implantaÇÃo do 5s em uma pequena empresa do … final... · figura 7- palestra de...

50
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E HUMANAS CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA LIDIANE SOARES SOUZA IMPLANTAÇÃO DO 5S EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR MOVELEIRO ANGICOS-RN 2013

Upload: vuongbao

Post on 12-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CAMPUS ANGICOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS

E HUMANAS

CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

LIDIANE SOARES SOUZA

IMPLANTAÇÃO DO 5S EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR MOVELEIRO

ANGICOS-RN

2013

LIDIANE SOARES SOUZA

IMPLANTAÇÃO DO 5S EM UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR MOVELEIRO

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural

do Semi-Árido – UFERSA, Campus Angicos para a

obtenção do título de Bacharel em Ciência e

Tecnologia.

Orientador: Profº Lucas Ambrósio Bezerra de Oliveira-

UFERSA

Coorientador: Profº Márcio Furukava

ANGICOS-RN

2013

Aos meus avós Maria Madalena Almeida de

Souza, e Veriano Marinheiro de Souza [in

memoriam] que foram meus eternos e amados

avós, segundos pais que sempre me apoiaram e

contribuíram para minha formação

educacional, pessoal, e social.

A minha família, especialmente aos meus pais;

Francisco das Chagas de Souza e Ana

Maria de Medeiros Soares que nunca

mediram esforços para minha felicidade e

educação.

AGRADECIMENTOS

De primeiro modo quero agradecer a Deus que me concedeu a vida, e está sempre ao meu

lado, abençoando-me, guiando meus passos, me dando força e não me deixando perder a fé,

em todos os momentos, inclusive em todo o processo de realização deste trabalho;

À minha família, especialmente à minha mãe Ana Maria de Medeiros Soares e o meu pai

Francisco das Chagas de Souza que sempre me apoiaram e através dos seus ensinamentos me

fizeram ser quem sou hoje.

À minha querida irmã Leylanne Soares que sempre esteve ao meu lado, tocando violão

enquanto eu escrevia este trabalho, me atrapalhando, mas acima de tudo me ajudando nos

momentos mais difíceis, e me dando aquele abraço carinhoso quando eu mais precisei;

Aos meus amigos e amigas de longas datas que sempre se fizeram presentes em todos os

momentos de minha vida, e neste momento também não me deixaram só, em especial a Ana

Gabriela, Ana Tereza, Iane Brito, Mariana Mendes, e Mario Moura.

Aos meus amigos e colegas de curso que compartilharam comigo ao longo dessa jornada

muitos momentos de aprendizagem, alegrias, desesperos, e realizações, que sempre me

doaram um pouco de si e levaram um pouco de mim, em especial a Aline Nascimento, Alyson

Mendes, Cezar Ramos, Hálison Fernandes, Ioquiane Ferreira, Izaac Braga, Monique Murielle,

Rute Nobrega, Talita Cabral, Tatianny Luadna, Taylane Caldas, e Viviane Maria.

Ao meu orientador Lucas Ambrósio, e meu coorientador Marcio Furukava, pela dedicação,

disponibilidade, contribuições e incentivo na elaboração deste trabalho;

A todos os meus professores, desde o ensino infantil, até o ensino superior, por terem me

passado seus conhecimentos e valores, e contribuído com minha formação acadêmica e

pessoal.

Serei a todos infinitamente grata.

“Mas pra quem tem pensamento forte o

impossível é só questão de opinião.”

(Charlie Brown Jr)

RESUMO

A competitividade entre as empresas e o alto nível de exigências entre mercados e

consumidores faz com que a qualidade seja adotada como diferencial. Nesse sentido, o

presente trabalho tem como objetivo implantar a ferramenta de qualidade 5S em uma pequena

empresa do setor moveleiro localizada na cidade de Assú, Estado do Rio Grande do Norte, e

analisar as possíveis melhorias que esse programa da gestão da qualidade pode trazer na

produtividade, segurança e qualidade do serviço prestado. O desenvolvimento desse estudo

deu-se com a determinação da necessidade no local escolhido e por meio de um treinamento

prévio abordando a qualidade como diferencial e meio de inclusão no mercado atual, e sobre

o que é, como funciona e quais vantagens dos 5S, conseguiu-se a orientação e conscientização

dos funcionários. O presente trabalho caracterizou-se como um estudo de caso, utilizando

levantamento bibliográfico e método qualitativo. Pode-se observar por meio dos resultados

que houve uma melhoria significativa no ambiente, em relação à organização, melhor

aproveitamento do tempo, menos riscos de acidentes de trabalho, maior satisfação dos

funcionários, por estarem trabalhando em um local limpo e organizado, e por saberem que

eles de maneira direta fizeram parte desse processo de mudança, e consequentemente

constatou-se uma melhoria na produtividade. Portanto, torna-se notória a importância e

eficiência da ferramenta 5S no meio empresarial.

Palavras-chave: Gestão da Qualidade. Ferramenta de qualidade 5S. Melhoria na

produtividade.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – FLUXO DE UTILIZAÇÃO. ........................................................................................ 20

Figura 2- Fluxograma Implantação 5S......................................................................................26

Figura 3- Imagem da atual fachada da empresa Toinho Móveis Planejados............................31

Figura 4- Imagem do projeto para nova fachada da empresa Toinho Móveis Planejados.......32

Figura 5- Logotipo da empresa Toinho Móveis Planejado......................................................32

Figura 6- Carro de entrega da empresa Toinho Móveis Planejado..........................................33

Figura 7- Palestra de conscientização.......................................................................................34

Figura 8- Imagem do Escritório antes e depois da Implantação do 5S....................................36

Figura 9- Imagem da mesa do Escritório antes e depois da Implantação do 5S......................36

Figura10-Gavetas antes da Implantação do 5S.........................................................................37

Figura 11- Gavetas depois da Implantação do 5S....................................................................37

Figura 12- Imagens antes da Implantação da Ferramenta 5S...................................................38

Figura 13- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S.................................................38

Figura 14- Estante de materiais do Almoxarifado antes e depois da Implantação do 5S....39

Figura 15- Dispositivos de montagem e peças..........................................................................40

Figura 16-Revestimentos........................................................................................................40

Figura 17- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S................................................41

Figura 18- Os 05 Sensos...........................................................................................................42

Figura 19- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S................................................42

Figura 20- Almoxarifado antes e depois da Implantação do 5S...............................................43

Figura 21- Funcionário em atividade.......................................................................................44

Figura 22- Funcionários antes e depois da implantação da Ferramenta 5S..............................44

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Interpretação dos cinco sensos..............................................................................19

Tabela 02 - Frequência de uso..................................................................................................22

Tabela 03 - Diferença entre housekeeping e 5S.......................................................................28

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EAD – Ensino a Distância.

EPIs- Equipamentos de Proteção Individual.

ISO – International Organization for Standardization.

SEBRAE-RN – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas empresas- Rio Grande do

Norte.

SENAC – Serviço Nacional de aprendizagem Comercial.

SGQ – Sistema de Gestão de Qualidade.

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi Árido.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA ......................................................................................13

1.2 OBJETIVO ........................................................................................................................ 13

1.2.1 Objetivos Gerais .......................................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 13

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 14

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................. 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 15

2.1 QUALIDADE UM BREVE HISTÓRICO ................................................................................... 15

2.2 CONCEITO DA QUALIDADE .............................................................................................. 16

2.3 GESTÃO DA QUALIDADE .................................................................................................. 17

2.4 A FERRAMENTA 5S .......................................................................................................... 18

2.4.1 Histórico ..................................................................................................................... 18

2.4.2 Interpretação dos cinco sensos ..................................................................................... 20

2.4.2.1 Seiri - Senso de Utilização ........................................................................................ 20

2.4.2.2 Seiton – Senso de Ordenação .................................................................................... 21

2.4.2.3 Seiso – Senso de Limpeza ........................................................................................ 22

2.4.2.4 Seiketsu – Senso de Saúde e Padronização ............................................................... 23

2.4.2.5 Shitsuke – Senso de Autodisciplina .......................................................................... 23

2.5 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO ........................................................................................... 24

2.6 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S – PONTOS FORTES .......................................................... 26

2.7 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S – PONTOS FRACOS .......................................................... 27

2.8 DIFERENÇAS ENTRE O5S E O HOUSEKEEPING .................................................................... 28

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 29

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA.................................................................................................. 29

3.1.1 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................ 29

3.1.2 PROCEDIMENTOS E INTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................... 29

3.2 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA....................................................................................... 31

4.2 ENTREVISTA COM PROPRIETÁRIA DA EMPRESA ................................................................. 33

4.3 PALESTRA DE CONSCIENTIZAÇÃO ..................................................................................... 34

4.4 IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA 5S NA EMPRESA TOINHO MÓVEIS PLANEJADOS. ............... 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 45

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 46

APÊNDICE A- CARTA SOLICITAÇÃO DE PESQUISA DE MONOGRAFIA ................. 48

APÊNDICE B- ROTEIRO DE ENTREVISTA .................................................................... 49

12

1 INTRODUÇÃO

“A gestão da qualidade é vista hoje, tanto no meio acadêmico como no empresarial,

como um fator estratégico para a melhoria de competitividade e produtividade”

(CARPINETTI, 2010, p.1).

Com consumidores cada vez mais exigentes e um mercado altamente concorrente, as

empresas possuem a necessidade ainda maior de satisfazer seus clientes, buscando sempre um

diferencial, adotando assim, o sistema de gestão da qualidade em seus estabelecimentos.

Segundo Carpinetti (2010), além da gestão da qualidade objetivar a conquista de mercados,

ela também tem como objetivo melhorar a eficiência do negocio, minimizando desperdícios e

custos que são gerados com a não priorização da qualidade nas operações de produção.

Para a implantação da qualidade total, e consequentemente da gestão da qualidade,

conta-se com o auxilio de diversos métodos e ferramentas, dentre estes encontra-se o

programa japonês 5S, considerado como ferramenta de ordem organizacional. Para Alvarez e

Esmeralda (2010) os 5S são a base física e comportamental para que as demais ferramentas

tenham sucesso, e proporcionem resultados positivos.

A preocupação com a qualidade iniciou-se no Japão, após a Segunda Guerra Mundial,

com o objetivo de competir e ganhar mercado em relação aos Estados Unidos. Como o país

tinha sido quase todo destruído pela guerra, possuía pouca capacidade de investimento, e

quase nenhuma condição de competir com as indústrias americanas, então resolveu investir

em conceitos e praticas de qualidade, convocando Edward Deming especialista na área para

ministrar palestras onde eram apresentados princípios e ferramentas para a implantação da

qualidade nas empresas (DIEHL, 2000).

Após todo o processo de conhecimento e implantação da gestão da qualidade em seu

mercado, o Japão conseguiu se reestruturar economicamente, ganhar mercados, ultrapassar

antigos concorrentes, e hoje é considerado umas das maiores potências mundiais.

Implantar um sistema de gestão de qualidade exige a participação continua da empresa

e de todos que a constituem, exigindo quem ambos passem por profundas mudanças de

comportamento e atitudes, e buscando sempre a quebra paradigmas (ALVAREZ;

ESMERALDA, 2010).

O passo inicial para se atingir o funcionamento desse sistema de gestão é realizar uma

“faxina geral” aplicando a ferramenta de qualidade 5S, os 5 sensos: Seiri (utilização/seleção),

Seiton (ordenação), Seiso (limpeza), Seiketsu (saúde) e Shitsuke (autodisciplina).

Desenvolvido pelo professor Kaoru Ishikawa o 5S aborda a organização, a limpeza, a

13

arrumação, a autodisciplina e o comprometimento de funcionários de uma organização com o

intuito de diminuir o tempo gasto nas operações, e aumentar a capacidade de produção

(SANTOS, 2011).

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

Analisando todas as informações expostas na introdução, é percebível que a gestão da

qualidade pode e deve ser utilizada nas organizações a fim de melhorar processos, produtos e

serviços, adotar o melhoramento contínuo, buscando sempre satisfazer as necessidades dos

consumidores, de maneira que traga benéficos para ambas as partes.

Dentre todas as ferramentas utilizadas para implantar a gestão da qualidade o

programa 5S baseia-se em práticas simples de ordem organizacional, mas que se bem

entendidas e adotadas geram grandes transformações nas instituições, apresenta baixo custo

de implantação, e pode ser adotada em grandes e pequenas empresas, dos mais diversos

setores, e até mesmo fora do meio empresarial.

A partir dessa contextualização é lançado o seguinte questionamento: Quais benefícios

podem ser oferecidos em uma empresa do setor moveleiro por meio do 5S?

1.2 OBJETIVO

O presente trabalho pretende abordar o programa 5S, desde a sua origem ate sua

implantação, tratando dos seus pontos fortes e fracos na busca pela gestão da qualidade.

1.2.1 Objetivo Geral

Implantar a ferramenta da qualidade 5s em uma pequena empresa do setor moveleiro,

localizada na cidade de Assú, Rio Grande do Norte.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Analisar os aspectos teóricos e práticos da metodologia do 5S;

b) Fazer um diagnostico inicial do local onde será implantado o 5S;

c) Analisar a aplicabilidade da ferramenta no local escolhido;

14

d) Registrar através de fotos, e ou descrição, o local antes da implantação;

e) Realizar palestra, ou treinamento sobre a ferramenta 5S;

f) Efetuar um estudo comparativo de resultados, constatando as mudanças mais

significativas trazidas no processo de implantação do 5S.

1.3 JUSTIFICATIVA

A construção de um trabalho sobre a gestão da qualidade e a implantação da

ferramenta 5S é de suma importância, pois diante das grandes mudanças na econômica, as

empresas precisam alterar seus sistemas internos de gestão, alterando com isso seus processos

de produção visando reduzir custos, e tendo que adequar seus produtos as exigências e

condições do mercado.

Na busca pela gestão da qualidade a ferramenta 5S pode ser responsável por grandes

transformações organizacionais tanto nos locais onde é implantada, quanto na vida das

pessoas que acompanham, e fazem parte dessa implantação. O programa 5S evita

desperdícios de tempo e materiais, facilita na detecção de problemas ate então encobertos pela

desorganização, minimiza acidentes de trabalho, melhora o ambiente tornando-o mais

agradável, ou seja, promove um ambiente de trabalho apropriado para aumentar a

produtividade, sem altos custos.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho irá tratar da ferramenta 5S e sua implantação na empresa Toinho

móveis Planejados. Para alcançar esse objetivo, esta monografia foi organizada em seis

capítulos, incluindo a presente introdução.

No capítulo dois, serão abordadas as temáticas chaves deste trabalho: Qualidade;

Gestão da qualidade; e a Ferramenta 5S. Explorando seus históricos, conceitos, e

importâncias. Na seção três, será exposta a metodologia, onde será descrito o método

escolhido para a realização deste trabalho. No quarto capítulo, os resultados serão

apresentados e debatidos. A conclusão do estudo e da aplicação será exposta no capítulo

cinco, e por fim, o sexto capítulo apresenta as referências utilizadas no trabalho.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE UM BREVE HISTÓRICO

De acordo com Carpinetti (2010), no período anterior a Revolução industrial, a

qualidade era tida como uma atividade de autocontrole, realizada pelos artesãos que

desenvolviam todo o processo produtivo e de comercialização dos produtos. Com o

surgimento da produção em massa e das teorias de Administração Científica da Produção

criadas por Taylor, no início do século XX, houve uma grande mudança na prática do controle

de qualidade, onde este era feito pelo inspetor da qualidade, sendo considerada como

atividade externa à produção, a inspeção tinha como objetivo separar produtos bons dos

defeituosos, antes de serem postos para comercialização.

No final da década de 20, W. Shewhart, desenvolveu as Cartas de Controle de

Processo, ondes estas monitoravam a qualidade do processo de fabricação por meio da

introdução de ferramentas estatísticas, como suas teorias iam contra o modelo taylorista (no

qual estabelecia que a produção não cabia controlar a qualidade), passaram-se alguns anos até

que as Cartas de Controle fossem utilizadas como ferramenta de controle de qualidade. A

partir do final da década de 30, foram desenvolvidas técnicas para Inspeção de Lotes de

Produção por Amostragem, que simplificaram e aumentaram a eficiência do processo de

inspeção.

Em função disso, Carpinetti (2010, p.17) mostra que:

Na primeira metade do século passado, tanto o desenvolvimento conceitual como as práticas de controle de qualidade eram voltadas para inspeção e

controle dos resultados dos processos de fabricação, para garantir a

conformidade dos resultados com as especificações.

Ainda segundo o autor, foi a partir da contribuição das teorias dos gurus da qualidade,

como Juran, Feigenbaun, Deming e Ishikawa, que a qualidade ganhou, em meados da década

de 50, uma nova forma, ampliando-se e envolvendo toda a organização.

Segundo Santos (2011), a Qualidade Total iniciou-se no Japão no ano de 1950, e logo

depois se espalhou pelo mundo, fazendo mudanças significativas na estrutura competitiva do

mercado.

De acordo com Diehl (2000) após a Segunda Guerra Mundial a economia japonesa

encontrava-se debilitada, tendo em vista que quase todo o país fora destruído, então possuía

pouca capacidade de investimento, e nenhuma condição de competir com os Estados Unidos.

16

Com o objetivo de se reestruturar e ganhar mercado em relação aos seus concorrentes mais

fortes, o Japão resolveu investir em conceitos e práticas de qualidade.

2.2 CONCEITO DA QUALIDADE

Inicialmente para se conceituar qualidade associa-se à definição de conformidade às

especificações, já que a mesma possui vários significados, no entanto com o mesmo

propósito.

Define-se qualidade como um julgamento pelos clientes ou usuários de um

produto ou serviço. Ela inclui também a melhoria contínua do processo expandido de uma empresa, ou os processos internos de uma organização,

considerando-se sua relação com clientes, fornecedores, investidores,

empregados e a comunidade (...) (GITLOW 1993, p.48).

Logo, para Gitlow (1993), a qualidade é julgada com uma experiência que

determinado consumidor obteve com certo tipo de produto, podendo ter como resultado uma

experiência positiva ou negativa, definindo assim como um julgamento feito pelos clientes ou

usuários que utilizaram certo tipo de produto ou serviço.

Não fugindo a mesma ideia, Deming define qualidade como o atendimento das

exigências e das necessidades do consumidor. Essas necessidades estão em constante

mudança tendo que ser continuamente alteradas. Pode-se aferir a qualidade fazendo uso de

instrumentos de controle estatístico de qualidade. Para outros autores, qualidade é a junção de

durabilidade, confiabilidade, precisão e facilidade. E ainda há aqueles que presumem que a

qualidade deve satisfazer o consumidor com um preço aceitável (CHIAVENATO, 2003).

Paladini (2000, p.26) ressalta que “no seu sentido primeiro, qualidade é uma relação

da organização com o mercado (...) a qualidade é definida como uma relação de consumo”.

Sendo assim, entende-se que a Qualidade com sua ampla definição, nada mais são do que a

junção da eficiência e da eficácia para o alcance da satisfação do cliente e dos stakeholders,

com um bom plano estratégico.

Segundo Moreira (1996), existe três tipos de qualidade reconhecidos atualmente, são

eles:

Qualidade de conformação: Onde um serviço, ou produto de qualidade vai ser

aquele onde a o cumprimento de especificações, o seguimento de padrões.

Qualidade de necessidade: Trata-se da satisfação completa das necessidades do

consumidor.

Qualidade em espécie: É o nível mais alto da qualidade, onde a qualidade

excede todas as expectativas e necessidades do consumidor.

17

Então a partir, desses conceitos expostos de diferentes autores, sobre o que vem a ser a

qualidade, pode-se concluir que a mesma trata-se uma ampla área que envolve desde os

produtos e serviços feitos de acordo com padrões, ate a satisfação de trabalhadores que

participam do processo, e consumidores que esperam sempre que suas necessidades sejam

atendidas.

2.3 GESTÃO DA QUALIDADE

“A gestão da qualidade total é uma filosofia de como abordar a administração da

qualidade” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).

Segundo os autores a gestão da qualidade é uma maneira de pensar e agir a produção

priorizando as necessidades e expectativas do consumidor; onde esta deve ser feita através da

abrangência de todas as partes e pessoas da organização, deve ser feito o levantamento de

todos os custos que serão causados pela adoção da qualidade, onde a mesma não deve se

resumir apenas em uma forma de inspecionar o processo, mas sim algo que deve ser

considerado desde o design, deve-se também criar métodos de trabalho que apoiem a

qualidade e a melhoria.

De acordo com Longo e Vergueiro (2003) a sobrevivência das organizações depende

inteiramente da busca em atender as necessidades dos clientes, ou usuários, de forma que

estes sempre estejam satisfeitos totalmente, com o produto ou serviço prestado, e de

preferência que os mesmos excedam suas expectativas. A satisfação total é conseguida através

do atendimento com qualidade total. Para que isso seja alcançado faz- se necessário implantar

um modelo de gestão da qualidade.

Dessa maneira, Magd e Curry (2003, apud GRAEL; OLIVEIRA, 2013) expõe que um

sistema de gestão de qualidade e sua adoção seja uma decisão estratégica da empresa, para

que se estimule um melhor conhecimento e uso dos recursos da organização a fim de atender

as necessidades dos clientes de maneira consistente, através de melhoria continua em todas as

atividades.

O projeto e implantação de um sistema de gestão de qualidade são influenciados por

diversos fatores, dentre eles estão os objetivos específicos da empresa, as necessidades dos

clientes, a cartela de produtos, o desenho dos processos, o tamanho e complexidade da

estrutura da organização e as especialidades de sua cultura (ISO 9001, 2000 apud GRAEL;

OLIVEIRA, 2013). Muitas são as empresas que ao decidirem pela qualidade em seus serviços

e processos resolvem aderir ao sistema de normas ISO. “A norma ISO 9001, contempla, por

18

meio de requisitos obrigatórios, as características mínimas necessárias a um SGQ que tenha

foco nos produtos, serviços e seus processos de produção, trazendo benefícios também para

fornecedores como para clientes.” (MAGD; CURRY, 2003 apud GRAEL; OLIVEIRA, 2013,

p.4).

Conforme Douglas; Coleman; Oddy (2003, apud GRAEL; OLIVEIRA, 2013) os

principais benefícios da implantação da norma ISO 9001 vão desde ao aumento das

oportunidades, grau de competitividade e confiabilidade no mercado, até a redução de custos

e desperdícios (financeiros, de tempo e de materiais), como também o acréscimo nas margens

de lucros e nos ganhos dos empregados.

Para se iniciar a colocação de um sistema de gestão da qualidade conta-se com o

auxilio de algumas ferramentas, dentre elas o programa japonês 5S. Segundo Santos (2011)

diversos especialistas constataram que para se começar com um programa de qualidade, deve-

se iniciar com uma faxina geral, utilizando uma ferramenta de ordem organizacional, ou seja,

os 5S.

2.4 A FERRAMENTA 5S

O motivo pelo qual foi criado o programa 5S divide opiniões. Segundo Umeda (1997)

a razão de sua origem foi eliminar desperdícios nos ambientes de trabalho. Já para Ribeiro

(1994) seu surgimento acontece no núcleo familiar, quando os pais passavam para seus filhos

ensinamentos de ordem educacional, que eram levados ate a fase adulta. Em Alvarez e

Esmeralda (2010) o surgimento se deu com objetivo de estabelecer um ambiente de trabalho

propício para elevação da produtividade. O que é de acordo, porém, é que se trata de um

método japonês que melhora o ambiente de trabalho através de cinco regras.

2.4.1 Histórico

De acordo com Santos (2011) o programa 5S iniciou-se após a segunda guerra

mundial, no Japão em 1950, quando o país tentava se reorganizar e se reestruturar

competitivamente no mercado. As empresas conseguiram se reconstruir e o país alcançou a

implantação da Qualidade Total graças à eficácia dos 5S, até hoje o sistema é considerado

como principal instrumento da gestão de qualidade e produtividade no país.

Para Lapa (1998) Os 5S foram lançados no Japão, logo após a segunda guerra

mundial, com o intuito de acabar com a sujeira das fabricas. A metodologia 5S foi descoberta

19

em países como Taiwan e Cingapura, na década de 80, e trata-se da arrumação, limpeza,

organização e disciplina no ambiente de trabalho, de maneira que este se torne um local

seguro, saudável e agradável, facilitando o reconhecimento daquilo que é importante e

levando a inúmeros benefícios (SILVA, 1996).

Para Santos (2011) a ferramenta tem como objetivo primordial proporcionar uma

reorganização no ambiente empresarial, por meio da eliminação de materiais obsoletos, a

identificação dos materiais necessários, a prática da limpeza constante, e disciplina de modo

que se mantenha a ordem implantada, desenvolvendo um local que proporcione saúde física e

mental, todos conseguidos por meio da alteração do comportamento das pessoas. Ainda

segundo o autor, o programa foi lançado no Brasil, no ano de 1991, e deve ser expandido,

pois o país possui “uma cultura de estímulo e supervalorização ao consumismo em excesso”

(SANTOS, 2011, p.18).

Conforme Silva (1996) os 5s teve inicio a partir de maio de 1991, no Brasil, e sua

importância tem sido vastamente reconhecida na implantação do ambiente da qualidade.

Para Lapa (1998) a metodologia 5S foi lançada formalmente no Brasil através da

fundação Christiano Ottoni. “Esta prática tem produzido mudanças visíveis nas organizações

com relação à redução de custos, respeito ao ambiente, maior aproximação entre as pessoas,

esforço coletivo em prol de objetivos comuns” (DIEHL, 2000, p. 8).

2.4.2 Interpretação dos cinco sensos

Tabela 01- Interpretação dos cinco sensos

Japonês Português

SEIRI Senso de Utilização

SEITON Senso de Ordenação

SEISO Senso de Limpeza

SEIKETSU Senso de Saúde

SHITSUKE Senso de Auto-disciplina

Fonte: Nebelung (1998).

Segundo Lapa (1998) o termo senso significa o aproveitamento certo da razão para

analisar e julgar cada caso particular, é a capacidade contemplar, julgar, e entender. Segundo

Alvarez e Esmeralda (2010) A designação 5S é originado das iniciais das palavras japonesas

que descrevem os cinco sensos. São elas: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, e SHITSUKE.

20

Conforme Lapa (1998) no inicio de sua aplicação eram utilizados apenas os três

primeiros “S”, apenas depois surgiram os outros dois, hoje se tem conhecimento da existência

de nove “S”, embora o nome do programa ainda permaneça os mesmo. Os quatro “S” que

foram acrescidos são: Senso de Firmeza, Senso de Dedicação, Senso de Relato com ênfase, e

Senso de Ação simultânea.

Contudo, de acordo com Alvarez e Esmeralda (2010) o método se nos concretiza 5

primeiros “S”, tendo em vista que os posteriores apenas retomam as ideias dos primeiros. Os

cinco primeiros sensos cumprem seu papel de maneira eficiente, mantendo a essência da

filosofia oriental que é aprender e mudar para melhorar continuamente.

2.4.2.1 Seiri - Senso de Utilização

O primeiro passo para o programa é a organização, separar o útil do inútil, destinando

o que não é mais necessário para alguma outra atividade, como conserto, reciclagem, ou ate

mesmo para o lixo, a ideia é liberar espaços, e assim ajudar no processo produtivo (SANTOS,

2011).

Na figura 1 é apresentado o fluxo de como classificar objetos necessários e

desnecessários e os devidos fins para cada um deles.

Figura 1- Fluxo de Utilização

Fonte: Senac EAD – Gestão pela Qualidade Total, 2013.

21

De acordo com Lapa (1998) o Senso de Utilização vai muito mais além do que apenas

identificar desperdícios e excessos, faz-se necessário como medida preventiva, identificar o

por quê dos excessos, de modo que eles não mais aconteçam. E levando-se para um sentido

mais amplo o Senso é a separação de sentimentos e ações negativas, deixando apenas o

positivo e o que fortalece e amplia a convivência.

Segundo Alvarez e Esmeralda (2010) Seiri consiste em fazer a classificação dos

recursos que estão em um determinado ambiente, distinguindo o que fica e o que sai. Embora

pareça ser uma tarefa simples, o sentimento de posse pelas coisas materiais desenvolvem nas

pessoas o sentido de acumulação, acomodação, individualidade, tornando o processo mais

difícil, gerando com isso altos custos pra empresa, e desperdício de espaço com as coisas que

vão juntando ao longo da vida empresarial.

Ainda, segundo os autores, os próximos dois “S” iram arrumar e limpa o espaço, então

seria uma perda de tempo arrumar e limpar coisas obsoletas e que não são mais utilizadas.

São inúmeros os benefícios propiciados pelo Seiri conforme Diehl (2000) são benefícios

a liberação de espaço para outras finalidades; a redução do tempo de procura de materiais,

peças, ferramentas e etc., a eliminação do desperdício; o acompanhamento mais eficaz da vida

útil dos materiais, ferramentas e equipamentos; e a redução de custos.

2.4.2.2 Seiton – Senso de Ordenação

Para Alvarez e Esmeralda (2010) o Seiton nada mais é do que organizar aquilo que é

necessário, fazendo a identificação e sinalização para que se localize de maneira rápida e

fácil, e para que seja possível identificar quando as coisas estão acabando e quando precisa-se

repor.

Ainda Segundo os autores esse trabalho deve ser feito de maneira simples e cada

objeto deve ser guardado em um local específico, com a identificação pelo nome do objeto

que guarda, facilitando o acesso e a identificação de quando algo estiver fora do devido lugar.

Pode-se também através do Seiton reanalisar o layout para se tenha um melhor

aproveitamento do espaço, e reorganização do ambiente de modo que as atividades sejam

feitas de maneira sistemática, evitando esforços desnecessários.

Segundo Lapa (1998) a identificação pelos locais adequados é feita através da adoção

de critérios como identificação, manuseio, facilidade para estocagem, consumo de itens mais

velhos primeiros, dentre outros. A frequência de uso é uma alternativa de método a ser

escolhido para saber onde se devem guardar os materiais, produtos, ferramentas.

22

Tabela 2 – Frequência de uso

Frequência de uso Onde guardar

Toda hora No local de trabalho

Todo dia Próximo ao local de trabalho

Toda semana Almoxarifado

Sem uso previsível Descartar

Fonte: Nebelung (1998).

Os benefícios do Seiton são: Agilidade na recuperação de dados e informações;

Melhor aproveitamento do espaço; Cliente tendo boa impressão da local; Redução dos riscos

de acidentes; Simplificação do trabalho de limpeza; Redução de cansaço físico por

movimentação desnecessária; Economia de tempo, entre outros (DIEHL, 2000).

Como a ferramenta 5S vai muito mais além do que mudanças de ambientes, Lapa

(1998) defende que em uma dimensão mais ampla o Seiton é distribuir melhor seu tempo para

o trabalho, para família, para os amigos, é saber ordenar os assuntos profissionais e pessoais,

ter sempre coerência e serenidade na tomada de decisões entre outros.

2.4.2.3 Seiso – Senso de Limpeza

De acordo com Lapa (1998), praticar o Seiso é extinguir o lixo, sobras ou objetos

estranhos para deixar o local limpo, indo do mais geral, como paredes, tetos, pisos, aos mais

específicos, como armários, gavetas, informações e dados atualizados para garantir a correta

tomada de decisões. Além de limpar é preciso identificar as causas e a fonte de sujeira de

modo a evita-la, o mais importante não é limpar e sim não sujar. Levando-se para um conceito

mais amplo ter Senso de Limpeza é sempre procurar ser tranparente, sem segundas inteções

com todos a sua volta.

Para Santos (2011) Seiso é fazer com que o ambiente de trabalho esteja sempre limpo,

não se limitando apenas a limpeza do chão, mas sim todos os materiais, ferramentas, e

equipamentos que compõe o ambiente.

Já para Diehl (2000) praticar a limpeza significa eliminar a sujeira, por meio de

inspeção para descobrir e acabar fontes de problemas tais como locais manchados, ferrugem,

sujeira em locais de difícil acesso, ferramentas e ou equipamentos sujos e em mau estado de

conservação, banheiros sujos. O lema deve ser sujeira zero, e o tempo gasto com limpeza

deve fazer parte do trabalho.

23

Como lembra Alvarez e Esmeralda (2010, p. 279): “A manutenção da limpeza cabe às

pessoas que usam o ambiente e os equipamentos ou máquinas, e não constitui um trabalho

mecânico desenvolvido por pessoas de baixo escalão hierárquico ou menos qualificadas que

nós.”

Então de acordo com as discursões propostas anteriormente, nota-se que o Seiso

(Senso de Limpeza) objetiva um ambiente limpo, elegante, saldável, com boa iluminação,

ventilação, proporcionando a todos que ali frequentam uma sensação de bem-estar físico e

mental, além de visar também um relacionamento pessoal limpo e aberto, facilitando o

trabalho em equipe.

2.4.2.4 Seiketsu – Senso de Saúde e Padronização

Segundo Santos (2011) Seiketsu corresponde ao Senso de Padronização, ter o cuidado

para que os 3 “S” anteriores não se desande, cuidando da saúde física e mental. É necessário

padronizar as atividades, ou seja, definir um método de trabalho, de maneira que qualquer

irregularidade nas atividades dos 5S seja detectada (BASTOS, 2009 apud SANTOS, 2011).

Ter Senso de Padronização e Saúde é garantir um ambiente livre de agentes poluentes,

manter boas condições sanitárias nas áreas comuns, zelar pela higiene pessoal e cuidar para

que as informações e comunicados sejam de fácil leitura e compreensão. Corresponde ainda

em adotar um comportamento ético, contribuir para a criação de um ambiente saudavél nas

relações interpessoais, implantando um clima respeitooso e amigável nas diversas relações, ou

seja, o Seiketsu cria condições favoráveis à saúde física e mental (LAPA, 1998).

De acordo com Diehl (2000) A excelência de uma empresa está ligada também ao

Senso de Saúde, deve-se promover e exigir de seus funcionários, uma boa aparência e higiene

pessoal, elaborar praticas de ginástica laboral, tomar providências e medidas de prevenção em

relação a ruído, pó, trabalhos pesados, trabalhos sob calor intenso, pouca iluminação e riscos

diversos, e construir instalações destinadas a lazer.

Ainda de acordo com o autor o Seiketsu traz benefícios como local de trabalho

agradável, maior preocupação com a segurança no trabalho, reduzindo com isso os riscos de

acidentes, funcionários saudáveis e bem dispostos, e a melhoria da qualidade de vida.

2.4.2.5 Shitsuke – Senso de Autodisciplina

24

Para Alvarez e Esmeralda (2010, p. 280) “A autodisciplina é o maior aprendizado e o

maior desafio do ser humano.” Disciplina é fazer as coisas da maneira correta sempre, não

apenas quando a alguém monitorando, exigindo, ou fiscalizando, para que o Shitsuke tenha

sucesso às pessoas devem participar e contribuir através de ideias e ações em todo o processo

de construção dos cinco sensos, elas devem se sentir peças fundamentais para a mudança, e

para sua manutenção (ALVAREZ; ESMERALDA, 2010).

Segundo Santos (2011) Senso de Autodisciplina é manter de maneira disciplinada tudo

aquilo que traz melhorias para a organização, ate para a segurança de seus colaboradores,

seguindo sempre as normas estabelecidas pela empresa. Ter respeito no ambiente de

empresarial é peça chave para o sucesso do trabalho em equipe, e consequentemente para a

melhoria da eficiência dos processos, o cumprimento das normas e procedimentos é uma

maneira de medir o grau de autodisciplina em um ambiente e saber como se encontra o

andamento o sistema 5S. A ausência de autodisciplina provoca uma série de transtornos,

desperdícios de recursos, insatisfação entre as pessoas, e informações imprecisas

(NEBELUNG, 1998).

Portanto nota-se que os cinco sensos estão interligados e cada senso tem importância

fundamental na busca pela Qualidade Total. Para que o programa tenha sucesso cada etapa

deve ser cumprida com determinação, e disciplina, contando com a participação e empenho de

todos.

2.5 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO

Quando uma empresa decide implantar a gestão da qualidade, buscando uma nova

base cultural, deve-se tomar cuidado quanto o método a ser utilizado para implantação, pois

esse irar influenciar diretamente no sucesso do programa, assegurando que tudo aquilo que

fora definido seja cumprido. A alta administração deve estar consciente das mudanças e de

suas consequências dentro da organização, pois é despertando nos funcionários o sentido de

que eles fazem parte do processo de transformação, que os mesmos passaram a exigir e se

dedicarem mais (DIEHL, 2000).

A ferramenta 5S apesar de ser dotada de técnicas simples de serem entendidas,

necessita de uma estrutura coesa para seu desenvolvimento. Essa estrutura traça um caminho

sendo iniciada primeiramente a sensibilização geral das pessoas, depois a nomeação do grupo

responsável, e o anuncio oficial do inicio do programa, logo após é feito o treinamento do

25

grupo encarregado do desenvolvimento, este irá elaborar um plano de abordagem e treinar os

demais funcionários (ALVARES; ESMERALDA, 2010).

Ainda segundo os autores citados no parágrafo anterior, a fase de sensibilização deve

começar pela alta administração da empresa, para que ela possa se comprometer com a

condução e continuidade do programa, se a ferramenta não for aceita pelo mais auto escalão

da empresa, terá dificuldades quanto ao seu desenvolvimento, tendo em vista que é um

processo que proporciona diversas mudanças físicas e comportamentais, e seus resultados

nem sempre são imediatos, deve- se incluir o tema sempre nas pautas de reuniões, para que

possa ser discutido o andamento dos 5S, realizar avaliações de pontos deficientes, incluir o 5S

como padrão na analise dos ambientes como um todo, entre outras práticas.

Logo após adoção dos 5S pela direção da empresa, esta deverá decidir quem o

promovera, nomeando um grupo responsável e o treinando através de diversas atividades,

esse por sua vez criará uma estrutura e um plano diretor para implantação, realizara o

treinamento com os inúmeros lideres nas diversas áreas, promovendo a integração do 5S na

empresa inteira, deve-se também anunciar a adoção do programa para a empresa inteira,

recomenda-se que faça um evento, para celebrar o início e comemorar a data, de maneira que

se enfatize a importância e significado do 5S para todos os funcionários.

Um diagnóstico devera ser feito em cada área onde será implantado o 5S, fazendo um

registro da situação através de filmagens, ou registro fotográfico, para que depois possam ser

comparados os resultados do antes e depois da implantação dos cinco sensos, logo após o

diagnostico uma data deve ser escolhida como marco inicial do programa, denominando-a de

o “Dia da Faxina Geral”.

26

Figura 2- Fluxograma Implantação 5S

Fonte: Autora, 2013.

ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO

DO 5S

SENSIBILIZAÇÃO GERAL

DAS PESSOAS

FUNCIONÁRIOS

NOMEAÇÃO DOS

GRUPOS RESPONSÁVEIS

TREINAMENTO DOS

GRUPOS RESPONSÁVEIS

DIAGNÓSTICO NOS

SETORES DE IMPLANTAÇÃO

“DIA DA FAXINA GERAL”

ALTA

ADMINISTRAÇÃO

27

2.6 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S – PONTOS FORTES

A grande vantagem é que no 5S ocorre a mudança comportamental, onde cada ação

gera resultados, que servem de incentivo para novas ações, por ser um método de aprendizado

simples, torna-se acessível a todos, ate mesmo ao mais humilde operário, que muitas vezes

tem bloqueio em relação a modelos novos e sofisticados. De modo progressivo pode-se

ministrar novos conhecimentos e capacidades de solução de problemas a nível pessoal e em

equipe (NEBELUNG, 1998).

Para Alvarez e Esmeralda (2010) o primeiro grande ponto forte da aplicação do 5S é a

criação de um local sadio, higienizado, prático e seguro, onde as pessoas desenvolvem melhor

suas atividades, com mais disposição e menos fadiga, sentindo-se altamente motivadas e

satisfeitas, por saberem que fizeram parte desse processo de mudança. Os funcionários

tendem a adotar práticas mais saudáveis, com o próprio corpo e imagem, por não desejarem

ser incomuns com o ambiente limpo e organizado.

Portanto se torna notório a eficiência da ferramenta 5S na busca pela qualidade de

vida, produtos, serviços, e sua contribuição na eliminação de desperdícios, e

consequentemente no aumento da produtividade. São pequenas ações que geram

transformações gigantescas em ambientes e pessoas.

2.7 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA 5S – PONTOS FRACOS

De acordo com Alvares e Esmeralda (2010) os pontos fracos relacionados a aplicação

do 5S estão ligados diretamente com a dificuldade de fazer com que as pessoas deixem

costumes e hábitos construídos ao longo de suas vidas, geralmente elas apresentam

resistências as mudanças, outro problema relacionado as pessoas é conseguir a participação de

todos, não é interessante para o sucesso da ferramenta fazer o cinco sensos funcionar apenas

em um setor, e em outro não, precisa-se da participação e dedicação de todos os envolvidos

no processo de um modo geral.

Outro ponto fraco estar relacionado ao próprio 5S que muitas vezes é encarado apenas

como algo que vai limpar a sujeira, como bem ressalta Alvarez e Esmeralda (2010, p. 286)

“vê-lo como algo a mais ou como “perfumaria” é condená-lo. O 5S deve ser tomado e tratado

como “filosofia de vida”, e não como uma forma de “arrumar” nosso espaço”. Outra grande

28

dificuldade é equilibrar os conceitos teóricos com a prática, problema enfrentado na maioria

das vezes por pessoas que tem grande conhecimento sobre o assunto (ALVAREZ;

ESMERALDA, 2010).

2.8 DIFERENÇAS ENTRE O 5S E O HOUSEKEEPING

Segundo Ribeiro (2010, p. 69) As pessoas tendem de inicio fazer a confusão entre o

5S (de origem oriental) e o housekeeping (de origem ocidental). Abaixo mostra-se as

principais diferenças entre ambos.

Tabela 3 – Diferenças entre housekeeping e 5S

Housekeeping 5S

Aplicável em ambientes onde as pessoas

transitam.

Aplicável em ambientes onde as pessoas

vivem ou trabalham.

Foco na transformação do ambiente. Foco na transformação das pessoas.

Metodologia indutiva com caráter de

adestramento, impondo padrões.

Metodologia construtiva com caráter

educativo, acordando padrões.

Transformações baseadas em investimentos. Transformações baseadas em críticas e

sugestões.

Transformação em curto prazo, mas com

dificuldades para a manutenção.

Transformação em médio prazo, mas com

facilidade para manutenção.

Manutenção baseada em auditorias. Manutenção baseada em auditorias e atividades

promocionais.

Fonte: Ribeiro (2010).

29

3 METODOLOGIA

Este trabalho de conclusão de curso foi elaborado com base no método de estudo de

caso aplicado em uma empresa, inserida no setor de prestação de serviço, a Toinho Móveis

estar localizada em Assú/RN. Durante a realização deste projeto respeitou-se as seguintes

etapas: Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa de Campo para coletar dados e Análise das

informações. A seguir, será apresentada a metodologia utilizada na realização deste estudo.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

O presente estudo analisou uma pequena empresa do setor moveleiro, localizada na

cidade de Assú /RN. Utilizou-se da pesquisa descritiva que segundo Triviños (1987) trata-se

de um tipo de estudo que almeja descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade.

A pesquisa bibliográfica possibilita ao pesquisador conhecer o que já se foi estudado

sobre o assunto, qualquer trabalho cientifico deve se iniciar pelo levantamento de referências

teóricas já analisadas e publicadas em livros, artigos científicos e paginas de web site. A

pesquisa de Campo caracteriza-se pelas investigações feitas com o auxilio da pesquisa

bibliográfica e ou documental, e pela coleta de dados junto a pessoas, utilizando diferentes

tipos de pesquisa (FONSECA, 2002). A coleta de dados foi realizada através das pesquisas

bibliográficas e de campo.

3.1.1 Delimitação do estudo

Os dados da pesquisa foram obtidos no período de Junho e Julho de 2013, através de

depoimentos dos funcionários sobre a atual situação da empresa, e observação do local,

registrada por meio de arquivos fotográficos. O levantamento bibliográfico foi feito acerca da

qualidade, gestão da qualidade e, ferramenta 5S, recolhendo aspectos de suma importância

para o presente estudo.

3.1.2 Procedimentos, instrumentos e de coleta de dados

Para o presente estudo, a coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental e pesquisa de campo com base em depoimentos recolhidos por meio de

entrevista com os funcionários do estabelecimento, e observação feita do local. Os

30

instrumentos utilizados e seguidos foram todos aqueles que fundamentam a implantação da

ferramenta 5S. A coleta de dados, os procedimentos e instrumentos utilizados, foram

realizados em quatro visitas a empresa em estudo. A primeira visita foi realizada com intuito

de fazer o conhecimento do local, realizar entrevista com funcionários, e coletar os dados

(registros fotográficos) do local antes da implantação; A segunda visita foi feita para ministrar

a palestra de conscientização dos funcionários, sugerir algumas mudanças para o local, e dar

inicio a implantação da ferramenta; A terceira visita foi efetivada com a finalidade de

acompanhar e verificar o processo de implantação do 5S; e por fim a quarta visita se deu com

intuito de colher os resultados finais da implantação. O detalhamento dessas etapas é visto no

capitulo 4 Resultados e Discursão.

3.2 TRATAMENTO E ANALISE DOS DADOS

A análise dos dados foi realizada através de método qualitativo. Pois não se apoiam

com representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um

grupo social, organização, e etc. Portanto, a pesquisa qualitativa preocupa-se, com aspectos da

realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da

dinâmica das relações sociais (FONSECA, 2002).

Já os demais dados foram referentes ao levantamento bibliográfico e projeções

propostas, que foram baseadas nos estudos citados.

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Toinho Móveis Planejados localiza-se na Rua Dr. Gabriel Soares Raposo Câmara,

250 - Novo Horizonte - Assú- RN. A empresa surgiu no ano de 2011, na cidade de Assú, com

o intuito de fabricar móveis sobre encomenda, inicialmente era constituída por apenas dois

funcionários (os dois proprietário), e localizava-se em um endereço diferente do atual. Devido

ao pouco espaço de suas instalações, que se limitava a um pequeno vão apenas, o proprietário

colhia as encomendas, e contratava os serviços de uma marcenaria para o corte e modelagem

das peças, e só assim levava para sua empresa para ser feita a montagem e entrega. Com o

aumento da demanda, e o objetivo de aumentar o negócio, mudou-se no ano de 2012 para

suas atuais instalações, onde é feito todo o processo de fabricação, hoje possui razão social,

visão e missão, e conta com um quadro de quatro funcionários.

Figura 3- Imagem da atual fachada da empresa Toinho Móveis Planejados

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

32

Figura 4- Imagem do projeto para nova fachada da empresa Toinho Móveis Planejados

Fonte: Toinho Móveis Planejados, 2013.

Figura 5- Logotipo da empresa Toinho Móveis Planejados

Fonte: Toinho Móveis Planejados, 2013.

33

Figura 6- Carro de entrega da empresa Toinho Móveis Planejados

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Com o intuito de aperfeiçoar e melhorar continuamente o processo produtivo de seu

produto, satisfazer as necessidades de seus clientes, e ganhar mais espaço no mercado de

móveis planejados, a empresa estar participando de cursos de capacitação, oferecidos pelo

SEBRAE/RN.

4.2 ENTREVISTA COM PROPRIETÁRIA DA EMPRESA

A proprietária e também funcionaria responsável pelas questões administração da

empresa revela em entrevista que sente a necessidade de organizar as instalações de sua

empresa, diz que atual situação se dar pelo fato de estar à apenas um ano no novo local, e foi

ocupando o novo espaço desde o inicio sem se preocupar com as questões de organização,

então se torna difícil adotar praticas que não são costumeiras no dia-a-dia da instituição.

Após diversos acontecimentos dentro da empresa, como por exemplo, atrasar o

processo de fabricação de uma peça, por não encontrar a ferramenta necessária em meio à

bagunça, comprar quantidades de materiais e peças desnecessários, por não ter o controle dos

existentes na empresa, danificar materiais e peças já prontas por consequência da bagunça,

34

viu-se necessário como medida de urgência organizar a instituição, mudar velhos costumes, e

dar espaço a novas práticas.

Quando perguntada sobre o programa 5S a entrevistada revelou que já tinha escutado

algo a respeito, porém não tinha um conhecimento mais profundo no assunto, feito uma breve

introdução do mesmo, a proprietária mostrou total interesse, e assim foi acordado a realização

de uma palestra a todos os funcionários sobre o tema. No decorrer da entrevista foi feito o

registro fotográfico dos locais, para que após a palestra de conhecimento, conscientização e

sugestões, pudesse-se através da ferramenta 5S, ser feitas as mudanças cabíveis. No período

da entrevista e dos primeiros registros fotográficos a empresa contava com um quadro de

cinco funcionários, destes apenas 03 fazem parte atualmente da empresa.

4.3. PALESTRA DE CONSCIENTIZAÇÃO

A palestra foi realizada nas próprias instalações da empresa, no dia 22/06/2013, pela

própria autora deste trabalho, contando com a participação dos cinco funcionários.

Figura 7- Palestra de conscientização

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Na palestra foram abordados os seguintes temas e a mesma foi dividida da seguinte

forma:

35

O que é qualidade

Alguns conceitos de qualidade

A importância da qualidade no meio empresarial

O comprometimento de todos os funcionários na busca pela qualidade

A ferramenta 5S

Onde surgiu

O objetivo

Os 5 sensos

Senso de Utilização

Senso de Ordenação

Senso de Limpeza

Senso de Padronização e Saúde

Senso de Autodisciplina

Pontos Fortes e benefícios da ferramenta

Pontos fracos

Imagens de empresas antes e depois do 5S

4.4. IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA 5S NA EMPRESA TOINHO MÓVEIS

PLANEJADOS.

Dentro da empresa os locais escolhidos para implantação da Ferramenta 5S foram o

Escritório que de todos os setores da empresa era o menos complexo, por consequência traria

resultados mais rápidos, para que assim todos e principalmente a gerencia pudessem ver a

eficácia do programa e continuasse sua realização em todos os setores da empresa; e o

Almoxarifado que apresentava pior aspecto, e que trazia maiores transtornos como perca de

tempo e consequentemente atraso no processo produtivo, e desperdícios de materiais.

Com a implantação do Senso Seiri (Senso de Utilização) foi feita a separação do

necessário para o ambiente e os trabalhos no escritório, do desnecessário. Através deste Senso

foi possível desocupar espaços e melhorar o ambiente, para que então pudesse ser implantado

o segundo Senso.

Figura 8- Imagem do Escritório antes e depois da Implantação do 5S.

36

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Para que se tornasse mais eficiente à implantação do Seiton (Senso de Ordenação) foi

feita a mudança do layout do escritório, e a troca da bancada por uma de maior tamanho e

com mais gavetas possibilitando melhor agrupamento e armazenamento dos materiais. Como

mostra a figura a seguir.

Figura 9- Imagem da mesa do Escritório antes e depois da Implantação do 5S.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Através do Sendo de Ordenação os materiais que não foram descartados, foram

organizados de maneira a facilitar seu acesso e manutenção de limpeza do local.

37

Figura 10- Gavetas antes da Implantação do 5S.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

As gavetas da nova bancada foram divididas da seguinte maneira: as da parte esquerda

da mesa ficaram com materiais de escritório e pastas de pagamentos, e as do lado direito

mostruários e projetos.

Figura 11- Gavetas depois da Implantação do 5S

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

38

Dentre todos os setores da empresa o almoxarifado apresentava pior condições de

organização e limpeza, por meio do Seiri (Senso de Utilização) foi retirado do local os

materiais obsoletos, e que não eram de utilização daquele setor, possibilitando melhor uso do

espaço físico, facilitando a limpeza, reduzindo riscos de acidentes e danos aos materiais,

melhorando o controle do estoque, evitando com isso desperdícios, diminuindo os custos, e

proporcionando melhor produtividade das pessoas envolvidas. Esse resultado é exposto nas

figuras 12 e 13.

Figura 12- Imagens antes da Implantação da Ferramenta 5S.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Figura 13- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

39

Logo em seguida a aplicação do Senso de Utilização onde é separado o necessário do

desnecessário, dando a estes um devido fim, é feita a ordenação dos itens necessários através

do Seiton (Sendo de Ordenação), aonde é feita a organização sistemática de peças, materiais e

ferramentas, de modo a ter o acesso rápido e seguro a eles, baseia-se na ideia de ter o que

precisa quando se precisa. Como é exposto nas figuras 14, 15 e 16, a Ordenação pode ser

feita pela organização de itens iguais, e de uso semelhante, separados e devidamente

identificados pelos seus nomes.

Figura 14- Estante de materiais do Almoxarifado antes e depois da Implantação do 5S.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Os dispositivos de montagens e algumas peças não se encontravam todos no

almoxarifado, alguns eram depositados de maneira totalmente desorganizada em outra parte

da empresa, dificultando sua localização, ocasionando movimentos desnecessários nos

trabalhadores, e atrasando a fabricação dos projetos. Após a implantação do Senso de

Ordenação todos foram devidamente separados e identificados, e posto em um mesmo local.

Esse resultado é visto na figura 15.

40

Figura 15- Dispositivos de montagem e peças.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Os revestimentos são materiais de fácil danificação, antes da implantação dos Sensos

de Utilização e principalmente de Ordenação, constatava-se um grande desperdício com

revestimentos danificados.

Figura 16- Revestimentos.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

41

Tão importante quanto limpar é manter a limpeza, onde essa deve ser dever de cada

um, a ideia não é sujar para poder limpar e sim evitar ao máximo a sujeira, o uso do terceiro

Senso, o Seiso (Senso de Limpeza), tem como objetivo manter limpo o ambiente físico,

eliminando o lixo, e a sujeira, lembrando que sujeira vai desde materiais estranhos, poeira, ate

iluminação e ventilação deficientes, e ruídos. Através do Seiso obtêm-se um local asseado,

saudável, proporcionando bem estar e melhores condições de trabalho a todos que ali

desenvolvem alguma atividade.

Figura 17- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Para que se atinja a total eficácia do programa 5S é de suma importância o

comprometimento de todos os envolvidos. O Shitsuke o quinto Senso (Senso de

Autodisciplina) vai garantir que todos os quatro Sensos anteriores a ele sejam devidamente

cumpridos, ter disciplina é fazer o que tem que ser feito, mesmo quando ninguém estiver

cobrando ou monitorando. Como maneira de lembrar a todos desse comprometimento e de

sua responsabilidade no andamento do programa 5S foi colocado esse dispositivo informativo

no setor como é mostrado na figura 18.

42

Figura 18- Os 05 Sensos.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Figura 19- Imagens depois da implantação da Ferramenta 5S.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

43

Figura 20- Almoxarifado antes e depois da Implantação do 5S.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Pode-se notar conforme a imagem acima e as imagens do escritório que a eficácia da

ferramenta é visível. Têm-se um melhor aproveitamento dos locais, um melhor ambiente de

trabalho, com melhor iluminação e ventilação, ordenação e limpeza do setor, assim como de

seus materiais, ferramentas, e peças.

Observa-se que a pratica dos três primeiros Sensos, provocou nos envolvidos, o

comprometimento com os dois Sensos seguintes: o Sheiketsu (Senso de Saúde e

Padronização), e o Shitsuke (Senso de Autodisciplina). Como é mostrados na figura 21 após a

Implantação da ferramenta 5S, os trabalhadores cumpriram as regras de trabalho com

segurança, fazendo agora o uso de EPIS, colocando em prática o Senso de Saúde e

Padronização.

44

Figura 21- Funcionário em atividade.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Por meio do Senso de Saúde e Padronização, os funcionários adotaram práticas mais

saudáveis com seu próprio corpo, cuidando melhor da aparência, apresentando-se no local de

trabalho de maneira adequada. Como mostrado na figura 22.

Figura 22- Funcionários antes e depois da implantação da Ferramenta 5S.

Antes Depois

Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.

Portanto são notórios os diversos benefícios provocados pela implantação da

Ferramenta 5S, comprovando que a mesma não é apenas um artifício para arrumar a bagunça,

mas sim um processo de mudanças principalmente de velhos costumes e paradigmas.

45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A necessidade de adotar, e desenvolver processos produtivos com Qualidade Total, e

desenvolver nas empresas um Sistema de Gestão da Qualidade Total é nos atualmente algo

essencial para a sobrevivência das organizações, deve-se trabalhar com a qualidade interna e

externamente de modo a garantir benefícios de custo, prazos, satisfação do cliente e,

principalmente, a qualidade propriamente dita nos serviços e produtos.

O 5S é uma das ferramentas da qualidade considerada simples e de baixo custo, pode

ser aplicada em qualquer setor industrial, e até mesmo em outros setores como, por exemplo,

escolas, hospitais, repartições publicas, dentro de nossas próprias residências e etc. Utiliza-se

dos cinco sensos (Senso de Utilização, Senso de Ordenação, Senso de Limpeza, Senso de

Saúde e Padronização, e Senso de Autodisciplina) para promover o melhoramento contínuo

dos processos e das práticas das pessoas.

A implantação do Programa 5S na empresa Toinho Móveis Planejados proporcionou

uma melhoria na gestão e produtividade, tendo em vista que foi feito através da ferramenta

um melhor aproveitamento dos recursos materiais, e espaços físicos, melhor aproveitamento

do tempo, minimizou- se riscos de acidentes e movimentos desnecessários com a procura de

objetos em meio à desorganização, proporcionou um ambiente mais limpo, organizado, e

saudável, mudando a estrutura física do local, e principalmente a maneira como todos os

trabalhadores enxergavam essas simples, porém transformadoras ações.

Destarte, torna-se possível analisar a resposta ao problema de pesquisa e objetivos

tendo em vista os resultados obtidos. Os objetivos foram alcançados, porém não em sua

plenitude, pois a ferramenta 5S foi implantada somente em dois setores da empresa, e não em

toda ela, esse fato teve como justificava o pouco tempo para realização desse estudo e

disponibilidade da empresa.

Dessa forma adota-se a aplicação da Ferramenta da Qualidade 5S como o primeiro

passo para se alcançar os diversos benefícios trazidos pela aplicação de um Sistema de Gestão

de Qualidade total, os 5 Sensos proporcionam o aperfeiçoamento permanente das pessoas e do

ambiente da empresa. Seus pilares (economia, organização, limpeza, higiene e disciplina) são

fatores que garantem e elevam a produtividade, além de ser uma boa maneira para o

gerenciamento da rotina e melhores resultados.

4

n

n

v

n

v

j

n

j

b

h

j

b

4

4

4

46

REFERÊNCIAS

ALVAREZ, Ballestero; ESMERALDA, María. Gestão da qualidade, produção e

operações. São Paulo: Atlas, 2010.

CARPINETTI, Luiz Cezar Ribeiro. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. São Paulo:

Atlas, 2010.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: Uma visão

abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

DIEHL, Vera Alice. Protótipo para gerenciamento de programa da qualidade (5s)

utilizando sistemas especialistas. 2000. 71 f. Trabalho De Conclusão De Curso

(Bacharelado) - Universidade Regional De Blumenau, Blumenau, 2000.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002 Apostila.

Disponível em; <http://www.dqi.ufms.br/~lp4/apostilaMetodologia.pdf>. Acesso em: 29 de

julho de 2013.

GITLOW, H., S. Planejando a qualidade, a produtividade e a competitividade. Rio de

Janeiro: Qualitymatk, 1993.

GRAEL, Paulo Fernando Fuzer; OLIVEIRA, Otávio José de. Sistemas certificáveis de

gestão ambiental e da qualidade: práticas para integração em empresas do setor moveleiro.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/v20n1/aop200802011.pdf>. Acesso em: 13

jul. 2013.

LAPA, R. P. 5S - praticando os cinco sensos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.

LAPA, Reginaldo. Os cinco sensos. Disponível em: <www.ptnet.com.br/5sensos>. Acesso

em: 10 jul. 2013.

LONGO R. M. J; VERGUEIRO, W. Gestão da qualidade em serviços de informação no

setor público: características e dificuldades para sua implantação. Rev. Dig. Bibliotecon.

Ci. Inf., Campinas, v. 1, n. 1, p. 39-59, 2003.

47

MOREIRA, D. A. Dimensões do desempenho em manufatura e serviços. São Paulo:

Pioneira, 1996.

NEBELUNG, Bruno. 5S. Blumenau: FURB, 1998. Monografia apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Nível de Especialização em Administração Industrial.

PALADINI, E.P. Gestão da qualidade teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.

RIBEIRO, H. 5S: Um roteiro para uma implantação bem sucedida, casa da qualidade.

Editora, Salvador, BA, 1994.

RIBEIRO, H,. Os 20 Anos do Programa 5S no Brasil. Banas Qualidade: Gestão, Processos,

e Meio Ambiente, São Paulo, ago. 2010. p 66-64.

SANTOS, Leandro Monteiro Dos. Avaliação da aplicação do progama 5s como

ferramenta de qualidade na gestão rural. 2011. 44 f. Trabalho De Conclusão De Curso

(Graduação) - Departamento de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, Balneário Pinhal, 2011.

SENAC EAD. GQT. Disponível em:

<http://ww2.senacead.com.br/conteudos/gqt/mostra_blocos.php?mod=6&sec=2&tex=2>.

Acesso em: 11 jul. 2013.

SILVA, João Martins. O ambiente da qualidade na prática 5S. 2. ed. Belo Horizonte : Ed.

da UFMG, 1996.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção.

3.ed - São Paulo: Atlas, 2009. Tradução Henrique Luiz Corrêa.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em

educação. São Paulo: Atlas, 1987.

UMEDA, Masao. As sete chaves para o sucesso do 5S. Belo Horizonte: Fundação

Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1997.

48

APÊNDICE A- CARTA SOLICITAÇÃO DE PESQUISA DE MONOGRAFIA.

49

APÊNDICE B- ROTEIRO DE ENTREVISTA

Há quanto tempo à empresa estar no mercado.

Qual sua maior dificuldade atualmente, no que desrespeito ao processo produtivo.

Que fatos são causadores dessa dificuldade.

Que fatos são consequências dessa dificuldade.

Conhecimento a cerca do programa 5S.