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Suplemento INTEGRAÇÃO NORTE - IN faz parte da edição 154 Agosto / 2012 - Especial Guia do Eleitor

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Page 1: Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO Ltda
Page 2: Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO Ltda

2 Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

JornalCOMUNIDADE EM AÇÃOLtda. Editora JornalisticaCNPJ:01436193/0001-90Rua João Dornas Filho, 61E -Tupi31842-430 - Belo Horizonte/MG

TIRE SUAS DÚVIDASFui ao cartório eleitoral tirar meu título e me informaram queo prazo para alistamento encerrou. O que eu faço?De acordo com a legislação eleitoral, o prazo para alistamento,transferência de domicílio eleitoral ou mudança de local de vota-ção dentro do mesmo município, encerrou-se no dia 9 de maio.Esses procedimentos somente poderão ser requeridos após osegundo turno das Eleições Municipais de 2012.

Eu perdi meu título eleitoral. Ainda posso tirar a segunda via?Sim. O eleitor que perdeu seu título poderá solicitar a segunda via,considerando os seguintes prazos:• 8 de agosto será o último dia para o eleitor requerer a segunda viaem qualquer cartório eleitoral do país, momento em que poderá fa-zer a opção pelo recebimento do documento na zona eleitoral emque é inscrito ou naquela em que a requereu;• 27 de setembro será o último dia para o eleitor requerer a segundavia dentro do seu domicílio eleitoral.

Quando serão realizadas as Eleições Municipais?• 1º Turno: dia 7 de outubro das 8h às 17h. Em todos os municípiospara os cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito.• 2º Turno: dia 28 de outubro das 8h às 17h. Se nenhum candidato aprefeito e vice-prefeito, nos municípios com mais de 200 mil eleito-res, alcançar a maioria absoluta dos votos no 1º Turno, será feitanova eleição com os 2 mais votados.

Se houver segundo turno em meu Município, é preciso votarnovamente?Sim. O voto é obrigatório no primeiro e no segundo turno, ondehouver.

Quem é obrigado a votar?O voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para osanalfabetos, maiores de 70 anos e para aqueles que estão com idadeentre 16 e 18 anos.

Quais os documentos exigidos para votar?Para exercer o seu direito de voto, o eleitor deverá apresentar aomesário um documento oficial com foto que comprove sua identida-de.Os documentos aceitos são: Carteira de identidade; Passaporte ououtro documento oficial com foto de valor legal equivalente, inclu-sive carteira de categoria profissional reconhecida por lei; Certifica-do de Reservista; Carteira de Trabalho; Carteira Nacional de Habili-tação.

Quem são os eleitores que tem preferência para votar?Primeiramente os candidatos; Depois os juízes eleitorais, seus auxi-liares e servidores da Justiça Eleitoral; Os promotores eleitorais; Ospoliciais militares em serviço; Os eleitores maiores de 60 anos;Os enfermos; Os eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida;As mulheres grávidas e lactantes.

Eu tenho uma deficiência que dificulta o exercício do voto.Posso ter ajuda de uma pessoa para votar no dia da eleição?Sim. Apenas os eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida

podem contar com o auxílio de pessoa de sua confiança para votar,ainda que não o tenham requerido antecipadamente ao juiz eleitoral.

Tenho um amigo que é deficiente visual e conhece o sistemaBraille. A urna eletrônica possui teclado com essa identifica-ção?Sim. A urna eletrônica possui o teclado com o sistema Braille paraos eleitores com deficiência visual.

Qual a ordem de votação na urna eletrônica?A urna eletrônica exibirá ao eleitor, primeiramente, o painel relativoà eleição proporcional e, em seguida, o referente à eleição majoritá-ria, nesta ordem:I – Vereador;II – Prefeito e Vice-Prefeito.

Eu posso levar o santinho com os números dos meus candida-tos no dia da eleição?Sim. A chamada “cola” pode ser levada pelos eleitores, pois facilitae torna mais ágil o processo de votação. Por isso, no dia da eleição,leve anotados os números dos seus candidatos.

O que acontece se eu votar em branco?É considerado voto em branco aquele em que o eleitor manifesta suavontade de não votar em nenhum candidato ou partido político, aper-tando a tecla BRANCO da urna. O voto em branco é registrado ape-nas para fins de estatística, e não é computado como voto válido, ouseja, não vai para nenhum candidato, partido político ou coligação.

Eu posso votar na legenda do partido?Sim. O voto de legenda é dado pelo eleitor, nas eleições proporcio-nais, ao número do partido de sua preferência. Assim, se o eleitordigitar apenas os dois primeiros números, deixando de informar ostrês últimos números que definem o candidato a vereador, o votoserá válido, somando-se aos votos nominais (votos dados aos candi-datos) para o cálculo dos quocientes eleitoral e partidário.

Eu posso votar em trânsito?Não. Para as eleições municipais, o eleitor só poderá votar no seudomicílio eleitoral. Na impossibilidade, deverá justificar sua ausên-cia no dia da eleição.

Não estarei no meu domicílio eleitoral no dia da eleição. Ondeeu posso justificar o meu voto?O eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral deve justificarsua ausência no dia da eleição em qualquer local de votação ou pos-to de justificativa eleitoral. Para tanto deverá levar um documentooficial de identificação, o número do título eleitoral e preencher oFormulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral.

Viajar ei de férias para o exterior e não poderei votar no dia daeleição. Como eu faço para justificar minha ausência?O eleitor que estiver no exterior terá o prazo de 30 dias, a contar doretorno ao Brasil, para justificar sua ausência às urnas no cartórioeleitoral.

Eu posso entrar na seção eleitoral com a propaganda do meucandidato estampada na camisa?No dia das eleições, é permitida a manifestação individual e silenci-osa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou can-didato, exclusivamente por meio do uso de bandeiras, broches, dísti-cos e adesivos.

É permitida pr opaganda no dia da eleição?Não. Constituem crimes, no dia da eleição, a prática das seguintescondutas:• A propaganda denominada “boca de urna”;• A arregimentação de eleitor;• O uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção decomício ou carreata;• A divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos polí-ticos ou de seus candidatos.

Soube de uma irregularidade que um candidato está cometen-do durante a campanha eleitoral. Quem eu devo procurar?Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infraçãopenal eleitoral que caiba ação pública deverá, verbalmente ou porescrito, comunicá-la ao juiz eleitoral local.

Esqueci onde é o meu local de votação. Onde posso pesquisar?Para saber o seu local de votação, veja nesta edição o Radar daEleição ou procure o seu Cartório Eleitoral

Expediente

[email protected]

(31) 3435-2036 9626-6253

Diretor de Jornalismo eEditor:

Marcos Antônio da Silva -MG08818PJ

[email protected]

SuplementoIntegração Norte

Mais informações sobre Eleições 2012, vocêencontra no Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO

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3Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

CUIDADO NA HORA DO VOTO“Eu vou resolver os problemas de horá-

rios de ônibus e instalar abrigos em todas asparadas. Durante o meu mandato, vou as-faltar essa rua. Vou conseguir uma crechepara este bairro”. O eleitor já deve ter ouvi-do estas promessas de algum candidato avereador. Ou até mesmo de vários. Mas ébom ficar atento, pois ele não tem autono-mia para resolver nenhuma destas questões,assim como várias outras.

Um vereador não pode apresentar noLegislativo nenhum projeto que acarrete emcustos para o Executivo. É inconstitucional.Então, desconfie de quem fez sua campa-nha eleitoral prometendo o que não podefazer por força de lei. O que um vereadorpode fazer é prometer lutar por alguma ne-cessidade da sua rua ou bairro. Dentro doLegislativo, ele tem mecanismos para apre-sentar ao prefeito algumas necessidades es-pecíficas de sua comunidade.

Quando uma proposta implica em gas-tos que a Prefeitura terá que fazer, o parla-mentar pode apresentar um projeto indica-tivo, ou seja, ele dá uma sugestão. O prefei-to avalia. Se tiver recursos e o projeto esti-ver dentro do seu plano de governo, ele exe-cuta. O vereador ainda pode fazer requeri-mentos, mas é bom o eleitor saber que nãoé função de um vereador ficar pedindo tro-ca de lâmpadas e recolhimento de lixo. Aprefeitura possui canal específico para ocontribuinte entrar em contato e fazer suassolicitações.

PROMESSASConheça bem as atribuições de umvereador e desconfie daqueles que

prometem mais do que o cargopermite

HISTÓRICOPesquise o histórico do candidatoe veja se suas promessas estão de

acordo com seu passado

FIDELIDADEVerifique se o candidato mudou

muito de partido, e por quê. Otroca-troca partidário pode indicarcooptação fisiológica ou inconsis-

tência política.

REELEIÇÃOEm caso de candidatos à ree-leição, procure conhecer osprojetos apresentados, osvotos e sua assiduidade duran-te o mandato.

FICHA SUJAAssunto polêmico. Até aconedenação em última ins-tância, a Justiça não impede acandIdatura de quem estárespondendo a algum proces-so. Resta então ao eleitorconnhecer as razões do pro-cesso e decidir.

É DIREIT O EDEVER

DO CIDADÃO:

Cobrar do vereadora apresentação deproposições e a su-gestão de medidasque visem ao inte-resse coletivoQue ele use a pala-vra de autoridadeconstituída em de-fesa do Municípioe de seus habitan-tes

A tecnologia que identifica o elei-tor pelas impressões digitais na horade votar alcançará mais de 7,7 milhõesde pessoas de 299 municípios de 24Estados brasileiros nas eleições muni-cipais de outubro. O número foi divul-gado pela coordenação do projeto deidentificação biométrica do eleitor apóso processamento e a auditoria do ca-dastro de eleitores, encerrados em ju-lho último. A expectativa do TSE é queaté 2018 todos os eleitores brasileirospossam votar após serem identificadospelas digitais.

O projeto é desenvolvido pela Jus-tiça Eleitoral desde 2007 e, até o mo-mento, apenas os Estados do Amazo-nas e de Roraima e o Distrito Federalainda não iniciaram a revisão eleitoralpara uso da biometria. Implementadade forma pioneira nas eleições muni-cipais de 2008 nas cidades de Colora-do do Oeste-RO, Fátima do Sul-MS eSão João Batista-SC, no pleito de 2010a biometria alcançou mais de 1,1 mi-lhão de eleitores de 60 municípios em23 Estados.

A biometria é uma tecnologia queconfere ainda mais segurança à identi-ficação do eleitor no momento da vo-tação. O leitor biométrico acoplado àurna eletrônica deve confirmar a iden-tidade de cada eleitor, comparando asimpressões digitais com todo o bancode dados disponível. Dessa forma, épraticamente inviável a tentativa defraude na identificação do votante, umavez que cada pessoa tem digitais úni-cas.

299 CIDADES TERÃO URNA BIOMÉTRICAEm Minas eleitores serãoidentificados pelasdigitais

Nas eleições municipais deoutubro, 21 cidades do Estado terão avotação biométrica. No total, 283.947eleitores estão cadastrados nessesmunicípios onde serão utilizados aidentificação digital.

Quatro dessas cidades já adotaramesse procedimento na votação de 2010– São João Del Rei (35º maior colégioeleitoral de Minas), Pará de Minas(39º), Curvelo (51º) e Ponte Nova(58º). O eleitorado apto para votaçãobiométrica desses quatro municípios,em 2012, chega a 213.558. Naseleições de 2010, 60 cidades brasileirastiveram votação biométrica.

Em 2011 e 2012, o TSE realizou asegunda etapa do recadastramentoeleitoral para fins de biometria, que temcomo objetivo habilitar ainda maiseleitores brasileiros para votar nasurnas com leitor biométrico já naseleições municipais de 2012. Somenteem 2011 foram chamados acomparecer aos cartórios eleitoraispara o recadastramento mais de 8milhões de eleitores de 235 cidadesbrasileiras.

Em Minas Gerais, a revisãoeleitoral com recadastramentobiométrico foi realizada em 17municípios, com menor eleitorado queos anteriores.

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4 Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

ENTENDA O LEGISLATIVO

É um conjunto de procedimentos que devem serobservados pelos Poderes Executivo e Legislativocom vistas à elaboração de atos jurídicos.

Compreende a elaboração de emendas à Lei Or-gânica, leis complementares, leis ordinárias, decre-tos legislativos e resoluções.

São fases do processo legislativo a iniciativa, adiscussão, a deliberação, a sanção, a promulgação ea publicação de todos os atos deliberados pelos par-lamentares. Na fase da discussão, podem ser formu-ladas emendas ou subemendas à substância ou à re-dação do projeto, observadas as vedações legais.

As emendas se classificam em aditivas, modifi-cativas, substitutivas, aglutinativas e supressivas.

Por sua vez, substitutivo é a proposição sucedâ-nea de outra e que abrange o seu todo sem lhe alterara substância.

Considera-se formal a alteração que vise exclusi-vamente ao aperfeiçoamento da técnica legislativa.Denomina-se Emenda de Redação a modificativa quevisa a sanar vício de linguagem, incorreção de técni-ca legislativa ou lapso manifesto.

Denomina-se subemenda a emenda apresentadaa outra.

Sessões Ordinárias - São as realizadas na 1ª e 3ªTerças-feiras do mês, com início, às 20:00 horas. Ne-las são discutidas e resolvidas as matérias.

Sessões Extraordinárias - São as que se reali-zam em ocasiões diversas das fixadas para as ses-sões ordinárias, mediante convocação pelo Prefeito,pelo Presidente da Câmara ou, ainda, por requeri-mento dos Vereadores. No período de recesso, a con-vocação é feita em caso de urgência ou interessepúblico relevante.

Sessões Solenes - São as que se realizam para aposse do Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores, elei-ção da Mesa Executiva no primeiro exercício de cadalegislatura, outorga de honrarias ou prestação de ho-menagens.

Sessões Especiais - São as que se realizam para aeleição da Mesa Executiva do biênio seguinte damesma legislatura, escolha das Comissões Perma-nentes e indicação dos Líderes e Vice-Líderes debancadas ou blocos parlamentares.

Sessões Comemorativas - As primeiras, são asque se destinam à comemoração de datas cívicas ouhistóricas.

Sessões Secretas - São as que têm como finali-dade tratar de assuntos reservados, sobretudo quan-do o sigilo é necessário à preservação do decoro par-lamentar.

Legislatura - Os trabalhos da Câmara desenvol-vem-se em quatro sessões legislativas anuais, ou seja,legislatura. Portanto, denomina-se legislatura o pe-ríodo das atividades da Câmara que vai desde a pos-se dos Vereadores até o término de seu mandato, con-forme define a Constituição Federal.

Sessão Legislativa - É a etapa anual de reuniõesda Câmara, subdividida em dois períodos legislati-vos. Anualmente, vai de 15 de fevereiro a 30 de ju-nho e de 1.º de agosto a 15 de dezembro. Em razãodo mandamento constitucional, a sessão legislativanão pode ser interrompida sem a aprovação da Leide Diretrizes Orçamentárias (Art. 57, § 2.º).

Recesso Parlamentar - Ocorre quando há para-lisação momentânea dos trabalhos legislativos. De-corre entre uma e outra sessão legislativa (16 de de-zembro a 14 de fevereiro), bem como entre o pri-meiro e o segundo período legislativo (1.º a 31 dejulho). O recesso também pode acontecer durante ocurso do ano, em razão de pequenas paralisações dostrabalhos legislativos, como, por exemplo, duranteos festejos carnavalescos, nos dias que coincidemcom feriados ou pontos facultativos, etc.

O Poder Legislativo Muni-cipal é exercido pela Câmarade Vereadores, que, em con-junto com o Poder Executivo,forma o Governo Municipal,em respeito ao princípio da in-dependência e harmonia dospoderes (Art. 2º. da Constitui-ção Federal).

À Câmara compete exerceras funções: legislativa (elabo-ração de leis); fiscalizadora(fiscalizar a conduta político-administrativa dos agentes po-líticos); julgadora (julgar oPrefeito, o Vice-Prefeito e osVereadores no processo decassação de mandato); de as-sessoramento (indica suges-tões legislativas e administra-tivas ao Prefeito); e de admi-nistração (relativa aos seus ser-viços internos).

VEREADORESSão agentes políticos inves-

tidos no mandato para uma le-gislatura de quatro anos (Art.29, I, da Constituição Federal).

O VEREADOR NO LEGISLATIVOAtividade Plenária

É a ação do vereador nasvotações e discussões em ple-nário – onde são travados osgrandes debates. É ali tambémque ele se posiciona politica-mente, através de pronuncia-mentos. Vota os projetos de leie defende suas propostas.

Ação PartidáriaCada vereador é eleito por

um partido. Por isso mesmotem que se manter em sinto-

nia com seus dirigentes, lide-ranças e correligionários. Reu-niões de bancada, de diretórioe mesmo de discussão de es-tratégias exigem muito do par-lamentar na condução de seustrabalhos.

GabineteÉ no seu gabinete uma sala

apropriada o que o vereadorrecebe seus eleitores. Temacesso às sugestões, às críti-cas, às reivindicações que di-

zem respeito ao seu desempe-nho e a sua região. É do gabi-nete, também, que ele acionaseus contatos – telefônicos oupessoais – com as bases oucom o governo.

ComissõesCada vereador integra uma

ou mais comissões permanen-tes da Casa, onde são aprecia-dos os projetos específicos daárea a que se dedica essa co-missão. Existem também co-

missões temporárias, criadaspara assuntos específicos, comprazo previsto de atuação.

Elo com o GovernoO vereador é quem cuida

do relacionamento com suasbases, com os eleitores da suaregião e com o governo, rei-vindicando melhorias, enca-minhando soluções, elaboran-do e acompanhando projetos.É o elo do governo com povo.

A palavra vereador tem origemno verbo verear, que significaadministrar, vigiar pelo bem-estar e segurança dos muníci-pes.

MESAÉ o órgão diretivo da Câ-

mara, com atribuições admi-nistrativas e executivas. Cadamembro da Mesa tem atribui-

ções próprias e também prati-ca atos de direção, administra-ção e execução das delibera-ções aprovadas pelo plenário,na forma regimental.

COMISSÕESSão grupos, constituídos

por Vereadores, com atribui-ções determinadas pelo Regi-mento Interno, sejam de estu-do, de representação ou inves-tigação de determinado assun-to. Classificam-se em perma-nentes e temporárias. As co-missões permanentes são elei-tas anualmente e os Vereado-res que integram a Mesa, bemcomo os suplentes em exercí-cio, não podem participar desua composição.

PLENÁRIOÉ o órgão deliberativo e so-

berano da Câmara, constituí-do pela reunião dos Vereado-res em exercício, detentor deatribuições deliberativas e le-gislativas.

foto: Marcos Silva / JCA

15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DE

COMPROMISSOCOMPROMISSOCOMPROMISSOCOMPROMISSOCOMPROMISSO

COM ACOM ACOM ACOM ACOM A

COMUNIDCOMUNIDCOMUNIDCOMUNIDCOMUNIDADEADEADEADEADE

A Câmara Muncipal de BeloHorizonte (foto) é formada por

41 vereadores que fazem emmédia dez reuniões plenariasmensais, os demais dias são

destinadas as reuniões decomissão

Page 5: Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO Ltda

5Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

O PODER DAS PREFEITURAS

Os 68.544 vereadores que serãoeleitos no dia 7 de outubro por cercade 140 milhões de eleitores em 5.568municípios terão a tarefa de fiscalizaras prefeituras municipais, além de cri-ar e modificar leis restritas às cidades.Cabe a eles verificar, por exemplo,como o dinheiro público é aplicado ecriar ou alterar o plano diretor de ocu-pação urbana de sua cidade.

Podem se candidatar a vereador osmaiores de 18 anos que tenham títulode eleitor há mais de um ano no muni-cípio onde pretendem disputar o cargoe sejam filiados a um partido políticohá mais de um ano das eleições.

Apesar de estar definido em leiqual é a missão de quem pode se can-didatar e é eleito, especialistas afir-mam que a função do vereador estádesvirtuada por pelo menos dois moti-vos. O primeiro está no fato de muitasprefeituras cooptarem os vereadorespor meio da distribuição de cargos naadministração local e do uso do dinhei-ro público. O segundo fator, relacio-nado e influenciado pelo primeiro, é afalta de cultura política do eleitorado,que não acompanha o trabalho dos ve-readores depois de empossados.

“A função das câmaras de Verea-dores foi esvaziada. Os vereadores nãocumprem seu papel, não fiscalizam.Quem legisla, de fato, é o [Poder] Exe-cutivo. [As prefeituras] não têm impor-tância nenhuma para o eleitor”, criticaCláudio Abramo, do site Transparên-cia Brasil. “Os prefeitos 'compram'suas bases por meio da distribuição decargos”, lamenta.

O cientista político Fábio Wander-ley dos Reis, professor emérito da Uni-versidade Federal de Minas Gerais ten-

A função do vereador está desvirtuada por pelo menos dois motivos: O primeiro está no fato de muitas prefeiturascooptarem os vereadores por meio da distribuição de cargos na administração. O segundo fator, relacionado e

influenciado pelo primeiro, é a falta de cultura política do eleitorado, que não acompanha o trabalho dosvereadores depois de empossados.

Em Belo Horizonte há anos esta é prática comum para atender base de apoio do prefeito, além dos cargos deconfiança, os vereadores têm a oportunidade de indicar até os cargos de empresas tercerizadas.

de a concordar com Abramo. “Não temnada que aconteça de relevante [nascâmaras de Vereadores]. O poder foiposto de lado e depois jogado fora”,disse Wanderley, ao comentar que ve-readores “se ocupam mais em mudarnome de rua” ou escolher pessoas paraprestar homenagem em sessões espe-ciais.

O advogado Walter Costa Porto,ex-ministro do Tribunal Superior Elei-toral (TSE) e historiador especializa-do em eleições no Brasil, porém, temvisão mais positiva dos vereadores ediz que eles participam da administra-ção municipal. Costa Porto reconhe-ce, porém, que o sistema de votaçãoproporcional dentro de coligações par-tidárias cria uma disfunção grave. “Oeleitor não sabe para onde vai seu voto.

Ninguém conhece as listas partidári-as. Vota em um candidato a vereador eelege outro.”

O MAIS ANTIGO DOBRASIL

A representação local – câmarasdos Vereadores – é o sistema de eleito-ral mais antigo do Brasil. SegundoWalter Costa Porto, a primeira eleiçãopara os “conselhos da câmara” ocor-reu em 1.535 vilas no interior do quehoje é o estado de São Paulo.

Para ele, apesar da antiguidade, osistema eleitoral, associado ao desin-teresse e desconhecimento dos eleito-res, “faz da democracia no Brasil umsimulacro [imitação]”. O problema se

agrava com a impunidade concedidapelos próprios eleitores. “Falta educa-ção cívica. Ninguém é punido pelovoto”, diz o advogado, ao salientar queé comum os eleitores esquecerem paraquem foi seu voto para vereador, as-sim como para deputado estadual edeputado federal.

“O grau de politização é muitobaixo. Muitos eleitores votam por obri-gação” e “há uma crise de confiançano Legislativo”, afirma Carlos Eduar-do Meirelles Matheus, líder do Comi-tê de Opinião Pública da AssociaçãoBrasileira de Empresas de Pesquisas(Abep) e ex-diretor do Instituto Gallupde Opinião Pública.

Apesar de crítico, Matheus ressal-ta que os vereadores exercem o man-dato como “intermediários” entre oseleitores e a prefeitura. “Nas cidadesmaiores, eles trabalham pelos bairrose encaminham solicitações”. Ele dizque a proximidade dá “um pouco maisde transparência” aos mandatos dosvereadores.De acordo com o siteTransparência Brasil, o custo de fun-cionamento do Poder Legislativo noBrasil (câmaras de Vereadores, assem-bleias legislativas, Câmara dos Depu-tados e Senado Federal) é, em média,R$ 115,27 por ano para cada um dosbrasileiros que moram nas capitais. Ovalor varia de cidade em cidade.

“A Câmara de Vereadores maiscara por habitante é a de Palmas, capi-tal do Tocantins, que custa anualmen-te R$ 83,10 para cada morador da ci-dade. A mais barata é a da capital pa-raense, Belém, com R$ 21,09 por ano”,descreve o site, que também monitoraas propostas e votações nas duas mai-ores câmaras de Vereadores do país:São Paulo e Rio de Janeiro. (ABr)

foto: Marcos Silva / JCA

Para conseguir o apoio da Câmara em votação de projetos de Leis,os prefeitos cooptam os vereadores com distribuição de cargos

É NOTÍCIA!É NOTÍCIA!É NOTÍCIA!É NOTÍCIA!É NOTÍCIA!

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15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DE15 ANOS DECOMPROMISSO COMCOMPROMISSO COMCOMPROMISSO COMCOMPROMISSO COMCOMPROMISSO COM

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Page 6: Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO Ltda

6 Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

O QUE UM PREFEITO PODE FAZER?

Os quase 140 milhões de eleitoresque irão às urnas

no pleito municipal de outu-bro devem estar atentos às pro-messas dos candidatos ao car-go de prefeito. Administradordireto de sua cidade, ele temdeveres e restrições. É comum,por exemplo, um candidatoprometer na campanha inves-timentos em segurança públi-ca – parte dessas competênci-as, porém, é do estado e nãodo município, de acordo coma Constituição.

Nesse item, a incumbên-cia do prefeito se limita à cri-ação de Guarda Municipal ouações de prevenção como agarantia de uma boa ilumina-ção pública em suas cidades.A finalidade da Guarda Muni-cipal é preservar os bens pú-blicos e não desenvolver açõesde proteção direta do cidadão,que cabem às polícias Militare Civil, sob o comando dosgovernadores.

Na área da educação, cabeao gestor municipal investir naconstrução e preservação decreches, bem como escolas deeducação infantil e ensino fun-damental.

Além disso, a Constitui-ção de 1988 municipalizou osserviços de saúde. Ao criaremo Sistema Único de Saúde(SUS), os constituintes trans-feriram às cidades a responsa-bilidade pelo setor. Cabe aosprefeitos garantir os recursosnecessários para a imple-mentação de ações como a

avaliação de programas locaise a administração de hospitais,centros e postos de saúde, des-de que obedeçam à legislaçãodo SUS, de competência fede-ral.

Outro ponto temático co-mum nas campanhas eleitoraispara prefeito é a melhoria dotransporte público. O prefeitoé responsável por garantirtransporte coletivo de qualida-de ao cidadão. No entanto,quando esse transporte inte-

grar regiões metropolitanas, acompetência fica com o gover-nador. É competência do pre-feito, ainda, de acordo com oArtigo 30 da Constituição, in-vestir na urbanização da cida-de que administra. Para tanto,ele deve desenvolver projetosdefinindo, por exemplo, sedeterminada região seráresidencial ou comercial. Ou-tras ações como pavimentaçãoe manutenção de ruas, além dacoleta de lixo, também são de

responsabilidade dos prefei-tos.

Para implementar todosesses programas, o administra-dor municipal terá à disposi-ção recursos do Imposto Pre-dial Territorial Urbano (IPTU)e do Imposto sobre Serviços(ISS), além da prerrogativa decriar impostos e taxas paraexecução de políticas públicasem prol da comunidade. É ocaso, por exemplo, de taxas deiluminação cobradas na conta

de energia que o cidadão re-cebe.

As cidades de menor den-sidade populacional, porém,dependem, quase que total-mente, dos repasses do Fundode Participação dos Municípi-os para implementar políticaspúblicas.

PREFEITOS JÁ ELEITOSNo dia 7 de outubro, os

eleitores de 122 municípiosbrasileiros terão apenas umaopção de candidato na disputapara a prefeitura, segundo da-dos do Tribunal Superior Elei-toral (TSE). Nestes municípi-os, o eleitor terá três opções devoto: no candidato único, nuloou branco. Pelas regras eleito-rais, nessas cidades, para sairvitorioso, o candidato precisa-rá de apenas de um voto. A le-gislação estabelece que, paraser eleito, o candidato precisater metade mais um dos votosválidos. E os votos nulos e embranco não são consideradosválidos.

Isso quer dizer que, se ocandidato obtiver o único votoválido do pleito, esse voto nãopode ser dividido pela meta-de. Assim, ele terá recebido"todos" os votos válidos. Nocaso de municípios com maisde 200 mil habitantes, em que

há possibilidade de segundoturno, se houver apenas umcandidato e ele receber umvoto, terá vencido o primeiroturno e irá para o segundo coma necessidade de receber umvoto válido para ser eleito.

“Os votos nulos e em bran-co não produzem efeito. Ovoto nulo é uma forma de pro-testo. O eleitor está dizendoque nenhum candidato serve.Com o branco, o eleitor passaa mensagem de que tanto faz”,diz o secretário-geral do TSE,juiz Carlos Henrique Braga.Para o juiz, apesar de legal, opleito em que há apenas umcandidato é ruim para a demo-cracia. “A falta do debate, dadisputa, é prejudicial à demo-cracia, enfraquece o pleito.”

O presidente da Confedera-ção Nacional dos Municípios(CNM), Paulo Ziulkoski, vêna falta de disputa um sinal dodesestímulo às candidaturas

em municípios pequenos. “Aspessoas estão se afastando davida partidária porque o sujei-to entra na prefeitura e, no ou-tro dia, já é ladrão.”

PRINCIPAISFUNÇÕES

DE UMPREFEITO

- Governar a cidade em con-junto com o Legislativo, aquem cabe fiscalizar suasações.- Apresentar de projetos deLeis à Câmara Municipal,sancionar, promulgar, além depublicá-las e vetá-las. Cabe aoprefeito também convocar aCâmara em casos excepcio-nais.- Intermediar politicamentecom outras esferas do poder,sempre com intuito de bene-ficiar o município.n Atender à comunidade, ou-vindo suas reivindicações eanseios.- Quanto às funções executi-vas, cabe ao prefeito planejar,comandar, coordenar, contro-lar entre outras atividades re-lacionadas com o cargo.- Zelar pela limpeza da cida-de, manter postos de saúde,escolas e creches, transportepúblico entre outras atribui-ções.- Administrar os impostos(IPVA, IPTU, ITU) e aplicá-los da melhor forma.

SEGUNDO TURNOOitenta e um municípios do

país, com mais de 200 mil elei-tores, podem ter que realizarsegundo turno, no dia 28 deoutubro, nas eleições munici-pais de 2012. Todos esses mu-nicípios têm mais de 200 mileleitores.

Das 26 capitais dosEstados, 24 têm maisde 200 mil eleitores e

podem ter segundoturno em outubro

Pela Constituição Federal(inciso II do artigo 29), é ne-cessária a realização de segun-do turno para prefeito quandonenhum dos candidatos ob-tém, em primeiro turno, maisdo que a metade dos votos vá-lidos, ou seja, dos votos dadosexpressamente a todos os can-didatos que concorreram aocargo. Neste caso, disputam osegundo turno os dois candi-datos a prefeito mais votados.As eleições ocorrerão, em pri-meiro turno, no dia 7 de outu-bro e, no caso de segundo tur-no, os eleitores retornarão àsurnas no dia 28 de outubro.

Das 26 capitais dos Estados,24 têm mais de 200 mil eleito-res e podem ter segundo turnoem outubro. As exceções sãoPalmas, no Tocantins, e BoaVista, em Roraima. São Pauloé o Estado com maior númerode municípios com mais de 200mil eleitores, com 23.

Dos 853 municípios mi-neiros 21 tem os prefeitos elei-tos por falta de concorrente.Nestas cidades somente umachapa para prefeito foi inscri-ta para eleição. Municípioscom candidatura única paraprefeito em Minas Gerais: AltoJequitibá, Carmésia, Come-rcinho, Gameleiras, Grupiara,Igaratinga, Jaguaraçu, Jeni-papo De Minas, Jesuânia, Per-dizes, Quartel Geral,Rio Ver-melho, Rodeiro, São GonçaloDo Sapucaí, São José Da Sa-fira, Sericita,Serra Da Sauda-de, União De Minas, VargemGrande Do Rio Pardo,Virgínia, Virgolândia.

CIDADESMINEIRAS TEMCANDIDATOSELEITOS

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7Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

O CÁLCULO PARA SE ELEGERNo dia 7 de outubro, os brasileiros

vão eleger prefeitos e vereadores. Noprimeiro caso, o mais votado sempre éo eleito. No segundo, não é bem as-sim. A definição de quem vai ocuparcada uma das vagas no Legislativo éfeita com base em um cálculo um pou-co complicado para o entendimento damaioria dos eleitores. No Brasil, há achamada eleição proporcional e a ma-joritária. Na proporcional são os votospara deputados e vereadores. Na ma-joritária, são os votos para prefeito.

O Legislativo tem um determinadonúmero de vagas. Então, na eleiçãopara vereador, também chamada deproporcional, apura-se quantos votoscada partido teve e são atribuídas ca-deiras a esses partidos proporcional-mente aos votos obtidos. Tem-se, en-tão, o quociente partidário. Conforme

o Código Eleitoral, cada partido vaieleger os mais votados preenchendo asvagas que ele tem direito com base nocálculo do quociente partidário. Os lu-gares que sobrarem serão definidoscom base em outro cálculo do qual so-mente os partidos que atingiram o quo-ciente eleitoral podem participar.

Então, temos que calcular o quoci-ente partidário e o quociente eleitoral.Abaixo, um exemplo para facilitar oentendimento de uma eleição hipoté-tica.- Município: Netuno- Eleitores: 5200- Votos válidos: 5.000- Brancos e Nulos: 200- Partidos (Legendas) que participaramda eleição: FPL - FF - TNT - PC -VV.

Votos válidos: 5000. Esse núme-ro deve ser dividido por 9, que é onúmero de vagas no Legislativo. O re-sultado é 555,55, ou seja, o quocien-te eleitoral de Netuno é 556.

FPL: 1800 votos divididos peloquociente eleitoral 556 resulta em 3,24 vagas, ou seja, 3 vagas para os 3mais votados do partido – arredonda-mento para baixo. Nesse momento jápodem se considerar eleitos: Manu-el 500 votos, João 400 votos e Fafa300 votos.

FF: 610 votos divididos por 556igual 1,09 vaga - 1 vaga para o maisvotado do partido - Eleito: Maurocom 400 votos.

TNT: 1705 votos divididos por556 igual 3,07 – 3 vagas - Eleitos:Pereira com 600 votos, Kaka com400 votos e Silveira com 5 votos.

PC: 560 divido por 556 igual1,007 - 1 vaga - Eleito: Lilo com560 votos.

VV: 315 votos dividido por 556igual 0,566 - 0 vagas.

Neste caso, apesar de o candidatoTata ter uma boa votação, o VV ficousem vereador, enquanto Silveira, com5 votos, se elegeu. Isso aconteceu por-

que o partido teve uma votação baixae não conseguiu atingir o quocienteeleitoral, que é de 556.

Agora, é necessário ver se os elei-tos preenchem todas as vagas. So-mando 3 vagas do FPL, 1 vaga doFF, 3 vagas do TNT e uma vaga doPC temos 8 vagas preenchidas. So-brou uma, portando, para fechar as 9vagas. Para saber quem fica com aúltima vaga, é necessário mais umcálculo e somente participam da dis-puta os partidos que atingiram o quo-ciente eleitoral, que neste caso é de556. O VV, então, está fora, pois ob-teve apenas 315 votos.

Para ser apurado quem fica com avaga é feito o cálculo das médias outambém chamado de distribuição dassobras das vagas. Para isso, pega-seo número de votos do partido (legen-da) e divide-se pelo número de vagasque ele obteve (quociente partidário)e o resultado é acrescido de 1. O par-tido que alcançar a maior média, ficacom a vaga. No caso de haver maisde uma vaga, o cálculo é refeito atéque todas sejam preenchidas. Nestenovo cálculo, depois de ser preenchi-da a primeira, o partido que ficou comela tem o seu quociente eleitoral (nú-mero de vagas) aumentado e, portan-do, sua média será menor.

EXEMPLO DE ELEIÇÃO:

FPL: Legenda 300 votos - Pedrão200 votos – João 400 votos - Manuel500 votos - Titi 100 votos – Fafa 300votos - Total do partido 1800 votos.

FF: Legenda 05 votos - Mauro 400votos – Pedro 100 – Tuti 105 votos -Total do partido 610 votos.

TNT: Legenda 400 votos – Perei-ra 900 votos- Kaka 400 votos - Sil-veira 5 votos – Total 1705 votos.

PC: Lilo 560 votos - Padrinho 10votos. Total 570 votos.

VV: Tata 315 votos - Total 315.

Número de vagas: 9

Se fosse uma eleição majoritária,como é para prefeito, os eleitos seri-am os mais votados: Pereira - Lilo -Manuel - Kaka - João - Mauro - Tata– Fafa - Tuti. Como é para vereador,ou seja, eleição proporcional, algunscálculos precisam ser feitos e nestecaso o mais votado não está eleito.

Isso significa que alguém com menosvotos pode se eleger. Para o cálculoser feito, primeiro são somados osvotos de todos os candidatos do par-tido (legenda) e mais os votos queforam dados somente ao partido – oeleitor pode votar em um candidato avereador, mas se não tiver um, podevotar no número do partido.

Agora, para definir quem são oseleitos em cada partido, primeiro é ne-cessário calcular o quociente eleito-ral. Ele é calculado da seguinte for-ma: pega-se o número de votos váli-dos e divide-se pelo número de cadei-ras no Legislativo. Deve haver um ar-redondamento. Se o resultado tiveruma fração até 0,5 é arredondado parabaixo e se for acima de 0,5, é arre-dondado para cima. Depois de sabero quociente eleitoral é necessário cal-cular o quociente partidário para serapurada quantas cadeiras cada parti-do terá. Para isso são somados os vo-tos da legenda e de seus candidatos eé feita uma divisão pelo quocienteeleitoral.

VOTAÇÃO

EXEMPLO DE NETUNO,ONDE FALTA UMA VAGA

FPL: 1800 dividido por 4 (3 vagas + 1): média de 450

FF: 610 dividido por 2 ( 1 vaga + 1): média de 305

TNT: 1705 dividido por 4 ( 3 vagas + 1): média de 426,25

PC: 560 dividido por 2 ( 1 vaga + 1): média de 280

Nesta eleição hipotética, o FPL com maior média tem direto a mais uma vaga. Eleito: Pedrão 200 votos

Quando há coligação, a união de dois ou mais partidos, a votação destes é somada criando um único quociente, como se fosse um partido só.

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8 Jornal COMUNIDADE EM AÇÃO - Suplemento IN

Onde está a oposição?

Com 16 anos de existência, o municípiode Mato Queimado,

no noroeste do Rio Grande doSul, nunca passou por uma dis-puta eleitoral para a prefeitu-ra. Desde a primeira eleiçãomunicipal, em 2000, nuncahouve dois candidatos ao car-go de prefeito, restando aoconcorrente único apenascumprir a formalidade e assu-mir o comando do município.

A cidade, situada a 480 qui-lômetros de Porto Alegre, temapenas 1,8 mil habitantes, se-gundo o Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística(IBGE), e se emancipou-se em1996 de Caibaté. Desde então,adotou um modelo políticosingular. Segundo o prefeitoOrcelei Dalla Barba, antes daseleições as lideranças políticasdos quatro partidos existentesna cidade (PT, PMDB, PTB ePP) se reúnem e decidemquem vai governar o municí-pio.

O escolhido é inscrito, en-tão, como candidato únicopara disputar as eleições mu-nicipais. Além disso, nuncahouve qualquer candidato deoposição na disputa pelas novevagas da Câmara Municipal.Os vereadores sempre dispu-

Para o pesquisador Geraldo Tadeu Monteiro,

diretor do Instituto Universi-tário de Pesquisas do Rio deJaneiro (Iuperj), a falta da exis-tência de oposição política emMato Queimado é realmenteum problema para a democra-cia.

“Nos municípios onde hámaior competição política,abre-se espaço para que osproblemas sejam debatidos deforma mais aberta. Quantomaior a competitividade dosistema, melhor para a popu-lação, para que o poder públi-co sofra mais pressão, fiscali-zação e vigilância. Isso é umaregra geral”, explicou.

Segundo ele, a inexistênciade uma oposição na Câmarados Vereadores torna a situa-ção ainda mais problemática.“A função das oposições nosregimes democráticos é mui-to de fiscalizar e criticar asações do governo, exercendocerta função de controle sobreo poder. E se o sistema nãopermite a existência da oposi-ção, ele continua operando demodo próprio, sem nenhumcontrole da população, que fa-vorece todo tipo de arranjo.”

O município de Mato Quei-mado tem uma economia ma-

joritariamente agrícola e umÍndice de DesenvolvimentoSocioeconômico (Idese), de0,739 (segundo dados de2009). O índice, medido pelaFundação de Economia e Es-tatística do Rio Grande do Sul,avalia a educação, a saúde, arenda e o saneamento de cadaum dos 496 municípios gaú-chos.

O Idese de Mato Queima-do, que está abaixo da médiaestadual de 0,776, coloca omunicípio na 132ª posição.Mesmo comparando apenascom os 11 municípios da mi-crorregião de Cerro Largo,onde se situa a cidade, o Idesede Mato Queimado está abai-xo da média, de 0,757, e é ape-nas o sétimo colocado, atrás deCaibaté, que tem índice de0,746.

Segundo a prefeitura, o mu-nicípio tem quatro escolas pú-blicas (sendo duas municipais)e cinco postos de saúde. Deacordo com o IBGE, das 620casas do município, 601 sãoconectadas a uma rede deabastecimento de água e 615têm energia elétrica. O Produ-to Interno Bruto (PIB) per ca-pita alcança R$ 13.431, e arenda média per capita nas fa-mílias, R$ 573.

Um problema sériopara a democracia

tam sob uma coligação única,que envolve os quatro parti-dos. O prefeito explica que aideia de se ter um consenso emtorno de uma única candida-tura vem desde a época em queMato Queimado buscava aemancipação.

“Tinha-se um histórico domunicípio mãe [Caibaté] e nosmunicípios da região haviamuita disputa política, de mui-ta desavença entre as comuni-dades em função da disputapolítica. Queríamos construiralgo diferente. Juntamos as li-deranças partidárias e entra-mos em um consenso. E estajá é a quarta eleição na formaconsensual, onde não há riva-lidade política e onde há res-peito mútuo entre os partidos”,explicou Orcelei Dalla Barba.

Segundo ele, o processo deescolha do candidato únicoestá aberto à população e res-saltou que 40% do eleitoradolocal são filiados a algum par-tido político. Segundo o Tri-bunal Regional Eleitoral doRio Grande do Sul (TRE/RS),apenas 8% dos eleitores dei-xaram de votar nas eleiçõesmunicipais de 2008 e 10%votaram nulo ou em branco –o que demonstra que 82% doseleitores compareceram às ur-

nas e apoiaram seu nome, ex-plica. Nas duas eleições ante-riores, a maioria da populaçãotambém havia votado em seuantecessor, Nelson Hentz, quetambém será seu sucessor, poisé o único a disputar as eleiçõesdeste ano.

“Existe um percentual pe-queno da população, de pes-soas que entendem que deve-ria se ter uma abertura e umaoportunidade de escolha comdois ou mais candidatos”, dis-se Dalla Barba. Segundo ele,caso algum eleitor não estejasatisfeito, existe a possibilida-de de concorrer por outro par-tido.

Para o paranaense FlavioArtur Birck, de 41 anos, pro-prietário de um posto de gaso-lina na cidade, esse é um mo-delo político ideal, porque nãohá brigas entre os políticos e acidade funciona bem. “É mui-to bom. Somos um lugar pe-queno. Não sei se existe outromunicípio no país que faz oque a prefeitura daqui faz pelocontribuinte”, conta ele quemora em Mato Queimado des-de 1981,.

Em relação aos vereadores,o morador conta que é comumos candidatos fazerem campa-nha batendo de porta em por-ta. Nesta eleição, são 12 can-didatos para 9 vagas. Todos damesma coligação, “União porMato Queimado.”

Já José Ori Paiva, que nas-ceu na área onde hoje é MatoQueimado há 45 anos e traba-lha na Câmara Municipal, con-corda que o consenso em tor-no de uma candidatura é be-néfico porque evita rachas po-líticos que possam prejudicara comunidade, mas pondera.“Politicamente, se perde umpouco da democracia. Talveznão seja da vontade de todosos moradores ter o candidatotal a prefeito. Depois de aber-to, livre [o processo], poderiater outros candidatos.”

Prefeitura de Mato Queimado

O candidato único Nélson Hentz (PP) com o prefeitoOrcelei Dalla Barba