vida cristã equilibrada - watchman nee

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Vida Cristã

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  • 2NDICECAPTULO 1A Porta e o Caminho FObedinciaCAPTULO 2O Objetivo e o SubjetivoDuas Categorias de VerdadeFato Um: Cristo Morreu na CruzFato Dois: Ressuscitamos com EleFato Trs: Assuntos aos CusDando FrutosCAPTULO 3Querer e RealizarCAPTULO 4Alvio Concedido e Descanso AlcanadoO Alvio da SalvaoO Descanso da VitriaTome o Jugo de CristoAprenda do SenhorCAPTULO 5Vigiar e OrarO Momento da OraoNo Momento de OrarEvite Tudo o Que No OraoOrando em Todo TempoVigiar Depois da OraoCAPTULO 6O Outro Aspecto da Oferta Pela CulpaA Relao Entre a Oferta pela Culpae as Outras Quatro OfertasOs Dois Aspectos da Oferta pela CulpaA Importncia da Oferta pela CulpaA Oferta pela Culpa Relaciona-se aosHomensAlgumas Ofensas Contra os Homens1. Ser indigno de confiana2. Negar em penhor3. Roubar outras pessoas4. Oprimir um vizinho

    5. Negar a devoluo de coisas perdidas6. Jurar com mentirasComo Lidar com as CulpasAcrescente a Quinta ParteO Tempo de DevolverTrazer a Oferta pela CulpaCAPTULO 7Bem-aventurados So os MansosA Ttica Operacional de Deus:Trabalhar com o Homem em PrimeiroLugarDeus Precisa do Homem Que Conhece aCruzDeus Trabalha com MoissComo Deus Trabalha com a Sabedoria e oPoder Carnais de MoissAdmitiu No Ter PoderReconheceu a Falta de EloqnciaRetrocesso Excessivo porNo Conhecer o Poder da RessurreioFoi CircuncidadoO Princpio da CruzCAPTULO 8Verdadeiramente PobreMentalidade de LaodiciaPobreza e CegueiraPobreza e SuperficialidadeAbundncia e ProfundidadeCAPTULO 9A Importncia da FCAPTULO 10Quatro Estgios Importantes na Jornadada Vida.Gilgal (v. 1) - Tratando com a CarneBetel (vv. 2, 3) - Lidando com o MundoJeric (v. 4) -Tratando com SatansO Rio Jordo (vv. 6-14) - Tratando com aMorte.

  • 3Captulo 1A PORTA E O CAMINHO

    Leitura:"Entrai pela porta estreita (larga aporta, e espaoso, o caminho que conduz para a perdio, e so muitos os que

    entram por ela), porque estreita aporta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e so poucos os que acertam com ela"(Mateus 7.13, 14).

    Hoje, nosso propsito no explicar a passagem mencionada, mas demonstrar a trajetria da vidacrist, porque os versculos acima tratam de dois grandes princpios: (1) entrar pela porta e (2) percorrer ocaminho. Enfatizar um deles e excluir o outro resultar em um extremo. Deus coloca, diante do cristo, umaporta e um caminho, ou um caminho e uma porta, a fim de mant-lo em equilbrio. O que significa entrarpela porta? Entrar pela porta quer dizer passar por uma crise. Assim como a passagem tem uma porta quebloqueia seu avano, passar pela porta significa enfrentar algo que voc nunca experimentou antes. Noimporta quo espessa seja a porta, no se leva cinco minutos para atravess-la. Quando algum passa, est,de imediato, em um novo ambiente. H uma diferena enorme entre o cenrio anterior passagem pela portae a cena posterior. Cinco minutos antes, a pessoa estava em um mundo particular, mas, agora, est em ummundo diferente. Anteriormente, a pessoa estava do lado de fora da porta e, agora, encontra-se do lado dedentro. Por exemplo: do lado de fora do Parque Jessfield1, possvel vermos poeira e carros. Porm, aoentrar pela porta do parque, sentimos, de imediato, que estamos em uma rea totalmente diferente. Portanto,falando em termos espirituais, entrar pela porta significa que, em um curto perodo de tempo, surge umadiferena tremenda. Num perodo to breve, o cristo passa por uma crise, e sua condio espiritual tomaoutro rumo no mesmo instante. O cristo no apenas tem de atravessar uma crise, mas deve percorrer umcaminho tambm. O caminho longo, e necessrio muito tempo para percorr-lo. Leva muito tempo paraatravessar a porta? bvio que ela pode ser atravessada com rapidez. O que, ento, requer mais tempo:entrar pela porta ou percorrer o caminho? Naturalmente, percorrer o caminho exige mais tempo. Surge umgrande desequilbrio se algum entra pela porta sem dar um passo no caminho em seguida. Depois que ocristo atravessa a porta, ele deve seguir adiante, passo a passo. Percorrer o caminho significa prosseguirgradualmente - um passo depois do outro. Para atravessar a porta, necessrio apenas um passo, mas o atode percorrer o caminho no pode ser realizado em apenas um passo. Assim, ao entrar pela porta, o cristoimediatamente sente uma mudana distinta. Ele segue adiante (mais uns cem passos) e, ento, pode ter deatravessar outra porta. Talvez, aps dar mil passos, outra crise ainda o espere. O cristo deve, portanto, estarpreparado para percorrer o caminho sempre que decidir atravessar uma porta. Por isso, passar pela portasignifica enfrentar uma crise, enquanto percorrer o caminho quer dizer progredir.

    Hoje em dia, h muitas controvrsias sobre esse assunto entre os cristos. Alguns enfatizam a crise,enquanto outros, o progresso. Alguns consideram que entrar pela porta deve ser uma experincia suprema,enquanto outros supem que podem prosseguir sem qualquer necessidade de atravess-la. Ambas as posiesso desequilibradas. Devemos saber que, de um lado, precisamos passar por uma crise e, por outro,prosseguir no caminho. Entrar pela portar e percorrer o caminho so dois importantes princpios bblicos;eles devem ser igualmente enfatizados. De acordo com a Palavra de Deus, entrar pela porta, em nossatrajetria espiritual, antecede o ato de percorrer o caminho. Em primeiro lugar, a crise; depois, o progresso.Contudo, acontece o contrrio para quase toda jornada terrestre, pois esta requer normalmente caminharantes de entrar. Por exemplo: voc deve, primeiro, percorrer a Rodovia Hardoon antes de passar pela entradade Wen Teh Lane e chegar ao local preparado para a adorao. Na jornada espiritual, porm, o caso outro,pois pode ser semelhante a uma viagem rumo a um palcio ou mausolu real cercado por uma gigantescamuralha. Voc precisa passar pela entrada primeiro e, depois, andar por uma extensa trilha antes de chegarao destino. Uma vez que a Bblia sempre apresenta a porta e o caminho juntos, podemos v-los em aotanto na "f" quanto na "obedincia" dois princpios-chave da vida crist.

    FA f um princpio de nossa caminhada crist. A f governada por duas regras, representadas por

    uma porta e por um caminho. Todos os que esto familiarizados com a experincia espiritual sabem que a f constituda dos elementos "crer" e "confiar".

    H uma diferena entre o ato de f e a atitude de f. Crer de uma por todas as vezes o quechamamos de passar por uma crise, mas confiar continuamente depois o que chamamos de progredir.Exercer um ato singelo de f entrar pela porta, mas manter uma atitude de f a partir de ento percorrer ocaminho.

  • 4A fim de o cristo realmente crer em Deus quanto a uma questo especfica, ele deve, primeiro,

    exercer um ato de f, com singeleza de corao, pelo qual ele verdadeiramente creia em Deus, antes deconseguir percorrer o caminho da f. Ao entrar pela porta, ele cruza o portal da dvida e, ento, com asingeleza de corao, recebe uma promessa de Deus, o que acontece quando atravessa a porta ou passa poruma crise.

    Por favor, lembre-se de que os crentes devem, em primeiro lugar, entrar pela porta da f e, depois,podem avanar pelo caminho da f, mantendo uma atitude de f.

    Muitas pessoas especulam o fato de poder confiar em Deus ao manter uma atitude de f sem transporo portal da f por meio de um singelo ato de f. Elas no sabem que, sem atravessar a porta, totalmenteimpossvel percorrer o caminho. Sem passar por uma crise ou dificuldade, no h como progredir. fundamental que haja uma ruptura ntida com o passado e uma aceitao definitiva do testemunho de Deus isso entrar pela porta. Ao contrrio, nunca poder haver progresso espiritual. Portanto, na rea da f,entre pela porta e, depois, percorra o caminho.

    Dentre as muitas verdades nas quais acreditamos, no existe nenhuma mais sublime do queexistirmos "em Cristo" que a posio que o redimido do Senhor obtm, segundo o ensinamento do NovoTestamento. Nada pode ser mais elevado do que esta posio, uma vez que o perdo dos pecados, ajustificao e a santificao esto em Cristo. Todas as bnos espirituais encontram-se em Cristo. Tudo estNele. Assim sendo, a maior graa que podemos receber ter nossa existncia colocada em Cristo. Tudo oque Deus nos oferece est em Seu Filho.

    Atualmente, a pergunta mais importante que devemos fazer a ns mesmos : "Quem podemos ser emCristo?" O missionrio ingls na China Hudson Taylor2 admirava a vida vitoriosa e sabia que tudo deveriaser encontrado em Cristo. Contudo, quando comeou a percorrer o caminho cristo, esforou-se parapermanecer em Cristo e descobriu que no conseguia faz-lo, pois parecia que, com freqncia, eraderrotado. Essa luta durou at o momento em que Deus concedeu a Hudson Taylor uma revelao,mostrando-lhe que j estava em Cristo. A necessidade que sentia de ser restaurado no iria ser curada pelofato de pedir que fosse colocado em Cristo. Ao contrrio, ele era uma pessoa regenerada e, portanto, jestava em Cristo. A resposta para sua necessidade era simplesmente descansar nesse fato, pois este era Osignificado de permanecer em Cristo. Uma vez que ele j estava em Cristo, no havia como estar ainda maisNele. Assim, ele alcanou a vitria - esta a porta da f. Hudson Taylor agora entrou pela porta. E depois daentrada por meio do ato de f, ele conseguiu aprender a tomar posse desse fato dia a dia e a confiar em Deuscom uma atitude de f. De outra forma, at mesmo se ele desejasse acreditar em Deus, no encontraria foraspara confiar tanto.

    Embora a expresso "em Cristo" seja simples, a verdade que contm excessivamente ampla; toabrangente que chega a ser quase incomensurvel. Deus "nos tem abenoado com toda sorte de bnoespiritual nas regies celestiais em Cristo" (Ef 1.3). Todas as bnos encontram-se Nele. Sendo as bnosque Nele existem de tal forma abundantes, por que muitas pessoas, que aparentemente crem, no asrecebem? Isso acontece porque ignoram os dois princpios da f. Deve haver o ato de f, assim como aatitude de f. Muitos podem ter crido e, aparentemente, exibido a atitude de f, mas lhes falta o ato de f. Emoutras palavras, eles no cruzaram o portal da f ao mesmo tempo em que, com singeleza de mente,acreditaram na realidade de Deus. Eles confundiram a atitude de f com a prpria f. Se passarem pela crisede f, entretanto, experimentaro muitas das bnos que esto em Cristo ao manter, posteriormente, essaatitude de f. Isso no quer dizer que os cristos obtm tudo no dia em que atravessam a porta. Em certosentido, possuem todas as coisas. Todavia, ainda no provaram todas. A situao semelhante a quandoentramos em um jardim onde tudo est diante de nossos olhos, mas temos de caminhar por ele a fim deexperimentar todas as coisas que ali se encontram. Na entrada, podemos possuir tudo ao declarar que todasas coisas nos pertencem. Primeiro, a porta; depois, o caminho.

    Quando Deus ordenou que os filhos de Israel cruzassem o rio Jordo, Ele disse, primeiro, a Josu:"Dispe-te, agora, passa este Jordo, tu e todo este povo, terra que Eu dou aos filhos de Israel. Todo lugarque pisar a planta do vosso p, vo-lo tenho dado, como Eu prometi a Moiss" (Js 1.2, 3). Antes deatravessarem o Jordo, Deus falou que havia dado a terra de Cana aos israelitas.

    Eles simplesmente precisavam ir em frente e possu-la. Eles tinham f? Sim, pois os que no criam jhaviam morrido no deserto, e todos os que estavam prestes a entrar em Cana eram pessoas de f. Osisraelitas cruzaram o rio Jordo, tomando posse da palavra de Deus. Eles agarraram Sua palavra e declararamque, a partir de ento, a terra de Cana lhes pertencia. Por conseguinte, eles passaram o Jordo etomaram posse da terra.

    Todavia, aps terem atravessado o Jordo, ser que tomaram posse de toda a terra de imediato?Satans nunca far tal concesso ao povo de Deus. As muralhas de Jeric eram altas, e as portas da cidade

  • 5estavam seguramente fechadas. Se estivssemos presentes nessa situao, provavelmente teramos ido aDeus e reclamado, dizendo: "Tu disseste que a terra de Cana seria nossa. Cruzamos o rio, mas, agora, asmuralhas de Jeric so altas demais, e as portas da cidade esto fechadas com segurana. A Tua palavra nofalhou?" Entretanto, os filhos de Israel no fizeram nada disso, mas acreditaram na palavra de Deus etomaram posse de Sua promessa. Eles passaram a rodear a cidade, uma vez por dia, at que, no stimo dia,rodearam-na sete vezes e gritaram. Em resposta, as muralhas de Jeric desmoronaram.

    Posteriormente, eles conquistaram uma cidade aps a outra. Embora tivessem seus fracassos efalharam por no expulsar por completo as sete tribos de Cana , tomaram posse de mais da metade dascidades de Cana.

    Devemos exercitar a f a fim de possuir todas as bnos espirituais em Cristo assim como osfilhos de Israel haviam apreendido a palavra de Deus ao atravessar o rio Jordo e conquistado a terra. Esseassunto tambm pode ser comparado aos documentos de propriedade que o pai moribundo d em heranapara o filho, que precisa encontrar as terras descritas nas escrituras e administrar sua herana. A herana dofilho, mesmo que ele ainda no a tenha visto ou administrado. Portanto, ele deve investigar e,subseqentemente, gerenciar suas propriedades de acordo com o que est escrito nos documentos. Porconseguinte, receber os ttulos de propriedade pode ser considerado o ato de f, ou seja, a crise, ao passo quegozar das propriedades que constam na herana de acordo com os documentos pode ser considerado a atitudede f (ou confiana), isto , o progresso.

    "Dispe-te, agora, passa este Jordo, tu e todo este povo", dissera Deus. Essa declarao constituiu,para o povo, atravessar o portal da f. E, aps ter passado por essa crise, eles destruram uma cidade depoisda outra segundo a palavra de Deus, o que foi, para eles, percorrer o caminho da f. Ao ler o NovoTestamento, voc observa que todas as coisas em Cristo lhe pertencem. Porm, se voc no conseguiupossuir nada, ainda no experimentou a crise da f. Sem passar pelo portal da f, voc nunca ser capaz deatravessar o caminho da f, e haver pouco progresso em sua vida espiritual. Ainda que voc tenha ouvidomuitos ensinamentos sobre f, voc no os aproveitar, pois deve passar por esta crise, dizendo: " Deus, euTe agradeo por me teres dado, de fato, a terra de Cana. Esta terra minha." preciso que voc possua aterra ao apropriar-se dos documentos de propriedade. Voc no vai sair e verificar se a terra realmente lhepertence, mas reivindic-la, pois sua.

    Pegar os documentos de propriedade e aceitar a bno que Deus lhe concedeu em Cristo significamexperimentar a crise de f. Pode haver ocasio em que, por um lado, voc sinta cime, orgulho e cobia emseu interior e, por outro lado, deixa de sentir amor, humildade ou bondade. Voc pede que o Senhor o liberte.Voc pede uma, duas e vrias vezes. At que, um dia, voc recebe revelaes concernentes s riquezas deCristo e percebe quo tolo foi ao pedir libertao. Voc recebe a seguinte palavra de Deus: "A Minha graate basta" (2 Co 12.9). Assim, no mais preciso pedir, pois o Senhor fala: "Sou santo, bom e cheio de graa."Todas as coisas esto Nele. Quando Deus lhe mostra as riquezas em Cristo, voc passa por uma crise.Depois, experimentar mais e mais da graa que existe em Cristo.

    T. Austin-Sparks3 um servo de Deus que tem sido grandemente usado. A verdade maispreciosa de toda a sua vida a de seu ser "em Cristo". A vida deste servo foi completamentemodificada a partir do dia em que seus olhos foram abertos por Deus a fim de contemplar asriquezas que lhe pertenciam em Cristo. Deus fez com que ele percebesse que precisava, antes dequalquer coisa, tornar-se um pobre homem rico, pois tinha-se esquecido das riquezas abundantes, queso a herana do crente em Cristo. Vamos perceber, hoje, que devemos passar pela crise da f. Que Deus nosconceda o esprito de sabedoria e revelao, e que nossos olhos sejam abertos a fim de contemplarmos nossaunio com Cristo.

    Depois de ter observado sua unio com Cristo, ser que voc nunca mais ficar nervoso nem sentira inveja mover-se em seu interior? Ser que, no futuro, voc mostrar apenas bondade e amor? Possolembr-lo que o diabo to teimoso hoje em dia quanto foi com os habitantes de Cana. Satans oconfrontar em cada passo do seu caminhar. A menos que voc permanea na vitria de Cristo, divisarderrota. Quem no passou pela crise da f jamais ser capaz de percorrer o caminho da f. Entretanto,quando seus olhos forem abertos para ver as riquezas em Cristo, voc ser tentado de imediato pelo diabo,que insinuar o seguinte: "Voc diz que todas as bnos esto em Cristo. Ento, por que voc ainda ficairritado e nervoso? Voc diz que todas as bnos lhe pertencem, mas voc possui algumas delas em seuinterior? A revelao que voc diz ter recebido no verdadeira, mas voc est iludido. Voc diz que Deuslhe deu a terra de Cana, mas, se esse fosse o caso, por que as muralhas de Jeric permanecem to altas, e asportas, to firmemente trancadas? Como voc pode acreditar que conseguir desbaratar as sete tribos deCana? No! O que Deus lhe disse so simplesmente palavras vazias. melhor que voc volte para amargem oriental do rio Jordo!"

  • 6Os cristos devem reconhecer que atravessar o rio Jordo e no rodear a cidade de Jeric apenas

    entrar pela porta da f sem percorrer o caminho da f. Cruzar o Jordo e deixar de rodear Jeric nunca farcom que as muralhas caiam por terra. Entrar pela porta da f sem percorrer o caminho da f no resultar emprogresso espiritual. Ao contrrio, a experincia espiritual de cada cristo que avana atesta as pegadas da f.

    Satans no deixar que voc caminhe e leve consigo as bnos facilmente. Voc ouviu dizer quetodas as coisas esto em Cristo. Porm, ao chegar em casa, Satans lhe dir: "O amor no lhe pertence, abondade no lhe pertence; nada, enfim, realmente seu."

    E por causa das mentiras de Satans que voc pra de lutar e desiste? Voc deve agir como agem osproprietrios que administram as terras que possuem de acordo com seus ttulos de propriedade. Assim comoeles, voc deve cuidar da sua terra de acordo com tudo o que est descrito no documento. Voc no precisapedir ou tentar, pois to-somente deve levar o documento consigo e reivindic-la. E, quando vier a tentao,voc simplesmente ter de usar a passagem bblica adequada ocasio. Se for irritao, use a passagembblica que trata da irritao. Se for amor, use os versculos apropriados sobre o amor. Encontre as passagenscertas para que possa, enfim, declarar: "Essa minha herana, e, portanto, reivindico-a." Voc notifica aSatans que ele um mentiroso e, logo, deve afastar-se de voc. Voc exercita sua f ao dizer: "Vivo pelagraa de Cristo e posso ser paciente e bondoso."

    Por favor, observe com cuidado, porm, que o que precisa ser retirado a irritao e no a f, amontanha, no a f. No a f que deve recuar, mas o mau gnio que deve ser afastado. Permanea na f.Nenhum muro to alto a ponto de no poder cair por terra. Os filhos de Israel no usaram armas, massimplesmente rodearam a cidade no primeiro dia e foram embora. E, durante os cinco dias seguintes, fizerama mesma coisa. Aos olhos do povo de Jeric, aquilo parecia brincadeira de criana. Contudo, no stimo dia,eles rodearam a cidade sete vezes, gritaram crendo que as muralhas de Jeric cairiam, e os muros, de fato,caram.

    Determinado cristo pode ter passado pela crise da f, mas no percorreu o caminho da f e lamentapelo mau gnio, pela inveja, pelo orgulho, pela cobia e por todas as coisas que ainda o acompanham. Eleno sabe o que fazer. Por um instante, lembre-se disto, por favor: primeiro, voc deve ver as riquezas quetem em Cristo, ou seja, entrar pela porta da f.

    Porm, ao entrar, voc deve assumir sua nova posio ao lidar com qualquer tentao que apareaem seu caminho seja o orgulho, a inveja ou qualquer outra coisa. Voc permanece na f e declara quetodas estas tentaes devem cair por terra. Ento, elas cairo. Aleluia! Os filhos de Israel cercaram a cidadede Jeric e deram o grito de f para que as muralhas cassem. Do ponto de vista humano, essa atitude eraextremamente tola, mas, quando eles gritaram, a cidade de Jeric caiu. O mesmo acontece nos dias de hoje:se gritarmos com f, o mau gnio, a cobia, o orgulho e a inveja cairo igualmente. Passar por uma crisesignifica ver tudo o que nosso em Cristo. Isso constitui o primeiro passo de f. Depois, tome posse de tudoo que existe em Cristo como se apegasse a um ttulo de propriedade.

    "Porque morrestes" (Cl 3.3). Deus lhe mostra que voc est morto. Portanto, no deve ficar irritadoou nervoso. A medida que voc, pela f, cr no que Deus diz em Sua Palavra, entra pela porta. Contudo,Satans ir rapidamente onde voc estiver e poder lazer com que fique irritado pela provocao do seucnjuge, ou filhos ou qualquer outra pessoa. Naturalmente, voc concluir que, provavelmente, a palavra"porque morrestes" no se aplica a voc na Bblia. logo, voc confia em seus sentimentos, e sua f desfalece.Suponhamos, por exemplo, que meu pai tenha comprado uma terra e tenha me dado a escritura dapropriedade. Ele me diz para ir e administrar os bens. Ento, vou ao pas onde se situa a terra e encontro umcaminhante que me pergunta por que estou indo at l. "Preciso encontrar a terra do meu pai", respondo. "Aterra no do seu pai, mas do meu pai", protesta o caminhante. Agora, nesse momento, se eu duvidasse dapalavra do meu pai, provavelmente voltaria para casa. No entanto, se eu dissesse "De jeito nenhum. Meu paino se equivocou, pois, de acordo com esse documento que tenho em mos, a terra nos pertence", o invasorseria obrigado a ir embora. Assim, um dos dois deve partir.

    O mesmo acontece conosco, pois Deus Pai j nos deu todas as bnos em Cristo Jesus. A Bblia odocumento que o Pai nos concede. Se voc acreditar no que est escrito na Bblia, Satans ser obrigado apartir. triste observar que muitas pessoas so incapazes de suportar as tentaes satnicas. Elas desistem daPalavra de Deus e perdem a f. Devemos, portanto, receber a Palavra de Deus no apenas uma vez, massempre que formos tentados. Devemos ser fortes por meio da Palavra isso percorrer o caminho da f.

    Ontem, algum pode ter declarado que, em Cristo, venceu seu nervosismo. Todavia, possvel que,hoje, seu orgulho retorne. Ele se sente confuso, pois, realmente, havia vencido seu temperamento ontem,mas, hoje tornou-se orgulhoso de novo. E possvel que a palavra bblica "porque morrestes" no sejatotalmente confivel? No, mas simplesmente significa que ele deve percorrer o caminho da f. Aps avitria sobre Jeric, os filhos de Israel sofreram uma derrota em Ai (Js 7.2-5). Se dependermos de ns

  • 7mesmos, fracassaremos mais cedo ou mais tarde. Porm, poderemos vencer nossos inimigos se confiarmosna Palavra de Deus. No alimente a idia de viver descansadamente. Devemos tratar do mau gnio e doorgulho assim que eles aparecerem. A luta da f inevitvel, e o caminho da f, inestimvel. Cada passo docaminho precisa ser alcanado com "a sola" da f (veja novamente Js 1.3).

    Uma porta e um caminho: esses so os princpios da vida espiritual. Antigamente, eu no tinha idiado que significava "todas as bnos espirituais em Cristo". Hoje, consigo compreender a expresso, poisquer dizer passar atravs da crise. No entanto, depois de passar pela porta da crise, preciso percorrer, passo apasso, o territrio que a Palavra de Deus me mostrou. Tanto a porta quanto o caminho devem serconsiderados. Sem passar pela porta, ningum consegue percorrer o caminho.

    Contudo, do mesmo modo, se a porta divisada, mas a pessoa anda com muita lentido, no podeprogredir. Ela deve caminhar, passo a passo, e aprisionar cidade a cidade com determinao. () inimigojamais se render sem lutar. Devemos travar a batalha espiritual.

    ObedinciaQuanto questo da obedincia, assim como com relao f, tambm existem a porta e o caminho.

    Primeiro, entre pela porta da obedincia e, depois, percorra o caminho da obedincia. Certa vez, algumasirms me disseram que, para elas, era muito difcil praticar a obedincia. Outras irms, contaram elas,pareciam ser capazes de obedecer com facilidade, mas, obedecer era algo semelhante a carregar ossofrimentos do mundo inteiro. Respondi-lhes: "Se vocs nunca entraram pela porta da obedincia, comopodem percorrer o caminho da obedincia?" Deixe-me dizer que, se voc nunca abriu mo da prpriavontade e entregou-se ao Senhor com determinao, se nunca colocou de lado aquilo a que tinha mais apreoe negou o que mais adorava, intil pensar em percorrer o caminho da obedincia. Se uma pessoapermanece do lado de fora da porta, perda de tempo tentar persuadi-la a obedecer ao Senhor. Em primeirolugar, faa com que atravesse a porta e, ento, ajude-a a obedecer a Deus, um elemento aps o outro,auxiliando-a no caminho da obedincia. Voc j disse adeus ao passado? Voc j tirou toda a dureza docorao? Voc j parou de procurar glorificar a si mesmo? A menos que tenha tido uma experincia clara,no ser capaz de percorrer o caminho da obedincia, pois ainda no atravessou a porta.

    Quando perguntaram a Rebeca se ela desejava ir com o servo de Abrao, ela respondeu: "Irei" (Gn'4.58). Ento, deixou a casa do pai e, aps t-la deixado, montou em um camelo e viajou pelo deserto. Issosignifica o caminho do sofrimento (o camelo representa o sofrimento na passagem mencionada). Foi apenasassim que conseguiu ajudar Isaque e agradar-lhe. Todos os cristos devem dizer ao Senhor: "A partir deagora, estou disposto a abrir mo de tudo, incluindo qualquer pessoa, acontecimento ou coisa, em favor daTua vontade." Se no for assim, quando Deus nos ordenar, hoje, que abandonemos determinada coisa,responderemos que no conseguimos, pois muito doloroso. Amanh, se Ele nos desafiasse com outroassunto, poderamos responder novamente: "No. No consigo, porque di muito." Pode parecer que Deus muito severo para conosco. Por qu? Pois nunca deixamos a casa de nosso pai. "Esquece o teu povo e a casade teu pai. Ento, o Rei cobiar a lua formosura" (Sl 45.10, 11). Na trajetria da obedincia, um cristo,assim como uma moa que est prestes a casar-se, deve, primeiro, deixar a casa do pai c sair de sua proteo.Portanto, se j tivssemos tomado tal deciso antes, poderamos ter conseguido percorrer o caminho daobedincia.

    Com freqncia, digo que muitos cristos nunca sofreram, pois Deus nunca pediu que sofressem.Alguns cristos sofrem, mas no se alegram, pois no aprenderam. Devemos ser suficientemente felizes aosofrer. No caso de ainda ignorar o que Deus requer ou espera de voc, se voc no sabe qual a atitude deDeus para com voc com relao a certos assuntos, voc ainda no entrou pela porta da obedincia. Precisahaver um momento em que voc deve dizer a Deus com determinao: " Deus, aqui estou, disposto aabandonar minhas idias, expectativas, ambies e meus planos. Eu os largarei por amor a Ti." Se no forassim, Deus no lhe pedir nada. Ser que Isaque poderia ter pedido a mo de uma mulher desconhecida seno houvesse o plano divino para que ele casasse com Rebeca? Deus no ir pedir-lhe um centavo sequer sevoc ainda no tiver se entregado a Ele com singeleza de corao. Voc pode ofertar para o bem de suaprpria conscincia, mas suas ofertas no foram requeridas por Deus. Lembremo-nos de que, se pretendemospercorrer o caminho da obedincia, devemos atravessar a crise da consagrao. No faremos nenhumprogresso espiritual sem consagrao4. fundamental sermos desarmados por Deus. No devemos nemsequer imaginar percorrer o caminho da obedincia se nunca passamos pela porta da obedincia. Quandosomos redimidos, no duvidamos de que pertencemos a Deus. Entretanto, a partir do momento da nossaconsagrao, deveremos reconhecer que realmente pertencemos a Ele.

    Voc ainda no se consagrou a Deus? Voc obedece a Deus porque Ele o tocou a respeito desseassunto? Est com medo da ordem divina? Talvez, a questo do medo esteja relacionada ao que cada um

  • 8espera que Deus requeira. Qualquer coisa que voc no ousa pensar ou tocar ou qualquer coisa que voctende a evitar pode ser muito bem o assunto a respeito do qual Deus falar com voc. Muitas vezes, oEsprito Santo opera em voc, mas voc no considera importante; ao contrrio, tenta fugir. Voc pensa emoutras coisas e fala sobre coisas diferentes. Voc pode at ler a Bblia a fim de escapar da voz de Deus.Algumas pessoas fogem quando Deus as convoca para pregar o Evangelho. Alguns so tocados por Deusquanto questo financeira ou ao relacionamento com outras pessoas ou com os irmos da igreja. Este toquedivino, se admitido, bastante doloroso para a carne, mas o toque mais abenoado que existe.

    No abrigue o pensamento de que Deus no enxerga os recessos do corao, porquanto estamosdespidos e completamente expostos diante Dele. melhor que Lhe digamos com determinao: " Deus, apartir de agora, perteno ao Senhor Jesus. A partir de agora, o meu objetivo o Senhor Jesus. A partir deagora, nada desejo na terra alm do Senhor Jesus".

    Quando o fizermos, deveremos passar pela crise da obedincia. Nenhum cristo normal deixa depassar por esta crise, e nenhum bom servo de Deus deixa de atravessar essa porta.

    Depois que voc, de fato, tiver passado por esta porta ao consagrar-se e abrir mo de tudo, serprovado pelo Senhor. Voc ser afligido at que Deus esteja convencido de que voc realmente Lhepertence, e que voc esteja convencido de que verdadeiramente pertence a Ele. Aps Abrao ter cruzado orio e chegado a Cana, ele foi provado por Deus diversas vezes at, afinal, oferecer Isaque. O Senhor queriacomprovar que Abrao realmente O temia. O mesmo acontece conosco: aps passar pela crise, podemos teralguma coisa alm de Deus que ainda amamos e admiramos em secreto. Se Deus nos pedir que neguemos aesta coisa, deveremos neg-la se formos fiis. No caso de ainda no termos f suficiente, veremos a cruz e acontornaremos ela. Existem muitos cristos, nos dias de hoje, que contornam a cruz, o que apenas prolongara trajetria. Nosso caminho dever ser bem mais curto se formos fiis, mas ser bem mais longo se noformos, pois andaremos em crculo.

    Minha tarefa foi mostrar a voc que, em ambas as reas de "confiar" e "obedecer", a porta semprevem em primeiro lugar, e, depois, segue o caminho. Tanto a porta quanto o caminho devem ser igualmenteenfatizados. A porta precisa ser atravessada primeiro a fim de que o percurso do caminho seja possvel. Seno for assim, tudo ser em vo, pois todos os ensinamentos sobre f e obedincia se tornaro impraticveis.

    Que Deus nos abenoe no dia de hoje, abrindo nossos olhos a fim de que vejamos que nada difcildemais para Ele, nenhum preo alto demais para Ele e nenhuma consagrao excessiva para Ele. Cremosem Deus e, portanto, entramos pela porta da f. Amamos o Senhor e, portanto, entramos pela porta daobedincia. Por Ele ser fiel, percorreremos o caminho da f. Por Ele nos amar, trilharemos o caminho daobedincia. "Mas a vereda dos justos como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais at ser diaperfeito" (Pv 4.18).

  • 9Captulo 2O OBJETIVO E O SUBJETIVO

    Leitura:'Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unignito, para que todo o que Nele cr no perea,

    mas tenha a vida eterna " (Joo 3.16).'E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dar outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco" (Joo 14. 16)."Como no pode o ramo produzir fruto de si mesmo se no permanecer na videira, assim, nem vs o podeis dar, se no

    permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vs, os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse d muito fruto; porque semMim nada podeis fazer"(Joo 15.4b, 5).

    "O Esprito da Verdade, que o mundo no pode receber, porque no O v, nem O conhece; vs O conhecereis, porqueEle habita convosco e estar em vs" (Joo 14.17).

    "Em verdade, em verdade vos digo: quem cr em Mim tem a vida eterna" (Joo 6.47)."Aquele, porm, que beber da gua que Eu lhe der nunca mais ter sede; pelo contrrio, a gua que Eu lhe der ser nele

    uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Joo 4.14).'Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que verdadeiro Nele e em vs, porque as trevas se vo dissipando, e a

    verdadeira luz j brilha" (1 Joo 2.8)."Porquanto,para mim, o viver Cristo, e o morrer lucro" (Filipenses 1.21)."Segundo minha ardente expectativa e esperana de que em nada ser envergonhado; antes, com toda a ousadia, como

    sempre, tambm agora, ser Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte" (Filipenses 1.20)."Mas vs sois Dele, em Cristo Jesus, O Qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justia, e santificao, e

    redeno" (1 Corntios 1.30)."Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glria deste mistrio entre os gentios, isto , Cristo em vs, a

    esperana da glria" (Colossenses 1.27).

    Duas Categorias de VerdadeAs verdades encontradas tanto no Novo quanto no Antigo Testamento podem ser agrupadas em duas

    categorias: subjetivas e objetivas. Para melhor entendermos, explicarei, primeiro, o que significam os termos"objetivo" e "subjetivo". Talvez, a analogia do convidado e do proprietrio da casa possa ser til para essacompreenso. Olhar para alguma coisa a partir do ponto de vista do convidado pode ser classificado comoobjetivo. Olhar do ponto de vista do proprietrio da casa pode ser classificado como subjetivo. O objetivo ,para quem contempla, o que acontece na vida de outra pessoa. O subjetivo o que ocorre na prpria vida dapessoa. Por conseguinte, todas as verdades que no foram experimentadas na vida da prpria pessoa soconsideradas verdades objetivas, e as verdades que a pessoa experimentou so reconhecidas como subjetivas.Qualquer coisa que esteja do lado de fora de algum objetivo para ele. No entanto, embora esteja do ladode fora, no deixa de ser uma verdade. A Bblia enfatiza igualmente ambos os lados.

    Podemos ilustrar esse assunto por meio dos seguintes exemplos."Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unignito" (Jo 3.16)."E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dar outro Consolador" (14.16).Muitas pessoas conseguem recitar o primeiro versculo de cor, mas no conseguem recitar o

    segundo. Na verdade, ambas as passagens so igualmente valiosas. Deus nos concede dois presentes: emJoo 3.16, a Bblia diz que Ele nos deu o Filho e, em Joo 14.16, o Esprito Santo. Deus concede Seu Filhoaos pecadores e o Esprito Santo a todos os que acreditam em Seu Filho. Deus d

    Seu Filho ao mundo a fim de que todos possam ser salvos por Jesus e concede o Esprito Santo aoscrentes a fim de que eles tenham o poder para vencer. Todas as coisas realizadas no Filho so verdadesobjetivas, e as efetuadas em mim, pelo Esprito Santo, verdades subjetivas. Conseqentemente, tudo o que feito em Cristo objetivo, ao passo que tudo o que feito em mim, pelo Esprito Santo, subjetivo.

    Quando Cristo morreu na cruz, eu morri com Ele - e esse outro fato objetivo. Entretanto, se eu metocasse a fim de verificar se, de fato, estava morto, certamente eu no me sentiria morto. Quando prego oEvangelho para uma pessoa e digo-lhe que ela uma pecadora, mas que Cristo morreu por ela, ser que estapessoa consegue ver que, de fato, morreu com Cristo? No, pois todas as coisas em Cristo so objetivas parans e exteriores a ns. Porm, todas as obras do Esprito Santo so forjadas em ns, e, portanto, sosubjetivas em natureza. O Esprito Santo no faz nada dentro de Si mesmo, mas dentro de ns. Logo,lembremo-nos de que qualquer coisa feita em Cristo objetiva, e qualquer coisa feita em ns subjetiva.

    Em Joo 15.4, 5, nosso Senhor menciona "permanece em Mim" duas vezes. O que significa"permanece em Mim" (expresso, claro, que faz referncia a existirmos "em Cristo")?

    Ns nos recordamos de que tudo o que est em Cristo objetivo. Logo, o lado objetivo mencionado primeiro, e, ento, a experincia subjetiva de "Eu nele [em voc]". O "Eu nele [em voc]" vem

  • 10depois do "permanece em Mim". A partir disso, podemos ver que todas as experincias subjetivas sofundamentadas em fatos objetivos. Se existir apenas a obra do Esprito Santo sem o trabalho de Cristo,ningum poder ser salvo. Da mesma forma, ningum ser salvo se existir apenas o trabalho de Cristo sem aobra do Esprito Santo. Assim como somos capazes de permanecer em p, com os dois ps firmes, e verclaramente com nossos olhos, e assim como os pssaros podem voar vontade com suas asas, precisamospermanecer em Cristo, e Ele permanecer em ns.

    "Quem cr em Mim tem a vida eterna" (6.47). Todos os que crem no Senhor sabem disso. Contudo,quem pode alcanar a vida eterna sem Ele? uma questo de f. Na verdade, quem cr tem a vida eterna. Houtra passagem no Evangelho de Joo que diz o seguinte: "Aquele, porm, que beber da gua que Eu lhe dernunca mais ter sede; pelo contrrio, a gua que Eu lhe der ser nele uma fonte a jorrar para a vida eterna"(4.14). A gua que o Senhor d a gua da vida. Trata-se de uma fonte que jorra de dentro de voc, e da qualvoc consegue provar a doura. Joo 6.47 apresenta o lado objetivo, que descreve sobre ter a vida eterna,enquanto Joo 4.14 apresenta o lado subjetivo, que relata acerca de provar a vida eterna como a guaque jorra.

    Em 1 Joo 2.8, a Bblia declara: "Aquilo que verdadeiro Nele e em vs". Algumasverdades so genunas em Cristo, e outras o so em voc. Ambas so autnticas e precisam serigualmente enfatizadas. De que forma o Senhor ensina a respeito de produzir fruto? "Quempermanece em Mim, e Eu, nele, esse d muito fruto" (Jo 15.5). Em outras palavras, quando averdade objetiva mantm equilbrio com a verdade subjetiva (e vice-versa), muitos frutos soproduzidos.

    O mesmo equilbrio encontrado em Joo 14.17, que diz: "O Esprito da Verdade (...) habitaconvosco e estar em vs". "Habita convosco" objetivo em natureza e se refere presena de Cristo comSeus discpulos por intermdio do Esprito Santo. "Em vs", por outro lado, subjetivo em natureza e alude presena de Cristo nos discpulos por meio do Esprito Santo. O que hoje objetivo, estando no exterior docrente, passar a ser subjetivo por meio da presena do Esprito Santo.

    Paulo declarou, por um lado, que "vs sois Dele, em Cristo Jesus" (1 Co 1.30). Por outro lado,afirmou o seguinte: "Cristo em vs, a esperana da glria" (Cl 1.27). Nossa existncia em Cristo algoobjetivo, mas a existncia de Cristo em ns algo subjetivo.

    Podemos descobrir centenas de passagens bblicas acerca da esfera objetiva e subjetiva da verdade.Quando tomamos posse de ambas as esferas, podemos dizer que comeamos a percorrer as trilhas da Palavrade Deus. Um trem viaja em trilho duplo, e c perigoso que corra em um s trilho; mas, em trilho duplo, podecorrer com segurana. Da mesma forma, se prestarmos ateno aos aspectos objetivo e subjetivo da verdadecrist, no correremos perigo, mas seremos grandemente auxiliados. No tenho a inteno de discutirteologia, mas prefiro falar sobre a vida prtica. Deixe-me relacionar alguns dos maiores fatos realizados demodo objetivo em Cristo e as experincias correspondentes produzidas em ns de maneira subjetiva pormeio da obra do Esprito Santo.

    Fato Um: Cristo Morreu na CruzO primeiro e principal o fato de que Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados. Esse o centro de

    todas as verdades objetivas contidas na Bblia. Ao lermos as Escrituras Sagradas, descobriremos, em todas aspartes, a forma como Cristo morreu, remiu nossos pecados e nossa propiciao. L, na cruz, Cristo sofreunossos pecados em Seu corpo. A redeno j foi efetuada, e isso um fato hoje.

    Uma vez que o Senhor Jesus levou o pecado do mundo inteiro, por que nem todo o mundo salvo?Alm do mais, por que alguns dos que creram e so salvos no possuem a alegria da salvao? Por

    que ainda se preocupam com os pecados que cometem? Tudo isso acontece, porque as pessoas enxergamapenas o lado subjetivo. Como algum pode ser salvo se enxerga somente pecados e imundcie em simesmo? Devemos perceber que o que Cristo realizou est no lado objetivo e no pode ser encontrado nosubjetivo. Porquanto o que o Senhor fez, Ele o fez no Calvrio, e no em ns. Como podemos encontr-loem ns? Contudo, no momento em que percebermos que Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados,gritaremos "Aleluia! Ele sofreu os nossos pecados, e, portanto, podemos ser salvos!" Sempre que a falcanar a verdade objetiva, o Esprito Santo operar nas pessoas, dando-lhes a paz do perdo e a alegria dasalvao. Jamais conseguiremos encontrar tal consolo no lado subjetivo, pois no este o caminho de Deus.Deus, primeiro, d Seu Filho aos homens e, depois, concede o Esprito Santo. A ddiva do Esprito Santovem depois da ddiva do Filho. Em primeiro lugar, Cristo. Depois, o Esprito Santo. O Esprito Santo operadentro de ns tudo o que o Senhor operou fora de ns [na cruz].

  • 11A Epstola aos Hebreus nos diz que a f semelhante " ncora da alma, segura firme e penetra alm

    do vu" (6.19). Suponha que estejamos em um navio a vapor que possui uma ncora enorme.Qual a utilidade da ncora se permanecer dentro do navio? Ela deve ser lanada na gua a fim de

    estabilizar o navio. No deve permanecer no navio. Assim a f. A f jamais acredita no que est em ns,mas se lana sobre o Senhor Jesus. Ela arremessada de ns para Cristo. Sempre que a f prende-se aoobjetivo, impede rapidamente o subjetivo. Se a ncora permanece no navio, no ajudar a estabiliz-lo. Seexistem mais ncoras no navio, ser que elas ajudaro a firm-lo? Deixe-me dizer-lhe que, se o navio fossecarregado com sete ncoras ainda maiores, no se firmaria a menos que as ncoras fossem jogadas na gua.Quanto mais olhamos para ns mesmos, mais decepcionados ficamos. Porm, se lanarmos a ncora da f nacruz do Senhor Jesus, teremos paz. Devemos sempre comear com o objetivo e, ento, concluir com osubjetivo. Por isso, h dois lados. Nunca seremos beneficiados se apenas prestarmos ateno na presena doEsprito Santo sem, em primeiro lugar, observarmos a obra consumada de Cristo na cruz. Nem teremosqualquer experincia se olharmos exclusivamente para o que Cristo realizou na cruz sem enxergar o que oEsprito Santo far em ns. Outro caso ser o assunto de nossa crucificao com Cristo. Ns fomoscrucificados? No. "Sabendo isto: que foi crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo dopecado seja destrudo, e no sirvamos o pecado como escravos" (Rm 6.6).

    No fomos ns, mas nosso velho homem que foi crucificado com Cristo no mesmo momento em queEle o foi. Esse um fato objetivo. Seus olhos devem estar fixos no Senhor. Se voc tentasse crucificar a simesmo, descobriria o quanto perverso, e quo impossvel morrer para voc. O maior erro cometido peloscrentes est bem aqui: embora a Bblia diga que fui crucificado com Cristo, olho para mim e vejo que sou toduro, corrupto e indisciplinado como sempre fui. Ainda assim, tento crucificar a mim mesmo, mas noconsigo fazer-me morrer. esse o ponto em que o erro comea: voc comea consigo prprio. Voc deve terem mente que todos os comeos verdadeiros acontecem em Cristo. Voc no morre, porque se viu morto.Voc apenas passou a estar morto, porque morreu no mesmo instante em que Cristo morreu. A ncorasomente funciona quando arremessada ao mar. A f no opera enquanto no for lanada em Cristo. Comovoc pode dizer que est morto para o mundo, quando voc olha e constata que no morreu para o mundo?Mantenhamos sempre em mente que voc e eu passamos a estar mortos com Cristo no momento em que Elemorreu na cruz. Foi isso o que Ele fez. Objetivamente, Cristo morreu, e, por conseguinte, voc tambmmorreu. "Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Esprito, mortificardesos feitos do corpo, certamente vivereis" (8.13). Este o complemento perfeito de Romanos 6.6, que relataacerca da co-crucificao com Cristo. Porm, em Romanos 8.13, a Bblia fala em mortificarmos os feitos docorpo por meio do Esprito Santo. A crucificao o que terminou em Cristo; a mortificao, contudo, deveser realizada pelo Esprito Santo. Ser crucificado com Cristo aquilo em que cremos; algo objetivo. Possogritar "Aleluia!", pois, quando Cristo morreu, meu velho homem foi crucificado com Ele. Todavia, do ladosubjetivo, se me disponho, hoje, a obedecer, respondendo afirmativamente to logo o Esprito Santo melembra de que determinada coisa j foi crucificada, estou morto de fato para essa coisa. Amanh, o EspritoSanto me dir que outra coisa j foi crucificada em mim, e, na verdade, ser crucificada experimentalmentese eu estiver disposto a permitir. ( ) Santo Esprito de Deus me diz que meu nervosismo foi crucificado, e,portanto, no preciso perder o controle se eu disser: "No estou disposto a perder o controle", o Esprito

    Santo me dar foras para eu no me descontrolar.O Esprito Santo diz que meu orgulho j foi crucificado, e, por isso, no tenho mais obrigao de ser

    orgulhoso se eu disser: "Estou disposto a deixar de ser orgulhoso", receberei poder do Esprito Santo paradeixar de ser. A medida que me disponho a obedecer a uma coisa e, depois, a outra, o Esprito Santo opera asalvao de Deus em mim, agindo em uma de cada vez. No caso de eu tentar suprimir meu nervosismo peloesforo prprio, no conseguirei obter sucesso ainda que me empenhe ao mximo. Quando passo a olhar,primeiro, para o que Cristo fez ao morrer, descubro que o Esprito Santo est aplicando em mim a mesmamorte.

    Durante os dois primeiros sculos da Era Crist, os crentes se cumprimentavam de uma das duasformas: ou dizendo: "O Senhor est voltando" ou: "Em Cristo". Que doce e precioso estar em Cristo! OEsprito Santo, que habita em voc, mortificar os feitos do seu corpo. Hoje em dia, os cristos enfatizamdemais as verdades objetivas ou as subjetivas. A nfase exacerbada ao lado subjetivo resultar em opresso,o que to ftil quanto ter uma ncora no navio e no lan-la ao mar. Entretanto, tambm ser igualmenteinsignificante se algum permanecer negligente em seu caminho espiritual, pois reconhece que Cristo jmorreu. De fato, Cristo morreu na cruz, mas qualquer pessoa acabar perecendo se no crer se no lanara ncora da f em Cristo. Se algum est disposto a crer na morte de Cristo na cruz, ser salvo. De formasemelhante, o Esprito Santo lhe diz que seu nervosismo, orgulho, cime e sua luxria foram crucificados, e,se voc estiver disposto a aceitar esse fato, receber poder espiritual para vencer todas as coisas. Cabe a voc

  • 12acreditar na verdade objetiva, e ao Esprito Santo, traduzir o que objetivo para sua experincia subjetiva.Voc acredita na verdade que existe do lado de fora, e o Esprito Santo far com que ela opere dentro devoc. Voc cr na obra consumada do Calvrio, e o Esprito Santo far com que ela se torne real em voc.

    Fato Dois: Ressuscitamos com EleNo se trata apenas da verdade da co-morte conjunta, mas da verdade da co-ressurreio. "E,

    juntamente com Ele [Cristo], nos ressuscitou" (Ef 2.6). Como fomos ressuscitados? Ressuscitamos comCristo. Mais uma vez, note que Cristo. Novamente, percebemos um fato objetivo. "Nos regenerou para umaviva esperana, mediante a ressurreio de Jesus Cristo dentre os mortos" (1 Pe 1.3). Em outras palavras,quando uma pessoa nasce de novo, ela ressuscita com Cristo no mesmo instante. Todo cristo nascido denovo ressuscitou com Cristo, e vice-versa ressuscitou com Cristo, pois foi Ele quem ressuscitou.

    O que significa ressurreio? O Senhor Jesus havia morrido. Seu corpo estava l, mas todo o Seusangue havia se esvado. Havia numerosas feridas em Sua cabea (em virtude de Ele ter usado a coroa deespinhos), marcas dos cravos em Suas mos e Seus ps e uma ferida de lana em Seu lado. O poder da mortehavia-se apoderado do corpo de Jesus. Contudo (repare no inusitado!), a vida de Deus entrou naquele corpo,e, hoje, Cristo vive! Esta vida, assim que penetra em Jesus Cristo, vence todos os poderes da morte eressuscita Seu corpo. Na morte, Seus olhos no podiam enxergar, Seus ouvidos no podiam ouvir, e Suasmos e Seus ps no podiam mover-se. Hoje, Ele pode. A morte, na Bblia, significa ser absolutamenteimpotente e fraco. A morte uma incapacidade espiritual e uma impossibilidade espiritual. Anteriormente, ocorpo de Jesus tinha sido envolvido com lenis aromticos. Ento, o que aconteceu em Sua ressurreio? Aressurreio de nosso Senhor Jesus foi diferente da de Lzaro. No caso de Lzaro, quando ele saiu dasepultura, suas mos e seus ps estavam atados com a mortalha, e o rosto, coberto com um leno. Eleprecisou que as pessoas o desamarrassem. Todavia, na ressurreio de nosso Senhor, a Bblia relata: "Oslenis, o leno que estivera sobre a cabea de Jesus, e que no estava com os lenis, mas deixado numlugar parte" (Jo 20.6b, 7). Ele no precisou que desenrolassem ou cortassem os lenis e o leno. Quando avida poderosa de Deus fluiu em Jesus, tanto o cativeiro legtimo quanto o ilegtimo perderam o poder.Outrora, Seu corpo era um cadver; hoje, porm, est vivo e ativo. Assim a ressurreio de nosso SenhorJesus.

    Lembro-me de que, quando comecei a servir ao Senhor, orei para que Deus me ressuscitasse comEle. Pensei, na poca, que, se o Senhor me ressuscitasse com Ele, eu teria o poder para fazer a vontade deDeus. Eu errei ao orar daquela forma, pois, mais uma vez, comecei por mim mesmo. A Bblia diz queressuscitei com Cristo esse um fato consumado. Lembre-se de que, quanto mais nos voltamos para nsmesmos, piores nos tornamos. Entenda, por favor, que no quero dizer que no devemos ter experinciassubjetivas, mas que simplesmente devemos crer, em primeiro lugar, na verdade objetiva. Agora, posso dizer:"Senhor, agradeo-te por j teres ressuscitado, e por eu ter ressuscitado Contigo." Primeiro, temos deacreditar no fato de que ressuscitamos dos mortos. Todavia, como ressuscitamos? Ressuscitamos, porque nossentimos ressuscitados? No! Foi Cristo quem nos ressuscitou.

    Podemos perguntar o mesmo a respeito da salvao. Quando ramos ainda pecadores, no escutamoso Evangelho dizer que o Senhor Jesus j havia morrido por ns, e que Seu sangue j tinha sido derramadopela remisso de nossos pecados? Cremos, e, por isso, somos salvos. No olhamos para nosso lado a fim devermos se somos bons o bastante, mas olhamos para o outro lado, para onde o Senhor consumou a redenona cruz. Ao tomarmos posse deste fato, recebemos paz.

    Se olhssemos to-somente para o lado subjetivo da verdade e no aplicssemos o lado objetivo deigual maneira, no seramos capazes de "voar", pois teramos apenas "uma asa". Devemos olhar para umametade, em vez de fazer vistas grossas para a outra. Efsios 2.6 declara que Deus "nos ressuscitoujuntamente com Ele [Cristo]", ao passo que Efsios 1.19, 20 diz: "E qual a suprema grandeza do Seu poderpara com os que cremos, segundo a eficcia da fora do Seu poder; o qual exerceu Ele em Cristo,ressuscitando-O". Embora os crentes de feso j soubessem que haviam ressuscitado com Cristo dentre osmortos, foram incentivados, pelo apstolo Paulo, a conhecer a suprema grandeza do poder manifesto deDeus. Em outras palavras, embora admitamos a ressurreio, precisamos tambm do poder da ressurreio.No aspecto objetivo, j existe ressurreio, mas, no aspecto subjetivo, ainda h necessidade de sujeitar-se aopoder da ressurreio. Ningum deve dizer que, em virtude de seu nervosismo ter sido crucificado, ele jperdeu o mau gnio. No lado objetivo, seu nervosismo foi crucificado de fato, mas, no lado subjetivo, eledeve mortificar seu nervosismo pelo poder do Esprito Santo. Tendo a verdade objetiva, deve sucedertambm a experincia subjetiva. Acontece uma situao infeliz hoje em dia, ou seja, as pessoas noacreditam na verdade objetiva por mais que tentem viver a experincia subjetiva, ou acreditam na verdadeobjetiva, mas ignoram por completo a experincia subjetiva. De acordo com a Palavra de Deus, entretanto, as

  • 13pessoas no podem ser salvas sem f e jamais sero libertas sem obedincia. A f diz respeito obraconsumada de Cristo, e a obedincia, ao Esprito Santo. Estes dois elementos - f e obedincia soessenciais.

    "Para O conhecer, e o poder da Sua ressurreio" (Fp 3.10). Paulo declarou que a nica razo pela qualconsiderava todas as coisas como perda era conhecer o poder da ressurreio. Ele no disse conhecer aressurreio, pois a ressurreio foi conhecida no momento em que creu no Senhor. Particularmente, no ladosubjetivo, ele sabia que devia abrir mo de todas as coisas antes que pudesse conhecer o poder daressurreio de Cristo.

    Fato Trs: Assunto aos CusA ascenso a ltima verdade objetiva consumada concernente a Cristo mencionada no Novo

    Testamento. O nascimento, o sofrimento, a ressurreio c a ascenso de nosso Senhor so, juntas, as maioresde todas as verdades. Com relao ao assunto final da ascenso, empreguei muitas horas, assim que aceitei oSenhor, tentando imaginar como seria uma bno se eu pudesse sentar nos lugares celestiais todos os dias eter os pecados debaixo dos meus ps. No entanto, como voar em um avio, eu no poderia suportar muitotempo l em cima. Logo, cairia. Orei e orei, esperando que, um dia, eu pudesse sentar, em segurana, noslugares celestiais e quebrar meu velho recorde de ascenso. Certo dia, quando lia Efsios 2.6 (que diz: "E,juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus"), comecei aentender. No momento em que um cristo ressuscita com Cristo, ele tambm se assenta nos lugares celestiaiscom Cristo. Ele no se senta com Cristo em virtude de sua diligncia ou por causa de sua orao, mas pelofato de ter sido levado aos lugares celestiais no instante em que o prprio Cristo ascendeu aos cus. Cristoest nos lugares celestiais, e, por conseguinte, eu tambm estou nos lugares celestiais.

    Todavia, preciso permitir que o valor de Sua ascenso seja manifesto por meu intermdio, pois, poroutro lado, a Bblia diz tambm: "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousasl do alto, onde Cristo vive, assentado direita de Deus. Pensai nas cousas l do alto, no nas que so aqui daterra; porque morrestes, e a vossa vida est oculta juntamente com Cristo" (Cl 3.1-3). Este o lado subjetivoda questo. "Sua vida est oculta com Cristo em Deus" assim a ascenso. Uma vez que voc morreu,ressuscitou e ascendeu, deve buscar as coisas do alto e pensar nestas coisas todos os dias. Suponha que umpecador, por exemplo, escute dizer que Jesus Cristo morreu por seus pecados. Ele no deve pensar que podecontinuar pecando j que Jesus morreu por seus pecados. Apesar de termos a posio de ascenso, notiraremos proveito dela se colocarmos nossa mente em coisas menos importantes. Apenas no momento emque crermos que, quando Cristo ascendeu, ascendemos tambm e colocarmos a mente nas coisas do alto,estaremos verdadeiramente nos lugares celestiais tanto objetiva quanto subjetivamente.

    Dando FrutosTermos o fato objetivo sem haver a correspondente experincia subjetiva faz com que nos

    aproximemos do reino do idealismo sem obter qualquer favor do cu. No lado objetivo, Cristo fez todas ascoisas e, portanto, merece que confiemos Nele de todo o corao. No lado subjetivo, o Esprito Santo far aobra, e Ele deve ser obedecido por completo. Todas as experincias espirituais comeam quando cremos noque Cristo consumou e terminam quando obedecemos ao que o Esprito Santo nos ordena fazer. O que Cristorealizou nos d a posio, e o que o Esprito ordena faz com que experimentemos. O que Cristo consumou fato que deve ser recebido, e o que o Esprito Santo nos dirige princpio que requer obedincia. Todas asexperincias espirituais comeam pelo objetivo, e no existe exceo regra. A ncora da f precisa serlanada sobre a morte, a ressurreio e a ascenso de Cristo.

    "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vs. Como no pode o ramo produzir fruto de si mesmo se no permanecerna videira, assim, nem vs o podeis dar, se no permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vs, os ramos. Quem permanece emMim, e Eu, nele, esse d muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer" (Jo 15.4, 5). A ordem muito importante nesteversculo. Primeiro, "em Mim" - o "Mim" Cristo. Em primeiro lugar, permanea em Cristo. Isso objetivo.Depois, "Eu nele" ou seja, Cristo permanece em voc e em mim. Isso subjetivo. Com o objetivo, surge osubjetivo. Finalmente, vem a promessa de dar muito fruto. A medida que cremos no fato objetivo,encontramo-lo sendo incorporado a ns. Por fim, o objetivo mais o subjetivo resultaro em produo defrutos. Ter apenas o objetivo ou apenas o subjetivo no produzir frutos. A combinao de ambos produz osfrutos.

    No cenculo de Jerusalm, depois da ascenso de Cristo, havia homens e mulheres reunidos paraorar. Em tipologia, podemos dizer que os homens representam, no caso, a verdade objetiva, enquanto asmulheres, a verdade subjetiva. A presena de homens indica a presena da verdade objetiva, o que significa

  • 14que a verdade est presente. A presena das mulheres indica a presena da verdade subjetiva, o que significaque a experincia est presente. O resultado de ambos foi que trs mil e, depois, cinco mil almas foramacrescentadas igreja (At 2.41; 4.4). Foi assim que a igreja comeou. No tempo da segunda vinda do Senhor,haver, de um lado, o Cordeiro de Deus - o elemento objetivo e, do outro, a Noiva do Cordeiro oelemento subjetivo, que, por meio da !',raa divina, ser vestida de linho finssimo, resplandecente e puro,porque o linho finssimo representa os atos de justia dos santos (Ap 19.8). Se um cristo vive ou no paraagradar ao Senhor, depende do equilbrio que mantm entre os dois aspectos: o objetivo e o subjetivo.Atualmente, na Igreja, alguns se especializam em ministrar sobre a verdade subjetiva (assim como os doMovimento de Santidade). Nesse caso, falando com base na tipologia, voc s tem as mulheres. Outraspessoas, entretanto, apenas se interessam em defender a verdade objetiva (assim como os Irmos Unidos).Nesse caso, voc s tem os homens. Ambos sofrem perdas. Enfatizar apenas o subjetivo no produzir aexperincia correta, mas trar muito sofrimento desnecessrio. Por outro lado, enfatizar s o objetivo noproduzir a experincia correspondente, mas resultar em decepo. Por isso, a ateno desequilibradadedicada a um dos dois no o caminho de Deus. De acordo com o princpio da Bblia, a ordem : primeiroo objetivo e, depois, o subjetivo. Primeiro, a realidade de Cristo; depois, a direo do Esprito Santo. Oresultado a produo de muitos frutos. Que Deus nos capacite a saber como obedecer-Lhe e servir-Lhemais em Seu caminho.

  • 15

    Captulo 3QUERER E REALIZAR

    Leitura:"Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, no s na minha presena, porm, muito mais agora, na minha

    ausncia, desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor; porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar,segundo a Sua boa vontade. Fazei tudo sem murmuraes nem contendas; para que vos torneis irrepreensveis e sinceros, filhosde Deus inculpveis no meio de uma gerao pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo; preservando apalavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que no corri em vo, nem me esforcei inutilmente. Entretanto, mesmoque seja eu oferecido por libao sobre o sacrifcio e servio da vossa f, alegro-me e, com todos vs, me congratulo. Assim, vstambm, pela mesma razo, alegrai-vos e congratulai-vos comigo" (Filipenses 2.12-18).

    Todos sabemos que a Epstola aos Filipenses foi escrita por Paulo em uma priso romana. Nessapriso, o apstolo no se limitou a escrever apenas esta epstola, mas escreveu a Epstola aos Efsios e a aosColossenses. Cada uma destas cartas tem sua prpria nfase: Efsios fala sobre a Igreja como sendo o Corpode Cristo; Colossenses fala sobre o que Cristo para a Igreja. Porm, a destinada aos filipenses no trata dedoutrinas profundas como as encontradas nas duas outras, mas compartilha, dentre outras coisas, algumaspalavras pessoais de Paulo a respeito de colocar fim a uma contenda entre duas irms da igreja em Filipos:"Rogo a Evdia e rogo a Sntique pensem concordemente, no Senhor" (4.2). Estas duas servas tiveram problemas entre si,e, por isso, Paulo lhes fez uma exortao especial.

    A Epstola aos Filipenses concede ateno particular humildade, paz e ao amor mtuo. Pode-sedizer que esta epstola uma espcie de comentrio acerca do captulo 13 de 1 Corntios. No segundocaptulo, Paulo admoesta os crentes de Filipos a terem humildade e a considerar os outros superiores a simesmos, no tendo em vista o que propriamente seu, mas o que dos outros. Aps essas admoestaes, oapstolo apresentou o exemplo do Senhor Jesus e a maneira como Ele se esvaziou, assumindo a forma deservo e tornando-se semelhante aos homens, e como se humilhou, tornando-se obediente at a morte emorte na cruz. Ele lhes disse que deveriam ter a mesma mente de Cristo. Entretanto, diante dessa palavra,surge um problema de imediato. Embora o corao esteja desejoso, o poder de obedecer est ausente. Ouvir uma coisa, mas praticar outra. medida que o apstolo Paulo falava acerca de como o Senhor seesvaziou e se humilhou tornando-se obediente ate a morte (e morte na cruz) , as duas irmscontenciosas poderiam estar pensando: "Como ser possvel chegarmos a uma posio to nobre e elevada?"Por essa razo, Paulo continuou a escrever mais coisas nos versculos 12 a 18 com o intuito de apresentar-lhes a forma como isso poderia ser realizado.

    "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, no s na minha presena, porm, Muito mais agora, na minhaausncia, desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor" (v. 12). "Assim, pois" indica continuidade de raciocnio."Amados meus" um ttulo que Paulo utiliza sempre que vai mencionar algo de vital importncia. "Comosempre obedecestes, no s na minha presena, porm, muito mais agora, na minha ausncia." Qual osignificado dessas palavras? Paulo quer dizer que, anteriormente, quando pregou o Evangelho no meio doscrentes de Filipos, eles sempre haviam sido obedientes ao apstolo. Agora, que existia um problema, elesdeveriam ser ainda mais obedientes: "Vocs eram obedientes a mim no somente quando eu pregava oEvangelho no meio de vocs, e no somente quando eu era um exemplo enquanto estava com vocs, e nosomente quando estavam em constante contato comigo. Mas, agora, vocs devem ser obedientes a mim."Logo, essas palavras incluem trs elementos: (1) vocs me obedeciam quando eu estava com vocs, porquevocs estavam em contato comigo, (2) vocs deveriam ser at mais obedientes em minha ausncia, pois eu oscomprometi inteiramente com Deus, e (3) vocs devem obedecer e realizar algo agora, ou seja, desenvolver asalvao individual com temor e tremor.

    "Desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor." Leiamos esta passagem vrias vezes. O "temor"deve estar voltado para Deus, enquanto o "tremor", para si mesmo. Por um lado, devemos temer a Deus e,por outro, devemos tremer em relao a ns mesmos. Deus muito digno, e, por isso, devemos tem-Lo. Atentao muito severa, e, por isso, temos de tremer por ns mesmos. Contudo, como a obra de salvaoser desenvolvida? Agradecemos a Deus, pois Ele tem um modo para que a desenvolvamos.

    A Bblia divide o assunto da salvao em trs perodos. O primeiro perodo o passado, no qualDeus nos salvou do castigo do pecado, que a morte. O segundo perodo o presente, no qual Deus est-nossalvando do poder do pecado. O terceiro perodo o futuro, no qual Deus nos salvar da presena do pecado,e entraremos no Reino a fim de reinar com Cristo. Deixe-me ilustrar cada um destes perodos com umversculo pertinente:

  • 16(1) "Que [Deus] nos salvou e nos chamou" (2 Tm 1.9). Essa a experincia passada que teve todo

    aquele que cr.(2) "Por isso, tambm [Cristo] pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus" (Hb 7.25).

    Essa a salvao presente que podemos obter hoje.(3) "Assim tambm Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos,

    aparecer segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam para a salvao'' (Hb 9.28). Essa a salvao futurae completa.

    Portanto, evidente que a Escritura Sagrada re-fere-se aos trs perodos da salvao. Todos oscristos podem ter a salvao passada, mas possvel que no tenham a salvao presente e a futura. Algunspodem ter a salvao passada e a presente e estar procura da salvao futura. Uma pessoa pode ser salva docastigo do inferno mesmo que ainda peque com freqncia. Uma pessoa pode ser salva do castigo do inferno,mas pode ser que no reine no futuro.

    Citarei trs outras passagens para provar a validade dos trs perodos da salvao.(1) "Porque pela graa sois salvos" (Ef 2.8). Esta passagem se refere salvao passada.(2) "Porque, se ns, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho,

    muito mais, estando j reconciliados, seremos salvos pela Sua vida" (Rm 5.10). Esta passagem diz respeito forma como somos salvos, hoje, pela vida do Senhor.

    (3) "Porque, na esperana, fomos salvos" (Rm 8.24). Esta passagem indica a salvao futura.Agradecemos e louvamos ao Senhor, pois fomos salvos! Todavia, existem dois perodos da salvao

    que ainda faltam ser experimentados. Portanto, devemos prosseguir com fervor. Para as pessoas que aindano foram salvas, devemos dizer que creiam que podem ser remidas do castigo do inferno. Mas, para ns,que fomos libertos do inferno, precisamos ser salvos do poder do pecado e procurar a glria do Reinovindouro. Desenvolvamos, assim, nossa salvao com temor e tremor.

    Dwight L. Moody foi um evangelista poderoso, o mais sbio na atividade de salvar almas. Certa vez,ele disse que, em sua vida, nunca havia visto uma pessoa preguiosa ser redimida! Logo, parece que, se umapessoa preguiosa, no pode ser nem sequer liberta do castigo do inferno. "Desperta, tu que dormes,levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminar" (Ef 5.14).

    H pouco, mencionei que no precisaramos fazer nada para ganhar a salvao do castigo do inferno.Se tentssemos fazer esforos para obt-la, disse eu, seria quase agonizante. Precisamos, apenas, render-nose crer, afirmei, pois Cristo j fez todas as coisas por ns. Tudo isso realmente verdade. Entretanto, trata-sede metade da verdade.

    A outra metade que devemos desenvolver nossa salvao com temor e tremor, e isso algo peloqual devemos ter responsabilidade. Se no formos responsveis pela prpria salvao, acabaremosdesequilibrados na vida crist. Cristo, de fato, morreu por ns, derramou Seu sangue por ns, ressuscitou eascendeu por ns. Mesmo assim, algumas pessoas deduzem, a partir disso tudo, que, sendo esse o caso, notemos nada a fazer seno adorar o Senhor. Logo, elas se tornam completamente passivas e entendem que no preciso orar, ler a Bblia e consagrar-se. Contudo, todos devem saber que, uma vez que Deus j fez tudopor ns, necessitamos ser ainda mais zelosos. Em virtude de Deus j ler feito a obra, devemos desenvolv-la.Como somos capazes de desenvolv-la? O versculo seguinte de Filipenses 2 nos responder.

    "Porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade" (v.13). Filipenses 2.12 e 2.13 mostram-nos os dois lados da nica verdade gloriosa. Considerando o verso 12,parece que ns precisamos fazer tudo, mas, ao lermos o versculo 13, parece que Deus faz todas as coisas.Um diz que devemos desenvolver, e o outro diz que Deus efetuar. Ambos os versos no so contraditrios,mas complementares, pois, embora o versculo 12 diga, de fato, que devemos desenvolver, o versculo 13nos diz que Deus nos capacita a fazer o que devemos.

    Os dois versculos percorrem um longo caminho para explicar-nos um fato muito importanteconcernente aos dois lados da verdade nas Escrituras. Vemos, na Bblia, o nico lado dos muitosmandamentos solenes que Deus nos ordena. como se apenas enxergssemos o lado difcil das ordenanas.Parece que Deus coloca um fardo pesado sobre nossas costas. Sem termos a fora necessria para carreg-lo,estamos quase espremidos debaixo do fardo. Porm, tambm vemos, na Palavra de Deus, o outro lado dasmuitas promessas do Senhor: como Ele faz todas as coisas, como todas as coisas so pela graa e como tudoprovm de Seu trabalho parece desnecessrio fazer algo. Agora, os indivduos que no percebem ecompreendem estes dois lados da verdade acabam, sem dvida, pendendo para um deles. Um grupo depessoas pensar que, se so mandamentos de Deus, elas devem cumpri-los por conta prpria.Conseqentemente, consideram as ordenanas divinas como fardos pesados que devem, mas no conseguemcarregar. muito provvel que sejam completamente esmagadas. Outro grupo de pessoas julgar que todasas coisas foram feitas pela graa e obra divinas e, por isso, no tero o menor senso de responsabilidade.

  • 17Assim, como resultado, elas se tornaro distanciadas do caminho cristo. Estar em desequilbrio semimportar para que lado penda perigoso e far com que a pessoa deixe de guardar os mandamentos deDeus e no alcance as promessas divinas, pois a verdade de Deus equilibrada e enfatiza os dois lados damesma maneira. Deus efetua, e ns desenvolvemos. Se apenas permitirmos que Deus opere Sua salvao emns e recusarmos desenvolv-la, nada conseguiremos. Por outro lado, se tentarmos desenvolver a salvaosem Deus t-la efetuado em ns primeiro, nada alcanaremos tambm. Todas as questes humanas estoresumidas na sentena "querer e realizar". "Querer" a deciso interior, enquanto "realizar" a ao exterior.Tudo o que decidido interiormente realizado exteriormente. Assim sendo, o querer indica a condio donosso corao, e o realizar se refere ao nosso viver exterior.

    Contudo, quer desejemos interiormente ou realizemos exteriormente, Deus quem trabalha em nsat realizarmos Sua boa vontade. Todas as decises que tomamos provm do trabalho de Deus, e todas asaes que realizamos dependem do trabalhar de Deus.

    Quo freqentemente pretendemos obedecer a Deus ainda que no consigamos. Porm, diz o Senhor:"Eu opero em voc, e, assim, voc consegue obedecer." Muitos cristos se sentem infelizes, pois noconseguem fazer muitas coisas. Com freqncia, dizemos a Deus: " to difcil obedecer-Te. No consigo.Para mim, impossvel deixar de amar o mundo. difcil tambm deixar de odiar determinada pessoa." Noentanto, Deus no quer que voc sofra e, por isso, opera em voc a fim de permitir que voc obedea Suavontade. Por essa razo, voc deveria dizer ao Senhor: "Ainda que eu no consiga obedecer, abrir mo domundo e amar as pessoas, peo-Te que opere em mim de forma que eu possa desejar obedecer-Te, deixar omundo e amar as pessoas." Se voc orar com f, ser transformado. O que voc foi incapaz de vencer nosltimos trs ou quatro anos ser vencido quando voc to-somente crer e comprometer-se.

    Quando Robert Chapman5 comeou a servir o Senhor, sua platia aumentava progressivamente.Um desse dia, ele descobriu como realmente amar a esposa e filhos no Senhor, e, ento, Robert

    Chapman veio a ser poderoso na obra de Deus. Certa vez, pediram que testemunhasse, e ele falou asseguintes palavras: "Se existe algum dom em mim, sei de onde vem: da obedincia."

    Deus operar em ns at sermos capazes de agir. Por exemplo, o homem ferido pelos ladres quandose dirigia a Jeric foi colocado, pelo samaritano, no animal que este montava e levado a uma hospedaria.Desejamos caminhar, mas no temos foras, pois fomos feridos pelo pecado. Nunca conseguiremos ter afora necessria para caminhar por conta prpria. Entretanto, Deus opera em ns, realmente capacitando-nospara querer desenvolver e para desenvolver nossa prpria salvao. Qualquer coisa que cumprir a boavontade de Deus resultado da obra do Senhor em ns tanto no querer quanto no realizar. Seria bom quenos lembrssemos disso.

    D. M. Panton6, da Inglaterra, tinha as seguintes palavras a dizer: "Porque Deus vive em mim, possofazer todas as coisas que o prprio Deus capaz de fazer." Uma senhora morreu, e, na lpide, estavaminscritas as palavras que ela prpria costumava dizer: "Ela fez o que no era capaz de fazer!"

    Diariamente, vivemos tempos difceis de vencer. Para obtermos a perfeita salvao e vivermos umavida pura, preciso existir o trabalho de Deus. Muitos tentam imitar Cristo, mas nunca conseguiro, porque,em primeiro lugar, Deus quem faz, e, s ento, eu posso fazer. Apodero-me do fato de que Ele trabalha emmim. No sou eu quem trabalha, mas apenas ajo, pois Deus est agindo primeiro. Se eu tentar desenvolver asgrandes ordens da Bblia sozinho, estarei destinado ao fracasso. Tudo o que devo fazer pedir que Deusopere em mim at que eu deseje.

    O mesmo Sr. Panton mencionado anteriormente contou a seguinte histria. Certa vez, um mdicoenviou uma enfermeira para pedir que certo paciente fizesse determinada coisa. A enfermeira disse aopaciente o que o doutor havia ordenado, mas o paciente replicou, dizendo que no poderia faz-lo. Aenfermeira foi at o mdico e contou-lhe o ocorrido. Assim, o prprio mdico foi examinar o homem a fimde descobrir por que ele no poderia fazer o determinado. O doutor descobriu que o problema no estava nopaciente conseguir ou no cumprir a ordem, mas em querer ou no. Se em nosso interior no desejarmos, noconseguiremos realizar com eficcia. Se, interiormente, no desejamos abandonar o mundo, noconseguiremos deix-lo exteriormente. No entanto, Deus capaz de operar [em ns] tanto o querer quanto orealizar Sua boa vontade. Em virtude de Deus ter operado, podemos realizar. Uma vez que Ele j operou emns, devemos realizar o que foi operado. Assim, vamos enfatizar, agora, a questo de como podemosdesenvolver a salvao divina. No se trata de esperar ou orar, mas de desenvolv-la imediatamente. Todosos que creram no Senhor, tm Jesus Cristo dentro deles. "Ou no reconheceis que Jesus Cristo est em vs?Se no que j estais reprovados" (2 Co 13.5).

    Existem dois erros comuns na mentalidade de muitos cristos. Um diz que devo fazer o bem, esperarser bom e viver uma vida espiritual. O segundo diz que, se j fui salvo, no preciso levantar um dedo paraorar, ler a Palavra de Deus ou consagrar-me -pois Cristo me tornar zeloso. O primeiro erro est em tentar

  • 18fazer o bem dependendo de si prprio. O segundo est na atitude de no buscar com fervor. O fato que, seuma pessoa no diligente depois de ser salva do castigo do inferno, ela no ter uma vida espiritual, e,ento, no ser bem-sucedida se no crer em Deus e depender Dele. A pessoa deve crer que Deus quemopera nela tanto o querer quanto o realizar a fim de que ela consiga orar, ler a Bblia e testemunhar. Crer vemem primeiro lugar, e, depois, vem o realizar. O Reino do cu deve ser alcanado pelo esforo, e os que seesforam se apoderam dele (Mt 11.12). Dia a dia, devemos desenvolver, com diligncia, nossa prpriasalvao, o que no impossvel, pois Deus j operou em ns. Uma vez que a obtivemos, estaremoscertamente capacitados. Deixe-me apresentar uma ilustrao.

    "Acautelai-vos", disse o Senhor aos Seus discpulos. "Se teu irmo pecar contra ti, repreende-o; seele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo,dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lc 17.3, 4). Assim que Jesus terminou de pronunciar essaspalavras, os discpulos clamaram: "Aumenta-nos a f" (v. 6). Eles sabiam que, com relao a esse assunto emparticular, no conseguiriam jamais pratic-lo. Perdoar uma, duas ou trs vezes era algo que eles,provavelmente, tinham capacidade de realizar. Porm, perdoar sete vezes por dia era simplesmente demais.

    Quem poderia ser to paciente perante tamanha provocao? Logo, pediram que o Senhoraumentasse a f que cada um possua. O que Jesus lhes disse? "Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fcomo um gro de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecer"(v. 6). Que ligao tem a palavra acima proferida pelo Senhor com o ato de perdoar? Devido a voc ter f emseu interior, pode dizer ao seu corao de dio: "dio, ordeno que saia de mim." Tendo esse tipo de f, voccertamente conseguir perdoar s pessoas quando elas lhe pedirem perdo. Crendo que Deus j o fez,tambm somos capazes de faz-lo. A f no deve estar presente apenas no perdo, mas na orao, na leiturada Palavra de Deus e em no amar o mundo. Voc capaz, pois cr que Deus o faz capaz.

    "Fazei tudo sem murmuraes nem contendas" (Fp 2.14). O apstolo j lhes havia dito que Deus quem opera neles tanto o querer quanto o realizar. O resultado de tal trabalho bastante evidente: haver pazem vez de nervosismo ou atrito. No haver contendas, pois no existiro dvidas. No haver murmuraes,pois existiro f e amor. O versculo 13 fala da vida de Deus operando em mim, e o versculo 14 relata arespeito da harmonia perfeita que pode resultar. Essa manifestao no encontrada apenas em Filipenses,mas tambm em Efsios e Colossenses. Depois de Efsios 3.19 falar sobre como "ser tomado de toda aplenitude de Deus" (sendo os versculos 20 e 21 as palavras de uma doxologia7), os versos 2 e 3 do captulo 4insistem, logo depois, em "toda a humildade e mansido, com longanimidade, suportando-vos uns aos outrosem amor, esforando-vos diligentemente por preservar a unidade do Esprito no vnculo da paz". medidaque o poder de Deus opera no interior, a paz e a harmonia passam a ser vistas em meio aos crentes.

    "Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a fora da Sua glria, em toda a perseverana e longanimidade, comalegria" (Cl 1.11).

    A fora da glria de Deus o que h de maior no poder de Deus. Tendo obtido tamanha foragloriosa, somos capazes de realizar um feito bastante miraculoso alm de toda expectativa humana: "em todaa perseverana e longanimidade, com alegria" a manifestao mais in-crvel do poder de Deus.

    Ser paciente com um crente problemtico mais difcil do que orar e receber uma resposta de Deus. duro ser paciente, mas o poder de Deus nos capacita. Nas trs epstolas escritas por Paulo, vemos que,quando um cristo recebe a obra e a plenitude do poder de Deus, ele capaz de estar em paz com as pessoas,ser paciente e conter-se.

    "Para que vos torneis irrepreensveis e sinceros, filhos de Deus inculpveis no meio de uma gerao pervertida e corrupta,na qual resplandeceis como luzeiros no mundo" (Fp 2.15). "Irrepreensveis", pois as pessoas nada tm a falar contravoc. "Sinceros", pois h simplicidade e singeleza dentro de voc. "Corrupta" significa no ser correta, e"perversa" quer dizer deslocada, fora do lugar. Nesta gerao, que deformada e deslocada quanto vontadedivina, um cristo muito diferente, pois simples e irrepreensvel; o cristo brilha como luz neste mundo.Isso uma manifestao de vida.

    "Preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que no corri em vo, nem me esforceiinutilmente" (v. 16). Alguns crentes acham que no precisam falar e testificar, contanto que mantenham umaconduta correta e atraiam as pessoas para o Senhor. No entanto, trata-se de crentes despreparados.Precisamos testificar com a boca e com a vida. Devemos preservar a palavra da Vida, produzi-la e ergu-la afim de que as pessoas possam enxerg-la. A Bblia nunca indica que podemos testificar apenas com a vida eno com os lbios. Temos de abrir a boca e testificar entre os nossos conhecidos, amigos e as pessoas comquem mantemos contato. Se no o fizermos, no seremos capazes de preservar a palavra da Vida. verdadeque Jesus, no Evangelho de Mateus, diz: "Vs sois a luz do mundo" (Mt 5.14), mas, no mesmo Evangelho, tambmdeclara: "Portanto, todo aquele que Me confessar diante dos homens, tambm Eu o confessarei diante deMeu Pai, que est nos cus" (10.32). Se voc capaz de crer e agir, acredite tambm que consegue brilhar

  • 19com sua vida e testificar com a boca em meio queles com quem vive. Ao fazer isso, Paulo diz que voc perfeito.

    O "Dia de Cristo" refere-se ao dia no qual Ele dever reinar. A palavra "correr", presente naexpresso "corri em vo", significa procurar pecadores e pregar o Evangelho. "Esforcei", presente naexpresso "me esforcei inutilmente", refere-se a servir aos crentes pastore-los e ensin-los. O apstolono acha que est correndo ou esforando-se em vo se os crentes conseguem ser vistos como luzeiros nomundo. "Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libao sobre o sacrifcio e servio da vossa f, alegro-me e, com todos vs, me congratulo" (Fp 2.17). A expresso "o sacrifcio e servio da vossa f" reflete omesmo pensamento encontrado nas palavras "apresenteis o vosso corpo por sacrifcio vivo" de Romanos12.1.

    Paulo quer dizer, em Filipenses, simplesmente o seguinte: "Se vs, habitantes de Filipos,apresentardes vosso corpo por sacrifcio vivo, estarei disposto a oferecer a minha vida por libao".8

    "Alegro-me e, com todos vs, me congratulo" Paulo est alegre e congratula-se, isto , regozija-se, com todos.

    "Assim, vs tambm, pela mesma razo, alegrai-vos e congratulai-vos comigo" (v. 18). O versculo precedentemenciona como Paulo est contente e se congratula com todos. O versculo 18 diz que eles esto alegres e,portanto, congratulam-se com o apstolo. Ah!... Os que so verdadeiramente movidos pelo poder de Deussentem apenas alegria. Cremos que Deus j operou e, portanto, tambm podemos realizar. Todos nsficaremos bem se, agora, quisermos.

  • 20

    Captulo 4ALVIO CONCEDIDO E

    DESCANSO ENCONTRADOLeitura:"Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vs o Meu jugo e

    aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de corao; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo suave, eo Meu fardo leve" (Mateus 11.28-30).

    A o ler toda a passagem de Mateus 11.20-30, podemos perceber que o Senhor Jesus est expressandoSeu sentimento interior. Antes de proferir as palavras acima mencionadas, Ele havia sido muito provocado,porque, embora tivesse realizado muitas obras poderosas em Corazim, Betsaida e Cafarnaum, curado muitosenfermos e ajudado muitos necessitados, a resposta que recebeu foi um esprito no-arrependido. Sementender o que haviam visto e ouvido (o que testificava que Jesus, de fato, tinha vindo do cu para ser oMessias e Salvador de todos), os moradores daquelas cidades no creram. Eles poderiam ter falado com oslbios para o Senhor, mas o corao deles permanecia endurecido e sem arrependimento.

    Tudo o que o Senhor havia feito parecia ter sido em vo. Ento, Mateus registra a orao de nossoSenhor Jesus Cristo. Observemos as primeiras palavras de Mateus 11.25: "Por aquele tempo". Nosso Senhororava ao Pai, a respeito daquele tipo de circunstncia, dizendo: "Graas Te dou, Pai, Senhor do cu e daterra, porque ocultaste estas cousas aos sbios e instrudos e as revelaste aos pequeninos". As pessoasnaquelas grandes comunidades consideravam-se "sbias e instrudas". Portanto, no poderiam aceitar oSenhor Jesus. Embora nosso Senhor quisesse que fossem salvas, Ele preferiu obedecer vontade de Deus.Apesar de ter sido rejeitado por elas, Ele conseguiu dizer a Deus: "Graas Te dou, Pai (...), porque ocultasteestas cousas aos sbios e instrudos e as revelaste aos pequeninos". Em meio a uma situao mais difcil, quenormalmente causaria profundo desespero, Ele honrou a vontade divina e considerou-a Sua grande alegria.Jesus ignorou Seus prprios pensamentos ao dizer: "Sim, Pai, porque assim foi do Teu agrado" (v. 26). Eleno disse "No", mas disse "Sim". Ele poderia dizer: "Sim, Pai" a qualquer momento, pois estava sempresolcito boa vontade do Pai e sabia muito bem a essncia do versculo seguinte: "Tudo Me foi entregue porMeu Pai. Ningum conhece o Filho seno o Pai; e ningum conhece o Pai seno o Filho e aquele a quem oFilho O quiser revelar" (v. 27). As pessoas das grandes cidades podiam no conhecer o Filho e no searrependerem, mas Seu corao estava satisfeito.

    Eis o segredo da paz interior que tinha nosso Senhor em qualquer circunstncia: Ele poderiadescansar em virtude de Seu relacionamento com o Pai. Contanto que o Pai soubesse, tudo estava bem comEle. A aprovao e o louvor de Seu Pai eram as nicas coisas pelas quais Jesus ansiava. Ele no se importavacom a forma como era tratado pelos homens, pois o sorriso e a vontade do Pai Lhe bastavam. Ele noatentava para o que era importante para o mundo.

    Antes de ter orado, Jesus encontrou-se em uma posio difcil, pois havia sofrido profundaincompreenso. Ainda que tenha proferido tudo para as pessoas, no foi bem recebido, e no havia razopara isso. Se voc e eu nos encontrssemos em uma situao semelhante, provvel que clamssemos porfogo do cu a fim de consumir aquelas pessoas assim como Joo e Tiago haviam pedido certa vez (Lc9.54). Tambm refletiramos sobre a razo (ou as razes) pela qual tnhamos sido colocado em talcircunstncia. Teramos murmurado e ficaramos angustiados. Todavia, nosso Senhor, aps ter sofrido todasessas coisas, falou: "Sim, Pai, porque assim foi do Teu agrado." O corao de Jesus no se perturbou. EmMateus 11.27, Jesus nos conta o segredo de Sua paz. Os versculos precedentes nos falam a respeito doacontecimento e da forma como o Senhor conseguiu descansar e permanecer imvel naquela situao.Contudo, nos versculos 28 e 29, Ele nos faz ver que, se formos tratados da mesma forma, tambmpoderemos encontrar descanso e no seremos afetados. Portanto, desejamos, agora, concentrar-nos nestesdois versculos e perceber de que forma eles relatam sobre dois descansos diferentes sendo um maisprofundo do que o outro.

    O Alvio da Salvao"Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei" (v. 28). Este o

    alvio ou descanso da salvao. Porm, o versculo 29 menciona o descanso da vitria9. O primeiro dizrespeito reconciliao com Deus, e o segundo se relaciona ao alvio interior da alma. O primeiro odescanso da salvao, ao passo que o segundo o descanso experimentado neste mundo.

    "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados." Como voc se sente com relao aomundo? Muitas pessoas, ainda jovens, j provaram a amargura deste mundo. Algumas podem dizer: "O

  • 21mundo tenso10". Quando reparo nas pessoas que utilizam o tempo com grandes negcios em uma ruaabarrotada de gente, comeo a imaginar com que esto to ocupadas. O que esto fazendo? Esto loucas?Sinto pena delas. Deixe-me declarar que o mundo realmente tenso. As pessoas no tm descanso nemalvio. O Senhor no diz: "Vinde a Mim, todos os grandes pecadores, e Eu vos aliviarei". [Para ospecadores], o prazer do pecado doce, e eles esto antecipando at mais prazer. Por isso, o Senhor apresentauma descrio muito diferente ao dizer: "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Euvos aliviarei." Voc se cansa e sente-se sobrecarregado. Embora muitos possam usufruir o prazer do pecado,cada pessoa sente que est dando duro no trabalho. Muitas pessoas podem no sentir a dor do pecado, mastodas reconhecem que as experincias da vida so bastante dolorosas. Independentemente de ser milionrio,poltico, telogo, estudante, comerciante, plebeu, operrio ou at mendigo, a pessoa no se sente satisfeitaplenamente.

    s vezes, penso ser bem razovel um condutor de jinriquix murmurar, mas ser que um milionriomurmuraria tambm? Certa vez, fiquei hospedado na casa de um milionrio e ouvi-o lastimar-se em vozbaixa. Embora o dinheiro oferea muitos prazeres no mundo, a vida cansativa, apesar de tudo. Em outraocasio, eu conversava com uma mulher analfabeta que se queixava da infelicidade que sentia por no saberler. Ela afirmou que, se soubesse, acreditaria em Cristo e leria a Bblia. Penso que, para uma mulheranalfabeta, seja natural resmungar, ainda que o mesmo no parea possvel para um professor universitrio.Quem sabe pelo qu um professor universitrio tambm murmura? Ouvi falar de um professor universitriovindo do exterior que, sendo muito pessimista, sempre resmungava. Em um determinado dia, quando o solbrilhava, e o cu estava azul-celeste, a grama estava muito verde, e os pssaros do campus cantavam, algunsde seus colegas lhe disseram: "Senhor, observe que lindo dia. Certamente, o senhor no murmurar hoje!"Ele olhou para o cu e para as coisas que o cercavam, e, de fato, no havia nada pelo qual lamentar-se.Porm, o que ele fez, enfim? Disse: "Ai... Um tempo como esse no vai durar muito!" Por toda parte, vocpode encontrar pessoas que esto muito cansadas e sobrecarregadas. Elas no tm alvio e ficam imaginandoquando tudo terminar. No entanto, tenho medo de que voc, que l essas palavras, tambm estejatrabalhando sem descanso. Quantos de vocs sentem estar carregando um fardo pesado demais e no tmdescanso?

    Uma vez, fui pregar em uma aldeia e, l, ministrarei a respeito de estar sobrecarregado. A aldeia quevisitei situava-se do outro lado de uma colina e era inacessvel de trem ou navio a vapor. Portanto, peguei umnavio at determinado ponto e, da em diante, caminhei at chegar ao povoado. O dia estava quente, e eucarregava muitos livros evanglicos, panfletos, comida e roupas extras. Tive de transportar tudo sozinho jque no consegui encontrar ningum que as levasse para mim. Senti-me bem nos primeiros vinte passos,mas, depois, mal conseguia carregar a bagagem. Pensei que, se conseguisse chegar ao destino com rapidez,poderia descansar. Todavia, no havia nenhuma rvore na colina para que eu pudesse esconder-me do solescaldante. Naquele momento, comecei a compreender como os pecadores devem ser cansados esobrecarregados. possvel que alguns de vocs ainda no creiam no Senhor Jesus e, portanto, no tmdescanso nem alvio. Ento, para onde vocs vo? Ouam as palavras de Jesus: "Vinde a Mim, todos os queestais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei."

    Este mundo , na verdade, um lugar montono e cansativo. Muitos tm dinheiro, mas confessamsentir-se cansados. Muitos tm emprego, mas tambm se sentem cansados. Muitos possuem a fama e o afetoque o mundo oferece, mas tambm se encontram fatigados. Se eles no conseguem obter o que procuram,no conseguem descansar. Eles sabem que o descanso algo bom, mas o fardo que carregam pesadodemais. No ousam pedir descanso, mas simplesmente esperam que o fardo se torne mais leve. Assim agiamos israelitas dos tempos antigos, que esperavam que Fara tornasse o fardo mais leve em vez de ansiar portotal alvio do peso. A condio dos israelitas pode representar a condio das pessoas de hoje. Assim comoeles haviam simplesmente esperado que o fardo fosse diminudo, mas no interrompido, da mesma forma oshomens de hoje pedem apenas um fardo mais leve e