jornal bem estar zona sul ed.54

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JORNAL DE COLEÇÃO • Ano 5 • nº 54 • ABRIL 2013 • 10.000 ExEmp. • TEL. (51) 3268.4984 • ZONA SUL D i s t r i b ui ção gr a t u i t a GUIA SAÙDE Muitos nutrientes se concentram na casca dos alimentos! O amigo que ajuda a entender da vida PET

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Jornal BEZS Abril/2013 - O Jornal de Qualidade de Vida da zona sul de Porto Alegre.

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Jornal de Coleção • Ano 5 • nº 54 • ABRIL 2013 • 10.000 ExEmp. • TEL. (51) 3268.4984 •

zonasul

Distribuição gratuita

GUIA SAÙDE

Muitos nutrientes se concentram na casca

dos alimentos!

O amigo que ajuda a entender da vida

PET

Page 2: Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

Lições de Vida

LeiLa Ferreira

E stamos obcecados com “o melhor”.Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só se preocupa

em saber do “melhor”.Tem que ser o melhor computador,

o melhor carro, o melhor emprego, a me-lhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.

Bom não basta.O ideal é ter o top de linha, aquele

que deixa os outros pra trás e que nos dis-tingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com “o melhor”.

Isso até que outro “melhor” apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.

Novas marcas surgem a todo instante.Novas possibilidades também. E o que

era melhor, de repente, nos parece supera-do, modesto, aquém do que podemos ter.

O que acontece, quando só quere-mos o melhor, é que passamos a viver in-quietos, numa espécie de insatisfação per-

A OBSESSÃO PELO MELHORNão sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só se preocupa em saber do “melhor”.

manente, num eterno desassossego.Não desfrutamos do que temos ou

conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.

Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.

Cada artigo que lemos nos faz imagi-nar que os outros (ah, os outros...) estão vi-vendo melhor, comprando melhor, aman-do melhor, ganhando melhores salários.

Aí a gente não relaxa, porque tem

que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.

Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?

Se gosto do que faço no meu traba-lho, tenho que subir na empresa e assu-mir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da em-presa?

E aquela TV de não sei quantas pole-gadas que acabou com o espaço do meu quarto?

O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o “me-lhor chef”?

Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?

O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo “melhor ca-beleireiro”?

Tenho pensado no quanto essa bus-ca permanente do melhor tem nos deixa-dos ansiosos e nos impedido de desfrutar o “bom” que já temos.

A casa que é pequena, mas nos aco-lhe.

O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.

A TV que está velha, mas nunca deu defeito.

O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens “perfeitos”.

As férias que não vão ser na Euro-pa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...

O rosto que já não é jovem, mas car-rega as marcas das histórias que me cons-tituem.

O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.

Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?

Ou será que isso já é o melhor e na busca do “melhor” a gente nem percebeu?

“Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que te-mos.” Shakespeare

LEILA FERREIRA é uma jornalista

mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação

em Londres, que optou por viver uma vida mais simples, em Belo Horizonte

e-mails

Envie seu comentário para: zonasul @ jornalbemestar.com.br

Gratos

Renato GuarigliaEditores - Zona Sul

Fábio FerreiraArte Final

Renato GuarigliaComercial

Impressão: Grupo SinosTiragem: 10 mil exemplaresContato: (51) 3268.4984

Que todos os méritos gerados por esse trabalho beneficiem e tragam

felicidade para todos os seres.

PORTO ALEGRE ZONA SUL

CENTRAL BEM ESTARInFoRmações de QualIdade

Ralph VianaEditor de Conteúdo e Arte

Érico VieiraDiretor de Relacionamento

max BofDiretor de Operações

Jornalista responsável: Max Bof (MtB 25046) material: Revistas CUERPOMENtE, UNO MISMO, NEW AGE, PSYCHOLOGY tO-DAY, BUENA SALUD, tHE QUESt, PSYCHOLOGIES, SHAMBHALA SUN, MAGICAL BLEND, NOUVELLES CLÉS.

Informes publicitários, textos e colunas assinadas não cor-respondem necessariamente à opinião do jornal e são de responsabilidade de seus autores.

zonasul

@ jornalbemestar.com.br

Escolher uma direção na vida e tentar segui-la implica em delicadas renúncias. Sem elas, é tão difícil amadurecer como alcançar os objetivos.

LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

UMA VIDA PLENA EXIGE BOAS INFORMAÇÕES

BEM ESTARBEM ESTARPessoas inteligentes adoram ler. E anunciar.

“Um jornal diferenciado! Falam do que a gente mais precisa saber e se preocupar, que é a nossa saúde. Com a falta de tempo, cuidar da saúde muitas vezes é deixado de lado, ter dicas simples e básicas em um jornal criativo e dinâmico, faz todos pararem para ler.”

Greice

“O jornal BEM ESTAR sem dúvida é uma iniciativa maravilhosa! Suas matérias são excelentes, pois retratam coisas que vi-venciamos no nosso dia a dia.”

Luciana de Jesus

“O jornal BEM ESTAR é excelen-te em todos os aspectos! Pois resgata e mostra às pessoas as virtudes que não de-veriam ser esquecidas em tempo algum.”

Rita A. pedro Bom

“Acho que o Jornal coloca em primei-ro lugar, justamente o que está em último na vida de cada um de nós. Tive conheci-mento deste jornal só há um mês, e desde a primeira leitura tenho feito a maior pro-paganda, não só pelo marketing, mas prin-cipalmente pela iniciativa dos temas saú-de, amor, fraternidade, igualdade, crença etc. Temas que são muito pouco aborda-dos no dia a dia de nós seres humanos. Pa-rabéns a equipe do jornal BEM ESTAR!”

priscila Duarte pinto

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3 • Nº 54 • Abril 2013 • BEM ESTAR

Tudo de Bom nas CasCas

Informações importantes para sua saúde e bem-estar

QUINN DOMBROwSkI/FlICkR/BE

Uma querida senhora polonesa co-mentou comigo na feira: “vocês jogam o melhor no lixo. Há tanto

desperdício aqui e ao mesmo tempo tan-ta miséria, é difícil de entender!”. É fato, as estatísticas de desperdício de alimentos no Brasil são as mais altas do mundo. Des-cartamos folhas da maioria dos legumes, e elas são ótimas. Jogamos fora quase todas as cascas e elas são as partes mais nutriti-vas de incontáveis vegetais.

A casca dos alimentos guardam im-portantes nutrientes, às vezes, em maior quantidade do que em seu interior. As das frutas, legumes e verduras, por exemplo, possuem grande porção de fibras, que au-xiliam no funcionamento do intestino e podem ajudar também na perda de peso.

Segundo a nutricionista Andréia Na-ves, muitas pessoas eliminam as cascas com receio dos agrotóxicos utilizados por produtores agrícolas. Mas ela ressaltou que não existe como se livrar deles, pois muitos penetram nos alimentos. O ideal, claro, é preferir produtos orgânicos, isen-tos dos defensivos que envenenam os ali-mentos brasileiros.

Conheça os benefícios das cascas de alguns alimentos:

ABAcAxI: além de fibras, a casca dessa fruta é rica em vitamina C, bromeli-

Tudo de Bom nas CasCasTOME NOTA: MUITOS NUTRIENTES E VITAMINAS SE cONcENTRAM NA cAScA DOS ALIMENTOS!

gerina, limão): além de fibras, a casca des-sas frutas apresenta 20% mais antioxidan-tes que a polpa. Auxiliam na diminuição do colesterol.

FRuTAs vERmELhAs: possuem antocianinas (composto bioativo), o antio-xidante dá pigmentação às frutas e protege contra doenças cardiovasculares e o câncer.

KIwI: concentra três vezes mais antioxidante que a polpa. A casca do kiwi gold é mais doce e possui menos pêlos.

pERA, mAçã, AmEIxA, pêssE-Go, cEREJA: possuem fibras insolúveis que melhoram o funcionamento do intestino.

TomATE: apresenta licopeno. O antioxidante diminui o risco de câncer, so-bretudo o de próstata. A substância tam-bém está presente na melancia e na goiaba;

uvA, BERInJELA, FRuTAs vER-mELhAs, TAnGERInA, LImão E hoRTALIçAs: têm flavonóides – com-postos bioativos antioxidantes que dimi-nuem o risco de câncer e doenças cardio-vasculares.

Compre produtos orgânicos, limpe bem as cascas e use-as em diversas recei-tas (é fácil conseguir). Uma nova realidade se impõe ao mundo: evitar o desperdício. Ainda mais de partes tão saudáveis e nutri-tivas de nossos alimentos.

na (enzima que protege o estômago e auxi-lia na digestão das proteínas). Há várias re-ceitas de sucos e balas feitos de sua casca.

ABóBoRA, cEnouRA, mAnGA, mAmão E DAmAsco: possuem grande concentração de betacaroteno, antioxidan-te que diminui o risco de câncer e doenças cardiovasculares. A substância é responsável pelo tom alaranjada desses alimentos.

BAnAnA: concentra fibra, mas

também possui luteína, o antioxidante pro-tege os olhos contra a exposição ultravio-leta e combate a catarata.

BERInJELA: apresenta antocioni-da (antioxidante cerebral), potássio, mag-nésio e fibras;

BATATA InGLEsA: a casca des-se alimento é rica em fibras, potássio, fer-ro, fósforo, zinco e vitamina C.

FRuTAs cíTRIcAs (laranja, tan-

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BEM ESTAR • Nº 54 • Abril 2013 • 4

VïkïNg/FlICkR/BE

Mais de 50% dos idosos brasileiros têm falta de vitamina D, concluiu uma pesquisa do Delboni Medici-

na Diagnóstica. A análise usou como amos-tra os 2.735 exames feitos entre junho e setembro de 2012, com pacientes acima de 60 anos. A pesquisa detectou que 53,6% das mulheres e 53,4% dos homens têm ne-cessidade de reposição desta vitamina.

De acordo com a responsável pela pesquisa, a endocrinologista Myrna Cam-pagnoli, os valores de referência usados em exames de vitamina D são: deficiência para menos de 20 ng/mL, insuficiência para 20 a 30 ng/mL, normal ou suficiência para 30 a 100 ng/ml, hipervitaminose (excesso) para acima de 100 ng/ml.

Entre as pacientes, 24% apresentaram deficiência e 30,3% insuficiência. Ou seja, 54,3% das pacientes estavam abaixo dos ín-dices normais (na amostra, 44,8% apresen-taram suficiência e 0,6% hipervitaminose). Já no público masculino, 21,4% apresentou deficiência, 32% insuficiência (53,4% abai-xo do normal), 46,3% suficiência e 0,3% hi-pervitaminose.

uma ViTamina que não pode FalTar!MAIS DA METADE DOS IDOSOS TêM FALTA DE VITAMINA D. E SUA DEFIcIêNcIA ESTá RELAcIONADA AO AUMENTO

DA INcIDêNcIA DE qUEDAS, DIMINUIÇãO DA FORÇA MUScULAR E DETERIORAÇãO DO EqUILíBRIO.

mento de um esqueleto saudável. Ela é formada na pele pela ação dos

raios solares ou obtida por meio de ali-mentos como leite e derivados, óleo de fígado de bacalhau, peixes e camarões. A deficiência de vitamina D, que é bastante comum em idosos, tem sido relacionada a um aumento da incidência de quedas, di-minuição da força muscular e deteriora-ção do equilíbrio, devido a uma oscilação do corpo na postura ereta. “As pesquisas têm indicado que a suplementação associa-da de cálcio e vitamina D em idosos defi-cientes contribui para melhorar aspectos da função neuromuscular”, acrescentou.

A deficiência de vitamina D é conside-rada um dos principais determinantes da osteoporose senil. “Estudos também têm mostrado uma relação entre o diabetes e a falta de vitamina D”, afirma Myrna.

Importante, portanto, que você faça um exame, para saber como andam as suas taxas, e que cuide melhor de sua ali-mentação, além de incluir em seus hábitos o saudável e gostoso banho de sol.

A especialista afirma que os idosos que apresentam falta de vitamina devem iniciar um tratamento de reposição da substância por meio de remédios, além de incluir pelo menos 15 minutos de banho de sol na ro-tina diária.

FunDAmEnTAL pARA os ossos

Segundo a especialista, a vitamina D, por meio das ações no intestino, rim, osso e glândulas paratiroides, é um hor-mônio fundamental para o desenvolvi-

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5 • Nº 54 • Abril 2013 • BEM ESTAR

a limento de muitas virtudes, o mo-rango é nutritivo, tônico, minera-

lizante, antitérmico, diurético, antiartrí-tico. Combate ainda bronquite, cálcu-los renais, reumatismo e anemia. Segun-do o Dr. Flávio Rotman, a medicina po-pular sempre se valeu de suas raízes, fo-lhas e frutos. A raiz se presta a cozimen-tos diuréticos e adstringentes, cujo alto teor de tanino é responsável pela cor ro-sada da urina de quem os consome. Ou-tros médicos também indicam suas folhas como depurativo nas inflamações e para catarro das vias respiratórias superiores e digestivas.

O Dr. J. Valnet, autor do livro “Traitement des Maladies par les légu-mes, les fruits et les Céréales” aponta ainda outras propriedades do morango no uso interno: hipotensor, desintoxi-cante, favorecedor das defesas naturais, laxativo, regulador hepático, do siste-ma nervoso, das glândulas endócrinas e bactericida.

QuEm sE BEnEFIcIA

As propriedades tônicas e minerali-zantes dos morangos favorecem as pesso-as debilitadas. Batidos com nata são indica-dos aos diabéticos (o açúcar dos moran-gos é de levulose, o que os torna permiti-

do aos portadores de diabete). Convales-centes encontram nos morangos fon-te abundante de vitamina C. O óxido de silício que nele contém é recomen-dado aos cancerosos e arterioscleróti-cos. Os que sofrem de prisão de ven-tre encontram neles remédio eficaz, pois são laxa-tivos. E o áci-do salicíli-co presente nos moran-gos faz com que artríticos, reumáticos, gotosos, auto-intoxicados, he-páticos e de tempe-ramento biliosos e san-guíneos encontrem neles alívio para seus males.

conTRA InDIcAçõEsApesar de suas virtudes terapêuticas,

há pessoas que devem evitar o consumo de morangos. Entre estes encontram-se os que sofrem de transtornos digestivos em geral, por serem estas frutas pouco digerí-veis por estômagos delicados. Portadores de doenças cutâneas e alérgicos igualmen-te devem evitá-los, pois estarão sujeitos a irritação e ardor na pele.

cuRAs DE moRAnGosO Dr. Emest Schneider

recomenda a dieta de moran-gos (vários dias repetidos nos

quais se comerá até I kg e meio da fruta) no tra-

tamento de prisão de ventre, he-morróidas, es-

tagnação da cir-culação, reuma-tismo articular e

gota, além de doenças dos rins, pertur-

bações circulatórias e, com vigilância médica, no diabete e

doenças hepáticas. E para as sardas, indica tratamento à

base de suco de morangos com limão, em fricções sobre a pele.

Há pessoas que temem a urticária e, assim, abstêm-se dos morangos. Salvo os casos de alergia comprovada, não são os morangos que produzem urticária, mas os resíduos amoniacais da decomposição de substâncias utilizadas como adubo de mo-rangueiro. Importante: como também são utilizados muitos agrotóxicos em sua cul-tura é fundamental que os frutos sejam la-vados cuidadosamente, deixando-os pre-

FRUTA LINDA qUE cOMBATE OS cáLcULOS RENAIS, REUMATISMO E ANEMIA. E é TAMBéM AMIGA DO SISTEMA NERVOSO!

MORANGO MARAVILHAAlimentação

parados meia hora antes de servir, para que recuperem o aroma.

BELEzA E vIDA LonGA

longevos atribuem a longa vida tam-bém ao consumo regular de morangos. Durante a estação, devem ser ingeridos diariamente, em jejum, na proporção de 250 a 500 g. Contra vermes intestinais, co-mer 500 g de morangos pela manhã, em je-jum, e abster-se de qualquer outra alimen-tação até o meio dia. Feições repousadas, combate às rugas, pele clara e lumino-sa se obtém com a máscara de moran-gos: à noite, ao deitar, aplicar abundan-temente pasta de morangos esmagados; deixar secar durante a noite e, na manhã seguinte, lavar com bastante água.

Receita ainda mais prática: espremer o suco de cinco morangos grandes atra-vés de pano branco fino e misturar uma clara de ovo batida em neve. Adicionar 20 gotas de água de rosas e 10 gotas de tintura de benjoim. Aplicar sobre o ros-to com ajuda de pincel ou chumaço de algodão. Depois de uma hora, lavar com água bicarbonatada (15 g de bicarbonato de sódio por um litro de água).

Fonte: Jornal vIDA InTEGRAL

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BEM ESTAR • Nº 54 • Abril 2013 • 6

Bicho de Estimação

É cada vez mais comum a convivência entre crianças e bichos de estimação nos lares brasileiros. Os mais solicita-

dos acabam sendo os cães e gatos, que de acordo com especialistas, são os mais indi-

cados, pois permi-tem um con-

tato físi-

co e harmonioso. “Conviver com um cão-zinho, por exemplo, significa ajudar na for-mação e no comportamento das crianças. Elas aprendem que em troca do cari-nho, terão uma companhia gos-tosa para brincar. Além dis-so, ter que auxiliar na criação, limpar a

O AMIGO quE AjudA A ENtENdER A VIdAO AMIGO quE AjudA A ENtENdER A VIdAPresentear uma criança com um animal de estimação traz benefícios para o seu desenvolvimento.

sujeira e fiscalizar as vacinas faz com que elas se sintam tutoras dos bichinhos,

contribuindo para a formação do senso de responsabilidade”, afirma o psiquiatra José Rai-mundo lippi.

De acordo com o es-pecialista, as tarefas do-mésticas e as exigências do

animal mostram à criança que outros se-res vivos precisam desses cuidados para sobreviver. Estudos recentes revelam a importância da convivência com os ani-mais, uma vez que ajuda no desenvolvi-mento da sociabilidade e da autoestima das crianças. “A partir dos quatro anos a criança já pode ganhar um animal de esti-mação e assumir, junto com o adulto, al-

gumas das responsabilidades”, acrescenta.

Page 7: Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

7 • Nº 54 • Abril 2013 • BEM ESTAR

PETHEAlTHlIBRARy/DIVUlgAçãO/BE

“A convivência com os animais ajuda no desenvolvimento da

sociabilidade e da autoestima das crianças.

Além disso, auxilia na criação, limpar a

sujeira e fiscalizar as vacinas, contribue para

a formação do senso de responsabilidade.”

ACIMA DOS QUATRO ANOS

lippi observa que crianças muito novas – abaixo dos quatro anos - ainda não sabem diferenciar bem o seu brinquedo de pelúcia do animal doméstico e podem pegá--lo de maneira desajeitada, machu-cá-lo, apertar demais, jogar para o alto ou mesmo agredi-lo para re-criminar algo que o animalzinho te-nha feito. Neste caso, os pais têm que estar sempre presentes, con-versando com os filhos sobre como cuidar e lidar com o animal. “As crianças acima dos cinco anos já podem assumir maiores respon-sabilidades. Sob a orientação de um adulto elas já conseguem levar o bi-chinho para passear, dar banho, co-mida, carinho e controlar as vaci-nas”, observa o especialista.

Para adotar um bicho de es-timação os pais devem tomar al-guns cuidados. “Deve-se optar pe-los animais mais dóceis para con-viver com crianças. Cabe aos pais acompanhar a relação entre o fi-lho e o animal e ensinar os princi-pais cuidados de higiene e convi-vência”, alerta.

AJUDA NA SOCIALIZAÇÃO

Ter um animal de estima-ção com certeza vai ajudar o me-

nino ou a menina a conviver tam-bém com outras pessoas. O sim-ples fato de assumir certos cuida-dos, dar carinho, medicá-lo quan-do necessário e dividir um pedaço de pão favorece o desenvolvimen-to pessoal, o vínculo afetivo e a re-lação com os mais diversos senti-mentos, desde a alegria até a tris-teza com a morte. “É nesta rela-ção entre a vida e a morte que o animal de estimação também tem um papel muito importante, pois a criança aprende a entender a vida, a importância da troca entre pes-soas e a relação com a perda e a dor”, explica lippi.

Fonte: www.maisnoticia.com.br

Page 8: Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

“O olhar e a mente de uma criança são como as bases de um espelho cristalino, onde as

coisas são percebidas de forma direta, radiante e viva. Esse olhar é parte da percepção

primordial, que vê as coisas como elas são”. Sérgio VeLeda

A definição mais simples e, ao mes-mo tempo, mais clara do que seja medi-tação, remete a uma forma de estabiliza-ção da atenção no presente, melhorando nosso estado de presença. Com a esta-bilização da atenção obtemos níveis mais claros de percepção da realidade que nos cerca e de nós mesmos.

O estado de consciência da medita-ção é semelhante ao grau de curiosidade e vivacidade da atenção de uma criança. Uma condição desperta e alegre, que ja-mais deixa passar o assombro da beleza presente nas cores, nas formas, nas nuan-ces mais sutis.

O interesse pela meditação e por uma educação contemplativa é recen-te no mundo ocidental. Historicamen-te, a educação da atenção não esteve – e ainda não está - presente nos progra-

mas pedagógicos de ensino. Nas funções de produção, de trabalho, de desenvolvi-mento de criatividade pouco se fez pela prática da atenção, nem mesmo em situ-ações onde se requer um grau de empa-tia, presença e ética de um ser humano com o outro.

Um bom nível de atenção e de cen-tralidade no presente interrompe o vaza-mento da energia vital decorrente da dis-persão. A energia concentrada respon-de melhor aos contatos que estabelece-mos e, ao mesmo tempo, a nossa pre-sença fica mais desperta, de momento a momento.

A prática da meditação é da maior importância nos níveis relacionais e de contato humano. Somos educados a pen-sar, a deduzir e a interpretar, por exem-plo. Porém, não somos ensinados a man-

matéria de Capa

GU

IAG

UIA

GUARDE E cONSULtE SEMPRE!

Page 9: Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

mas pedagógicos de ensino. Nas funções de produção, de trabalho, de desenvolvi-mento de criatividade pouco se fez pela prática da atenção, nem mesmo em situ-ações onde se requer um grau de empa-tia, presença e ética de um ser humano com o outro.

Um bom nível de atenção e de cen-tralidade no presente interrompe o vaza-mento da energia vital decorrente da dis-persão. A energia concentrada respon-de melhor aos contatos que estabelece-mos e, ao mesmo tempo, a nossa pre-sença fica mais desperta, de momento a momento.

A prática da meditação é da maior importância nos níveis relacionais e de contato humano. Somos educados a pen-sar, a deduzir e a interpretar, por exem-plo. Porém, não somos ensinados a man-

ter a presença e o contato com alguém ou com o que estamos fazendo. Há nisso uma importância crucial quanto ao rumo do desenvolvimento da sociedade huma-na, no sentido de maior atenção ao que fazemos, às relações interpessoais e à motivação para a presença criativa e per-ceptual.

Existe uma distância entre se estar presente ao que está acontecendo, e, es-tarmos pensando sobre o que está acon-tecendo. Tais perspectivas podem alterar nossa relação com a realidade cotidiana. Em um determinado nível, vivenciamos diretamente o que estamos fazendo, ex-perimentando os acontecimentos de for-ma penetrante e total; em outro pata-mar, nos mantemos separados da expe-riência direta, interpretando e comparti-mentando a realidade em blocos.

A profecia de Alan watts - o guru da contracultura dos anos 60, nos Esta-dos Unidos - sobre o fato de lamas tibe-tanos descerem dos Himalaias para estu-darem em universidades ocidentais, e de executivos ocidentais viajarem para Índia e adotarem a meditação como caminho, não causa mais nenhum estranhamento.

A meditação tem adquiri-do ares de uma prática secular (cotidiana), desvinculada da reli-gião, aproximando-se das pesso-as mais comuns e dos contextos urbanos. Não causa mais es-panto saber que um ge-rente de operações de uma empresa de valo-res, bem como um ad-ministrador de investi-mentos e operadores do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tenham inserido a meditação em suas vidas.

Caso peculiar é o projeto de mais de seis anos, criado pelo laboratório Valda no Rio de Janei-ro, que transformou uma sala, dentro da própria empresa, em ambiente contem-plativo próprio para a prática. Seus dire-tores afrouxam as gravatas, tiram os cal-çados, sentam em almofadas e meditam durante meia hora.

No Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo também ocor-rem práticas regulares de meditação. Com o apoio das monjas do Templo Zu lai foi criada uma sala para meditação. Nesse espaço, funcionários, enfermeiros e médicos sentam para meditar.

Em fevereiro de 2006, o Centro Na-cional de Medicina Complementar e Al-ternativa - vinculado ao Instituto Na-cional de Saúde e ligado às pesquisas de

saúde nos EUA - reconheceu a me-ditação como tratamento comple-mentar. Ela passou a ser entendi-da em tratamentos convencionais como Medicina Integrativa. Em

maio do mesmo ano, surgiu no Brasil a pouco conhe-cida Portaria MS/gM nº 971, de 03 de maio de 2006, que é, em linhas gerais, um incentivo do Ministério da Saúde

ao uso da medita-ção, bem como a aplicação de prá-

ticas integrativas e complementares em hospitais e pos-tos do Sistema Úni-co de Saúde - SUS.

A qualidade do relaxamento prove-niente da meditação é superior ao relaxa-mento convencional e ao sono. Vale res-saltar que a meditação não é uma práti-ca de relaxamento, em que nos aban-donamos. Ao contrário, é uma prática que gera relaxamento de forma atenta e desperta. Esse diferencial é qualitativo. Quando terminamos a meditação, o nível de disposição e alerta é compatível com qualquer tipo de ação que poderemos vir a investir.

O cortisol, também chamado de hor-mônio do estresse, é reduzido com a prá-

tica de meditação, permitindo maior pro-dução de endorfinas, os hormônios liga-dos ao estado de bem-estar. Por meio da meditação, o óxido nítrico aumenta no organismo, barrando também a produ-ção de cortisol no sangue.

O córtex pré-frontal é o local no cérebro vinculado a atividade pensante. Do córtex são emitidas ondas para o sis-tema límbico, onde são geradas as nos-sas emoções. Quando um pensamento produz emoções, o hipotálamo é ativa-do. O hipotálamo liga o sistema nervo-so ao endócrino (glândulas). A desorde-nada atividade pensante (confusão) pro-duzirá no organismo uma cascata de libe-ração hormonal, preparando o organis-mo contra perigos que até podem exis-tir. Porém, esses geralmente são mais ge-rados por nossas fantasias do que pela re-alidade em si.

A relação entre pensamentos e emo-ções é um tema de importância relevan-te na meditação. A estabilidade da aten-ção, por meio da prática da meditação, muda as condições físicas e vitais. Por ou-tro lado, sentimentos e pensamentos tor-nam-se mais claros.

Na maioria dos distúrbios - sejam os mesmos de cunho psicológico ou físico - a prática de meditação ajuda devido à mu-dança de comportamento de quem medi-

“Existe uma distância entre se estar presente ao que está

acontecendo, e estarmos pensando sobre o que está

acontecendo”.

matéria de Capa

Page 10: Jornal Bem Estar Zona Sul Ed.54

BEM ESTAR • Nº 54 • Abril 2013 • 10

ta. Ao mudar seu comportamento, a pes-soa que medita altera o contexto que gera determinadas doenças.

A conclusão do neuroanatomista es-panhol Ramón y Cajal, ainda em 1913, de que o cérebro adulto era fixo e imutável, deixou de ser sustentada. Os neurocientis-tas da atualidade, depois de muitas observa-ções, compreenderam que o cérebro não é fixo, estático, irrevogável. O cérebro se adapta, sendo dotado de plasticidade. Ele molda-se de acordo com suas experiências. A compreensão da plasticidade do cérebro se aproxima muito da estreita relação entre mudança de comportamento e meditação.

O documentário Vipassana, Tempo de Espera mostra o experimento da me-ditação de goenka, um hindu que popula-rizou essa prática no mundo. A prisão de Tihar, na Índia, é uma das maiores do mun-do, alojando cerca de dez mil prisioneiros. kiron Bendi, a diretora, implantou a me-ditação no presídio. A mudança de com-portamento, tanto dos prisioneiros quan-to dos guardas, foi marcante. Essa mes-ma idéia vem sendo aproveitada no Espí-rito Santo, com a ajuda do Mosteiro Zen Morro da Vargem, que desenvolve a práti-ca dentro de um projeto de humanização da polícia militar daquele estado.

Naturalmente, muitas crianças se re-lacionam com o mundo de forma medita-tiva. Se não reduzirmos a meditação a uma técnica, vamos compreender que o “esta-do” de muitas crianças é meditativo. Ao

entender tal práti-ca como a capaci-dade de se estar totalmente em algo, veremos que as crianças meditam.

Ocorre que você não poderá colocar uma crian-ça, antes de qualquer outra coisa, a sentar e ficar quieta. Isso será im-possível, pois não condiz com tanta energia que elas trazem dentro de si e a qual busca e necessita se manifestar. Teremos de ter uma prática de meditação adequada às crianças, que podem aprofun-dar o estado ao qual já estão presentes. Isso lhes ajuda a centrar a sua energia, tor-nando-as mais vivas, mais criativas e me-nos reprimidas.

As práticas de meditação ativa (canto, movimento, respiração, liberdade para o corpo) presentes em tradições muito an-tigas, como é o caso dos sufis e, em épo-cas mais recentes, criadas por Osho (Raj-neesh), podem ser benéficas às crianças e também aos adultos.

Uma atividade em que as crianças possam cantar, gritar, dançar e sacudir-se, de forma dirigida e, depois, elas fiquem um tempo deitadas ou sentadas, quietas, pode ser muito estimulante. Então, pode--se colocar uma música sugestiva e viva, com muitos sons (da natureza) e que in-centivem a produção de imagens. Certa-mente, elas estarão receptivas ao silêncio. É o momento de levá-las a entender que

isso é meditação e que silenciar é uma forma de “viajar”. Elas apreciarão a linguagem e o método.

O experi-mento de medi-

tação em contex-to educativo é

usado há muitos anos em Monte-

vidéu, no Uruguai, na escola Idejo. Essa

não é uma escola convencional, mas uma escola com forte ên-fase humanista, que estimula o contato e o desenvolvimento da atenção e da meditação. O egípcio Fernando Mirza, que criou tal pro-jeto, inseriu a prática da medita-ção entre as crianças como um exercício de auto-equi-líbrio. Desde o momen-to em que entram na esco-la, os pequenos são ensina-dos a fecharem os olhos e a ficarem em silêncio por dez minutos, ao chegar e ao sair da escola. As idéias de Mir-za foram publicadas no livro Uma Es-cola do Novo Milênio (edito-ra Peirópolis, 1999).

A primeira escola neo-humanis-ta brasileira surgiu em

“Naturalmente, muitas crianças se relacionam com o mundo de forma meditativa. Ao entendermos a meditação

como a capacidade de se estar totalmente em algo, veremos que as crianças

meditam”.

Porto Alegre com o movimento Ananda Marga, que segue a filosofia do indiano Sri Anandamurty. A importância desta escola na educação é a prática da meditação: suas crianças desde muito pequenas aprendem a sentar em atitude meditativa.

Como salienta a terapeuta e escri-tora Evânia Reichert, autora do li-

vro Infância a Idade Sagra-da, a prática de medita-

ção para crianças pode influenciar a formação de suas personalida-des. Poucos minutos de meditação diária, ao longo dos anos da

Infância, possibilitará o desenvolvimento da ca-

pacidade de auto-regula-ção, que é uma forma

de se falar em medi-tação, em termos reichianos. Evânia ressalta – obvia-mente – que para cultivar auto-re-gulação com as crianças, os adul-tos também terão

que se auto-regu-lar.

EHSAN NAMAVAR

GU

IAG

UIA

GUARDE E cONSULtE SEMPRE!

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11 • Nº 54 • Abril 2013 • BEM ESTAR matéria de Capa

A prática central criada pelo Buda é a meditação de plena atenção - de momento a momento. Para Buda, a atenção é o fun-damento de todas as práticas e da espiritu-alidade. Na prática sentada é escolhido um objeto de atenção para estabilizar a mente. Isso é feito juntamente com a observação da entrada e da saída do ar em nosso cor-po. Os olhos permanecem semicerrados ou abertos. Essa prática vai se sofisticando na medida em que avançamos, de acordo com as diferentes linhagens budistas.

O zen é uma via do Budismo. O za-zen é a sua prática de meditação em que o me-ditador senta e fica voltado para uma pare-de clara, com os olhos abertos, deixando os pensamentos desaparecerem. Enquanto isso, ele mantém sua atenção voltada à pos-tura e à respiração. Za quer dizer sentar, e zen meditação.

Os mantras são meditações feitas por meio de vocalizações. São muito difundidas entre os hindus, os budistas, os tibetanos e os japoneses. geralmente, são palavras e sí-

labas na linguagem sânscrita (língua hindu), na japonesa ou na tibetana. Elas possuem determinada sonoridade que ajuda na me-ditação. Entre os hindus o praticante deve focalizar toda a atenção no som, e na re-verberação que o mesmo faz em seu corpo. Om, por exemplo, é um mantra popular-mente conhecido. Ao ser recitada, a sílaba “o” produz uma forte ressonância na cai-xa toráxica, relaxando o peito. Quando o “mmm...” é recitado, esse produz uma res-sonância em todo o crânio. A poten-cialidade do mantra é fazer uma limpeza, tanto na energia nervosa do corpo quan-to no campo psicológi-co, nos pensamentos e nas emoções.

Maharishi Mahesh yogui foi o guru dos Be-atles, ainda nos anos 60. A meditação apresentada por ele foi baseada principalmente no uso dos mantras. Diversas pesquisas foram feitas na época, devido à sua popularidade. Recentemente, David lynch, o diretor de cinema, se tornou um importante divulga-dor dessa meditação.

As meditações em que se usa o re-curso da imagem servem para focalizar o

olhar em um ponto ou, então, no contexto da imagem. O olhar é dirigido para o cen-tro da figura e aí se estabiliza a atenção. As mandalas são predominantemente mais co-loridas, enquanto os yantras são geralmente mais geométricos e com linhas mais retas.

Caminhar cultivando determinada atitu-de e atenção é uma forma de meditar com

movimento. No Zen se usa o kin-hin, uma prática de meditação em que

se dá meio passo a cada vez. Os passos devem estar sin-

cronizados com a entrada e a saída do ar da respi-ração. Quando um pé se levanta do chão, ob-servamos o ar entrar, e, quando ele toca o solo percebemos a saída do

ar. Cada passo equivale a uma respiração.

As meditações com visualizações in-ternas são diversificadas. As variações vão desde o visualizar de lugares e de objetos até os fenômenos (luz) e as divindades. Elas requerem, desde o começo, a base da prá-tica de plena atenção, para que possamos manter a imagem visual dentro de nós. Em alguns casos, não só construímos a imagem interna, como também chegamos a nos tor-nar a própria imagem.

Entre os sufis é muito conhecida a ceri-mônia em que a audição de música e, às ve-zes, o uso de dança ou de movimentos, con-vertem-se no desenvolvimento da medita-ção. Sama é uma dessas formas, incluindo a dança giratória dos dervixes da Turquia. Ela se tornou mais popular devido à figura do poeta persa, Jalaludin Rumi, seu criador.

Entre os mon-ges cristãos hesicas-tas a meditação se faz presente na chama-da “meditação do co-ração” ou “oração do coração”. Deve-se cul-tivar uma profunda atitude de zelo com as coisas, com a atenção do coração. Tal medi-tação não só produz si-lêncio, mas uma emotivi-dade refinada e profunda.

Dinâmica é uma meditação cria-da por Osho, na Ín-dia, no começo dos anos 60, e que ficou muito conhecida no mundo ocidental. Ele dava ênfase às meditações

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com movimento e até mesmo com grande li-beração emocional, para assim o meditador chegar ao silêncio, sem nenhum esforço mais. A partir desta visão ele criou as “meditações ativas” tais como: a kundalini (chacoalhar, dan-çar e silenciar), a Nataraja (dançar muito e de-pois silenciar), a Rosa Mística (rir, chorar, si-lenciar), entre outras. Em sua visão, Osho bus-cou fazer uma fusão entre Oriente e Ocidente, e em suas meditações, uma aproximação entre terapia e meditação.

Jon kabat-Zinn, da Universidade de Mas-sachusetts, desenvolveu uma prática de tera-pia cognitiva da atenção baseada nos princípios da meditação. Ela baseia-se na concentração sobre as sensações que o corpo experimen-ta. Depois de focalizar as sensações em certas áreas do corpo, a pessoa deve se concentrar na respiração. Reconhece-se, então, quando a mente divaga como “consciência amiga” vol-tando-se novamente à respiração. Dessa for-ma, os pensamentos sãos percebidos impar-cialmente, compreendendo-se que os mesmos não são fatos. Essa prática se tornou proveito-sa não só para pessoas deprimidas, mas tam-bém para obsessivos, saneando a confusão en-tre pensamentos e realidade. Seu fundamento é que os pensamentos não são fatos.

“A meditação não existe apenas sob uma forma. Existem diferentes

nomes e formas de meditar, que se alteram dependendo das

necessidades, do temperamento e dos estágios da prática”.

prática da meditação pode ser entendida como um cami-nho de resgate do olhar inocente, límpido e claro de uma criança. É uma forma de silenciarmos a mente (os pensa-

mentos) e abrirmos os sentidos para todas as coisas. As cores se tornarão mais vívidas, os sons mais claros, as sensações mais in-tensas, os cheiros rarefeitos e a pele mais ardente. Ao contrá-rio do mundo adulto, racionalizado, estreito e demasiadamente insensível, a meditação desperta a intensa inocência de como as crianças enxergam as coisas.

Cabe aqui dimensionar essa sensação mais viva e mais inte-rativa com o mundo, por meio do modo como as crianças ex-perimentam a vida e a desfrutam de forma lúdica. Essa dimensão

contemplativa da meditação foi brilhantemente descrita por Alan watts, que profetizou que a meditação, na forma urbana e roti-neira, afetaria o mundo ocidental.

Segundo watts, “se estamos em harmonia com nós mesmos, com o peso e com a energia (seguindo suas linhas de menor re-sistência), descobriremos que todas as vibrações da natureza são extáticas, eróticas, serenas. A existência é um orgasmo. É o que explica porque a filosofia vedanta chama o sistema de vibrações de sat-chit-ananda – realidade-consciência-beatitude”.

Sérgio Veleda é terapeuta, poeta e professor de meditação e artes contemplativas. Diretor da Escola Aberta Vale do Ser.

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13 • Nº 54 • Abril 2013 • BEM ESTAR matéria de Capa

u pratico meditação ativa, três vezes por semana, há

28 anos. Sempre busquei o re-canto de harmonia existen-te no interior de cada ser hu-mano. Com a meditação, tudo fica mais leve, piso mais leve no chão. Consigo perceber o quanto sou feliz por estar viva e ter um corpo sadio. Aumenta a vontade de viver. Osho, líder espiritual indiano, falava que a melhor maneira de meditar é amar verdadeiramente, pois as técnicas para ensinar a meditar fazem com que a pessoa per-maneça presa a mente.

Laura, professora de educação física

esde que comecei a praticar yoga venho tentando enten-

der porque meditamos. Quando paramos para meditar percebe-mos os obstáculos que nos cer-cam e tentamos nos desviar de-les, aí entramos em contato com nossa essência. Pratico a medita-ção budista, que visa trazer lu-cidez. Uma mente lúcida é uma mente meditativa. A clara visão e a adequação são benefícios da meditação. Tu aprendes a não se embolar nos obstáculos. Quan-do a mente está direcionada, aprendemos a não ficarmos sub-metidos à ela.

Cíntia Miró, 50 anos, professora de Yoga

omecei a meditar em 96, pois me interessava mui-

to pelo auto-conhecimento. Como medito, sei quando eu estou com o “copo cheio”, ou seja, quando penso, penso e penso, mas não é produtivo. E é o que todo mundo faz.

As pessoas são competiti-vas, querem ser umas melhores que as outras, sempre se preo-cupando com a aparência e a es-tética. Elas não estão acostuma-das a enxergar o seu “dentro”. A meditação serve para nos au-to-conhecermos, para resgatar-mos nossa essência

. Tatiana Telesca, 38 anos, empresária

omecei a meditar há uns dois anos. Fiz um cur-

so de formação de yoga e o objetivo era a meditação. Hoje medito com um pro-fessor e percebo que não reajo às coisas da mesma maneira. Consigo parar e pensar melhor.

É preciso ter a práti-ca diária, se tu tiveres quin-ze minutos no teu dia, já é válido. Parar, respirar, e le-var a atenção para dentro já muda a qualidade de vida. Medito todos os dias, nem que seja um pouquinho.

Vanessa Oliveira, 45 anos, profissional liberal

[ Em fevereiro de 2006, o Centro Nacio-nal de Medicina Complementar e Alternati-va, nos EUA, reconheceu a meditação como tratamento complementar. Embora poucos saibam disso, o Ministério da Saúde do Bra-sil, através de uma portaria também em vi-gor desde 2006, está incentivando o uso da meditação, bem como a aplicação de práti-cas integrativas e complementares, em hos-pitais e postos de saúde.

[ O cortisol, também chamado de hor-mônio do estresse, é reduzido com a prá-tica de meditação, permitindo maior pro-dução de endorfinas, os hormônios ligados ao estado de bem-estar.

[ A prisão de Tihar, na Índia, é uma das maiores do mundo, alojando cerca de dez mil prisioneiros. Kiron Bendi, a diretora, im-plantou a meditação no presídio. Após a

implantação da nova prática, a mudança de comportamento, tanto dos prisioneiros quanto dos guardas, foi marcante.

[ A meditação é uma forma de silenciar-mos a mente (os pensamentos) e abrirmos os sentidos para todas as coisas. As cores se tornarão mais vívidas, os sons mais cla-ros, as sensações mais intensas, os cheiros rarefeitos e a pele mais ardente.

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“O s homens vivem como ilhas, e daí vem toda a miséria. Através

dos séculos a humanidade tem tenta-do viver independentemente do res-tante da existência, mas, pela própria natureza das coisas, isso não é possí-vel. O homem não pode ser indepen-dente nem dependente. A existência é um estado de interdependência: tudo depende de todo o resto. Não há hie-rarquia, ninguém esta acima ou abaixo. A existência é uma comunhão, um re-lacionamento amoroso eterno.

Essa ideia na qual o homem insis-te - de ser superior, especial, mais ele-vado - cria confusão. O homem não precisa ser nada, precisa dissolver-se na totalidade das coisas.”

“A crença é uma questão puramente individu-al, e não podemos nem devemos organi-

zá-la. Se assim o fizermos, ela morrerá, ficará cris-talizada; tornar-se-á um credo, uma seita, uma reli-gião para ser imposta aos outros. É isso o que to-dos no mundo inteiro estão tentando fazer. A Ver-dade é confinada e transformada em um brinquedo para os fracos, para os que estão momentaneamen-te insatisfeitos. A Verdade não pode ser trazida para baixo; é o indivíduo que deve fazer o esforço de as-cender até ela. Se você tem muitas janelas coloridas ou sujas e quer ver a clara luz do Sol, precisa lim-

par ou abrir as janelas, ou sair de casa. Da mesma forma, para

descobrir o que é a verdadeira religião, você deve primeiro

ver o que a verdadei-ra religião não é, e pôr isso à parte. Então

poderá desco-brir - por-

que, então, h a v e -

rá per-cepção

direta.”

Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um

amigo que lhe havia feito uma in-justiça: “Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas ve-zes, senti grande ódio àqueles que ‘aprontaram’ tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fize-ram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimi-go. É o mesmo que tomar veneno, de-sejando que seu inimigo morra. lu-tei muitas vezes contra estes sentimentos”.

E ele continuou: “É como se existis-sem dois lobos den-tro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fa-zer isto, e da manei-ra correta.

Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeni-nas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma rai-va inútil, pois sua raiva não irá mu-dar coisa alguma!

Algumas vezes é difícil de con-viver com estes dois lobos dentro

de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”.

O garoto olhou in-tensamente nos olhos de seu avô e pergun-

tou: “Qual deles vence, vovô?” O avô sorriu e res-pondeu baixinho: “Aquele que eu alimento mais frequentemen-

te”.

Crenças e VerdadesKriShnamurti

Lobos InternosoSho

Comunhão

SS

QUEM LÊ O BEM ESTAR?

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