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XII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Sto. Domingo, Rep. Dominicana, 30 oct. - 2 nov. 2007 1 Indicadores de uso de governo eletrônico por indivíduos e empresas no Brasil Mariana Reis Balboni Juliano Cappi Everton Rodrigues 1. Introdução A sociedade da informação é hoje uma realidade inquestionável para uma parcela significativa da população brasileira. À medida que ela se desenvolve, cresce a preocupação do governo e de parcelas organizadas da sociedade civil em relação ao acesso às TICs, consideradas um pressuposto para a participação democrática na sociedade. Para a elaboração de políticas públicas que garantam esse acesso, através de programas de governo eletrônico e de inclusão digital, assim como para monitorar e avaliar o impacto sócio-econômico das TICs, faz-se necessária a coleta e divulgação de dados e indicadores confiáveis a respeito do uso e penetração da Internet no país. O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), enquanto coordenador das iniciativas de serviços Internet no país, tem como atribuição coletar e disseminar informações sobre a rede. Esses dados e indicadores são fundamentais para medir o progresso do uso das TICs no Brasil, assim como para permitir a comparabilidade da realidade brasileira com outros países, identificando melhores práticas e as regiões onde o uso da Internet deve ser estimulado. Desde 2005, através do seu braço executivo, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o Comitê Gestor da Internet produz anualmente duas pesquisas sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no país – a TIC Domicílios e a TIC Empresas. Em sintonia com os esforços realizados pelo Partnership en Medición de TIC para el Desarrollo 1 para a produção de indicadores comparáveis internacionalmente, adotou-se a metodologia da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da Eurostat (Instituto de Estatísticas da Comissão Européia) para a elaboração de questionários e coleta de dados, incluindo os indicadores-chave aprovados na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI), de 2005. Esses indicadores têm como objetivo acompanhar o desenvolvimento das Metas do Milênio, estabelecidas durante a Cúpula do Milênio, realizada em Nova Iorque em setembro de 2000, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu líderes de 191 países para discutir os principais desafios da humanidade, entre eles a tutela dos direitos humanos e o compromisso com o combate à fome e à pobreza. Ciente do desafio de produzir e analisar indicadores capazes de aferir o crescimento e uso da rede, em 2006, o NIC.br criou o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), responsável pela sistematização e divulgação de dados periódicos e análises sobre a evolução da Internet no Brasil. Esse é um processo em constante aperfeiçoamento, realizado em colaboração com o Observatório para a Sociedade da Informação na América Latina e Caribe (OSILAC), da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas (CEPAL), que vem trabalhando no desenvolvimento dos indicadores chave das tecnologias da informação e das comunicações. Apresentaremos a seguir a TIC Domicílios e TIC Empresas, o cenário da exclusão digital no mundo e no Brasil. Utilizaremos esse quadro para contextualizar o o uso do e-Gov no Brasil por indivíduos e empresas e demonstrar sua importância para alavancar o desenvolvimento da cidadania no país. 1 Iniciativa global que reúne a UIT, OECD, UNCTAD, UNESCO, escritórios regionais da ONU, UN ICT Task Force e Banco Mundial, com o objetivo de coordenar a produção de estatísticas TIC em nível mundial, colaborando para a monitoração das metas do milênio.

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XII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Sto. Domingo, Rep. Dominicana, 30 oct. - 2 nov. 2007

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Indicadores de uso de governo eletrônico por indivíduos e empresas no Brasil

Mariana Reis Balboni Juliano Cappi

Everton Rodrigues 1. Introdução A sociedade da informação é hoje uma realidade inquestionável para uma parcela significativa da população brasileira. À medida que ela se desenvolve, cresce a preocupação do governo e de parcelas organizadas da sociedade civil em relação ao acesso às TICs, consideradas um pressuposto para a participação democrática na sociedade. Para a elaboração de políticas públicas que garantam esse acesso, através de programas de governo eletrônico e de inclusão digital, assim como para monitorar e avaliar o impacto sócio-econômico das TICs, faz-se necessária a coleta e divulgação de dados e indicadores confiáveis a respeito do uso e penetração da Internet no país. O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), enquanto coordenador das iniciativas de serviços Internet no país, tem como atribuição coletar e disseminar informações sobre a rede. Esses dados e indicadores são fundamentais para medir o progresso do uso das TICs no Brasil, assim como para permitir a comparabilidade da realidade brasileira com outros países, identificando melhores práticas e as regiões onde o uso da Internet deve ser estimulado. Desde 2005, através do seu braço executivo, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o Comitê Gestor da Internet produz anualmente duas pesquisas sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no país – a TIC Domicílios e a TIC Empresas. Em sintonia com os esforços realizados pelo Partnership en Medición de TIC para el Desarrollo1 para a produção de indicadores comparáveis internacionalmente, adotou-se a metodologia da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da Eurostat (Instituto de Estatísticas da Comissão Européia) para a elaboração de questionários e coleta de dados, incluindo os indicadores-chave aprovados na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI), de 2005. Esses indicadores têm como objetivo acompanhar o desenvolvimento das Metas do Milênio, estabelecidas durante a Cúpula do Milênio, realizada em Nova Iorque em setembro de 2000, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu líderes de 191 países para discutir os principais desafios da humanidade, entre eles a tutela dos direitos humanos e o compromisso com o combate à fome e à pobreza. Ciente do desafio de produzir e analisar indicadores capazes de aferir o crescimento e uso da rede, em 2006, o NIC.br criou o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), responsável pela sistematização e divulgação de dados periódicos e análises sobre a evolução da Internet no Brasil. Esse é um processo em constante aperfeiçoamento, realizado em colaboração com o Observatório para a Sociedade da Informação na América Latina e Caribe (OSILAC), da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas (CEPAL), que vem trabalhando no desenvolvimento dos indicadores chave das tecnologias da informação e das comunicações. Apresentaremos a seguir a TIC Domicílios e TIC Empresas, o cenário da exclusão digital no mundo e no Brasil. Utilizaremos esse quadro para contextualizar o o uso do e-Gov no Brasil por indivíduos e empresas e demonstrar sua importância para alavancar o desenvolvimento da cidadania no país. 1 Iniciativa global que reúne a UIT, OECD, UNCTAD, UNESCO, escritórios regionais da ONU, UN ICT Task Force e Banco Mundial, com o objetivo de coordenar a produção de estatísticas TIC em nível mundial, colaborando para a monitoração das metas do milênio.

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TIC Domicílios - Para a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação em Domicílios 2006 foram realizadas 10.510 entrevistas na zona urbana, com pessoas a partir de 10 anos de idade, cobrindo as cinco regiões do país. Em 2005, foram 8.540 entrevistas. A amostra probabilística foi desenhada com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em ambas as edições, a TIC Domicílios mediu a penetração e uso da Internet em domicílios a partir dos seguintes módulos: Acesso às Tecnologias da Informação e da Comunicação; Uso do Computador; Uso da Internet; Governo Eletrônico; Comércio Eletrônico; Segurança da Rede; Uso do E-mail; Spam; Habilidades com o Computador; Habilidades com a Internet; Intenção de Aquisição de Equipamentos e Serviços TIC e Acesso sem Fio. Em 2006, foi dada ênfase aos módulos relativos ao treinamento e habilidades para o uso do computador e Internet, e para o tipo de conexão para acesso à rede nos domicílios, incluindo novas questões referentes à banda larga. De maneira geral, os resultados da pesquisa indicam que houve avanços em relação à posse e ao uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil, entretanto os fatores socioeconômicos continuam determinando o acesso à Internet no país: a população de regiões mais ricas, próximas aos centros urbanos, com nível de escolaridade mais alta e mais jovem tem mais acesso à infra-estrutura de telecomunicações e aos serviços da rede. A pesquisa indica também que as políticas públicas de inclusão digital precisam ser diferenciadas: políticas de uso voltadas para pessoas de menor renda, através de centros públicos de acesso – pagos ou gratuitos - parecem mais eficazes que políticas de posse, uma vez que o custo para a aquisição dessas tecnologias ainda é muito elevado para o poder aquisitivo das camadas mais pobres da população. TIC Empresas - Para a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação em Empresas 2006, as entrevistas foram aplicadas por telefone para 2.700 empresas com mais de 10 funcionários de todas as regiões do país, que compõem sete segmentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE): Indústria de Transformação; Construção; Comércio e Reparação de Automóveis; Hotelaria e Alimentação; Transporte, Armazenagem e Comunicação; e Atividades Imobiliárias; Atividades Cinematográficas, Vídeo, Rádio e TV. Em 2005, foram 2.030 entrevistas. O desenho amostral foi construído com base no cadastro de estabelecimentos da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais, o que representa uma melhora em relação à amostra de 2005, que utilizou diversas listas disponíveis no mercado. A TIC EMPRESAS 2006 investigou a penetração e uso da Internet em empresas, incluindo os seguintes módulos: Informações Gerais sobre os Sistemas TIC; Uso da Internet; Governo Eletrônico; Segurança na Rede; Comércio Eletrônico e Habilidades no uso das TIC. Neste ano, foram ampliados os módulos relativos à contratação e treinamento de especialistas e profissionais com habilidades em TIC e ao tipo de conexão para acesso à Internet. Também foram incluídas questões sobre uso de softwares específicos, tipo de sistema operacional e política de restrição de acesso. Os resultados gerais da pesquisa mostram que o uso de computadores e da Internet pelas empresas investigadas é praticamente universal, indicando um alto nível de informatização do setor privado no Brasil. Entretanto, ainda não chega a 50% o número de companhias com website ou que usam a rede para a compra e a aquisição de bens e serviços, e ainda são grandes as dificuldades encontradas na contratação de profissionais com especialidade em TIC, o que mostra que ainda há muito a ser feito para que o potencial das tecnologias da informação e da comunicação seja absorvido pelo setor produtivo brasileiro. Pesquisas sobre o uso das tecnologias contribuem para promover o debate, criar as condições para que o setor público possa planejar seus programas de governo eletrônico e de inclusão digital, bem como as políticas de difusão da banda larga no país e toda a infra-estrutura relacionada ao desenvolvimento da Internet. Esses indicadores também são importantes para que empresas privadas e empreendedores planejem seus negócios e avaliem as tendências relacionadas ao crescimento da Internet, que é o centro da economia globalizada.

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De acordo com a TIC Domicílios 2006, cerca de 67% da população – pouco mais de 100 milhões de brasileiros – nunca tinha acessado a Internet, sendo que entre as pessoas conectadas somente 15,5% são de classe D e E2, percentual que representa 7,9 milhões de pessoas. Houve um crescimento em relação ao ano 2000, quando a taxa de acesso era de apenas 2,5% (TAKAHASHI, 2000), mas continuamos com um número gigantesco de excluídos digitais3, pessoas que não têm acesso à Internet, e que por isso têm menos condições de participar ativamente na sociedade digital. 2. O cenário da exclusão no mundo Uma das principais características do cenário inaugurado no final dos anos 80 com a hegemonia do neoliberalismo que sobreveio ao forte simbolismo da queda do muro de Berlim e a revitalização do capitalismo como forma de organização política e econômica é a ausência de fronteiras nacionais (IANNI, 1996). O processo de globalização carrega consigo a interdependência entre nações, tanto na produção de bens materiais como culturais, podendo ao mesmo tempo ampliar mercados e o intercâmbio de conhecimento, como concentrar riquezas e aprofundar as desigualdades entre indivíduos, e entre países. Segundo Sacristan (2001), a globalização acelera e fortalece o processo de comunicação entre culturas, ao mesmo tempo em que impõe idéias e comportamentos de forma desigual entre diferentes civilizações, acentuando confrontamentos e disparidades. O principal ponto a ser observado é que ainda é muito pequena a parcela da população, em diferentes países, que tem acesso aos meios de informação digital e que dominam o processo de produção de conhecimento, podendo assim se beneficiar da cultura digitalizada disponível na rede. Desta maneira, surge a preocupação de que somente indivíduos “incluídos” na sociedade atual, com conta bancária, trabalho e educação formal, possam usufruir as facilidades trazidas por essas tecnologias. Aqueles à margem dessa sociedade, desempregados ou analfabetos funcionais, possuem poucas chances de participar da rede e dependem de políticas inclusivas de seus governantes que viabilizem essa interação. Corremos, portanto, o risco de transformar uma ferramenta potencialmente inclusiva e democrática em mais um indutor da pobreza e da miséria no mundo. Em termos gerais, a exclusão digital diz respeito à distribuição desigual dos recursos relacionados à tecnologia da informação e da comunicação entre os países ou dentro de uma mesma região. Ela pode também ser vista como uma das muitas formas de manifestação da exclusão social, considerando que o acesso às TICs – especialmente à Internet – pode ao mesmo tempo reduzir ou ampliar a problemática social. Isso porque a exclusão digital é mais uma conseqüência das desigualdades sociais, econômicas e políticas que caracterizam a distribuição de poder e renda na sociedade. Por outro lado, o acesso à Internet pode evidenciar “a capacidade que têm as pessoas de transcender metas institucionais, superar barreiras burocráticas e subverter valores estabelecidos no processo de inaugurar um mundo novo” (CASTELLS, 2003: 13). Esse potencial faz com que a exclusão digital se caracterize “não apenas pelo acesso físico a computadores e à conectividade, mas também a recursos adicionais, que permitem que as pessoas utilizem a tecnologia de modo satisfatório” (WARSCHAUER, 2006: 21). Dessa forma, o excluído digital passa a ter dificuldade para conhecer e exercer seus direitos de cidadão, principalmente no contexto atual, em que empresas e governos migram cada vez mais informações e serviços para os meios eletrônicos. 2 O critério utilizado para classificação leva em consideração a educação do chefe de família e a posse de uma serie de utensílios domésticos, relacionando-os a um sistema de pontuação. A soma dos pontos alcançada por domicílio é associada a uma Classe Sócio-Econômica específica (A, B, C, D, E). 3 Segundo Reinhard e Macadar (2002), o termo “exclusão digital” (apartheid digital, digital gap, digital divide, brecha digital, etc) significa a não disponibilização do acesso às Tecnologias de Informação e da Comunicação (TICs), em especial à Internet.

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Segundo o Information Economy Report da ONU, em 2006, apenas 15,6% da população mundial possuía acesso à Internet, pouco mais de 1 bilhão de pessoas, sendo que, nos países ricos, a taxa média de penetração é de 54,4%, enquanto nas economias mais pobres não chega a 9%. América do Norte e Europa são as regiões com o maior número de internautas – 66% da população têm acesso à rede, cerca de 425 milhões de pessoas. Já na América Latina e África, as taxas de penetração da Internet são 15,5% e 3,6%, respectivamente. A desigualdade na distribuição de renda é o primeiro grande problema: segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD (2005), o rendimento médio dos 20% da população mundial mais rica é cerca de 50 vezes superior ao rendimento médio dos 20% mais pobres, e equivale a três quartos do rendimento global. No outro extremo, os 40% mais pobres detêm somente 5% do rendimento mundial, e correspondem aproximadamente a dois bilhões de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. 3. O Cenário da exclusão no Brasil O Brasil é grande em tamanho e em contradições, e atualmente amarga a segunda pior distribuição de renda do mundo, ficando atrás apenas de Serra Leoa, segundo o estudo Radar Social 2005, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Ministério do Planejamento (IPEA, 2005: 60), que oferece um panorama dos principais problemas sociais do país no período de 2001 a 2003. Com uma organização social onde a classe média é muito pequena, o país está dividido em dois grupos econômicos distintos: os ricos e os pobres. O primeiro é constituído por 10% da população, que detêm 46% da riqueza do país, enquanto o segundo grupo, que representa 50% da população, detém somente 13% da renda nacional. E a desigualdade vai além: os 10% mais pobres da população brasileira são responsáveis por apenas 0,7% do rendimento nacional, aponta o Relatório do Desenvolvimento Humano 2005 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A pobreza atinge cerca de um terço (31,7%) da população – 53,9 milhões de pessoas – que vivem com uma renda per capita mensal de até meio salário mínimo4. E 12,9%, ou 21,9 milhões de pessoas, são considerados indigentes, vivendo com renda domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo. O mais alarmante é que, diferentemente de outras nações, os elevados níveis de pobreza não estão relacionados a uma insuficiência generalizada de recursos – o Brasil é uma das 10 maiores economias do mundo, de acordo com relatório do Banco Mundial para 2005 – mas justamente à extrema desigualdade em sua distribuição (ver quadro 1). A desigualdade no país é preocupante, e se aprofunda quando consideradas as diferenças regionais e entre unidades da federação. Considerando que a renda domiciliar média per capita no Brasil é de R$ 360,50 (IPEA, 2005: 55), uma família no Distrito Federal conta com uma renda média mensal de R$ 685,90, enquanto no outro extremo, uma família maranhense vive no mesmo período com R$ 169,00. O levantamento mostra que as rendas mais elevadas estão nas famílias localizadas nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para o Estado de São Paulo, que apresenta uma renda domiciliar per capita média de quase dois salários mínimos, enquanto os estados do Nordeste detêm as menores médias, não ultrapassando um salário mínimo mensal por família. Educação - Sobre a educação, o Radar Social 2005 aponta que 11,6% da população é analfabeta5, ou 4 Levantamento realizando em 2003, considerando que o valor nominal do salário mínimo entre abril de 2003 e abril de 2004 era de R$ 240,00. 5 Vale ressaltar que o IBGE considera alfabetizada qualquer “pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece”, diferentemente da tendência atual internacional, que considera alfabetizadas somente as pessoas com 4 anos ou mais de estudos. Se a pesquisa brasileira seguisse essa tendência, o número poderia chegar a 30 milhões de

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14,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais, sendo que o índice chega a 26% entre indivíduos que moram nas regiões rurais. Assim como a desigualdade de renda, as maiores taxas de analfabetismo se encontram nas regiões Nordeste – 17,5% da população maranhense é analfabeta, enquanto a média nacional é de 5,7%, e no Rio de Janeiro e Distrito Federal esse total é de cerca de 3%. O estudo mostra ainda que as taxas de analfabetismo são muito maiores entre adultos com mais de 40 anos (19,9%), e chegam a 48,2% entre idosos com mais de 75 anos, o que resulta do limitado acesso dessas gerações à educação formal no passado. A escolaridade média no país é de apenas 6,4 anos de estudo, abaixo do nível obrigatório de oito anos. Nas regiões urbanas metropolitanas, a média de estudo atinge o nível obrigatório, mas nas áreas rurais, o índice cai pela metade – lembrando que a população urbana no Brasil equivale a cinco vezes a população rural (ver quadro 1). De acordo com o IBGE, mais de 80% dos 180 milhões de brasileiros vivem em grandes cidades que se concentram na parte sul do país, sobretudo na região sudeste. Exclusão digital no Brasil - A exclusão digital acompanha o cenário de exclusão social no país, fazendo com que a população de regiões mais ricas, próximas aos centros urbanos, com nível de escolaridade mais alta e mais jovem tenha mais acesso à infra-estrutura de telecomunicações e aos serviços de Internet. Mesmo chegando a quase todos os municípios e localidades do país6, a rede de telefonia fixa nacional está presente em apenas 48,1% dos domicílios brasileiros (IBGE, 2005). Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país apresentava em setembro de 2005 uma densidade telefônica de 28,72 linhas para cada 100 habitantes, número bem maior do que as 11,5 linhas por 100 habitantes registradas em 1997, um ano antes da privatização do Sistema Telebrás, ocorrida em 29 de julho de 1998, mas ainda muito aquém dos países desenvolvidos, onde os números estão próximos dos 40 telefones por 100 habitantes7. A rede de telefonia móvel está em franca expansão no país, e praticamente duplicou entre 2003 e 2005, chegando a 81,24 milhões de acessos instalados em 2.958 cidades brasileiras em setembro de 2005, segundo dados da Anatel. Entretanto, sua cobertura ainda deixa a desejar – existem 2.603 municípios sem serviços móveis, principalmente nas áreas rurais, sendo que somente 33% das cidades do Nordeste são atendidas por uma operadora móvel. De acordo com os dados do Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2006, nas cidades atendidas concentra-se 88% da população brasileira, ou cerca de 93% da população urbana. Pelos dados do IBGE, 59,3% dos domicílios brasileiros possuíam acesso a telefones móveis em 2005, sendo que o número de residências que contam somente com o celular passou de 7,8% para 23,6% em quatro anos. No que diz respeito à infra-estrutura de banda larga, essencial para o acesso pleno à Internet no país, somente 1.606 municípios contam com algum tipo de acesso em alta velocidade à Internet – total considerado elevado, se considerarmos que em 2003 havia apenas 251 cidades com esse serviço disponível8. A penetração de banda larga no país é de 6,7%, ou seja, 3,32 milhões de assinantes para pouco mais de 50 milhões de domicílios – número extremamente baixo se comparado à Coréia do Sul, onde o percentual chega a 25,58. Acesso ao computador e à Internet – A exclusão digital no Brasil é aguda. Segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em 2006, somente 19,6% do total de domicílios possuía computador e 14,5% acesso à Internet9. Entretanto, a penetração dos equipamentos e serviço nas residências de classe D e E é de 2,8% e 1,6%, respectivamente, enquanto na classe A, os percentuais analfabetos (cf. INEP, s.d., p. 9, disponível em http://www.inep.gov.br/download/estatisticas/analfabetismo2003/Analfabetismo.zip. Acesso em 29 de janeiro de 2007). 6 Ver Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2006, Editora Teletime. 7 World Telecommunication/ICT Development Report 2006. 8 Segundo o Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2006, p. 122. 9 Considerado somente o acesso à Internet via computador de mesa (desktop) ou computador portátil (laptop e notebook).

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saltam para 86% e 81,5%, respectivamente (ver quadro 3). Ao mesmo tempo, 54,3% da população nunca usou um computador e 66,7% nunca navegou na Internet (ver quadro 4). A maior barreira ao acesso desses indivíduos à Internet se dá pela falta de computador, motivo apontado por 67,5% dos entrevistados, e 31,7% devido ao custo da conexão. Pessoas da classe A que possuem computador em casa têm 22,17 vezes mais chance de acessar a Internet do que as outras categorias; do outro lado estão as pessoas das classes D e E, que mesmo possuindo computadores apresentam 6,25 menos chances do que as outras de ter acesso. Do total de usuários de Internet nos três meses anteriores à pesquisa, 40,04% realizaram o acesso de casa, 24,40% do trabalho, 30,10% de lanhouses, e somente 3,49% utilizaram um centro público de acesso gratuito. No total de domicílios entrevistados, 36,03% dos homens declararam usar Internet, contra 30,88% do sexo feminino. As principais atividades realizadas10 na Internet por esses usuários estão relacionadas à comunicação (78,18%), busca de informações e serviços on-line (75,36%), lazer (70,84%) e educação (64,39%), como mostra o quadro 5. 4. Governo eletrônico O excluído digital é portanto aquele indivíduo que, além de não ter acesso à Internet, tem maior dificuldade em conhecer e exercer seus direitos de cidadão pois não acede às informações e serviços públicos disponíveis à população por meio eletrônico. Ele não está apenas alijado dos benefícios trazidos pelos serviços de governo eletrônico, mas se vê com poucas possibilidades de interação com o governo, impossibilitado de usar as ferramentas digitais para participar da tomada de decisões de forma democrática e exercer assim, de maneira fortalecida, sua cidadania. Atualmente, um número crescente de serviços de governo eletrônico vem sendo colocado à disposição do cidadão por diferentes esferas de Governo – principalmente federal e estadual –, e novos canais de comunicação se abrem entre o cidadão e o poder público. Como lembra Martini (2005), governos democráticos e participativos encontram nas tecnologias da informação e da comunicação ferramentas fundamentais para a desburocratização dos processos de trabalho, para a melhoria da gestão e da qualidade dos serviços prestados, para a democratização do acesso e para o efetivo controle social das ações governamentais. Santos (2005) faz referência ainda à importante contribuição da Internet para a transparência do Estado, a prestação de contas do Governo à sociedade e a consulta à comunidade sobre as decisões que serão tomadas na gestão dos bens públicos. Cada vez mais o acesso à comunicação através das redes de informação passa a ser considerado um direito e um pressuposto básico da democracia na sociedade pós-moderna (SILVEIRA, 2001). Segundo Ruediger (2002), o termo “governo eletrônico” implica na prestação de serviços públicos por meio eletrônico, ou seja, na utilização de recursos das novas tecnologias de informação e comunicação na promoção da relação do governo com o cidadão, e vice-versa. “Em conjunto, tecnicamente, o governo eletrônico, além de promover essas relações em tempo real e de forma eficiente, seria ainda promotor de boas práticas de governança e, potencialmente, catalisador de uma mudança profunda nas estruturas de governo, proporcionando mais eficiência, transparência e desenvolvimento, além do provimento democrático de informações para decisão (p.1)”. Para Lenk & Traunmüller (2001) , governo eletrônico é um termo em formação, que pode ser entendido a partir de quatro perspectivas: a do cidadão, focada no fornecimento de serviços públicos à população; a de processos, que visa repensar o funcionamento de processos produtivos do Governo, como os processos de licitação para compras (e-procurement); a da cooperação, com foco na integração de vários órgãos governamentais, de modo a agilizar processos, ganhar qualidade e eficiência, reduzir custos; e a de gestão do conhecimento, que visa criar possibilidades para que o Governo crie, gerencie e disponibilize o conhecimento gerado e acumulado por seus vários órgãos. 10 http://www.nic.br/indicadores/usuarios/rel-int-09.htm. Acesso em 29 de janeiro de 2007.

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Já Perri (2001) compreende o termo através de três objetivos básicos: o fornecimento de serviços eletrônicos, principalmente serviços de utilidade pública para o contribuinte (cidadão ou empresas); a democracia eletrônica, como sistemas de votação eletrônica e consultas online; e a governança eletrônica propriamente dita, que inclui o suporte digital para elaboração de políticas públicas e tomada de decisões. Como vemos, o tema é muito amplo. Governo eletrônico inclui não somente os serviços fornecidos ao cidadão como uma série de processos referentes à relação cidadão-governo, assim como processos internos do Governo, mudanças no perfil da gestão, busca de eficiência e transparência. Nosso estudo entretanto tratará somente do aspecto do fornecimento de serviços de utilidade pública para o contribuinte, pelo ponto de vista do contribuinte. Apresentaremos assim, de forma descritiva, os resultados do módulo sobre “governo eletrônico” da Pesquisa sobre o uso da Internet no Brasil – TIC Domicílios e TIC Empresas 2006, entretanto, que investigou o uso de serviços de governo eletrônico pela população e por empresas (ver anexo 1). 4.1. Perfil do usuário de governo eletrônico Entretanto, ainda é pequeno o número de brasileiros que se beneficia das facilidades do e-government. Segundo a TIC Domicílios 2006, somente 12,1% da população utilizou serviços de governo eletrônico nos últimos 12 meses, lembrando que foram consultados apenas indivíduos com mais de 16 anos, que têm idade suficiente para se relacionar com órgãos públicos. Assim como o acesso à Internet, as disparidades sócio-economicas também se refletem no uso do governo eletrônico: 57,2% dos indivíduos da classe A utilizam os serviços, enquanto somente 2,5% das classes DE o fazem, sendo que o nível de escolaridade parece ser o fator determinante para o uso desses serviços, mais ainda do que a classe social e a renda, dado que 54% daqueles que têm nível superior são usuários de governo eletrônico, enquanto somente 0,5% dos analfabetos ou pessoas que possuem educação infantil utilizam esta ferramenta (ver quadro 6). O perfil do usuário médio dos serviços de governo eletrônico é composto portanto por homens que têm entre 16 e 34 anos (69,9%), cursaram ao menos o ensino médio (89,7%), trabalham (84,5%), pertencem às classes B e C (85,2%), e têm renda acima de R$ 1 mil (63,8%). A participação de indivíduos da classe média é grande devido ao perfil sócio-demográfico da população brasileira: do total de usuário de governo eletrônico, 6,1% são da classe A, 42,3% da classe B, 42,9% da classe C e 8,8% das classes DE, entretanto, no Brasil apenas 1,3% dos indivíduos correspondem à classe A, enquanto 15,3% pertencem à classe B, 40,7% à classe C e 42,7% às classes DE (ver quadro 7). A região Centro-Oeste concentra o maior número de usuários de governo eletrônico, muito provavelmente por causa de Brasília: 15% das pessoas com 16 anos ou mais utilizaram esse serviço em 2006. Em seguida, vem a região Sudeste com 13,8%, a região Sul com 11,5%, a região Norte com 8,3% e, por último, a região Nordeste com 7,1%. Normalmente o acesso aos serviços de governo eletrônico é realizado de casa, resposta de 52,2% dos respondentes da TIC Domicílios 2006. Em seguida vem o trabalho, com 39,6% das respostas, os centros públicos de acesso pago com 23%, a casa de outra pessoa com 14,3% e a escola, com 12,4%. A alta taxa de de uso de serviços de governo eletrônico de casa pode se justificar pela alta penetração do computador nos domicílios de usuários desses serviços: de acordo com a pesquisa, 59% dos usuários de governo eletrônico possuem computador em casa, enquanto a penetração do equipamento entre a população em geral é de 19,6%, e entre internautas em geral é de 49,4%. A TIC Domicílios apontou ainda que apenas 1,9% dos usuários de serviços de governo eletrônico o faz através de centros públicos de acesso gratuito (ver quadro 8). Vale lembrar que uma das motivaçõs para o desenvolvimento de centros públicos de acesso foi justamente a possibilidade de facilitar o acesso da população às informações e aos serviços governamentais (GUARNIERI, 2003).

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A grande maioria dos usuários de governo eletrônico utiliza a Internet todos os dias (57%), percentual maior do que o usuário de Internet em geral, 46%. Isso nos sugere que as pessoas que utilizam a Internet para interagir com o governo são usuários mais assíduos da rede (ver quadro 9). A atividade mais realizada na Internet pelos usuários de governo eletrônico é a busca por informações (83,4%). Isso não ocorre, porém, com o usuário de Internet em geral, que tem como principal atividade o uso da rede para se comunicar (78,2%). Outro aspecto interessante é o fato de 29% dos usuários de governo eletrônico utilizar serviços de Internet banking, enquanto somente 16,6% dos usuários de Internet em geral realizam estas atividades (ver quadro 10). Podemos atribuir esta tendência ao fato de que a maior parte dos usuários de e-Gov têm algum tipo de trabalho remunerado, 84,5%. O serviço de governos eletrônico mais utilizado pelos brasileiros é a consulta ao Cadastro de Pessoa Física (66,1%), seguido pela declaração do Imposto de Renda (48,1%), busca de informações sobre serviços públicos de educação (38,9%), inscrição em concursos públicos, (36,7%) e informações sobre emprego (30,7%). A TIC Domicílios 2006 identificou algumas diferenças no tipo de serviços de acordo com a classe social do usuário, principalmente no que diz respeito ao pagamento de impostos: o pagamento do IPVA foi responsável por 26,4% das respostas na classe AB e 6,8% nas classes DE; o pagamento do IPTU foi utilizado por 10,1% das pessoas das classes AB e por somente 2,1% dos entrevistados das classes DE. No que se refere ao gênero do usuário, a única diferença significativa identificada está no pagamento de IPVA, realizado por 23,4% dos homens e somente 13,8% das mulheres (ver quadro 11). As diferenças sócio-econômicas entre as regiões brasileiras também se destacam na pesquisa. Se considerarmos, por exemplo, as atividades “busca de informações sobre emprego” e “busca de informações sobre programas assistenciais”, vemos que os maiores índices de penetração - respectivamente 33,5% e 13,6% - são das regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país. Além disso, se consideramos os indivíduos que ainda não acessam serviços de governo eletrônico mas que gostaria de utilizar, vemos que 45% das pessoas na região norte usariam a rede para buscar informações sobre programas assistenciais como bolsa-família, e 34,8% na região Nordeste, contra 29% no Centro-oeste, 28% no Sudeste e 25,7% no Sul (veja quadro 12). Vemos também que os serviços de governo eletrônico mais utilizados (consulta ao CPF e Declaração do Imposto de Renda) são os facilitadores do cumprimento das obrigações do cidadão com o Estado. Já os serviços referentes à divulgação de informações sobre seus direitos são ainda timidamente acessados. Além disso, em sua grande maioria os serviços relacionados aos direitos do cidadão não efetivam as atividades que o cidadão desejaria realizar. Dentre os serviços levantados somente três oferecem a possibilidade do cidadão resolver seu problema: fazer o boletim de ocorrência, obter licensas e permissões e fazer inscrições em concursos públicos. Já no caso das obrigações do cidadão, os serviços são mais “transacionais” e permitem por exemplo o envio da declaração de imposto de renda e o pagamento de impostos e taxas de serviços públicos. Desta forma notamos que atualmente, entre os serviços de governo eletrônico estudados– sejam municipais, estaduais ou federais, os benefícios oferecidos ao cidadão se concentram na disponibilização de informações, enquanto para o cumprimento de deveres frente ao poder público o cidadão encontra na Internet ferramentas que permitem a efetivação de transações. No que tange às atividades ligadas à interação com órgão públicos realizadas por usuários de governo eletrônico, a mais expressiva é a obenção de informações de alguma autoridade ou orgão público (37,3%), seguida pelo envio de e-mails ou formulários oficiais para órgãos públicos (17,7%), emissão de vias para pagamento de taxas e serviços (17,1%) e o download de formulários oficiais (15,2%). Somente 3,5% dos usuários de governo eletrônico usa a Internet para fazer denúncias ou queixas (ver quadro 13). A pequena taxa de uso do serviço de denúncias e queixas reflete a tímida utilização de atividades de governo eletrônico que oferecem direitos ao cidadão, ou então a falta de sítios web que permitam essa opção.

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Entre os entrevistados que declararam não utilizar serviços de governo eletrônico, a principal razão apresentada foi a preferência por fazer o contato pessoalmente, com 56% das respostas, seguido pela preocupação com a proteção e segurança dos dados, 8,7%, e por acreditar que o contato via Internet com administração pública é muito complexo, 8,24%. Chamam a atenção as diferenças identificadas por faixa etária: quanto maior a idade do entrevistado maior a preferência por “realizar o contato pessoalmente” (ver quadro 14). 4.2.Uso do governo eletrônico em empresas Segundo os resultados da TIC Empresas 2006, cerca de 83% das empresas brasileiras com mais de 10 funcionários e que constituem os sete segmentos da CNAE mencionados utilizam a Internet para interagir com órgãos públicos, sendo que quanto maior a empresa maior o uso de serviços de governo eletrônico. Nas empresas com porte de 10 a 19 funcionários, a proporção de acesso a estes serviços é um pouco menor que a média geral (78,3%). Porém este segmento responde por 50% das empresas que acessam o governo eletrônico. Nas companhias com porte a partir de 250 funcionários este percentual passa de 95%. Vale lembrar que o uso da Internet para o envio de informações para o Governo, inclusive para a geração de guias de recolhimento de impostos, vem sendo amplamente estimulado nos últimos anos, fazendo com que a penetração dos serviços no universo empresaria seja grande no país (ver quadro 16). Entre as regiões do país não há grande variação no uso do governo eletrônico. A região Nordeste tem a menor proporção de empresas interagindo com órgãos públicos pela rede: 80,5%. A região Sul e Sudeste apresetam um percentual ligeiramente superior de uso do governo eletrônico com 81,7% e 82,9%, respecivamente. Já as regiões Centro-oeste e Norte apresentam os maiores percentuais de uso da rede para a interação com órgãos públicos: 87,8% e 90,9%. As empresas do setor imobiliário são as que mais utilizam a rede para interagir com o governo: 94,2%. Pode contribuir com este fato o perfil de o uso da Internet que é praticamente universal neste segmento do mercado (99,3%). No setor de construção a proporção também é bastante expressiva, 91,5%, seguido pelo segmento de trasnporte, armazenamento e comunicação, com 89,8%. O setor de comércio e de veículos automotores é o que apresentou o índice mais baixo de uso de governo eletrônico: 77,1%. A declaração do imposto de rende é o serviço mais utilizado, sendo que 68,7% do total de empresas entrevistas informou entregar seu imposto de renda pela Internet. Em seguida, vem a consulta do cadastro de inscrições estaduais (68,1%), a consulta ao FGTS da empresas (61,5%), a consulta ao PIS/PASEP, (56,6%), e a consulta a situação fiscal e dívida ativa (56%). Com relação à atividade mais realizada, a entrega do imposto de renda pela Internet, observamos que quanto maior o porte da empresa maior a penetração do serviço: entre as grandes empresas, com mais de 100 funcionários registrados, os percentuais de entrega de imposto de renda pela Internet ultrapassam os 90% (ver quadro 16), já os estabelecimentos menores, com entre 10 e 19 funcionários, esse percentual é de apenas 60%. Apesar da ampliação das linhas do microcrédito disponibilizadas pelo governo nos últimos anos, a consulta por informações sobre empréstimo para micro e pequenas empresas ainda é baixa: somente 23,3% utilizam este serviço. Mesmo as pequenas empresas o utilizam muito pouco: 23,8% dos estabelecimentos com entre 10 e 19 funcionários, 21,8% dos entre 20 e 49 funcionários, e 24% nas de 50 a 100. As licitações eletrônicas feitas pelo governo (e-Procurement) também estão entre as modalidades menos procuradas pelas empresas. Somente 24,9% delas utilizou a Internet para participar das concorrências. Esta é uma modalidade muito importante pois tem impacto direto na agilidade do processo de licitação, na capacidade de redução de custos tanto nos serviços prestados como nos trâmites característicos da atividade.

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5. Conclusão Já conhecemos o potencial que a Internet tem de fortalecer a interação entre indivíduos e governos, reforçar a sociedade civil e caminhar rumo a processos democráticos mais participativos. Entretanto, este não parece ser o cenário que vem se consolidando, mesmo em governos democráticos e preocupados com os direitos de sua população. De forma geral, o usuário tende a encontrar um número maior de informações sobre obrigações e deveres em relação ao Estado, do que de seus direitos e possibilidades. As transações interativas disponíveis na maior das vezes facilitam a entrega do imposto de renda e o pagamento de taxas, mas continuam obrigando o cidadão a enfrentar filas para realizar seu cadastramento na previdência social ou fazer a segunda via de um documento. Para Castells (2003) o potencial da Internet como um instrumento de promoção da democracia ainda não foi atingido: “Esperava-se que a Internet fosse um instrumento ideal para promover a democracia – e ainda se espera. Como dá fácil acesso a informação política, permite aos cidadãos ser quase tão bem informados quanto seus líderes. Com boa vontade do governo, todos os registros públicos, bem como um amplo espectro de informação não sigilosa, poderia ser disponibilizada on-line. A interatividade torna possível aos cidadãos solicitar informação, expressar opiniões e pedir respostas pessoais a seus representantes. Em vez de o governo vigiar as pessoas, as pessoas poderiam estar vigiando o seu governo – o que é de fato um direito delas, já que teoricamente o povo é soberano. Entretanto, a maioria dos estudos e relatórios descreve um quadro melancólico – com a possível exceção das democracias escandinavas (p. 128)”. Também vemos que ainda existe uma diferença muito grande entre o que o poder público e Governo esperam do uso da Internet e dos serviços de governo eletrônico e o uso efetivo que vem sendo feito dos mesmos.Utilizar as ferramentas de e-Gov de forma a interagir efetivamente com o poder público, facilitando a vida do cidadão, e possibilitando a inserção política e econômica na rede através das tecnologias disponíveis são objetivos que representam uma sofisticação no uso do equipamento que o usuário – principalmente aquele que geralmente não recebeu uma educação que motivasse a autonomia e o protagonismo – sozinho não consegue alcançar. Não é a falta de acesso que reduz as oportunidades na vida do cidadão, mas são justamente os cidadãos com menos oportunidades que terão dificuldades de acesso e uso da informática. Em um país de diferenças sociais tão grandes como o Brasil, onde fatores sócio-econômicos continuam identificando aqueles que pertencem ao processo produtivo, as ferramentas de governo eletrônico têm o potencial de divulgar informações e serviços úteis ao cidadão, facilitar a relação com o Governo, e alavancar a sua participação política. Mas para tanto o comprometimento e empenho dos administradores públicos, não na disponibilização do acesso e dos serviços, mas principalmente na educação da população, continua sendo fundamental.

LISTA DE ABREVIATURAS Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas CETIC.br – Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil CMSI – Cúpula Mundial da Sociedade da Informação CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas CPF – Cadastro de Pessoas Físicas Eurostat – Instituto de Estatísticas da Comissão Européia IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Ministério do Planejamento IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR

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OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ONU – Organização das Nações Unidas OSILAC – Observatório para a Sociedade da Informação na América Latina e Caribe PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento RAIS – Relação Anual de Informações Sociais TICs – Tecnologias da Informação e da Comunicação

Bibliografia

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LISTA DE QUADROS Quadro 1. Características socioeconômicas da população brasileira 2001/2005

Variável Unidade 2001 2005 População milhões 170,8 184,3 Urbana milhões 143,3 152,7 Rural milhões 27,4 31,6 Famílias milhões 50,8 53,4 Urbana milhões 43,4 48,5 Rural milhões 7,4 8,8

Distribuição de renda mensal familiar Até 1 salário mínimo % 13 15 De 1 a 2 salários mínimos % 19 23 De 2 a 3 salários mínimos % 15 16 De 3 a 5 salários mínimos % 18 18 De 5 a 10 salários mínimos % 17 15 De 10 a 20 salários mínimos % 8 6 Mais de 20 salários mínimos % 4 3 Sem rendimento % 4 3 Sem declaração % 2 2

Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Quadro 2. Percentual de municípios com serviço de telefonia móvel no Brasil

Municípios cobertos por redes celulares - 2005 Região do país Percentual

Norte 45% Nordeste 33% Sul 64% Sudeste 66% Centro-oeste 65% Total Brasil 53%

Fonte: Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2006

Quadro 3. Penetração de computadores e Internet em domicílios Percentual sobre o total de domicílios

Percentual (%) Computador Internet Total 19,63 14,49

A 86,02 81,49 B 63,17 51,22 C 18,81 12,10 CLASSE SOCIAL

DE 2,83 1,61 Localizado em uma favela 9,06 7,29 Conjunto Habitacional 21,88 14,87 Localizado próximo a uma favela 17,34 13,09

LOCALIZAÇÃO DO DOMICÍLIO

Não há favela próxima 21,55 16,10 Sudeste 24,19 81,00 Nordeste 8,50 94,37 Sul 24,63 83,07 Norte 10,39 93,79

REGIÕES DO PAÍS

Centro-oeste 18,88 86,88 * Base: 10.510 domicílios entrevistados. Pesquisa realizada em julho/agosto 2006. Fonte: CGI.br

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Quadro 4. Penetração de computadores e Internet por indivíduos Percentual sobre o total da população*

Percentual Computador Internet Total 45,65 33,32

Sudeste 49,22 36,89 Nordeste 34,06 22,41 Sul 48,53 36,19 Norte 41,79 25,54

REGIÕES DO PAÍS

Centro-Oeste 50,72 38,94 Masculino 48,53 36,03 SEXO Feminino 43,06 30,88 De 10 a 15 anos 72,00 46,47 De 16 a 24 anos 73,17 58,83 De 25 a 34 anos 56,68 42,88 De 35 a 44 anos 35,10 23,79 De 45 a 59 anos 18,67 12,50

FAIXA ETÁRIA

De 60 anos ou mais 5,58 3,21 Analfabeto/ Educação infantil 12,05 5,67

Fundamental 43,64 27,86 Médio 71,37 53,06

GRAU DE INSTRUÇÃO

Superior 93,96 86,95 A 96,57 95,08 B 81,12 72,29 C 54,04 38,85 CLASSE SOCIAL

DE 23,41 12,23 Localizado em uma favela 34,10 20,12 Conjunto Habitacional 47,42 36,78 Localizado próximo a uma favela 44,94 33,11

LOCALIZAÇÃO DO DOMICÍLIO

Não há favela próxima 44,94 64,95 * Base total: 10.510 entrevistados. Pesquisa realizada em julho/agosto 2006. Fonte: CGI.br Quadro 5. Atividades realizadas na Internet Percentual sobre o total de respondentes que utilizaram a Internet nos últimos 3 meses*

Percentual Lazer Comunicação Busca de informações Educação Serviços

financeiros Total 70,84 78,18 75,36 64,39 16,65

Masculino 75,65 78,60 75,16 60,63 17,76 SEXO Feminino 65,72 77,74 75,57 68,39 15,46 De 10 a 15 anos 84,89 71,97 56,80 74,03 1,94 De 16 a 24 anos 74,04 85,01 76,19 69,44 13,11 De 25 a 34 anos 64,58 76,34 84,05 59,60 25,70 De 35 a 44 anos 62,37 71,64 81,76 58,41 25,17 De 45 a 59 anos 57,75 75,93 78,53 45,96 25,55

FAIXA ETÁRIA

De 60 anos ou mais 56,28 87,17 66,58 34,40 18,51 Analfabeto/ Educação infantil 78,81 66,63 57,34 59,33 3,19 Fundamental 76,62 71,80 62,12 61,56 5,95 Médio 68,74 77,02 77,01 60,07 15,44

GRAU DE INSTRUÇÃO

Superior 68,03 86,28 85,87 72,93 28,30 A 75,69 92,00 85,45 64,32 33,30 B 73,82 83,88 79,99 65,33 21,08 C 68,67 74,43 73,52 63,82 14,39

CLASSE SOCIAL

DE 68,56 70,95 65,72 63,79 6,89 Localizado em uma favela 70,54 73,72 77,70 62,59 12,84 Conjunto Habitacional 66,90 78,69 73,43 65,16 16,35 Localizado próximo a uma favela 72,68 75,07 67,60 57,83 10,87

LOCALIZAÇÃO DO DOMICÍLIO

Não há favela próxima 71,13 78,99 77,32 65,78 18,28 *Base: 2.924 entrevistados que utilizaram a Internet nos últimos três meses. Pesquisa realizada em julho/agosto 2006. Fonte: CGI.br.

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Quadro 6. Proporção de indivíduos que utilizaram governo eletrônico nos últimos 12 meses, por estrato Percentual sobre o total da população* Percentual (%) SIM Total 12,11

SUDESTE 13,78NORDESTE 7,09 SUL 11,48NORTE 8,26

REGIÕES DO PAÍS

CENTRO-OESTE 15,01Masculino 14,11SEXO Feminino 10,3 Analfabeto/Educação infantil 0,5

Fundamental 3,76 Médio 19,01

GRAU DE INSTRUÇÃO

Superior 54,42 De 10 a 15 anos 0 De 16 a 24 anos 19,62 De 25 a 34 anos 22,69 De 35 a 44 anos 12,57 De 45 a 59 anos 7,42

FAIXA ETÁRIA

De 60 anos ou mais 1,37 ATÉ R$300 0,96 R$301-R$500 2,07 R$501-R$1000 8,74 R$1001-R$1800 23,17

RENDA FAMILIAR

R$1801 OU MAIS 36,93 A 57,21 B 33,49 C 12,73

CLASSE SOCIAL

DE 2,5 Trabalhador 16,96 Desempregado 12,85 SITUAÇÃO DE

EMPREGO Não integra a população ativa 4

* Base: 10.510 entrevistados. Pessoas menores de 16 anos não responderam a esta questão. Fonte: CGI.br

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Quadro 7. Perfil do usuário de governo eletrônico Percentual sobre o total de usuários de serviços de governo eletrônico*

2006 Perfil do internauta brasileiro que usou serviços de governo

eletrônico nos últimos 12 meses

Perfil do internauta brasileiro (usou a web nos últimos 3

meses)**

Perfil da amostra

Masculino 55,2% 51,6% 47,4% SEXO

Feminino 44,8% 48,4% 52,6% De 10 a 15 anos 0,0% 18,2% 13,17% De 16 a 24 anos 33,6% 36,3% 20,73% De 25 a 34 anos 36,3% 24,5% 19,37% De 35 a 44 anos 17,9% 12,8% 17,29% De 45 a 59 anos 10,8% 7,1% 17,66%

FAIXA ETÁRIA

De 60 anos ou mais 1,3% 1,1% 11,78% Analfabeto/ Educação infantil 1,4% 5,2% 34,04%

Fundamental 8,9% 22,8% 28,57% Médio 42,1% 40,7% 26,79%

GRAU DE INSTRUÇÃO

Superior 47,6% 31,2% 10,6%

ATÉ R$300 0,50% 1,2% 22,32% R$301-R$500 4,22% 9,4% 39,5% R$501-R$1000 31,50% 37,0% 16,26% R$1001-R$1800 34,38% 29,9% 8,72%

RENDA FAMILIAR

R$1801 OU MAIS 29,39% 22,6% 7,52% A 6,1% 4,3% 1,28% B 42,3% 36,6% 15,28% C 42,9% 45,7% 40,75%

CLASSE SOCIAL

DE 8,8% 13,4% 42,69% PEA 84,5% 66,8% 60,33% Desempregado 3,4% 3,1% 3,25% Situação de

Emprego Não PEA 12,0% 30,1% 36,42%

* Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrônico nos últimos doze meses. Fonte: CGI.br ** Base: 2.924 entrevistados que usaram a Internet nos últimos três meses. Quadro 8. Local de acesso à Internet para usuários de governo eletrônico Percentual sobre o total de usuários de serviços de governo eletrônico*

Percentual (%) De casa Do trabalho Da escola Da casa de outra pessoa

Centro público de acesso gratuito

Centro público de acesso pago

Local de acesso à Internet 52,2 39,6 12,4 14,3 1,9 23,0

* Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrôniconos últimos doze meses. Respostas múltiplas. Fonte: CGI.br. Quadro 9. Frequência de uso da Internet

Percentual (%) Todos os dias ou quase todos os dias

Pelo menos uma vez por semana (mas não todo

dia)

Pelo menos uma vez por mês (mas não toda semana)

Menos que uma vez por mês

Frequência de uso da Internet* 46,0 38,4 11,8 3,8

Frequência de uso da Internet (usuários de governo

eletrônico)** 56,9 26,3 8,3 1,6

* Base: 2.924 entrevistados que usaram a Internet nos últimos três meses. Fonte: CGI.br ** Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrônico nos últimos doze meses.

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Quadro 10. Comparação das atividades desenvolvidas entre usuários de Internet e usuários de e-Gov

Percentual (%) Uso da

Internet para comunicação

Uso da Internet para buscar informações

Uso da Internet para lazer ou

entretenimento

Uso da Internet banking e outros

serviços financeiros

Uso da Internet para fins de

treinamento e educação

Atividades realizadas na Internet* 78,18 75,36 70,84 16,65 64,39

Atividades realizadas na Internet (usuários de governo

eletrônico)** 77,50 83,40 65,30 29,00 65,71

* Base: 2.924 entrevistados que usaram a Internet nos últimos três meses. Fonte: CGI.br ** Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrônico nos últimos doze meses. Quadro 11. Serviços de governo eletrônico que utiliza Percentual sobre o total de usuários de serviços de governo eletrônico*

Percentual (%) Total Homem Mulher Classe AB Classe C Classe

DE Consultar o CPF - Cadastro de Pessoa Física 66,06 66,58 65,42 65,07 67,82 62,94 Fazer Declaração de Imposto de Renda 48,13 50,58 45,12 58,36 41,86 22,49 Buscar Informações sobre serviços públicos de educação 38,87 38,92 38,82 39,04 38,16 41,44 Fazer inscrição em concursos públicos (Polícia Militar, etc.) 36,66 36,13 37,31 39,60 36,34 22,06 Buscar Informações sobre emprego 30,66 30,97 30,27 34,06 28,55 22,21 Buscar Informações sobre serviços públicos de saúde 23,09 22,28 24,10 26,58 18,91 24,33 Buscar Informações sobre direitos do trabalhador (Previdência, etc) 25,57 25,48 25,67 27,82 24,10 20,32

Pagar IPVA, multas, licenciamento de veículos 19,12 23,41 13,82 26,40 13,44 6,78 Buscar Informações sobre como emitir documentos (RG, CPF, etc.) 17,53 20,43 13,95 19,24 15,99 15,67

Obter certidões negativas 13,53 15,10 11,58 17,05 9,55 13,51 Buscar Informações sobre programas assistenciais (Bolsa família, etc.) 12,78 12,11 13,62 10,76 12,77 23,95

Pagar taxas de serviços públicos (água, luz, etc) 11,97 12,00 11,94 14,54 9,44 10,21 Pagar IPTU e outros impostos 7,47 8,19 6,58 10,10 5,62 2,05

* Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrônico nos últimos doze meses. Respostas Múltiplas. Fonte: CGI.br Quadro 12. Serviços de governo eletrônico que gostaria de utilizar Percentual sobre o total de pessoas que não usaram serviços de governo eletrônico*

Percentual (%) Total Sudeste Nordeste Sul Norte Centro-Oeste

Consultar o CPF - Cadastro de Pessoa Física 34,65 32,4 36,93 29,36 49,14 39,26 Fazer Declaração de Imposto de Renda 33,50 29,48 40,05 28,06 52,78 30,25 Buscar Informações sobre serviços públicos de educação 32,73 29,62 34,75 30 47,77 38,48 Fazer inscrição em concursos públicos (Polícia Militar, etc.) 31,01 28,29 32,98 27,03 50,03 32,75 Buscar Informações sobre emprego 30,51 28,04 34,77 25,75 45,00 29,06 Buscar Informações sobre serviços públicos de saúde 30,28 28,07 31,48 27,04 46,2 32,67 Buscar Informações sobre direitos do trabalhador (Previdência, etc) 29,77 27,78 33,1 24,4 44,07 29,48

Pagar IPVA, multas, licenciamento de veículos 29,73 26,29 32,25 27,41 45,32 33,11 Buscar Informações sobre como emitir documentos (RG, CPF, etc.) 26,69 23,07 29,71 25,28 41,49 29,86

Obter certidões negativas 23,07 21,89 22,89 21,29 35,78 22,61 Buscar Informações sobre programas assistenciais (Bolsa família, etc.) 19,52 18,24 20,5 19,64 27,46 17,21

Pagar taxas de serviços públicos (água, luz, etc) 19,49 18,53 18,68 19,38 28,23 21,07 Pagar IPTU e outros impostos 18,58 17,25 19,46 17,33 27,21 19,8

* Base: 7.853 entrevistados com 16 anos ou mais, que não utilizaram governo eletrônico. Respostas Múltiplas. Fonte: CGI.br

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Quadro 13. Interação com autoridades públicas Percentual sobre o total de usuários de serviços de governo eletrônico*

Percentual (%) Obter informações de autoridades e órgãos públicos

Fazer o download de formulários

oficiais

Enviar e-mails para órgãos públicos ou

formulários oficiais

Emitir vias para pagamentos de serviços e taxas

Fazer denúncias

Total 37,3 15,2 17,7 17,1 3,5 SUDESTE 30,9 13,8 12,6 13,9 4,0 NORDESTE 32,3 13,6 14,9 15,4 3,8 SUL 40,7 14,2 17,7 18,6 2,2 NORTE 36,9 15,0 15,1 9,7 3,6

REGIÕES DO PAÍS

CENTRO-OESTE 30,7 20,2 21,0 20,1 5,0 * Base: 1.272 entrevistados com 16 anos ou mais, que utilizaram governo eletrônico nos últimos doze meses. Respostas Múltiplas. Fonte: CGI.br Quadro 14. Motivos para não utilizar governo eletrônico (faixa etária) Percentual sobre o total de pessoas que não usaram serviços de governo eletrônico*

Percentual (%) Prefiro fazer o contato pessoalmente

De 16 a 24 anos 48,41 De 25 a 34 anos 54,38 De 35 a 44 anos 55,71 De 45 a 59 anos 58,48

FAIXA ETÁRIA

De 60 anos ou mais 65,63

* Base: 7.853 entrevistados com 16 anos ou mais, que não utilizaram governo eletrônico. Respostas Múltiplas. Fonte: CGI.br Quadro 15. Proporção de empresas usando a Internet para interagir com órgãos públicos

Percentual (%)

Proporção de empresas que usam Internet

Percentual sobre o total de empresas que utilizam

computador*

Proporção de empresas usando a Internet para interagir com órgãos

públicos Percentual sobre o total de empresas

com acesso à Internet** Total 94,85 82,99

10 a 19 92,69 78,25 20 a 49 96,5 85,62 50 a 99 98,55 92,27 100 a 249 99,9 93,93 250 a 499 100 95,24 500 a 999 100 98,97

PORTE DA EMPRESA (nº de funcionários)

1000 ou mais 100 96,47 Norte 95,42 90,91 Nordeste 96,7 80,47 Sudeste 94,99 82,89 Sul 93,71 81,66

REGIÃO

Centro Oeste 93,09 87,81 Indústria de Transformação 96,04 82,63 Construção 98,29 91,47 Comércio/ Reparação de Autos 92,95 77,11 Hotel/ Alimentação 87,68 82,17 Transp./ Armaz./ Comunicação 98,42 89,78

MERCADOS DE ATUAÇÃO - CNAE Ativ. Imobiliárias, aluguel e

serviços 99,28 94,18

* Base: 2.569 empresas que utilizam computador, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2, 92.1 e 92.2. Respostas referentes aos últimos doze meses. Fonte: CGI.br ** Base: 2.437 empresas com acesso à Internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2, 92.1 e 92.2. Respostas referentes aos últimos doze meses. Fonte: CGI.br

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Quadro 16. Serviços de governo eletrônico utilizados na Internet Percentual sobre o total de empresas com acesso à Internet*

Declaração e

consulta de

Imposto de Renda

Consulta ao cadastro de Inscrições Estaduais

Consulta ao FGTS Empresa

Consulta ao

PIS/PASEP

Para submeter propostas num

sistema de licitação

eletrônica (e-procurement)

Informações sobre empréstimo para micro e pequenas

empresas

Total 68,68 68,14 61,53 56,59 24,89 23,27 10 a 19 60,76 61,4 51,08 46,93 20,12 23,85 20 a 49 72,83 71,91 67,22 60,43 25,81 21,8 50 a 99 82,03 78,25 81,76 77,27 34,6 23,98 100 a 249 91,17 88,76 86,81 82,3 40,47 21,93 250 a 499 93,3 85,9 90,87 87,65 44,77 31,39 500 a 999 94,46 88,92 87,94 89,81 48,13 25,77

PORTE DA EMPRESA (nº

de funcionários)

1000 ou mais 93,33 96,47 96,44 89,22 62,16 17,81

* Base: 2.437 empresas com acesso à Internet, com 10 funcionários ou mais, que constituem os seguintes segmentos da CNAE: seção D, F, G, I, K e grupos 55.1, 55.2, 92.1 e 92.2. Respostas referentes aos últimos doze meses. Fonte: CGI.br ANEXOS

I. Questionário TIC Domicílios – Módulo J – Governo Eletrônico

J1) O(a) sr(a) acessou a Internet para usar serviços do governo eletrônico como declaração de imposto de renda, consulta de CPF, pagamento de impostos, entre outros nos últimos 12 meses? [RESPOSTA ÚNICA]

J1 Governo Eletrônico 1 - SIM 2 – NÃO 9 – NS/NR

PROSSIGA Vá para J4 Vá para J4

J2) [CARTÃO J2] Quais serviços do governo eletrônico o(a) sr(a) utilizou via Internet nos últimos 12 meses ?

J3) [SE NÃO USOU na J2] [CARTÃO J2] Gostaria de usar? [RESPOSTA MÚLTIPLA]

J4) [SE NÃO USOU / NS/NR na J1] [CARTÃO J2] Gostaria de usar algum dos seguintes serviços de governo eletrônico para substituir algumas de suas visitas a órgãos públicos? [RESPOSTA MÚLTIPLA]

J2 J3 J4

MOSTRAR CARTÃO E LER Usou nos

últimos 12 meses

Gostaria de Usar Gostaria de Usar

CARTÃO J2 SIM NÃO SIM NÃO NS/NR SIM NÃO NS/NR A Fazer Declaração de Imposto de Renda 1 2 1 2 9 1 2 9 B Consultar o CPF – Cadastro de Pessoa Física 1 2 1 2 9 1 2 9

C Fazer Pagamento de IPVA, multas, licenciamento de veículos 1 2 1 2 9 1 2 9

D Fazer Pagamento de IPTU e outros impostos municipais 1 2 1 2 9 1 2 9

E Fazer Pagamento de taxas de serviços públicos (água, luz, gás, iluminação, lixo, etc) 1 2 1 2 9 1 2 9

F Obter certidões negativas 1 2 1 2 9 1 2 9 G Fazer Boletim de ocorrência 1 2 1 2 9 1 2 9

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H Buscar Informações sobre serviços públicos de educação 1 2 1 2 9 1 2 9

I Buscar Informações sobre serviços públicos de saúde 1 2 1 2 9 1 2 9

J Buscar Informações sobre direitos do trabalhador (previdência, Salário Maternidade, etc) 1 2 1 2 9 1 2 9

K Buscar Informações sobre emprego (seguro desemprego, postos de trabalho, etc.) 1 2 1 2 9 1 2 9

L Buscar Informações sobre programas assistenciais (Bolsa família, Renda mínima, etc.) 1 2 1 2 9 1 2 9

M Buscar Informações sobre como emitir documentos (carteira de identidade, Carteira de trabalho, CPF, etc.) 1 2 1 2 9 1 2 9

N Fazer Inscrição em concursos públicos (Polícia Militar, etc.) 1 2 1 2 9 1 2 9

O Obter licenças e permissões 1 2 1 2 9 1 2 9 P Outros 1 2 1 2 9 1 2 9

ATENÇÃO: SE SÓ PARA QUEM RESPONDEU CÓDIGO 1 EM J1.

J5) [CARTÃO J5] Nos últimos 3 meses o(a) sr(a) realizou alguma dessas atividades relacionadas aos serviços de administração pública pela Internet ao invés de ir em alguma repartição ou posto de atendimento do governo? [RESPOSTA MÚLTIPLA]

CARTÃO J5 J5 A Obter informações de autoridades e órgãos públicos 1 B Fazer o download de formulários oficiais 2 C Enviar e-mails para órgãos públicos ou formulários oficiais preenchidos 3 D Emitir primeira e segunda via para pagamentos de serviços, taxas e licenças 4 E Fazer denúncias 5 Z Não acessou serviços de governo eletrônico nos últimos 3 meses [ESPONTÂNEA] 9

ATENÇÃO: SE SÓ PARA QUEM RESPONDEU CÓDIGO 2 OU 9 EM J1.

J6) [CARTÃO J6] Quais os motivos para não usar serviços de governo eletrônico? [RESPOSTA MÚLTIPLA]

CARTÃO J6 J6 A Os serviços que eu preciso não estão disponíveis on-line 1 B Os serviços que eu preciso são difíceis de encontrar 2 C Prefiro fazer o contato pessoalmente 3 D Falta resposta imediata 4 E Preocupação com proteção e segurança dos meus dados 5 F Custos adicionais (por exemplo, custos de conexão) 6 G Usar a Internet para contato com a administração pública é muito complexo/difícil 7 H Nenhuma das alternativas acima, mas outro motivo 8

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II. Questionário TIC Empresas – Módulo C – Governo Eletrônico

Módulo C: Interações com Órgãos Governamentais

C1. A sua empresa usou a Internet para interagir com órgãos públicos, durante os últimos 12 meses? (Pergunta filtro)

C1

1 Sim

2 Não Passe para a C3 C2. A sua empresa usou a Internet ou outra rede de computadores para tratar com organizações governamentais durante os últimos 12 meses das seguintes maneiras?

C2 Sim Não

A Informações sobre empréstimo para micro e pequenas empresas 1 2

B Informações para registrar um negócio 1 2

C Informações sobre contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS 1 2

D Informação sobre o Imposto sobre Produto Industrializado – IPI 1 2

E Informação sobre importação e exportação 1 2

F Informação sobre fechamento de empresa 1 2

G Obter licenças e permissões 1 2

H Declaração e consulta de Imposto de Renda 1 2

I Consulta ao cadastro de Inscrições Estaduais 1 2

J Consulta ao Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS 1 2

K Consulta ao FGTS Empresa 1 2

L Consulta ao PIS/PASEP 1 2

M Consulta à Situação Fiscal e Dívida Ativa 1 2

N Consulta à Relação Anual de Informações Sociais - RAIS 1 2

O Para comprar bens ou serviços de organizações governamentais 1 2

P Para vender bens ou serviços de organizações governamentais 1 2

Q Para fazer pagamentos online para organizações governamentais 1 2

R Para submeter propostas num sistema de licitação eletrônica (e-procurement) 1 2

S Outras relações com o governo. 1 2