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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO CARLOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS Édison Leonel Venanzi Reinaldo Moreira de Souza ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA MÍNIMA QUANTIDADE DE LUBRIFICANTES (MQL) EM UM CENTRO DE USINAGEM DE BLOCO: Estudo de caso em uma indústria automobilística São Carlos – São Paulo 2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO -

CAMPUS SÃO CARLOS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

Édison Leonel Venanzi

Reinaldo Moreira de Souza

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA MÍNIMA QUANTIDADE DE

LUBRIFICANTES (MQL) EM UM CENTRO DE USINAGEM DE BLOCO:

Estudo de caso em uma indústria automobilística

São Carlos – São Paulo

2017

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ÉDISON LEONEL VENANZI

REINALDO MOREIRA DE SOUZA

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA MÍNIMA QUANTIDADE DE

LUBRIFICANTES (MQL) EM UM CENTRO DE USINAGEM DE BLOCO:

Estudo de caso em uma indústria automobilística

Relatório Técnico apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – Campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Orientador (a): Profª. Dra. Marcela A. Bataghin Costa

São Carlos – São Paulo

2017

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V561e Venanzi, Édison Leone Estudo da implantação da tecnologia Mínima Quantidade de

Lubrificantes (MQL) em um centro de usinagem de bloco: estudo de caso em uma indústria automobilística / Édison Leone Venanzi; Reinaldo Moreira de Souza; orientadora, Prof.ª. Dra. Marcela Avelina Bataghin Costa - São Carlos, SP, 2017.

32 p. : il. color. Relatório Técnico – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, Campus São Carlos, Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Inclui referências bibliográficas 1. Processos gerenciais. 2. Eficiência. 3. Custos. 4.

Sustentabilidade. 5. Administração. I. Souza, Reinaldo Moreira de, segundo autor. II. Instituto Federal de São Paulo. III. Título.

CDD 658

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ÉDISON LEONEL VENANZI

REINALDO MOREIRA DE SOUZA

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA MÍNIMA

QUANTIDADE DE LUBRIFICANTES (MQL) EM UM CENTRO DE

USINAGEM DE BLOCO:

Estudo de caso em uma indústria automobilística

Relatório Técnico apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – Campus São Carlos, como parte das exigências para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.

Data de aprovação: 24/06/2017

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Profª. Dra. Marcela A. Bataghin Costa.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.

________________________________________________________________ Profª. Dra. Tatiane Fernandes Zambrano Brassolatti

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.

________________________________________________________________________ ` Profª.Esp. Juliana Nakamoto Arai

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.

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RESUMO

Devido à alta competitividade no mercado, torna-se incansável pelas empresas a busca por melhorias em seus produtos, serviços e processos produtivos, objetivando entregar ao cliente final produtos e preços que atendam as necessidades do cliente ao mesmo tempo sejam competitivos. O objetivo desse trabalho é apresentar uma alternativa de redução no uso da refrigeração convencional em processos de usinagem. O presente trabalho irá apresentar um estudo comparativo entre a refrigeração convencional e o uso de MQL (Mínima Quantidade de Lubrificantes), suas vantagens, desvantagens e benefícios como forma de redução de custos, melhoria no acabamento de peças, aumento da vida útil de ferramentas, redução no custo, tempo, transporte e tratamento de cavacos.

Palavras-chave: Eficiência; Custos; Sustentabilidade.

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ABSTRACT

Due to the high competitiveness in the market, it is important for companies to improve their products, services and productive processes, aiming to provide competitive products and prices to the customers, and also satisfy their needs. The objective of this work is to present an alternative method for reduction in the use of conventional refrigeration in machining processes. For this, the present work displays a comparative study between conventional refrigeration and the use of MQL (Minimal Quantity of Lubricants), their advantages, disadvantages and benefits as an approach of costs reducing, including the improvement in the pieces finishing, a gain in tool life while presents reduction in the products cost, time, transportation and chips treatment.

Keywords: Efficiency, Costs, Sustainability.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de filtragem e mistura de refrigeração ...................................................... 20

Figura 2 - Sistema de lubrificação por MQL........................................................................... 21

Figura 3 - Lavadora de peças tipo Transfer ............................................................................. 23

Figura 4 - Lavadora de peças que utilizam Robôs .................................................................. 23

Figura 5 - Diâmetro dos canais de lubrificação de ferramentas .............................................. 24

Figura 6 - Sujidade das ferramentas com refrigeração convencional e MQL ......................... 24

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6

1.1 Justificativa ........................................................................................................................... 7

1.2 Objetivos da pesquisa ........................................................................................................... 8

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 8

1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 8

1.3 Metodologia .......................................................................................................................... 8

1.3.1 Classificação da pesquisa .................................................................................................. 9

1.3.2 Universo e amostra .......................................................................................................... 10

1.3.3 Coleta de dados ................................................................................................................ 10

2 O SISTEMA MQL .............................................................................................................. 11

2.1 Definição de MQL .............................................................................................................. 11

2.2 Princípios MQL .................................................................................................................. 12

2.3 Tecnologia MQL ................................................................................................................ 13

2.4 Funções do Líquido Refrigerante ....................................................................................... 13

2.5 Diferenças entre refrigeração convencional e MQL ........................................................... 14

2.6 Vantagens e desvantagens da tecnologia MQL .................................................................. 15

2.6.1 Vantagens ........................................................................................................................ 15

2.6.2 Desvantagens ................................................................................................................. 165

3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 17

3.1 Caracterização Geral da Empresa ....................................................................................... 17

3.2 Implantação do MQL na empresa estudada ....................................................................... 18

3.3 Melhorias Alcançadas......................................................................................................... 25

3.4 Proposições de Melhorias ................................................................................................... 25

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 28

APÊNCDICE A.......................................................................................................................30

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1 INTRODUÇÃO

O MQL (mínima quantidade de lubrificantes) é um sistema que tem como função

principal fornecer quantidades pequenas de lubrificantes para o local ativo entre a ferramenta

e a peça de trabalho quando ocorrem operações de corte ou não. A lubrificação é realizada por

um aerossol formado por gotículas de óleo que são dispersas em um fluxo de ar (KLOCKE;

EISENBLÄTTER, 1997; HEISEL et al., 1998; KLOCKE et al., 1998; DÖRR, 1999).

Comparando com a utilização dos fluidos de corte tradicional (óleo/água), o MQL

exige um custo adicional para a pressurização do ar utilizado, por exemplo, gerando uma

fumaça de óleo que podem ser indesejáveis, havendo necessidade de um sistema de exaustão

nas máquinas (MACHADO; DINIZ, 2000).

Ao se referir a algum processo de fabricação todo o esforço para aumentar a

produtividade e reduzir custos sem perder a qualidade é válida. Na usinagem de materiais o

uso de fluido de corte adequado pode ser vital para determinados processos, aumentando a

vida útil da ferramenta, melhorando o acabamento da peça, diminuição de custos como

energia, óleo, água (CENTRO DE INFORMAÇÃO METAL MECÂNICA, s.d.).

Recentemente o MQL (Minimum Quantity Lubrication) vem se tornando uma saída

para a diminuição do consumo, no volume de fluido utilizado pelas indústrias metal mecânica.

Ele utiliza uma quantidade muito pequena de fluido para reduzir o atrito entre uma

ferramenta de corte e a peça de trabalho. Pode-se dizer, dessa forma, que este método de

lubrificação aproxima-se do processo de usinagem a seco, uma vez que se vale de uma

quantidade menor que 100 ml/h de lubrificante em um fluxo de ar comprimido, levando em

consideração a pequena área de contato entre os cavacos e a ferramenta (ZEILMANN, 2008).

Como a demanda da energia mundial está aumentando rapidamente, o mesmo ocorre

com os custos. Assim assuntos como eficiência energética, custos, sustentabilidade, economia

de água ganham cada vez mais importância para a indústria metalúrgica.

Partindo desta afirmativa a questão norteadora deste trabalho será: Como a

implantação do Sistema MQL (mínima quantidade de lubrificantes) pode contribuir para a

redução de recursos (água, energia e óleo) em um centro de usinagem de bloco em uma

indústria automobilística?

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1.1 JUSTIFICATIVA

A sociedade está passando por uma fase de mudanças muito rápidas, no campo social,

político e tecnológico. Tais mudanças, segundo Silva (2003, p.1):

vêm ameaçando a sobrevivência das empresas pelo mais variados motivos, seja pelo lançamento de novos produtos no mercado, seja por práticas comerciais, seja pelo investimento em novas tecnologias/equipamentos, seja por exigências normativas difíceis de serem alcançadas, ou mesmo por questões sociais e comportamentais.

De acordo com Pereira (2007, p.7), “a produtividade é um dos fatores de maior

impacto no desempenho de uma empresa”, uma vez que é capaz de influenciar diretamente

“nos custos dos produtos e no dimensionamento adequado da fábrica relacionado à produção,

pessoas e tempos de máquinas paradas”. Para esse mesmo autor, na usinagem

especificamente, há muitas variáveis de processo que dificultam o trabalho de melhora no

índice de produtividade (PEREIRA, 2007, p. 7).

Para sobreviver à concorrência de um mercado extremamente competitivo, a busca

pela melhoria da qualidade tornou-se uma preocupação permanente para as empresas.

Deste modo este trabalho se justifica no âmbito econômico, pois se pretende mostrar

se houve os resultados positivos na produtividade em uma linha de usinagem de blocos de

motores de carro com a implantação do sistema MQL no centro de usinagem.

No âmbito social, buscar-se-á mostrar que um melhor ambiente de trabalho, pode levar

os funcionários a produzir produtos com melhor qualidade o que consequentemente melhora

na produtividade na empresa.

No âmbito acadêmico este trabalho tem por intenção mostras quais benefícios o MQL

pode trazer ao meio ambiente, mostrando resultados práticos de sua aplicação em uma

empresa além de tentar e despertar o interesse de futuros pesquisadores na busca da melhoria

continua.

Pessoalmente a escolha pelo tema foi impulsionada pelo fato da proximidade dos

integrantes do grupo com a empresa, que levou a um estudo mais aprofundado sobre o tema.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desse trabalho é apresentar um estudo comparativo entre processos de

usinagem com refrigeração convencional e tecnologia MQL (mínima quantidade de

lubrificantes) no centro de usinagem de blocos de motores em uma indústria automobilística

localizada no interior de São Paulo.

1.2.2 Objetivos específicos

Especificamente a pesquisa pretende:

• Discorrer sobre Sistema MQL;

• Mostrar como o MQL pode contribuir para a melhoria do processo produtivo;

• Apresentar a implantação do Sistema MQL e os resultados obtidos no setor de

usinagem de bloco de uma indústria automobilística localizada no interior de São

Paulo;

• Propor melhorias.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia cientifica pode ser entendida como:

um conjunto de etapas ordenadamente dispostas para que o pesquisador investigue um fenômeno. Nessas etapas estão incluídos desde a escolha do tema, o planejamento da investigação, o desenvolvimento metodológico, a coleta e a tabulação de dados, a analise dos resultados, a elaboração das conclusões e até a divulgação de resultados (SILVA; MENEZES, 2005, p.23).

Nesta seção, serão apresentadas as técnicas e métodos de coleta de dados utilizada

para a elaboração deste trabalho.

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1.3.1 Classificação da pesquisa

Com relação à natureza, esta pesquisa de cunho experimental pode ser considerada

aplicada, uma vez que “objetiva gerar a partir de conhecimentos a partir dos já existentes”

(SILVA; MENEZES, 2005, p.20).

Com relação à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser considerada

como qualitativa, uma vez que “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e

o sujeito, isto é um vinculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito

que não pode ser traduzido em números” (SILVA; MENEZES, 2005, p.20), ou seja, pretende-

se com este trabalho resolver o problema central através de conhecimentos adquiridos por

meio de um referencial teórico e prático.

Com relação a seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada como descritiva, uma

vez que “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta

de dados: roteiro e observação sistemática” (GIL, 1991 apud SILVA; MENEZES, 2005,

p.21), ou seja, pretende-se descrever processos já conhecidos de uma empresa por meio de

observação e analise. Importante destacar que esta pesquisa foi realizada através de

observação sistemática e participativa já que um dos participantes trabalha na empresa. A

técnica de observação vem sendo utilizada em diversas áreas de conhecimento, pois,

possibilita ao pesquisador extrair informações de grupos e situações que com outras técnicas

se tornariam mais complexos ou mesmo impossíveis (FERREIRA et al. 2012). Também foi

utilizado um roteiro, Apêndice A, para guiar a pesquisa.

Com relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como

bibliográfica e documental seguida de um estudo de caso. Bibliográfica e documental, pois foi

elaborada a partir de material já publicado e documentos da empresa estudada. (GIL, 1991

apud SILVA; MENEZES, 2005, p.21), Por sua vez o estudo de caso é um método qualitativo

que consiste geralmente uma forma de aprofundar uma unidade individual, serve para

responder questionamentos que o pesquisador não tem muito controle sobre o fenômeno

estudado. Segundo Yin (2001) é uma estratégia de pesquisa que compreende um método que

abrange tudo em abordagens especificas de coletas e analise de dados.

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1.3.2 Universo e amostra

Universo (ou amostra da pesquisa) “é a totalidade de indivíduos que possuem as

mesmas características definidas para um determinado estudo” (SILVA; MENEZES, 2005,

p.32), sendo assim o universo desta pesquisa compreende uma empresa automobilística

localizada em São Carlos-SP.

Trata-se de uma amostra de uma determinada empresa do setor automobilístico devido

à proximidade de uma dos pesquisadores com tal empresa.

1.3.3 Coleta de dados

Para Gil (1995, p.158) as fontes escritas na maioria das vezes são muito ricas e ajudam

o pesquisador a não perder tanto tempo na hora da busca de material em campo, sabendo que

em algumas circunstâncias só é possível à investigação social através de documentos, ou seja,

foram usados documentos internos do centro de usinagem de bloco na indústria

automobilística, sendo eles: blocos de anotações do setor e relatórios de reuniões.

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2 O SISTEMA MQL

2.1 Definição de MQL

De acordo com Heisel et al. (1998) e Klocke et al. (2000) os sistemas de MQL

(Mínima Quantidade de Lubrificação) podem ser classificados de três formas distintas. A

primeira consiste no sistema de pulverização de baixa pressão, na qual o refrigerante (fluidos

de cortes ou refrigerantes) em virtude de suas principais funções na usinagem que é reduzir o

atrito entre ferramentas e a superfície em corte (lubrificação) e diminuir a temperatura na

região de corte (refrigeração) é aspirado por uma corrente de ar e levado até a superfície. O

segundo modelo utiliza bombas dosadoras com alimentação pulsatória de uma quantidade

definida de lubrificante até a superfície sem a presença de um fluxo de ar comprimido. O

terceiro e o mais empregado no sistema de Mínima Quantidade de Lubrificação é o de

pressão, processo na qual o refrigerante é bombeado através de uma tubulação distinta da do

ar comprimido, somente no bocal, este refrigerante é misturado ao fluxo de ar e, então

direcionado a interface de contato peça-ferramenta. Este modelo é interessante pelo fato de

permitir um ajuste independente das vazões de ar e de lubrificante onde o consumo de óleo

neste método é reduzido, definido entre 10 e 100 mililitros por hora (ml/h).

Heisel et al. (1998) relata que o fato dos sistemas de Mínima Quantidade de

Lubrificação requererem um espaço muito pequeno para instalação, ele pode ser fixado em

diversas posições, tornando-se flexível e podendo ser aplicado tanto na retificação quanto em

outros processos de corte.

Segundo Klocke e Einsenblätter (1997) e Young et al. (1997), existem muitas

vantagens na utilização da MQL comparando com a refrigeração convencional, dentre elas e

as principais são a redução da potência de retificação e energia específica, além da melhora da

qualidade superficial e do menor desgaste do rebolo.

De acordo com Attanasio et al. (2006), há várias vantagens na aplicação deste método.

A névoa e o vapor, que são nocivos à saúde do trabalhador são reduzidos e o ajuste da mistura

é muito fácil de ser controlada. Outras vantagens do MQL são: o barateamento na limpeza da

peça final e a capacidade de visualização do processo, já que o local da usinagem não é

inundado pelo fluido de corte.

Young et al. (1997) afirma que a mínima quantidade de lubrificação é uma das

alternativas de um processo mais limpo menos prejudicial para o meio ambiente. No Brasil,

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há um crescimento do número de empresas com certificados ISO 14001, esta norma tem sido

adotada por organizações de diversos países como base para seu sistema de gestão ambiental,

demonstrando uma tendência positiva à adoção desse tipo de sistema de gestão. Klocke et al.

(2000) afirma que uma das grandes dificuldades de se empregar a técnica de MQL na

retificação é que o calor (temperatura) introduzido na peça no processo de retificação é

superior quando comparado com as operações de usinagem com geometria definida, já que a

geometria do grão abrasivo geralmente apresenta ângulo de cisalhamento negativo requerendo

maior força de atrito na interação.

Segundo Diniz, Marcondez e Coppini (2013), tal denominação refere-se ao

procedimento no qual se pulveriza uma quantidade mínima de óleo (menos de 60ml/h) em um

fluxo de ar comprimido. Essa mistura de ar e óleo, embora não tenha alta capacidade de

refrigeração do processo, em grande parte das vezes possui alta capacidade de lubrificação da

região do corte.

Machado e Wallbank (1997) utilizaram essa técnica no torneamento de aço médio e

carbono e concluíram que, em alguns casos, a mistura ar mais água ou ar mais óleo solúvel

mostra-se melhor que a aplicação abundante de óleo solúvel.

2.2 Princípios MQL

De acordo com a Empresa Bielomatik (2015), a principal característica do MQL, é a

alimentação da quantidade exata do óleo diretamente para a área de operação da ferramenta.

O calor é dissipado principalmente através das aparas. Outras características importantes do

processo de maquinação são:

• No MQL o óleo é sempre usado no ponto de usinagem. Isto tem um efeito positivo

sobre a qualidade das peças de trabalho a serem usinadas;

• Este processo requer apenas uma potência muito baixa para transportar o MQL;

• O MQL vaporiza praticamente completa e imediatamente a área de corte da

ferramenta;

• O sistema de usinagem e as peças permanecem praticamente livres de óleo;

• O cavaco é seco e pode ser reciclado diretamente.

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2.3 Tecnologia MQL

De acordo com o SIN PAR Group (2015), o objetivo da usinagem à seco é substituir

os sistemas tradicionais de refrigerantes e óleos utilizados em componentes de processos de

usinagem, utilizando um fluxo de ar comprimido de transporte mínima controlando com

precisão as quantidades de óleo lubrificante como aerossol diretamente para a zona de corte.

Isto assegura a lubrificação da superfície de corte permitindo rendimentos elevados de

usinagem.

O spray pode ser transportado para a área de corte de duas formas:

• Por lubrificação externa, na qual o óleo é conduzido através de um local para a

superfície de corte;

• Por refrigeração interna, na qual o óleo é transportado diretamente através de furos de

lubrificação nas ferramentas integradas.

2.4 Funções do Líquido Refrigerante

De acordo com Machado et al (2009), em se tratando de sistemas de manufatura,

qualquer esforço para aumentar a produtividade e/ou reduzir custos, deve ser considerado. Na

usinagem, o uso de fluidos de corte, quando escolhidos e aplicados apropriadamente, traz

benefícios. A seleção adequada de um fluido de corte deve recair sobre aquele que possuir

composição química e propriedades corretas para lidar com as adversidades de um processo

de corte específico. Ele deve ser aplicado usando-se um método que permita sua chegada o

mais próximo possível da aresta de corte dentro da interface da ferramenta/cavaco, a fim de

assegurar que suas funções sejam executadas adequadamente.

As principais funções são:

• Lubrificação a baixas velocidades de corte;

• Refrigeração a altas velocidades de corte;

• Remoção dos cavacos da zona de corte;

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• Proteção da máquina-ferramenta e da peça contra a oxidação.

Segundo Ferraresi (1970), o fluido de corte tem a função de incorporar uma melhoria

no processo de usinagem dos metais. A melhoria poderá ser de caráter funcional ou de caráter

econômico.

As melhorias de caráter funcional são aquelas que facilitam o processo de usinagem,

conferindo a este um desempenho melhor. Entre estas melhorias destacam-se:

• Redução do coeficiente de atrito entre ferramenta e o cavaco;

• Expulsão do cavaco da região de corte;

• Refrigeração da ferramenta;

• Refrigeração da peça em usinagem;

• Melhor acabamento da superfície da peça em usinagem;

• Refrigeração da máquina-ferramenta.

As melhorias de caráter econômico são aquelas que induzem à um processo de

usinagem mais econômico. Entre essas melhorias destacam-se:

• Redução do consumo de energia de corte;

• Redução do custo de ferramenta na operação;

• Impedimento da corrosão da peça em usinagem.

2.5 Diferenças entre refrigeração convencional e MQL

Segundo Kiminami, Castro e Falcão (2013):

• Óleos de corte: é, em geral, uma mistura de diversos óleos minerais com aditivos,

não diluídos em água. São usados em usinagem com condições severas de corte,

usualmente quando em baixas velocidades e alimentação. Não têm propriedades

refrigerantes tão boas quanto os óleos solúveis, mas são excelentes lubrificantes e

permitem bom controle da oxidação.

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• Óleos solúveis: são óleos minerais que, com a adição de agentes emulsificantes,

formam uma emulsão com água. Nesse caso, as ótimas capacidades caloríficas e

condutividade térmica da água são combinadas com a ótima capacidade lubrificante e

de controle de oxidação do óleo. As vantagens em relação aos óleos de corte são a

alta capacidade de refrigeração, o baixo custo, a redução de fumaça e a eliminação do

perigo de combustão. As desvantagens são o pobre controle da oxidação, a

possibilidade de separação da emulsão e o ataque de bactérias.

• Fluídos Sintéticos: são também denominadas emulsões químicas formadas por

pequena quantidade de óleo emulsificado em água e produtos químicos dissolvidos.

De acordo com Diniz, Marcondez e Coppini (2013):

• MQL: mistura ar-óleo, apesar de não possuir alta capacidade de refrigeração do

processo, muitas vezes tem alta capacidade de lubrificação da região de corte.

2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TECNOLOGIA MQL

2.6.1 Vantagens

Rael e Diniz (2004) testaram a aplicação do MQL no fresamento de matriz de aço

endurecido (52HRC), fazendo uso de ferramentas inteiriças de metal duro com revestimento

de Ti A1N. Os resultados desses testes revelaram que o emprego do MQL proporcionou uma

durabilidade duas a três vezes maiores das ferramentas em relação ao corte sem a utilização

do fluido. Este, por sua vez, possibilitou o aumento da vida das ferramentas em uma vez e

meia a duas vezes maiores, comparado ao corte com fluido aquoso em abundância.

Braga et. al. (1999), efetuaram vários ensaios de furação em liga de alumínio silício

(7% de silício), valendo-se de brocas inteiriças de metal duro, a fim de comparar a utilização

de óleo solúvel em abundância com a mínima quantidade de fluido (10 ml/h de óleo em um

fluxo de 4,5 bares de ar). Em todas as análises, o desgaste da ferramenta, ao se utilizar o

MQL, não foi maior do que quando se fez uso do óleo solúvel. Além disso, os parâmetros de

qualidade da peça, tais como a tolerância dimensional e de forma (circularidade do furo) e a

rugosidade, também não apresentaram deterioração com a incorporação do MQL.

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2.6.2 Desvantagens

• Poluição Ambiental: Segundo Heisel et al. (1998), ainda que na maioria das vezes a

justificativa para o uso do MQL sejam as questões ambientais, sua pulverização

promove a dispersão, no ambiente atmosférico local, de muitas partículas de óleo, as

quais demandam cuidados especiais, antes da implementação do sistema. Dessa forma

os requisitos mínimos exigidos são: uma máquina inteiramente fechada com guardas

de proteção e um sistema eficiente de exaustão com controle de emissão de partículas.

Segundo esses mesmos especialistas, o tamanho e o tipo de partícula (vapor, névoa ou

fumaça de óleo), sobretudo, são informações essenciais (HEISEL et al. 1998).

De acordo com Diniz, Marcondes e Coppini (2013):

• Consumo: A aplicação do fluido por névoa é considerada sem retorno, isto é, com

perda total do fluido. Mesmo com baixos níveis de vazão (<50ml/h), o consumo do

fluido deve ser calculado e considerado. Para exemplificar imagina-se uma vazão de

um óleo integral de 10ml/h, com utilização contínua de 8h/dia (considerando apenas

um turno de trabalho diário). Ao final do expediente, 80ml de fluido se transformaram

em névoa, e ao final do mês (considerando 22 dias úteis de trabalho) 1760ml de fluido

foram consumidos. Em três meses, mais de cinco litros de fluido foram pulverizados.

Alguns produtos sintéticos podem ter consumo muito inferior, quando utilizados numa

concentração normal de, por exemplo, 5%. Esses produtos podem ter uma vida útil

contínua por períodos superior a seis meses. Mesmo considerando perdas, o consumo

deste produto nesse período será bem inferior que no caso da pulverização.

• Barulho: Na pulverização é utilizada uma linha de ar comprimido que funciona

intermitentemente durante todo o processo. Essas linhas de ar geram muito barulho,

normalmente com potência superior aquelas máximas permitidas para o ouvido

humano (<80 dB). Além de afetar a saúde, o barulho polui o ambiente, prejudicando a

comunicação. (DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2013).

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3 ESTUDO DE CASO

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA

A empresa estudada estabeleceu-se na cidade de São Carlos em 12 de outubro de

1996. Atualmente com área total de 84000 m², a fábrica possui seis linhas de montagem de

motores, quatro linha de usinagem de blocos, uma linha de usinagem de virabrequim, duas de

usinagem de cabeçotes, e três de montagem de cabeçotes. No início de suas atividades

contava com apenas uma linha de usinagem de blocos de ferro fundido dos motores, que por

sua vez utiliza máquinas do tipo Transfer e sistema de refrigeração convencional óleo mais

água e produzia em torno de 1500 peças por dia.

Hoje a empresa possui um quadro de aproximadamente 1200 funcionários, 850

diretamente ligados à empresa e o restante é terceirizado.

Esta empresa se destaca na região na qual esta implantada pelo trabalho que

desenvolve na área ambiental e pelos projetos com foco em sustentabilidade, pois conta com

uma área verde de 745 mil metros quadrados e possui 18,6 hectares de área de reserva legal,

com preservação do cerrado, com reflorestamento da mata nativa como uma das praticas

sustentáveis permanentes visando a preservação ambiental. Além disto, destaca-se a não

utilização de combustíveis para a realização dos testes dos motores produzidos. Também

conta com quatro maquinas responsáveis pelos testes, que levam 70 segundos para a

realização destes, proporcionando, portanto a redução no impacto ambiental.

Também exerce forte compromisso com a comunidade por meio de parceria com o

Parque Ecológico da cidade onde a empresa esta instalada contribuindo com a preservação da

biodiversidade e também com patrocínios no âmbito cultural.

No segmento automotivo tem um faturamento anual de 21,600 bilhões de reais, sendo

a mais lucrativa comparada aos seus concorrentes.

A empresa é responsável pela produção de uma média de 77 mil motores por mês em

48 modelos diferentes, de 1.0, 1.4 e 1.6 litros, os quais equipam diversos modelos de veículos.

Com o passar dos anos, o aumento da demanda de seus produtos, a necessidade de

melhoria em seu processo produtivo e melhoria no atendimento às normas de qualidade, foi

intensificando a necessidade de uma nova linha de usinagem de blocos, pois a linha de

usinagem já instalada não possuía capacidade produtiva para tal demanda, além do mais eram

máquinas já antigas que geravam um alto custo com refrigeração e energia elétrica.

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No ano de 2008, deu-se início as operações de uma nova linha de usinagem de blocos,

utilizando Centros Flexíveis de Usinagem.

Essa nova linha de usinagem, foi concebida dentro de todas as normas ambientais ISO

14000, e normas de qualidade VDA (Verband der Automobilindustrie, ou Associação de

Fabricantes para a Indústria Automobilística da Alemanha.), órgão certificador de qualidade

de processos e produtos de empresas automotivas.

Essa linha de usinagem por sua vez, já tinha o conceito de redução de custos,

produtividade, eficiência, sustentabilidade, com capacidade para produzir 1600 peças por dia,

porém, ainda utilizava o sistema de refrigeração convencional óleo mais água, o que ainda

gerava um alto custo em consumo de água e energia elétrica, mesmo com todas as melhorias

projetadas.

Em maio de 2012, com intuito de adequação ao mercado, inovação, redução de custos,

redução nos impactos ambientais, foi instalada uma nova linha de usinagem de blocos que

utiliza a tecnologia MQL (mínima quantidade de lubrificantes).

Essa nova tecnologia, trouxe uma redução drástica no consumo de água, energia

elétrica, e óleo utilizado nos processos de usinagem.

Em setembro de 2012, deu-se início as operações de usinagem de blocos e cabeçotes

em alumínio dos motores.

Essas novas linhas de usinagem, com o uso da tecnologia MQL, atendem a altos

padrões de qualidade do produto, processo e logística, determinados pela VDA e atendem

também aos padrões das normas ambientais ISO 14000.

Em 2015, ela se tornou referência em processos produtivos eficientes, enxutos e

sustentáveis para as demais plantas da empresa instaladas no Brasil. Em 2017 se mantém

como referência.

3.2 IMPLANTAÇÃO DO MQL NA EMPRESA ESTUDADA

Inicialmente, a tecnologia MQL (mínima quantidade de lubrificantes), foi introduzida

em maio de 2012 em uma linha de usinagem de blocos de ferro fundido dos motores com

capacidade de produção de 500 peças por dia.

Essa linha de usinagem era composta por Centros flexíveis de Usinagem bi fusos com

sistema de manuseio por portal. O MQL estava presente em 56% das operações de fresamento

(desbaste), mandrilhamento, furação, rosca e alargamento. Já a refrigeração convencional era

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presente em 23% das operações como fresamento (acabamento), brunimento de cilindros e

alojamento do virabrequim do bloco do motor. Os outros 21% eram operações a seco.

Em setembro de 2012, deu-se início à produção de blocos e cabeçotes de alumínio dos

motores, com uma utilização de 82% de todo o processo produtivo com o uso da tecnologia

MQL. Deste modo construiu-se um novo galpão de forma a atender as exigências e normas

ambientais, bem como a colocação de um novo sistema de exaustão, ventilação e

luminosidade. Esse novo galpão apresenta um número maior de telhas translúcidas, a fim de

aumentar a luminosidade para que haja uma redução no consumo de energia elétrica, trabalha

com sistema de pressão positiva, onde a pressão interna do galpão é maior que a pressão

atmosférica externa, a fim de eliminar partículas de sujeira e melhorar a temperatura ambiente

interna, onde cada linha de usinagem possui Centros Flexíveis de Usinagem bi fusos com

sistema de manuseio por portal e com capacidade para produzir 2000 peças por dia cada linha

de usinagem.

Atualmente apenas 13% das operações de usinagem dos motores utilizam refrigeração

convencional (mistura óleo mais água), como por exemplo, operações de fresamento

(acabamento), brunimento de cilindros e alojamento de virabrequim do bloco no motor.

Diferentemente da refrigeração convencional que é a mistura de óleo mais água,

geralmente em torno de 96% de água e 4% de óleo, o MQL utiliza a mistura de ar

comprimido com óleo.

Durante o processo de usinagem com a refrigeração convencional é utilizado cerca de

1 litro por minuto de emulsão por peça, ou seja, 60 litros por hora, enquanto que no sistema

MQL são utilizados cerca de 50 mililitros de óleo por hora em todo o processo de usinagem,

isso porque algumas ferramentas podem trabalhar só com ar comprimido, enquanto outras

podem trabalhar completamente á seco.

Na prática, nas linhas de usinagem que ainda utilizam a refrigeração convencional, a

mistura óleo mais água, se dá em uma central de mistura de refrigeração que se localiza no

subsolo da fábrica, e essa emulsão é distribuída para as máquinas com a utilização de bombas

de alta pressão através de tubulações. Durante todo o processo de usinagem, essa emulsão que

passa pelo canal de refrigeração da ferramenta, juntamente com os cavacos gerados pelo corte

do material, retorna através de tubulações de retorno por gravidade até a central de filtragem

de refrigeração.

Nessa central de filtragem é realizada a separação da emulsão dos cavacos metálicos e

até mesmo fragmentos de ferramentas que se quebram durante o processo de usinagem.

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A emulsão já separada dos restos metálicos retorna à central de mistura onde é

corrigida a concentração de óleo e água e devolvida às máquinas, repetindo todo esse

processo.

Já os cavacos e restos metálicos são levados por uma esteira até uma caçamba, onde

serão transportados por caminhões até a fundição.

Todo esse processo, mostrado na Figura 1, demanda um custo muito alto com

transporte de cavacos, consumo elevado de água, mesmo com utilização de água de reuso, e

alto consumo de óleo de corte, que será usado na mistura óleo mais água, além de energia

elétrica consumida pelas bombas de alta pressão.

Figura 1 - Sistema de filtragem e mistura de refrigeração tradicional

Fonte: Empresa estudada

Já nas linhas de usinagem que utilizam a tecnologia MQL, o processo é mais simples.

O reservatório de óleo é fixado em cada máquina que utiliza esse sistema e o ar

comprimido utilizado na mistura ar mais óleo, pode ser o mesmo ar que alimenta as máquinas

de usinagem.

Durante o processo de usinagem, como mostrado na Figura 2, nas ferramentas que

necessitam lubrificação, essa mistura é realizada na hora da usinagem através da programação

CNC da própria máquina, então, através dos canais de lubrificação da ferramenta, o MQL é

pulverizado na peça, e realizado a usinagem.

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Figura 1- Sistema de lubrificação por MQL

Fonte: Empresa estudada

Os cavacos gerados pelo corte das ferramentas caem por gravidade em uma esteira

localizada em canaletas que interligam várias máquinas de usinagem até uma central de

centrifugação do cavaco que se localiza ao lado da máquina de usinagem.

Após o ciclo de centrifugação, para eliminar o MQL presente no cavaco de alumínio, o

mesmo é sugado por um sistema a vácuo até uma central de trituração para posteriormente ser

transportado até uma caçamba e ser transportado por caminhão até a fundição.

Esse sistema é muito vantajoso, pois não utiliza água em seu processo e o consumo de

óleo é muito baixo comparado ao sistema de refrigeração convencional óleo mais água, porém

existe um aumento em torno de 5% no uso de ar comprimido.

A tecnologia MQL apresenta vários benefícios, dentre esses, podemos destacar:

• Redução nos custos com refrigeração de até 95%, pois não é utilizado água e a

quantidade de óleo pulverizado na ferramenta durante a usinagem é mínima e depende

dos parâmetros de corte de cada ferramenta;

• Redução nos custos com energia elétrica, pois não há a necessidade de uso de bombas

de alta pressão para enviar refrigeração para as máquinas;

• Aumento da vida útil da ferramenta, como o MQL sempre é utilizado novo e limpo,

então dificilmente haverá entupimento dos canais de lubrificação das ferramentas.

Com o uso do MQL não existe choque térmico na aresta de corte das ferramentas, o

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que reduz a probabilidade de quebra da mesma e também o atrito é reduzido, já que o

MQL além de refrigerar age como lubrificante o que reduz o desgaste da ferramenta;

• Mais qualidade e melhor acabamento superficial, especialmente em peças de alumínio.

Como o óleo sempre é novo e limpo, não existe a possibilidade de refrigeração

contaminada por cavaco, o que na maioria das vezes geram riscos superficiais nas

peças;

• Peças e cavacos praticamente limpos reduzindo custos de lavagem das peças e

tratamento de cavacos;

• Reduz riscos para os colaboradores causados pela emissão de óleo no ar e na pele, pois

a área de trabalho praticamente é sempre limpa;

• É um sistema ecologicamente correto, pois reduz o consumo de água durante a

lavagem das peças, reduz custos de transporte de cavacos, reduz a emissão da névoa

gerada pelo atrito entre fermenta e peça que está sendo usinada através de exaustores

instalados nas próprias máquinas de usinagem. Esses exaustores levam a névoa até um

lavador de gases, aí então o gás limpo é emitido para a atmosfera e as partículas que

estavam nos gases são enviados para a Estação de Tratamento de Efluentes.

Nas linhas de usinagem que utilizam a refrigeração convencional, as máquinas

lavadoras de peças, são máquinas do tipo Transfer, como mostra a Figura 3, ou seja, o sistema

de transporte da máquina posiciona as peças a serem lavadas em câmaras que se fecham e se

inicia o ciclo de lavagem das mesmas de forma posicionada, gerando um alto consumo de

água e produtos específicos para a realização da lavagem, como por exemplo, desengraxante e

antioxidantes, já que nesse processo de usinagem as peças tem uma sujidade muito alta, com

uma grande concentração de óleo refrigerante e cavacos que não são eliminados durante a

usinagem.

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Figura 3 - Lavadora de peças tipo Transfer

Fonte: Empresa estudada

Já nas linhas que utilizam o MQL, após a usinagem, as peças estão praticamente

limpas e livres de cavacos, o que favorece a lavagem das peças, reduzindo o consumo de

água, desengraxantes e antioxidantes, pois nas lavadoras, que são mostradas na Figura 4, as

peças são transportadas e posicionadas por robôs. Durante essa operação o robô posiciona e

direciona a peça nos pontos específicos da peça eliminando a sujidade.

Figura 2 - Lavadora de peças que utilizam Robôs

Fonte Empresa estudada

As ferramentas de corte utilizadas no sistema MQL, devem obedecer a algumas

especificações, dentre elas:

• Área do cone central deve ser maior que a soma de todas as áreas dos canais de saída;

• Diâmetro do canal de saída deve ser em torno de 1,5mm, como mostra a Figura 5, caso

o diâmetro seja superior a 3mm, irá gerar aumento do consumo de ar comprimido e

poluição;

• Direção de saída deve forçar o aerossol a acertar a face a ser usinada na peça.

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Figura 3- Diâmetro dos canais de lubrificação de ferramentas

Fonte: Empresa estudada

As ferramentas de corte do sistema MQL, apresentam benefícios, como por exemplo:

• Fácil manuseio e instalação nas máquinas pelo operador;

• Possibilidade de modificação do sistema MQL para sistema de refrigeração

convencional;

• Fácil controle de parâmetros de corte, como o atrito é reduzido, o esforço da mesma é

baixo;

• Adequada para fusos de máquinas com rotações em torno de 1600 RPM;

• Baixo nível de sujidade da ferramenta após seu uso, em comparação à ferramenta do

sistema convencional de refrigeração, como vemos na Figura 6.

Figura 4 - Sujidade das ferramentas com refrigeração convencional e MQL

Fonte: Empresa estudada

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3.3 Melhorias Alcançadas

Após a implementação do sistema de refrigeração por MQL, houve uma grande

mudança em todo processo produtivo da fábrica. No ano de 2017 pode-se destacar:

• Redução no consumo de água, nos processos de usinagem e lavagem de peças;

• Redução no consumo de óleo de corte usado na refrigeração nos processos de

usinagem;

• Redução no consumo de energia elétrica, devido a não utilização de bombas de alta

pressão e adequação da construção do novo galpão;

• Redução com transporte de cavacos do processo de usinagem;

• Redução na sujidade das peças após a usinagem;

• Áreas de usinagem livres de vazamentos de refrigeração óleo mais água, tornando o

ambiente de trabalho limpo e seguro, (conceito usinagem limpa);

• Aumento da vida útil das ferramentas de corte que utilizam o sistema de refrigeração

por MQL;

• Redução da sujidade nas ferramentas de corte que utilizam esse sistema;

• Aumento da qualidade das peças usinadas.

3.4 Proposições de Melhorias

Embora o sistema de MQL tenha trazido inúmeras melhorias para a empresa, é

consenso à ideia de melhoria contínua. Embora ecologicamente correto e de mais fácil

usabilidade pelos funcionários, algumas medidas podem ser tomadas para aumentar ainda

mais os benefícios trazidos, por isso propõem-se:

• Implantação de sopradoras de cavacos durante todo o processo de produção de blocos

a fim de diminuir a sujidade e aumento da qualidade final, durante cada etapa de

usinagem, após o processo de desbaste, instalar uma sopradora com finalidade de

retirar possíveis acúmulos de cavacos. Deste modo quando os blocos chegarem à

lavadora de processo final esteja praticamente livre de sujidade, obtendo economia de

água, desengraxantes e antioxidantes.

• Adoção e conferência de todos os procedimentos estabelecidos para evitar qualquer

tipo de problema ambiental.

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Além disso, sugere-se a introdução de uma verificação (check-in) semanalmente feita

por mecânicos a fim de verificar as condições de conservação e desgastes de alguns pontos do

sistema de MQL como:

• Controle da pressão de ar;

• Controle do fluxo de ar;

• Controle da válvula de óleo;

• Controle do nível de óleo;

• Verificação em cabos e conexões.

Como a implantação do sistema MQL no centro de usinagem foi muito positiva,

gerando economias e proporcionando a fabricação de produtos com mais qualidade, este

trabalho também sugere na medida do possível e com planejamento a implantação do sistema

em todos os centros de usinagem da unidade objetivando tornar a fabrica mais competitiva,

lucrativa e totalmente responsável com o meio ambiente.

Ressalta-se que estas são apenas proposições de melhorias sugeridas por pesquisadores

enquanto estudantes e trabalhadores, no entanto, para a implantação do sistema em outros

setores é necessário um planejamento de longo prazo vindo da alta administração visto que

requer mudanças e investimentos.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje, o investimento em qualidade e tecnologias modernas que geram redução de

custos nos processos fabris não é uma decisão puramente financeira, mas uma decisão

estratégica e que deve ser pensada tanto pelas economias geradas como pelo valor agregado

ao cliente.

Além disto, a questões como qualidade de vida no trabalho, segurança no trabalho e

legislação ambiental deve ser considerada e cautelosamente aplicada.

A busca pela inovação constante de novas tecnologias faz com que as empresas se

antecipem aos seus concorrentes, produzindo produtos de boa qualidade e mais eficientes.

No caso da empresa estudada, a implantação em quase todo setor de usinagem, do

sistema de MQL tem alcançado em 2017 grande economia, maior satisfação para os

funcionários e uma melhora significativa da qualidade de produtos.

Após todas essas mudanças necessárias para a implantação de MQL, pode-se concluir

que hoje a empresa estudada é uma indústria sustentável, com baixo índice de consumo de

bens naturais, referência para outras plantas de fábricas instaladas no Brasil. A unidade

estudada está comprometida com qualidade de seus processos produtivos, qualidade de seus

produtos, atendimento à necessidade de seus clientes, atendimento às normas ambientais e

políticas de qualidade.

Com a implantação do MQL, a empresa obteve melhores notas em Auditorias ISO

14000, garantindo assim a certificação ambiental, e por isso a unidade não só é referência em

Qualidade Ambiental, mas a primeira unidade do grupo fora da Europa a receber essa

certificação.

Além disso, também obteve melhores notas em Auditoras VDA, em qualidade de

peças, processos, logística e documentos, garantindo assim, novos investimentos na unidade.

Assim, conceitos relacionados à sustentabilidade são aplicados rotineiramente na

indústria com o objetivo de minimizar os impactos ambientais causados pela geração de

resíduos sólidos por suas atividades (tornando tais atividades ambientalmente mais

sustentáveis) a empresa estudada ainda consegue o que todas as empresas almejam, redução

de seus custos de produção e melhoria de produtividade o que geralmente leva a aumentos de

lucros.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE PESQUISA

Roteiro utilizado para adquirir informações e características da unidade da empresa

estudada:

1- Localização da unidade

2- Setor produtivo da unidade

3- Ano de instalação da unidade

4- Produção diária

5- Número de funcionários

6- Número de funcionários terceirizados

7- Faturamento

8- Tipo de sistema de fabricação

9- Sistema convencional

10- Processo antigo demanda custo alto de água e energia elétrica

11- Modernizar e economizar substituindo máquina transfer por centro de usinagem

12- Sistema MQL processo mais simples

13- Introdução do MQL

14- Vantagens do MQL

15- Oportunidades de melhorias

16- Compromissos com a comunidade

17- Preocupação ambiental