jornal bem estar zona sul março 2012

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Ter a capacidade de se auto-observar quando se está ruminando demasiadamente as coisas é o primeiro passo para conseguir frear as “rajadas” mentais que nos alheiam da realidade. PENSAMENTOS REPETITIVOS JORNAL DE COLEÇÃO • Ano 4 • nº 42 • MARÇo 2012 • 10.000 ExEMp. • TEl. (51) 3268.4984 • ZONA SUL D i s t r i b ui ção gr a t u i t a AMOR ANIMAL! Por que gostamos tanto dos cachorros? DESLEIXO QUE MATA Infecções hospitalares causam cem mil óbitos por ano no Brasil LIÇÕES DE VIDA Devemos investir nossa energia em nos tornar a pessoa que já somos

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Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

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Page 1: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

Ter a capacidade de se auto-observar quando se está ruminando demasiadamente as coisas é o primeiro passo para conseguir frear as “rajadas” mentais que nos alheiam da realidade.

PENSAMENTOS REPETITIVOS

Jornal de Coleção • Ano 4 • nº 42 • MARÇo 2012 • 10.000 ExEMp. • TEl. (51) 3268.4984 •

zonasul

Distribuição gratuita

amor animal!

Por que gostamos tanto dos cachorros?

Desleixo que mata

infecções hospitalares causam cem mil óbitos

por ano no Brasil

liÇÕes De ViDa

Devemos investir nossa energia em nos tornar a

pessoa que já somos

Page 2: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

Lições de Vida

A dançaO riah Mountain Dreamer, autora de O Convite nos mostra no seu segundo li-

vro como descobrir nossa natureza essencial. não devemos investir nos-sa energia em mudar, mas sim em nos tornarmos plenamente a pes-soa que já somos. A chave é enten-der que quem somos é o suficiente.

“Eu lhe mandei meu convite, a nota inscrita na palma da minha mão pela cha-ma da vida. Não dê um salto gritando: Sim, é isso que eu quero! Vamos em fren-te! Apenas se levante em silêncio e dan-ce comigo.

Mostre-me como você segue seus desejos mais profundos, descendo em espiral em direção à dor dentro da dor, e lhe mostrarei como eu me volto para dentro e me abro para fora para sentir o beijo do Mistério, doces lábios sobre os meus, todos os dias.

Não me diga que você quer encerrar o mundo inteiro no seu coração. Mostre-me como você evita cometer outra fal-ta sem se desesperar quando sofre uma agressão e tem medo de não receber amor.

Conte-me uma história sobre quem você é, e veja quem eu sou nas histórias que estou vivendo. E juntos nos lembra-remos que cada um de nós sempre tem

Não devemos investir nossa energia em mudar, mas sim em nos tornarmos plenamente a pessoa que já somos.

uma escolha.Não me diga

que as coisas se-rão maravilhosas... um dia. Mostre-me que você é capaz de correr o risco de fi-car completamente em paz, totalmente à vontade com a ma-neira como as coi-sas são neste exa-to momento, e também no momento se-guinte, e no se-guinte...

Já ouvi histórias demais sobre a audácia heróica. Conte-me como você desmorona quando esbarra no muro, o lugar que você não pode transpor pela força de sua vontade.

O que conduz você para o outro lado

desse muro, para a frágil beleza da sua con-dição humana?

E depois de mostrarmos um ao outro, como definimos e

mantivemos os limites cla-ros e saudáveis que nos

ajudam a viver lado a lado um com o ou-

tro, vamos correr riscos de lem-brar que nun-ca deixamos de amar em silên-cio aqueles que

um dia amamos em voz alta.Leve-me para os lu-

gares do planeta que ensinam você a dançar, os lugares onde você pode correr o risco de deixar o mundo partir seu coração, e eu conduzirei você aos lugares onde a terra debaixo dos meus pés e as es-trelas no céu fazem meu coração ficar intei-

ro de novo, e de novo.Mostre-me como você cuida dos ne-

gócios sem deixar que eles determinem quem você é. Quando as crianças estão alimentadas, mas as vozes internas e as externas gritam que os desejos da alma têm um preço alto demais, vamos lem-brar um ao outro que o que importa não é o dinheiro.

Mostre-me como você oferece ao seu povo e ao mundo as histórias e as canções que você quer que os filhos de nossos filhos recordem, e eu revelarei a você como eu me empenho, não para mudar o mundo, mas para amá-lo.

Sente-se do meu lado e compartilhe comigo longos momentos de solidão, co-nhecendo tanto a nossa absoluta solitude quanto o nosso inegável pertencer.

Dance comigo no silêncio e no som das pequenas palavras cotidianas, sem que eu me responsabilize no fim do dia por nenhum de nós dois.

E quando o som de todas as declara-ções das nossas mais sinceras intenções tiver desaparecido no vento, dance comi-go na pausa infinita antes da grande ina-lação seguinte do alento que nos sopra a todos na existência, sem encher o vazio a partir de dentro ou de fora.

Não diga ´Sim!´.Pegue apenas a minha mão e dance

comigo.”

Renato GuarigliaEditores - Zona Sul

Fábio FerreiraArte Final

Renato GuarigliaComercial

Impressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) 3268.4984

zonasul@

jornalbemestar.com.br

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

PORTO ALEGRE ZONA SUL

CENTRAL BEM ESTAR

Ralph VianaEditor GeralÉrico VieiraDiretor de RelacionamentoMax BofDiretor AdministrativoFábio FerreiraJaqueline BicaDiagramação CentralMelva G. MachadoAtendimento

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) Ma-terial: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY tODAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

Informes publicitários, textos e colunas assi-nadas não correspondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

Informações de Qualidade

e-mails

Envie seu comentário para: zonasul @ jornalbemestar.com.br

Gratos

O BEM ESTAR é excelente! É em-preendedor e nos prende com assun-tos interessantes que nos ensinam mui-to com uma linguagem simples. Abor-da fatos e curiosidades do nosso coti-diano, auxiliando-nos em bem-estar e qualidade de vida.

Adriana Becker

Toda vez que encontram o jornal BEM ESTAR, normalmente em hotéis, devoro o mesmo através das matérias interessantes e com dicas aplicáveis em nossa vida. Parabéns!

Solange Volpato

Adoro! BEM ESTAR é o único jor-nal que consigo ler na íntegra, pois é todo interessante, com matérias que já me ajudaram muito a entender os de-safios da vida. Parabéns.

Juliana Ricciardi

Sou leitor há muitos anos do BEM ESTAR e sempre tento passar as coisas muito boas que são as matérias por vo-cês veiculadas. Continuem assim, pois precisamos de gente altruísta em nos-so jornalismo. Parabéns!

Roberto de Souza

O medo ao fracasso – ou ao êxito – faz com que muitas pessoas escolham atitudes retraídas, que só prejudicam sua vida. A ansiedade pode também nos

estimular a enfrentar situações e a crescer.

LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

UMA VIDA PLENA EXIGE BOAS INFORMAÇÕES

BEM ESTARBEM ESTARPessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.

Page 3: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

3 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR editorial

Q ueridos leitores, vocês com certeza já devem ter escutado a frase ‘não existe almoço grá-

tis’, muito usada no mundo empresarial, significando que aqueles famosos almo-ços de negócios estão sendo pagos de al-guma forma e por alguém.

No nosso caso, de um jornal de dis-tribuição gratuita, a premissa também é verdadeira, ou seja, embora ele chegue até suas mãos gratuitamente, alguém está pagando para que isso aconteça, e este alguém, é o nosso anunciante, ou me-lhor nossos parceiros anunciantes. Sem eles nada disso seria possível e nunca nos cansamos de agradecer a cada um deles, e hoje fazemos este agradecimento pu-blicamente.

O BEM ESTAR é o jornal de qualida-de de vida da Zona Sul, e todos aqueles que de alguma forma se preocupam com o tema encontrarão todos os meses ar-tigos relevantes e atuais, mas junto aos nossos artigos, se você olhar para a par-te de baixo da página, encontrará empre-sas que de alguma forma estão apostan-do que você leitor irá retribuir de algu-ma forma o investimento que eles estão fazendo, junto com toda equipe editorial, de levar boas notícias até você, e a retri-buição que eles esperam é serem consi-derados no momento em você for con-sumir. Nossos anunciantes, tal como o jornal, oferecem produtos e serviços de qualidade, e merecem a sua consideração e preferência.

Eles são parte essencial para fazer com que o jornal chegue até você, atra-vés dos mais de 250 pontos de distribui-ção, ou na porta de sua casa, e atualmen-te já são mais de 5.000 domicílios aten-didos assim.

Dentro do BEM ESTAR você en-contrará os melhores produtos e ser-viços da zona sul, mas mais importante do que isso são as pessoas por trás de cada empreendimento. Empreendedo-res que acordam todos os dias pensan-do em como lhe atender bem, como en-tregar qualidade, e aí está a sintonia entre jornal e anunciante, o fator comum que nos une e que faz com que cada um de-les alie sua marca à nossa. Se, por exem-plo, você quiser sair para comer, nossa seção de gastronomia é um verdadeiro ‘guia dos sabores’, onde você tem desde a comida do dia a dia à culinária japone-sa, passando pela italiana, ou a mediter-

NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS

rânea, e até o melhor bauru da cidade. Mas ir no Dudas Bauru e não bater um papo com o Duda, é como ir a Roma e não fa-lar com o Papa, ir no La Sereníssima para saborear as delícias da comida mediterrâ-nea e não conhecer a figura ímpar que é o Bello, é como pedir um Romeu e Julieta sem goiabada, vai sair faltando algo. Comer um sushi no Tokai sem conhecer o Die-go, a Patrícia e o Jorge, é como passear em Ipanema em dia de chuva e sem por do sol. É impossível buscar um pão quentinho na Bassani, sem sair encantado com a simpa-tia da Márcia e da Andreia. Ah, e tem a Jor-dani, com seu maravilhoso galeto, ou um Buffet de dar água na boca, tudo coman-dado pelo Dirceu, um dos tantos parcei-ros que vem com agente desde a primei-ra edição. A Água Doce, com os melhores pratos da culinária brasileira, muito antes do Brasileiríssimo, sob o comando do Pas-qual e da Wanderli. A variedade das pizzas do La Tarantella sob o olhar atento do Jai-me e da dona Rosa. A comida caseira do Ottogrill e o olhar sempre atento a todos os detalhes do João. Agora se você é vege-tariano já pode comer sem precisar ir até o Bonfim, pois a Nataraj surpreende com seus pratos e sabores, criados com esmero pela Juliana. No Manifesto tem até salmão aos domingos.

Quer adoçar a vida ? quem melhor na cidade do que a Armelin ? A Suzana garan-te a qualidade e o capricho.

Agora se você está cansado e preci-sa relaxar, a Evelin no Centro de Terapias Orientais tem as melhores opções quan-do o assunto é massagem, ou procure o Nelson se quiser shiatsu. Quer se harmo-nizar ? A Márcia da Fratino tem tudo que você precisa. Ou faça um reiki, e a Rosau-ra te supreenderá. Ou prefere se movi-mentar, exercitar-se ? São várias opções. Se você optar pelo Pilates pode escolher entre o Janga, e aí procure pelo Ramon ou pelo Gustavo, ou a nova Reavitá com a Pa-trícia ou a Mariana, ou ainda a Prana, a Lu-ana vai deixá-lo encantado, mas se o que

você prefere é um treinamento personali-zado, a Ana Paula vai lhe deixar em forma. Quer malhar num ambiente só para ‘meni-nas’, vá na Tônus e fale com a Camila. Fa-lando de meninas, A Vivaz tem moda ínti-ma especializada em sutiãs sob medida, e a Juliana vai lhe ajudar a encontrar a melhor solução de conforto anatômico para você. Já passou dos 60 e quer malhar ? O Valle-tim é especialista na 3ª idade e ainda bus-ca em casa. Quer bater um bolinha numa quadra de saibro ? A Cristal Tennis tem as melhores, com o atendimento super sim-pático da Roberta. Quer sacudir a poeira e dar a volta por cima ? Vá dançar na Bárba-ra Sampaio. Toda essa atividade deu sede ? chame o Marrone. O carro sujou ? Leva na Carwash e o Madruga vai deixá-lo brilhado.

Quer sentir o sabor da colônia italia-na sem sair da zona sul ? A Colônia Villano-va tem muito mais do que cabe neste espa-ço, e agora a Maria Luiza inova com o ha-ppy-hour. Imperdível. Procurando por uma farmácia de manipulação séria e confiável ? A Verbena é a resposta, e a Clarissa não vai lhe deixar sair sem esclarecer todas as suas dúvidas.

Mas nem só de prazer é a vida e se aproxima o momento do imposto de ren-da, e ter a assessoria correta pode repre-sentar a diferença entre ter que pagar para o Leão, ou ter que receber. O que você prefere ? fale com a Pauleski, o Elomar ou o Marlo vão fazer você economizar dinheiro.

Já se você também é empresário e precisa resolver questões de tributos, ligue para a equipe da Consílio, pois o Gusta-vo, a Fernanda, a Camila e o Ederson vão fazer sua empresa economizar muitos ‘di-nheiros’.

Quer estudar ? aprenda inglês, funda-mental na vida de qualquer pessoa hoje em dia, a Handsup está pertinho de você e a Etienne vai lhe receber de braços abertos, mas se você quer estudar sem sair de casa, a Facsul lhe oferece inúmeros cursos e o prof. Siegmund irá orientá-lo da melhor

forma possível.O dia a dia está gerando preocupa-

ções? os cabelos estão caindo ? A Clini-cap vai resolver e equipe da Jacineli vai lhe proporcionar momentos de puro re-laxamento.

Agora se o negócio é fazer um ‘makeover’, a Bellsner tem os melhores tratamentos para deixá-la mais linda do que nunca.

Ah, já estava quase me esquecendo dos nossos amigos de estimação. A Plan-tar tem tudo que você precisa e a Jane está sempre ali para ajudar. A Farmapet também é uma excelente opção e a Dan-nielle saberá lhe orientar naquilo que for melhor para seu pet. Já em Ipanema a Pe-tPoá tem até gatil com solário, e a Mi-cheli garante muito carinho para seu ani-malzinho.

Ufa ! Pensei que não terminaria a tempo de fechar a edição, mas cada li-nha escrita tem meu agradecimento es-pecial a todos vocês, queridos anuncian-tes do BEM ESTAR ZONA SUL. Meu prazer em fazer o jornal todos os me-ses está diretamente relacionado a nos-sa parceria, e a vocês, queridos leitores, que demonstram através de seus emails, comentários e acima de tudo na rapidez com que as edições se esgotam nos pon-tos de distribuição.

Se você leitor acredita que Fazer o Bem Faz Bem, escolha agora, aleatoria-mente, qualquer um dos nossos anun-ciantes e ligue para ele, mas tem que ser AGORA, não deixa para depois, e sim-plesmente agradeça-lhe por ele ajudar neste esforço de levar o jornal até suas mãos. Faça-o saber que você está gra-to por ele acreditar que podemos mu-dar nosso universo ao divulgar boas notí-cias. Mostre-lhe que você está grato pelo presente que ele lhe proporciona a cada mês. E quando for fazer suas opções de compra, valorize os nossos anunciantes.

E para você empresário que ainda não está no BEM ESTAR, está esperando o quê ? Coloque sua empresa na frente de 10.000 leitores fiéis todos os meses.

Para finalizar meus agradecimentos àquelas pessoas anônimas que fazem o jornal acontecer mensalmente, e o Fábio Ferreira é uma dessas pessoas. Seu Fabi-nho e sua criatividade e paciência. Obri-gado.

O Anderson e sua equipe de dis-tribuição, vitais para que os jornais che-guem até vocês em tempo, faça chuva ou faça sol. E o meu amigo Mário, incansável na busca de novos anunciantes.

Por último, mas não menos impor-tante, meu agradecimento especial para minha mulher Carla Marcello, que além de leitora é quem me incentiva quando o cansaço bate e ainda falta muito para fe-char a edição, e que em muitos sábados e domingos está ao meu lado, enquanto trabalho para que a próxima edição saia ainda melhor.

Renato Guariglia Editor Bem Estar Zona Sul

Dentro do BEM ESTAR você encontrará os melhores produtos e serviços da zona sul, mas mais importante do que isso são as

pessoas por trás de cada empreendimento

Se você leitor acredita que Fazer o Bem Faz Bem, escolha

agora, aleatoriamente, qualquer um dos nossos

anunciantes e ligue para ele, mas tem que ser AGORA, não deixa para depois, e

simplesmente agradeça-lhe por ele ajudar neste esforço de

levar o jornal até suas mãos.

Page 4: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

BEM ESTAR • Nº 42 • Março 2012 • 4

Há 26 anos o Brasil criou sua pri-meira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), liga-

da ao Ministério da Saúde. Mas após to-dos esses anos o país ainda não tem dados sobre quantas pessoas morrem anualmen-te por conta dessas infecções, nem sabe o índice de infecção que seria aceitável, por exemplo, na UTI, no berçário ou para do-entes que estejam com pneumonia.

No entanto, informações retiradas de estudos realizados por todo o país pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números verdadeiramen-te alarmantes: em média, 80% dos hospi-tais brasileiros não fazem o controle ade-quado, o índice de infecção hospitalar va-ria entre 14% e 19%, podendo chegar, de-pendendo da unidade, a 88,3%, e cem mil pessoas morrem por ano por conta das infecções. A Organização Mundial da Saú-de (OMS), por sua vez, estima que as in-fecções hospitalares atinjam 14% dos pa-cientes internados no país.

Segundo Edmundo Machado Ferraz, fundador e presidente da comissão de controle de infecção hospitalar do Hos-pital das Clínicas da UFPE e consultor da

Desleixo que MataSEM cONtROLE EFIcIENtE, INFEcÇÕES hOSPItALARES cAUSAM cEM MIL óBItOS POR ANO NO BRASIL.

“O país tem mais de sete mil hospitais e eu diria que só 1% tem um programa de biossegurança rotineiro.”

onde o paciente estiver. Esse problema só se resolve com transparência. É pre-ciso saber o que acontece nas unidades, com processos controlados por protoco-los. Não pode ter segredo. Tem que sa-ber se o profissional se esqueceu de lavar as mãos corretamente, se o paciente fez uso inadequado de antibiótico.

A presidente da Associação Nacional de Biossegurança (Anbio), Leila dos San-tos Macedo diz que “o risco não pode ser eliminado totalmente, mas é possível blo-queá-lo para que chegue perto de zero”. Segundo ela, “O paciente internado está suscetível”. E infelizmente o cumprimen-to das normas de higiene é aquém do es-perado. A gente vê profissionais de jale-co no refeitório, e aí eles levam agentes de risco para fora e trazem outros para o hospital. Outros não lavam as mãos cor-retamente ou não usam máscaras. Em muitas unidades, a troca de filtro do ar-condicionado não é feita frequentemen-te ou existe alta rotatividade dos profis-sionais de limpeza, e aí o pano de chão é usado em mais de uma enfermaria. O País tem mais de sete mil hospitais e eu diria que só 1% tem um programa de biosse-gurança rotineiro.

OMS, “não sabe-se ao certo quantos mor-rem por infecção ou por outros fatores. No que se refere às comissões, cada hos-

pital tem a sua, e a grande maioria funcio-na burocraticamente. Então, o índice de infecção hospitalar depende da unidade

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5 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR

D eve-se atribuir particular importância ao comporta-mento das pessoas em po-

sição de poder e de autoridade. Isso faz com que o comportamento de altos funcionários do governo seja particularmente importante no es-tabelecimento de normas em conduta de toda a nossa so-ciedade.

Escrevendo em 122 A.C., os autores Hui-Nan Sui expuseram o problema da seguinte maneira: “Se a guia estiver certa, a madei-ra será reta, não porque se fez algum esforço especial, mas porque aquilo que ‘diri-ge’ faz com que assim seja”.

Da mesma maneira, se o diri-gente for sincero e íntegro, funcio-nários honestos servirão em seu go-verno e os velhacos se esconderão, mas se o dirigente não for íntegro,

os perversos farão o que querem e os leais se afastarão.

prêmio nobel de Economia, indiano

O filme de sua vidacOMO VOcê IMAGINA qUE SERIA UM FILME SOBRE SUA VIDA? NO SEU úLtIMO

MOMENtO VOcê O VERá. PORtANtO, cAPRIchE NA SUA AtUAÇãO, AGORA.

Paulo andré Bueno

D iversos rela-tos das cha-madas “expe-

riências de quase-mor-te”, assim como um sem número de mensa-gens mediúnicas da lite-ratura espírita, nos in-formam que no limiar do último suspiro ve-mos os atos de nossa vida inteira passando como um filme, numa fração de segundos, pe-rante nossos olhos.

Pelo que se conclui de tais relatos, podemos afirmar que cada um de nós é, ao mesmo tempo, diretor, pro-dutor, ator principal e expectador de tal fil-me, pois veremos somente aquilo que fize-mos, pensamos e sentimos ao longo de nos-sa vida.

Isso leva à inevitável pergunta: como

A posição de poderALGO BEM FácIL DE cOMPREENDER:

qUEM GUIA Dá O cAMINhO DA REtIDãO.

amartya Sem

você quer que seja o filme de sua vida? Você quer que seja um fil-me sem profundidade, no qual o espectador (você mesmo) ao ter-minar de vê-lo pouco ou nada tenha apren-dido? Ou quer que o ator principal seja um personagem de atos nobres, de altruísmo e compaixão, que faça o espectador se emocio-nar pela beleza das ati-tudes?

Nesse filme, cada dia é uma tomada e, como diretor e ator principal, competirá a você optar, dentro de seu livre arbítrio, pelo melhor script, não sendo necessário grandes fortunas típicas de grandes produções para que, ao final, o filme seja belo, emocionante, profundo e enriquecedor.

Page 6: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

BEM ESTAR • Nº 42 • Março 2012 • 6

POR QUE GOSTAMOS DE CACHORROS?

Bicho de Estimação

O apego emocional que temos com os cães é enorme. Pesquisadores constru-íram um questionário contendo frases

que indicavam níveis de apego com um cachor-ro de estimação, como, por exemplo, carregar a fotografia do cachorro, deixá-lo dormir em sua cama, frequentemente falar e interagir com ele, e defini-lo como um mem-bro da família.

Os dados indicaram altos níveis de apego entre do-nos e seus cachorros. Quase a metade definia seu cachorro como um membro da família, 67% carregava uma fotografia dele em sua carteira, 73% deixava eles dormirem em sua cama e 40% comemorava o aniversário do cachorro. As mulheres apresentaram um apego mais for-te com seus animais do que os homens. Em outro estudo os entrevistados concordaram

com itens tais como ver o animal como uma im-portante parte de suas vidas e como aquele que promove um senso de conforto.

Relatos sobre as reações à perda de um ani-mal de estimação também mostram como é for-te o apego desenvolvido. O pesar de perder um

animal de estimação pode ser igual ao custo de perder uma pessoa amada. O processo de

luto envolve angústia, pensamentos e senti-mentos que acompanham o lento proces-so de se despedir de uma relação estabe-

lecida. Estudos indicam que há claros para-lelos entre as variadas reações que as pesso-

as apresentam seguidamente à perda de um animal de estimação àquelas senti-das por uma perda de um relaciona-

mento entre humanos.

BENEFÍCIOS DA RELAÇÃONão por acaso há uma vasta litera-

tura falando sobre os benefícios na saúde fisiológica e psicológica que

POR QUE GOSTAMOS DE CACHORROS?

Alguns interessantes estudos comprovam a força de nossa relação com eles.

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Page 7: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

7 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR

os animais nos proporcionam. Por exem-plo, menor incidência de doenças cardio-vasculares, redução dos níveis de triglicé-rides, colesterol e pressão sanguínea, me-lhor recuperação e maior taxa de sobrevi-vência a infartos do miocárdio, menor inci-dência de doenças, diminuição das reações típicas do estresse, maior bem-estar psico-lógico, maior taxa recuperação de doenças psiquiátricas e aumento do cuidado pessoal e da autoestima.

Além disso, cães treinados são ampla-mente utilizados na assistência de pessoas com deficiências e idosos. Ou seja, possuir um animal de estimação pode fazer muito bem a seu dono.

Um aspecto interessante é olhar para as características faciais e comportamentais dos cães: face rechonchuda, movimentos desajeitados, testa larga, olhos expressivos. Há tempos estudiosos do comportamento humano sabem que tendemos a responder de uma forma parental a certas caracterís-ticas faciais e corporais encontradas em be-bês humanos. Isso quer dizer que sentimos vontade de cuidar e proteger seres que apresentem essas características, que são típicas dos bebês humanos. Por isso somos facilmente atraídos por personagens de de-

“A relação emocional com os cães pode ser considerada como substituta àquelas que

se têm com um cônjuge ou com os próprios pais.”

JOSE

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senho animado como o Piu-piu, o Dum-bo e o Mickey, gostamos de acariciar brin-quedos como ursos de pelúcia, e nos atra-ímos tanto por animais a quem muitas ve-zes tratamos como bebês – os cachorros, por exemplo.

Há estudos que apontam que a relação emocional com os cães pode ser conside-rada como substituta àquelas que se têm com um cônjuge ou com os próprios pais. Foi feita uma pesquisa intercultural sobre animais de estimação e se encontrou que os animais servem a uma variedade de pa-péis além do de “filho”. O cachorro parece

suprir, em muitos casos, uma necessidade emocional. Ele pode ser uma fonte de se-gurança, e quando as pessoas se sentem an-siosas o cão pode ter um efeito calmante. Assim, a natureza do laço entre humanos e cães contém um forte elemento de segu-rança, e ele pode substituir a companhia de um outro humano.

Enfim, no âmbito de nossas vidas um grande amigo.

Adaptado do original

‘Por que gostamos de cachorros?’ publicadona revista ‘Psique Ciência & Vida’, Editora Escala

Page 8: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

matéria de Capa

Às vezes, quando algo nos preocupa, em vez de analisar de forma construtiva e buscar soluções, aumentamos a questão

em nossa mente e ficamos repetindo pensamentos indefinidamente. Ficamos dando voltas sobre o mesmo – inquietudes e preocupações –

como se estivéssemos sido invadidos por algo que nos esgota e que dói quando não conseguimos nos livrar.

núria Berlanga

©ISTOCKPHOTO.COM/JACOB WACKERHAUSEN

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GUARDE E cONsULtE sEMPRE!

Page 9: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

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matéria de Capa

“Por que não disse isso...?” “O que ele quis me dizer com aquilo...?”. Cenas que se repetem com vidas próprias. Sermos capazes de nos observar quando estamos ruminando demasiadamente as coisas é o primeiro passo para conseguir frear as “rajadas” mentais que nos alheiam da realidade. Sim, é possível aprender a estancar os pensamentos obsessivos. Nas matérias a seguir algumas boas indicações.

O BEM EstAR é oferecido gratuitamente em mais de 250 pontos de distribuição.É também entregue em mãos de empresários, profissionais liberais, comerciantes,

agentes culturais, educadores etc.

O BEM EstAR é distribuído em locais selecionados, frequentados por um público especial, de ótimo poder aquisitivo, e exigente com relação à qualidade do que escolhe.

ANUNcIE (51) 3268.4984

Nos melhores LugaresNos melhores Lugares

Page 10: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

BEM ESTAR • Nº 42 • Março 2012 • 10matéria de Capa

“Quando pensamos excessivamente, damos voltas e voltas em nossos pensamentos e sentimentos.

O resultado? O mesmo que acontece com a massa: depois de amassada tem o dobro do volume inicial; os pensamentos negativos se expandem, crescem e

se apoderam de todo o espaço de nossa mente.”

Por isso não é de se estranhar que muitos os que praticam corridas depois de uma esgotadora jornada de trabalho cheia de preocupações, sentem-se bem, como se tivessem descarregados a mente na piscina ou nas pistas, saindo mais calmos e tranquilos.

Isso acontece porque o esporte não só nos ajuda a reduzir o estresse e acalmar a ansieda-de, como também melhora nosso estado de ânimo. E isso tem uma explicação científica: vários estu-dos demonstraram que o exercício físico aumenta a secreção de serotonina e endorfina, substâncias que elevam o estado de ânimo. Algo que explicaria porque, muitas vezes, após fazer exercícios temos uma visão mais positiva sobre nossas preocupa-ções e somos mais capazes de encontrar soluções.

Dentre as muitas atividades que podemos realizar para evitar cair

nos blocos de pensamentos inquietantes e repetitivos, os exercícios são, sem dúvida, uma das melhores opções.

Os benefícios dos exercícios

O exercício em grupo é especialmente recomen-dável, pelo fato de também socializar, o que nos aju-da a sair de nosso interior e a ter uma outra pers-pectiva sobre nossas preocupações. E se tu não és um fanático das atividades físicas, dar um bom pas-seio ou fazer uma limpeza profunda da casa tam-bém são ótimos exercícios.

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©ISTOCKPHOTO.COM/STíGUR KARLSSON

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GUARDE E cONsULtE sEMPRE!

Page 11: Jornal Bem Estar Zona Sul março 2012

11 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR

“O pensamento obsessivo não é produtivo. Não tem conclusão proativa e se retroalimenta.

É um pensamento aparentemente racional, mas as pistas e argumentos que utiliza são mais fictícios que

reais. A base deles são emoções contidas, que não se expressaram devidamente e que, por isso, geram

tentativas de ‘descarga’ através da ação mental.”

a

matéria de Capa

©ISTOCKPHOTO.COM/GREG801

DIA DA MULHER GANHA HOMENAGEM DE CINEMA DO PASEO ZONA SUL

O Paseo Zona Sul surpreende novamente ao celebrar de forma diferenciada e divertida uma data comemorativa não explorada no calendário tradi-cional dos shoppings centers. No Dia Internacio-nal da Mulher, comemorado em 8 de março, será realizada uma sessão gratuita de cinema ao ar livre em homenagem a todo elenco feminino que colo-re e alegre o cenário do Paseo. E o O filme escolhi-do é o sucesso Comer, Rezar e Amar, protagoni-zado por Julia Roberts. “Queríamos promover algo que fosse diferente do que é feito no comércio. En-tão unimos o prazer de uma boa sessão de cinema ao ar livre com uma história ligada ao universo fe-minino,” conta Paula Barbosa, analista de marketing do Shopping.

Baseado em uma história real, Julia Roberts vive uma mulher recém divorciada que sai da zona de conforto, arriscando tudo para mudar a sua vida, embarcando em uma jornada de autoconhecimen-to ao redor do mundo. Nas viagens, ela descobre o prazer da gastronomia na Itália, o poder da oração na índia, a paz interior e o equilíbrio de um verda-deiro amor em Bali.

A exibição especial será na quinta-feira, 8/03, às

20h, e contará com apresentação da escritora e edi-tora cultural da Zero Hora, Claudia Laitano. Neste dia, o Paseo vai presentear a todos com isenção no estacionamento.

O Paseo Zona Sul está aberto todos os dias, das 10h às 22h. E está localizado na Av. Wenceslau Escobar, 1823.

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O Paseo Zona Sul é o primeiro shopping cen-ter a céu aberto de Porto Alegre. Um lugar inspi-rado nos charmosos comércios de rua de algumas das maiores cidades da Europa, combinando a di-versidade de um shopping center, a liberdade de um passeio ao ar livre e a tranquilidade que somen-te a natureza é capaz de proporcionar. Conta com um mix de 40 lojas e tem a chancela da Goldsztein Patrimonial. Localizado na Av. Wenceslau Escobar, 1823, em Porto Alegre, o empreendimento possui, estacionamento coberto para mais de 170 veículos, além de setor de facilidades, praça gourmet com di-versas opções gastronômicas, entre restaurantes e cafeterias.

O FILME cOMER, REzAR E AMAR tERá EXIBIÇãO AO AR LIVRE, EM SESSãO GRAtUItA E cOM ISENÇãO DO EStAcIONAMENtO PARA tODOS NO DIA 8 DE MARÇO, A PARtIR DAS 20h.

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BEM ESTAR • Nº 42 • Março 2012 • 12

No livro ‘Mulheres que pensam de-mais”, Susan Nolen-Hoeksema nos ofe-rece os resultados de um estudo realiza-do com 1.300 pessoas escolhidas aleato-riamente. Dentre elas, 73% dos jovens e 52% das pessoas de meia-idade haviam vi-vido experiências de pensamentos excessi-vos. Por outro lado, só 20% dos maiores de 65 anos poderiam se classificar como pes-soas com tendência a pensar demasiado, apesar de que muitos deles já terem pas-sado por este problema ao longo da vida.

Sem dúvida, os problemas e as dificul-dades existiram sempre, mas o preocupar-se em excesso parece algo que cada vez é mais frequente em nosso tempo. Algo que pode parecer pa-radoxo, levando em conta a velocida-de da vida atu-al, plasma-

da por distrações que mais parecem des-tinadas a não nos fazer pensar. Mas sob outra ótica, há um excesso de estimulação mental, com os inúmeros aparatos eletrô-nicos. Qualquer jovem hoje em dia é muito passível de sofrer de hiperatividade e pro-blemas de concentração, por ter alta ativi-dade mental.

“Estamos na cultura do não pensar e atuar. O pensar é importante e nunca pode ser negativo, o que ocorre é que hoje em dia confundimos o pensar com a falta de resolu-ção de problemas”, opina a psicóloga Glória Ximenes. Assim, dar excessivamente voltas aos pensamentos seria sintomático de pro-

blemas de várias esferas, inclu-sive da falta de ferramentas

e habilidades para a to-mada de decisões.

Um problema atualSem dúvida, os problemas e as dificuldades existiram sempre,

mas o preocupar-se em excesso parece algo que cada vez é mais frequente em nosso tempo.

matéria de Capa

“As pessoas que continuamente dão voltas num mesmo tema até o ponto que esses pensamentos bloqueiem seus atos,

são as que muitas vezes chamamos de pessoas ‘ruminativas’ ou com traços ‘obsessivos’. Normalmente são casos

que precisam de ajuda psicoterapêutica.”

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13 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR

A SOLUÇÃO É VOCÊ!

S e a imaginação sempre fez parte do amor, pare-ce que hoje em dia mudou, passamos dos sonhos românticos às visões ameaçadoras sobre as rela-

ções de casal. Para a psicóloga Ana Garcia, até não faz muito tempo na nossa cultura o casamento se iniciava para não acabar - ou até que um dos cônjuges morres-sem. Portanto, ambas as partes estavam predispostas a ceder, suportar e condescender. Provavelmente hoje, na nossa sociedade, é comum que se algo não funcio-na no casal a relação pode romper-se rapidamente, o que leva a que ante qualquer desavença ou inconve-niente, em lugar de se diminuir a importância e bus-car soluções, aumente a desconfiança na solidez do re-lacionamento.

ENFRENTAR A INSEGURANÇA“Ainda que Marcos pareça comprometido com a

relação, tenho medo que não goste de mim de verdade. Conto os dias que passam entre suas chamadas, passo o tempo pesando cada acontecimento, cada palavra, cada silêncio” – relata Vanessa, 27 anos.

Sem dúvida, nossas inseguranças afetam o funcionamento do casal – afirma a psicóloga Ana

A SOLUÇÃO É VOCÊ!Se há um lugar que as inquietações deveriam se expressar livremente,

mas onde as dúvidas se acumulam, é o das relações amorosas. Aprender a reconhecer o que nos provoca a overdose de preocupação permite liberar e manter saudável a relação.

Joana arBiol

a©ISTOCKPHOTO.COM/JACOB WACKERHAUSEN

matéria de Capa

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BEM ESTAR • Nº 42 • Março 2012 • 14

Garcia. “Reclamamos de uma fal-ta de afeto que não acontece, te-memos infidelidades que não exis-tem, queixamo-nos por faltas de atenção que se devem mais a uma necessidade nossa desmedida do que por uma desatenção do par-ceiro. Uma pessoa insegura pode levar ao enlouquecimento seu parceiro e colocar a relação num clima perigoso, levando a situa-ções insustentáveis. Nestes casos, muitas vezes será necessário con-sultar um profissional para situar a questão e evitar que o relacio-namento se acabe. Provavelmen-te, a pessoa insegura necessite de ajuda para poder questionar-se e estar numa relação de uma forma mais saudável e feliz”.

“Reclamamos de uma falta de afeto que não acontece, tememos infidelidades que não existem, queixamo-nos por faltas de atenção que se devem mais a uma necessidade nossa desmedida do que por uma desatenção do parceiro.”

Pelas TabelasChiCo Buarque

Ando com a minha cabeça já pelas tabelasClaro que ninguém se toca com minha afliçãoQuando vi todo mundo na rua de blusa amarelaEu achei que era ela puxando um cordão.Dão oito horas e danço de blusa amarelaMinha cabeça talvez faça as pazes assimQuando ouvi a cidade de noite batendo as panelas Eu pensei que era ela voltando pra mim.Minha cabeça de noite batendo panelasProvavelmente não deixa a cidade dormirQuando vi um bocado de gente descendo as favelas eu achei que era o povo que vinha pedirA cabeça dum homem que olhava as favelas.Minha cabeça rolando no MaracanãQuando vi a galera aplaudindo de pé as tabelas Eu jurei que era ela que vinha chegandoCom minha cabeça já numa baixela...Claro que ninguém se toca com minha afliçãoQuando vi todo mundo na rua de blusa amarelaEu achei que era ela puxando um cordão.

matéria de Capa

©ISTOCKPHOTO.COM/JACOB WACKERHAUSEN

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15 • Nº 42 • Março 2012 • BEM ESTAR

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“No casal é necessário conseguir um espaço novo, criado entre ambos, em que os sonhos pessoais possam

ser compartilhados, e haja um equilíbrio onde ambos possam satisfazer os objetivos pessoais

dentro do projeto comum.”

MEDO DO ABANDONOOutras vezes, os pensamentos recor-

rentes sobre a relação escondem nosso medo de ser abandonados e se traduzem em um menor comprometimento. Como diz Ana Garcia: “Tendo em conta que a continuidade da relação não está cultural-mente garantida, é comum que o temor ao abandono seja o responsável por mui-tas rupturas. Algumas pessoas começam uma relação sem entregar-se plenamente a um projeto comum. Esta atitude esconde uma crença errônea de que assim ela está se protegendo de um possível abandono”.

Além do mais, em muitos casos, essa falsa autoproteção se converte, paradoxal-mente, na causa do fim da relação. Por não envolver-se a pessoa provoca que a outra pessoa termine a relação, reafirmando o te-mor antigo, pois o término passa a ser en-tendido como a “profecia” que se cumpre.

Esta barreira também explica os incon-venientes que muitos encontram a qualquer

mostra de interesses por eles: “Até que po-deria gostar dele, mas veste-se tão mal” ou “ele gosta de esportes e eu nem tanto, não daria certo...”.

ENCONTRAR O EQUILÍBRIOOutro dos detonantes destes “filmes

mentais” que entorpecem a relação é o te-mor de que a relação implique renunciar a nossas próprias iniciativas e aspirações indi-viduais. Preocupações que, nos lembra Ana Garcia, muitas vezes nos levam a esquecer que o casal é também um espaço comum. “Em nossa cultura há uma exacerbação da individualidade e, em mais ocasiões que se-ria desejável, aqueles que embarcam num projeto de casal esquecem que isto impli-ca em ceder grande parte do individualis-mo e escolher e pensar os projetos de vida em comum acordo. Sem que isso suponha perder os próprios objetivos e os sonhos pessoais.”

No casal é necessário conseguir um es-paço novo, criado entre ambos, em que os sonhos pessoais possam ser compartilha-dos, e haja um equilíbrio onde ambos pos-sam satisfazer os objetivos pessoais dentro do projeto comum.

Publicado em ‘psychologies’

Uma das consequências de dar dema-siadas voltas às coisas é que deixamos que elas cresçam em nossa cabeça, sem contras-tar nossa visão da realidade com a interpre-tação do outro. Ao não fazê-lo, amplificamos nossas queixas e inseguranças, confundimos os fatos objetivos com nossas interpretações subjetivas e, ao invés de verbalizar nossas pre-ocupações para procurar dar-lhes soluções, ruminamos várias vezes sobre elas. Algo que, quando aquilo que nos preocupa está rela-cionado com nosso parceiro/a, cedo ou tar-de acaba afetando a relação. “Em todo casal há problemas, e isto faz parte do crescimen-to saudável da relação - constata a psicóloga Ana Garcia. Mas se aos problemas não são buscadas soluções, eles acabam instalando-se de tal modo que se convertem num

motivo de ruptura.

“Colocar-se no lugar do outro”É fundamental contrastar nossa visão da realidade com a interpretação do outro. Se não o fazemos, acreditamos nos vícios de nossos pensamentos,

confundindo os fatos objetivos com nossas interpretações subjetivas.

A comunicação é o melhor modo de evi-tar chegar a esse ponto. Falar é muito im-portante. Abrir-se e conversar com o outro de forma respeitosa, falando dos próprios senti-mentos, sem acusação, abre as portas para a superação. Quando as posições estão mui-to rígidas e há muita raiva, o melhor é espe-rar que “a poeira abaixe” para voltar a con-versar. Falar neste momento pode trazer in-sultos, o que de pior pode acontecer.

Deve-se levar em conta também que é necessário saber administrar os conflitos. Que toda negociação é um sucesso se am-bos saem ganhando. Mas que por outro lado, para que isto aconteça, é importante levar em conta que ambos devem saber ceder.

Saber se colocar no lugar do outro é fundamental. A maneira de fazer com que os problemas não se enrijeçam é lembrar de adicionar afeto na comuni-cação. Expressar nossas preocupações

à pessoa, ao invés de ali-mentar os pensamentos

com voltas sem fim é a melhor maneira

de dar uma solu-ção aos pensa-

mentos re-correntes.

©ISTOCKPHOTO.COM/STíGUR KARLSSON

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