indústrias do Ácido sulfúrico
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8/3/2019 Indstrias do cido Sulfrico
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UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARANDEPARTAMENTO ACADMICO DE QUMICA E BIOLOGIA
BACHARELADO EM QUMICA TECNOLGICA COM NFASE EM AMBIENTAL /LICENCIATURA EM QUMICA
CAMILA FERNANDA PADILHAFILIPE LEONARDO DOS SANTOS LEITZKE
INDSTRIA DO CIDO SULFRICO
RELATRIO ACADMICO
CURITIBA2010
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CAMILA FERNANDA PADILHAFILIPE LEONARDO DOS SANTOS LEITZKE
INDSTRIA DO CIDO SULFRICO
CURITIBA2010
Relatrio acadmico apresentado a
disciplina de Processos Industriais A do
curso de Bacharelado em Qumica
Tecnolgica / Licenciatura em Qumica
da Universidade Tecnolgica Federal do
Paran - UTFPR para obteno de
nota parcial.
http://pessoal.utfpr.edu.br/palihttp://pessoal.utfpr.edu.br/pali -
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1 INTRODUO
O enxofre uma das matrias-primas bsicas mais importantes nas indstrias
qumicas (SHREVE; BRINK JR., 1977, p 261). Sendo que esse calcognio o 16elemento mais abundante e constitui 0,034% em peso da crosta terrestre, ele ocorre
principalmente na forma combinada, ou seja, na forma dos diversos minrios do grupo
dos sulfetos e como sulfatos (LEE, 1999, p. 268).
O enxofre elementar um slido amarelo, inspido, quase inodoro, insolvel,
que tem carter de ametal. As duas formas cristalinas mais comuns do enxofre so o
enxofre monoclnico e o enxofre rmbico (ATKINS; JONES, 2006, p. 675). As
propriedades do enxofre, comparadas aos demais compostos do grupo, podem serobservadas na tabela 1.
Tabela 1: Propriedades selecionadas dos elementosO S Se Te Po
Raio covalente/PM 74 104 117 137 140Raio Inico/PM 140 184 198 221Primeira energia de ionizao/(kJ mol-1) 1310 1000 941 870 812Ponto de fuso/C 218 113 217 450 254Ponto de ebulio/C 183 445 685 990 960
Eletronegatividade de Pauling 3,5 2,5 2,4 2,1 2,0Afinidade eletrnica1/(kJ mol-1)
141-844
200-532 195 190 183
Autoria: ATKINS; SHRIVER, 2008, p. 399
Os valores referentes s propriedades fsicas da tabela 1 devem-se
principalmente ao carter metlico, que aumenta ao descermos no grupo e, tambm,
devido a eletronegatividade que tem uma grande influncia nas propriedades qumicas
dos elementos. A configurao eletrnica, ns2np4, tambm, influenciam na propriedades
dos compostos (ATKINS; SHRIVER, 2008). O aspecto mais marcante do enxofre que
ele forma compostos estveis com nmeros de oxidao entre 2 e + 6 (ATKINS;
SHRIVER, 2008, p. 398).
A mais importante aplicao do enxofre na fabricao de cido sulfrico
(SHREVE; BRINK JR., 1977, p 261). O cido sulfrico, H2SO4, um cido forte,
1 O primeiro valor para X(g) + e- X-(g) e o segundo valor para X-(g) + e- X-2(g)
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dibsico e, alm disso, um agente oxidante e desidratante, por exemplo, na
preparao de teres; ele pode desidratar alguns compostos orgnicos de forma to
eficientes que provoca a sua carbonizao (LEE, 1999).
O cido sulfrico puro funde a 10,5 C, formando um lquido viscoso. Apresentafortes ligaes de hidrognio, e na ausncia de gua no reage com metais para
produzir H2. Muitos metais reduzem o H2SO4 (S +VI) a SO4( S +IV), especialmente a
quente Quando o cido sulfrico puro aquecido, h liberao de pequenas
quantidades de SO3, at ocorrer a formao de uma mistura azeotrpica de 98,3% de
H2SO4 e 1,7% de gua. Essa mistura tem P.E.=338 C. Em solues aquosas diludas,
o H2SO4 atua como um cido forte, sendo que o primeiro prton dissocia prontamente
formando o on hidrogenossulfato, HSO4-
, j o segundo prton se dissocia com menorfacilidade, formando o on sulfato, SO4-2. (LEE, 1999).
O incio da histria da fabricao do cido sulfrico desconhecida, porm ela
mencionada, pelo menos, desde o sculo 10. No sculo XV, Valentinus, preparou o
cido pela queima do salitre com o enxofre; j em 1754, Roebuck de Birmingham,
introduziu a cmara de chumbo. No nicio do sculo XIX comearam a usar as
operaes contnuas, sendo que em 1827, foi adicionado ao processo a torre de Gay-
Lussac para a recuperao de xidos de nitrognio e em 1859, foi complementada com
a torre de Glover, pois esta usa o mtodo de desnitrificao, sem diluio do cido
nitroso da torre de Gay- Lussac. Ento, at hoje as duas torres fazem parte do
equipamento padro de todos os processos a cmaras de chumbo (SHREVE; BRINK
JR., 1977, p 264).
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2 DISCUSSO
2.1 ASPECTOS AMBIENTAIS
O gs dixido de enxofre (SO2) um dos principais poluentes atmosfricos que
afeta a vida do homem. Sua presena na atmosfera resulta em danos aos vegetais,
aos corpos de guas superficiais, aos bens artsticos e arquitetnicos e sade dos
seres vivos. A principal fonte de emisso desse gs para a atmosfera a combusto de
materiais que contenham enxofre na sua composio. Na maioria das vezes, o enxofre
est presente no material como contaminante e sua eliminao economicamenteinvivel, j que envolveria gastos proibitivos que elevariam o preo do produto final. o
caso do enxofre presente nos combustveis fsseis (CARDOSO; FRANCO, 2002).
O dixido de enxofre o responsvel pelo maior aumento na acidez da chuva.
Este produzido diretamente como subproduto da queima de combustveis fsseis
como a gasolina, carvo e leo diesel. O leo diesel e o carvo so muito impuros, e
contm grandes quantidades de enxofre em sua composio, sendo responsveis por
uma grande parcela da emisso de SO2 para a atmosfera. Atualmente no Brasil, a
Petrobrs tem investido muito na purificao do diesel a fim de diminuir drasticamente
as impurezas que contm enxofre (POLUIO ATMOSFRIA E CHUVA CIDA).
O SO2 reage com a gua formando o cido sulfuroso:
SO2 (g) + H2O (l) H2SO3 (aq)
H2SO3 (aq) H+
(aq) + HSO3-
(aq)
O dixido de enxofre tambm pode sofrer oxidao na atmosfera e formar otrixido de enxofre (SO3), que por sua vez, em contato com a gua da chuva ir formar
o cido sulfrico (H2SO4), que um cido forte.
SO2 (g) + O2 (g) SO3 (g)
SO3 (g) + H2O (l) H2SO4 (aq)
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H2SO4 (aq) 2H+(aq) + SO4
2-(aq)
A gua de um lago em condies naturais tem o pH em torno de 6,5 7,0,
podendo manter uma grande variedade de peixes, plantas e insetos, alm de manteranimais e aves que vivem no seu entorno e se alimentam no lago. O excesso de acidez
na chuva pode provocar a acidificao de lagos, principalmente aqueles de pequeno
porte. O pH em torno de 5,5 j pode matar larvas, pequenas algas e insetos,
prejudicando tambm os animais que dependem desses organismos para se alimentar.
No caso do pH da gua chegar a 4,0 4,5, j pode ocorrer a intoxicao da maioria das
espcies de peixes e lev-los at a morte (POLUIO ATMOSFRIA E CHUVA
CIDA).O solo tambm pode ser acidificado pela chuva, porm alguns tipos de solo so
capazes de neutralizar pelo menos parcialmente a acidez da chuva por causa da
presena de calcrio e cal (CaCO3 e CaO) natural. Os solos que no tm calcrio so
mais suscetveis acidificao. A neutralizao natural da gua de chuva pelo solo
minimiza o impacto da gua que atinge os lagos pelas suas encostas (lixiviao). Uma
chuva cida provoca um maior arreste de metais pesados do solo para lagos e rios,
podendo intoxicar a vida aqutica.
Um outro fator muito importante sobre a emisso de SO2 a formao de
cidos no corpo humano, a medida que respiramos. Este cido pode provocar
problemas como coriza, irritao na garganta e olhos e at afetar o pulmo de forma
irreversvel. No ano de 1952, na cidade de Londres, aproximadamente 4000 pessoas
morreram em poucos dias como conseqncia da alta emisso de SO2 na atmosfera,
proveniente da queima do carvo nas casas e nas indstrias naquela regio.
Normalmente esses gases eram dispersos para camadas mais elevadas na atmosfera,
mas na poca houve um fenmeno metereolgico (inverso trmica) que causou umresfriamento sbito da atmosfera impedindo a disperso dos gases. Hoje em dia a
cidade de Londres tem uma atmosfera muito menos contaminada por SO 2, e, portanto
um desastre de propores to grandes como as de 1952 muito improvvel de
ocorrer (POLUIO ATMOSFRIA E CHUVA CIDA).
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2.2 FABRICAO
2.2.1 Processo de Contato
O fluxograma tpico de uma fbrica de cido sulfrico pelo processo de contato
mostrada na figura 1.
Figura 1: Fluxograma tpico de uma fabrica de cido sulfrico pelo processo de contato.Fonte: SHREVE; BRINK JR., 1977, p 268
As etapas do fluxograma pode ser dividido em: transporte do enxofre para a
usina (Op), fuso do enxonfre, quando no recebido fundido (Op), e frequentemente
filtrao do enxofre fundido para remover traos de cinzas, bombeamento e atomizao
do enxofre (Op), secagem do ar de combusto (Cq), queimado enxofre (Cq),
recuperao do calor do SO2 gasoso quente e resfriamento do gs (Op), purificao do
SO2 gasoso quente e resfriamento do gs (Op), purificao do SO2 gasosopor filtrao
a quente (Op), oxidao do SO2 a SO3 em conversores (Cq), controle da temperatura
com transferncia de calor para assegurar elevados rendimentos em SO 3 (Op),
absoro do SO3 em cido concentrado, a 98,5 99 % (Cq), resfriamentodo cido dos
absorevedores (Op) e bombeamento do cido para o topo das torres de absoro (Op);
nesse caso Op representa as operaes de operao unitrias, enquanto Cq
representa processo unitrio ou converso qumica (SHREVE; BRINK JR., 1977, p
267).
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As reaes presentes nesse processo so:
S (g) + O2(g) SO2 (g)
SO2 (g) + O2(g) SO3 (g)
A oxidao do SO2 nos conversores de uma usina de contato um bom
exemplo entre as inmeras aplicaes industriais dos princpios da fsico-qumica [...], a
converso do SO2 a SO3 uma reao exotrmica reversvel (SHREVE; BRINK JR.,
1977, p 270) portanto, atravs da remoo de uma parcela do SO3, a maior quantidade
de SO2 ser convertida, para dessa forma restabelecer o equilbrio.
Os catalisadores do processo so por terras diatomcias impregnadas commais de 7% de V2O5; em alguns casos usa-se dois tipos de conversores, sendo um
menos ativo, porm mais resistente, na primeiro parte do conversoor, e outro mais
ativo, porm mais frgil (SHREVE; BRINK JR., 1977).
As diversas variedades de equipamento empregado so os queimadores,
tambm tem o tratamento do gs do queimador, o SO2 gasoso do queimador para o
processo de contato pode conter, alm de poeira, do dixido de carbono, do nitrognio
e do oxignio, impurezas, como o cloro, o arsnio e o flor. Tambm quando se
queimam sulfetos, necessrio acrescentar coletores eficientes de poeira, resfriadores
e torres de depurao, alm de precipitadores da nvoa cida. Nos trocadores de calor
e resfriamento, antes de os gases serem conduzidos ao primeiro estgio do conversor,
a temperatura ajutada ao mnimo, em que o catalisador elevado substancialmente a
velocidade da reao. J nos conservadores, a converso qumica SO2 a SO3, visa a
mxima a taxa de converso. E os absorvedores de trixido de enxofre realizada com
o cido sulfrico com a concentrao entre 98,5% e 99% o agente mais eficiente para
a absoro do SO3.
2.2.2 Catlise Molhada
O processo de cido sulfrico a mido, tambm conhecido como processo de
cido sulfrico por catlise molhada, do ingls WSA, ou seja, Wet Sulfuric Acid. Tal
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processo na atualidade um dos processos chave de dessulfurizao no mercado de
produo de combustveis a partir de petrleo, como por exemplo, gs natural e gs de
sntese (WET GAS SULPHURIC ACID PRODUCTION). A companhia dinamarquesa de
catalisadores Haldor Topsoe foi quem introduziu e patenteou tal tecnologia no final de1980, sendo que tem sido reconhecido como um processo eficiente para a recuperao
de enxofre de gases, sendo que esse composto recuperado na forma de cido
sulfrico de qualidade comercial, e de diferentes processos; com produo simultnea
de vapor de alta presso. O processo de catlise molhada aplicado em todos os
setores onde a remoo de enxofre um problema.
O processo de catlise molhada especialmente adequado para o
processamento de um ou mais fluxos contendo enxofre, tais como: gs H2S de unidadede tratamento de gs com aminas; gs produto do processo Rectisol; gases de
processos metalrgicos; produo de cido sulfrico; cido gasto, exaurido de
alquilao; gs final do processo Claus; gs de resduo de coque de petrleo pesado ou
de instalaes com caldeiras; gs de exausto de removedor de gua cida e gases de
combusto de caldeiras de vrios processos dessulfurizao de gases de combusto
SNOX (WET GAS SULPHURIC ACID PRODUCTION).
O fluxograma do processo demonstrado na figura 2:
Figura 1: Fluxograma tpico de uma fabrica de cido sulfrico pelo processo de catlise molhada.
Fonte: QUIUMENTO, Francisco, 2011
As principais reaes envolvidas no processo so: combusto (H2S + O2
H2O + SO2), oxidao (SO2 + O2 SO3), hidratao (SO3 + H2O H2SO4 (g)) e
condensao (H2SO4 (g) H2SO4 (l)).
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3 CONCLUSO
A importncia do cido sulfrico to grande que freqentemente se observa
que o consumo per capita do cido sulfrico consiste em um ndice de desenvolvimentotcnico de um pas, podendo dessa maneira representar pases ricos. Alm disso, o
cido participa de inmeras indstrias, embora seja pouco freqente no material
acabado. Os processos de produo desse cido sofreu muitos avanos, no decorrer
da histria do processo de produo, isso com o objetivo de aumentar a produo de
cido sulfrico. O processo possui diversas etapas, sendo que tem tanto processos
unitrios e operaes unitrias. Apesar de ser uma das substncias mais usadas e mais
importantes nas indstrias o cido sulfrico pode trazer diversos problemas ambientaisde poluio da gua, solo e ar, acarretando prejuzos.
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4 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princpios de qumica: Questionando a vida moderna
e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.ATKINS, P. W; SHRIVER, D. F. Qumica inorgnica. 4. ed. Porto Alegre: Bookman,2008.
CARDOSO, Arnaldo A., FRANCO, Alexandre. Algumas reaes do enxofre deimportncia ambiental. QNESC- Qumica Nova na Escola. n. 15. Maio, 2002.
QUIUMENTO, Francisco. cido Sulfrico Produo: Como obtido o mais tildos produtos qumicos [internet]. Verso 45. Knol. 2011 set 17. Disponvel em:. Acesso 01 de outubro de 2011.LEE, John D. Qumica inorgnica no to concisa. So Paulo: Edgard Bcher, 1999.
POLUIO ATMOSFRIA E CHUVA CIDA. Disponvel em: Acesso em 01 de Outubro de2011
SHREVE, R. Norris; BRINK JR., Joseph A. Indstrias de processos qumicos. 4. ed.Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 1997.
WET GAS SULPHURIC ACID PRODUCTION. Disponvel em. Acesso em 01de Outubro de 2011