o evangelho de deus - watchman nee

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O Evangelho de Deus O Evangelho de Deus Watchman Nee Editora Árvore da Vida ISBN: 85-7304-177-3 Compilado do livro em capítulos, no site: HTTP://WWW.ESTUDOBIBLICO.COM.BR/

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O Evangelho de Deus

O Evangelho de Deus

Watchman Nee

Editora rvore da Vida

ISBN: 85-7304-177-3

Compilado do livro em captulos, no site:

http://www.estudobiblico.com.br/

Sumrio:

Sumrio:Prefcio Edio em InglsO Pecado, os Pecados e o PecadorO Amor, a Graa e a Misericrdia de DeusA Natureza da GraaA Funo da LeiA Justia de DeusA OBRA DE CRISTO REDENOA Obra De Cristo Ressurreio Por Causa de Nossa JustificaoA Obra do Esprito Santo Iluminao e ComunhoO Caminho da Salvao A F Versus a Lei e as ObrasO CAMINHO DA SALVAO A Relao entre F e Obra em Tiago 2O Caminho da Salvao F Versus ArrependimentoO Caminho da Salvao No a Confisso ou a OraoO Caminho da Salvao F Versus Amar a Deus ou Ser BatizadoO Caminho da Salvao FA Salvao Eterna ARGUMENTOS POSITIVOS (1)A Salvao Eterna ARGUMENTOS POSITIVOS (2)A Salvao Eterna ARGUMENTOS CONTRRIOS (1)A Salvao Eterna ARGUMENTOS CONTRRIOS (2)A Salvao Eterna ARGUMENTOS CONTRRIOS (3)A MANEIRA DE DEUS LIDAR COM OS PECADOS DOS CRISTOS - DISCIPLINA E RECOMPENSAA MANEIRA de Deus LIDAR com os Pecados dos Cristos Qualificaes para entrar no Reino DOS CUSA maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos A Disciplina no Reino (1)A maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos A Disciplina no Reino (2)A maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos A GEENA DE FOGO NO REINOA maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos Purificao E ConfissoA maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos LAVAR-OS-PS

Prefcio Edio em Ingls

do conhecimento dos leitores cristos em todo o mundo que o irmo Watchman Nee foi especialmente encarregado pelo Senhor de ajudar os cristos quanto verdade da plena salvao de Deus. Na primavera de 1937, o irmo Nee deu uma srie de vinte e seis mensagens sobre as verdades bsicas do evangelho de Deus para a igreja em Xangai, China. Essas mensagens so o contedo dos volumes 28 e 29 de Obras Reunidas de Watchman Nee (The Collected Works of Watchman Nee). As questes abordadas so amplas, variando desde a condio pecaminosa do homem antes de ser salvo ao seu destino na era vindoura. No volume 28, o irmo Nee apresenta as particularidades da salvao de Deus, isto , os pecados do homem; o amor, a graa e a misericrdia de Deus; a natureza da graa; a funo da lei e a justia de Deus; a obra de Cristo e do Esprito Santo na salvao de Deus; e a f como o caminho da salvao. No volume 29, o irmo Nee trata detalhadamente das questes de segurana eterna da salvao e a maneira de Deus lidar com os pecados dos cristos nesta era e na vindoura. Para ambas as questes, o irmo Nee apresenta respostas convincentes a partir da Bblia e de como os cristos atualmente entendem esses assuntos.

As mensagens dessas sries foram proferidas pelo irmo Nee em chins e manuscritas enquanto eram faladas. Essas notas foram traduzidas para o ingls e alteradas conforme necessrio. Tanto quanto possvel, o tom oral das mensagens foi preservado. Muitas ilustraes que o irmo Nee utilizou foram apreendidas de sua vida na China na poca.

Essas mensagens demonstram o comissionamento do Senhor para o nosso irmo e como o Senhor o equipou com a revelao de Sua Palavra. Que o Senhor abenoe ricamente todos os que lerem e virem essas verdades faladas pelo Senhor por meio de nosso irmo.

Captulo Um

O Pecado, os Pecados e o Pecador

O Carter desta Reunio o Ensino do Evangelho

Hoje iniciamos uma srie de reunies de estudos bblicos. Porm, antes de iniciarmos, gostaria primeiramente de dizer algumas palavras acerca da natureza destas reunies. No sei se h alguns aqui que esto conosco pela primeira vez. Alguns que vm pela primeira vez acham muito difcil localizar nosso endereo. Muitos se queixam de que a rua onde nos encontramos de difcil localizao. Alguns at mesmo disseram que, apesar de estarem de fato sentados aqui, no sabiam como sair daqui aps a reunio. Eles no sabiam que caminho tomar para chegar quela loja de automveis que viram enquanto vinham para c, e no sabem como caminhar de l para a parada de bonde ou para a parada de nibus. Muito embora estivessem aqui, no estavam seguros e dificilmente poderiam lembrar-se do caminho pelo qual vieram. Esse o caso de muitos cristos em sua vida crist. Se voc lhes perguntar se crem no Senhor, eles diro que sim. Porm, se lhes perguntar como foi que creram, eles diro que no tm certeza. Eles no tm clareza alguma acerca da maneira pela qual foram salvos.

As reunies que teremos agora no so um reavivamento nem reunies de evangelizao. E, embora o assunto dessas reunies seja o evangelho, elas no so reunies de evangelizao. No estaremos pregando o evangelho desta vez; em vez disso, estaremos ensinando o evangelho. Por que precisamos ensinar o evangelho? Muitos foram salvos e se tornaram cristos, mas ainda no sabem como se tornaram cristos. O que vamos fazer hoje dizer s pessoas como que elas se tornaram crists. Em outras palavras, estamos dizendo-lhes que elas tomaram o sentido sul a partir da Rua Aiwenyi e caminharam diretamente para aquela loja de automveis que viram, que dali viraram para Wende Lane onde estamos agora, deram alguns passos em direo janela do nosso salo de reunies, viraram na entrada do nosso salo e caminharam at um cesto de lixo porta do salo de reunies e, em seguida, entraram no salo. Desta vez no estaremos persuadindo as pessoas a entrar; pelo contrrio, estaremos dizendo-lhes como entraram.

Se aqui houver alguns que no creram no Senhor, podem ficar desapontados. O que vamos fazer desta vez mostrar aos que creram como que creram. Alguns irmos e irms podem ter muita clareza do evangelho; talvez at j saibam sobre o que estamos falando. Porm espero que o Senhor nos abenoe e nos conceda nova luz. Voc precisa saber que estas reunies so de estudo bblico e destinam-se aos que creram, mas no sabem como creram. Dessa vez no estou tentando encoraj-lo ou reaviv-lo. Estou simplesmente lhe mostrando a direo. Em outras palavras, nessas reunies nada mais sou do que um guia turstico. O Pecado, Os Pecados, O Pecador

Comearei com um princpio muito bsico com respeito ao evangelho. Contudo, espero que a cada reunio avancemos um pouco. Nesta primeira reunio, nosso tema um assunto que a maioria das pessoas no gosta de ouvir, mas inevitvel. Nosso assunto nesta reunio o pecado, os pecados e os pecadores.

A Bblia d muita ateno questo do pecado. Somente quando tivermos clareza acerca do pecado que poderemos compreender a salvao. Se quisermos conhecer sobre o evangelho de Deus e sobre a salvao de Deus, primeiro precisamos saber o que o pecado. Devemos ver inicialmente como o pecado nos afetou e como nos tornamos pecadores. S ento teremos clareza da salvao de Deus. Vamos primeiro considerar o ABC. Precisamos ver o que pecado, o que so pecados e quem pecador. A Diferena entre Pecado e Pecados

Podemos facilmente dizer que a diferena entre pecado e pecados que pecado singular e pecados plural. Entretanto, precisamos distinguir claramente entre pecado e pecados. Se voc no consegue diferenciar os dois, ser impossvel ter clareza da sua salvao. Se uma pessoa no tem clareza da diferena entre pecado e pecados, mesmo que seja salva, sua salvao provavelmente uma salvao obscura. Que pecado de acordo com a Bblia? E que so pecados? Permitam-me dar uma breve definio primeiro. Pecado refere-se quele poder dentro de ns que nos motiva a cometer atos pecaminosos. Pecados, por outro lado, refere-se aos atos pecaminosos individuais, especficos, que cometemos exteriormente.

Que pecado? No gosto de utilizar termos tais como pecado original, a raiz do pecado, a fonte do pecado ou similares. Estes termos so criados por telogos e so desnecessrios para ns agora. Seremos simples e consideraremos essa questo a partir da nossa experincia. Sabemos que h algo dentro de ns que nos motiva e nos obriga a ter certas inclinaes espontneas, que nos induz para o caminho da concupiscncia e paixo. De acordo com a Bblia esse algo o pecado (Rm 7:8, 16-17). Todavia, no h somente o pecado interior que nos obriga e induz, h tambm os atos pecaminosos individuais, os pecados, os quais so cometidos exteriormente. Na Bblia, os pecados esto relacionados com a nossa conduta, enquanto o pecado est relacionado com a nossa vida natural. Pecados so os cometidos pelas mos, pelos ps, pelo corao, e mesmo por todo o corpo. Paulo refere-se a isso ao falar dos feitos do corpo (Rm 8:13). Ento, que o pecado? O pecado uma lei que controla nossos membros (Rm 7:23). Existe algo dentro de ns que nos leva a pecar, a cometer o mal e esse algo o pecado.

Se quisermos fazer uma distino clara entre pecado e pecados, h uma parte nas Escrituras que precisamos considerar. So os primeiros oito captulos do livro de Romanos. Esses oito captulos mostram-nos o significado pleno do pecado. Nesses oito captulos encontramos uma caracterstica notvel: do captulo 1 ao 5:11, somente a palavra pecados, no plural, mencionada; a palavra pecado, no singular, jamais mencionada. Mas, de 5:12 at o final do captulo oito, o que encontramos pecado, no pecados. Do captulo 1 at 5:11, Romanos mostra-nos que o homem tem cometido pecados diante de Deus. De 5:12 em diante, Romanos mostra-nos que tipo de pessoa o homem diante de Deus: um pecador. Pecado refere-se vida que possumos. Antes de Romanos 5:12 nenhuma meno h de mortos sendo vivificados, pois o problema ali no que algum precise ser vivificado e, sim, que os pecados individuais que algum cometeu precisam ser perdoados. De 5:12 em diante, temos a segunda seo. Aqui vemos algo forte e poderoso dentro de ns como uma lei em nossos membros, que o pecado, que nos induz e obriga a cometer os pecados, os atos pecaminosos. Por isso h necessidade de sermos libertados.

Os pecados tm a ver com a nossa conduta, e para isso a Bblia mostra-nos que precisamos de perdo (Mt 26:28; At 2:38; 10:43). Porm, o pecado o que nos incita, induz-nos a cometer os atos pecaminosos. Por isso, a Bblia mostra-nos que precisamos de libertao (Rm 6:18, 22). Certa vez encontrei um missionrio que falava sobre o perdo do pecado. Imediatamente levantei-me, apertei sua mo e perguntei: Onde na Bblia se diz perdo do pecado? Ele argumentou que existiam muitos casos. Quando lhe perguntei se podia encontrar um para mim, ele disse: Que voc quer dizer? No possvel encontrar nem sequer um lugar que diga isso? Eu disse-lhe que em toda a Bblia, em nenhum lugar so mencionadas as palavras o perdo do pecado; em vez disso, a Bblia sempre fala de perdo de pecados. Os pecados que so perdoados, no o pecado. Ele no acreditou em minhas palavras, ento foi procurar em sua Bblia. Finalmente me disse: Sr. Nee, to estranho. Toda vez que essa frase usada, um pequeno s adicionado a ela. Creio que voc pode ver que os pecados que so perdoados, no o pecado.

Os pecados so exteriores a ns. Eis por que precisam ser perdoados. Contudo, algo mais est dentro de ns, algo forte e poderoso que nos leva a cometer pecados. Para isso precisamos no de perdo, mas de libertao. Precisamos ser libertados. To logo no estejamos mais sob seu poder e nada tenhamos a ver com ele, estaremos em paz. A soluo para os pecados vem do perdo. Entretanto, a soluo para o pecado vem quando no estivermos mais debaixo do seu poder e no tivermos mais nada a ver com ele. Os pecados esto relacionados com as nossas aes e so cometidos um por um. Eis por que precisam ser perdoados. O pecado, porm, est dentro de ns e precisamos ser libertados dele.

Portanto, a Bblia nunca diz perdo do pecado, mas perdo dos pecados. Tampouco a Bblia fala sobre ser libertado dos pecados. Posso assegurar-lhes que a Bblia nunca diz isso. Pelo contrrio, a Bblia diz que somos libertados do pecado, em vez de libertados dos pecados. A nica coisa da qual precisamos escapar e ser libertados daquilo que nos incita e nos induz a cometer pecados. Essa distino feita de modo bastante claro na Bblia. Posso comparar os dois desta forma:

De acordo com a Bblia, o pecado est na carne; enquanto os pecados esto na nossa conduta.

O pecado um princpio dentro de ns; um princpio da vida que temos. Os pecados so atos cometidos por ns; so atos em nosso viver.

O pecado uma lei nos membros. Os pecados so transgresses que cometemos; so atividades e atos reais.

O pecado est relacionado com o nosso ser; os pecados esto relacionados com o nosso agir.

Pecado o que somos; pecados o que fazemos.

O pecado est na esfera da nossa vida; os pecados esto na esfera da conscincia.

O pecado est relacionado com o poder da vida que possumos; os pecados esto relacionados com o poder da conscincia. Uma pessoa governada pelo pecado em sua vida natural, mas ela condenada em sua conscincia pelos pecados cometidos exteriormente.

Pecado algo considerado como um todo; pecados so coisas consideradas caso a caso.

O pecado est no interior do homem; os pecados esto diante de Deus.

O pecado requer que sejamos libertados; os pecados requerem que sejamos perdoados.

Pecado diz respeito santificao; pecados se relacionam com a justificao.

Pecado uma questo de vencer; pecados uma questo de ter paz no corao.

O pecado est na natureza do homem; os pecados esto nos hbitos do homem.

Figurativamente falando, o pecado como uma rvore e os pecados so como o fruto da rvore.

Podemos tornar essa questo clara com uma simples ilustrao. Ao pregar o evangelho, freqentemente comparamos o pecador a um devedor. Todos sabemos que ser devedor no algo agradvel. Contudo devemos lembrar que uma coisa algum ter dvidas; e outra coisa ter disposio para contrair dvidas. Uma pessoa que toma emprstimos seguidas vezes no se importa tanto com o fato de usar dinheiro alheio. A Bblia diz que os cristos no devem ser devedores (Rm 13:8); eles no deveriam tomar emprestado dos outros. Uma pessoa com tendncia a tomar emprestado pode pedir duzentos ou trezentos dlares de algum hoje e, depois, dois ou trs mil dlares de outro amanh. E mesmo que seja incapaz de pagar suas dvidas e seus parentes ou amigos tenham de pag-las por ele, aps uns poucos dias ele comear a pensar em pedir emprestado novamente. Isso mostra que tomar emprestado uma coisa, mas ter tendncia para o emprstimo outra. Os pecados descritos pela Bblia so como dbitos exteriores, enquanto pecado como o hbito e a disposio interiores, como a mente que tem a inclinao de tomar emprestado facilmente. Uma pessoa com tal mente no ir parar de tomar emprestado simplesmente porque algum pagou seus dbitos. Pelo contrrio, ela pode at mesmo tomar emprestado ainda mais, porque os outros agora esto pagando suas dvidas.

Essa a razo de Deus no tratar apenas com o registro dos pecados, mas tambm com a inclinao para o pecado. Podemos ver a importncia de lidar com os pecados, mas igualmente importante lidar com o pecado. Somente ao vermos ambos os aspectos que o nosso entendimento sobre nossa salvao ser completo. Quem Pecador?

Agora precisamos fazer a pergunta: Quem pecador? Creio que alguns dos irmos aqui so cristos por mais de vinte anos. Alguns at mesmo tm trabalhado pelo Senhor por mais de quinze anos. Minha pergunta pode ser considerada como um dos ABCs da Bblia. Quem pecador? Creio que muitos respondero que pecador algum que peca. Se verificar no dicionrio, temo que seja esta a resposta que voc obter: pecador o que peca. Porm, se ler a Bblia, ter de rejeitar esta definio, porque no que os que pecam sejam pecadores, mas pecadores so os que cometem pecados. Que significa isso? Muitos entre ns leram o livro de Romanos. Ouvi muitos dizerem que Paulo, para provar que no mundo todos so pecadores, mencionou no captulo trs que todos pecaram e carecem da glria de Deus (v. 23). Deus busca justos e no encontra nenhum; Ele procura os que O entendam e que O buscam, e no encontra nenhum; todos mentiram e se extraviaram (vs. 10-13). Portanto, parece que Paulo est dizendo que no mundo todos so pecadores. Mas seja cuidadoso. No seja rpido demais para dizer isso. Ser que Romanos 3 menciona de fato o pecador? Se algum puder encontrar a palavra pecador em Romanos 3, eu irei agradecer-lhe por isso. Onde pecador mencionado neste captulo? Por favor, repare que pecador nunca citado aqui. Alguns dizem que por Romanos 3 falar sobre o homem pecando, isso prova que o homem um pecador. Contudo, Romanos 3 no menciona o pecador. Romanos 5 que fala sobre o pecador. Portanto, precisamos fazer a distino: Romanos 3 fala sobre o problema dos pecados e Romanos 5 fala sobre o problema do pecador. Tudo o que Romanos 3 nos diz que todos pecaram. Somente em Romanos 5 -nos dito quem so os pecadores.

Todos que nasceram em Ado so pecadores. Isso o que Romanos 5:19 nos diz. Se ler a J. N. Darbys New Translation (Nova Traduo da Bblia de J. N. Darby), voc ver que ele usou as palavras tendo sido constitudos pecadores. Todos somos pecadores por constituio. Ao escrever um currculo, h dois itens que voc deve colocar. Um o seu local de nascimento e outro a sua profisso. De acordo com Deus, somos pecadores por nascimento, e por profisso somos os que pecam. Por sermos pecadores por nascimento, seremos sempre pecadores, quer pequemos ou no.

Certa vez eu estava conduzindo um estudo bblico com os irmos em Canto. Disse-lhes que existem dois tipos de pecadores no mundo os pecadores que pecam e os pecadores morais. Entretanto, quer seja um ou outro, voc ainda um pecador. Deus diz que todos os que nasceram em Ado so pecadores. No importa que tipo de pessoa voc seja; uma vez que foi gerado em Ado, um pecador. Se voc peca, um pecador que peca. E se voc no pecou ou para ser mais preciso, se voc pecou menos, um pecador moral ou um pecador que peca pouco. Se uma pessoa nobre, voc um pecador nobre. Se se considera santo, voc um pecador santo. Em qualquer caso, ainda um pecador. Hoje, o maior engano entre os homens considerar um homem como pecador somente porque ele pecou; se no pecou, ele no considerado um pecador. Porm, no existe tal coisa. Pecando ou no, desde que seja homem, voc pecador. Desde que tenha nascido em Ado, voc pecador. Um homem no se torna pecador porque peca; pelo contrrio, ele peca porque pecador.

Portanto, meus amigos, lembrem-se da Palavra de Deus. Somos pecadores; no nos tornamos pecadores. No precisamos nos tornar pecadores. Certa vez eu falava com um irmo. Havia uma garrafa trmica em frente a ele, e ele disse: Aqui est uma garrafa trmica. Se ela orar: Eu quero ser uma garrafa trmica, que acontecer? Eu disse: Ela j uma. No precisa ser uma. O mesmo ocorre conosco, uma vez que sejamos algo, no h necessidade de nos tornarmos este algo.

Embora nossos pecados sejam perdoados, permanecemos pecadores. Podemos at chamar-nos de pecadores perdoados. Mas muitos acreditam que no mais so pecadores. Acham que se afirmarmos que somos pecadores, isso significa que no conhecemos o evangelho to bem. Isso pode no ser toda a verdade. Paulo no disse que seus pecados no foram perdoados. Mas ele disse que era um pecador (1 Tm 1:15). Voc viu a diferena aqui? Se perguntasse a Paulo se os pecados dele foram perdoados, ele no poderia ser to humilde a ponto de dizer no. Mas Paulo poderia humildemente dizer que um pecador. Ele no poderia negar a obra de Deus nele. Contudo, ele tampouco poderia negar sua posio em Ado. Embora tenhamos recebido a graa em Cristo, Deus no removeu completamente o problema do pecado; ns ainda somos pecadores. O problema do pecado no ser plenamente solucionado at que o novo cu e a nova terra apaream. Entretanto, isso no significa que no tenhamos recebido uma salvao completa. No me entendam mal. Em poucos dias trataremos desse ponto.

O que devemos ver clara e corretamente que toda pessoa no mundo um pecador. Quer tenha pecado ou no, uma vez que seja um ser humano, voc um pecador. Quando alguns ouvem o evangelho, gastam o tempo todo pensando em quantos ou quo poucos pecados tm cometido. Mas diante de Deus h somente uma questo: Voc est em Cristo ou em Ado? Todos os que esto em Ado so pecadores, e desde que seja um pecador, nada mais precisa ser dito.

Por que, ento, Paulo teve de dizer-nos em Romanos 1, 2 e 3 sobre todos os pecados que o homem comete? Estes poucos captulos mostram-nos que pecadores pecam. Os primeiros trs captulos de Romanos provam que um pecador conhecido pelos pecados que comete. Romanos 5, porm, diz-nos que tipo de pessoa um pecador na verdade . Uma vez fui a Jian, em Kiangsi, e uma noite encontrei um irmo que guarda de segurana. Ele no acreditou que eu fosse um pregador e um obreiro do Senhor. Ali estava um problema. Sou um obreiro do Senhor e um servo de Cristo, mas ele no acreditava. Portanto, eu tinha de provar a ele quem eu era. Dei-lhe muitas provas. Por fim ele acreditou. Da mesma maneira, ns j somos pecadores. Mas no nos foi provado. Os trs primeiros captulos de Romanos provam que somos pecadores. Eles nos do as evidncias. Mostrando-nos que pecamos de tais maneiras, esses captulos provam-nos que somos pecadores. O captulo cinco diz que somos pecadores, mas os trs primeiros captulos provam que somos pecadores.

Deixe-me relatar outra histria. Em Fukien, havia alguns ladres e seqestradores que haviam sido cristos, ainda que fosse somente de nome. Embora fossem ladres e seqestradores, a conscincia deles ainda estava de certa forma um tanto sensvel; quando percebiam que haviam seqestrado um pastor ou um pregador eles o libertavam sem resgate. Pouco a pouco, quando algum era seqestrado dizia que era pregador ou pastor desta ou daquela denominao. Que fizeram os ladres? Aps algum tempo, eles descobriram uma maneira. Toda vez que algum se dizia ser um pastor, os ladres pediam-lhe que recitasse os dez mandamentos, a orao do Senhor, e as bem-aventuranas. Os que conseguissem recitar deviam ser pastores e, assim, deixavam-nos ir. Ouvi essa histria recentemente e achei-a muito interessante. Se voc fosse um pastor, tinha de provar. Os ladres exigiam que aquelas pessoas lhes provassem que eram pastores. Da mesma forma, Deus quer provar-nos que somos pecadores. Sem nos provar isso, podemos esquecer quem somos ns. Esse o motivo de Romanos 13 enumerar todos aqueles pecados. para nos mostrar que somos pecadores. Aps tantos fatos apresentados ali, foi-nos provado que somos pecadores.

Portanto, nunca se deve pensar que so os muitos pecados que nos fazem pecadores. J faz muito tempo que somos pecadores. No nos tornamos pecadores aps estes pecados serem cometidos. Precisamos estabelecer este fundamento claramente. Hoje voc pode sair rua, encontrar qualquer um, tom-lo pela mo e dizer-lhe que pecador. Se ele disser que no pode ser um pecador porque no assassinou ningum ou no ateou fogo na casa de ningum, voc pode dizer-lhe que ele um pecador que nunca matou ningum nem ateou fogo na casa de ningum. Se algum lhe diz que nunca roubou nem cometeu fornicao, voc pode dizer-lhe que ele um pecador que nunca roubou nem cometeu fornicao. No importa quem encontre, voc pode dizer que ele um pecador.

Em todo o Novo Testamento, somente Romanos 5:19 nos diz quem pecador. Todos os outros lugares no Novo Testamento nos dizem o que o pecador faz. Somente este nico lugar nos diz quem o pecador . Um pecador pode fazer um milho de coisas, mas no so essas coisas que o constituem pecador. Uma vez que seja nascido em Ado, ele pecador. O Maior Pecado

Vimos as questes do pecado, dos pecados e do pecador. Por nascimento somos pecadores, e nossa conduta condiz com o nosso ttulo de pecador. H muitos cavalheiros neste mundo que ocultam seus pecados e no admitem que so pecadores. Mas isso no significa que no sejam. Somente significa que esto disfarados como pessoas sem pecados. Somos pecadores por nascimento e nossa profisso e procedimento cometer pecados. Permita-me repetir que no porque pecamos que nos tornamos pecadores; pelo contrrio, por sermos pecadores que pecamos. O fato de sermos pecadores que nos leva a pecar. Quem pode pecar prova que pecador.

Temos alguns amigos ocidentais aqui conosco. Talvez todos eles falem o dialeto de Xangai. Os de Xangai certamente podem falar o dialeto deles. Mas no podemos dizer que todos os que falam o dialeto de Xangai so de l. Muitos tm se esforado muito para aprender esse dialeto, mas eles no so de Xangai. Por outro lado, pode haver alguns de Xangai que no falem o prprio dialeto. No podemos dizer que por no falarem o seu dialeto no sejam de Xangai. Eles so de l, mas so os de Xangai que no conseguem falar o dialeto de Xangai. Entretanto, h muito poucos de Xangai que no falam o seu dialeto. Genericamente falando, todos os de Xangai falam seu dialeto. algo natural que falem o dialeto de Xangai. Da mesma forma, praticamente impossvel que os que tm uma vida de pecador no tenham um viver de pecador.

Sobre os pecados que pecadores cometem, prefiro no list-los em detalhes, como muitos tm feito. Gostaria apenas de brevemente mostrar o pecado do homem. Tanto no Novo como no Antigo Testamento, existem alguns pecados que se destacam de modo especial. No Antigo Testamento, um pecado que se destaca o de no amar a Deus. No Novo Testamento, h tambm um pecado que se destaca de modo especial: o de recusar-se a crer no Senhor. Quando a Bblia diz que o homem est condenado e tornou-se pecador aos olhos de Deus, no quer dizer que ele cometeu uma multido de pecados os quais acarretaram a ira de Deus; pecados tais como homicdio, fornicao, orgulho, libertinagem, prostituio, o vcio do jogo e outros tipos de pecados imundos e ocultos. Isso no o que a Bblia enfatiza. O que a Bblia considera srio o problema que se levantou entre o homem e Deus. O fim da lei amar ao Senhor nosso Deus de todo o corao, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a fora (Mt 22:36-37; Mc 12:30). Assim, a questo no se algum roubou dos outros ou se cometeu homicdio ou planejou um incndio. A questo no est nas concupiscncias ou pensamentos ou palavras. Pelo contrrio, a questo o problema do relacionamento entre o homem e Deus.

Dentre todos os pecados, h um que encabea a lista. Este pecado introduz todos os demais. Por meio dele todos os outros se sucederam. A Bblia diz que o pecado entrou no mundo por um s homem (Rm 5:12). Quero perguntar-lhes:

Qual foi o pecado que este homem cometeu? Foi fornicao, roubo, homicdio, incndio criminoso? No havia coisas semelhantes no den. Todas as coisas malignas, imundas ou terrveis que ocorrem no mundo hoje tiveram origem naquele incidente nico envolvendo Ado. Que fez Ado? Ado no assassinou, no cometeu fornicao, ele no cometeu nenhum dos pecados malignos e sujos do mundo de hoje. O pecado que Ado cometeu foi simples. Ado achou que Deus estava escondendo algo dele. Ele pensou que se comesse do fruto daquela rvore seria como Deus. O pecado que Ado cometeu foi na verdade um problema que se desenvolveu entre ele e Deus. Deus esperava que Ado permanecesse em sua posio. Contudo, Ado no acreditou que aquilo que Deus lhe havia dado fosse proveitoso para ele. Ele comeou a duvidar do amor de Deus. Um problema surgiu, ento, em relao ao amor de Deus.

Ado no cometeu muitos pecados nesse incidente. Ele no se envolveu em jogatinas, no olhou para coisas malignas nas ruas, no leu livros malignos. O pecado de Ado foi um problema que surgiu entre ele e Deus. Em decorrncia disso todos os tipos de pecados se sucederam. Os pecados so segundo a sua espcie, e todos eles vm um aps outro. Entretanto, o primeiro pecado no o que imaginamos. O primeiro pecado foi o nico pecado no Antigo Testamento: o de no amar a Deus. Depois que se desenvolveu um problema entre o homem e Deus, os problemas entre os homens comearam a aumentar. No jardim do den, surgiu um problema dentro do homem; depois, fora do jardim do den, o irmo mais velho assassinou o mais jovem e todos os tipos de pecados se seguiram. Portanto, vemos que os pecados no comearam de maneira sria e suja, como poderamos imaginar. A Bblia mostra-nos que os pecados comearam com algo muito simples. Mas, na verdade, o primeiro pecado foi o mais srio um problema entre o homem e Deus.

Quando examinamos o Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus dizendo muitas vezes que o que cr tem a vida eterna (Jo 3:15-16, 36; 5:24; 6:40, 47; 11:25). Provavelmente exista cinqenta ou mais passagens nas quais o Senhor afirma que quem cr tem a vida eterna. Quem sero, ento, os que vo perecer? Sero os assassinos que iro para o inferno? Sero os fornicadores que iro perecer? So os que tm pensamentos imundos e conduta inadequada os que iro para a perdio? No necessariamente. O Evangelho de Joo diz-nos repetidamente que os que no crem sero condenados (3:16, 18). Os que no crem sempre tm sobre eles a ira de Deus (3:36). O Senhor Jesus disse que o Esprito Santo veio para convencer o mundo do pecado, da justia e do juzo (Jo 16:8). Por que do pecado? Ser porque voc tem ido ao cinema ultimamente? Seria porque voc tem feito apostas ultimamente? Seria porque voc assassinou algum ou provocou um incndio? No. Do pecado, porque no crem em mim (16:9).

A maior dificuldade que encontramos hoje que a imundcia ns consideramos pecado, mas no damos muita ateno Palavra do Senhor para vermos o que Deus considera pecado. O Senhor disse que quem no cr j est condenado. O motivo de o homem cometer pecados que ele no tem um relacionamento adequado com o Senhor Jesus. No Antigo Testamento, quando o homem deixou de ter um relacionamento adequado com Deus todos os tipos de pecados foram cometidos. No Novo Testamento, quando o homem deixa de ter um relacionamento adequado com o Senhor Jesus que todos os tipos de pecados so cometidos. Aqui residem todos os problemas. Enquanto est atento a esta mensagem, voc pode achar que apesar de eu ter provado que voc um pecador, na verdade, voc no cometeu muitos pecados. Mas ningum no mundo pode dizer que no cometeu o pecado de no amar a Deus. Tampouco existe algum no mundo que possa dizer que no cometeu o pecado de no crer no Senhor. Por isso, ningum pode dizer que no um pecador.

Voc se lembra de Lucas 15? Ali h um filho prdigo e seu pai. O filho prdigo deixou o pai e desperdiou sua herana. Mas quando o filho prdigo tornou-se prdigo? Era ele prdigo quando tinha muito dinheiro em seu bolso e vivia prodigamente em uma terra distante? Ou tornou-se prdigo somente aps ter gasto tudo o que possua e comeou a passar fome, desejando fartar-se da comida dos porcos? Na verdade, tornou-se um prdigo no dia em que deixou a casa de seu pai. Antes mesmo de gastar um centavo, ele j era um prdigo. Ele no se tornou um prdigo somente aps ter gasto tudo o que tinha e estar alimentando os porcos e a si mesmo com alfarrobas e enquanto suas vestes estavam rasgadas e seu estmago vazio. Ele tornou-se um prdigo no momento em que deixou a casa de seu pai. Deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Suponha que o filho mais novo no tivesse gasto nenhum dinheiro quando estava fora. Em vez disso suponha que ele tivesse ganho muito dinheiro, feito negcios, fortuna e se tornado at mesmo mais rico que seu pai. Teria sido ele ainda um prdigo? Sem dvida que sim. Aos olhos de seu pai, ele ainda teria sido um prdigo.

Hoje h um conceito muito forte que deve ser desarraigado da nossa mente. Achamos que por falhar em fazer o bem, o homem torna-se um pecador. Isso est totalmente errado. Desde que um homem tenha-se apartado de Deus, ele um pecador. Mesmo que seja um homem dez vezes mais moral que outros, to logo esteja apartado de Deus, ele um pecador. Voc deve lembrar-se, portanto, de que como cristos, podemos executar todos os servios exteriores que h para serem feitos, e podemos cumprir todos os deveres exteriores que devam ser cumpridos; podemos orar como sempre fizemos, podemos ler a Bblia e freqentar as reunies da igreja como sempre fizemos; podemos fazer tudo o que sempre fizemos e podemos at fazer mais. Contudo, se existe um problema entre ns e Deus, estamos pecando. Quando o primeiro amor se vai, h um problema. Quem prdigo? No simplesmente o que desperdiou os bens de seu pai e, sim, o que deixou a casa de seu pai. No momento em que algum deixa a casa de seu pai, torna-se um filho prdigo. Mesmo que faa fortuna l fora, ainda um filho prdigo. claro que nunca haver um prdigo que faa fortuna no mundo. Um prdigo jamais prosperar. Um prdigo sempre desperdiar todo o dinheiro que tem. Deus permite que o dinheiro seja dissipado, de modo que o homem saiba que no bom apartar-se de Deus e perceba, por fim, que um pecador.

Agora vemos como recebemos a qualificao de pecador e como nos tornamos pecadores. Tornamo-nos pecadores desenvolvendo um relacionamento com o pecado, e cometemos pecados desenvolvendo um relacionamento com os pecados. H uma diferena entre os dois. Visto que nasci em Ado e estou sob o domnio do pecado, este tornou-se o princpio da minha vida e do meu viver e tornei-me um pecador. Por semelhante modo, os muitos pecados individuais fora de mim fizeram de mim algum que comete pecados. Cometer pecados tem a ver com pecados e ser pecador tem a ver com pecado. Os Outros Pecados

Isso no significa, no entanto, que os outros pecados no sejam importantes. Todos os pecados trazem consigo a punio. No Antigo Testamento, os que no amavam a Deus cometiam muitos outros pecados espontaneamente. No Novo Testamento, os que no crem no Senhor tambm cometem muitos pecados espontaneamente. Deixar de amar a Deus e recusar-se a crer no Senhor so os dois principais pecados. E desses dois pecados principais so produzidos todos os outros pecados, como a injustia, atos malignos, ganncia, perversidade, inveja, homicdio, contenda, engano, dio, difamao, calnia, blasfmia, insolncia, orgulho, arrogncia, falsas acusaes, desobedincia aos pais, infidelidade, falta de afeio natural e de misericrdia, amor prprio, amor ao dinheiro, ingratido, profanao, crueldade, desprezo ao bem, deslealdade com os outros, negligncia, amar mais os prazeres do que a Deus, ter aparncia de piedade sem ter sua realidade e, assim, por diante. Mas nenhum desses o pecado mais srio que o homem j cometeu, embora diante de Deus ainda sejam pecados. Infelizmente, o homem no percebe que estes pecados so produzidos por meio de um pecado principal. Tanto os pecadores no mundo quanto os cristos na igreja tentam tratar somente com esses pecados. como se a remoo de todos esses pecados pudesse livrar-nos completamente do problema do pecado. Contudo, o homem no percebe que esses pecados ocupam apenas um lugar secundrio na Bblia.

Imaginemos uma situao impossvel: que aconteceria se algum tivesse recebido graa suficiente para tratar de vez com todos os outros pecados? Se fosse uma pessoa vivendo no Antigo Testamento, perceberia que ainda havia o pecado de no amar a Deus. Embora estivesse livre de todos os outros pecados, sua conscincia ainda a incomodaria. Se fosse uma pessoa vivendo no Novo Testamento, perceberia que ainda existe o pecado de no crer no Senhor. Embora no estivesse mais condenada pelos outros pecados, ela no se sentiria satisfeita no fundo do corao, porque o Esprito de Deus a convenceria do seu pecado de incredulidade.

O homem perece devido sua incredulidade. A incredulidade faz com que a punio por todos os outros pecados recaia sobre algum que no cr. A razo imediata para a perdio do homem so seus muitos pecados. A razo ltima o pecado da incredulidade do homem. Por causa disso, precisamos preocupar-nos com o pecado da incredulidade. Mas ao mesmo tempo no podemos negligenciar os outros pecados. O Resultado do Pecado e dos Pecados

Quando o homem sucumbe ao poder do pecado, ele comete uma infinidade de pecados. E quando comete todos esses muitos pecados, traz sobre si a culpa ou a condenao pelos pecados, a sentena ou julgamento pelos pecados. To logo tenhamos pecado, aparece o problema da culpa. A culpa no implica meramente num ato de transgresso. como um veredicto na corte que declara algum culpado ou no culpado. uma descrio de ser algum legalmente pecaminoso ou no. De acordo com a Bblia, no somos responsveis pelo pecado, e, sim, pelos nossos pecados. O nosso pecado no gera o problema da culpa diante de Deus e, sim, os pecados que cometemos geram esse problema. A Bblia diz que se dissermos que no temos pecado, enganamos a ns mesmos (1 Jo 1:8). Contudo, ao mesmo tempo no se exige que assumamos a culpa pelo nosso pecado. Se confessarmos os nossos pecados, Deus os perdoar (1 Jo 1:9). Isso nos mostra que devemos assumir a responsabilidade dos nossos pecados.

Pelo fato de haver os pecados, h a culpa. E quando uma pessoa culpada h o problema da punio. Isso lhe traz inquietao na conscincia e o sentimento de se estar separada de Deus. Os pecados nos fazem pessoas condenadas diante de Deus; eles nos deixam ficar esperando pela manifestao da ira de Deus. Somente quando algum perdoado que sua conscincia fica em paz e ela tem a ousadia de se achegar a Deus. Mas lembremo-nos de que mesmo que os muitos pecados sejam perdoados, se o problema do pecado continuar, os muitos pecados continuaro a surgir, e o problema da culpa continuar. Eis por que, aps Deus ter perdoado nossos pecados, Ele prosseguir para libertar-nos do pecado. A Compreenso do Homem Quanto ao Pecado e aos Pecados

Antes de sermos salvos no sentamos o prejuzo do pecado. Tudo o que sentamos era o prejuzo dos muitos pecados. Mesmo depois que nos tornamos cristos, o que nos entristecia eram os nossos muitos pecados, no o pecado em si. Apesar de salvos agora, ainda podemos mentir ou perder a calma, ter cimes e ser orgulhosos, ou sermos inadvertidamente relaxados com os pertences alheios. Portanto, esses pecados individuais nos aborrecem. Que devemos fazer? Chegar diante de Deus e pedir perdo por esses itens um a um. Podemos dizer: Deus, eu agi mal hoje. Pequei novamente. Por favor, perdoe-me. Se voc fez doze coisas erradas ontem, sentiu-se triste interiormente. Mas se fez somente duas coisas erradas hoje, deve estar alegre interiormente, porque cometeu bem menos pecados hoje, e que h menos pecados em voc agora. Contudo, deixe-me lembrar-lhe de que isso apenas o estgio inicial de uma vida crist. Nesta fase ficamos tristes somente pelos muitos pecados que cometemos.

Aps sermos cristos por muitos anos, percebemos que o que nos entristece e aborrece no so os muitos pecados, mas o prprio pecado. Por fim, descobrimos que no so as coisas que fazemos que esto erradas, mas a nossa pessoa que est errada. No so as coisas que fazemos que so ms; a nossa prpria pessoa que m. Passamos a perceber que todas as coisas que temos feito so meras questes exteriores e que a verdadeira coisa m a nossa pessoa. H um princpio natural em ns que nos leva a pecar. As coisas exteriores podem ser de muitas categorias. Podemos cham-las de orgulho, cimes, impureza ou de quaisquer outros nomes. Pode haver todos os tipos de pecados fora de ns. Mas dentro de ns h um nico princpio, e algo que anseia pelos pecados. H uma inclinao dentro de ns em direo aos pecados. Existe algo em nosso ser que deseja estas coisas externas. Esse o motivo por que a Bblia faz com que esses pecados exteriores estejam no plural; eles so percebidos item por item. O orgulho um, a mentira outro, e a fornicao ainda outro. O orgulho diferente do assassinato, e a mentira diferente da fornicao. Mas existe somente uma coisa que nos inclina a pecar, que nos controla e nos atrai. A razo de pecarmos que h uma lei dentro de ns. Ela constantemente nos conduz aos pecados exteriores. Na Bblia este pecado est no singular. Ele no denota nossa conduta; pelo contrrio, denota nossa natureza. Este pecado est na nossa natureza e precisamos ser libertados dele.

Uma vez que a salvao de Deus para o homem completa, Ele necessita livrar-nos dos muitos pecados e tambm do pecado em si. Se Deus somente nos livrasse dos muitos pecados, sem nos livrar do pecado, ento no se poderia dizer que a salvao de Deus completa. Uma vez que haja duas coisas conosco, os pecados e o pecado, precisamos de uma salvao dupla. Por um lado, precisamos ser libertados dos muitos pecados. Por outro, precisamos ser libertados do pecado. Nas prximas pginas veremos como, no cumprimento de Sua salvao completa por meio da redeno de Cristo, Deus nos livra tanto dos pecados como do pecado.

Posso esclarecer melhor com uma ilustrao. Os muitos pecados so como os frutos de uma rvore. Eles existem individualmente, e uma rvore pode produzir algumas centenas deles. assim com os pecados. O pecado, por outro lado, como a prpria rvore. O que ns, os pecadores, vemos com os olhos o fruto. Percebemos que os frutos so maus, mas no vemos que a rvore igualmente m. Os frutos so maus porque a rvore m. assim que Deus nos ensina a entender o problema do pecado. No incio Ele nos mostra os pecados individuais. Por fim, Ele nos mostra a nossa prpria pessoa. No incio precisamos de perdo porque temos cometido pecados. Mas aps um tempo compreendemos que precisamos ser libertados porque somos pecadores. Os Trs Aspectos do Pecado

A Bblia mostra-nos que existem trs aspectos do pecado. Em outras palavras, o pecado est em trs lugares. Primeiro, o pecado est diante de Deus; segundo, o pecado est na nossa conscincia; terceiro, o pecado est na nossa carne. A Bblia sempre nos mostra o pecado de acordo com essas trs linhas. como um rio alimentado por trs afluentes. Se quisermos conhecer o pecado de forma completa, devemos ter clareza sobre essas trs linhas. Precisamos saber que nosso pecado est diante de Deus, na nossa conscincia e na nossa carne. Se no tivermos clareza dessas trs linhas e no formos capazes de fazer distino entre elas, no teremos clareza acerca do problema do pecado. Se confundirmos essas trs linhas, no perceberemos o ponto de vista de Deus concernente ao pecado e no compreenderemos como Deus perfeito ao lidar com o pecado. Somente quando entendemos a necessidade que reconhecemos o tratamento. Se no conhecermos a necessidade, presumiremos que o tratamento desnecessrio. Portanto, precisamos conhecer primeiramente o pecado para depois conhecer como a salvao de Deus completa.

Deus um Deus justo. Na administrao do universo Ele a mais elevada autoridade. Ele o Governante do universo, e tem leis e ordenanas definitivas sobre os pecados. Ele recompensa o homem de acordo com o que o homem faz, e segundo a maneira como age. Deus lida com o mundo na Sua posio de Governante soberano. No tempo de Ado, embora ainda no houvesse este termo, havia a lei admica. Depois de No, embora no houvesse este termo, houve a lei de No. No tempo de Moiss, o termo lei comeou a ser utilizado especificamente. Foi a partir da que a lei foi especificamente colocada diante do homem. Quer estejamos falando da lei explcita depois de Moiss quer da lei implcita antes do tempo de Moiss, o veredito de Deus que quem peca deve morrer. Ele exige que os que transgridem a lei sejam punidos com a morte eterna. Enquanto o homem est vivo, embora sua carne esteja vivendo, seu esprito est morrendo. No final, sua carne tambm morrer. E na eternidade, seu esprito, alma e corpo perecero. Se o homem no pecar, Deus no executar a punio. Contudo, se o homem pecar, Deus certamente executar a punio. Deus decretou ordenanas e leis acerca dos pecados do homem.

Quando ocorrem pecados em nossa vida, primeiro h o registro deles diante de Deus. Deixe-me ilustrar com um exemplo. Recentemente as pessoas foram proibidas de estacionar seus carros onde bem quisessem. H dois meses, voc podia estacionar seu carro em qualquer lugar. Voc podia at mesmo estacionar no lado contrrio da rua e era livre para estacionar em qualquer sentido. Mas h dois meses o departamento de trnsito proibiu essa prtica. Agora, enquanto dirige, voc v todos os carros estacionados no mesmo sentido. H uma nova lei que diz que todos os carros devem ser estacionados no mesmo sentido do fluxo do trnsito. Se voc no fizer isso, estar violando a lei. Se hoje, um irmo vier reunio de carro e estacionar no sentido contrrio, um oficial do departamento de polcia pode ver isso e registrar a infrao no departamento de polcia. A infrao registrada no na rua onde ele estacionou, mas no departamento de polcia, mesmo que o irmo no esteja ciente do fato. A infrao pode ter ocorrido na Rua Ha-Tung, mas o local onde a infrao ser registrada o departamento de polcia do distrito de Tsin-An-Tsu.

Os incidentes de pecado ocorrem no homem, mas assim que o homem peca, h o registro do pecado diante de Deus. Deus o soberano Governante do mundo. Ele tem o controle de tudo. Se no decorrer de nossa vida transgredimos a lei, h um registro do nosso pecado diante de Deus. por essa razo que no Antigo Testamento freqentemente se fala de pecar contra Jeov. A razo de um ato de pecado ser maligno e terrificante que uma vez que um pecado cometido, ele registrado diante de Deus. Desde que Deus tenha dito que quem pecar deve morrer, Ele tem de executar Seu julgamento sobre os pecados. No existe maneira de escapar, pois o registro do pecado j est l.

Em segundo lugar, o conhecimento do pecado est em nossa conscincia. Embora haja um registro do pecado diante de Deus, enquanto voc no tomar conhecimento dele, ainda ser capaz de sorrir e regozijar-se em sua cadeira e agir como se nada houvesse ocorrido. Mas uma vez que tome conhecimento daquele pecado, o pecado que est diante de Deus entra na sua conscincia. Inicialmente, esse pecado estava somente diante de Deus; agora ele identificado na sua conscincia. Que a conscincia? uma janela. A luz de Deus resplandece em seu interior atravs da janela da sua conscincia. Toda vez que a luz de Deus brilha em voc, voc se sente pouco vontade e sabe que fez algo errado.

Pode ser que haja algum aqui que estacionou o carro no sentido contrrio. Pode ser que no estivesse cnscio do seu erro e estivesse totalmente despreocupado. Mas uma vez que eu o mencionei, ele se sentir inquieto interiormente. Minhas palavras moveram o registro de seu pecado do departamento de polcia para ele. Portanto, a conscincia alterada pelo conhecimento. Sem conhecimento, voc ignora seus pecados; e desde que a conscincia dentro de si no o moleste, voc se sentir em paz. Mas assim que tiver o conhecimento e comear a perceber o ponto de vista de Deus e da lei sobre voc, sua conscincia no cessar de incomod-lo.

verdade que todos tm uma conscincia? Certamente todos tm uma conscincia. Contudo, algumas conscincias esto obstrudas e a luz de Deus no pode entrar. Algumas conscincias so como uma janela de cozinha que tem uma espessa camada de sujeira sobre ela. Por ela voc pode ver a sombra de um homem movendo-se, mas no pode ver o homem claramente. Se a sua conscincia no puder receber a luz de Deus, voc estar despreocupado e alegre. Mas no momento em que ouvir o evangelho e vir seus prprios pecados, sua posio diante de Deus e o registro de seus pecados diante Dele, sua conscincia ter um problema. Ela ficar incomodada; no estar em paz, mas ir conden-lo. Voc perguntar o que deve fazer para ser capaz de permanecer diante do Deus justo, e como ser justificado diante deste Deus to justo.

O que surpreendente quanto conscincia que, na pior das hipteses, ela pode adormecer, mas ela nunca morrer. Nunca pensemos que nossa conscincia morreu. Ela nunca morrer, mas adormecer. Entretanto, quando a conscincia de muitos desperta, eles acham que tarde demais, que no tm mais a oportunidade de crer ou de ser salvos. No pense que nossa conscincia nos deixar em paz. Um dia ela nos acusar. Um dia ela falar. Muitos que pensavam assim, que faziam muitas coisas ms, achavam que escapariam. Mas, quando a conscincia deles finalmente acordou, eles foram capturados por ela.

Que fazem as pessoas quando sua conscincia desperta e elas percebem que pecaram? To logo a conscincia as capture, elas tentam fazer o bem praticando boas obras. Qual o propsito do homem ao tentar fazer boas obras? O seu propsito subornar a conscincia. A conscincia mostra ao homem que ele pecou. Ento, agora ele faz mais atos de caridade e faz mais boas obras para dizer sua conscincia que, apesar de ter feito tanta coisa errada, ele tambm faz todas essas coisas boas. Que significa fazer boas obras? Significa subornar a conscincia quando esta comea a acusar, de modo a abrandar sua condenao. Essa a forma de salvao inventada pelo homem.

Mas lembre-se de que essa a maneira errada. Onde reside esse erro bsico? O erro encontra-se na nossa suposio de que o pecado existe apenas em nossa conscincia. Esquecemo-nos de que o pecado tambm existe diante de Deus. Se o pecado existisse somente em nossa conscincia, ento necessitaramos realizar, quando muito, dez boas obras para compensar cada erro nosso. Entretanto, o problema agora no somente com a nossa conscincia. O problema agora o que est diante de Deus. Eu no posso ser absolvido do julgamento por uma infrao de estacionamento proibido, apenas porque estaciono o carro corretamente uma centena de vezes. Pecado algo diante de Deus. No somente algo em nossa conscincia. No somente precisamos lidar com o pecado em nossa conscincia; tambm temos de lidar com o nosso pecado diante de Deus. Somente quando tivermos lidado com o registro do pecado diante de Deus, que o pecado em nossa conscincia poder ser tratado. No podemos lidar com o problema na conscincia primeiro, pois esta poder ser apaziguada pelo auto-engano. Mas lembre-se de que a conscincia nunca morrer.

Talvez voc ainda no tenha visto a conscincia em funcionamento. Freqentemente vejo pessoas atormentadas pela conscincia. Quando a luz de Deus vem, a conscincia fica incomodada. Se houvesse um buraco no cho, uma pessoa em tal condio se arrastaria para dentro dele. Ela faria qualquer coisa para apaziguar sua conscincia. Ela at daria sua vida para redimir-se do pecado. Por que Judas se enforcou? Porque sua conscincia no o deixava em paz. Ele havia trado Jesus e sua conscincia no o deixava em paz.

Por que Deus no precisa enviar muitos anjos para jogar os homens no lago de fogo como se jogassem pedras? Por que no h necessidade de Deus ter muitos anjos guardando o lago de fogo? Deus no teme uma revolta no inferno? bem possvel que para um homem que pecou, o inferno seja mais uma bno do que uma maldio. Quando a conscincia se levanta para condenar um homem, ela exige que o homem seja punido. A punio no apenas uma exigncia de Deus, mas tambm do homem. Antes de ver o que o pecado, voc tem medo da punio. Mas aps ver o que o pecado, voc encara a punio como uma bno. Voc j viu criminosos ou assassinos no momento da execuo? Antes de ver seu pecado, um homem pode alegrar-se em matar. Mas depois de ver seu pecado, ele se alegrar com sua prpria execuo. Portanto, o inferno no somente um lugar de punio. tambm um lugar de fuga. o derradeiro lugar de refgio. O pecado na conscincia causa dor hoje e clama por punio na era vindoura. Portanto, para Deus nos salvar, Ele precisa lidar com nossos pecados diante Dele, e tambm precisa lidar com nossos pecados em nossa conscincia.

Existe um terceiro aspecto do pecado. O pecado no est somente diante de Deus e na conscincia do homem; ele est tambm na carne do homem. Isso o que nos diz Romanos 7 e 8. Que o pecado na carne? Vimos que por um lado h o registro dos pecados diante de Deus, e que, por outro, existe a condenao dos pecados na conscincia do homem. Agora vemos o terceiro aspecto: o poder do pecado e as atividades do pecado na carne do homem. O pecado tem seu ofcio. O pecado est chefiando. O pecado est na carne do homem como chefe. Lembre-se de que o pecado o chefe chefiando na carne.

Que quero dizer com isso? Os pecados diante de Deus e na prpria conscincia do homem so objetivos. Para mim, o registro dos pecados diante de Deus e a condenao dos pecados em minha conscincia so questes do meu sentimento com relao ao pecado. Mas o pecado na carne subjetivo. Isso significa que o pecado que est habitando em mim tem o poder de forar-me a pecar; ele tem o poder de incitar-me e levantar-me para pecar. Isso o que a Bblia chama de pecado na carne.

Por exemplo, pode haver um irmo que ganha cem dlares por ms, mas gasta cento e cinqenta. Ele gosta de pedir dinheiro emprestado. a sua disposio. Se ele no pede emprestado, suas mos comeam a coar, e at sua cabea e corpo coaro. Depois de gastar todo seu salrio, ele precisa pedir algum dinheiro emprestado e gast-lo para sentir-se bem. Nele podemos ver os trs aspectos: primeiro, ele tem muitos credores, que tm os registros de seus dbitos; segundo, a menos que ele no tenha conhecimento das conseqncias de se pedir emprestado (neste caso ele ainda continuar tranqilamente pedindo emprestado) ele perceber que est em perigo e assim ficar preocupado no somente com o registro da dvida perante seus credores, como tambm com a sensao desagradvel que sente em sua conscincia; alm disso, h o pecado em sua carne. Ele sabe que errado pedir emprestado, contudo sente-se inquieto a menos que continue a faz-lo. Algo o est induzindo e incitando, dizendo-lhe que h meses no pede dinheiro emprestado e que deveria faz-lo uma vez mais. Que isso? Isso o pecado na sua carne. Por um lado, o pecado um fato para ele; esse pecado resulta em um registro do pecado diante de Deus e na sua conscincia. Por outro lado, o pecado um poder na sua carne; ele o incita e compele, at fora e empurra-o para pecar.

Se nunca resistiu ao pecado, voc ainda no sentiu o poder dele. Mas se tentar resistir ao pecado, sentir o poder dele. Voc no sente a fora da correnteza de um rio quando se deixa levar por ela. Mas se tentar ir contra a correnteza, sentir a fora dela. A maioria dos rios na China correm do ocidente para o oriente; assim, se voc tentar viajar do oriente para o ocidente, sentir quo poderosos so os rios da China. Os que mais conhecem o poder do pecado so tambm os mais santos, pois so os que tentam se opor e permanecer contra o pecado. Se voc se une ao pecado e segue seu curso, certamente no conhecer sua fora. O pecado na sua carne est o tempo todo incitando e compelindo-o a pecar, mas somente quando voc desperta para lidar com o pecado que perceber que um pecador perdido e destinado a perecer. S ento voc saber que est sem recursos e que no tem soluo para o problema do pecado em sua carne, sem mencionar a presena dos pecados na sua conscincia e o registro dos pecados diante de Deus.

Portanto, precisamos ver que quando Deus nos salvou, Ele tratou com todos os trs aspectos. O pecado interior tratado pela cruz e pela crucificao do velho homem. J mencionamos isso muitas vezes, por isso no iremos repeti-lo agora. Nosso estudo da Bblia desta vez abrange a maneira de Deus lidar com nossos pecados diante Dele e a condenao dos pecados em nossa conscincia. De incio, mencionei o problema do pecado e dos pecados. Os pecados referem-se aos atos pecaminosos diante de Deus e em nossa conscincia. Toda vez que a Bblia menciona pecados, ela se refere aos atos pecaminosos diante de Deus e em nossa conscincia. Mas toda vez que a Bblia menciona o pecado na carne, ela usa a palavra pecado, e no pecados. Se voc lembrar-se disso no ter problemas mais tarde.

Agradecemos a Deus porque a Sua salvao completa. Ele tratou com nossos pecados diante Dele. Ele tambm julgou nossos pecados na pessoa do Senhor Jesus. Alm disso, o Esprito Santo aplicou a obra de Cristo a ns, para que pudssemos receber o Senhor Jesus e ter paz em nossa conscincia. Uma vez que a conscincia purificada, no h mais percepo dos pecados. Muitas vezes ouvi cristos dizerem que o sangue do Senhor Jesus purifica-nos de nossos pecados. Quando pergunto se sentem paz e alegria, eles dizem que s vezes ainda sentem a presena de seus pecados. Isso inconcebvel. Estou alegre porque quando a conscincia purificada, no mais precisamos estar conscientes dos pecados. Se nossa conscincia ainda est consciente dos pecados porque ainda h registro de pecados diante de Deus. Mas se os pecados se foram de diante de Deus, como ainda podemos estar conscientes deles? Uma vez que os pecados diante de Deus foram tratados, os pecados em nossa conscincia tambm devem ter sido tratados. Assim sendo, no precisamos mais estar conscientes de nossos pecados.

Captulo Dois

O Amor, a Graa e a Misericrdia de Deus

Neste livro consideraremos o amor e a graa de Deus, e tambm trataremos brevemente da questo da misericrdia de Deus.

Por vrias vezes o Antigo Testamento diz que a salvao pertence a Jeov. Isso indica que a salvao no tem origem em ns. Uma vez que o pecado cometido pelo homem, poderamos naturalmente pensar que a salvao tambm originria do homem. Todavia nem sequer o pensamento da nossa salvao proveio de ns; pelo contrrio, originou-se em Deus. Embora o homem tenha pecado e esteja destinado perdio, no sua inteno buscar a salvao. Embora tenha pecado e deva perecer, foi Deus quem comeou a pensar em salv-lo. Portanto, o Antigo Testamento menciona repetidas vezes que a salvao pertence a Jeov. O motivo disso que Deus quem deseja salvar-nos. O homem nunca quis salvar-se.

Por que a salvao pertence a Jeov? Por que Deus est interessado no homem? De um modo genrico, podemos dizer que porque Deus amor. Mas, mais especificamente, porque Deus ama o homem. Se Deus no amasse o homem, Ele no precisaria salv-lo. A salvao se cumpriu porque, por um lado, o homem pecou e, por outro, Deus amou. Se o homem no tivesse pecado, no haveria lugar nem maneira de o amor de Deus ser manifestado. E se o homem tivesse pecado, mas Deus no tivesse amado, nada tampouco teria sido concretizado. A salvao cumprida e o evangelho pregado porque, por um lado, Deus amou e, por outro, o homem pecou.

O pecado do homem nos mostra a necessidade do homem. O amor de Deus nos mostra a proviso de Deus. Se houver somente a necessidade sem a proviso, nada pode ser feito. Mas se existe a proviso sem a necessidade, aquela ser desperdiada. A salvao cumprida e o evangelho pregado devido aos dois maiores fatos do universo. O primeiro que o homem pecou e o segundo que Deus ama o homem. Estes dois fatos so imutveis. So dois fatos enfatizados na Bblia. Se voc derrubar qualquer uma das extremidades, a salvao se perder. No h necessidade de que ambas as extremidades sejam derrubadas. Uma vez que uma delas se vai, no haver possibilidade de a salvao ser realizada. Deus tem o amor e o homem tem o pecado. Por haver estes dois fatos, existe a salvao e existe o evangelho.

O Amor de Deus

A Bblia nunca deixa de chamar a ateno ao amor de Deus. Desta vez, em nosso estudo da Bblia, trataremos sobre a verdade do evangelho apenas de maneira resumida. Mencionaremos muitas coisas, mas no as consideraremos em detalhes. Nesta noite no poderei tratar de cada aspecto do amor de Deus encontrado na Bblia. Posso mencionar apenas brevemente essa questo. Devemos considerar trs aspectos do amor de Deus. Primeiro, Deus amor. Segundo, Deus ama o homem. E, terceiro, a expresso do amor de Deus est na morte de Cristo.

Deus Amor

Vejamos o primeiro ponto: Deus amor. Isso est registrado em 1 Joo 4:16. Aqui no diz que Deus ama. Tampouco diz que Deus poderia amar ou que Deus pode amar ou que Deus amou ou amar. Pelo contrrio, diz que Deus amor. Que significa dizer que Deus amor? Significa que o prprio Deus, Sua natureza e Seu ser, amor. Se pudssemos dizer que Deus tem uma substncia, ento a substncia de Deus amor.

A maior revelao da Bblia que Deus amor. Essa a revelao de que o homem mais necessita. O homem tem muitas suposies e teorias sobre Deus. Ponderamos todo o tempo sobre que tipo de Deus nosso Deus , que tipo de corao nosso Deus tem, quais as Suas intenes com relao ao homem, a que Ele semelhante. Voc pode perguntar a algum sobre a idia dele a respeito de Deus, e ele lhe dar o seu conceito. Ele achar que Deus desse ou daquele tipo de Deus. Todos os dolos no mundo e todas as imagens feitas pelo homem so produto da imaginao do homem, que acha que Deus um Deus aterrador ou um Deus severo. Ele concebe Deus desta ou daquela maneira. O homem est sempre tentando analisar e investigar a que Deus se assemelha. A fim de corrigir as diferentes suposies que o homem tem sobre Deus, Ele se manifesta na luz do evangelho e mostra ao homem que Ele no um Deus inacessvel ou inatingvel.

Afinal, Deus o qu? Deus amor. Esta afirmao no estar clara para voc a menos que eu d uma ilustrao. Suponha que exista aqui uma pessoa paciente. A pacincia est ali, acontea o que acontecer, no importando quo difceis ou quo ms sejam as condies. No podemos dizer que tal pessoa tenha agido pacientemente; o advrbio pacientemente no pode ser usado para descrev-la. Nem podemos dizer que ela seja paciente, usando um adjetivo. Devemos dizer que ela a prpria pacincia. Talvez no nos refiramos a ela pelo seu nome. Em vez disso, s ocultas, poderamos dizer que a Pacincia chegou ou que a Pacincia falou. Ao dizermos que Deus amor, queremos dizer que amor a natureza de Deus; Ele amor de dentro para fora. Portanto, no diramos que Deus amoroso, usando um adjetivo ou que Deus ama, usando um verbo. Pelo contrrio, diramos que Deus amor, aplicando o substantivo a Ele.

Em nosso amigo Pacincia no conseguimos encontrar precipitao; ele a prpria pacincia; no apenas paciente. Ele simplesmente um amontoado de pacincia. Voc acha que nessa pessoa poderia haver precipitao? Poderia ele perder a calma? Poderia ele trocar palavras speras com os outros? impossvel que ele tome tais atitudes, pois em sua natureza no existe o elemento para faz-las. No h algo como mau humor em sua natureza. No h algo como precipitao em sua natureza. Ele simplesmente a pacincia.

O mesmo ocorre com Deus, que amor. Deus como amor a maior revelao na Bblia. Para todo cristo, a maior coisa a saber na Bblia que Deus amor. Para Deus impossvel odiar. Se Deus odiar, no apenas ter um conflito com quem quer que Ele odeie, mas tambm ter um conflito Consigo mesmo. Se Deus odiasse qualquer um de ns aqui hoje, Ele no teria problema s com essa pessoa; Ele teria problema Consigo mesmo. Deus teria de criar um problema Consigo mesmo antes que pudesse odiar ou fazer algo de maneira que no fosse em amor. Deus amor. Embora essas trs palavras sejam muito simples, elas nos do a maior revelao. A natureza de Deus, a essncia da vida de Deus, simplesmente o amor. Ele no pode fazer nada de outra maneira. Ele ama e, ao mesmo tempo, Ele amor.

Se voc um pecador, pode estar querendo saber o que deve fazer antes que Deus venha am-lo. Muitas pessoas no conhecem o pensamento de Deus para com elas. Elas desconhecem o que Deus est pensando ou que intenes Ele tem. Muitos acham que deveriam fazer algo ou sofrer ou ser muito conscienciosos antes que pudessem agradar a Deus. Entretanto, somente os que esto em trevas e que no conhecem a Deus pensam dessa forma. Se no houvesse evangelho, voc seria capaz de pensar assim. Mas, agora que o evangelho est aqui, voc no pode mais pensar dessa maneira, pois o evangelho diz-nos que Deus amor.

Ns, seres humanos, somos apenas dio. extremamente difcil amarmos. Para Deus igualmente difcil odiar. Voc pode achar que difcil amar e que no sabe como amar os outros. Mas impossvel Deus odiar. Voc no tem jeito para amar e Deus no tem jeito para odiar. Deus amor, e odiar para Ele agir contrariamente Sua natureza, o que impossvel que Ele faa.

Deus Amou o Mundo de Tal Maneira

Isso no tudo. O prprio Deus amor, mas quando esse amor aplicado a ns, descobrimos que Deus amou ao mundo de tal maneira (Jo 3:16). Deus amor fala da Sua natureza, e Deus amou ao mundo de tal maneira fala da Sua ao. O prprio Deus amor; portanto, aquilo que provm Dele deve ser amor. Onde h amor, deve tambm haver o objeto daquele amor. Aps mostrar-nos que Ele amor, Deus imediatamente nos mostra que Ele ama ao mundo. Deus no somente nos amou, mas tambm enviou Seu amor. Deus no podia deixar de enviar Seu amor. Ele no podia deixar de amar ao mundo. Aleluia!

O maior problema que o mundo tem pensar que Deus sempre nutre ms intenes contra o homem. O homem acha que Deus faz exigncias severas, e que rigoroso e mesquinho. Uma vez que o homem tem dvidas quanto ao amor de Deus, ele tambm duvida que Deus amou ao mundo. Contudo, uma vez que Deus amor, Ele ama ao mundo. Se a Sua natureza amor, Ele no pode portar-se em relao ao homem de nenhum outro modo a no ser em amor. Ele sentir-se-ia desconfortvel se no amasse. Aleluia! Isso um fato! Deus amor. Ele no pode fazer nada a no ser amar. Deus amor, e o que se segue espontaneamente que Deus amou ao mundo.

Podemos culpar-nos por nossos pecados, por sermos suscetveis tentao de Satans, por sermos enredados pelo pecado. Mas no podemos duvidar do prprio Deus. Voc pode responsabilizar-se por cometer um pecado, por ter falhado, por sucumbir tentao. Contudo, se duvida do corao de Deus para voc, no estar agindo como um cristo, pois duvidar do corao de Deus para voc contradizer a revelao do evangelho.

No posso afirmar que voc jamais fracassar novamente. Tampouco posso afirmar que no mais pecar. Talvez voc fracasse e peque novamente. Mas, por favor, lembre-se de que voc falhar ou pecar uma coisa, mas o corao de Deus para voc outra. Voc nunca deve duvidar do sentimento de Deus simplesmente porque falhou ou pecou. Embora possa pecar, falhar, Deus no muda Sua atitude com voc, pois Deus amor e Ele ama ao mundo. Isso um fato imutvel na Bblia.

Do nosso lado mudamos e transformamo-nos. Mas pelo lado do amor de Deus, no h mudana. Muitas vezes o seu amor pode mudar ou tornar-se frio. Contudo, isso no significa que o amor de Deus afetado. Se Deus amor, no importa como voc O teste, o que provm Dele invariavelmente amor. Se houver um pedao de madeira aqui, no importa como o golpeie, voc sempre obter o som de madeira. Se golpe-lo com um livro, ele lhe dar o som de madeira. Se golpe-lo com a palma da mo, ainda assim ele dar a voc o som de madeira. Se golpe-lo com outro pedao de madeira, ele novamente lhe dar o som de madeira. Se Deus amor, no importa como voc O golpeie rejeitando-O, negando-O ou deixando-O de lado Ele ainda amor. Uma coisa certa: Deus no pode negar a Si mesmo; Ele no pode contradizer-se. Uma vez que somos o prprio dio, absolutamente natural que odiemos. E uma vez que Deus amor, absolutamente natural que Deus ame. Ele no pode mudar a prpria natureza. E uma vez que a natureza de Deus no pode ser mudada, Sua atitude com voc no pode ser mudada. Dessa forma vemos que Deus ama ao mundo.

A Expresso do Amor de Deus

O assunto todo termina com Deus amando ao mundo? Deus amor fala da natureza de Deus; fala do prprio Deus. Deus amou ao mundo de tal maneira fala da ao de Deus. Mas o amor de Deus para conosco tem uma expresso. Que essa expresso do Seu amor? Romanos 5:8 diz: Mas Deus prova o seu prprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns ainda pecadores. O amor de Deus tem uma expresso. Se amo uma pessoa e simplesmente lhe digo que a amo, esse amor ainda no est completo. A menos que o amor seja expresso, ele no completo. No existe amor no mundo que no tenha uma expresso. Se h amor, ele deve ser expresso. Se um amor no expresso, no pode ser considerado como amor. O amor muitssimo prtico. Ele no vo e tampouco um simples assunto verbal. O amor expresso por meio de aes. Se voc pe uma bola sobre uma superfcie desnivelada, pode estar certo que algo ir ocorrer; ela terminar por rolar abaixo. O mesmo ocorre com o amor. Voc pode estar certo de que ter uma expresso.

J que Deus ama ao mundo, Ele tem de estar preocupado com a necessidade do homem. Portanto, Ele deve fazer algo pelo homem. Somos pecadores. No temos outra escolha seno ir para o inferno, e no h nenhum outro lugar para estarmos seno no lugar de perdio. Mas Deus nos amou, e Ele no estar satisfeito at que nos tenha salvado. Quando Deus diz: Eu amo voc, Seu amor se aproximar para carregar todos os nossos fardos e remover todos os nossos problemas. J que Deus nos ama, Ele deve prover uma soluo ao problema de pecados; Ele deve prover a salvao que ns pecadores precisamos. Por essa razo, a Bblia mostrou-nos este grandioso fato: O amor de Deus manifestado na morte de Cristo. Uma vez que somos pecadores e incapazes de salvar a ns mesmos, Cristo veio morrer de modo a solucionar o problema do pecado por ns. Seu amor cumpriu algo substancial, e isso posto diante de ns. Agora podemos ver Seu amor de uma forma substancial. Seu amor j no meramente um sentimento. Ele tornou-se um ato totalmente manifestado.

Nessa grande questo do amor de Deus, devemos atentar para trs coisas: a natureza do amor de Deus, a ao do amor de Deus e a expresso do amor de Deus. Agradecemos e louvamos a Deus! Seu amor no somente um sentimento em Seu interior; tambm uma ao e at mesmo uma expresso e manifestao. Seu amor f-Lo realizar o que no podemos por ns mesmos. Uma vez que Ele amor e amou ao mundo, a salvao foi produzida. Uma vez que o homem tem pecado e uma vez que Deus amor, muitas coisas acontecem. Se voc no pobre, no ter necessidade de mim. Por outro lado, se eu no o amo, mesmo que voc seja extremamente pobre, eu no me preocuparei. A situao hoje que o homem pecou e Deus amou; portanto, coisas comeam a ocorrer. Aleluia! muita coisa est acontecendo porque o homem pecou e Deus amou. Quando voc rene as duas coisas, o evangelho vem existncia.

A Graa de Deus

Contudo, irmos e irms, o amor de Deus no pra aqui. Uma vez que Deus amor, a questo da graa surge. verdade que o amor precioso, mas o amor deve ter sua expresso. Quando o amor expresso, torna-se graa. Graa amor expresso. O amor algo em Deus. Mas quando esse amor vem at voc, torna-se graa. Se Deus for somente amor, Ele muito abstrato. Mas agradecemos ao Senhor porque embora o amor seja algo abstrato, com Deus ele imediatamente transformado em algo concreto. O amor interior abstrato, mas a graa exterior deu-lhe substncia.

Por exemplo, voc pode ter pena de um indigente, pode am-lo e ter simpatia por ele. Mas se no lhe der comida e roupa, o mximo que voc poderia dizer que o ama. No poderia dizer que voc graa para ele. Quando poder dizer que tem graa para com ele? Quando lhe der um prato de arroz ou uma pea de roupa ou algum dinheiro, e quando a comida, roupa ou dinheiro o alcanar, seu amor torna-se graa. A diferena entre amor e graa reside no fato de que o amor interior e graa exterior. Amor principalmente um sentimento interno, enquanto graa um ato externo. Quando o amor transformado em ao, torna-se graa. Quando a graa volta a ser sentimento, ela amor. Sem o amor, a graa no pode vir existncia. A graa existe porque o amor existe.

A definio de graa no apenas um ato de amor. Devemos acrescentar algo mais a isso. Graa um ato de amor para com o necessitado. Deus ama ao Seu Filho unignito. Mas no existe o elemento graa nesse amor. Ningum pode dizer que Deus trata Seu Filho com graa. Deus tambm ama os anjos, mas isso tampouco pode ser considerado como graa. Por que no graa o amor do Pai para com o Filho e o amor de Deus para com os anjos? A razo que no h perdas ou faltas envolvidas. H somente amor; no existe a idia de graa. Somente quando h perdas e faltas, quando no existe maneira para resolvermos nossos problemas por ns mesmos, que o amor torna-se real como graa. Visto que somos pecadores, somos os que tm problemas, e no temos como solucion-los. Mas Deus amor e Seu amor manifestado a ns como graa.

Portanto, quando o amor flui no mesmo nvel, ele simplesmente amor. Mas quando ele flui para baixo, graa. Por isso, os que nunca estiveram em uma situao miservel jamais podem receber graa. O amor tambm pode fluir para um nvel mais elevado. Mas quando isso ocorre, no graa. O amor tambm pode fluir entre nveis iguais. Quando isso ocorre, tambm no graa. Somente quando o amor flui em direo inferior graa. Se quer estar acima de Deus ou quer ser igual a Deus, voc nunca ver o dia da graa. Somente os que esto abaixo de Deus podem ver o dia da graa. Isso o que a Bblia nos mostra acerca da diferena entre amor e graa.

Embora a Bblia mencione o amor do Senhor Jesus, ela d maior ateno graa do Senhor Jesus. A Bblia tambm fala da graa de Deus, mas ela d maior ateno ao amor de Deus. No estou dizendo que no existe o amor do Senhor Jesus e a graa de Deus na Bblia. Mas a nfase na Bblia est no amor de Deus e na graa do Senhor Jesus. Como foi que Paulo saudou a igreja em Corinto? A graa do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunho do Esprito Santo sejam com todos vs (2 Co 13:13). Voc no pode mudar a sentena para ler: A graa de Deus, e o amor do Senhor Jesus Cristo, e a comunho do Esprito Santo sejam com todos vs. Voc no pode fazer isso, porque a nfase da Bblia est no amor de Deus e na graa do Senhor Jesus. Por que assim? Porque foi o Senhor Jesus quem cumpriu a salvao. Foi Ele quem concretizou o amor e efetuou a graa. O amor de Deus tornou-se graa por meio da obra do Senhor Jesus. Portanto, a Bblia diz-nos que a lei foi dada por intermdio de Moiss, mas a graa veio por meio de Jesus Cristo (Jo 1:17).

A Misericrdia de Deus

Agradecemos ao Senhor porque no amor de Deus no h apenas a graa, h tambm outro grande item: a misericrdia de Deus. A Bblia tambm d muita nfase misericrdia. Mas temos de admitir que misericrdia mais precisamente uma palavra do Antigo Testamento, da mesma forma que graa do Novo Testamento. Isso no significa que voc no encontrar misericrdia no Novo Testamento. Mas se tiver uma referncia ou uma concordncia bblica, voc encontrar misericrdia muito mais freqentemente no Antigo Testamento. Misericrdia algo do Antigo Testamento, assim como graa algo do Novo Testamento.

O canal para o amor fluir ou a graa ou a misericrdia. Misericrdia para questes negativas, enquanto graa para questes positivas. Misericrdia est relacionada com a condio presente, e graa est relacionada com a condio futura. Misericrdia fala da pobreza da nossa condio presente, e graa fala da condio radiante em que voc ser salvo no futuro. O sentimento que Deus tem para conosco quando somos pecadores misericrdia. A obra que Deus realiza em ns para fazer-nos Seus filhos graa. A misericrdia surge da nossa condio existente; graa surge da obra que iremos receber.

No sei se voc tem clareza disso. Suponha que haja uma pessoa necessitada aqui conosco. Voc a ama e tem pena dela. Voc se sente triste pela sua situao difcil. Se no a amasse, no sofreria nem se preocuparia com ela. Mas fazendo assim voc est tendo misericrdia dela. Contudo, essa misericrdia negativa. Sua misericrdia est na condolncia pela condio atual dessa pessoa. Mas quando a graa efetivada? Ela efetivada na hora em que essa pessoa resgatada da sua condio pobre para uma posio nova, para uma esfera nova e para um ambiente novo. Somente ento seu amor por ela torna-se graa. por isso que digo que misericrdia tem sentido negativo e para hoje, enquanto graa tem sentido positivo e para o futuro. O futuro de que estou falando o futuro nesta era, e no o futuro na era vindoura. No quero dizer que o Antigo Testamento fale somente sobre misericrdia. O Antigo Testamento tambm fala sobre graa. No verdade que no precisamos mais de misericrdia. No, ns ainda precisamos da misericrdia. Deus foi misericordioso na poca do Antigo Testamento, porque Sua obra ainda no estava completa naquela poca. Portanto, o Antigo Testamento estava repleto de misericrdia. Deus mostrou misericrdia por quatro mil anos. Mas hoje, na era do Novo Testamento, temos graa porque o Senhor Jesus cumpriu Sua obra. Ele veio para carregar nossos pecados. Portanto, o que recebemos hoje no misericrdia, mas graa. Aleluia! Hoje no dia da misericrdia, mas da graa.

Se houvesse apenas misericrdia, poderamos ter somente esperana. No Antigo Testamento, havia apenas esperana; portanto, o Antigo Testamento fala de misericrdia. Mas agradecemos ao Senhor, hoje obtivemos o que era esperado. No h necessidade de esperarmos mais.

A misericrdia vem do amor e resulta em graa. Se a misericrdia no viesse do amor, ela no resultaria em graa. Uma vez que ela se origina no amor, ela chega graa. Nos Evangelhos h o relato de um cego recebendo viso (Mc 10:46-52). Ao encontrar o Senhor, ele no disse: Senhor, ama-me! ou Senhor, s benvolo para comigo! Pelo contrrio, ele disse: Filho de Davi, tem misericrdia de mim! (v. 48). Ele pediu misericrdia por causa da sua situao presente, da sua dificuldade presente e da sua dor presente. Ele sabia que se o Senhor Jesus se compadecesse dele, Ele no se limitaria a mostrar-lhe misericrdia; Ele certamente faria algo.

No Novo Testamento, h tambm alguns lugares em que a misericrdia mencionada. Na maioria dos casos, a misericrdia mencionada em referncia situao no momento. Algum poderia perguntar: Visto que o amor de Deus to precioso, por que precisa existir misericrdia? O amor muito bom como fonte, e a graa tambm muito boa como resultado. Por que, ento, necessria a misericrdia? Porque o homem necessitado. No temos coragem de ir a Deus e pedir por Seu amor. Somos da carne e no conhecemos Deus suficientemente. Embora Deus se tenha revelado a ns na luz, ainda no ousamos achegar-nos a Ele. Sentimos que impossvel ir a Deus e pedir amor. Ao mesmo tempo, no possumos f suficiente para ir a Ele e pedir graa, dizendo-Lhe que precisamos de tal e tal bno. No temos como pedir o amor de Deus e no temos f suficiente para pedir a graa de Deus.

Mas agradecemos ao Senhor. No temos apenas amor e graa; tambm temos misericrdia. O amor manifestado nesta misericrdia. Por Deus ser misericordioso, se voc ouve o evangelho e ainda incapaz de crer, voc pode clamar: Filho de Davi, tem misericrdia de mim! Voc pode ter medo de pedir outras coisas, mas no precisa ter medo de pedir essa nica coisa. No ouso pedir ao Senhor que seja benvolo comigo. No ouso pedir-Lhe que me ame. Mas posso pedir-Lhe que seja misericordioso para comigo. Por outras coisas no ousamos pedir. Mas podemos ser ousados para pedir misericrdia. Deus se alegra com isso. Deus colocou Seu amor entre ns para que tivssemos o direito de vir a Ele. Contudo, se houvesse apenas amor, ainda nos sentiramos atemorizados de vir a Deus. Uma vez que Deus tambm misericordioso, somos capazes de vir a Ele. No ouso pedir a Deus que me ame nem ouso pedir-Lhe que mostre graa. Mas posso pedir misericrdia a Deus. Posso ao menos pedir isso.

No ano passado conheci um homem que estava muito velho e sofria de sria enfermidade. Ao ver-me, chorou. Ele contou-me que no estava triste com Deus, mas sem dvida estava com muita dor. Eu disse-lhe que deveria pedir a Deus para am-lo e ser benvolo para com ele. Ele disse que no poderia fazer isso. Quando perguntei-lhe por que no, ele respondeu que por sessenta anos havia vivido para si mesmo e no para Deus. Agora que estava morrendo, ele se envergonharia de pedir que Deus o amasse e fosse bondoso para com ele. Se no tivesse estado to distante de Deus, se tivesse se aproximado mais de Deus nas ltimas poucas dcadas, se tivesse desenvolvido certa afeio por Deus, teria sido mais fcil para ele pedir amor e graa. Mas por ter estado longe de Deus toda sua vida, como podia pedir a Deus que o amasse enquanto ele jazia em seu leito de morte? No importando minha persuaso, ele no acreditaria em minhas palavras. Eu disse-lhe que Deus podia conceder-lhe graa, que Ele podia ser benvolo com ele e podia am-lo. Mas ele simplesmente no conseguia crer nisso. Fui v-lo muitas vezes, mas no pude convenc-lo. Ento orei: Deus, eis aqui um homem que no cr em Ti, tampouco cr no Teu amor. No tenho como ajud-lo. Por favor, conceda-lhe um caminho na sua ltima hora. Mais tarde senti que no deveria falar-lhe sobre graa nem sobre amor, mas somente sobre misericrdia. Com alegria fui at ele de novo e lhe disse: Voc deve esquecer-se de tudo agora. Esquea-se do amor de Deus ou da graa de Deus. Voc deve ir a Deus e dizer-Lhe: Deus! estou sofrendo. No tenho como prosseguir. Tem misericrdia de mim. Imediatamente ele concordou. E to logo concordou, sua f veio e ele orou: Deus, agradeo-Te porque Tu s um Deus misericordioso. Estou fraco e sofrendo. Tem misericrdia de mim. Aqui voc v uma pessoa sendo trazida presena do Senhor. Ele percebeu sua situao carente e pediu misericrdia. Na sua presente condio, ele pediu a Deus que fosse misericordioso para com ele.

Agora vejamos alguns versculos. Efsios 2:4-5 diz: Mas Deus, sendo rico em misericrdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando ns mortos em nossos delitos. Paulo disse que Deus era rico em misericrdia por causa de algo. Esse algo Seu grande amor com que nos amou. Sem amor no haveria misericrdia. Em que situao foi Ele misericordioso para conosco? Ele foi misericordioso para conosco quando estvamos mortos em nossos delitos. Aquilo teve a ver com nossa infeliz situao presente. Por estarmos mortos em pecados, Ele teve misericrdia de ns. Ele teve misericrdia de ns baseado em Seu amor por ns. Que acontece aps a misericrdia? O versculo 8 prossegue dizendo-nos que Ele nos salvou pela graa. Portanto, a misericrdia foi-nos mostrada porque estvamos em uma situao de mortos em nossos delitos; ento, a graa foi-nos dada para nossa salvao, indicando que recebemos uma nova posio e entramos numa nova esfera. Agradecemos a Deus porque no h somente amor e graa, mas tambm grandiosa misericrdia.

Em 1 Timteo 1:13 Paulo diz: A mim que noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericrdia, pois o fiz na ignorncia, na incredulidade. Paulo explica aqui como obteve misericrdia. O fato de obter misericrdia tinha muito a ver com a histria de sua vida. Tinha a ver com o fato de ser ele um blasfemo, um perseguidor e uma pessoa insolente. Antes de ser salvo, ele estava na condio de blasfemo, perseguidor, insolente, ignorante e incrdulo. Enquanto estava em tal condio, Deus teve misericrdia dele. Assim, voc pode ver que misericrdia tem a ver com as situaes duras e difceis do nosso passado. Graa, por outro lado, tem a ver com os aspectos positivos relacionados conosco. Os dois devem ser distintos e no devem ser considerados iguais.

Tito 3:5 diz: No por obras de justia praticadas por ns, mas segundo sua misericrdia, ele nos salvou. No h justia em ns. Enquanto estvamos sem justia e numa situao de sofrimento e sem esperana, Deus teve misericrdia de ns. Graas ao Senhor que existe a misericrdia! Vimos anteriormente que a misericrdia origina-se no amor e termina na graa. Quando a misericrdia se estende, somos salvos. Ele teve misericrdia de ns na condio em que estvamos, e como resultado fomos salvos.

Romanos 11:32 diz: Porque Deus a todos encerrou na desobedincia, a fim de usar de misericrdia para com todos. Por que Deus encerrou a todos na desobedincia? Foi para que pudesse mostrar misericrdia a todos. Deus permitiu que todos se tornassem desobedientes e encerrou a todos na desobedincia, no com o propsito de faz-los desobedientes, mas a fim de mostrar misericrdia para com todos. Aps ter mostrado misericrdia, Seu prximo passo foi salv-los. Portanto, a misericrdia tem a ver com sua condio, no a condio aps voc ter-se tornado um cristo, mas com a sua condio antes de ser salvo. Porm, graas a Deus que Ele no parou na misericrdia; com Ele h tambm a graa.

Existe um lugar na Bblia que nos mostra claramente que nossa regenerao proveniente da misericrdia. A Primeira Epstola de Pedro 1:3 diz: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericrdia, nos regenerou para uma viva esperana mediante a ressurreio de Jesus Cristo dentre os mortos. Toda a obra de Deus na graa foi planejada de acordo com Sua misericrdia em amor. Sua graa dirigida por Sua misericrdia, e Sua misericrdia dirigida por Seu amor. segundo a Sua grande misericrdia que Deus nos regenerou para uma viva esperana mediante a ressurreio de Jesus Cristo dentre os mortos. Assim sendo, tanto a regenerao como a viva esperana esto relacionadas com a misericrdia. Por existir a misericrdia, existe a graa.

Judas 21 diz: Guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericrdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. Este versculo mostra-nos que hoje devemos manter-nos no amor de Deus. At que o Senhor venha novamente, isto , at que Ele aparea a ns, devemos aguardar a Sua misericrdia para a vida eterna. Antes de sermos arrebatados, devemos aguardar a Sua misericrdia. Hoje, enquanto vivemos nesta terra, recebemos no apenas misericrdia, mas tambm graa. Agradecemos ao Senhor que fomos salvos e pertencemos a Deus, contudo ainda h um problema. O nosso corpo ainda no est redimido. Embora no sejamos mais do mundo, ainda estamos no mundo. bom no pertencermos ao mundo, mas isso no suficiente. Cedo ou tarde, os israelitas tiveram de deixar o Egito. Cedo ou tarde, No teve de deixar a arca para entrar no novo perodo. Cedo ou tarde, L teve de deixar Sodoma. E vir o dia em que os cristos tero de deixar o mundo. Enquanto estou sendo atacado neste mundo, espero a misericrdia do Senhor Jesus. Enquanto estou sendo enredado pelo pecado neste mundo, espero a misericrdia do Senhor Jesus. Enquanto estou sendo esbofeteado por Satans neste mundo, aguardo a salvao do Senhor. Assim, enquanto estamos vivendo nesta terra e mantendo-nos no amor de Deus, esperamos o dia em que o Senhor mostrar misericrdia a ns. Portanto, ainda necessrio que a Sua misericrdia esteja sobre ns. Temos de aguardar a Sua misericrdia at o dia de sermos arrebatados.

A Bblia mostra-nos algo mais sobre misericrdia e graa. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a palavra misericrdia sempre precedida por mostrar ou por ter. Misericrdia algo que mostrado, e queles para os quais ela mostrada diz-se que receberam misericrdia. Por que a Bblia diz mostrar misericrdia em vez de dar misericrdia? Porque a misericrdia no requer o nosso fazer. Graa, por outro lado, requer algum feito. Quando obtemos graa, obtemos algo definido. Mas ao recebermos misericrdia, somente um recebimento; tudo o que temos a fazer receber.

Hebreus 4:16 exorta-nos a vir constantemente ao Senhor a fim de orar. Ao virmos orar diante do Senhor, recebemos misericrdia e achamos graa para socorro em ocasio oportuna. Algumas verses usam a expresso obter misericrdia. Mas na verdade, na linguagem original, a palavra no obter. Obter algo muito ativo. No grego, a palavra mais passiva. Ela deveria ser traduzida para receber. Recebemos misericrdia e achamos graa. Que receber? Receber significa que tudo est aqui; est sempre pronto para uso a qualquer tempo. Que graa? Graa algo que voc tem de achar, pois algo que Deus far. Graa algo positivo; algo para ser elaborado. por isso que se diz receber misericrdia e achar graa. Voc pode ver que a Bblia muito clara acerca da misericrdia e da graa. No h confuso entre ambas.

Captulo Trs

A Natureza da Graa

No primeiro captulo, tratamos do problema do pecado. No segundo, falamos acerca da graa de Deus. Entretanto, no conclumos essas questes; portanto este captulo ser uma continuao dos anteriores que tratar adicionalmente das questes da graa e do pecado.

Primeiramente temos de ver qual a natureza da graa. Que caractersticas a graa possui? Valorizamos o amor de Deus, pois sem o amor de Deus como fonte no haveria o fluir da salvao. O fluir da salvao resulta do amor de Deus. Ao mesmo tempo, sem a misericrdia de Deus no haveria a possibilidade de salvao. Por ter Deus mostrado misericrdia para conosco, Ele nos deu a Sua salvao. A salvao de Deus a expresso concreta do amor de Deus. Por isso valorizamos o amor e tambm valorizamos a misericrdia. Contudo, o que de mais precioso nos alcana a graa. O amor sem dvida bom, mas ele no nos traz nenhum benefcio concreto. A misericrdia tambm muito boa, mas ela no nos traz qualquer benefcio direto; no entanto, com a graa h um benefcio direto. Portanto, a graa mais preciosa. O Novo Testamento est repleto, no com o amor de Deus nem com a misericrdia de Deus, mas com a graa de Deus. Graa o amor de Deus vindo para cumprir algo para o pecador cado, perdido e que perece. Agora no temos somente um amor abstrato e uma misericrdia sentimental, mas temos a graa que vem ao encontro das nossas necessidades de maneira concreta.

Podemos achar que j bastante maravilhoso se Deus for misericordioso conosco. Um carnal ou uma pessoa que vive na carne pensar que misericrdia suficiente. O Antigo Testamento est repleto de palavras de misericrdia. No existem muitas palavras sobre graa. Quando o homem est na carne, ele acha que misericrdia basta, que no h necessidade de graa. Ele pensa assim por no considerar o pecado como algo grave. Se o homem estivesse sem comida, sem roupas ou sem casa, misericrdia no seria suficiente; haveria tambm a necessidade de graa. Mas o problema com o pecado no falta de comida, de roupas ou de casa. O problema com o pecado a inquietao na conscincia do homem e o julgamento diante de Deus. Por essa razo, o homem acha que se to-somente Deus fosse misericordioso conosco e um pouco mais brando, tudo estaria bem. Se Deus desconsiderasse nossos pecados j seria bastante bom para ns. Em nosso corao esperamos que Deus seja misericordioso conosco e nos deixe ir. O conceito do homem deixar ir e desconsiderar. Mas Deus no pode misericordiosamente desconsiderar nossos pecados. Ele no pode deixar-nos ir de qualquer jeito. Ele precisa lidar totalmente com nossos pecados.

Deus no somente tem de mostrar misericrdia para conosco, como tambm tem de nos conceder graa. O que procede do amor de Deus a graa. Deus no est satisfeito somente com a misericrdia. Pensamos que se houvesse a misericrdia e que se Deus nos deixasse ir e no ajustasse contas conosco, tudo estaria bem. Mas Deus no disse que desde que tenha pena de ns Ele nos deixaria ir.