ii anno - mun-montijo.pt · pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ... em...

4
II ANNO DOMIISTG-O, 30 DE MARÇO DE 1903 SEM AN ARI O NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Asslgnatnra Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. Para o Brazil, anno, 2$5oo réis (moeda forte). Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR— José Augusto Saloio li 16 LARGO DA MISERICORDIA-i6ie"Th° ALDKGALLKGA g PROPRIETÁRIO PMl&licaçÕCS ç Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, (S 20 réis. Annuncios na 4 .:' pagina, contracto e.sp xial. Os auto ra graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. ■José Augusto Saloio e x p e d ie n t e Acceitain-se com grati dão qwacsqner noticias que sejam de interesse pnbllco. lia dezanove séculos rea- lisou-se no cume do Calva- rio a tragédia mais admi- ravel, mais lugubré, mais treitiòndd,; mais horrivel, mais dilacerante, que a historia tem registado nas suas paginas. Hasteava-se uma cruz, e delia pendia no meio dos sofírimentos mais atrozes, das agonias mais lancinan tes, das affrontas sem no me, sem graduação 11a es cala da infâmia, o Homem- Deus, esse vulto veneran do é eminentemente gran dioso, que espalhára tan tos benefícios, enxugara tantas lagrimas, opérára tantos milagres, prégando a sua doutrina, sublime doutrina de paz, de amor, de . mansidão, de fraterni dade e egualdade, doutri na que constitue um poe ma da mais pura moral, e que nem a falsa philosophia nem a impiedade dos tem pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ia nasceu o Christianismo, luz beneíica que se estadeia refulgentissima, aconteci mento sublime que os po vos christãos commemo- ram com os olhos fitos na lampada, que, pendendo accesa, ha tantos seculós do cimo do Golgotha, dá luz á fé, alegria á esperan ça e alento á caridade. Quando Jesus, no meio dos seus algozes, ao pé da Mãe inconsolável, exhalou o ultimo suspiro, a terra tremeu sob o pezo de uma dôr immensa, as ondas do niar encapellaram-se ru gindo lugubremente, a na tureza inteira convulsio nando-se parecia clamar— Deicidas, deicidas! que fi zestes Aquelle, cuja vida fòra o exemplo mais subli me da caridade, da abne gação e da humildade?! Assim se realisou um os mais portentosos desi- griios da Providencia; as sim se operou a redempção do genero humano; assim o LIomem-Deus, morrendo, alcançou a mais extraordi- naria victoria. Trinta e tres annos gas tou na sua obra grandiosis- sima, e por fim, quando o sublime consumatum est deslisou dos seus labios angustiosos, as tyranias, os privilégios, as oppressões desappareceram da face da terra, como se um vulcão, rebentando, sepultasse to dos os erros nas suas la vas. Ateiam-se e protraem- se guerras sanguinolentas, desabam thronos, decahem nacionalidades, porque tu do isto é obra dos homens; ao passo que o Christia nismo, porque é obra de Deus, tem permanecido e continuará a permanecer, de pé, inabalavel, embora acossado pelas tempesta des da descrença e pela corrente impia dos sécu los. E’ que sem a religião não póde haver verdadeira ci- vilisacão, assim como sem alicerces não póde haver edifícios. A religião adoça os coraeões; a civilisação, traçando uma immensa trajectória de luz, pharoli- sa os espiritos. Uma e outra são como que os poios do mundo social. Uma e outra brilharam em horisontes mais esplen didos, quando o Verbo, descendo do Céo á terra, veiu cumprir a sua missão divina. Morreu como homem, e resuscitou por effeito da omnipotência de Deus. Resuscitou! E a cruz, que até então era considerada como um objecto de ter ror, como um instrumento infamantissimo, em que eram suppliciados os maio res criminosos, converteu- se em balsamo salutar pa ra todas as angustias, em iris de bonança para todas as tempestades da vida. Ostenta-a na farda o con decorado, no collo a don- zella, no santuario a fami lia, e até o condemnado a sua desgraça. Firmada na cupula dos templos sym bolisa a redempção, nos cemiterios as gerações ex- tinctas e a saudade pun gente dos que lhes sobre vivem. E’ ella que nos en- corpora no grande gremio catholico e que nos acom panha até á beira da cam pa. Resuscitou! E a mulher, que até então fora vilipen diada, ultrajada e escarne cida, quebrou os duros grilhões da escravidão, foi admittida ao amor de fa milia, e considerada como estrella polar da esperan ça, manancial perenne das mais ternas affeiçoes, bal samo consolador das agru ras da vida, flôr sempre perfumada que inhala aro mas suavíssimos, fonte sempre pura, donde deri vam lagrimas da mais ter na dedicação e dos affectos mais sublimes. Resuscitou, e com elle o amor universal que elle prégára; resuscitou, e com elle a egualdade de direi tos, avaliada na balança da justiça; resuscitou, e com elle a felicidade dos povos e o caminho patente para a bemaventurança eterna; resuscitou, e com elle a ventura, o progresso, e o bem estar da humanidade! Alleluia!! ANTONIO PINHEIRO. Â PASCHOA , Ouvem-se ainda no es paço os últimos sons da Allekiia, e a Paschoa apre senta-nos com o seu corte jo de flores e alegrias. Quadra bemdita em que se reunem as familias para festejarem, no conchego do lar, as santas tradições que lhes ensinaram seus avós. Depois do luto pela mor te de Christo, a alegria pela sua resurreição. Effe- ctivamente resurgiu, por que vive no coração de todos os que prezam as doutrinas do Bem e da Verdade. As sombras da morte não puderam apa gar aquelie grande espiri- ; '! r c ?0':*rn r? 1" r r i— apreciam vessado os séculos, resis tindo a todos os embates, a todas as luctas. Se os ho mens as teem deturpado, nem por isso ellas deixam de brilhar como um pharol luminoso na historia da Humanidade. O preto, que tão bem assenta nos rostos formo sos, faz com que na Sema na Santa as mulheres nos pareçam mais bonitas. E’ a moldura de um formoso quadro. E nós vêmol-as ligeiras e graciosas, atra vessando as ruas com o seu passo curto, levando a animação e a vida á triste * * monotonia da nossa exis tencia. Nas montras dos confei teiros ostentam-se as amên doas numa profusão e num alinhamento artistico desafiando a gulodice das creancas e até dos adultos, todos n este mundo a doçura como prazer do estomago. E’ a quadra do anno em que os chefes de familia se vêem em embaraços para satis fazer tantos pedidos. Paschoa florida e riden te, como nos alegras o co ração! Tudo surri, a natu reza toda em festa traz-nos á alma um jubilo infinito. E comtudo, neste conjun- cto de alegrias, quantos desgraçados soffrem a fo me e o desprezo, sem pão para se alimentarem, nem lar para se acolherem! Que os ricos, os felizes da terra, lancem os olhos pa ra tanta desdita e destinem uma parcella da sua fortu na aos desprotegidos da sorte. As lagrimas de re conhecimento, as bênçãos dos infelizes, transformar- se-hão em pérolas divinas, em hymnos fervorosos que irão elevar-se no espaço, formando a sua mais bella corôa de gloria. Aos nossos estimados assignantes e leitores ap- petecemos uma Paschoa cheia das maiores alegrias e venturas. Prííclsslo íle Com a costumada so- lemnidade dos annos ante riores realisou-se- no. do mingo passado n’esta nos sa importante villa a pro cissão de Nosso Senhor dos Passos, com extraordi- naria sumptuosidade e boa ordem. Pelas 5 horas e meia da tarde, começava o cortejo a .sahir da egreja de Nossa Senhora da Con ceição pela seguinte or dem: guião, pendão, irman dade do Senhor dos Pas sos que era composta de grande numero de mem bros, oito anjinhos sum ptuosamente vestidos con duzindo os symbolos dos sofírimentos de Christo, a imagem de Nosso Senhor dos Passos sobre o seu an dor gostosamente orna mentado com flores natu- raes, atraz a imagem de Nossa senhora da Purifica ção, o palíio debaixo do qual iam os reverendos João Pereira Vicente Ramos, que conduzia o santo lenho, e Theodoro de Sousa Rego, fechando este majestoso cortejo a phylarmonica i.° de Dezembro desta villa, que durante o percurso desempenhou duas lindas marchas fúnebres devidas a excellente penna do nos so bom amigo Balthaza<r Manuet Valente. Os mote- tes foram cantados pelos phylarnlonicos José Cân dido Rodrigues dAnnun- ciação, Joaquim d’Almeida e Manuel Luiz Dias. Ao pretorio, encontro e calvario prégou o rev. João D. Fiadeiro, professor de latim no ceminario de S. Vicente, cujos discursos agradaram muitíssimo, e não o rev. Napoleão José Thomaz de Aquino, confor me noticiamos no ultimo numero d’Q Domingo. O encontro, deu-se pelas 6 horas e um quarto, e o sermão durou 20 minutos, chegando a procissão á egreja matriz, pelas 7 ho ras e 3o minutos da tarde. Apesar da manhã amea çar-nos chuva, affluiu, como se esperava, muiío povo dos logares limitrophes. Ainda a procissão não tinha começado a sahir da egreja de Nossa Senhora da Conceição, estavam sendo os devotos mimosca- ílo s por pesadas bategas

Upload: dinhkhue

Post on 11-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: II ANNO - mun-montijo.pt · pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ... em horisontes mais esplen ... E a cruz, que até então era considerada como um objecto de

II ANNO DOMIISTG-O, 30 DE MARÇO DE 1903

SEM AN A R I O N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A sslgn atn raAnno, iSooo réis; sem estre, 5oo réis. Pagam ento adeantado. Para o Brazil, anno, 2$5oo réis (moeda forte).Avulso, no dia da publicação, 2 0 réis.

EDITOR — José Augusto Saloio li 16 LARGO DA M IS E R IC O R D IA -i6 ie "T h °A L D K G A L L K G A g PROPRIETÁRIO

PMl&licaçÕCS ç ’A nnuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

(S 2 0 réis. Annuncios na 4 .:' pagina, con trac to e.sp xia l. Os au to ­ra graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

■José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

A cceita in -se com g r a ti­dão qw acsqner n o t ic ia s que sejam de in te r e s s e pnbllco .

lia dezanove séculos rea- lisou-se no cume do Calva- rio a tragédia mais admi- ravel, mais lugubré, mais treitiòndd,; mais horrivel, mais dilacerante, que a historia tem registado nas suas paginas.

Hasteava-se uma cruz, e delia pendia no meio dos sofírimentos mais atrozes, das agonias mais lancinan­tes, das affrontas sem no­me, sem graduação 11a es­cala da infâmia, o Homem- Deus, esse vulto veneran­do é eminentemente gran­dioso, que espalhára tan­tos benefícios, enxugara tantas lagrimas, opérára tantos milagres, prégando a sua doutrina, sublime doutrina de paz, de amor, de . mansidão, de fraterni­dade e egualdade, doutri­na que constitue um poe­ma da mais pura moral, e que nem a falsa philosophia nem a impiedade dos tem­pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del­ia nasceu o Christianismo, luz beneíica que se estadeia refulgentissima, aconteci­mento sublime que os po­vos christãos commemo- ram com os olhos fitos na lampada, que, pendendo accesa, ha tantos seculós do cimo do Golgotha, dá luz á fé, alegria á esperan­ça e alento á caridade.

Quando Jesus, no meio dos seus algozes, ao pé da Mãe inconsolável, exhalou o ultimo suspiro, a terra tremeu sob o pezo de uma dôr immensa, as ondas do niar encapellaram-se ru­gindo lugubremente, a na­tureza inteira convulsio­nando-se parecia clamar— Deicidas, deicidas! que fi­zestes Aquelle, cuja vida fòra o exemplo mais subli­me da caridade, da abne­gação e da humildade?!

Assim se realisou um os mais portentosos desi-

griios da Providencia; as­sim se operou a redempção do genero humano; assim o LIomem-Deus, morrendo, alcançou a mais extraordi- naria victoria.

Trinta e tres annos gas­tou na sua obra grandiosis- sima, e por fim, quando o sublime consumatum est deslisou dos seus labios angustiosos, as tyranias, os privilégios, as oppressões desappareceram da face da terra, como se um vulcão, rebentando, sepultasse to­dos os erros nas suas la­vas.

Ateiam-se e protraem- se guerras sanguinolentas, desabam thronos, decahem nacionalidades, porque tu­do isto é obra dos homens; ao passo que o Christia­nismo, porque é obra de Deus, tem permanecido e continuará a permanecer, de pé, inabalavel, embora acossado pelas tempesta­des da descrença e pela corrente impia dos sécu­los.

E’ que sem a religião não póde haver verdadeira ci- vilisacão, assim como sem alicerces não póde haver edifícios. A religião adoça os coraeões; a civilisação, traçando uma immensa trajectória de luz, pharoli- sa os espiritos.

Uma e outra são como que os poios do mundo social.

Uma e outra brilharam em horisontes mais esplen­didos, quando o Verbo, descendo do Céo á terra, veiu cumprir a sua missão divina.

Morreu como homem, e resuscitou por effeito da omnipotência de Deus.

Resuscitou! E a cruz, que até então era considerada como um objecto de ter­ror, como um instrumento infamantissimo, em que eram suppliciados os maio­res criminosos, converteu- se em balsamo salutar pa­ra todas as angustias, em iris de bonança para todas as tempestades da vida. Ostenta-a na farda o con­decorado, no collo a don- zella, no santuario a fami­lia, e até o condemnado a

sua desgraça. Firmada na cupula dos templos sym­bolisa a redempção, nos cemiterios as gerações ex- tinctas e a saudade pun­gente dos que lhes sobre­vivem. E’ ella que nos en- corpora no grande gremio catholico e que nos acom­panha até á beira da cam­pa.

Resuscitou! E a mulher, que até então fora vilipen­diada, ultrajada e escarne­cida, quebrou os duros grilhões da escravidão, foi admittida ao amor de fa­milia, e considerada como estrella polar da esperan­ça, manancial perenne das mais ternas affeiçoes, bal­samo consolador das agru­ras da vida, flôr sempre perfumada que inhala aro­mas suavíssimos, fonte sempre pura, donde deri­vam lagrimas da mais ter­na dedicação e dos affectos mais sublimes.

Resuscitou, e com elle o amor universal que elle prégára; resuscitou, e com elle a egualdade de direi­tos, avaliada na balança da justiça; resuscitou, e com elle a felicidade dos povos e o caminho patente para a bemaventurança eterna; resuscitou, e com elle a ventura, o progresso, e o bem estar da humanidade!

Alleluia!!A N TO N IO PIN H EIR O .

 PASCHOA, Ouvem-se ainda no es­

paço os últimos sons da Allekiia, e a Paschoa apre­senta-nos com o seu corte­jo de flores e alegrias. Quadra bemdita em que se reunem as familias para festejarem, no conchego do lar, as santas tradições que lhes ensinaram seus avós.

Depois do luto pela mor­te de Christo, a alegria pela sua resurreição. Effe- ctivamente resurgiu, por­que vive no coração de todos os que prezam as doutrinas do Bem e da Verdade. As sombras da morte não puderam apa­gar aquelie grande espiri-; '! r c ?0 ':*rn r? 1" r r i—

apreciam

vessado os séculos, resis­tindo a todos os embates, a todas as luctas. Se os ho­mens as teem deturpado, nem por isso ellas deixam de brilhar como um pharol luminoso na historia da Humanidade.

O preto, que tão bem assenta nos rostos formo­sos, faz com que na Sema­na Santa as mulheres nos pareçam mais bonitas. E’ a moldura de um formoso quadro. E nós vêmol-as ligeiras e graciosas, atra­vessando as ruas com o seu passo curto, levando a animação e a vida á triste * * monotonia da nossa exis­te ncia.

Nas montras dos confei­teiros ostentam-se as amên­doas numa profusão e num alinhamento artistico desafiando a gulodice das creancas e até dos adultos,

todos n este mundo a doçura como

prazer do estomago. E’ a quadra do anno em que os chefes de familia se vêem em embaraços para satis­fazer tantos pedidos.

Paschoa florida e riden­te, como nos alegras o co­ração! Tudo surri, a natu­reza toda em festa traz-nos á alma um jubilo infinito. E comtudo, neste conjun- cto de alegrias, quantos desgraçados soffrem a fo­me e o desprezo, sem pão para se alimentarem, nem lar para se acolherem! Que os ricos, os felizes da terra, lancem os olhos pa­ra tanta desdita e destinem uma parcella da sua fortu­na aos desprotegidos da sorte. As lagrimas de re­conhecimento, as bênçãos dos infelizes, transformar- se-hão em pérolas divinas, em hymnos fervorosos que irão elevar-se no espaço, formando a sua mais bella corôa de gloria.

Aos nossos estimados assignantes e leitores ap- petecemos uma Paschoa cheia das maiores alegrias e venturas.

P rííc lss lo íleCom a costumada so-

lemnidade dos annos ante­riores realisou-se- no. do­

mingo passado n’esta nos­sa importante villa a pro­cissão de Nosso Senhor dos Passos, com extraordi- naria sumptuosidade e boa ordem. Pelas 5 horas e meia da tarde, começava o cortejo a .sahir da egreja de Nossa Senhora da Con­ceição pela seguinte or­dem: guião, pendão, irman­dade do Senhor dos Pas­sos que era composta de grande numero de mem­bros, oito anjinhos sum­ptuosamente vestidos con­duzindo os symbolos dos sofírimentos de Christo, a imagem de Nosso Senhor dos Passos sobre o seu an­dor gostosamente orna­mentado com flores natu- raes, atraz a imagem de Nossa senhora da Purifica­ção, o palíio debaixo do qual iam os reverendos João P ereira Vicente Ramos, que conduzia o santo lenho, e Theodoro de Sousa Rego, fechando este majestoso cortejo a phylarmonica i.° de Dezembro desta villa, que durante o percurso desempenhou duas lindas marchas fúnebres devidas a excellente penna do nos­so bom amigo Balthaza<r Manuet Valente. Os mote- tes foram cantados pelos phylarnlonicos José Cân­dido Rodrigues dAnnun- ciação, Joaquim d’Almeida e Manuel Luiz Dias.

Ao pretorio, encontro e calvario prégou o rev. João D. Fiadeiro, professor de latim no ceminario de S. Vicente, cujos discursos agradaram muitíssimo, e não o rev. Napoleão José Thomaz de Aquino, confor­me noticiamos no ultimo numero d’Q Domingo.

O encontro, deu-se pelas6 horas e um quarto, e o sermão durou 20 minutos, chegando a procissão á egreja matriz, pelas 7 ho­ras e 3o minutos da tarde.

Apesar da manhã amea­çar-nos chuva, affluiu, como se esperava, muiío povo dos logares limitrophes.

Ainda a procissão não tinha começado a sahir da egreja de Nossa Senhora da Conceição, estavam sendo os devotos mimosca- í l o s por pesadas bategas

Page 2: II ANNO - mun-montijo.pt · pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ... em horisontes mais esplen ... E a cruz, que até então era considerada como um objecto de

O D O M I N G O

C O F R E D E P É R O L A S .

0 8 T Y P O G R A P H O Smotivo os srs. DIAS AMA­DO nos pedem para em seu nome, por este meio, os desculparmos para com todas as pessoas com quem esta falta involuntaria se tenha dado, promettendo de futuro a maior pontua­lidade ' na satisfação dos pedidos.

E’ impossível descrever o que se está passando rias províncias com o depura­tivo DIAS AMADO. As cartas dahi recebidastodos os dias, umas referindo re­sultados espantosos, outras pedindo informações e ou­tras fazendo pedidos deste | depurativo chega a ser in- acreditavel.

A nosso ver, são cente­nas e centenas de pessoas a tratarem-se actualmente com este preparado, con- sequencia sem duvida dos resultados assombrosos que está causando em toda a parte.

Nunca se viu uma tão grande fé e enthusiasmo por um medicamento.

Mas, ha razão de ser, porque o depurativo DIAS AMADO, ninguém peran­te os factos assombrosos que temos apresentado nos jornaes, o poderá contes­tar, tem poupado á morte e a operações de resulta­dos duvidosos, não deze­nas cie* pessoas, mas algu­mas centenas

, ¥Este poderoso depurati­

vo do sangue, composto apenas de vegetaes inof- fensivos, está sendo appli- cado, com eífeitos radicaes em todas as manifestações syphiliticas, rh e u m at i sm o de todas as naturezas, doenças do estomago, fe­ridas modernas e antigas e erupção de pelle.

Deposito geral; Phar­macia Ultramarina, rua de S. Paulo, c)) e 101, Lisboa.

Preço de cada frasco, 1S000 réis.

Para fóra de Lisboa não se remettem encommen- das inferiores a dois fras­cos, sendo o porte do cor­reio de dois até seis frascos 200 reis.

«Quem sois? D’onde surgistes? Qual é vosso estandarte ? ■E u vejo em toda a parte O vosso nome audaz.Não sei se traceis guerra.

( Nas dobras da bandeira,..Se o ramo d’oliveira.

0 symbolo da paz!»

«Quem somos? Perguntae A ’ gente d’outras eras,Bravia como as feras,Triste, abatida, v il. . .Do campo da sciencia Nós somos os cultores, Lançando á terra as flores Do fecundante abril!»

JOAQ UIM DOS ANJOS.iiiiimiiiniiiiiiiiiimiiiiiiiiiiiii iiimiii

A UNS OLHOS

Os teus olhos são dois pombos Que não cançam de voar,Para que ninguém irios roube Vou-os sempre acompanhar!

M A N U EL DA S IL V A GAYO

PENSAMENTOSA cxpenencia das outras pessoas corrige raramente

os homens; a sua própria experiencia não corrige nun­ca uma nação.— G. M. Valtour.

— 0 espirito não impede de ler manias; ainda lhes dá mais relevo.— M.me de Stael.

— A vingança é um manjar que se come fr io .— Pro­vérbio japonez.

— Em moral, como em arte, di~xer é nada,faser é tudo.— Renan.

A N E C D O T A S

Ia atravessando um n o com um bole um mestre de meninos muito pedante. No meio do rio perguntou ao calraeiro:

— Tu conheces a Phylosophia?— Nunca ouvi f aliar riella, respondeu o barqueiro.— Então perdeste a quarta parle da tua vida. Conhe­

ces a Geologia?— Não.•— Então perdeste Ires parles da vida.Ia a continuar no mesmo lhana, quando o bole se

voltou, despejando no charco o barqueiro e o professor.— Você sabe nadar? perguntou o barqueiro.— Não.— Então vae perder toda a sua vida.

!! 1111111111111111111111

Um marido encontra-se com um amigo que lhe se­greda:

— Vou dar-te uma terrível noticia.— Bise.— Tua mulher engana-le.0 marido indignado:--Quem se engana és tu! Minha mulher tem-me con­

tado tudo.niiniMMiiiwiuiiin

Uma senhora, consultando o medico, disse-lhe:—■ Snr. doutor, ha quem affirme que o pintar o ca-

bello fa \ mal aos miolos. Será verdade?— Não, minha senhora, e por uma ra^ão muito sim­

ples, por que quem pinta o cabello não tem miolos!

2

dagua que duraram ape­nas 5 minutos, conservan­do-se o resto do dia perfei­tamente bom.

A ordem foi mantida por grande numero de cabos de policia d’esta villa. Não se deu accidente algum di­gno de mencionarmos aqui.

A ThomarE’ geral a animação no

povo Aldegallense, pelo passeio a Thomar proje­ctado pela Sociedade Phy- larmonica i.° de Dezem­bro.

Diz-se ser em junho ou agosto.

Alcochctc

Pelas 9 horas da noite de 25 do corrente, um in­divíduo de nome Nuno Maria, trabalhador, natural e residente na villa d’Alco- chete, deu tres facadas em um outro conhecido pelo nome de Alfredo Garran- cho, pondo-se immediata- mente em fuga. No dia 27 veio entregar-se á prisão, sahindo no dia 28 acompa­nhado por cabos de policia para as cadeias de Aldegal­lega.

Consta-nos que o que deu occasião a este confli- cto, foi o Garrancho negar- se ao pagamento de uns dias de trabalho que devia ao Nuno.

O depurativo M ias Am a­do e o s jo rn a es de SJs- l»oa.

AS DOENÇAS DO UTERO E OYARÍOSDestruição completa da

syphilis em todas as suas manifestações, rheumatis- 7110, erupção de pelle, feri­das antigas ou recentes, es- cropliulas, olhos e nevral­gias.

Os muitos pedidos que deste depurativo teem sido feitos nestes últimos dias á Pharmacia Ultramarina, e do Bolhão, teem dado origem a uma pequena ir­regularidade na remessa para a província, por cujo

FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS ---- * :----

UMA HISTORIADO

OUTRO IU N D ORomance de aventuras

11Porto de França e de

Jlontparnasse

— Mas, papásinho, náo vás rece- bel-os com mau modo!

Barbellez franziu as sobrancelhas, puxou pelo bigode, tornou o seu ar mais carrancudo e respondeu:

— Hei de recebei-os como devo receber os .nimigos da sociedade. Ahi está!

— E como se chamam elles?— Náo sei.N'este momento chegavam o João

Pioux e o Mario Mazuclard, conduzi­dos po r uma guarda da chusma. Quando os viu, Joanna fez um mo­mento de surpreza e de hesitação, como se os reconhecesse vagamente e procurasse recordar-se das suas fei çóes.

Effectivãmente, para quem os ti­vesse conhecido n'outro tempo de­viam estar bem mudados. O João, com a cara lisa, e o Mario. sem a ca- belleira comprida, estavam impossí­veis de reconhecer.

Se o trabalho os tinha sustentado, também os emmagrecera. O João tor­nara se todo másculo e o Mario to­

do nervos. Um já não tinha a bella plenitude de carne que fazia pasmar os amadores de luetas, e nos punhos podiam-se-lhe contar os tendões, re­tesados como cordas. O outro, que passava antigamente todo o corpo pelo nó de um lenço, só precisava egora metade d’essa circumferencia.

Tiraram os bonets quando chega­ram ao pé de Barbellez e de Jo. nn.i.

— Ah! ah! meus meninos! disse o ajudante. Vadios, não é verdade? Su­jeitos costumados a mangar com a tropa! Não julguem que, por ser mu­dados de classe, vão ficar aqui de braços cruzados! Isto cá é outro can tar!

E animava-se como se tivesse um - questão, como se estivessem a con­tradizei o.

Co ntudo o João e o Mario não di­ziam n;.da. Já os t nham avisado. Sa­

biam que o velho começava sempre por tratar mal os prisioneiros. O me­lhor que tinham a fazer era não lhe responderem.

— Sim! sim ! continuou o ajudante, Barbellez sou e u .. . cumprimentem- me! E está aqui a minha filha Joanna a quem devem respeitar como ás me­ninas dos seus olhos! Meia volta á direita!

No momento em que obedeciam a esta ordem, a Joanna fêl-os parar pa­ra lhes perguntar os nomes. Quanto mais os examinava, mais se recordava d’elles. Mas não podia determinar com exactidão essas recordações.

— Então, responde, disse o aju­dante, dirigindo-se ao Mario. Como te chamas?

De repente veiu a memeria á Joan­na c exf lamou:

Theatro barracaNão agradaram os espe­

ctáculos que aqui se reali- saram no domingo ultimo e segunda-feira. Os acto- res, que segundo nos cons­ta pertencem ao theatro do Rato,: sahiram-nos uns grandes ratazanas. Pratica­vam indecencias no palco. Uns pobres diabos que a ignorancia aqui trouxe.

A casa de domingo es­teve boa; e, apezar dos bi­lhetes que se venderam servirem para ambas as noites, 11a segunda-feira ti­nha muito poucos especta­dores.

Foi tocar aos espectácu­los uma fanfarra formada por phylarmonicos da So­ciedade i.° de Dezembro.

Acha-se, desde domingo passado, preso nas cadeias d esta villa, um individuo conhecido pelos nomes de Antonio Jorge e Antonio Pequeno, de quem se des­confia ser o verdadeiro au­ctor do crime de estupro praticado na fazenda de Jo­sé M. Pinto, em 21 de feve­reiro, proximo d’Atalaya.

Na sociedade i.° de De­zembro, ha hoje baile para as familias dos socios.

Os »SBsdasHontem, pelas 9 horas da

manhã, foram aqui espan­cados e queimados muitos judas. A chusma da garota­da armada de bons cacetes invadia as ruas por onde passava.

S9e!i v ranceDeu hontem á luz, pela

uma hora da manhã, uma robusta creança do sexo masculino, a esposa do nos­so amigo Joaquim Francis­co dos Santos. Os nossos sinceros parabéns.

LITTERATURAO moleiro de .IBausflcld

(Continuação |

— Podeis estar seguro de que sou homem honra­do, e em penhor aqui está a minha mão.

— E ’ o Gafanhoto e o Homem-T o u ro !

O ajudante, o Mario e o João fica­ram estupefactos com aquelle inci­dente inesperado, de que Joanna de­pressa lhes deu a explicação.

A tia que a educára morava no «boulevar» Monlparnasse, ao pé do Observatorio e a Joanna ia todos os domingos ao passeio dos Lilazes di­vertir-se um pouco.

Conhecia por isso todos os saltim­bancos que por alli andavam. Os que a divertiam mais eram o Homem- Touro e o Gafanhoto. O Homem- Touro assustava-a, mas o que ella adorava mais do que tudo no mundo era ouvir e contemplar o Gafanhoto.

(Continua)

Page 3: II ANNO - mun-montijo.pt · pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ... em horisontes mais esplen ... E a cruz, que até então era considerada como um objecto de

_Devagar, devagar meuquerido; escusaes de vos chegar muito para mim porque eu ás escuras não aperto a mão a ninguém. Deixemos isso lá para ca sa.

Depois de meia hora de marcha o rei avistou no baixo de uma collina um fraco raio de luz que sahia pelas fendas de uma porta e algumas fagulhas que sahiam pelo cimo da cha­miné. Era a habitação do moleiro. Logo que entra­ram, o primeiro cuidado deste foi de examinar a physionomia do seu hospe de, depois do que excla rnou:

— «Por vida minha, que me não é de todo estranha esta cara! E decerto que não tem ar de um tratan­te, como eu pensava. Ora pois cearás, e ficarás com- nosco».

Henrique II havia tirado respeitosamente o seu bar­rete, e conservava-se em pé deante da moleira, que sentada ao pé da mesa es­fregava um pichei de esta­nho.

«E’ um pobre diabo que encontrei perdido no bos­que; disse o moleiro para sua mulher; e tive dó de0 deixar dormir ao relento. Olha-lhe para a cara... quasi que me parece um homem de bem».

A moleira não pareceu formar de Henrique menos favoravel opinião que seu marido, e lhe disse com modo agradavel, que nem sempre tinha.

_ «Ora pois, sejais bem vindo, meu bom rapaz. Co­mereis do que houver, e depois tereis um bom feixe de palha nova, e dois len- çoes lavados para dormir. Talvez que nem sempre passeis uma noite tão rega­lada».

O rei não poude conter uma risada; mas a sua ex­pressão de alegria longe de olicnder os seus hospedas, os pôz ainda de melhor hu­mor. Pozeram-se á mesa: um grande prato de bata­tas cosidas, um pudins; preto e uma grossa fatia de toícinho grilhado, convida­vam um' esto mago esfo­meado. Nunca o rei come­ra com melhor appetite, nem coisa que tão bem lhe soubesse.

~7«A tua saude, meu amigo; diz o moleiro pe­gando com ambas as mãos no grande pichei de esta­nho, trasbordando de cer­veja.

A saude da vossa nonrada companheira, dis­se o rei tomando das mãos1 °, n,1l(̂ en'° o pichei, que LSte Hie passava.

"- Obrigada, meu rapaz,ayia-te, passa para cá o

pichei, que te quero fazer a razão.

_ A jovialidade e a satisfa- çao se estabeleceram intei­ramente entre todos os commensaes.

— Ora pois, nossa mu lher; diz o bom moleiro jâ encantado das maneiras do seu hospede, então não tens mais nada para nos dar? Ora vamos, vasaos, vae á salgadeira, e manda pôr nas brazas um naco de carne; é preciso obsequiar­mos este bom moço.

A mulher não se fez ro gar muito; e dahi a pouco uma appetitosa grilhada fumava no meio da mesa.

—=■« Oh! que saborosa coisa! diz o rei devorando grandes pedaços delia,'que gosto tão delicioso! Em que mercado se. vende esta carne?

— Em nenhum; d’istò não vae ao mercado.

— Mas onde a comprais vós?

(Continua)

ANNUNCIOS

A.NNXjKTCIO.

(MCA DE ALMGALLÉI) 1!) AT

P u b licação)

Pelo Juizo de Direito desta comarca, no inven­tario por obito de João An­tonio Escomalha e no qual é inventariante Emilia dos Santos, hão de ser postos

m praça, á porta do tri­bunal deste Juizo, no dia3o do corrente mez, pelo meio dia, e arrematados a quem maior lanço offere­cer sobre os valores abaixo declarados os seguintes dominios uteis: O dominio util do foro annual de réis 33q5o e uma gallinha ou 3oo réis por ella, e laude­mio de quarentena do qual é senhoria directa D. Rosa Perpetua dos Santos Pe­reira, de Lisboa, constante dum predio rústico sito na Gortageira, freguezia de Alhos Vedros no valor de 3 j.iS2.5o réis. O dominio util do foro de 3§:.)3o réis e uma gallinha ou 3oo réis por ella com laudemio de quarentena do qual é se­nhoria a mesma D. Rosa constante de um predio rústico no mesmo sitio e freguezia, no valor de réis 2o 5 $ o i o . O dominio util de 48000 réis e uma galli- nlia ou 3oo réis por ella, com laudemio de quaren­tena á mesma senhoria D. Rosa, constante de uma fazenda 110 mesmo sitio e freguezia no valor de réis 26:.)'m00. Pelo'presente são citados quasquer crédores

incertos pára assistir-em á referida' praça.

Aldeia Galiega do Ri­batejo, i 5 de março de I 9 '0 2 .

V e r fiquei a exac tidão .

O JUIZ D E D IR E IT i

N. Souto.O E SC R IV Á O

José Maria de Mendonça.

O DOMI NGO

A N N U N G I O

COMARCA DE ALDEGALKAIIBATEJ

. (*.;a i Bsa?}!leaçâ«)

Pelo Juizo de Direito da comarca de Aldeia Galie­ga do Ribatejo, e cartorio do escrivão Silva Coelho, correm editos de 3o dias, citando a senhoria directaD. Maria Henriqueta Jose- phina Dionisia Fortt Ro­am, ausente em parte in­certa, para comparecer querendo, no tribunal ju­dicial desta villa de Aldeia Galiega, no dia i 3 do pro­ximo mez de abril, pelo meio dia, a fim de assistir á arrematação do dominio util duma fazenda situada no logar de Santo Anto­nio da Charneca, compos­ta de terra de semeadura, vinha e arvores de frueto, que lhe é foreira em 4^740 réis annuaes, com laude­mio de vintena, que vae á praça no valor de .poSooo •éis’ nos autos de abertura

de fallencia, contra o falli- do Manuel Roque da Sil­veira, e ahi 110 acto da pra­ça usar do seu direito de opção, sob pena de reve­lia.

Aldegallega do Ribatejo,7 de março de 1902.

O E S C R IV Á O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

Verifiquei a exactidão;

O JUIZ D E D IR E IT O

N. Souto.

A i q - j s r u M c x o

I A S C A I ALDEGALLEGA 1)0 H j A I E J O

(3 .a P u b licação)

No dia 3o do corrente mez de março pelo meio dia, á porta do tribunal ju­dicial d’esta villa de Aldeia Galiega, no inventario or- phanologico a que se pro­cede por obito de Ignacia Maria, viuva, moradora que foi na villa de Cunha, se ha de vender e arrema­tar em hasta publica a quem maior lanço o!lère- cer, sobre o valor abaixo

designado, — uma courella de terra de semeadura, com algumas oliveiras no sitio das Quintas, subur- bios da villa de Canha, livre de foro ou penção, e vae á praça no valor de 608000 réis.Pelo presente são cita­dos os credores incertos para assistirem á dita arre­matação.

Aldegallega do Ribatejo, 10 de fevereiro de 1902.

Verifiquei a exactidão.

O JUIZ DE D IR E IT O

N. Souto.0 E SC R IV Á O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

AlNTjNriXTNrCIO

iiijUJli UaL!i

D l rl,10.

( l . a PuMseaçãíí)

No dia i 3 do proximo mez de abril, pelo meio dia, á porta do tribunal judici­al desta villa de Aldeia Gal- lega do Ribatejo, por deli­beração do conselho de fa­milia e accordo dos interes­sados nos autos de inven­tario orphanologico a que se procede por obito de Rosa da Cruz e marido Manuel dos Santos Minga- tes, moradores que foram na freguezia de Sarilhos Grandes, se ha de vender e arrematar em hasta pu­blica, a quem maior lanço offerecer sobre o valor da sua avaliação:— Uma quin­ta denominada a ESPI­NHOSA, situada no logar de Sarilhos Grandes, que se compõe de vinha, arvo­res de frueto, terras de semeadura, casas para ha­bitação, lagar de pedra e vara, abegoarias, casas pa­ra arrecadações, poços e palheiros, é livre de fôro ou penção e avaliada pelos louvados, na quantia de 6:0008000 réis. Pelo pre­sente são citados os credo­res incertos para assistirem á dita arrematação e ahi usarem dos seus direitos.

Aldegallega do Ribatejo, ee de março de 1902.

O E S C R IV Á O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

V e rif iq u e i a exactidão.

0 JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

AMEMATAÇlOA Camara Municipal de

este Concelho, manda an- nunciar que no dia i 3 do proximo mez dábril, pelas

2 horas da tarde na sala dos Paços do Concelho, ha de ter logar a arrematação em hasta publica do forneci­mento de pedra preta ba­salto para as obras de cal­çada a fazer durante o cor­rente anno, e bem assim o respectivo trabalho de cal­cetamento. As condicções para estas arrematações' acham-se patentes todos os dias não santificados na Secretaria da Camara.

Aldegallega do Ribatejo, 18 de março de 1902.

O Sec re ta r io da Camara

Antonio Tavares da Silva

MODISTAEspecialidade em corte e

execução de Vestidos, Casa­cos e Capas, para senhoras e meninas. Dd licções de córte.— Rua de José Maria dos Santos, n.° 11S, i.°

£

O

£

b

3C/)

>t—DtnO>

tnO>

£naWÍ4ee*I*

§3

©SS

r>s22ir*SS*

M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 60 réis cada um.

Ha para vender collec- ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idio­mas.

N'eeta redaccão se trata.

Page 4: II ANNO - mun-montijo.pt · pos tem eclipsado nem já-1 mais eclipsará, porque del ... em horisontes mais esplen ... E a cruz, que até então era considerada como um objecto de

ANTI niíi CE ASMA DO POVO

DE

O D O MI N G O

A N T O N I O C H R I S T I A N O S A L O I O,V e s te e s ta b e le c im e n to c R « o a < ra -sc á v e a d a p e lo s p re ç o s m a is c o n v i­

d a t iv o s , i im v a r ia d o s « r ( ia ic « io de g e n e ro s p r o p r io s do se n ra m o de co in- in e r c io , o ffe re c e n d o p o r is s o as m a io re s g a ra n tia s aos s e a s e s t im á v e is fre - g n e z e s e a© r e s p e it á v e l p n b lic o .

R U A 1 3 0 G A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

POVOA L D E G A L L E G A D O R I B A T E J O , '

Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns

A I N D A M A I S B A R A T O SGrande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de FA N Q U E IR O .Setins prelos e de cor para fórros de fatos para homem, assim como todos os

accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma SECCÃO ESPECIAL que muito util é aos habitantes

desta villa, e que éa COMPRA EM LISBOA de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o %êlo na escolha, e preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias-pretas para senhora e piuguinhas para crean­ças de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa t GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

JOAO BENTO & NUNES BE C ARYALIIO88, R. DIREITA, 90-2, R, DO CONDE, 2

D E P O S I T OD E

VINHOS, VINAGRES E AGUARDENTESE F A B R I C A D E L I C O R E S

G R A N D E D E P O S I T O D i A C R E D I T A D A F A D R I C AJANSEN 4 C. LISBOA

DK

>t- 1aeso>t—Ht-nO>

C E R V E J A S , G A Z O Z A S , P I R O L I T O S VENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA

— LUCAS & C.A —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

»

v i i í h o sVinho tinto de pasto de i . a, litro

» » )> )) )) 2.a? »branco » » i ,&■ »verde, t i n t o . . » »abafado, branco » »de Collares, tinto » garrafa Carcaveilos br.<M » »de Palmella. . . . »> »do Porto, superpor »da M adeira............ »

V in a g r e sVinagre t nto de i . a, litro.......

» » » 2.a, » ............» branco » i . a, » ............» » » 2.a, » ............

L ic o r e sL ico r de ginja de i . a, Htro..........

» » aniz » » » ..........» » canella...........................» » rosa.............. » » hortelã pim enta..........

Granito.........................................Com a garrafa mais 6o réis.

5o rs. 40 » 70 »

100 »15o » 160 » 240 » 240 » 400 » 5oo »

60 rs. 5 o » 80 » 60 »

200 » 180 » 180 » 180 » 180 »

j A gu ard en tes| Alcool 40o............................. litro

, | Aguardente de prova 3o°. »» ginja................. »» âe bagaço 20o » 1 -a') » » 20o » 2.a» » » 18°.»

;; ». » figo 20o.»» » Evora 18’.»

| Cauna ESranca| Parati............................. .litro| Cabo V e rd e ................................. »| Cognnc.............................. garrafa

Genebra.

320 rs. 320 >' 240 » 160 » i 5o » 140 » 120 » 140 »

700 rs. 600 »

1S200 » i$ooo »

36o »

< O w _ 1 -4 < OUJ

Q-j<

| CERYE!JAS, GAZOZAS E PIROLITOSi Posto em casa do consumidor| Cerveja de Março, duzia........ 480 rs.| » Pilcener, » ........ 720 »| » da pipa, meio barril . 750 »I Gazozas, duzia . . . ............ . . . . 4.20 »S Pirolitos, caixa, 24 garrafas.. . 36o »

C a p ilé , l i t r o £ 8 0 r é is , cosa g a rra fa 3 -tO r é is

E M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A L ID A D E S

PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A LUCAS 8l C,A — ALDEGALLEGA

SALCHICHARÍA MERCANTIL

JOAQUIM PEDRO*JESUS RELOSlO— ---- -

Carne de porco, azeite de Castello Branco, c mais qualidades, petroleo, sabão, cereaes e legumes.

Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.

C ira n d e s d e s c o n to s p a ra o s re v c ^ d c d O re fc !0 j;Lrr>i ^54 a 5 6 , Largo da Praça Serpa Pinto, 54 a 5 6

ftLDEGALLEGAJOSÉ DA ROCHA BARBOSA

» ! ; ' 'V '.i -.-O ? J iC om o f& c ln a de

C O R R E E I R O E S E L L E I R O

18, RUA DO FORNO,- 18 A JL SB l i « A S j I . Si « A

COMPANHIA FABRIL SINGEI!P o r 5 00 réis semanaes se adquirem as cele­

bres machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador

da casa a ís c o c m «& C‘.a e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Ralo, yo — Alcochete.

NOVA S AL CHI CHA RÍ AD E

A N T O N I O J O A Q U I M R E L O G I O— ca>—

© p r o p r ie t á r io d ’este e s ta b e le c im e n to prom etíe t e r se m p re fr e s c o s , e de p r im e ir a qna? id a d e todos o s g e n e ro s q n e d iz e m r e s p e it o a s a le li lc l ia r la .

PRECOS AO ALCANCE DE TODOS!o....................... <c>' ............... ..

L A R G O D A E G R E J A — A L D E G A L L E G A

MERCEARIA ALDEGALLENSEDE

Jo sé A n ton io N u n es- = 0 0 O o o

Neste estabelecimento encontra-se á venda pelos preçoi mais convidativos, um variado e amplo sortimento è generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso ojferecer as maiores garantias aos seus estima veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois 0 publico esta casa.

19-LAEGO 1 3 7 ̂ E G R E J A - 19-A

A ld egallega do R ib a tejo

tijQj

H A V A N E Z A D A P R A Ç A25:0003000 DE RÉIS

i 3.:i loteria do anno em 10 de abril de i9°:

Encont<-a-se, dos principaes cambistas, n’esta casa grande sortimento- bilhetes, meios bilhetes, quai tos de bilhete, décimos, vigésimos è cautel de todos os preços.

lista casa é a mais feliz -ao genero!

JOÃO ANTONIO RIBEIROP R A C A S E R IE i P I N 1 0 — A L D E G A L L E G*