de São Paulo, iniciou as ati-vidades falando sobre a “Situa-ção Epidemiológica da FebreAmarela no Brasil e Estado deSão Paulo”. De acordo com da-dos apresentados por ela, des-de 1997 houve um aumento naárea endêmica (onde há livre cir-culação do vírus) do Estado.

Em 2009, as emergênciasem humanos t iveram iníciopelo Rio Grande do Sul, mas noano anterior já havia registrosda doença em macacos, entreos meses de setembro e outu-bro. No primeiro semestre des-te ano foram 18 casos de febreamarela em humanos, que re-sultaram em sete óbitos.

Ao apresentar informaçõeshistóricas, Melissa lembrouque a 1ª epidemia da doençaocorrida no Estado de SãoPaulo foi em 1850. Ela acres-centou ainda que entre osanos de 1950 e 2000 não hou-ve manifestações do vírus emhumanos ou macacos.

Servidores do Hemocentro passam porcapacitação sobre sigilo profissional

Em um ambiente hospitalar,trabalhar com inúmeros tipos deinformação e manter o sigilo eética, são desafios constantespara profissionais da saúde e paragestores das unidades. Com oobjetivo de capacitar seus servi-dores sobre a melhor forma demanter o segredo profissional, aDireção Clínica do Hospital dasClínicas (HC), promoveu, em par-ceria com o Hemocentro de Bo-tucatu, dia 3 de novembro, reu-nião em temas de ética e sigilo.

Ao todo quarenta servidoresdo setor vinculado ao HC partici-param das explanações do pro-fessor emérito da Faculdade deMedicina de Botucatu/Unesp,prof. Willian Saad Hossne, consi-derado uma das maiores autori-dades em bioética e ética médi-ca do país. O docente fez consi-derações sobre a importância dosigilo médico e situações em queocorreu desrespeito à privacida-de de informação do paciente.

Também participaram da ca-pacitação o diretor clínico doHC, Dr. André Balbi e o diretor

MOLÉSTIAS

Combate à febre amarela foi avaliado por setores da saúde

Especialistas da FMB e da Secretaria de Estado da Saúde avaliaram todo o impacto do surto na região

Quando começaram a surgiros casos de febre amarela noEstado de São Paulo, cujo pri-meiro foi em Sarutaiá, em feve-reiro de 2009, e depois Itatinga,em março, haviam dois municí-pios afetados e 13 na chamadaárea ampliada. Em março foi avez de o vírus fazer vítimas emPirajuí e Buri, quando a áreaampliada chegou a 39 cidades.

Sarutaiá registrou seis ca-sos da doença e um óbito; Ita-tinga – três casos e um óbi-to; Avaré um caso e Pirajuí12 casos, com 16 óbitos. Aotodo foram 28 casos autóc-tones, 11 óbitos e uma taxade letalidade que ficou em 39,28%. A idade média das víti-mas foi 29 anos e 64% delaseram homens.

Em 96% dos casos os do-

entes apresentaram febre, segui-da de dor de cabeça. Dos infec-tados, 71,4% evoluíram para in-ternação.

O docente do Departamentode Doenças Tropicais e Diag-nóstico por Imagem da FMB,professor Carlos Magno Forta-leza lembrou, durante sua apre-sentação, que em 27 de feve-reiro, o Hospital Estadual deBauru recebeu uma mulhercom sintomas de febre ama-rela, mas suspeitava-se queera leptospirose. Em 15 demarço, no Hospital das Clíni-cas da Unesp, um homem foi

internado e cogitava-se Hepa-tite Fulminante.

Dos pacientes atendidospelo HC, 11 estavam com a do-ença e sete morreram em de-corrência do vírus. Foram re-gistrados três pacientes comeventos adversos graves.

Entre as pessoas que pas-saram pelos cuidados da equi-pe da unidade, houve algunscasos classificados como inu-sitados por Fortaleza. Um delesfoi a constatação de transmis-são vertical (de mãe pra filho) emum recém-nascido que visto pe-los médicos no oitavo dia de vida.Ele é filho de uma paciente queestava internada com a doença.

Durante a abertura dos tra-balhos, o diretor da FMB, pro-fessor Sérgio Müller, destacou aatuação que teve a instituição eseu Hospital das Clínicas (HC) jun-to aos demais órgãos de vigilân-cia epidemiológica na prevenção,diagnóstico e combate da febreamarela. “Essa apresentação éuma oportunidade para avaliarmoso que ocorreu e também de prepa-ração para possíveis novas situa-ções do mesmo tipo”, disse.

Professor Emílio Curcelli,superintendente do HC/Unesp,elogiou a atuação do CRIE

(Centro de Referência de Imu-nobiológicos Especiais), demaneira integrada a outras dis-ciplinas, na notificação dos ca-sos positivos da doença, enca-minhamento de exames, entreoutros. “Temos uma equipe en-volvida e capaz”, frisou.

A diretora do GVE (Grupo deVigilância Epidemiológica deBotucatu), Maria Salete Carlifez um histórico de todo o sur-to enfrentado na região. Desdea primeira constatação de óbi-to com suspeita, em 1º de mar-ço, à notificação da doença, nodia 13, Maria Salete ressaltaque a rapidez na ação de in-vestigação dos focos de inci-dência e a ação de imuniza-ção foram cruciais para o iní-cio do controle de uma possí-vel epidemia. “Em Sarutaiá in-vestigamos 996 casas no diaseguinte à conf irmação damorte por Febre Amarela. Des-se total, 29 pessoas apresen-taram suspeitas sendo quedois casos eram posi t ivospara a doença”, explicou.

Com experiência em comba-te a situações de risco, SueliYasumaro Diaz, diretora da re-gional de Sorocaba da Sucen(Superintendência de Controlede Endemias) ressaltou queoutro ponto essencial para ocombate foi a atuação local dasequipes de saúde. Sueli apre-sentou ainda números queapontam que 80% dos municí-pios paulistas apresentam al-gum tipo de infestação do Ae-des Aegypti- um dos vetores detransmissão da doença. “Umponto importante foi o Estadodeixar a comunicação das infor-mações sobre a doença e as ati-vidades de prevenção para osmunicípios”, complementou.

O encontro ainda abordou aosprofissionais de saúde os efeitosadversos da vacina da FebreAmarela. O assunto foi aborda-do pela diretora técnica de imu-nização do CVE, Helena KeicoSato e Roosecelis Araújo Brasil,da divisão de zoonoses da CVE.

ÉTICA

Prof. Saad frisou aspectos prós e contras do sigilo médico

do Hemocentro, prof. José Mau-ro Zanini, que ressaltaram a im-portância de conscientizar so-bre a importância do sigilo e ascomplicações em caso de des-respeito. “O que se passa den-tro de cada laboratório, sala deconsulta, enfermaria, tem queser respeitado. O paciente estásob os cuidados do hospital eo profissional da área da saúdesabe que manter o sigilo e aética está dentro de suas atri-

buições e responsabilidades”,ressaltou prof. Zanini.

Este ciclo de capacitação devese estender para outros setoresdo HC, explica Dr. Balbi. “É im-portante que todos os servidoresdo HC saibam os riscos envolvi-dos com a quebra deste sigilo.Um destes exemplos ocorrequando há comentários sobreexames com alguns outros funci-onários ou parentes”, ressaltou odiretor clínico.

Após surto de Influenza A, HCretoma rotina de atendimentos

Após reunião, dia 29 de ou-tubro, entre a Superintendênciado Hospital das Clínicas daUnesp (HC), Diretoria Clínica eequipes ligadas ao atendimen-to de pacientes com suspeitada nova gripe (vírus Influenza Asuína) nos últimos meses, ficoudecidido que será retomada arotina anterior às emergências.Toda mobilização e estruturapreparados para absorver a de-manda serão desativados e osservidores que foram desloca-dos de suas funções por con-ta da doença retomarão suasatividades normais desde dia3 de novembro.

O procedimento foi adotadodevido à redução dos atendi-mentos de pacientes com sus-peita de contágio em outubro,se comparado aos meses desetembro e agosto. “No entan-to, isso não significa que a do-ença desapareceu. O que ocor-re é que aparentemente o surtopassou, mas novos podem vir,principalmente no final do anoou quando chegar o inverno”, sa-lienta Dr. André Balbi, diretorclínico do HC. “Um grupo acom-panhará permanentemente pos-síveis casos suspeitos para to-mar as medidas emergenciais,caso necessário”, acrescenta.

ROTINA

EM 96% DOS CASOS OSDOENTES APRESENTARAM

FEBRE, SEGUIDA DEDOR DE CABEÇA

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OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

PROCURA

DESDE 2004, TAXA DEINSCRITOS PELA OFERTA DE VAGASEM MEDICINA NÃO FICOU ABAIXODE 105,48 CANDIDATOS/VAGA

O curso de Graduação emMedicina, da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp(FMB) teve, neste ano, a tercei-ra maior relação candidato/vagada história do curso – 129,2. Oíndice foi inferior apenas aos re-gistrados nos anos de 1996(139,70) e 1995 (134,70).

A Vunesp divulgou, dia 13 deoutubro, a relação candidatos/vaga do Vestibular Unesp 2010.Os cursos mais disputados fo-ram: Medicina, em Botucatu;Direito diurno, em Franca (55,5);e Arquitetura e Urbanismo, emBauru (36,7). Os três cursos so-mados totalizam 16.051 candi-datos, o que representa 21% dototal de inscritos.

Desde 2004, a taxa de ins-critos pela oferta de vagas emMedicina não ficou abaixo de105,48 candidatos/vaga. Em1996, o curso recebeu o maiorvolume de inscritos desde 1972:12.308 pessoas. Em 2009, fo-ram 11.625 interessados em setornarem médicos.

Na opinião da coordenadorado Curso de Graduação emMedicina da FMB, professoraNorma Sueli Pinheiro Modolo,a qualidade do currículo ofere-cido pela instituição é o que faz

Medicina, em 2010, tem a terceira maiorrelação candidato/vaga da história do curso

FMB tem se mantido na excelência para a formação de profissionais e pesquisadores

dele uma das primeiras opçõesdaqueles que se inscrevem novestibular da Unesp. “Os médi-cos que se formam em Botuca-tu têm, entre outras universida-des públicas, fama de serembem preparados. Eles têm umdiferencial, por exemplo, na horade fazer a residência médica”,observa.

Segundo professora Norma,outra característica marcante

daqueles que se formam naFMB é o compromisso com opaciente – já que ao longo desua formação mantém contatocom os usuários de seu hospi-tal escola, o Hospital das Clíni-

cas da Unesp. “O aluno sai dagraduação não apenas com umaformação técnica, mas tambémhumanística. Ao longo do cur-so eles participam de vários pro-jetos de extensão junto à co-munidade”, destaca. “Além dis-so, temos um corpo docentequalificado, a maioria é doutore com formação para atuaremcomo docentes”, acrescenta acoordenadora do curso.

Confraternização e cultura. Des-ta forma foi aberta a programaçãopara as comemorações da Sema-na do Servidor na Faculdade de Me-dicina de Botucatu/ Unesp (FMB).Dias 27 e 28 de outubro, servidoresaposentados em 2008 e 2009 e a

Café da manhã e teatro marcamSemana do Servidor na FMB

COMEMORAÇÃO

Espetáculo “Dorotéia e os Farsantes” foi a parte cultural da semana

direção da unidade universitária reu-niram-se para um encontro informalno salão nobre da FMB.

Professor Sérgio Müller, diretorda FMB ressaltou o envolvimentodos servidores para a consolidaçãoda estrutura da faculdade e também

dos investimentos sendo realiza-dos para sua expansão. De acor-do com ele, o trabalho prestadopelas pessoas que se aposenta-ram representou o compromissode cada um com a instituição.

Os professores eméritos JoelSpadaro e Antonio Carlos Cicog-na, também presentes ao café damanhã frisaram a participação decada pessoa como colaboradorada excelência do atendimento doHospital das Clínicas e do ensinoda faculdade. “Vocês são o pontomais importante desta instituição”,declarou Cicogna. “Quanto barroe dificuldades que foram supera-dos por todos que começaramnesta faculdade”, complementouem tom saudosista.

Como parte da programação,o auditório do salão nobre re-cebeu a apresentação do espe-táculo “Dorotéia e os Farsan-tes”, do grupo de teatro Notíva-gos Burlescos. O grupo, origi-nal de Botucatu, foi criado em2005 e tem se destacado no ce-nário cultural regional.

A Semana do Servidor teve or-ganização do Grupo Técnico deDesenvolvimento, com apoio daFamesp (Fundação para o De-senvolvimento Médico e Hospi-talar) e banco Santander.

A orquestra Limiar se apre-sentou, dia 21 de outubro, pelasegunda vez, no saguão térreodo Hospital das Clínicas daUnesp (Boulevard).

Foram executadas peças degrandes nomes da música barroca,romântica e clássica. O Show fazparte do programa Música nos Hos-pitais, que é uma realização da As-sociação Paulista de Medicina e dolaboratório sanofi-aventis , em par-ceria com o Ministério da Cultura.

O Música nos Hospitais já este-ve em São Paulo, Ribeirão Preto,Santo André e capitais como Rio deJaneito e Salvador. O projeto querpopularizar a música instrumental e

Orquestra Limiar se apresenta pela2ª vez no Hospital das Clínicas

CULTURA

proporcionar momentos de confortoa pacientes e familiares, funcionári-os e à população em geral.

Formada por jovens músicos decordas, a Orquestra Limiar contacom vasto repertório, incluindo pe-ças compostas para essa formação.Além de promover a popularizaçãoda música erudita e estimular a for-mação de jovens instrumentistas bra-sileiros, o "Música nos Hospitais"tem por objetivo proporcionar ao cor-po clínico, funcionários e principal-mente aos pacientes momentos deconforto na rotina nos hospitais. Aprimeira exibição dos músicos noHC foi em dezembro de 2008 e atraiudezenas de pessoas.

Orquestra já se apresentou em diversos hospitais do país

Hemocentrodo HC precisa

urgente dedoadores

O Hemocentro do Hospitaldas Clínicas/Unesp de Botuca-tu está precisando de doado-res de sangue tipos O positivoe A negativo, com urgência. Osestoques estão praticamentezerados.

O horário de funciona-mento do Hemocentro do HCé de segunda-feira à sexta-feira, das 8 às 16h30. Aossábados, das 7 às 13 horas.A unidade fica no câmpus daUnesp, em Rubião Júnior. Otelefone para mais informa-ções é (14) 3811-6041.

CONDIÇÕES PARA DOAR:

-Gozar de boa saúde;- Pesar acima de 50 quilos;- Ter entre 18 e 60 anos;-Ter dormido no mínimo 6 horasna noite anterior à doação;- Não ter ingerido álcool nasúltimas 24 horas;-Não estar em jejum e ter inge-rido alimentos leves e sem gor-dura antes da doação (ex: fru-tas, suco, leite desnatado, etc).

DOAÇÃO