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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS Fernanda de Andrade PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING: aplicação em uma pequena empresa varejista do setor da construção civil São Carlos SP 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS

TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

Fernanda de Andrade

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING:

aplicação em uma pequena empresa varejista do setor da construção civil

São Carlos – SP

2017

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FERNANDA DE ANDRADE

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING:

aplicação em uma pequena empresa varejista do setor da construção civil

Monografia apresentada ao Instituto Federal

de São Paulo – campus São Carlos, como parte

das exigências para a conclusão do Curso

Superior de Tecnologia em Processos

Gerenciais.

Orientador: Prof. M.e André Luiz M. Oliveira

São Carlos – São Paulo

2017

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A565p Andrade, Fernanda de Planejamento estratégico de marketing: aplicação em uma

pequena empresa varejista do setor da construção civil / Fernanda de Andrade; orientador, Prof. Me. André Luiz Mendes Oliveira - São Carlos, SP, 2017.

49 p. : il. color. Monografia – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, campus São Carlos, Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Inclui referências bibliográficas. 1. Processos gerenciais. 2. Planejamento estratégico de

marketing. 3. Mix de marketing. 4. Micro empresa. 5. Pequena empresa. I. Oliveira, André Luiz Mendes, orient. II. Instituto Federal de São Paulo. III. Título.

CDD 658

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FERNANDA DE ANDRADE

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING:

Aplicação em uma pequena empresa varejista do setor da construção civil

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto Federal de São

Paulo – campus São Carlos, como parte

das exigências para a conclusão do Curso

Superior de Tecnologia em Processos

Gerenciais.

Data de aprovação: 24 de junho de 2017

Comissão Avaliadora:

Prof. M.e André Luiz Mendes Oliveira (Orientador)

Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São Carlos

Prof.ª Dr.ª Claudia Andressa Cruz Affonso

Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São Carlos

Prof.ª M.ª Renata Oliveira de Carvalho

Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São Carlos

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RESUMO

Em um mercado com consumidores cada vez mais exigentes e com uma grande

competitividade, as micro e pequenas empresas concorrem, na maioria das vezes, diretamente

com grandes empresas, que em sua maioria já têm conhecimento dos benefícios do

planejamento estratégico de marketing. O objetivo do estudo é descrever os procedimentos

para a elaboração de um planejamento estratégico de marketing e propor melhorias no plano

de uma empresa varejista no setor da construção civil de São Carlos-SP. A coleta das

informações da empresa e do cenário onde ela está inserida foi por meio de entrevistas com o

empresário e o gerente e aplicação de questionário aos demais colaboradores da empresa.

Com as análises feitas, foi possível identificar a falta de comunicação entre os executivos e os

funcionários, a falta de clareza e formalização da missão e visão da empresa, como também

algumas melhorias necessárias no composto de marketing. Conclui-se ainda que em vista da

constante ameaça dos concorrentes e a insegurança diante da situação política e econômica do

país o ambiente externo é um fator que influencia fortemente na elaboração do planejamento e

nas estratégias utilizada pela empresa.

Palavras-chave: Planejamento estratégico de marketing. Mix de marketing. Micro e

pequenas empresas.

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ABSTRACT

In a market with consumers increasingly demanding and with a high degree of

competitiveness, the micro and small businesses compete, most of the times, directly with

large businesses, which in their majority are already aware of the benefits of strategic

planning of marketing. The objective of this study is to describe the procedures for the

elaboration of a strategic plan of marketing and propose improvements in the plan of a retail

business in the construction industry of São Carlos, SP. The collection of information of the

business and the scenario where it is inserted through interviews with the businessman and the

manager and application of questionnaire to other employees of the company. With the

analyzes made, it was possible to identify the lack of communication between the executives

and staff, the lack of clarity and formalization of the mission and vision of the company, as

well as some improvements needed in the marketing mix. It is concluded that in view of the

constant threat of competitors and the insecurity in the face of political and economic

situation of the country the external environment is one factor that strongly influences the

development of planning and strategies used by the business.

Keywords: Strategic Marketing Planning. Marketing mix. Micro and Small businesses.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Principais barreiras para o planejamento de marketing em ordem de

importância......................................................................................................................16

QUADRO 2 - Avaliação dos tipos de barreiras para novos entrantes............................36

QUADRO 3 - Resumo dos problemas identificados e as propostas de melhoria...........41

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Matriz para avaliação das competências da empresa e de seus

concorrentes....................................................................................................................23

TABELA 2 – Matriz de avaliação das competências da empresa e de seus

concorrentes....................................................................................................................34

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 9

1.1 OBJETIVO DA PESQUISA ...................................................................................................... 10

1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ............................................................................................ 10

2 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 11

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................................... 11

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA ......................................................................................................... 12

2.3 COLETA DE DADOS ................................................................................................................ 13

3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING ........................................................... 14

3.1 POSSÍVEIS LIMITAÇÕES DO PLANEJAMENTO DE MARKETING ............................... 15

3.2 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DA EMPRESA NO PLANEJAMENTO DE

MARKETING ................................................................................................................................... 17

3.2.1 Aspectos internos: missão, visão e valores da empresa ................................................... 17

3.2.2 Avaliação do ambiente interno .......................................................................................... 18

3.2.2.1 Análise das variáveis do composto de marketing ......................................................... 19

3.2.2.2 Forças e fraquezas ........................................................................................................... 22

3.2.3 Avaliação do ambiente externo ......................................................................................... 23

3.2.3.1 Consumidores .................................................................................................................. 24

3.2.3.2 Concorrentes .................................................................................................................... 25

3.2.3.3 Fornecedores .................................................................................................................... 25

3.2.3.4 Ameaças e oportunidades ............................................................................................... 26

3.3 IMPLEMENTAÇÃO .................................................................................................................. 27

4 ANÁLISE DA EMPRESA E SEUS RESULTADOS .................................................................... 28

4.1 A EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... 28

4.2 COMPOSTO DE MARKETING DA EMPRESA ..................................................................... 29

4.2.1 Produto ................................................................................................................................ 29

4.2.2 Preço .................................................................................................................................... 30

4.2.3 Praça .................................................................................................................................... 30

4.2.4 Promoção............................................................................................................................. 31

4.3 PLANEJAMENTO DA EMPRESA .......................................................................................... 31

4.4 AVALIAÇÃO DA EMPRESA E DE SEUS CONCORRENTES ............................................. 33

4.5 AVALIAÇÃO DE ENTRANTES POTENCIAIS ...................................................................... 35

4.6 ANÁLISE DA EMPRESA SOBRE O AMBIENTE EXTERNO ............................................. 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 43

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APÊNDICE A ...................................................................................................................................... 45

APÊNDICE B ...................................................................................................................................... 46

APÊNDICE C ...................................................................................................................................... 48

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1 INTRODUÇÃO

Os pequenos negócios, como micro e pequenas empresas, representam 8,9 milhões de

estabelecimentos no país, e cerca de 27% do PIB brasileiro e, no comércio, são responsáveis

por 53,4 % do PIB do setor (SEBRAE, 2014). Isso mostra que as micro e pequenas empresas

têm tido uma importância significativa para a economia brasileira, impulsionando o

crescimento econômico e social do país. Um Estudo do Sebrae, realizado no ano de 2014,

demonstra que tais empresas representam, no Brasil, 95% dos estabelecimentos do setor

industrial, 99% do setor comercial e 98% do setor de serviços.

O comércio no setor de materiais de construção civil é uma atividade econômica que

representa 0,5% do PIB, com um faturamento anual de R$ 55 bilhões de reais, dos quais 77%

se devem às lojas de médio e pequeno porte (ANAMACO, 2012). Com essa relevância que as

pequenas empresas têm nesse setor, é evidente a ampla competitividade desse mercado. Em

virtude dessa concorrência, o registro de mortalidade das empresas com até dois anos de

atividade é de 24,4% (SEBRAE, 2013). Esse acontecimento não depende apenas um único

fator, mas de um conjunto de fatores que, combinados, podem aumentar ou reduzir o risco de

fechamento da empresa.

Dessa maneira, atentando-se aos conceitos de marketing, um gerenciamento adequado

é de suma importância para a sobrevivência da empresa. O planejamento de marketing, na

maioria das micro e pequenas empresas, é feito pelos proprietários, de forma independente, e

faz parte do centro de decisões a serem tomadas. Tal fato mostra a relutância das pequenas

empresas em adotar o conceito de marketing mais profissional para obtenção de seus

objetivos (MEZIOU, 1991), pois se considera que o perfil dos proprietários de pequenas

empresas é mais generalista, ao invés de serem especialistas em uma determinada área,

tomando decisões sobre todos os aspectos que envolvem a gestão da empresa (CARSON;

GILMORE, 2000). Desse modo, um conhecimento mais específico, como o necessário para a

elaboração de um plano de marketing, é mais raro de ser encontrado entre os proprietários de

pequenas e micro empresas.

O plano de marketing, segundo Kotler e Keller (2012), é a direção e o foco para a

empresa, o qual mostra a maneira que a organização alcançará seus objetivos, por meio de

estratégias e táticas específicas de marketing. Portanto, o planejamento estratégico de

marketing é de fundamental importância para o sucesso de uma organização, em especial, as

organizações do ramo varejista, que desempenham um relevante papel no mercado, na medida

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em que é no plano estratégico de marketing que são tomadas as decisões estratégicas de

produto, comunicação e preço (COBRA, 2011).

Nota-se assim, devido a algumas características presentes na gestão de pequenas

empresas, diversas dificuldades no processo de elaboração de um plano estratégico de

marketing e, diante disso, o problema da pesquisa se resume à questão: como melhorar um

plano estratégico de marketing para uma empresa varejista de pequeno porte no setor da

construção civil?

1.1 OBJETIVO DA PESQUISA

O objetivo geral desta pesquisa é propor melhorias no plano estratégico de marketing

em uma empresa varejista de pequeno porte da área da construção civil, localizada na cidade

de São Carlos-SP.

Os objetivos específicos são:

• Fazer um levantamento bibliográfico das metodologias de construção de planejamento

de marketing propostas pelos principais autores da área de marketing.

• Compreender os processos realizados pela empresa estudada e identificar os pontos

falhos com base na teoria abordada.

• Propor melhoria aos procedimentos de planejamento estratégico de marketing

utilizado pela empresa.

1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

As micro e pequenas empresas são extremamente relevantes no contexto

socioeconômico do brasileiro, gerando uma produção de R$ 599 bilhões, empregando 52% da

mão de obra formal do país que corresponde a 40% da massa salarial brasileira (SEBRAE,

2014). Sendo assim, essas empresas são identificadas como um grande fator de promoção

social e força propulsora de desenvolvimento.

Porém, com um aumento da competitividade, as pequenas empresas concorrem, na

maioria das vezes, com grandes empresas que, por sua vez, têm conhecimento dos benefícios

do planejamento estratégico de marketing e o utilizam como ferramenta na administração

(POLICASTRO, 2000 apud TERENCE, 2002, p.5). Isso mostra a importância dos pequenos

negócios também utilizarem um plano estratégico de marketing.

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O propósito desta pesquisa é desenvolver melhorias em um plano de marketing para

uma pequena empresa no setor da construção civil, na qual o pesquisador é membro ativo da

organização, pretendendo-se assim que o pequeno empresário e seus integrantes usufruam

deste plano estratégico, como incremento de competitividade, possíveis ganhos econômicos.

Além disso, este estudo pode contribuir para o conhecimento científico no campo da gestão de

pequenos empreendimentos.

2 METODOLOGIA

A metodologia envolve a classificação e definição da pesquisa quanto à forma de

abordagem do problema, a sua natureza, quanto aos objetivos da pesquisa e os procedimentos

técnicos envolvidos, além da técnica de coleta de dados e o tipo de amostra. No entanto, a

metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem utilizados

na pesquisa), ela determina também os caminhos a serem percorridos e os instrumentos

utilizados para se chegar ao fim proposto pela pesquisa.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com a forma de abordagem do problema, a pesquisa é classificada como

qualitativa, visto que, a pesquisa possui caráter descritivo, em que a análise dos dados é

realizada de forma intuitiva e indutiva pelo pesquisador, não requer o uso de técnicas e

métodos estatísticos. Em suma, considera-se o ambiente como fonte direta dos dados e o

pesquisador como instrumento chave (GODOY, 1995).

Assim sendo, por meio da pesquisa qualitativa, o pesquisador pretende identificar os

aspectos da realidade da pequena empresa do setor da construção civil que está sendo

analisada, os quais consistem em descrições detalhadas de situações e eventos, interações com

os clientes e integrantes da empresa, comportamentos observados, como também citações

diretas das pessoas acerca de suas experiências e históricos de casos ocorridos na empresa.

Logo, centrando-se na compreensão e interpretação da dinâmica das relações sociais da

organização.

Quanto à sua natureza, a pesquisa é classificada como aplicada, a qual tem o objetivo

de gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos,

envolvendo verdades e interesses locais (MATIAS-PEREIRA, 2012). Neste sentido, foi

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proposto um plano estratégico de marketing para a pequena empresa do setor da construção

civil analisada, visando atender à necessidade e realidade da empresa.

Quanto aos objetivos da pesquisa, é uma a pesquisa exploratória, que visa a

proporcionar um maior entendimento para o pesquisador acerca do assunto, bem como uma

maior familiaridade com o problema. Dessa forma o processo passa a ser um problema mais

esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados (GIL,

2008), o que possibilitou prover à pesquisadora um maior conhecimento sobre a organização

e suas características, para elaborar um planejamento estratégico de marketing adequado para

a empresa.

Foram utilizados para esta pesquisa os seguintes procedimentos técnicos:

levantamento bibliográfico, com o propósito de explorar e analisar as contribuições científicas

e teóricas já publicadas sobre o assunto da pesquisa: planejamento estratégico de marketing;

como também o estudo de caso, que envolve o estudo mais aprofundado de um ou poucos

objetivos, de maneira que se permita um amplo e detalhado conhecimento (GIL 2009 apud

MATIAS-PEREIRA, 2012). Dessa maneira, o pesquisador teve um maior entendimento da

situação na qual se encontra a organização e o ambiente que a rodeia, como também as metas

e intenções da empresa, contribuindo para uma elaboração de um plano estratégico de

marketing mais eficaz.

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA

De acordo com Matias-Pereira (2012, p. 92) "a população (ou universo da pesquisa) é

a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um

determinado estudo". Portanto o universo que engloba a pesquisa são todas as pequenas

empresas varejistas do setor da construção civil da cidade de São Carlos e região.

Já a amostra, é parte da população (ou do universo), escolhida de acordo com uma

regra ou plano (MATIAS-PEREIRA, 2012). Dessa forma, a amostra é uma pequena empresa

varejista do setor da construção civil, localizada na cidade de São Carlos-SP. Tal amostra é

definida como não probabilística, visto que, “não apresenta fundamentação matemática ou

estatística, dependendo unicamente de critérios do pesquisador” (GIL, 2008). Assim, a

amostragem é intencional, a qual foi escolhida a partir do interesse da pesquisadora.

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2.3 COLETA DE DADOS

O processo de coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado por

meio de entrevistas semiestruturadas com o proprietário (denominado empresário nesta

pesquisa) e com o gerente da empresa, visto que, a entrevista é uma “técnica em que o

investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de

obtenção dos dados que interessam à investigação” (GIL, 2008, p. 109).

As entrevistas foram conduzidas com o apoio de um roteiro pré-definido, na tentativa

de não influenciar as respostas dos entrevistados por meio de alternativas de respostas, como

também possibilitar uma maior interação com os entrevistados. O roteiro (Apêndice A)

contém perguntas que visaram à coleta de dados gerais da empresa, que auxiliaram a

caracterizá-la quanto a sua estrutura e o seu mercado de atuação, e posteriormente (Apêndice

B) um levantamento de dados que permitiram identificar o processo estratégico presente, as

dificuldades e a pré-disposição do empresário em utilizar o roteiro para a elaboração do plano

estratégico de marketing (TERENCE, 2002).

Além disso, aplicou-se um questionário (Apêndice C) com os demais integrantes da

organização responsáveis pela parte de vendas, totalizando três funcionários, com questões de

múltipla escolha, que são apresentadas em perguntas fechadas e por escrito aos respondentes,

podendo ser de auto-aplicação. A elaboração do questionário é de suma importância, pois

segundo Gil (2008 p, 121):

Construir um questionário consiste basicamente em traduzir objetivos da

pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão

proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população

pesquisada ou testar as hipóteses que foram construídas durante o planejamento da

pesquisa.

Associado às entrevistas e ao questionário, utilizou-se o método de observação

participante, que “consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do

grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até

certo ponto, o papel de um membro do grupo” GIL (2008, p. 103), já que o pesquisador é um

membro ativo da organização analisada, estando envolvido nas situações e hábitos da

empresa.

O processo final consistiu em coletar os dados das entrevistas e dos questionários e

fazer uma interpretação dos dados obtidos com os objetivos traçados ao início do trabalho,

fazendo assim uma avaliação geral, comprovando se a elaboração de um plano de marketing

para a empresa estudada é necessário, e se sim, qual seria a melhor maneira de desenvolvê-lo.

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3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING

Atualmente, uma das tarefas mais importantes do administrador é prever mudanças e

se antecipar a elas. Referindo-se ao constante nível de incerteza presente no ambiente

empresarial, é necessária uma reflexão sobre a importância do planejamento e da estratégia

nas organizações, visto que, o planejamento estratégico “cria condições para que as

organizações decidam rapidamente diante de oportunidades e ameaças, otimizando as

vantagens competitivas em relação ao ambiente concorrencial em que atuam” (COBRA,

1991, p. 145).

Para conduzir o planejamento estratégico, a empresa deve fazer uma análise do

ambiente interno - dominando seus pontos fortes e fracos - e do ambiente externo -

compreendendo suas oportunidades e ameaças no mercado - para que assim, seja estabelecido

o propósito de direção que a empresa deverá seguir para aproveitar todas as oportunidades

existentes e antecipar-se e prevenir-se dos riscos mercadológicos.

Segundo Cobra (1991), o plano estratégico de marketing é um conjunto de ações de

marketing que devem estar atreladas ao planejamento estratégico da empresa. Sendo assim, a

estratégia de marketing deve ser consistente com e contribuir para o alcance dos objetivos

especificados no plano estratégico, através do composto de marketing: produto, precificação,

promoção e distribuição.

Da mesma forma, Anderson e Vincze (2000 apud GIRALDI; CAMPOMAR, 2005, p.

42) consideram que o processo de planejamento estratégico e o processo de marketing estejam

fortemente relacionados. As decisões estratégicas estão associadas com uma compreensão das

necessidades do cliente, com as ações da concorrência e com as implicações financeiras de

cada decisão. Por sua vez, os planos táticos de marketing são fundamentados em uma visão

clara da estratégia geral do negócio da empresa e em um entendimento das estratégias de

marketing.

De acordo com Cobra (1991 apud BRUNETTI, 1999, p. 16), as principais etapas para

a elaboração e implementação de um plano de marketing são:

• A importância da missão e da cultura da empresa, dos negócios, produtos e objetivos.

• Análise do ambiente externo e interno que envolvem a organização.

• Conhecer e avaliar os recursos disponíveis, como organizacionais, econômicos e

financeiros.

• Considerar as estratégias competitivas gerais constantes do planejamento estratégico da

empresa.

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• Definir os objetivos de marketing, que devem estar adequados aos objetivos da

organização, às suas estratégias competitivas e aos recursos disponíveis.

• Elaborar o plano de marketing, juntamente com um cronograma para a execução das

tarefas.

• Implantar, atualizar e monitorar o plano de marketing.

O plano normalmente tem um período definido e é a forma pela qual se cria uma ideia

comum e alinhada de onde a organização como um todo deverá concentrar seus esforços. A

construção de um plano de marketing visa auxiliar os executivos da empresa, principalmente,

a identificarem a origem de determinados erros e problemas na empresa e melhorar o

desempenho da organização. (TORRICO, 2001; WHALEN; BOUSH, 2014, apud

RODRIGUES; MURADIAN; CAMPOMAR; 2014, p. 50).

Uma grande parcela dos empresários acredita que o plano de marketing é viável

apenas para empresas de grande porte, mas na realidade toda organização independente do

seu tamanho, deveria adotar um plano de marketing, pois ele é, sobretudo, um instrumento

facilitador para a empresa e não um entrave ao processo administrativo e à formulação e

implementação das estratégias.

Um dos maiores benefícios da adoção de um plano em uma empresa é alinhar a

estratégia da empresa, favorecendo uma maior integração entre as áreas da organização,

auxiliando os profissionais a responderem mais facilmente às mudanças ambientais, assim

tendo uma maior probabilidade de sucesso. Já uma das principais barreiras à implantação do

plano é a visão de curto prazo que muitos executivos possuem, não dando a devida

importância à confecção do plano (TOLEDO; PRADO; PETRAGLIA, 2007).

3.1 POSSÍVEIS LIMITAÇÕES DO PLANEJAMENTO DE MARKETING

De acordo com Lambin (2000 apud TOLEDO; PRADO; PETRAGLIA, 2007, p. 95)

há um conjunto de objeções normalmente apresentadas como inibidoras da aceitação do

planejamento formal. A primeira objeção associa-se à falta de informação. Nesse caso, uma

análise mais apurada revela que o problema decorre do excesso de informações ou da falta de

análise profunda das informações disponíveis. Uma segunda objeção refere-se à instabilidade,

vulnerabilidade, ou até mesmo inconsistência das previsões, visto que as decisões estratégicas

são tomadas cada vez mais em condições de incerteza sobre o comportamento futuro do

ambiente externo. Porém, conclui-se que os benefícios do planejamento superam suas

possíveis desvantagens, as quais normalmente se circunscrevem a situações específicas.

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Outra possível limitação à implementação de um determinado plano na empresa é a

presença de culturas organizacionais adversas, pois a aceitação de um plano de marketing é

fortemente condicionada ao estágio de desenvolvimento de uma organização e de sua cultura

corporativa. Logo, diferentes formas de planejamento podem ser mais apropriadas em

diferentes fases da vida de uma empresa. (McDonald 1992 apud GIRALDI; CAMPOMAR,

2005, p. 49).

Por meio de uma pesquisa realizada por Simkin (2002, apud GIRALDI;

CAMPOMAR, 2005, p. 50) foram identificadas as principais barreiras que impedem a

realização adequada de um plano de marketing, mostradas no Quadro 1.

QUADRO 1 – Principais barreiras para o planejamento de marketing em ordem de importância

Comunicações inadequadas

Dificuldades de coordenação entre países/locais

Forças ambientais de marketing

Informações inadequadas

Falta de habilidade de negócios dos executivos

Fracasso dos executivos em ter uma visão mais ampla do negócio (funções e negócios)

Falta de compreensão das necessidades dos clientes

Construção de impérios de gerentes individuais

Posições de monopólio no mercado

Abordagem de cima para baixo no planejamento

Tempo para conduzir tarefas do planejamento

Pouco envolvimento e comprometimento das equipes

Aparente sucesso atual do negócio

Falta de entusiasmo entre os não-profissionais de marketing

Falta e rotatividade de pessoal

Resistência à mudança

Falta de ajuste com a estratégia corporativa

Crença de que marketing é igual a promoções

Problemas em acionar o plano

Nenhum valor dado ao planejamento

Falta de ética

Gerenciamento pobre

Velocidade de mudanças tecnológicas

FONTE: Simkin (2002, apud. GIRALDI; CAMPOMAR, 2005, p.50)

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Considerando que os itens estão posicionados em ordem de importância, analisando o

Quadro 1, é possível verificar que os problemas de comunicação interna ineficazes estão no

topo da lista, juntamente com a preocupação do uso inadequado da inteligência de marketing

ou até mesmo com a ausência dela, caracterizando-se essas barreiras como os principais

obstáculos para um bom planejamento.

Ainda segundo Simkin (2002, apud GIRALDI; CAMPOMAR, 2005, p. 51) é

necessário que as organizações reconheçam a importância de melhorar a comunicação e a

coordenação de seus negócios, de forma a proporcionar um ajuste melhor entre os planos

corporativos e de marketing. Além disso, é preciso que os principais executivos tenham

conhecimento das ferramentas, do processo e dos benefícios do planejamento para que assim

possam fornecer o suporte necessário na tarefa de planejamento.

3.2 A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DA EMPRESA NO PLANEJAMENTO DE

MARKETING

A decisão de fazer um planejamento para a empresa decorre da percepção de que os

acontecimentos futuros poderão não estar de acordo com o desejável se nada for feito. O

ponto de partida para esta percepção é a disponibilidade de diagnósticos, de análises e

projeções da empresa (BRUNETTI, 1999).

“O diagnóstico corresponde à primeira etapa do planejamento estratégico e procura

determinar qual a situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos.”

(BRUNETTI, 1999, p.16).

Para a execução do diagnóstico estratégico é necessário ter alcance a diversas

informações referentes aos aspectos internos e externos da empresa.

3.2.1 Aspectos internos: missão, visão e valores da empresa

A definição da missão da empresa é de extrema importância para o planejamento

estratégico, pois é um guia que norteia os colaboradores, facilitando o entendimento do

propósito e dos interesses da organização. Na elaboração da declaração de missão são

estabelecidas as prioridades da empresa, suas competências, funções e os compromissos com

seus clientes, com a sociedade e o meio ambiente.

Segundo Kotler (2000), a missão da empresa compreende elementos, como: a história

da empresa, as intenções e perspectivas atuais dos proprietários, os fatores ambientais que

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cercam a empresa, os recursos disponíveis e as competências distintas. Além disso, é

necessário identificar e analisar as necessidades dos clientes a serem satisfeitas, quais são os

mercados a serem atendidos e também quais são as tecnologias a serem utilizadas (COBRA,

1991).

“O enunciado da missão deve ser construído visando o longo prazo, pois a definição

de missão tem vocação para a eternidade” (SILVA et al., 2006, p. 24). Contudo, na prática,

com as alterações do mercado, as empresas devem se atentar as possíveis modificações e

atualizações da sua missão quando necessário.

Já a visão é o que se idealiza quanto ao futuro da empresa, definida de forma

inspiradora e abrangente, a visão da organização deve ser construída com base nos seus

valores, desejos e ambições, para assim nortear os esforços coletivos dos colaboradores da

empresa. Com o foco no futuro, ela pode ser mutável devido aos desafios que se apresentam

no decorrer das atividades organizacionais, traduzindo assim o que é projetado para o

negócio, ou seja, onde ele deve chegar (SILVA et al., 2006).

Logo, com a missão e a visão definidas, o plano estratégico orienta as estratégias de

modo a atingir os resultados e objetivos propostos. Assim os planos de missão e visão são

executados com a combinação dos valores da empresa, que guiam a conduta da organização.

Os valores são as crenças básicas, os ideais e a ética que são levados em consideração,

ditando o comportamento e as atitudes no funcionamento de toda estrutura organizacional e

dando suporte às formas de relacionamento dos colaboradores entre si e perante os clientes,

fornecedores e a sociedade (SILVA et al., 2006).

3.2.2 Avaliação do ambiente interno

A análise interna da empresa é o estudo da própria empresa, ocasião em que se

verificam os pontos fortes, fracos e neutros da organização, ou seja, suas qualidades e

deficiências diante do mercado e de seus concorrentes.

Para Campomar (1983), a análise do ambiente interno é composta pelos seguintes

elementos:

• As características da organização: estrutura, tamanho, missão, políticas e definições

estratégicas da organização.

• Descrição do produto ou serviços oferecidos.

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• Atual programa de marketing: objetivos atuais e estratégias para alcançá-los, política de

decisões das variáveis controláveis: produto, preço, praça e promoção, resultados

alcançados com esse programa e posicionamento da empresa.

• Resultados e indicadores de desempenho: evolução dos lucros/perdas, análise do ponto de

equilíbrio, indicadores de relação entre recursos empregados e retorno.

Dessa forma, a análise permite que a empresa avalie e analise suas variáveis

controláveis sobre sua situação atual, de que forma são feitas as ações dentro da empresa e

que resultados isso tem gerado.

3.2.2.1 Análise das variáveis do composto de marketing

O composto de marketing é um conjunto de variáveis controláveis que a empresa

reúne para atender o mercado-alvo e atingir os objetivos da organização. Para sistematizar e

simplificar as decisões a serem tomadas, Jerome McCarthy reorganizou a Teoria de Borden

formulando um composto de marketing que reúne as variáveis em quatro grupos, conhecidos

como “4 Ps” do marketing: Produto, Preço, Promoção e Praça (ou Distribuição).

(MCCARTHY, 1960 apud TOLEDO; NAKAGAWA; YAMASHITA, 2002, p. 37).

Desse modo, a empresa, de forma geral, deve oferecer um mix que oferte ao seu

mercado soluções para as necessidades de seus consumidores e fazer com que as variáveis do

composto de marketing interajam não apenas entre si como também com as outras variáveis

relacionadas ao planejamento estratégico da empresa.

O composto de marketing compreende as seguintes variáveis mercadológicas que a

empresa reúne para satisfazer seus consumidores:

a) Produto

O produto, diante do composto de marketing é aquilo que é ofertado ao mercado de

forma material. Kotler e Armstrong (2008 apud KUAZAQUI, 2015, p.11), como base para

todo o composto de marketing, definem produto como

[...] algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição,

uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade.

Produtos incluem objetos físicos, serviços, eventos, pessoas, lugares,

organizações, ideias ou um misto de todas essas entidades.

O produto é um dos elementos-chave do composto mercadológico, não é apenas o

material em si, mas principalmente todos os benefícios que o consumidor recebe quando faz

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uma compra. Dessa forma, os clientes darão preferência aos produtos que oferecem a melhor

qualidade, desempenho, assistência e benefícios. Uma vez que, o tema qualidade tornou-se,

atualmente, um fator de extrema importância no processo de compra tanto dos consumidores

como das empresas.

A diferenciação é um elemento decisório determinante no momento da compra.

Independente do produto comercializado, o relevante a observar é que quando as pessoas

compram algo, normalmente espera mais que características físicas existentes, mas benefícios

suficientes que motivem os consumidores para a compra.

O que leva o mercado a ser cliente de uma empresa, são os diferenciais e as vantagens

que ela apresenta na venda de um produto e serviço, não havendo necessidade apenas em

evidenciar o fator preço, mas os canais de informação, a qualidade pré-estabelecida e também

o estabelecimento de uma marca de confiança (ROSSI et al., 2010).

Em síntese, as variáveis específicas de marketing derivadas do P de produto são:

variedade de produtos, qualidade, design, características, marca, embalagem, tamanhos,

serviços, garantias, assistência e devoluções (KOTLER, 2000).

b) Preço

A determinação do preço dos produtos é uma das atividades mercadológicas mais

importantes para a empresa, pois o preço vem atuando como um dos principais fatores

determinantes da escolha do comprador. Além disso, a determinação do preço é também uma

das decisões mais difíceis do composto de marketing, devido o envolvimento de diferentes

variáveis, tais como os aspectos relacionados a custos de produção, comercialização, custos

fixos e variáveis, e a margem de lucro da empresa.

Kotler (2009, p. 132) relaciona os benefícios e a flexibilidade do preço no composto

de marketing, uma vez que esse elemento pode ser modificado rapidamente. Em consequência

disto, as empresas trabalham arduamente para elevar seus preços ao máximo que a

diferenciação permitir. Visto que a precificação é uma importante ferramenta mercadológica,

é necessária muita cautela, pois pode tanto alçar a empresa ao desenvolvimento e

lucratividade como também à falência com uma má precificação.

A escolha das estratégias de precificação provém de várias situações, como as

categorias de produtos e serviços ofertados, a concorrência, os fornecedores, o nível de

concorrência e ainda a expectativa de retorno do investimento.

Na maioria dos casos, as micro e pequenas empresas ofertam produtos e serviços a um

nível competitivo (KUAZAQUI, 2015), assim outras formas de se diferenciar da concorrência

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podem ser por meio da flexibilidade diante das condições e prazos de pagamento,

financiamento, descontos, entre outras.

Ainda sobre a precificação, porém sob outro ponto de vista, Kotler defende que

“empresas privadas não devem puramente objetivar lucros, mas alcançar lucros como

consequência da criação de valor superior para o cliente. Uma empresa ganha dinheiro ao

satisfazer as necessidades dos clientes melhor do que a concorrência o faz.” (KOTLER, 2000,

p.45).

c) Promoção

A promoção diz respeito às várias atividades que a empresa realiza para comunicar as

vantagens de seus produtos e persuadir os consumidores-alvo a comprá-los. É um conjunto de

ferramentas de que se vale a empresa para influenciar o comportamento de seus clientes,

através de mecanismos de informação, persuasão e recordação.

Para Kotler e Armstrong (2007) o marketing moderno exige mais do que apenas

desenvolver um bom produto, colocar um preço competitivo e à disposição dos clientes. As

empresas também precisam se comunicar com os clientes existentes e potenciais, e aquilo que

comunicam não deve ser deixado ao acaso, todos os seus esforços de comunicação devem ser

combinados em um programa de comunicação de marketing consistente.

A composição dos instrumentos de comunicação pode ser definida como as principais

ferramentas de promoção, tais como: propaganda, promoção de vendas, marketing direto,

relações públicas, publicidade e força de vendas. Dessa forma, conhecendo as características

dos clientes do ramo e por meio dos instrumentos de comunicação fazer com que esses

clientes conheçam a empresa, sua qualidade, seus produtos e seus serviços, torna-se

indispensável para o crescimento empresarial.

d) Praça (Ponto-de-venda)

A praça ou também conhecida como ponto-de-venda no mix de marketing, relaciona-

se com o canal de distribuição do produto, podendo ser atacado, varejo ou armazém. A

empresa analisada é caracterizada como varejista, visto que, varejista é “uma unidade de

negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende

diretamente a consumidores finais e, eventualmente a outros consumidores” (AMA apud

COBRA, 2011, p. 334).

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Kotler (2009) atribui à praça as atividades específicas relacionadas às atividades de

canais, cobertura, sortimento, localização, estoque e transporte. Dessa forma, a praça envolve

levar os produtos e serviços até os clientes de forma eficiente e eficaz.

De acordo com Kotler e Armstrong (2007, p. 305), canal de distribuição é o “conjunto

de organizações interdependentes que ajudam a tornar um produto ou serviço disponível para

o consumo ou uso por um consumidor final ou usuário organizacional”.

O canal de distribuição é todo o trajeto que as mercadorias percorrem desde o produtor

até o consumidor. É o conjunto de empresas que existem para distribuir os produtos, desde o

fabricante até o consumidor, incluindo varejistas, atacadistas, entre outros.

3.2.2.2 Forças e fraquezas

As forças presentes na empresa correspondem aos recursos e capacidades internas

da organização que podem ser combinados para gerar vantagens competitivas com relação a

seus concorrentes. Já as fraquezas são as desvantagens internas, ou seja, os pontos fracos que

a empresa apresenta diante dos seus concorrentes.

A empresa deve examinar onde suas forças e fraquezas se cruzam com as

oportunidades e ameaças do mercado, para que assim facilite na definição dos objetivos e na

formulação das estratégias e táticas a serem utilizadas. Dessa maneira, deve-se observar em

que lugar suas forças podem ser mais bem aproveitadas, ofensivamente e defensivamente,

assim como onde suas fraquezas a deixa vulnerável às mudanças no mercado ou às ações de

concorrentes (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011).

Por meio de uma matriz, apresentada abaixo, adaptada de Mattar (1999 apud SILVA

et al., 2006) é possível identificar as forças e fraquezas de uma empresa mediante um

levantamento dos fatores estratégicos mais relevantes da empresa e, em seguida, compará-los

em relação a seus principais concorrentes.

Na elaboração da matriz, analisam-se as capacidades e potencialidades de uma

empresa em relação à inovação e variedade em produtos - considerando a modernidade e

diversidade dos itens oferecidos pela empresa-, qualidade - nível dos produtos e a

padronização nos serviços-, distribuição - disponibilidade e entrega dos produtos mais

disputados entre os concorrentes-, atendimento ao cliente e suas forças de venda -

receptividade e desenvoltura dos vendedores com os clientes, como também, a assistência

técnica, preço e as condições de pagamento oferecidas pela empresa e por seus principais

concorrentes.

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Assim, para essa avaliação, o empresário determinou uma nota de desempenho para

cada uma das empresas diante de cada item estratégico e, diante disso, atribui-se um peso de

importância para cada um dos itens, dessa forma é multiplicada a nota pelo peso, resultando

assim em um índice, que revela a situação de uma empresa em comparação com seus

concorrentes. Logo, com a resolução da matriz é possível identificar e avaliar, entre os fatores

estratégicos apontados, as fraquezas da empresa para assim neutralizá-las e, ao mesmo tempo,

explorar suas forças diante dos concorrentes.

TABELA 1 – Matriz para avaliação das competências da empresa e de seus concorrentes

Itens Estratégicos Peso % Empresa Concorrente 1 Concorrente 2

Nota Total Nota Total Nota Total

Preço

Assistência técnica

Qualidade

Atendimento

Distribuição

Condição pagamento

Inovação

Variedade

Total de pontos

FONTE: Adaptada de Mattar (1999 apud SILVA et al., 2006).

3.2.3 Avaliação do ambiente externo

A análise externa tem como objetivo o estudo dos aspectos incontroláveis que

podem influir nos resultados e na participação de mercado da empresa (JOHNSON, 1986

apud RODRIGUES; MURADIAN; CAMPOMAR; 2014, p. 52), como por exemplo, as forças

macro ambientais: econômicas, tecnológicas, políticas, legais e socioculturais, como também

as forças micro ambientais: clientes, concorrentes e fornecedores. Dessa maneira, a empresa

analisa o contexto de mercado atual e emergente, de forma a obter um diagnóstico presente e

uma ideia de para onde caminha o mercado no futuro.

Esse diagnóstico permitirá que a organização seja capaz de coordenar e antecipar seu

composto e suas estratégias de marketing com as necessidades dos mercados e consumidores,

acompanhando, assim, as tendências e desenvolvimentos importantes, identificando as

ameaças e oportunidades e a melhor maneira de evitá-las ou usufruir das mesmas.

Campomar (1983) também defende que a análise externa permite à organização

verificar o comportamento das variáveis incontroláveis, mapeando aspectos que a influenciam

tanto direta quanto indiretamente. Segundo esta abordagem, a autora examina:

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• Clientes e usuários: tomadores de decisão de compra, seus comportamentos, atitudes e

opiniões.

• Levantamento dos setores adequados de mercado: identificação dos segmentos de atuação

da empresa, dimensionamento deste segmento, participação e características dos

concorrentes, evolução desse mercado e da participação dos concorrentes.

• Condições ambientais: ambiente econômico, tecnológico, sociocultural e político-legal

que afetam as operações da empresa.

• Estratégias e atividades de marketing dos concorrentes: estratégias, programas de ação e

resultados dos concorrentes.

Dessa forma, a análise externa atinge alta complexidade no sentido de que traz à

tona, a necessidade de uma visão aprofundada de várias áreas de especialidade,

exigindo um trabalho conjunto de diferentes áreas da empresa, que deverão apontar

situações favoráveis e desfavoráveis aos negócios. (CAMPOMAR; IKEDA, 2006

apud RODRIGUES; MURADIAN; CAMPOMAR, 2014, p. 53).

3.2.3.1 Consumidores

Para que uma empresa seja bem-sucedida, ela precisa oferecer o que o consumidor

deseja e necessita. Para isso, é preciso saber quais são as vontades e necessidades presentes e

futuras dos consumidores, como também as tendências do mercado. Além disso, se uma

empresa pretende obter vantagem competitiva na gestão de serviços, ela deve compreender os

valores, as crenças e atitudes de seus clientes.

De acordo com Lambin (2000 apud TOLEDO; CAMPOMAR; TOLEDO, 2006, p. 49)

o marketing quer compreender, delinear, desenvolver e entregar bens e serviços que os

consumidores desejam e necessitam; consiste em proporcionar aos consumidores produtos, no

tempo certo, no local certo e no preço que estão dispostos, e podem,pagar. Em virtude das

exigências dos clientes nos dias de hoje e as inúmeras opções de produtos e serviços ofertados

no mercado, as empresas buscam atingir uma posição superior, por meio da construção de

relações sólidas com seus clientes, baseadas na receptividade, credibilidade e qualidade de

seus produtos e serviços, buscando a satisfação dos consumidores.

Albrecht (1992 apud BRUNETTI 1999, p. 26) destaca cinco fatores que influenciam

integralmente no processo de compra do consumidor:

• Experiências anteriores com a empresa;

• Expectativas baseadas em experiências anteriores;

• Cultura sobre o tipo de negócio da empresa;

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• Conduta, crenças e princípios étnicos do consumidor; e

• Indicações de outros consumidores.

3.2.3.2 Concorrentes

Com relação aos concorrentes, Kotler (2000, p.241), afirma que:

Devido à competitividade dos mercados, já não basta compreender os clientes. As

empresas precisam começar a prestar muita atenção aos seus concorrentes. Empresas

bem-sucedidas projetam e operam sistemas para obter informações contínuas sobre

seus concorrentes.

Dessa forma a empresa precisa reunir informações sobre os objetivos, estratégias,

forças, fraquezas e padrões de ação e reação de seus concorrentes (KOTLER, 2000). Assim, a

empresa se antecipa às futuras ações e reações de seus concorrentes, além de poder refinar sua

própria estratégia, tirando vantagens das limitações do concorrente e evitando envolvimento

em setores nos quais o concorrente é forte.

Aliados a essas definições, Armstrong e Kotler (1995, p.31) argumentam que “[...] a

elaboração de estratégias de marketing competitivo começa com uma análise completa da

concorrência. A empresa deve comparar constantemente seus produtos, preços, canais e

promoções com os de seus concorrentes mais próximos [...]”, sabendo que assim, se obtém

como resultado, as evidentes vantagens e desvantagens do que ela oferece.

A análise concorrencial é citada por diversos autores (HUDSON, 2010; JOHNSON,

1986; TORRICO, 2001 apud RODRIGUES; MURADIAN; CAMPOMAR, 2014), à medida

que é mencionada a necessidade de investigação não só dos concorrentes diretos, mas também

dos indiretos, ou seja, empresas que fornecem produtos substitutos ou de categorias

semelhantes, os quais podem influenciar a demanda pelo produto em questão.

3.2.3.3 Fornecedores

As empresas buscam reunir um conjunto de fornecedores que sejam capazes de suprir

os recursos necessários da organização, oferecendo produtos de qualidade, garantia de

entrega, assistência e custo baixo, por meio de uma relação confiável de longo prazo. Visto

que os fornecedores impactam diretamente na qualidade final dos produtos e serviços

oferecidos pela empresa.

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Porém, os fornecedores tendem a ser poderosos se estiverem concentrados,

organizados e se houver poucos substitutos. Assim, as melhores defesas para uma empresa

são construir relações com os fornecedores em que todas as partes saem ganhando e usar

várias fontes de fornecimento (KOTLER, 2000).

Diante disso, uma forma da empresa se proteger de eventuais mudanças inesperadas

por parte de seus fornecedores, é manter fontes múltiplas de fornecimento, para que, assim,

evite prejudicar a imagem da empresa em casos de atrasos dos produtos e aumento de custos.

3.2.3.4 Ameaças e oportunidades

As ameaças correspondem a todas as mudanças no ambiente externo que podem

afetar direta ou indiretamente a organização e a sua sobrevivência no mercado, ocorrências

como a entrada de novos concorrentes, mudanças de consumo, novas situações econômicas,

tecnológicas e/ou políticas. Já as oportunidades correspondem as potencialidades que a

empresa apresenta diante do ambiente externo, são os pontos favoráveis para o crescimento,

lucro e fortalecimento da empresa diante dos seus concorrentes.

Segundo (SILVA et al., 2006, p. 42), “com a globalização e a concorrência crescente,

os planejamentos estratégicos têm que propor a inovação com ótimo diferencial competitivo,

para constituir uma oportunidade de negócios”. Assim a base para o sucesso é escutar e

compreender o mercado consumidor, não apenas o que é comprado, mas o que o consumidor

gostaria de comprar, porém não é ofertado.

Sob o mesmo ponto de vista, Kotler (2000, p.98) afirma que “as oportunidades podem

ser classificadas de acordo com sua atratividade e com sua probabilidade de sucesso”. Esse

sucesso pretende também superar os pontos fortes dos seus concorrentes, para isso é

necessário estudar os ambientes interno e externo que integram o cenário da empresa, para

que, assim, seja possível avaliar o potencial competitivo da organização, comparativamente à

concorrência e as oportunidades existentes no ambiente externo. Logo, a empresa encontra-se

apta a posicionar-se no mercado de forma a gerar uma imagem diferenciada em termos de

produto, promoção, precificação e distribuição.

Sob a abordagem de Campomar (1977 apud RODRIGUES; MURADIAN;

CAMPOMAR; 2014), antes da identificação de ameaças e oportunidades, o levantamento de

situações favoráveis e desfavoráveis deve ser realizado. Dessa forma, uma oportunidade seria

a junção de elementos de uma situação favorável e uma ameaça, elementos de uma situação

desfavorável.

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Dessa maneira as ameaças para a empresa são constituídas por um desafio

determinado por um desenvolvimento desfavorável que pode ocasionar uma decaída nas

vendas ou dos lucros, proporcionando um enfraquecimento da posição da empresa, caso não

haja uma ação de marketing defensiva (KOTLER, 2000).

3.3 IMPLEMENTAÇÃO

Uma vez que a estratégia central e o posicionamento competitivo foram selecionados,

a função da administração de marketing é implementar decisões mediante o esforço de

marketing. Os três elementos básicos da implementação são: composto de marketing,

organização e controle (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011).

Em relação ao composto de marketing, é o meio em que a empresa transforma sua

estratégia de uma declaração de intenção em esforços no mercado. Cada um dos elementos do

composto de marketing deve ser esboçado para fortalecer o posicionamento desejado.

Na organização, o modo como o esforço de marketing e o departamento de marketing

são organizados terá um efeito sobre a forma como a estratégia pode ser realizada, à medida

em que a estratégia de marketing vai sendo executada, um papel importante do departamento

de marketing é monitorar e controlar esse esforço. O desempenho pode ser supervisionado por

meio de duas maneiras fundamentais: com base no desempenho no mercado e no desempenho

financeiro (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011).

Assim sendo, diante dos três elementos básicos citados por Hooley, Piercy e

Nicoulaud (2011), - composto de marketing, organização e controle - o plano estratégico de

marketing que será elaborado para a pequena empresa varejista do setor da construção civil

abordará apenas o elemento do composto de marketing, que integra a configuração do

produto, a determinação do preço, a promoção de vendas e a distribuição, com o propósito de

desenvolver estratégias para cada um desses compostos.

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4 ANÁLISE DA EMPRESA E SEUS RESULTADOS

A partir da coleta de informações, por meio das entrevistas e questionários, foi feita a

caracterização da empresa e, diante das teorias de marketing embasadas, a análise dos

processos de planejamento de marketing utilizados, por fim apresentando os resultados

obtidos.

4.1 A EMPRESA VAREJISTA DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A organização em estudo é uma pequena empresa varejista do setor da construção

civil que surgiu em 2004, originada do ramo de madeira (uma madeireira) na qual o

empresário já tinha experiência e conhecimento. Inicialmente a empresa tinha como objetivo

atender o consumidor final que estivesse construindo ou reformando, com os produtos de

portas e esquadrias de madeira.

Atualmente a empresa tem uma gama maior de produtos para oferecer, visando

produtos mais tecnológicos, ecológicos e que oferecem mais praticidade ao consumidor.

Desde portas, janelas, puxadores, pisos laminados, vinílicos, como todo tipo de esquadrias em

madeira, alumínio e PVC. O público-alvo foi ampliado, a partir de consumidores finais que

estão construindo ou reformando residências, comércios e academias, até construtoras,

engenheiros e arquitetos.

A organização é caracterizada como uma empresa familiar, que iniciou suas atividades

apenas com o proprietário e um colaborador (um de seus filhos). Após 13 anos ela já gera

emprego para 4 colaboradores familiares, 2 funcionários contratados, além de 4 funcionários

terceirizados.

A empresa é classificada como uma Empresa de Pequeno Porte, de acordo com a Lei

Geral das microempresas e empresas de pequeno porte, instituída em 2006, que classifica uma

pequena empresa diante do Simples Nacional, considerando um faturamento anual superior a

R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (SEBRAE, 2016).

A partir da entrevista realizada com o empresário e o gerente da empresa, foi

questionado a respeito da missão da organização, dessa forma foram obtidas as seguintes

respostas:

A nossa missão é atender as demandas dos clientes, oferecendo soluções ideais para

as suas necessidades, contribuindo de forma a facilitar o processo de compra e

otimizando o tempo dos clientes através de entregas e instalações rápidas, além de

gerar valor a seus ambientes de forma sustentável. (EMPRESÁRIO).

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Não temos uma missão definida exatamente. (GERENTE).

Diante das respostas foi identificada uma divergência de opinião e uma falta de

comunicação entre o empresário, o gerente e as demais partes da empresa, visto que segundo

o questionário aplicado aos demais colaboradores, 2/3 afirmaram que a missão raramente é

compartilhada com todos os integrantes da empresa.

Silva et al. (2006, p. 26) afirmam que “a declaração de missão deve ser bem

divulgada, principalmente entre os colaboradores, com o intuito de desenvolver o senso

comum de oportunidade, rumo a significância. Um verdadeiro guia para os esforços

individuais e independentes sejam compatíveis e coordenados com o coletivo. ” Observa-se

que na empresa estudada isso não ocorre.

4.2 COMPOSTO DE MARKETING DA EMPRESA

O composto ou mix de marketing tem como finalidade compreender as quatro

variáveis do mercado - produto, preço, promoção e praça -, a fim de estruturar e simplificar as

decisões a serem tomadas (MCCARTHY, 1960 apud TOLEDO; NAKAGAWA;

YAMASHITA, 2002, p. 37). Essas decisões visam à satisfação dos desejos e necessidades

dos clientes, como também, atingir os objetivos da empresa. Assim, buscou-se uma melhor

compreensão de cada variável do composto de marketing utilizada pela empresa estudada.

4.2.1 Produto

A respeito dos produtos foi questionado na entrevista quais são as necessidades e/ou

desejos que os produtos e serviços devem satisfazer junto à clientela.

Dessa forma, foram obtidas as seguintes respostas: “Os clientes desejam um bom

acabamento e beleza em seus ambientes, além de durabilidade, praticidade e rapidez na

instalação” (EMPRESÁRIO), para o gerente “alguns dos desejos de nossos clientes são a

realização da construção de um sonho que é a casa própria, reformar seu lar para ter uma vida

mais prazerosa, com produtos esteticamente mais bonitos e que tragam benefícios para o dia-

dia” (GERENTE).

Ainda foi questionado quais os benefícios que agregam valor aos produtos/serviços

oferecidos pela empresa. Assim, foram citados: “Flexibilidade no pagamento e no

agendamento da instalação dos produtos e o fornecimento de garantia dos produtos”

(EMPRESÁRIO), como também “produtos acabados, que não precisam de pintura ou

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acabamento final, rapidez na entrega, garantia e atendimento técnico especializado”

(GERENTE).

Os benefícios que agregam valor aos produtos e serviços são um elemento decisório

determinante no momento da compra, assim, independente do produto comercializado, o

relevante a observar é que quando as pessoas compram algo, normalmente esperam mais que

características físicas existentes, mas benefícios suficientes que motivem os consumidores

para a compra.

Dessa forma um dos elementos da estratégia de produto são os serviços de apoio e

atendimento ao cliente, como a garantia e o atendimento técnico especializado mencionado

pelo empresário e pelo gerente que se tornam um modo de criar credibilidade na venda de

diversos produtos. Assim “o produto ou a oferta alcançará êxito se proporcionar valor e

satisfação ao comprador-alvo. O comprador escolhe entre diferentes ofertas com base naquilo

que parece proporcionar o maior valor” (KOTLER, 2000, p.33).

4.2.2 Preço

A respeito do segundo P do composto de marketing - Preço - foi questionado quais os

fatores que influenciam a precificação dos produtos, de acordo com o empresário o ”custo do

produto, custo com a logística e o transporte”. Já para o gerente “o preço de venda é

estabelecido analisando o valor de compra dos produtos, impostos, frete, custos operacionais e

também os preços praticados pela concorrência”.

Como apontado pelo empresário e pelo gerente, para a elaboração do preço de venda

do produto é necessário levar em consideração todos os custos que englobam desde a

fabricação do produto até sua chegada ao ponto de venda ou ao cliente. Portanto, além dessa

análise vale ressaltar um item importante apontado pelo gerente, que são os preços praticados

pela concorrência. Ao levar em consideração o nível de concorrência e a relevância de seus

produtos no mercado, o preço praticado pela concorrência é um fator que tem certa influência

na precificação dos produtos.

4.2.3 Praça

A praça compreende as atividades relacionadas aos estoques, transportes, canais,

cobertura, sortimento e localização (KOTLER 2009). O canal de distribuição abrange toda a

trajetória que as mercadorias percorrem desde o produtor até o consumidor. Desse modo, a

praça envolve a movimentação dos produtos e serviços até os clientes de forma eficiente e

eficaz.

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Para entender melhor quais os canais utilizados pela empresa para fornecimento dos

produtos e serviços a seus clientes, questionou-se onde o público-alvo da organização

costuma procurar pelos seus produtos e serviços, obtendo-se assim as seguintes respostas: “na

Internet e na loja física” (EMPRESÁRIO) e “a maior parte pela internet” (GERENTE).

E ainda, para melhor entendimento, perguntou-se qual o estabelecimento mais

relevante nas vendas da empresa, se físico ou virtual e se sempre foi assim. Para o empresário

“o estabelecimento de vendas mais relevante atualmente é o virtual. Há 2 (dois) anos

aproximadamente que as vendas pela internet vêm se destacando”, e no ponto de vista do

gerente, o estabelecimento mais relevante “atualmente é o virtual, notamos essa mudança de

meados de 2015 para cá”.

Estas informações são bastante relevantes para a construção de um plano de marketing

para a empresa, na medida em que o canal de maior venda configura-se na internet, este deve

ser privilegiado no plano.

4.2.4 Promoção

A Promoção é um método de informar o mercado consumidor sobre os produtos e

serviços oferecidos pela empresa, suas vantagens e diferenciais, de forma a persuadir os

consumidores a comprá-los, gerando assim uma maior demanda.

Para entender melhor as formas utilizadas pela empresa para promover seus produtos e

serviços, indagou-se quais são os melhores canais e ações de relações públicas utilizados pela

organização. Dessa forma, o empresário informou que os melhores canais são “pela Internet,

pelas redes sociais e sites de busca, por indicação de outros clientes e amostras de nossos

produtos enviadas para consumidores regionais” (EMPRESÁRIO), e assim o gerente

confirma ”atualmente somente na internet, em sites de buscas” (GERENTE).

Dessa maneira, é visível a importância do meio virtual para a promoção da empresa e

de seus produto e serviços. Tendo em vista a necessidade dos consumidores em satisfazer suas

necessidades de consumo de forma prática, ágil e cômoda.

4.3 PLANEJAMENTO DA EMPRESA

O Planejamento estratégico de marketing é um método para se atingir os objetivos

traçados pela empresa. O objetivo pode ser entendido como a descrição de um estado futuro a

ser alcançado. Para isso, na entrevista feita com o proprietário da empresa, foi questionado

quais seriam os objetivos que a empresa pretende atingir a curto e longo prazo. Dessa forma,

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segundo o proprietário, foi identificado como objetivo de curto e longo prazo

respectivamente: “Direcionar as vendas para os profissionais do ramo. Se tornar um

distribuidor dos produtos de menor concorrência, que são nosso carro-chefe”

(EMPRESÁRIO).

Portanto, para permitir o controle e o acompanhamento do planejamento é preciso que

se estabeleçam metas, ou seja, níveis intermediários que se pretende atingir no trajeto em

direção ao objetivo que sejam quantificados e mensuráveis no tempo, como por exemplo,

meta de volume de vendas, aumento do faturamento, lucratividade em determinado período

de tempo, entre outras.

Para identificar se a empresa desenvolve técnicas de planejamento, foram feitas nas

entrevistas as seguintes perguntas:

a) A empresa realiza algum tipo de planejamento? Se sim, qual é o tipo e como é

realizado? Dessa forma, foram obtidas as seguintes respostas: “Sim, é feito um planejamento,

somente para alguns segmentos” afirmou o empresário. “Sim, é realizado planejamento para a

parte de compras (importação) para estoque” complementa o gerente.

b) Quais são as principais dificuldades no planejamento? As respostas foram:

“Incertezas na situação política do país e principalmente a instabilidade econômica”

(EMPRESÁRIO). Para o gerente “a dificuldade é a previsão de vendas de cada modelo do

produto”.

Similarmente, Lambin (2000 apud TOLEDO; PRADO; PETRAGLIA, 2007, p. 95)

identifica como uma possível objeção para aderir a um planejamento: a instabilidade,

vulnerabilidade, e até mesmo inconsistência das previsões. Complementando as respostas

obtidas, é possível perceber que algumas decisões estratégicas são tomadas muitas vezes em

condições de incerteza sobre o comportamento futuro do ambiente externo.

Em relação à execução de um planejamento, no questionário aplicado aos

colaboradores da empresa, questionou-se a utilização de planos e estratégias na gestão da

organização, e todos os funcionários afirmaram que, frequentemente, é utilizado algum tipo

de planejamento. Porém 66% dos colaboradores afirmaram que as estratégias são raramente

divulgadas amplamente a todos os integrantes.

Questionou-se ainda se o processo de gestão da empresa é centralizado no empresário

e no gerente e 100% das respostas afirmaram que sim há uma centralização na gestão.

Quando o questionamento foi relativo às dificuldades em aceitar mudanças na empresa, por

parte do empresário, as respostas encontradas foram negativas, ou seja, na visão dos

colaboradores não há resistência a mudanças por parte do empresário, quando necessário.

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Diante desses relatos apresentados, analogamente a uma pesquisa realizada por Simkin

(2002, apud GIRALDI; CAMPOMAR, 2005, p. 50), a qual identifica as principais barreiras

que impedem a realização adequada de um plano de marketing, é possível identificar como

uma das barreiras existentes na empresa estudada a falta ou inadequadas formas de divulgação

e comunicação interna com os funcionários. Contata-se também a ausência de habilidade de

negócios e planejamento por parte dos executivos, visto que são os principais responsáveis pelas

decisões da empresa, na medida em que não se observou um planejamento do negócio, mas apenas no

setor de compras.

Concomitantemente, um fator que é identificado como barreira, segundo Simkin, mas

não para a empresa estudada é a questão da resistência às mudanças, pois de acordo com os

funcionários, o empresário não apresenta dificuldades em aceitar mudanças.

4.4 AVALIAÇÃO DA EMPRESA E DE SEUS CONCORRENTES

Com a grande competitividade dos mercados atualmente, não basta compreender

somente os clientes. As empresas precisam concentrar-se e importar-se cada vez mais com

seus concorrentes (KOTLER, 2000).

Para um melhor entendimento da forma como a empresa analisa seus concorrentes,

questionou-se ao empresário se é utilizada alguma ferramenta ou método para análise dos

concorrentes e obteve-se assim a seguinte resposta: “é feita uma análise superficial. Temos

também um feedback por meio dos clientes que compraram ou deixaram de comprar

conosco” (EMPRESÁRIO).

Assim sendo, reconhece-se que uma análise objetiva e realista é de grande valia na

competição, podendo ser realizada por meio de matrizes que ajudam a compreender a situação

empresarial e o cenário concorrencial, de forma a definir objetivos, táticas e estratégias

adequadas.

Para uma análise mais sistematizada foram levantadas todas as informações dos

aspectos mais relevantes sobre as competências da empresa e de dois principais concorrentes.

Em conjunto com o empresário, foi atribuído um valor/peso de importância para cada item –

somando 100% - e uma nota de 1 a 5 – 1 para competência muito fraca e 5 para excelente

competência- para a empresa e seus concorrentes.

Para sistematização foi utilizada uma adaptação da matriz proposta por Matar (1999

apud SILVA et al, 2006). Com as notas e os pesos indicados na matriz, calculou-se o total de

pontos, multiplicando cada nota pelo seu respectivo peso, resultando assim em um índice. O

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somatório de todos os índices resulta no índice total da empresa, localizado na última linha

horizontal. Os índices finais, da empresa, do concorrente 1 e 2, ilustram tecnicamente a

situação de rivalidade e competência de cada organização, conforme pode ser visto na Tabela

2.

A matriz indica detalhadamente qual item estratégico a empresa necessita melhorar

para superar seus concorrentes, constituindo, assim, boas sugestões estratégicas e táticas.

TABELA 2 – Matriz de avaliação das competências da empresa e de seus concorrentes

Itens Estratégicos Peso % Empresa Concorrente 1 Concorrente 2

Nota Total Nota Total Nota Total

Preço 40% 4 1,6 5 2 3 1,2

Assistência técnica 5% 5 0,25 3 0,15 4 0,2

Qualidade 10% 5 0,5 4 0,4 4 0,4

Atendimento 10% 4 0,4 3 0,3 4 0,4

Distribuição 2% 4 0,08 3 0,06 3 0,06

Condição pagamento 20% 5 1 5 1 2 0,4

Inovação 5% 4 0,2 3 0,15 3 0,15

Variedade 8% 3 0,24 4 0,32 4 0,32

Total de pontos 100% 4,27

4,38

3,13

FONTE: adaptado de Mattar (1999 apud SILVA et al., 2006).

Ao fazer uma análise da matriz (Tabela 2), que é composta pela empresa em estudo e

seus dois principais concorrentes: concorrente 1, uma loja varejista de departamento, ou seja,

de grande porte; e concorrente 2, uma loja varejista de pequeno porte, nota-se que em

comparação aos índices finais a empresa estudada está em segundo lugar, perdendo apenas

para a concorrente 1 (loja de departamento).

A concorrente 1, identificada como a concorrente predominante da empresa, tem

vantagens competitivas sobre a organização no quesito preço e variedade, e equiparidade na

condição de pagamento. Já o concorrente 2 apresenta somente uma vantagem sobre a

empresa, variedade de produtos, e uma semelhança no quesito atendimento.

Assim, com essa análise detalhada, é possível ter o conhecimento sobre os aspectos

confortáveis da empresa na competição, bem como os itens que a organização tem

equiparação e itens em desvantagem, para assim atentar-se as ações necessárias para maior

capacitação competitiva da empresa.

Paralelamente ao desenvolvimento da matriz junto ao empresário, foram feitas

algumas perguntas em relação aos pontos fortes e fracos da empresa em relação aos

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produtos/serviços ofertados. Diante disso, foram obtidas as seguintes informações: “o ponto

forte da empresa é a inovação em produtos, oferecendo produtos diferenciados dos ofertados

no mercado local e regional”, afirmou o empresário. “Diversos produtos com instalação

imediata, a pronta entrega” complementa o gerente sobre os pontos fortes.

Essas afirmações podem ser validadas na matriz, mostrando que a empresa tem uma

maior competência em inovação e distribuição diante dos demais concorrentes.

Sobre os pontos fracos da empresa, em relação ao seu produto/serviço, as respostas

foram: “alguns produtos tabelados, com preços que concorrem diretamente com atacadistas e

grandes lojas do ramo”, do ponto de vista do empresário e para o gerente, “pouca diversidade

de modelos de alguns produtos”.

Diante dessas informações, pode-se confirmar sua validação diante das competências

de variedade e preço indicadas na matriz de avaliação construída.

Em síntese, diante da interpretação da matriz de avaliação das competências da empresa e

de seus concorrentes, é visível uma melhor compreensão da situação empresarial e do cenário

concorrencial. Na medida em que se contrapõe a matriz e os pontos fortes e fracos da

empresa, verificou-se a veracidade e efetividade da utilização da matriz. Após a elaboração da

matriz, perguntou-se ao empresário sua opinião a respeito da nova ferramenta apresentada.

Enfim, houve o reconhecimento e o interesse de implementar a matriz como uma nova

ferramenta de avaliação concorrencial na empresa.

4.5 AVALIAÇÃO DE ENTRANTES POTENCIAIS

Além da análise dos principais concorrentes da empresa, uma análise dos possíveis

entrantes no setor é de fundamental importância, examinando assim as dificuldades e

obstáculos presentes para a entrada de novos concorrentes.

Logo, para melhor compreensão, questionou-se ao empresário se é utilizada alguma

ferramenta ou método para analisar os possíveis futuros concorrentes, obtendo-se a seguinte

resposta: “não é feito nenhum acompanhamento nesse aspecto. Apenas quando os

concorrentes realmente chegam no mercado. ” (EMPRESÁRIO).

Sendo assim, elaborou-se uma forma (Quadro 2) que visa avaliar os tipos de barreiras

existentes para a inserção de novos concorrentes no mercado, conforme propõe Silva et al.,

(2006).

Após estabelecer os tipos de barreiras, juntamente com o empresário, classificar o grau

de sua eficácia e o prazo para solucioná-las, foi possível identificar um alto e médio grau de

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eficácia das barreiras para entrada de novos concorrentes no setor, o que é um ponto favorável

para a empresa que já está no ramo. Contudo, ao examinar o prazo para solução dessas

barreiras, identificou-se uma maioria com curto prazo para solução, o que torna a situação não

tão favorável.

QUADRO 2 – Avaliação dos tipos de barreiras para novos entrantes

FONTE: adaptado de SILVA et al., 2006.

Posteriormente à conclusão da matriz, solicitou-se ao empresário sua opinião a

respeito da nova técnica apresentada, considerando-a assim uma ferramenta pertinente para tal

avaliação, visto que nunca foi feito uma análise nesse âmbito. Além do mais, apresenta uma

visão mais detalhada dos obstáculos encontrados pelos possíveis entrantes, auxiliando a

empresa na tomada de decisões, antepondo primeiramente as vertentes de curto prazo.

4.6 ANÁLISE DA EMPRESA SOBRE O AMBIENTE EXTERNO

A análise do ambiente externo busca conhecer os principais cenários que afetam o

negócio da empresa, como também os aspectos incontroláveis que podem influenciar nos

resultados da organização e sua participação no mercado. Esse diagnóstico é feito por meio

das forças macro e micro ambientais, como por exemplo, situações econômicas, tecnológicas

e políticas, como também a relação com os clientes, concorrentes e fornecedores.

Deve ser analisado o contexto de mercado atual e emergente, de forma a obter um

diagnóstico presente e uma ideia de para onde caminha o mercado no futuro. Para esse

conhecimento em relação aos aspectos externos, questionou-se aos executivos da empresa por

meio das entrevistas, como são acompanhados os aspectos comportamentais dos

consumidores e as tendências do mercado. Gerando assim as seguintes respostas: “Por meio

de contatos com fornecedores e profissionais do ramo, além da participação em feiras,

workshops e eventos do setor da construção” (EMPRESÁRIO). “Os aspectos

Alto Médio Baixo Nenhum Curto Longo

Importação de Produto ou matéria-prima X X

Fornecedores Exclusivos X X

Necessidade de elevado capital de giro X X

Sem conhecimento do mercado X X

Sem conhecimento de mão-de-obra qualificada X X

Diferencial competitivo do Produto X X

Grau de eficácia à barreiraTipos de barreiras à entrada

Prazo para solução da barreira

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comportamentais acompanhamos no dia a dia da empresa, no atendimento ao cliente. As

tendências do mercado são acompanhadas através de visitas em feiras do setor” (GERENTE).

Ainda assim, perguntou-se também como são acompanhadas as mudanças do

mercado, ou seja, quais são os principais cenários que afetam o negócio. Produzindo assim as

seguintes respostas: para o empresário: “economia, financiamento no ramo da construção” e

para o gerente: “Com mudanças de políticas governamentais como incentivos para o setor da

construção e juros do mercado”.

Para concluir, foram feitas algumas perguntas a respeito das ameaças e oportunidades

presentes no ambiente externo a empresa. Em relação aos aspectos externos mais

significativos para inseguranças quanto ao sucesso de seus produtos/serviços, ou seja, suas as

ameaças, o empresário e o gerente afirmam, respectivamente: “Empresas fabricantes, que

vendem os produtos diretamente para o consumidor final em nossa região” (EMPRESÁRIO).

“ Concorrência com grandes empresas de porte nacional” (GERENTE).

Em relação aos aspectos externos mais positivos em relação ao mercado, para os

produtos/serviços, ou seja, suas potencialidades, afirmam:

“A necessidade e procura dos consumidores por produtos com praticidade para

instalação, além de uma rapidez no processo de compra e entrega do produto/ serviço”

(EMPRESÁRIO).

“Devido à escassez de mão de obra qualificada no mercado e a falta de tempo do

consumidor, nossos produtos são de rápida aplicação e alguns deles dispensam uma mão de

obra totalmente especializada” (GERENTE).

Esse diagnóstico permitirá que a organização seja capaz de coordenar e antecipar seu

composto e suas estratégias de marketing com as necessidades dos mercados e consumidores,

acompanhando, assim, as tendências e desenvolvimentos importantes, identificando as

ameaças e oportunidades e a melhor maneira de evitá-las ou usufruir as mesmas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O problema de pesquisa deste trabalho busca entender como é elaborado e como pode

ser melhorado o plano estratégico de marketing da empresa em estudo - uma empresa

varejista de pequeno porte do setor da construção civil. Para isso, foi realizada uma pesquisa

qualitativa, juntamente a um estudo de caso, com entrevistas com os executivos da empresa e

aplicação de questionário com os demais colaboradores, de forma a obter um amplo e

detalhado conhecimento sobre a organização.

Portanto, nesta etapa serão expostas as conclusões deste estudo, que serão

apresentadas de acordo com os objetivos específicos a serem alcançados neste trabalho, os

quais envolvem, a compreensão dos processos realizados pela empresa e identificação dos

pontos falhos, com base na teoria abordada e, assim, propor melhorias adequadas ao plano

estratégico de marketing utilizado pela empresa.

Um dos objetivos específicos deste trabalho foi o levantamento bibliográfico das

metodologias propostas pelos principais autores da área de marketing. Este levantamento

permitiu identificar as principais etapas para a elaboração de um plano de marketing, que são:

identificar a importância da missão e visão da empresa, analisar o ambiente externo e interno

que envolvem a organização, conhecer e avaliar os recursos disponíveis, tanto organizacionais

como econômicos, considerar as estratégias competitivas gerais constantes do planejamento

estratégico da empresa e assim definir os objetivos de marketing, que devem estar adequados

aos objetivos da organização, às suas estratégias competitivas e aos recursos disponíveis.

Em relação à missão e à visão da empresa, foi observado que não há uma clareza, e

consequentemente, uma formalização, sobre qual a razão de existir (missão) e objetivo

estratégico (visão) da empresa. Este é um passo fundamental para iniciar um bom

planejamento, portanto, sugere-se um estudo e a definição formal de ambos os quesitos.

A existência de uma má comunicação entre o empresário, o gerente e seus

colaboradores também foi observada. Dessa forma, é necessário melhorar nesse aspecto,

divulgando melhor e esclarecendo a todos os funcionários qual a missão da empresa e quais

são os planos e o que se idealiza quanto ao futuro da empresa, de modo a desenvolver o senso

comum de oportunidade a todos e guiar todos os colaboradores, facilitando o entendimento do

propósito e dos interesses da organização.

No ambiente interno foram analisados os produtos e serviços oferecidos pela empresa,

seu atual composto de marketing: produto, preço, praça e promoção, além das suas forças e

fraquezas diante dos concorrentes.

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A estratégia de produto é baseada nos serviços de apoio e atendimento ao cliente,

como a garantia e o atendimento técnico especializado, que de acordo com os executivos,

estão presentes na empresa. A estratégia de precificação provém de alguns fatores como

análise do valor de compra dos produtos, custos operacionais, logísticos e os preços

praticados pela concorrência, fatores determinantes para uma precificação adequada, que

foram citados pelos executivos.

Além desses fatores citados, a escolha das estratégias de precificação provém de

algumas outras situações, como por exemplo, as categorias de produtos e serviços ofertados,

sua demanda, os tipos e variedade de fornecedores, e ainda a expectativa de retorno do

investimento.

Em relação a praça, os canais utilizados pela empresa para fornecimento dos produtos

e serviços a seus clientes são os estabelecimentos físicos e virtuais, porém, atualmente o meio

virtual vem se tornando cada vez mais relevante. Já os canais utilizados pela organização para

promover seus produtos e serviços são por meio da Internet, redes sociais e sites de busca.

Dessa forma, identificou-se que a empresa deve buscar investir e desenvolver ainda mais seu

site, seu e-commerce e suas mídias sociais a fim de se aproximar mais de seus clientes

virtualmente.

De acordo com a Tabela 2, que avalia as competências dos concorrentes, foi

identificada a vantagem dos concorrentes sobre a empresa no quesito preço e variedade. Essas

fraquezas, respectivamente, são decorrentes aos produtos com preços tabelados que a empresa

oferece que concorrem diretamente com atacadistas e grandes lojas do ramo e a pouca

diversidade de modelos de alguns produtos que a empresa oferece. Dessa maneira, uma forma

de melhorar esse ponto fraco referente ao preço, seria incluir um serviço juntamente aos

produtos com preços tabelados, assim agregando valor ao produto, impedindo que haja uma

comparação acirrada e direta apenas pelos preços. A justificativa em relação a pouca

variedade dos produtos refere-se à inovação dos produtos, assim, ainda não há uma grande

variedade de produtos ofertados por serem produtos novos e diferenciados dos já existentes no

mercado local.

A análise do ambiente externo ocorre por meio do conhecimento das forças micro

ambientais: consumidores, concorrentes e fornecedores, como também pelas forças macro

ambientais: econômicas, tecnológicas, políticas e socioculturais. Em relação aos

consumidores, para que uma empresa seja bem sucedida, ela precisa oferecer o que o

consumidor deseja e necessita. Para isso, é preciso saber quais são as vontades e necessidades,

como também as tendências do mercado. Com isso, e diante das respostas obtidas, confirma-

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se que a empresa busca conhecimento sobre seus consumidores e tendências mercadológicas

de diversas formas: feiras, workshops, contatos com fornecedores e até mesmo com os

próprios clientes.

Já a respeito dos fornecedores, eles tendem a ser poderosos se estiverem concentrados,

havendo poucos substitutos. Com base na entrevista com o empresário, observou-se que a

empresa trabalha com vários fornecedores, ocasionando até certa competição entre eles. Esta

ação na gestão está de acordo com Kotler (2000), que afirma que as melhores defesas para

uma empresa são construir relações com vários fornecedores. O relacionamento com vários

fornecedores é uma forma da empresa se proteger de eventuais mudanças inesperadas por

parte destes, mantendo sempre fontes múltiplas de fornecimento.

Quanto às ameaças, referem-se a todas as mudanças no ambiente externo que podem

afetar direta ou indiretamente a organização e a sua sobrevivência no mercado, ocorrências

como a entrada de novos concorrentes, novas situações econômicas e mudanças políticas

governamentais, foram citadas pelos executivos. Observar que não serão feitas propostas de

melhorias nas ameaças, pois são variáveis sobre as quais a empresa não tem governabilidade.

Sobre as oportunidades, um dos pontos favoráveis para o crescimento da empresa

diante dos seus concorrentes, é a oferta de produtos de rápida aplicação e até mesmo, alguns

produtos que dispensam a mão de obra totalmente especializada. Visto que, devido à escassez

de mão de obra qualificada no mercado e a falta de tempo do consumidor, são produtos que

têm uma oportunidade de destaque no mercado.

Em relação ao processo de gestão, identificou-se que a empresa tem uma gestão

centralizada no empresário e no gerente. Apesar desta ser uma situação comum em micro e

pequenas empresas, caso ocorra uma sobrecarga de trabalho sobre o empresário e o gerente,

uma sugestão de melhoria para a gestão seria a sua descentralização, incorporando um

profissional da área para auxiliar na administração dos processos da empresa. Contudo um

ponto positivo examinado é que, por parte do empresário, não há dificuldades em aceitar

mudanças na empresa, ou seja, não há resistência a mudanças.

Com as análises feitas ficou exposto que a maior parte das decisões tomadas pelos

executivos da empresa com relação aos elementos que compõem um planejamento estratégico

de marketing é utilizada adequadamente, mesmo não havendo um conhecimento profundo e

específico da teoria.

Para melhor visualização das propostas, elaborou-se um quadro resumo (Quadro 3)

com os problemas identificados e suas respectivas propostas de melhorias.

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Quadro 3 – Resumo dos problemas identificados e as propostas de melhoria

Problemas Propostas de melhoria

Falta de clareza e formalização da

missão e visão da empresa.

Um estudo e uma definição formal de

ambos os quesitos.

Falta de comunicação entre o

empresário, gerente e seus

colaboradores.

Divulgar e esclarecer aos funcionários os planos

e objetivos da empresa, como sua missão e visão.

Em relação a praça e aos canais

utilizados para promover os

produtos.

Investir e desenvolver ainda mais o site da

empresa, o e-commerce e as mídias sociais.

Desvantagem concorrencial no

quesito preço.

Incluir serviços juntamente aos produtos, a fim

de agregar valor ao produto, evitando a

comparação direta somente pelo preço.

Desvantagem concorrencial no

quesito variedade.

A pouca variedade dos produtos refere-se à

inovação dos produtos, não há uma grande

variedade de produtos ofertados por serem

produtos novos.

Presença de uma gestão

centralizada no empresário e no

gerente.

Incorporar um profissional da área para auxiliar

na administração dos processos da empresa.

FONTE: Própria autora.

Por meio deste trabalho e das teorias abordadas é notável a grande relevância do

planejamento para as pequenas empresas, visto que em sua maioria o planejamento de

marketing é feito pelos proprietários, de forma independente, sem grandes embasamentos e

estudos. Dessa forma e diante da análise da empresa é possível afirmar que a

profissionalização na gestão da organização é uma das estratégias necessárias para atingir os

objetivos da empresa, pois pode contribuir com um conhecimento mais aprofundado sobre o

planejamento e um gerenciamento adequado, métodos de suma importância para a

sobrevivência e o sucesso da empresa.

Conclui-se ainda que, em vista das incertezas e exigências do mercado, da constante

ameaça dos concorrentes e a insegurança diante da situação política e econômica do país, o

ambiente externo é um fator que influencia fortemente as estratégias utilizadas pelas micro e

pequenas empresas (MPEs). Logo, as MPEs, mesmo que de forma involuntária, assumem

diversas estratégias referentes ao marketing e seu planejamento para, de alguma forma,

conseguir criar e manter um lugar no mercado. Para estas estratégias atribui-se um caráter

emergente e vão surgindo de acordo com as demandas tanto internas quanto externas.

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Como limitação do presente estudo, vale destacar que as concepções que o empresário

e o gerente apresentaram dizem respeito a visões contextualizadas e particulares de cada um

desses entrevistados, o que não permite generalizações, visto que esse não é o objetivo de

pesquisas qualitativas. Nesse sentido, o que é relatado não reflete, necessariamente, a visão de

todos os micros e pequenos empresários. Para futuros estudos, sugere-se a utilização de

diferentes métodos de coleta de dados para enriquecer não só os dados coletados, como

também as análises.

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REFERÊNCIAS

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Repositório Institucional UFSC. Dez. 1999. <

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APÊNDICE A

CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA E

ANÁLISE PRELIMINAR DO AMBIENTE

Histórico da empresa:

b) Como a empresa surgiu? Com quais objetivos?

c) Atualmente como a empresa se encontra? O enfoque mudou?

Produtos

a) Qual a gama de produtos oferecidos pela empresa?

b) A empresa também oferece algum serviço?

c) Os produtos são:

Estoque -

Sob encomenda –

Fornecedores

a) Quantidade de fornecedores

b) A competição entre fornecedores é acirrada?

c) Quantos fornecedores oferecem o mesmo tipo de produto (Produto substituto)?

Clientes

a) Qual o perfil dos seus clientes? Onde estão localizados?

b) Qual o porte dos principais clientes?

c) A carteira de clientes é diversificada ou concentrada? (clientes x Faturamento)

Mercado

(Com relação ao principal produto da empresa):

a) O mercado em que atua é competitivo?

b) Quais são os principais competidores? Onde estão localizados?

c) Qual a atuação da empresa com relação ao mercado geográfico?

Local -

Regional -

Nacional -

Internacional -

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APÊNDICE B

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING NA EMPRESA

1) Referente aos Produtos/ serviços oferecidos pela empresa:

a) Quais as necessidades e/ou desejos que seu produto/serviço deve satisfazer junto à

clientela?

b) Como, quando e onde o cliente irá utilizá-lo?

d) Como ele se diferencia dos outros produtos/serviços já existentes no mercado?

e) Quais os seus benefícios que agregam valor aos produtos/serviços?

2) Referente aos Preços ofertados pela empresa:

a) Quais fatores influenciam a precificação dos produtos?

3) Referente a Praça (colocação da empresa no mercado):

a) Onde seu público costuma procurar pelos seus produtos/ serviços?

b) Qual o estabelecimento mais relevante nas vendas da empresa, físico ou virtual? Sempre

foi assim?

4) Referente a Promoção (ato de promover a marca e soluções da empresa):

a) Quais são os melhores canais e ações de relações públicas utilizadas para apresentar

seus produtos e soluções para potenciais clientes?

(canais: rádio, internet, impressos...).

5) A empresa tem definido sua missão, visão, valores?

a) Se sim, quais são?

b) De alguma forma, eles são compartilhados com os funcionários?

6) Como é acompanhado os aspectos comportamentais dos consumidores e as tendências do

mercado?

7) Como é acompanhado as mudanças do mercado? (Ou seja, quais são os principais cenários

que afetam o negócio?)

8) Quais são os pontos fortes/ positivos da empresa em relação ao seu produto/serviço?

9) Quais são os pontos fracos/ negativos da empresa em relação ao seu produto/serviço?

10) Quais são os aspectos externos mais significativos para inseguranças quanto ao sucesso

do seu produto/serviço? (Ameaças).

11) Quais são os aspectos mais positivos em relação ao mercado, para seu produto/serviço?

12) Quais são suas principais competências? E dos seus concorrentes?

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13) Quais as dificuldades que um possível entrante potencial encontrará para se inserir nesse

setor?

14) A empresa utiliza alguma ferramenta ou método para análise de seus concorrentes?

15) Quais são os principais produtos substitutos do setor?

16) Quais os objetivos que a empresa pretende atingir a curto e a longo prazo?

17) A empresa realiza algum tipo de planejamento?

a) Se sim, qual é o tipo e como é realizado?

b) Quais são as principais dificuldades?

18) Os empresários tem conhecimento de técnicas de planejamento?

19) Quais das características abaixo exercem maior influência, para a realização do

planejamento estratégico? (classificar em ordem de importância – 1 a 5) (TERENCE, 2002).

( ) Desconhecimento da técnica;

( ) Falta de pessoal qualificado;

( ) Falta de visão de longo prazo;

( ) Imediatismo de resultados;

( ) Dificuldade em aceitar mudanças;

( ) Falta de tempo e recursos;

( ) Dificuldade na identificação da missão;

( ) O fato de os valores do empresário confundirem-se com os valores da empresa;

( ) Dificuldade em avaliar as ameaças;

( ) Dificuldade em obter informações do ambiente;

( ) Visão subestimada da concorrência;

( ) Dificuldade em avaliar os pontos fracos;

( ) Dificuldade em obter informações internas;

( ) Dificuldade em identificar os fatores-chaves de sucesso da empresa; (recursos e

habilidades indispensáveis)

( ) Centralização do processo no pequeno empresário;

( ) Dificuldade na definição das metas e de objetivos claros;

( ) Desconhecimento da estratégia atual;

( ) Dificuldade do proprietário em divulgar o plano aos funcionários;

( ) Falta de comprometimento dos funcionários

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APÊNDICE C

QUESTIONÁRIO

Orientação ao cliente - Adaptado (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011, p. 9).

a) Informações sobre necessidades e solicitações dos clientes são coletadas?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

b) O objetivo corporativo e as políticas estão diretamente direcionados à satisfação dos

clientes?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

c) Reconhecemos a existência em nosso mercado de grupos ou segmentos distintos, com

necessidades diferentes, e adaptamos nossas ofertas de acordo com isso?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

d) Níveis de satisfação do consumidor são avaliados e realizam-se ações para

aprimoramento quando necessárias?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

Orientação ao concorrente - Adaptado (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011, p. 9).

a) Informações sobre atividades e ações dos concorrentes são coletadas?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

b) Respondemos com rapidez às ações de nossos concorrentes?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

c) Colocamos grande ênfase em nos diferenciar dos concorrentes nos fatores de

importância para os clientes?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

Orientação à organização

a) A missão e os objetivos da empresa são disseminados a todos integrantes da empresa?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

b) A empresa utiliza planos e estratégias em sua gestão?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

c) Os planos e estratégias são divulgados a todos integrantes da empresa?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

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d) O processo é centralizado no empresário e gerente da empresa?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca

e) O empresário tem dificuldade em aceitar mudanças na empresa?

( ) Sempre ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca