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Editorial ESCOLAS MÉDICAS ‘‘O Conselho Regional de Medicina do Ceará é contra a abertura indiscriminada de escolas médicas e defende o REVALIDA como mecanismo adequado para a avaliação dos médicos formados em outros países.’’ INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 128- MAR|ABR DE 2018 Págs. 2 e 3 Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8 PARA USO DOS CORREIOS MUDOU-SE DESCONHECIDO RECUSADO ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO FALECIDO AUSENTE NÃO PROCURADO INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM____/___/___ ___________________ Fechando a Edição Mar-Abr| 2018 Atividades Conselhais CFM define critérios para “clínicas populares” Incorporação de práticas integrativas no SUS Moção de Repúdio Página das Celebrações XXI Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC e XXIV Fórum de Discussões do CREMEC Prestação de contas Entrega de carteiras Demografia Médica / 2018 É sabido que muitos enfermos têm enorme dificuldade de acesso ao tratamento médico. Os hospitais habitualmente encontram-se superlotados, com macas nos corredores e médicos sobrecarregados no trabalho de bem atender os doentes. Há filas para cirurgia, para consultas especializadas, para procedi- mentos mais sofisticados. Tal cenário passa a nítida impressão de que faltam médicos no Brasil. Assim, muitos se espantam quando tomam conhecimento de que nosso país terá, já em 2020, cerca de 500.000 (quinhentos mil) esculápios. Enquanto isto, as es- colas de medicina têm sido abertas às dezenas (Em 5 de abril de 2018, foi assinada pelo Ministério da Educação a Portaria 328, suspendendo por cinco anos a abertura de novas escolas médicas, assim como a ampliação de vagas nas escolas já existentes). Segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2018, os médicos brasileiros estão majorita- riamente nas grandes cidades do país, sendo que 55,1% deles trabalham nas capitais. Como ilustra- ção, 93,1% dos médicos do Estado do Amazonas se concentram em Manaus, a cidade de São Paulo conta com 59.934 médicos, e Fortaleza tem três vezes mais médicos que todo o interior do Estado do Ceará. Mesmo nas metrópoles, porém, há segmentos da população que quase nunca conseguem atendimento médico. Sob a alegação de que busca sanar tais dis- torções, o governo federal parece empenhado numa política de saturar o mercado de médicos. Com isto, multiplicam-se os novos cursos de medicina, alguns sem a estrutura mínima necessária, sem corpo docente devidamente habilitado para orientar todas as etapas da formação dos futuros médicos. Muitas escolas médicas não dispõem de hospital univer- sitário, o que poderá criar dificuldades adicionais para o indispensável aprimoramento prático dos alunos no exame e acompanhamento do tratamento dos enfermos. No entanto, a hiperconcentração de médicos em algumas cidades ocorre paralelamente à existência de “desertos médicos”, ou seja, áreas em que há poucos médicos, o que se dá mesmo nas peri- ferias das capitais. O problema da má distribuição de médicos deve ser analisado com mais profundidade, para identificação de suas reais causas e adoção de medidas corretivas. Outra questão preocupante é a da qualidade do médico formado atualmente, quando abrir cursos de medicina, mesmo nas circunstâncias supracitadas, virou uma febre. Surge o justo receio de que aumen- tem as demandas por má prática contra médicos. Ao mesmo tempo, é inevitável que a sociedade queira alguma garantia de que não serão autorizados a praticar medicina aqueles que não se encontrem em condição de fazê-lo dentro dos parâmetros técnico- científicos e éticos consagrados pela tradição da arte médica. Entre outras sugestões, reaparecem as propostas de algo análogo ao “exame da ordem”, só que aplicado aos concludentes do curso médico, os quais, uma vez ultimado o período de faculdade, precisariam ter desempenho satisfatório numa pro- va de conhecimentos médicos. O tema vem sendo debatido há décadas. Há os que interrogam: como uma prova escrita poderia aferir os conhecimentos técnicos, as habilidades motoras e as atitudes ético- -morais do futuro médico? Da discussão, nasceu uma proposição mais ampla: os estudantes de Medicina, e também as escolas médicas, seriam avaliados não uma vez, mas no 2º ano, no 4º e no 6º anos. Em que esta fórmula se distingue da anterior? Teríamos aqui a chance de estabelecer mecanismos de correção de possíveis deficiências de preparo dos estudantes, com ação também junto ao curso médico cujos alunos tivessem, de forma marcante, maus resultados nas avaliações. Ao final do curso, após todo esse proces- so, aí sim, a não aprovação no exame impediria o exercício da profissão médica. E os médicos formados no exterior? A lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da edu- cação nacional, diz no artigo 48 que os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas brasilei- ras. O objetivo da exigência é garantir que o doutor esteja preparado para exercer a medicina no Brasil, necessitando, para isto, além do preparo teórico-prá- tico em medicina, de noções da epidemiologia e da legislação em saúde dentro da realidade brasileira. Ademais, não é descabido cobrar que o candidato a trabalhar no Brasil saiba falar a nossa língua, entenda e se faça entender na “última flor do Lácio”. Tais requisitos foram simplesmente desconsiderados pelo governo federal quando da criação do Programa Mais Médicos. Seja como for, os Conselhos de Medicina continuaram lutando para que a assistência médica fosse tratada com responsabilidade e não com me- didas paliativas ou ações midiáticas que iludem a população, porém em nada contribuem para resolver de modo consistente o problema. O Conselho Regional de Medicina do Ceará é contra a abertura indiscriminada de escolas médicas e defende o REVALIDA como mecanismo adequado para a avaliação dos médicos formados em outros países. Luta, igualmente, pela ampliação das vagas de Residência Médica. E defende, há anos, a criação da carreira de Estado para médicos, como maneira de viabilizar a presença de profissionais da medicina em todos os municípios do país, para o que é igualmente necessário que haja amplo investimento na organização de serviços de saúde bem estrutura- dos e equipados, a fim de que os médicos, dispondo de boas condições de trabalho e remuneração digna, possam atender de forma integral e resolutiva os diversos problemas de saúde da população. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

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Page 1: INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO … · ou instituições prestadoras de serviços médicos”, disse. Assessoria de Imprensa do CFM CFM define critérios para funcionamento

Editorial ESCOLAS MÉDICAS

‘‘O Conselho Regional de Medicina do Ceará

é contra a abertura indiscriminada de escolas médicas e

defende o REVALIDA como mecanismo adequado para a

avaliação dos médicos formados em outros

países.’’

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 128- MAR|ABR DE 2018

Págs. 2 e 3Págs. 4 e 5 Págs. 6 e 7 Pág. 8

PARA USO DOS CORREIOS

MUDOU-SEDESCONHECIDORECUSADOENDEREÇO INSUFICIENTENÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO

FALECIDOAUSENTENÃO PROCURADOINFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL

EM____/___/___ ___________________

Fechando a Edição Mar-Abr| 2018

Atividades Conselhais

CFM define critérios para “clínicas populares”

Incorporação de práticas integrativas no SUS

Moção de Repúdio

Página das Celebrações

XXI Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC e XXIV Fórum de Discussões do CREMEC

Prestação de contas

Entrega de carteiras

Demografia Médica / 2018

É sabido que muitos enfermos têm enorme dificuldade de acesso ao tratamento médico. Os hospitais habitualmente encontram-se superlotados, com macas nos corredores e médicos sobrecarregados no trabalho de bem atender os doentes. Há filas para cirurgia, para consultas especializadas, para procedi-mentos mais sofisticados. Tal cenário passa a nítida impressão de que faltam médicos no Brasil. Assim, muitos se espantam quando tomam conhecimento de que nosso país terá, já em 2020, cerca de 500.000 (quinhentos mil) esculápios. Enquanto isto, as es-colas de medicina têm sido abertas às dezenas (Em 5 de abril de 2018, foi assinada pelo Ministério da Educação a Portaria 328, suspendendo por cinco anos a abertura de novas escolas médicas, assim como a ampliação de vagas nas escolas já existentes).

Segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2018, os médicos brasileiros estão majorita-riamente nas grandes cidades do país, sendo que 55,1% deles trabalham nas capitais. Como ilustra-ção, 93,1% dos médicos do Estado do Amazonas se concentram em Manaus, a cidade de São Paulo conta com 59.934 médicos, e Fortaleza tem três vezes mais médicos que todo o interior do Estado do Ceará. Mesmo nas metrópoles, porém, há segmentos da população que quase nunca conseguem atendimento médico. Sob a alegação de que busca sanar tais dis-torções, o governo federal parece empenhado numa política de saturar o mercado de médicos. Com isto, multiplicam-se os novos cursos de medicina, alguns sem a estrutura mínima necessária, sem corpo docente devidamente habilitado para orientar todas as etapas da formação dos futuros médicos. Muitas escolas médicas não dispõem de hospital univer-sitário, o que poderá criar dificuldades adicionais para o indispensável aprimoramento prático dos alunos no exame e acompanhamento do tratamento dos enfermos. No entanto, a hiperconcentração de médicos em algumas cidades ocorre paralelamente à existência de “desertos médicos”, ou seja, áreas em que há poucos médicos, o que se dá mesmo nas peri-ferias das capitais. O problema da má distribuição de médicos deve ser analisado com mais profundidade, para identificação de suas reais causas e adoção de medidas corretivas.

Outra questão preocupante é a da qualidade

do médico formado atualmente, quando abrir cursos de medicina, mesmo nas circunstâncias supracitadas, virou uma febre. Surge o justo receio de que aumen-tem as demandas por má prática contra médicos. Ao mesmo tempo, é inevitável que a sociedade queira alguma garantia de que não serão autorizados a praticar medicina aqueles que não se encontrem em condição de fazê-lo dentro dos parâmetros técnico-científicos e éticos consagrados pela tradição da arte médica. Entre outras sugestões, reaparecem as propostas de algo análogo ao “exame da ordem”, só

que aplicado aos concludentes do curso médico, os quais, uma vez ultimado o período de faculdade, precisariam ter desempenho satisfatório numa pro-va de conhecimentos médicos. O tema vem sendo debatido há décadas. Há os que interrogam: como uma prova escrita poderia aferir os conhecimentos técnicos, as habilidades motoras e as atitudes ético--morais do futuro médico? Da discussão, nasceu uma proposição mais ampla: os estudantes de Medicina, e também as escolas médicas, seriam avaliados não uma vez, mas no 2º ano, no 4º e no 6º anos. Em que esta fórmula se distingue da anterior? Teríamos aqui a chance de estabelecer mecanismos de correção de

possíveis deficiências de preparo dos estudantes, com ação também junto ao curso médico cujos alunos tivessem, de forma marcante, maus resultados nas avaliações. Ao final do curso, após todo esse proces-so, aí sim, a não aprovação no exame impediria o exercício da profissão médica.

E os médicos formados no exterior? A lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da edu-cação nacional, diz no artigo 48 que os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas brasilei-ras. O objetivo da exigência é garantir que o doutor esteja preparado para exercer a medicina no Brasil, necessitando, para isto, além do preparo teórico-prá-tico em medicina, de noções da epidemiologia e da legislação em saúde dentro da realidade brasileira. Ademais, não é descabido cobrar que o candidato a trabalhar no Brasil saiba falar a nossa língua, entenda e se faça entender na “última flor do Lácio”. Tais requisitos foram simplesmente desconsiderados pelo governo federal quando da criação do Programa Mais Médicos. Seja como for, os Conselhos de Medicina continuaram lutando para que a assistência médica fosse tratada com responsabilidade e não com me-didas paliativas ou ações midiáticas que iludem a população, porém em nada contribuem para resolver de modo consistente o problema.

O Conselho Regional de Medicina do Ceará é contra a abertura indiscriminada de escolas médicas e defende o REVALIDA como mecanismo adequado para a avaliação dos médicos formados em outros países. Luta, igualmente, pela ampliação das vagas de Residência Médica. E defende, há anos, a criação da carreira de Estado para médicos, como maneira de viabilizar a presença de profissionais da medicina em todos os municípios do país, para o que é igualmente necessário que haja amplo investimento na organização de serviços de saúde bem estrutura-dos e equipados, a fim de que os médicos, dispondo de boas condições de trabalho e remuneração digna, possam atender de forma integral e resolutiva os diversos problemas de saúde da população.

Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC

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[email protected] Jornal Conselho

As chamadas clínicas populares – estabelecimentos em ascensão nos últimos anos diante da crise econômica que derrubou o número de beneficiários de planos de saúde – contarão agora com regras claras de funciona-mento e registro perante os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Dentre as determinações da Reso-lução nº 2.170/2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM), estão a obrigatoriedade de indicação do diretor técnico médico responsável no CRM, a divulgação de valores somente no interior dos estabelecimentos e sua proibição nos anúncios publicitários.

Para o relator da norma e 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes, a regulamentação de diretrizes específica para as clínicas populares visa adequar estes es-tabelecimentos às normativas legais, ao Código de Ética Médica e às normas gerais de funcionamento de todos os estabelecimentos de assistência médica no Brasil.

“Estas clínicas são empresas de prestação de servi-ços médicos e, portanto, são obrigadas a ter registro no CRM da jurisdição onde atuam. Além disso, o corpo clínico desses estabelecimentos deve contar com médi-cos comprovadamente habilitados para o exercício da medicina no Brasil e os serviços colocados à disposição da população devem se limitar a atos e procedimentos reconhecidos pelo CFM”, alerta Fortes.

Promoções e publicidade – A nova resolução entra em vigor três meses após a data da publicação, prevista para esta semana. A partir de então, essas clíni-cas, a exemplo das empresas médicas em geral, estarão impedidas de oferecer qualquer promoção relacionada ao fornecimento de cartões de descontos, fidelidade ou similares. Essa prática é proibida desde 2010, quando o CFM entendeu que a adesão de médicos às regras de pro-moções deste tipo deixa o sigilo do paciente vulnerável.

No que diz respeito à divulgação de honorários e valor de custo dos procedimentos, exames e consultas, a norma autoriza sua exposição apenas no interior dos estabelecimentos. “Continua a vedação para a divulgação em qualquer mídia, em panfletos, ou em qualquer outro

meio que esteja em desacordo com a Resolução CFM nº 1974/2011, que que estabelece os critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições sobre o tema”, destacou o vice-presidente.

Também fica proibido anúncios publicitários de qualquer natureza com indicação de preços de consultas, formas de pagamentos que caracterizem a prática da concorrência desleal, comércio e captação de clientela. “É preciso lembrar que o Código de Ética Médica veda ao médico praticar concorrência desleal com outro médico”, ressaltou Fortes, ao lembrar que as penas para infrações éticas no exercício da medicina podem ir da advertência à cassação do registro profissional.

Conflito de interesses – De acordo com a Reso-lução do CFM, também é vedado à clínica médica de atendimento ambulatorial se instalar junto a estabeleci-mentos que comercializem órteses, próteses, implantes de qualquer natureza, produtos e insumos médicos. Também não podem funcionar “em contiguidade” a óticas, farmácias, drogarias e comércio varejista de combustíveis, ou em interação com estabelecimentos comerciais de estética e beleza.

Segundo o relator, no entanto, é permitido o fun-cionamento desses estabelecimentos em locais de grande fluxo de pessoas, como shoppings centers. “Entendemos que, tradicionalmente, os consultórios médicos e am-bulatórios sempre foram instalados em ruas comerciais das cidades. Para tanto, devem obedecer às normas do CFM no que diz respeito ao ato médico e dispositivos para segurança predial e rotas de fuga para situações de pânico, de acordo com a legislação específica”, aponta.

Mercado em alta – Embora não existam dados oficiais sobre o crescimento real das clínicas populares, especialistas ouvidos por grandes veículos de comuni-cação que elas são uma tendência no mercado brasileiro e ganharam força nos últimos anos, especialmente nos grandes centros. Na avaliação, eles teriam herdado os

trabalhadores que, por conta da crise econômica, não conseguiram manter seus planos de saúde. Segundo da-dos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de três milhões de pessoas deixaram de ser clientes das operadoras desde 2014.

“Com o aumento do desemprego e a instabilidade econômica dos últimos anos, estas clínicas surgem como alternativa para aqueles que não têm plano de saúde e não querem enfrentar as filas de espera na rede pública”, destaca Carlos Vital, presidente do CFM. Para ele, no entanto, é preciso lembrar que, por serem empresas que realizam consultas médicas, exames ou procedimentos médicos-cirúrgicos de curta permanência institucional, devem seguir normas relativas à infraestrutura e boas práticas em serviços de saúde.

Ética médica – Já a migração de médicos para este nicho pode ser “uma reação à precarização dos contratos de trabalho com os serviços públicos, à baixa remuneração oferecida em concursos e à ausência de uma carreira de Estado para o médico”, avalia Carlos Vital. Além disso, pode ser reflexo ainda do desequilíbrio na correlação de forças entre prestadores de serviço e as operadoras de planos de saúde e má remuneração na saúde suplementar.

Segundo o presidente do CFM, o principal atra-tivo destas clínicas deve ser a qualidade e não o preço ou a remuneração. “Do ponto de vista de negócios, qualquer acordo ou contrato deve estar atento ao artigo 58 do Código de Ética Medica, que proíbe o médico o exercício da profissão de forma mercantilista. Por sua vez, o artigo 63 aponta que é proibido explorar o trabalho de outro médico, isoladamente ou em equipe, na condição de proprietário, sócio, dirigente ou gestor de empresas ou instituições prestadoras de serviços médicos”, disse.

Assessoria de Imprensa do CFM

CFM define critérios para funcionamento das “clínicas populares”

Incorporação de práticas integrativas no SUS ignora prioridades na alocação de recursos, diz CFM em nota

Resolução proíbe uso de cartões de descontos, interação ou dependência com estabelecimentos comerciais e divulgação publicitária

As chamadas práticas integrativas e complementares – que receberam o incremento de mais dez modalidades pelo Ministério da Saúde, "não apre-sentam resultados e eficácia comprovados cientificamente". A avaliação é do Conselho Federal de Medicina (CFM), expressa por meio de nota divul-gada à imprensa e à sociedade.

Além da falta de comprovação científica (que torna a prescrição e o uso desses procedimentos proibidos aos médicos), a autarquia considera que a decisão de incorporação dessas práticas na rede pública "ignora prioridades na alocação de recursos no SUS" e cobra dos gestores medidas que otimi-zem a competência administrativa do sistema.

Leia abaixo a íntegra do documentoNOTA À POPULAÇÃO E AOS MÉDICOSTema: Incorporação de práticas alternativas pelo SUS

Com relação ao anúncio feito pelo Ministério da Saúde sobre a incor-poração do acesso a 10 novas modalidades de terapias alternativas no âm-bito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Federal de Medicina (CFM) vem a público manifestar sua posição contrária a essa medida pelos seguintes motivos:

1) Tais práticas alternativas não apresentam resultados e eficácia com-provados cientificamente;

2) A decisão de incorporação dessas práticas na rede pública ignora prioridades na alocação de recursos no SUS;

3) A prescrição e o uso de procedimentos e terapêuticas alternativos, sem reconhecimento científico, são proibidos aos médicos brasileiros, con-forme previsto no Código de Ética Médica e em diferentes normas aprova-das pelo Plenário desta autarquia.

Finalmente, o Conselho Federal de Medicina reitera sua cobrança aos gestores do SUS para que adotem medidas que otimizem sua competência administrativa, com a promoção de políticas públicas eficazes e que possam ser acompanhadas por meio de um sistema permanente de monitoramento, fiscalização, controle e avaliação de resultados.

Brasília, 13 de março de 2018.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)

Assessoria de Imprensa do CFM

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Jornal Conselho [email protected]

ESTAMOS CELEBRANDO TAMBÉM OS 60 ANOS DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ E OS 35 ANOS DO JORNAL CONSELHO

Nos idos de 1930, a sociedade cearense iniciou movi-mento liderado pelo Dr. Jurandir Picanço para dotar o estado de uma Faculdade de Medicina e assim melhorar a saúde da nossa gente, sonho finalmente realizado aos 12 de maio de 1948 com a conferência proferida pelo Prof. Alfredo Alberto Monteiro, então Diretor da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro). Depois, por inciativa do governo federal, a Faculdade de Medicina (FAMED) passou a compor em dezembro de 1954 junto da Faculdade de Direito, da Escola de Agronomia e das Faculdades de Farmácia e Odontologia, a recém criada “Universidade do Ceará”.

Em 2010, a FAMED criou o Curso de Fisioterapia, pioneiro em instituição pública no estado. A Unidade Acadêmica compõe-se de sete Departamentos médicos (Cirurgia, Fisiologia e Farmacologia, Medicina Clínica, Morfologia, Patologia e Medicina Legal, Saúde Comunitária e Saúde Materno-Infantil), além o de Fisioterapia. Possui corpo docente altamente titulado, sendo mais de 70% deles doutores, bem como servidores técnicos adminis-trativos qualificados para o suporte das atividades acadêmicas.

A estrutura física atual da FAMED é grande e diversificada: salas de aulas, auditórios, Laboratórios de pesquisa, de Informática, de Habilidades Clínicas, de Comunicação, Mor-fofuncional, Biotério, e específicos para Fisioterapia entre outros. Contamos com manequins e equipamentos para simulação clínica, além de estrutura para atividades de EAD (educação à distância) como telemedicina e videoconferências, coordenadas pelo NU-TEDS (Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde).

Desde 1978, a FAMED oferece cursos de pós-gradua-ção strictu sensu nas seguintes áreas: Patologia (apenas Mestrado), Cirurgia; Ciências Médicas; Ciências Morfofuncionais; Farmaco-logia; Microbiologia Médica e Saúde Coletiva, todos ao nível de Mestrado e Doutorado e sob aprovação da CAPES. Na pesquisa biomédica, a FAMED conta com três núcleos de pesquisa: o

Núcleo de Medicina Tropical que estuda, pesquisa e dá assistên-cia às doenças tropicais mais prevalentes na região Nordeste do Brasil; o Núcleo de Biomedicina (NUBIMED), sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Biomedicina no Semiárido Brasileiro, principal rede de pesquisa e desenvolvimento tecnológico financiado pelo CNPq, fundações internacionais de pesquisas e convênios internacionais de colaborações em pesquisas e tecnologias com a UFC; e o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvi-mentos de Medicamentos (NPDM) dedicado a estudos científicos, prestação de serviços, desenvolvimento tecnológico, inovação e capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de novos medicamentos na indústria;.

Tendo funcionado inicialmente num casarão vizinho ao Teatro José de Alencar, a FAMED se instalou definitivamente em 1957 no Porangabussu, onde foi construído o Hospital das Clínicas e, depois, a Maternidade Escola Assis Chateaubriand. O Complexo Universitário Walter Cantídio é hoje no Ceará o principal polo de formação médica especializada ao nível de resi-dência médica, onde um total de 264 residentes prestam assistência médica à população em 46 áreas distintas.

Nas imediações da FAMED, situam-se o Instituto do Câncer do Ceará, o HEMOCE e o Hospital São José de Doenças Infecciosas, com os quais mantem ampla interação acadêmica.

Com imenso orgulho, registramos ter formado ao longo desses 70 anos, mais de 8.100 médicos, 1.558 mestres e 478 doutores que têm contribuído de forma notável na melhoria da saúde e no desenvolvimento científico do Ceará.

Profa. Valeria Goes Ferreira PinheiroDiretora da Faculdade de Medicina

PÁGINA DAS CELEBRAÇÕES

70 ANOS DE FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Organizada por Dalgimar B. de Menezes

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

Fátima Sampaio CREMEC: Av. Antonio Sales, 485 - Joaquim Távora

CEP: 60135-101Telefone: (85) 3230.3080

Fax: (85) 3221.6929www.cremec.org.br

E-mail: [email protected] responsável: Fred Miranda

Projeto Gráfico: WironEditoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Gráfica Ronda

DIRETORIAIvan de Araújo Moura Fé Helvécio Neves Feitosa

Lino Antonio Cavalcanti HolandaFernando Queiroz Monte

Lúcio Flávio Gonzaga SilvaRafael Dias Marques Nogueira

Regina Lúcia Portela Diniz

CONSELHEIROS Alberto Farias Filho

Ana Lúcia Araújo Nocrato Carlos Leite de Macêdo Filho

Cláudio Gleidiston Lima da Silva Erico Antonio Gomes de Arruda

Flávio Lúcio Pontes Ibiapina Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Francisco de Assis Almeida Cabral Francisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho Gentil Claudino de Galiza Neto

Helly Pinheiro Ellery Inês Tavares Vale e Melo

João Nelson Lisboa de Melo José Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino Souza José Carlos Figueiredo Martins

José Fernandes Dantas José Huygens Parente Garcia

José Málbio Oliveira Rolim José Roosevelt Norões Luna

Maria Neodan Tavares Rodrigues Marly Beserra de Castro Siqueira

Régia Maria do S. Vidal do Patrocínio Régis Moreira Conrado

Renato Evando Moreira Filho Ricardo Maria Nobre Othon Sidou Roberto Wagner Bezerra de Araújo

Roger Murilo Ribeiro Soares Stela Norma Benevides Castelo

Sylvio Ideburque Leal Filho Tânia de Araújo Barboza

Valéria Góes Ferreira Pinheiro

OUVIDORRoberto Wagner Bezerra de Araújo

SECCIONAIS E REPRESENTANTES DO CREMEC

SECCIONAL DA ZONA NORTEEnd.: R Oriano Mendes, 113 - Centro

CEP.: 62010-370 Sobral-CE Fone/Fax: (88) 3613.2480

Email: [email protected] José Fontenele de Azevedo

Artur Guimarães Filho Raimundo Tadeu Dias Xerez

Francisco José Mont’alverne SilvaFrancisco Carlos Nogueira Arcanjo

José Ricardo Cunha Neves

SECCIONAL DO CARIRIR São José, 1085 - Centro

CEP.: 63050-211 / Juazeiro do Norte - CEFone/Fax: (88) 3511.3648

Email: [email protected]áudio Gleidiston Lima da Silva

José Flávio Pinheiro VieiraJoão Bosco Soares Sampaio

Geraldo Welilvan Lucena LandimJosé Marcos Alves Nunes

João Ananias Machado Filho

SECCIONAL DO CENTRO SULEnd.: R. Professor João Coelho, 66 sala 28

CEP.: 63500-000 Iguatu-CE Fone/Fax: (88) 3582.0944

Email: [email protected] Nogueira Vieira

Ariosto Bezerra ValeLeila Guedes Machado

Jorge Félix Madrigal AzcuyFrancisco Gildivan Oliveira Barreto

Givaldo Arraes

LIMOEIRO DO NORTEEfetivo: Dr. Michayllon Franklin Bezerra

Suplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima ChavesSuplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes Freire

ARACATIEfetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

MOÇãO DE REPÚDIO

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4 Jornal Conselho [email protected]

A direção do Conselho Regional de Me-dicina do Estado do Ceará organizou e promoveu o XXI ENCONTRO DAS CÂMARAS TÉCNICAS DO CRE-MEC e XXIV FÓRUM DE DISCUS-SÕES DO CREMEC. O Encontro e o Fórum se realizaram em dias conse-cutivos e tiveram a seguinte programa-ção: Abertura, Ivan de Araújo Moura Fé (presidente do CREMEC), Novas Escolas Médicas e Atuação dos Conse-lhos de Medicina (conselheiro Alberto Farias Filho), Revalida e Futuro das Revalidações de Diplomas (conselheira Valéria Goes Ferreira Pinheiro), Ética Médica e Mídias Sociais (conselheiro federal José Albertino Souza), Revisão das Câmaras Técnicas (conselheiro Al-berto Farias Filho), Funções do Conse-lho e seu Papel na Defesa Profissional (conselheiros Ivan de Araújo Moura Fé e Lino Antonio Cavalcanti Holanda), Regulamentação de Clínicas Popu-lares e de Aplicativos - Uber Médico - (conselheiro Roger Murilo Ribeiro Soares), Avaliação das Seccionais e Representantes (conselheiros das seccio-nais e representantes ), Atividades do Conselho no ano de 2017 (conselheiro Helvécio Neves Feitosa - vice presidente do CREMEC), Publicidade Médica - CODAME (conselheiro Renato Evando Moreira Filho) e Discussões e Propostas da Direção do CREMEC para o ano de 2018. O Encontro das Câmaras Técnicas e o Fórum de Discussões acon-teceram nos dias 23 e 24 de março de 2018; auditório do Hotel Parque das Fontes, Beberibe / Ceará.

XXI ENCONTRO DAS CÂMARAS TÉCNICAS DO CREMEC e XXIV FÓRUM DE DISCUSSÕES DO CREMEC

presidente Ivan Moura Fé dá início ao encontro e ao fórum

Alberto Farias Filho

Valéria Goes Ferreira Pinheiro

Helvécio Neves Feitosa Renato Evando Moreira Filho

Equipe de logística do CREMEC: Regina, Brito Júnior, Rui e Fátima

Lino Antonio Cavalcanti Holanda

José Albertino Souza

Roger Murilo Ribeiro Soares

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[email protected] Jornal Conselho 5

XXI ENCONTRO DAS CÂMARAS TÉCNICAS DO CREMEC e XXIV FÓRUM DE DISCUSSÕES DO CREMEC

Joel Isidoro, Augusto José, Júlio Lelis, Francisco Parente Brandão e Alequy

Solon Vieira, Paulo Reis, Áttila, João Martins, José Fernandes, Ana Nocrato, Cristiane e Manuela

Elizabeth Daher, Lucivan Miranda, Hortêncio e Lindemberg

Renato Evando, Eduilton, Paulo Arruda Tavares, Vitoriano, Israel Lopes e Rodrigo

Alguns flagrantes do Encontro das Câmaras Técnicas do CREMEC

e do Fórum de Beberibe; nas fotos, legendas nomeando os personagens de primeiro plano.

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6 Jornal Conselho [email protected]

A Diretoria Executiva do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará realizou no auditório da nova sede do CRE-MEC, prestação de contas das atividades institucionais da entidade. O presidente Ivan de Araújo Moura Fé fez a abertura da Assembléia Específica nomeando o que foi realizado pela entidade, no ano de 2017. Depois da fala presidencial, o primeiro tesou-reiro do CREMEC, conselheiro Rafael Dias Marques Nogueira, relatou números e índices e demonstrou como foi gasto o dinheiro arre-cadado pela entidade em 2017. Em seguida, a coordenadora da Comissão de Fiscalização, Maria Neodan Tavares Rodrigues, fez relato resumido das atvidades da Comissão no ano passado. Dando continuidade aos trabalhos de relatoria, o Secretário Geral do CREMEC, Lino Antonio Cavalcanti Holanda, discorreu sobre os progressos, marchas e contra marchas da fiscalização no interior do Estado do Ceará. O conselheiro federal José Albertino Souza

A Diretoria do CREMEC, sob a coordenação dos conselheiros Renato Evando Moreira Filho e Roberto Wagner Bezerra de Araújo, com apoio logístico dos servidores Reginaldo Mota Abreu,

Hiany Teixeira Costa, Luciana Capelo e Brito Júnior, realizou pela primeira vez, em 2018, atividade de acolhida de novos médicos, entrega de documentos essenciais para o bom exercício profissional a recém

formados e inscritos no Conselho de Me-dicina do Ceará. Auditório do CREMEC, confluência das ruas João Brígido, Antonio Augusto e Av. Antonio Sales; 23 de feve-reiro de 2018.

PRESTAÇÃO DE CONTAS

ENTREGA DE CARTEIRAS

deu prosseguimento aos relatos de prestação de contas explicitando a Atividade Judicante da entidade com números, gráficos e estatís-ticas. A assembléia convocada pela Diretoria, para prestação de contas, efetuou-se em 19 de fevereiro do corrente ano.

Número de médicos aumenta no país, mas persistem desigualdades de distribuição e problemas na assistência.Abertura sem precedentes no número de cursos e escolas médicas levou ao aumento no tamanho da população médica, que, no entanto,

carece de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação de profissionais em áreas do interior e menos desenvolvidas

Os novos profissionais médicos recebem seus documentos das mãos dos conselheirosConselheiro Roberto WagnerConselheiro Renato Evando

Conselheiro Albertino Conselheiro Lino Antonio

Conselheiros Rafael , Lino Antônio e assistência

Conselheira Neodan

Conselheiro Ivan Moura Fé

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Nunca houve um crescimento tão grande da população médica no Brasil num período tão curto de tempo. Em pouco menos de cinco décadas, o total de médicos aumentou 665,8%, ou 7,7 vezes. Por sua vez, a população brasileira aumentou 119,7%, ou 2,2 vezes. No entanto, esse salto não trouxe os benefícios que a sociedade espera.

Apesar de contar, em janeiro de 2018, com 452.801 médicos (razão de 2,18 médicos por mil habitantes), o Brasil ainda sofre com grande desigualdade na distribuição da popu-lação médica entre regiões, estados, capitais e municípios do interior.

Os dados constam da pesquisa Demografia Médica 2018, realizada pela Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cre-mesp), e divulgado em 20 de março último. O levantamento, coordenado pelo professor Mário Scheffer, usou ainda bases de dados da Associação Médica Brasileira (AMB), Comis-são Nacional de Residência Médica (CNRM), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Educação (MEC)

O Sudeste é a região com maior razão de médicos por 1.000 habitantes (2,81) contra 1,16, no Norte, e 1,41, no Nordeste. Somente o estado de São Paulo concentra 21,7% da população e 28% do total de médicos do País. Por sua vez, o Distrito Federal tem a razão mais alta, com 4,35 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,55.

Na outra ponta estão estados do Norte e Nordeste. O Maranhão mantém a menor razão entre as unidades federativas, com 0,87 médico por mil habitantes, seguido pelo Pará, com razão de 0,97. “Há uma desproporção gritante entre as unidades da federação e entre as regiões: 39 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 60% dos médicos, enquanto os 40% estão distribuídos no país para atender o restante da população”, pon-tuou o presidente do CFM, Carlos Vital, que diante do quadro apresentou propostas para uma melhor distribuição dos médicos. “Um ponto fulcral é a criação de uma carreira de Estado para o médico e demais profissionais de saúde, que dê segurança jurídica, permita

a educação continuada, ofereça condições de trabalho e valorize o trabalho do profissional para que ele se fixe nas cidades do interior”, O aumento total registrado e a má distribuição dos profissionais pelo território nacional têm relação direta com o fenômeno da abertura de novas escolas e cursos de Medicina no Brasil. Considerando-se que a graduação em Medi-cina dura seis anos, sem praticamente haver evasão ou repetência entre os alunos, cada vaga oferecida em 2018 corresponderá a um novo médico, em 2024. “Os resultados do estudo sustentam o debate sobre o grande número de escolas em funcionamento no país, que podem comprometer a qualidade da formação médica. Após diversas manifestações públicas do Cremesp e de demais conselhos e orga-nizações de especialidades médicas, contra a abertura indiscriminada de escolas médicas no Estado, o governo federal comprometeu-se em assinar uma moratória para proibir a abertura de novos cursos de Medicina no país durante cinco anos”, enfatiza o presidente do Cremesp, Lavínio Camarim. “Essa medida servirá para que os cursos em funcionamento, atualmente, passem por avaliações e adequações que se fizerem necessárias para a boa formação do estudante de Medicina”, conclui Camarim.

Naquele ano, estima-se que serão 28.792 profissionais egressos das escolas (três vezes o número de 2004, quando foram registrados 9.299 registros de novos médicos). Em duas décadas (com base nos números de 14 anos atrás), o crescimento previsto é de 200% no número de novos registros.

‘Para o presidente da AMB, Lincoln Lopes Ferreira, a Demografia Médica ajuda a socie-dade a compreender melhor a distribuição dos médicos no país, já que o que se tinha até então eram dados e números dispersos, que não permitem uma visão do todo. Lincoln Ferreira enfatiza que a Demografia Médica 2018 consolida o entendimento de que não há falta de médicos no país, mas condições, estratégias e gestão para todas as regiões onde há necessidade.

Contudo, na avaliação das entidades médi-cas, o grande número de profissionais, que deve aumentar exponencialmente nos próximos anos, enfrenta um grande problema: existem deficiências nas políticas públicas que geram

maior concentração de médicos nas grandes cidades e no litoral, em especial nas áreas mais desenvolvidas, e nos serviços particulares em detrimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

A manutenção desse problema, na avaliação das lideranças médicas, decorre da ausência de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação dos profissionais nas áreas mais distan-tes dos grandes centros, de modo particular no interior das Regiões Norte e Nordeste.

Dentre os problemas, está a precariedade dos vínculos de emprego, a falta de acesso a programas de educação continuada, a ausên-cia de um plano de carreira (com previsão de mobilidade) e inexistência de condições de trabalho e de atendimento, com repercussão negativa sobre diagnósticos e tratamentos, deixando médicos e pacientes em situação vulnerável. A secretária-executiva da Comis-são Nacional de Residência Médica (CNRM), Rosana Melo, destacou, que o Brasil vive uma situação paradoxal, “em que faltam médicos e não faltam médicos”. Disse, também, que o governo está atento para que a formação de especialistas atenda às necessidades do país.

PARA TER O DETALHAMENTO DESTE ESTUDO ACESSE OS

SEGUINTES LINKS:

• Brasil chega a quase meio milhão de médicos, com cada vez mais mulheres e jovens entre os profissionais

• Desigualdade marca a distribuição geográfica dos médicos pelo País

• Capitais têm quatro vezes mais médicos do que os municípios do interior brasileiro

• Municípios do Brasil oscilam entre a África e a Europa quanto à distribuição de médicos

• 6 em cada 10 médicos do Brasil possuem pelo menos um título de especialista

• Quatro especialidades concentram 39% dos especialistas do País

DEMOGRAFIA MÉDICA / 2018Número de médicos aumenta no país, mas persistem desigualdades de distribuição e problemas na assistência.

Abertura sem precedentes no número de cursos e escolas médicas levou ao aumento no tamanho da população médica, que, no entanto, carece de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação de profissionais em áreas do interior e menos desenvolvidas

Assessoria de Imprensa do CFM

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FECHANDO A EDIÇÃO /MAR-ABR / 2018ATIVIDADES CONSELHAIS

EAD

Luiz Roberto de Oliveira, da Câmara Técnica de Informática do CREMEC, representou a entidade na reunião Diga Não a EAD

(Educação à Distância) na Graduação em Saúde. Auditório do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO 6, 11 de

janeiro de 2018.

SEMINÁRIO

Roberta dos Santos Silva Luiz, da Câmara Técnica de Infectologia do CREMEC, representou o Conselho no 1º Seminário Sobre

Chikungunya e Outras Arboviroses promovido pela Secretaria de Saúde de Fortaleza; auditório da Assembléia Legislativa do Estado

do Ceará, 30 e 31 de janeiro de 2018.

REUNIÃO

A conselheira Maria Neodan Tavares Rodrigues representou o Conselho de Medicina do Ceará na reunião da 18ª Promotoria

de Justiça Cível de Defesa do Idoso e Pessoa com Deficiência; auditório da 18ª Promotoria, 21 de março de 2018.

PRONTUÁRIO

O conselheiro Renato Evando Moreira Filho proferiu a palestra Prontuário do Paciente e Suas Implicações Legais, promovida pela

Comissão de Prontuários do HAPVIDA. Auditório do CREMEC, 18 de março de 2018

URGÊNCIA

José Lindemberg da Costa Lima, da Câmara Técnica de Medicina de Urgência, representou o CREMEC na solenidade de

posse da nova diretoria da Associação Brasileira de Medicina de Urgência (ABRAMED), auditório da nova sede do CREMEC, 09

de março do ano em curso.

COMISSÃO

A conselheira Régia Maria Vidal do Patrocínio representou a entidade na reunião da Comissão de Honorários Médicos da

Associação Médica Cearense. Em pauta, as negociações de 2018. Auditório da AMC, 27 de março de 2018.

CERIMÔNIA

O conselheiro Rafael Dias Marques Nogueira e a conselheira Inês Tavares Vale e Melo representaram o CREMEC na Cerimônia

de Conclusão dos Residentes do Segundo Ano e Recepção dos Residentes da Primeira Turma do Programa Integrado de Residência Médica

em Medicina de Família e Comunidade. Auditório do CREMEC, 27 de março de 2018.

POSSE

O presidente do CREMEC Ivan Moura Fé representou a entidade na solenidade

de posse da nova diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, encabeçada

por Edmar Fernandes de Araújo Filho; auditório da Unichristus, 20 de março de 2018.

O presidente Ivan Moura Fé e o vice presidente Helvécio Neves Feitosa na solenidade de posse da nova diretoria do

Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará