ironman e a vida cristã

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Ironman e a Vida Cristã

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A Bíblia às vezes usa algumas figuras de linguagem para nos ajudar a entender melhor o Evangelho. É comum vermos referências figurativas a pescadores, se-meadores, homens de negócios, etc. Nesta carta aos coríntios, o apóstolo Paulo usa o exemplo do atleta para fazer uma correlação com a nossa vida com Deus.

Em 2005 eu participei pela primeira vez, em Florianópolis (SC), de uma pro-va de triatlo conhecida como “Iron Man”. Dela eu tirei muitas lições para a vida, que quero compartilhar com você.

O triatlo é constituído de uma parte de natação, uma parte de ciclismo e uma parte de corrida, e a sua prova mais tradicional é o Ironman.

As provas do Ironman constituem um circuito de competições que acontecem durante o ano todo em várias partes do mundo, sendo cada uma dessas eta-pas classificatória para a grande final que acontece sempre no mês de outu-bro, na ilha de Kona, no Havaí. Essa é a grande prova que todo triatleta sonha um dia participar, e que determina quem

serão, naquele ano, os campeões mun-diais do Ironman.

Até mesmo em função do nome, dá pra sentir que não é fácil completar essa prova. O Ironman compreende 3,8km de natação, seguido de 180km de ci-clismo e logo a seguir 42km de corrida, a distancia clássica de uma maratona. Quando a gente pensa em correr uma maratona, já se imagina o cansaço e as dores; mas quando pensa em antes da maratona nadar quase 4km e pedalar outros 180, aí você já imagina seus os-sos derretendo feito cera.

Eu imaginava que o pior do Ironman seria a dificuldade cardiopulmonar, que em algum momento eu pudesse ficar esbaforido e dizer: “Não agüento mais”. Mas preparo físico não é o que acaba faltando para a maioria dos atletas, por-que, de uma forma ou de outra, ninguém

E A V IDA CRISTÃ

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entra numa prova dessas sem antes ter se preparado fisicamente por um bom período de tempo. O mais difícil é SU-PORTAR A DOR. Dói tudo, da planta dos pés à ponta dos cabelos. Eu nunca havia sentido dor nos cabelos, mas lá em Flo-rianópolis, senti (Bem, eu reconheço que nessa historia do cabelo eu estou sendo metafórico demais, mas é quase isso, eu garanto).

Na parte do ciclismo, chega um certo momento em que você começa a tentar achar posições diferentes para se aco-modar na bicicleta. Nas bicicletas de triatlo, em especial nas provas de lon-ga distância, se usa um apoio especial no guidom, que chamamos de “clip”, e você fica apoiado sobre os cotovelos, que é uma posição mais aerodinâmica e um pouco mais confortável. Só que, depois de alguns quilômetros, as cos-tas começam a doer, e você começa a querer mudar de posição para ameni-zar a dor, que é, em muitos, momentos quase INSUPORTÁVEL – doem pernas, doem costas, dói pescoço, e não é fácil encarar a dor.

E você sabia que, na vida cristã, o que falta às vezes não é preparo? Às ve-zes a gente conhece a Bíblia de ponta a ponta, conhece as passagens bíblicas, já fez Escola Bíblica, já fez alguns cur-sos, e preparo não nos falta. Mas falta resistência a dor, porque, de vez em quando, a vida cristã, a vida de cami-nhada com Cristo dói, a gente sofre. A Bíblia diz que o sol nasce para o justo e

para o injusto e, quando chove, chove na cabeça daquele que é crente e da-quele que é incrédulo.

Muitas vezes nós estamos na igreja, servindo a Deus; acreditamos que Ele é um Deus que cura, liberta, faz prospe-rar... Mas ainda assim há sintomas de enfermidade perturbando a nossa vida, a pobreza tentando bater à nossa por-ta, a escassez tentando entrar na nos-sa casa... E a gente pergunta: “Senhor, cadê o suprimento da necessidade?” E a nossa vontade quando a dor che-ga é desistir.

Alguém me per-guntou: “Pastor, o senhor em algum momento pensou em desistir?” Eu respondi “Como assim em algum momento eu pensei em desistir? Eu pensei em desistir o TEMPO TODO! Isso não saía da minha cabeça!”

Na primeira parte da prova, a nata-ção, já começou a dureza. Quando a gente está na água, no meio daquele “bololô” de gente, é inevitável levar um tapa ou dois. E, de vez em quando al-guém acerta você com a perna. Eu levei duas “pesadas” nos óculos de natação e pensei que tinha rasgado meu olho – aquele calcanhar batendo nos óculos, quase entrando no globo ocular... Você já fica meio traumatizado. Quando você sai dali, diz: “Graças a Deus, acabou o sofrimento da natação. Quatro quilôme-

:: O IRONMANConhecido como a mais importante competição do triatlo mundial, o Ironman possui características diferentes das demais competições oficiais: nela, os triatletas percorrem 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida.

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tros, já encarei”. Aí você corre aquela aparentemente interminável distância do mar para a área de transição, olha para a bicicleta e pensa: “Tem mais cento e oitenta!” Então monta nela e sai peda-lando.

Quando começa a doer, você co-meça a orar: “Senhor, faz parar a dor; Senhor renova!” você faz todo tipo de oração e pedido imaginável, mas a dor está lá.

Não há nada de errado no fato de você estar na igreja, servindo a Deus e ao próximo, vivendo na dimensão do Reino de Deus, e ainda assim passar por dias de dores e querer desistir. A única coisa que você deve fazer é NÃO DESISTIR.

Vontade de desistir, a gente sempre tem. “Ai, Jesus, estou sofrendo. O pastor já orou por mim, não passou; o diácono orou por mim, não passou; até o bispo orou por mim, não passou; eu fui naquele culto abençoado, me ungiram com óleo e... não aconteceu nada...”

Ainda assim, simplesmente não de-

sista, porque eu garanto a você que NÃO HÁ DOR QUE DURE PRA SEM-PRE, NÃO HÁ PROBLEMA QUE PER-MANEÇA PARA SEMPRE!

Na prova eu adotei uma tática: cada vez que olhava para uma placa que di-zia a quantidade de quilômetros que eu já havia percorrido, eu fazia a conta de diminuir e dizia “Só faltam 97km”. Lá na frente, eu olhava a outra placa e dizia: “Agora só faltam 96. Graças a Deus, di-minuiu”. Isso era um estímulo para não desistir. Não adianta você ficar olhando para trás e dizendo: “Poxa, mas eu já caminhei tanto, eu já fiz tanta coisa, eu já estou na igreja há tanto tempo e a mi-nha vida ainda não mudou o tanto que eu desejava, e isso ou aquilo ainda não aconteceu”. NÃO DESISTA, PORQUE, COM CERTEZA, O DIA DA SUA BEN-ÇÃO VAI CHEGAR!

Na prova de bicicleta do Ironman, em geral a distância dos 180 km não é corrida direto, do ponto A ao B. Em geral essa distância é completada num circuito, que dependendo do local onde a prova está sendo realizada, se cons-titui de um certo número de voltas. Em Florianópolis os 180 km são divididos em duas voltas de 90 km. Quando eu completei a primeira volta, recebi de um voluntário uma sacola com supri-mentos, que é chamada de “special needs”. Nessas provas de muito longa distância sempre tem um grupo muito grande de voluntários trabalhando, e é um deles que lhe entrega essa sacola

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previamente abastecida com coisas que você mesmo preparou. Antes da largada, você deixa com o pessoal da organização da prova essa sacola – que tem o seu número – e, na metade do ci-clismo, em um local já pré- determinado, um dos voluntario a entrega a você. Ali dentro pode ter um monte coisas, você põe o que quiser – se quiser pôr uma marmita com feijoada, não tem proble-ma nenhum (se bem que feijoada não é exatamente a melhor opção para um momento desses...) e com aquele su-primento você faz um reabastecimento das suas energias.

Quando você pára pra reabastecer, a vontade que dá é pegar a bicicleta, jogar no chão, pegar o que você tem dentro daquela sacola, comer, beber e ficar quieto num canto – e, se pos-sível, também chorar um pouco. Você não tem fome, porque o seu organismo está funcionando de um jeito diferente, debaixo de grande pressão; não conse-gue ter apetite, o seu estômago parece que “trava”. Mas você sabe que preci-sa comer, porque senão, mais a frente, vai tombar. Eu me alimentei de algumas fatias de batata cozida – que é só ami-do, ou seja, carboidrato puro, o alimento adequado para aquela situação – e uma bebida isotônica que serve para te hi-dratar, alem de fornecer sais minerais – sódio e potássio-e um pouco de glico-se, que é tudo o que você precisa pra continuar. E, NA VIDA, NO MEIO DAS LUTAS, NO MEIO DA PROVA, VOCÊ

TEM QUE SE ALIMENTAR. MESMO SEM APETITE, VOCÊ TEM QUE INGE-RIR A COMIDA CERTA.

A Bíblia diz que o apóstolo Paulo es-tava no meio de um naufrágio (veja Atos 27) e convidou os homens que estavam naquele barco a comerem pão, ainda que o sacolejo do mar revolto lhes tiras-se o apetite, porque ele sabia que eles precisariam de energia para trabalhar, nadar, ou qualquer outra providência que fosse necessário tomar para lutar e preservar a vida, para prosseguir. Se você não se alimentar, vai cair. Esse é um dos grandes erros que os cristãos cometem: quando estão passando por lutas, por sofrimentos, somem da igreja.

É fundamental que, no meio das lu-tas, você tire um tempo para se alimen-tar da Palavra de Deus, pois é isso o que vai lhe dar condições de prosseguir. Não abandone a corrida, porque “se todo atleta em tudo se domina para ganhar uma coroa corruptível”, muito mais você deve se dominar permanecer na corrida da vida, não desistir, para final-mente ganhar a coroa que o Senhor tem pra a sua vida.

Quando você termina a prova de ciclismo – horas e horas pedalando – pensa assim: “Cento e oitenta quilôme-tros. E agora? Agora só falta correr qua-

:: PARA TODAS AS IDADESO Ironman não é só pra jovens. A freira norte-americana Madonna Buder, de 76 anos, provou isso na prática. No Ironman do Havaí de 2006, ela terminou o percurso em 16h59min, apenas um minuto antes do tempo limite previsto para a prova.

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renta e dois quilômetros! Que bênção! Que maravilha!”

Você entra novamente na área de transição, entrega a bicicleta para um voluntário, vai até a tenda de troca de roupa para tirar o capacete, colocar meia, tênis, viseira ou boné, e aí tenta correr – tenta, porque suas pernas não respondem mais. Você diz para elas: “Vamos?” e elas dizem “Não!”, porque a dor que você sente é algo absurdo. Acho que nunca havia experimentado

dor igual. Aí você sai igual àqueles velhi-nhos que cor-rem na beira da praia, com aquele passi-nho curtinho... Eu comecei a tentar correr,

pelo menos para dar uma satisfação a quem estava de fora só assistindo. E, para piorar, havia um bocado de gente que me conhecia, que foi ali pra me ver: meu filho Maurício, meu amigo, pastor Hélio, além de alguns membros da igreja que estavam por lá de férias. E sempre que eu pensava em parar, “coinciden-temente” passava por alguém que me conhecia e essa pessoa gritava: “Vai, Fragale!”. Eu por minha vez, sempre que eu passava por algum atleta que estava ficando para trás, dizia: “Força!”, “Não pare!”, “Vamos lá!”. E na vida, nós pre-cisamos aprender a encorajar uns aos

outros dizendo: “Força!”, “Não desista!”, “Vamos juntos!”.

Uma das forças que a igreja tem e precisa aprender a exercer é o fato de podermos andar juntos, seguir o mes-mo Deus e ter o mesmo alvo de salvar pessoas que estão perdidas, pregar a Palavra de Deus e abençoarmos uns aos outros. Sozinhos, sem alguém nos incentivando, é muito difícil. Mas quando a gente encoraja um ao outro, a cami-nhada fica mais leve. Quando durante a prova alguém me estimulava, aquilo acendia uma chama nova dentro de mim e fazia com que eu me animasse e pros-seguisse. Só que você precisa aprender a não ficar esperando que alguém lhe diga palavras de encorajamento – VOCÊ precisa se posicionar para primeiramente dizê-las aos outros.

Quando faltavam doze quilômetros para terminar, aconteceu algo interes-sante. Eu não estava agüentando a dor, era insuportável. Aí eu vi o meu técni-co, o Alexandre Maximiliano, que esta-va rodando todo o circuito de mountain bike, e disse pra ele: “Max, me arrume um analgésico que eu não estou supor-tando”. Ele então conseguiu me arrumar um comprimido. Passados uns cinco ou dez minutos, a dor diminuiu. Ela não passou, mas se alguém está lhe belis-cando com alicate e dá uma pequena aliviada, você já dá graças a Deus. A dor diminuiu, digamos uns 30%, mas foi o suficiente para eu conseguir aumentar o meu ritmo. Aqueles últimos doze quilô-

:: VOCÊ SABIA?O triatlo é uma das modalidades em que a superação é fundamental, pela sua dificuldade. Um momento de esforço ocorreu em uma das disputas do Ironman, no Havaí. Já desgastada, a atleta norte americana Julie Moss foi ao chão metros antes da linha de chegada. Determinada, completou a prova engatinhando.

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metros eu corri feito um louco. Come-cei a ultrapassar um bocado de gente – ultrapassei umas 100 pessoas, um a um, pouco a pouco – e o pessoal que assistia mal podia acreditar, assim com eu próprio.

No meio da carreira da fé, quando às vezes parece que a dor está insu-portável, Deus vem com um “analgési-co” espiritual que libera a sua vida para que você corra com mais velocidade, força e entusiasmo. É alguém que apa-rece para te ajudar e te dar uma força, ou uma porta de novas oportunidades que se abre de repente diante de você. Se você desistir antes disso, não terá a oportunidade de ser ministrado pelo Espírito de Deus, para correr a carreira no ritmo que Ele quer que você corra. Mas se você perseverar, vai haver um

momento em que o refrigério vai che-gar, a pressão vai começar a diminuir e você vai começar a vislumbrar soluções e respostas.

A prova tem lances engraçados, outros sofridos. Tem ladeiras que você sobe andando mesmo, porque não dá pra correr. Mas o melhor da prova é quando, já de noite, você cruza aque-le portal de chegada... Quando você entra naquele túnel, chega naquele fu-nil da reta de chegada, lembra que se preparou e conseguiu chegar ao final da corrida. Ali tem um locutor que vê você chegando. Quando faltavam alguns me-tros para eu cruzar a linha de chegada, o locutor, que animava a multidão que vibrava com a chegada de cada atleta, anunciou em alto e bom som: “... e lá vem ele, Maurício Fragale do Brasil!” Eu

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pensei: “Jesus, estou famoso!”Eu me lembrei que a Bíblia diz que

vai haver um dia em que nós vamos ter completado a carreira, e o Senhor dirá o nosso nome. E ele vai dizer “Seja bem vindo! Entre agora no regozijo do teu Pai, no céu, porque ele pertence a você”. Mas isso é para quem permanece na carreira, para aquele que não desiste.

Foi um prazer tão grande de ter com-pletando todo aquele percurso! Só posso comparar o que senti quando passei por aquela linha de chegada, com a sensa-ção que tive no dia do meu casamento, ou nos dias em que cada um dos meus filhos nasceu. É uma coisa tão impressio-nante, que você só consegue comparar com uma dessas datas marcantes da sua vida. Você vê a dureza que foi tudo aquilo, toda a extensão que percorreu, mas ainda assim conseguiu completar.

Quando você cruza a chegada, a pri-meira coisa que recebe é uma camisa com a inscrição “Finisher” (que, em in-glês, significa que você finalizou, com-pletou a prova).

Em seguida, veio um dos muitos vo-luntários que ajudam os atletas durante a competição e me perguntou: “Está pre-cisando de alguma coisa?” Eu respondi: “Sim, de duas pernas novas”. Depois alguém põe uma medalha no seu pes-coço, pois todos os que completam a prova do Ironman recebem uma meda-lha, não só os primeiros colocados.

Um dos atletas que encontrei ali na área de chegada me perguntou se

voltaria no ano seguinte e eu respondi: “Você está doido!” Aí ele virou pra mim e fez uma comparação fantástica: “É o seu primeiro ano, não é? Olha, isso aqui é igual a uma mulher quando acaba de ter um filho e depois do parto, você per-gunta. ‘E aí, vai ter outro?’, e ela diz ‘De jeito nenhum! Não me fale mais em filho, é esse aqui e acabou!’ Uma semana depois, ela já está dizendo: ‘O próximo vai ser a Julinha, o Mateusinho...” . Eu saí dali dizendo “Não volto nunca mais!” Duas horas depois, já estava dizendo: “No ano que vem vai ser demais!”

No tempo do apostolo Paulo, os atle-tas que competiam nos jogos gregos, as Olimpíadas, e que venciam as provas, ganhavam como premio uma coroa de louros, aquela folhinha de cheiro e sabor marcantes que no Brasil usamos como tempero pro feijão. Não e’ difícil imaginar que no fim de alguns poucos dias aque-la coroa estava murcha e seca. Por isso o apostolo Paulo a chama de coroa cor-ruptível, isto é, que entra em processo de decomposição e degeneração.

A camisa, a medalha, enfim, o que ganhei por ter completado a prova, é como uma coroa corruptível. Isso eu vou guardar no armário para meus ne-

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tos, talvez bisnetos, verem – não sei se são coisas que vão durar até lá. Mas tudo isso um dia, de alguma forma, vai desaparecer. Ou porque o tempo vai corroer, ou porque vai parar nas mãos de alguém que jogará no lixo. Mas a Bíblia diz que aquilo que receberemos de Deus é incorruptível, vai durar para sempre. No livro do Apocalipse, há uma mensagem especifica mandada por Deus para cada uma de sete igrejas que existiam naquela época: Éfeso, Esmir-na, Pergamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Embora fossem recados diferentes e específicos para cada uma daquelas igrejas, ao final de cada um há uma exortação comum: está escrito que “ao vencedor” seria dada uma re-compensa.

Eu aprendi uma coisa no Ironman: o vencedor não é somente o que chega em primeiro lugar, mas também todo aquele que cruza o portal de chegada, não importa a que hora do dia. Essa é uma prova muitíssimo longa, em que os atletas de ponta completam em cerca de 08h30min, mas há aqueles que che-gam 16 horas ou mais após a largada. E não importa se na sua chegada há uma multidão clamando pelo seu nome, ou se não há mais ninguém esperando. Se você permanece na carreira, não impor-ta com que grau de dificuldade e sacrifí-cio, você é um vencedor. A Bíblia chega a dizer que é preferível entrar no Reino de Deus sem um olho ou uma perna, mas entrar, do que ficar inteiro, mas do lado fora. É claro que a Bíblia não está fa-

lando de mutilações físicas literais, mas o sentido aqui é que é preferível estar passando pelas lutas e dores com Je-sus ao seu lado, ainda que pareça que aquele problema vai te custar uma perna e um olho, do que passar pelo mesmo problema sozinho, sem Deus. Por quê? Porque com Jesus sempre vai haver uma saída, uma solução, uma respos-ta, um milagre. Sozinho, você só pode contar consigo mesmo. Você pode ser muito talentoso, forte, inteligente, mas não é Deus. E no momento em que seu talento, força e inteligência já não po-dem encontrar a solução, Deus pode.

Saiba de uma coisa: você pode es-tar passando por uma luta ferrenha, por um sofrimento muito grande, mas fique firme, porque ao vencedor, aquele que permanecer na carreira (lembre-se que o vencedor é aquele que cruza a linha de chegada, não importa se correndo, andando, engatinhando ou rastejando, em primeiro ou em último lugar) o Se-nhor dará vestes brancas; o vencedor terá o seu nome registrado no livro da vida, e essa é a maior vitoria que o ser humano pode alcançar: a vida eterna em Cristo Jesus.

Maurício FragalePastor e Triatleta

Texto Maurício Fragale Direção de criação & edição Dirceu Santos Assistente de criação Adriano Reis Fotografia Dirceu Santos, Túlio Thomé, Arthur Amiune, Arquivo Ironman Revisão Dirceu Santos

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