abdome agudo cfm

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I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará Câmara Técnica de Medicina Intensiva Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência FORTALEZA(CE) MARÇO A OUTUBRO DE 2012 1 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM 23/11/2012

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conselho abdome agudo medicina emergencia urgencia

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  • I CURSO DE CONDUTAS MDICAS NAS

    INTERCORRNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS

    CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

    CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Cear

    Cmara Tcnica de Medicina Intensiva

    Cmara Tcnica de Medicina de Urgncia e Emergncia

    FORTALEZA(CE) MARO A OUTUBRO DE 2012

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    1/2

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    2

  • Abdome Agudo

    No-Traumtico Dra. Ana Ceclia Neiva Gondim

    Cirurgia Geral / Coloproctologia

    Servio de Coloproctologia do HUWC/UFC

  • Dor Abdominal

    A dor abdominal uma das queixas mais comuns no

    pronto-socorro, constituindo um desafio diagnstico e

    teraputico

    Pode ser causada por doenas benignas ou at

    potencialmente fatais

    Pode ser causada por doenas intra-abdominais mecnicas

    ou funcionais, por doenas extra-abdominais ou at por

    doenas sistmicas

  • Abdome agudo uma condio clnica que tem

    como principal sintoma a dor abdominal aguda,

    necessitando de avaliao e tratamento rpidos,

    seja este cirrgico ou no.

  • UREMIA!

  • Abdome Agudo

    O diagnstico precoce essencial para diminuir

    morbimortalidade

    Anamnese detalhada e exame fsico minucioso so mais

    importantes do que qualquer exame complementar

    A primeira avaliao a mais importante, porque a analgesia

    subsequente pode alterar o exame fsico

    Avaliaes seriadas pelo mesmo mdico so a melhor forma

    de determinar a progresso ou a resoluo da doena

  • Fisiopatologia da Dor Abdominal

    Dor somtica ou parietal: tem origem no peritneo parietal,

    constante, fixa e se acentua com os movimentos, o paciente

    fica imvel (peritonite)

    Dor visceral: provocada por ditenso ou contrao de vsceras

    ocas, de localizao imprecisa, que faz o paciente se

    movimentar constantemente (dor tipo clica)

    Dor referida ou irradiada: dor de origem intra-abdominal que

    se manifesta em rea anatomicamente distante, por

    compartilhar os mesmos circuitos neurais centrais (dor no

    ombro direito por irritao do diafragma)

  • Anamnese

    Dados gerais: idade, sexo

    Avaliao da dor e sintomas associados

    Histria de crises semelhantes

    Hbitos: alcoolismo, etilismo, drogas ilcitas

    Antecedentes cirrgicos

    Comorbidades

    Uso de medicaes: opiides, AINES, anticoagulantes,

    imunossupressores, ACOH

    Data da ltima menstruao, informaes sobre ciclos

    mentruais, antecedentes ginecolgicos, corrimento vaginal

  • Anamnese

    As 10 dimenses da DOR:

    Tipo

    Durao

    Evoluo

    Localizao

    Intensidade

    Irradiao

    Relao com funes orgnicas

    Fatores desencadeantes/agravantes

    Fatores que aliviam

    Manifestaes associadas e cronologia: nuseas, vmitos,

    constipao, diarria, febre, melena, hematria, disria, colria,

    tontura, sudorese, anorexia

  • Exame Fsico

    Geral: Estado geral, ictercia, febre, palidez cutneo-mucosa,

    desidratao, PA, pulso, padro respiratrio, nvel de

    conscincia

    Ateno aos sinais de comprometimento

    sistmico/instabilidade hemodinmica/sepse taquicardia,

    taquipnia, hipotenso, sonolncia!

    Exame cardiopulmonar para descartar causas no

    abdominais

  • Exame Fsico Abdominal Inspeo: distenso, abaulamentos, cicatrizes, hrnias,

    equimoses. Sempre expor da regio traco-abdominal at regio inguinal!

    Ausculta: RHA ausentes, aumentados, metlicos

    Percusso: distenso gasosa, ascite, peritonite localizada ou difusa

    Palpao: localizao da dor, massas, visceromegalias, massa pulstil, descompresso brusca (Blumberg), Sinal de Murphy

    Mobilizao: sinais clnicos

    Toque retal e toque vaginal/bimanual

  • Abdome Agudo - Sndromes Clnicas

    Inflamatrio: apendicite, colecistite aguda, pancreatite aguda,

    diverticulite, doena inflamatria plvica, abscessos intra-

    abdominais, peritonites primrias e secundrias

    Perfurativo: lcera pptica, neoplasia gastro-intestinal perfurada,

    amebase, febre tifide, divertculos do clon, perfurao

    iatrognica de alas intestinais ou tero

    Obstrutivo: aderncias intestinais, hrnia estrangulada, fecaloma,

    obstruo pilrica, volvo, intussuscepo, clculo biliar, corpo

    estranho, bolo de scaris

    Vascular: isquemia intestinal, trombose mesentrica, toro do

    omento, toro de pedculo de cisto ovariano, infarto esplnico

    Hemorrgico: gravidez ectpica rota, ruptura do bao, ruptura de

    aneurisma de aorta abdominal, cisto ovariano hemorrgico,

    necrose tumoral, endometriose

  • Abdome Agudo - Sndromes Clnicas

    Inflamatrio: dor insidiosa e com piora progressiva, febre, peritonite localizada ou difusa

    Perfurativo: dor com piora sbita, intensa, aguda e persistente, peritonite, palidez, sudorese, evoluido para o choque sptico se no tratado

    Obstrutivo: distenso, parada de eliminao de flatus e fezes, nuseas/vmitos

    Vascular/isqumico: dor intensa sbita, tipo clica, desproporcional ao exame fsico, podendo evoluir para peritonite

    Hemorrgico (extra-luminal): Dor sbita e sinais de choque hipovolmico

  • Exames Complementares

    Os exames devem ser direcionados para a suspeita clnica

    O excesso de exames onera o sistema e atrasa o tratamento

    definitivo

    Antibiticos s devem ser iniciados aps coleta dos exames

    iniciais

    Nos pacientes instveis, a coleta e a realizao de exames

    complementares no deve atrasar as medidas para

    estabilizao nem a avaliao por cirugio

  • Exames Laboratoriais

    Gerais: hemograma completo, amilase, beta-HCG, sumrio de urina, eletrlitos, funo renal

    Direcionados pela histria: lipase, bilirrubina total e fraes, TGO, TGP, FA, GGT, glicemia

    Se sinais de instabilidade ou suspeita de abdome agudo vascular: gasometria arterial com lactato

    Se sepse grave/choque sptico: hemocultura e/ou urocultura, de acordo com o foco

    Outros exames podem ser colhidos de acordo com as comorbidades: TAP, TTPA, funo heptica, etc

  • Exames de Imagem

    Abdome Agudo Inflamatrio:

    Radiografia simples de abdome: decbito, ortostase e cpulas

    diafragmticas

    USG Abdome total diagnstico na maioria dos casos

    TC de abdome com contraste VO e EV se USG no esclarecer ou

    em forte suspeita de diverticulite aguda ou pancreatite aguda

    grave

  • Exames de Imagem

    Abdome Agudo Perfurativo:

    Radiografia simples de abdome: decbito, ortostase e cpulas

    diafragmticas

    USG Abdome no ajuda!

    TC de abdome com contraste VO e EV se Raio-X no esclarecer

  • Exames de Imagem

    Abdome Agudo Obstrutivo:

    Radiografia simples de abdome: decbito, ortostase e cpulas

    diafragmticas

    USG abdome no ajuda!

    TC Abdome com contraste VO e EV se no houver resoluo em

    48h de tratamento clnico ou de acordo com suspeita clnica

  • Exames de Imagem

    Abdome Agudo Vascular:

    Radiografia simples de abdome: decbito, ortostase e cpulas

    diafragmticas

    USG abdome no ajuda!

    TC Abdome com contraste EV e VO angioTC (fase arterial e

    portal) o melhor exame

  • Exames de Imagem

    Abdome Agudo Hemorrgico:

    Radiografia simples de abdome: decbito, ortostase e cpulas

    diafragmticas (apenas para descartar outras causas)

    USG Abdome o exame mais importante, pode ser necessria

    USG transvaginal

    TC de Abdome em casos selecionados

  • Tratamento

    Na maioria das vezes, a definio da sndrome clnica permite

    iniciar o tratamento, mesmo sem o diagnstico etiolgico

    preciso

    O tratamento definitivo depende do diagnstico correto da

    etiologia do abdome agudo

    Abdome agudo perfurativo e hemorrgico tem tratamento

    cirrgico na grande maioria doa casos

  • ABDOME AGUDO

    TRATAMENTO DAS ETIOLOGIAS

    FREQUENTES

    T

  • Apendicite Aguda

    Mais comum entre 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em

    qualquer idade

    Quadro clnico clssico de dor inespecfica periumbilical que

    migra para FID, associada a nuseas e anorexia est

    presente em apenas 50% dos casos

    Febre aparece tardiamente

    Exame fsico: Blumberg + ponto McBurney, sinal do psoas,

    sinal do obturador, sinal de Rovsing

  • Apendicite Aguda

    O diagnstico eminentemente clnico

    Em crianas menores de dois anos, mulher em idade fertil e idosos (acamados) o diagnstico mais difcil, necessitando de exames de imagem

    USG abdome tem sensibilidade de at 85% e TC abdome de 90 a 100% para o diagnstico

    O tratamento cirrgico: laparoscopia j padro ouro

    Antibiticos EV em casos de apendicite perfurada com abscesso ou peritonite purulenta: ciprofloxacina 400mg 12/12h + metronidazol 500mg 8/8h por 7 dias

  • Pancreatite Aguda

    Processo inflamatrio pancretico por ativao indevida das

    enzimas digestivas, provocando edema, hemorragia e at

    necrose pancretica e ativao da resposta inflamatria

    sistmica SIRS

    Etiologia: biliar, alcolica, ps-traumtica,

    hipertrigliceridemia, hipercalcemia, medicamentosa

    Quadro clssico: dor em abdome superior de incio sbito,

    intensa, em barra, com irradiao para dorso, associada a

    nuseas e vmitos

  • Pancreatite Aguda

    Amilase srica 2x acima do normal, aps 6h do incio da dor,

    tem sensibilidade de 70-80%

    Aumento da lipase tem sensibilidade de 85-100% e permanece

    elevada por mais tempo

    Pancreatite grave X no-grave Critrios de Ranson, Apache II,

    Critrio de Balthazar

    Tratamento clnico: jejum, hidratao, sintomticos

    Nos casos graves, iniciar antibitico EV e programar TC Abdome

    em 48h imipenem 500mg 6/6h

  • Colecistite Aguda

    Diagnstico diferencial: Clica biliar X colecistite aguda X

    colangite X pancreatite aguda

    Antibitico EV, hidratao, sintomticos ciprofloxacina

    400mg 12/12h +/- metronidazol 500mg, 8/8h

    Dor iniciou at 72h cirurgia laparoscopia padro-ouro

    Mais de 72h do incio da dor, pode operar tambm, mas

    muitos cirurgies preferem resolver o processo com o

    tratamento clnico e operar eletivamente. Cirurgia se no

    houver boa evoluo.

  • Colecistite Alitisica Pacientes politraumatizados, PO de grandes cirurgias,

    internados em UTI

    Fatores de risco: choque, IRA, uso de NPT, febre, jejum

    prolongado, restrio hdrica, desidratao, uso de opiceos

    Fisiopatologia: aumento da viscosidade da bile e

    hipoperfuso da vecula biliar estase funcional

    Diagnstico difcil leucocitose, febre, distenso abdominal

    Confirmao com USG abdome a beira do leito

    Tratamento cirrgico!

  • Diverticulite Pacientes acima de 40 anos

    Clnica semelhante apendicite, porm em FIE

    Em idosos, pode ter evoluo arrastada, sem febre, sem sinais de irritao peritoneal

    TC abdome o exame padro-ouro para o diagnstico e classificao (critrios de Hinchey)

    Diverticulite no complicada tratamento clnico: antibiticos, dieta pobre em resduos, sintomticos

    Diverticulite complicada tratamento intervencionista ou cirrgico

  • Doena Inflamatria Plvica

    Mulheres com vida sexual ativa

    Importante: eleva risco de gravidez ectpica e infertilidade

    no futuro

    Ascenso de microorganismos do trato genital inferior

    polimicrobiana (gonococo e clamdia)

    Espectro de comprometimento: endometrite, salpingite,

    abscesso tubo-ovariano, peritonite purulenta

  • Doena Inflamatria Plvica

    Sinais clnicos:

    Dor palpao em regio

    abdominal inferior

    Hipertermia vaginal

    Febre

    Dor palpao das regies

    anexiais

    Dor mobilizao do colo

    uterino

    Secreo vaginal ou cervical

    anormal

    Massa plvica

    Abaulamento do fundo de

    saco

    Sinais de irritao peritoneal

  • Doena Inflamatria Plvica

    Tratamento ambulatorial: sem comprometimento sistmico/sepse

    Ceftriaxona 250 mg, IM - Dose nica + Doxiciclina 100 mg VO 12-12 h

    por 14 dias

    Tratamento hospitalar: sepse, abscesso tubo-ovariano, peritonite,

    gestantes, imunodeficientes, sem resposta ao tratameno clnico (at

    48h afebril)

    Gentamicina 60-80mg EV, 8-8h + 1 das opes : Penicilina G Cristalina

    5 milhes UI EV, 4-4h ou Clindamicina 600-900 mg EV, 8-8h ou

    Metronidazol 500 mg EV, 8-8 h

    Cirurgia nos casos de peritonite difusa ou falha no tratamento clnico

    Tratar o parceiro: azitromicina 1g ou ofloxacina 400mg, VO, dose nica

  • Abdome Agudo Vascular

    50 a 70% de mortalidade

    Causa relevante de bito em pacientes internados em UTI

    Diagnstico e tratamento precoces (at 6h do incio da dor)

    aumentam a sobrevida

    Requer alto ndice de suspeio, pois os sintomas so

    inespecficos no incio do quadro

    Pode ser confundido com quadro de obstruo intestinal

  • Abdome Agudo Vascular

    Etilogia:

    Isquemia arterial oclusiva

    Embolia (50%)

    Trombose (20%)

    Isquemia arterial no-oclusiva (25%)

    Trombose venosa (5%)

  • Trombose

    arterial

    Embolia

    arterial

    Isquemia arterial

    no-oclusiva

    Trombose

    venosa

    Quadro clnico Dor abdominal

    difusa intensa,

    sem irritao

    peritoneal.

    Antecedente

    angina

    mesentrica

    Dor abdominal

    difusa e intensa,

    sem irritao

    peritoneal

    Paciente crtico com

    ditenso abdominal,

    febre, leucocitose,

    sangramento

    digestivo

    Dor e distenso

    abdominal mais

    insidiosa.

    Sangramento

    digestivo comum

    Intestino

    acometido

    Todo delgado e

    clon direito

    Poupa intestino

    delgado proximal

    Varivel Poupa clon

    Doenas

    associadas

    DAOC, AVC,

    operao vascular

    prvia

    FA, ICC dilatada,

    IAM, AA, AVC,

    procedimento

    endovascular

    ICC grave, uso DVA,

    PO cirurgia cardaca,

    cocana, ergot

    Trombofilias, PV,

    cirrose heptica,

    neoplasias, ACOH

    Tratamento Revascularizao

    da AMS ou

    fibrinlise.

    Se necrose:

    resseco e

    reabordagens

    Embolectomia da

    AMS ou fibrinlise.

    Se necrose:

    resseco e

    reabordagens

    Infuso intra-arterial

    de vasodilatadores

    (papaverina).

    Se necrose:

    resseco e

    reabordagens

    Anticoagulao

    plena.

    Se necrose:

    resseco e

    reabordagens

  • Casos Clnico 1

    Paciente feminina, 34 anos, apresentando dor abdominal

    em clica em epigstrio e HCD h 2 horas, aps refeio

    copiosa, associada a nuseas e 1 episdio de vmito. Nega

    febre. Sem comorbidades.

    Exame Fsico: BEG, corada, hidratada, estvel

    hemodinamicamente. ACP fisiolgica.

    Abdome flcido, globoso por adiposidade, RHA +, levemente

    doloroso palpao profunda em epigstrio e HCD, sem

    sinais de peritonite.

  • Caso Clnico 2

    Paciente feminina, 34 anos, apresentando dor abdominal

    em clica em epigstrio e HCD h 2 horas, aps refeio

    copiosa, associada a nuseas e 1 episdio de vmito. Nega

    febre. Sem comorbidades.

    Exame Fsico: BEG, corada, hidratada, estvel

    hemodinamicamente. ACP fisiolgica.

    Abdome flcido, globoso por adiposidade, RHA +, doloroso

    palpao superficial em epigstrio e HCD, com defesa

    voluntria, sinal de Murphy positivo.

  • Caso Clnico 3

    Paciente feminina, 34 anos, apresentando dor abdominal

    inicialmente em clica em epigstrio e HCD h 2 dias, evoluindo

    para dor constante e intensa nos mesmos locais com irradiao

    para dorso. Refere nuseas e vrios episdios de vmitos aps

    tentativas de se alimentar. Hiporexia, 1 pico febril.

    Exame Fsico: Fcies de dor, corada, desidratada (2+/4),

    pulso=100bpm. PA=120x70mmHG. ACP fisiolgica.

    Abdome flcido, globoso por adiposidade, RHA diminudos,

    doloroso palpao superficial em epigstrio e HCD, com defesa

    voluntria importante, sinal de Murphy duvidoso.

  • Caso Clnico 4

    Homem, 40 anos, etilista e tabagista, h 1 dia com dor

    epigstrica com piora progressiva, associada a nuseas e

    alguns episdios de vmitos aps libao alcolica. Nega

    febre. Hiporexia.

    Exame fsico: BEG, descorado (1+/4), desidratado (1+/4),

    afebril, anictrico, eupneico, orientado

    Abdome flcido doloroso a palpao de epigstrio com

    defesa voluntria, sem sinais de peritonite

  • Caso Clnico 5

    Homem, 40 anos, etilista e tabagista, h 1 dia com dor

    epigstrica associada a nuseas e alguns episdios de vmitos

    aps libao alcolica. Fe uso de diclofenaco, com melhora

    temporria, mas refere que h +/- 3h houve uma piora aguda da

    dor, que agora est em todo o abdome. Nega febre.

    Exame fsico: Posio antlgica com flexo de quadril,

    descorado (1+/4), desidratado (1+/4), afebril, anictrico,

    orientado. FR=23irpm FC=110bpm PA=110x60mmHG

    Abdome tenso, doloroso a simples percusso em epigtrio e em

    flancos, Blumberg positivo em todo o abdome

  • Caso Clnico 6

    Mulher, 28 anos, refere dor abdominal em clica h +/- 6

    horas aps ter comido pizza, associada a nuseas, 1 episdio

    de vmito e 2 episdios de diarria lquido-pastosa. Refere que

    sentiu sensao de febre, mas no mediu.

    Ao exame: BEG, corada, desidratada (1+/4), afebril, eupneica,

    orientada

    Abdome flcido, levemente doloroso a palpao profunda

    difusamente, RHA +, sem defesa voluntria e sem sinais de

    peritonite.

  • Caso Clnico 7

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em baixo ventre h dois

    dias, com piora progressiva, associada a febre no perodo

    (mediu 39 graus). Refere nuseas. Nega vmitos, apetite

    preservado. DUM h 15 dias. Refere disria.

    Ao exame: BEG, corada, hidratada, afebril no momento,

    FC=90bpm.

    Abdome flcido, doloroso palpao superficial em hipogstrio

    e FID, sem sinais de peritonite.

    Quando interrogada, refere corrimento amarelado h 7 dias

  • Caso Clnico 8

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em baixo ventre h

    dois dias, com piora progressiva, nega febre. Nega nuseas

    e vmitos, apetite preservado. DUM h 15 dias. Refere

    disria.

    Ao exame: BEG, corada, hidratada, afebril no momento,

    FC=80bpm.

    Abdome flcido, doloroso palpao superficial em

    hipogstrio, sem sinais de peritonite.

  • Caso Clnico 9

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em baixo ventre h 2

    dias, com piora progressiva, Refere sensao de febre hoje

    pela manh, mas no mediu. Refere nuseas, nega

    vmitos, hiporexia. DUM h 15 dias. Nega disria.

    Ao exame: BEG, corada, hidratada, afebril no momento,

    FC=80bpm.

    Abdome flcido, doloroso palpao superficial em

    hipogstrio e FID, Blumberg positivo em FID. Giordano

    negativo.

  • Caso Clnico 10

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em clica em abdome

    a direita incio h +/- 3h, intensa associada a nuseas,

    vmitos, sudorese fria. Nega febre. J teve duas crises

    semelhantes, mas que melhoraram com buscopam. Fez uso

    desta medicao sem melhora. DUM h 15 dias. Nega

    disria.

    Ao exame: Facies de dor, inquieta, corada, hidratada, afebril

    no momento, FC=110bpm.

    Abdome flcido, levemente doloroso a palpao de flanco D e

    FID, sem sinais de peritonite. Giordano negativo.

  • Caso Clnico 11

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em abdome a direita

    h 1 dia, piora progressiva, associada a nuseas, sem

    vmitos. Febre hoje. Nega disria.

    Ao exame: BEG, corada, hidratada, afebril no momento,

    FC=90bpm.

    Abdome flcido, levemente doloroso a palpao de flanco D,

    sem sinais de peritonite. Giordano positivo a direita.

  • Caso Clnico 12

    Mulher, 26 anos, refere dor abdominal em clica em baixo

    ventre incio hoje h +/- 6h, intensa, associada a sudorese fria

    e tontura . Nega disria. Nega corrimento. DUM h 26 dias

    Ao exame: Fcies de dor, inquieta, descorada (1+/4),

    hidratada, afebril no momento, FC=100bpm.

    PA=100x60mmhg

    Abdome algo distendido, dor a palpao de todo o abdome

    inferior, com defesa voluntria importante. Blumberg duvidoso.

  • Caso Clnico 13

    Mulher, 60 anos, refere h 2 dias dor com piora progressiva em flanco e FIE. Refere sensao de febre, mas no mediu. Refere constipao crnica at 3 dias sem evacuar. No evacuou desde incio do quadro. Flatus presentes. Hiporexia. Nega nuseas ou vmitos. Diabtica.

    Ao exame: BEG, corada, hidratada, afebril, eupneica, orientada. FC=90bpm. ACP fisiolgica.

    Abdome flcido, RHA +, doloroso palpao de flanco e FIE com Blumberg duvidoso.

    TR com pequena quantidade de fezes na ampola retal

  • Caso Clnico 14

    Mulher, 65 anos, refere h +/-6h dor abdominal em clica

    difusa, intensa. Refere nuseas. Nega vmitos. Astenia e

    hiporexia. Refere constipao crnica at 3 dias sem evacuar.

    No evacuou desde incio do quadro. Flatus presentes. Refere

    ter diabetes e corao crescido", faz uso de mltiplas

    medicaes que no lembra o nome.

    Ao exame: Facies de dor, corada, desidratada (1+/4), afebril,

    agitada, FR=25irpm. FC=70bpm. ACP: RCI, 2T, BNF, sem sopros.

    Pa=90x60mmhg

    Abdome levemente distendido, RHA diminudos, doloroso

    palpao difusamente, sem sinais de peritonite.

    TR com pequena quantidade de fezes na ampola retal

  • Caso Clnico 15

    Homem, 65 anos, refere dor abdominal em epigstrio h 3 dias,

    inicialmente leve, hoje mais intensa e associada a nuseas e

    vmitos. Nega febre. Refere ainda fraqueza generalizada e

    sensao de peso nas pernas. Familiar refere que paciente est

    mais largado. HAS de longa data, faz uso de 3 anti-

    hipertensivos. Refere problema de prstata.

    Ao exame: EGR, afebril, FR=24rpm, FC=90bpm,

    PA=170x100mmHg. Sonolento, mas com abertura ocular ao

    chamado, orientado.

    Abdome flcido, RHA+, levemente doloroso a palpao de

    epigstrio, sem sinais de peritonite.

    Edema MMII 2+/4 simtrico.

  • Caso Clnico 16

    Mulher, 45 anos, refere h 2 dias empachamento e barriga

    fofa. Vmitos enverdeados. No evacuou no perodo. Flatus

    presentes, porm diminudos. Refere HAS. H 4 anos refere

    hiterectomia por mioma, teve complicao da cirurgia e precisou

    ser reoperada no 6o PO e ficou internada por mais 8 dias

    tomando antibiticos.

    Ao exame: Facies de dor, corada, desidratada (2+/4), afebril,

    eupneica, orientada. FC=90bpm PA=130x80mmHg

    Abdome globoso, distendido, RHA aumentados. Doloroso a

    palpao difusamente, sem sinais de peritonite.

    TR com ampola retal sem fezes.

  • Caso Clnico 17 Mulher, 55 anos, h 3 dias com dor abdominal em clica difusa,

    mais intensa em flanco e FIE, associada a distenso abdominal, empachamento e nuseas. Refere vmitos em pequena quantidade hoje, mal-cheirosos. No evacuou no perodo, flatus +, porm diminudos. Refere ser constipada de longa data, mas nos ltimos 3 meses percebeu piora da constipao, at 5 dias sem evacuar. Apresentou no perodo algumas crises de dor abdominal, mas que melhoraram com uso de laxante. Desta vez, houve piora da dor com o uso do laxante. No sabe referir perda de peso. Nega febre.

    Ao exame: BEG, descorada (1+/4), afebril, eupneica, desidratada (1+/4), FC=90bpm PA=120x80mmHg

    Abdome globoso, distendido, timpnico, RHA + , doloroso a palpao difusamente.

  • Concluses

    Anamnese e exame fsico bem feitos so a chave para uma

    boa prtica mdica

    Nos casos iniciais em que o diagnstico no est claro e o

    paciente apresenta bom estado geral, no esquecer de

    orientar ao paciente sinais de alarme para retorno

    Em casos duvidosos, avaliaes seriadas, de preferncia pelo

    mesmo mdico, so a melhor forma de definir progresso ou

    resoluo da doena

  • Bibliografia

    Brunetti A, Scarpelini S. Abdmen agudo. Medicina

    (Ribeiro Preto) 2007; 40 (3): 358-67

    Alexandra Maria V. Monteiro, Cludio Mrcio A. De O. Lima,

    rica B. Ribeiro. Diagnstico por Imagem no Abdome Agudo

    No Traumtico. Revistado Hospital Universitrio Pedro

    Ernesto, UERJ Ano 8, Janeiro / Junho de 2009

    Sabiston Textbook of Surgery. Townsend et al. 18th edition.

    Philadelphia, Saunders Elsevier, 2008

    Clinica Cirrgica. Editores: Joaquim Gama-Rodrigues, Marcel

    Cerqueira Cesar Machado, Samir Rasslan- Barueri-SP.

    Manole, 2008