luÍo xiii aldegallega e progresso - mun-montijo.pt · proprietÁrio—josé augusto saloio...

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Ill ANNO DOMINGO, 3G DE JULHO DS 1903 N: joti SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Assignatura Anno, 18000 réis; semestre, .100 réis. Pagamento adc-antado. pan, 0 Braz.il, anno. 2$5oo réis | moeda forie). Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR — José Augusto Saloio — RUA DIREITA — A. LUEGALLKGA Publieaçóc§ Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, Q 20 réis. Annuncios na 4.3 pagina, contracto especial. Os auto- graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio leceitam-se cosas grati dão quaesquer noticias que sejam «le interesse piiMlico. LUÍO XIII Desappareceu nas som bras da morte um dos es píritos mais lúcidos, uma das intelligencias mais es clarecidas da nossa epocha. Leão X III foi, em toda a extensão da palavra, um verdadeiro pontifice. Nos tempos calamitosos em que y nau da Egreja teve de resistir ás mais medonhas tempestades, a sua mão experiente de piloto soube sempre evitar os escolhos que poderiam fazel-a nau fragar. Foi um diplomata e um bello pastor daáTal mas... Conciliou os interes ses do papado com os das nações e com os das clas ses pobre e desprotegidas; é esse um dos maiores ti tulos da sua gloria. Em to da a parte creou sympa- thias. E’ certo que, depois de arrebatado o espirito pelas garras da morte, ces sam odios e malquerenças e a todos se attribuem ex cellentes qualidades; com 0 venerando velhinho, cuja vida acaba de extinguir-se, não succedeu isso; não te ve em vida esses odios e malquerenças e depois dc morto cercam-n’o a adora ção e o respeito de todos os que lhe tributavam a mais ardente veneração. A egreja, combatida e com razão, pelos que que rem derrubar as velharias e os processos anachroni- cos, sem comtudo quere rem destruir a crença, que é ainda o privilegio das al mas boas e santas, teve nelle um ardente defensor e um apostolo dedicado. Soube vencer pela persua são, sem nunca empregar meios violentos. Por isso esse espirito cândido e bel lo deixa o despojo material sem uma nuvem na cons ciência, sem uma macula 110 coração. Continuará o seu suc- cessor a obra tão custosa mente emprehendida por Leão XIII? Saberá levar a bom porto a barca de S. Pedro? O futuro o dirá. JOAQUIM DOS ANJOS. -£"<S 5 K 5 => 3 --- = ALDEGALLEGA E 0 PROGRESSO VII A falta de elementos his- toricos na origem e funda- Aldegalle- ção da villa de ga do Ribatejo, levou-me cheio de anciosa curiosida de a perguntar por toda a parte se esta importante terra, com a sua immensa população, com todo o commercio que nella se exerce, com os innumeros elementos de que dispõe para ser grande, com a fer tilidade do seu abençoado solo, estaria reservada a vi ver através d.e futuros tem pos na humildade ignorada da sua origem. Não! responde a vóz da minha consciência, cheia de amor por esta terra que é a minha. Não! repercute no espa ço o som da trombeta do progresso e da civilisação. Não! disse ha pouco a si gnificativa visita de alguns eminentes homens de Esta do a esta terra ; a quem os filhos de Aldegallega pres taram sincera e justa ho menagem, reunidos num só elo, empunhando o mes mo estandarte, na mais franca e santa fraternidade, despidos de todas as cores que podem turvar tão sym- pathica quão significativa festa, até mesmo aquelles que ha pouco animavam com um sopro de vida es sa esqueletica figura que se chama politica, até esses caem deante do mesmo al tar, pondo deante de si a mesma toalha, ahi aspiran do o perfume das flores, todos commungam a hós tia das mesmas idéas dean te das figuras desses futu ros benemeritos em quem Aldegallega deposuou to das as ardentes esperanças de vêr coroados de bom exito todos os esforços q .:e de futuro se hão de em pregar no desenvolvimen to e progresso desta terra. Logo, abertas como es tão as portas de um futuro cheio de esperanças para Aldegallega, estou certo de que todos os filhos d'esta terra hão de acordar da lethargia em que teem vi vido e escudados no eleva do prestigio d* todos esses disiinctos cavalheiros que ha pouco os honraram com a sua visita, hão de gran- gear com amor e boa von tade o bom nome a que Aldegallega tem direito; e eu, como um dos seus mais humildes filhos, faço votos para vêr progredir e des envolver esta 'boa terra, que é a minha. J 0 Â 0 RAPHAEL AL.VES. GOTO* AS SE2ÔES /Conclusão; Nos casos em que não é possivel por meio de lim pezas, aberturas de vpllas, canalisações, cultivo de plantas próprias (i), fazer desapparecer os charcos ou reservatorios de agua habitados pelos mosquitos, devem então empregar-se meios que matem esses animaes mesmo na agua. Para isso basta agitar a superfície da agua dos charcos ou-tanques com um panno embebido em petroleo, ou, quando as suas dimensões são maio res, deitar n elles uma por ção deste liquido, 10 cen tímetros cúbicos por me tro quadrado, para que todas as larvas de mos quitos morram asphyxia- das. Em bebedouros, cis ternas e outros reservato rios, em que a agua é des tinada a bebida de ani maes, o emprego de petro leo tem alguns inconve nientes e póde ser substi tuído por pó de flores de chysanthema ou margaça, 6 milligrammas por litro, ou pelo gallol e larvicida, 7 milligrammas por dez litros, que o commercio fornece por preço insigni ficante. Por este modo conse guiram os americanos fa zei- desapparecer da cida de de Havana a febre ama- rella, que tambem é trans- mittida pelos mosquitos, e os inerlezes transformaram a Serra Leôa, dantes ex tremamente sezonatica, numa cidade mais salubre. Na edade adulta, quan do o mosquito deixou a agua e se tornou um inse cto voador, a sua destrui ção torna-se-, é claro, mais difficil e nesse caso os mei os empregados visam mais á sua afugentação e á protecção contra as suas picadas que propriamente á sua morte. Ao invez do que vulgar mente se juiga, a luz inten sa afugenta em geral os mosquitos; poucas são as especies que não esperam que diminua a luz do dia para sahirem dos recantos e logares mais escuros pa ra assaltarem o homem e os animais. Por isso uma pratica aconselhavel é, pa ra os que teem de perma necer em pontos infesta dos cie mosquitos durante a noite, a de accenderem grandes fogeiras que os afastem, não só pela luz como pelo cheiro das es- sencias queimadas. Nas habitações, o emprego de substancias de cheiro acti vo, como ramos de euca- Ivpto, de pyrethro, de flo res de chrysantema ou a queima de pó destas sub stancias, produz muito bons resultados na exclu são dos mosquitos. A par destes processos com que conseguimos pro teger-nos, atacando esses pequenos inimigos, outros se devem usar destinados a uma protecção passiva, égualmente já muito expe rimentados e tendo forne cido os melhores resulta dos. Nos logares sezonaticos, é conveniente recolher ao começar do crepusculo não sahir antes do dia claro. E’ isto já do conhecimento popular e no nosso paiz chegou a ser legislado para os trabalhos em arrozaes. As janellas das casas de vem ser protegidas por meio de rede fina de ara me, de i mm,5 de malha o máximo, e as entradas com duplas portas da mesma rede, evitando-se assim a penetração dos mosquitos. Egual protecção devem re ceber as varandas e terra ços. Tem sido este systema empregado em Italia com o melhor exito, sendo na realidade notáveis os bene fícios colhidos com elle. O uso dos mosquiteiros nas camas é tambem dos mais recommendaveis. Os mosquiteiros devem, é cla ro, ser feitos de modo a impedir a entrada de qual quer mosquito sem impe direm o facil accesso do ar e da luz. São portanto amplos e longos cortina dos dum tecido muito le ve, similhante ao dos veus, e de malhas apertadas apenas o bastante para não permiti irem a entra da dos mosquitos. Devem preferir-se os mosquiteiros rectangulares e dispostos de modo a poderem intro duzir-se as barras por de baixo do colchão. .Como porém com esta disposi ção, sendo mais difficil a penetração de alguns Ano pheles, é mais facil ser mordido atravéz do teci do em qualquer ponto do corpo que durante o som no a elle se encoste, cos tumam taes mosquiteiros possuir na parte inferior, até uma barra de tecido mais espesso para impe dir a tromba do mosquito de a atravessar. Outras praticas, como ter afastadas das habita ções, as creanças pretas, ’ em cujo sangue os (Ano pheles se vão facilmente infectar, a construcção das casas em logares altos, limpos pelos ventos, e o cór te de hervas altas do ter reno que rodeia as habi tações, são de aconselhar, embora muitas vezes de menos facil realisação. Compreilende-se como todos os cuidados até aqui apontados são diíflceis de executar cabalmente na pratica e por isso o mais antigo processo de pro tecção e sem duvida o que mais seguros resulta dos offerece é o uo uso dos saes de quinina, toma dos com o fim de tornar o organismo resistente aos parasitas das sezões. . .Não é porém indiíferen-

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Page 1: LUÍO XIII ALDEGALLEGA E PROGRESSO - mun-montijo.pt · PROPRIETÁRIO—José Augusto Saloio leceitam-se cosas grati ... lo deixa o despojo material sem uma nuvem na cons

Ill ANNO DOMINGO, 3G DE JULHO DS 1903 N : joti

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

A ssignaturaAnno, 18000 réis; semestre, .100 réis. Pagamento adc-antado. pan, 0 Braz.il, anno. 2$5oo réis | moeda forie).Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

EDITOR— José Augusto Saloio— RUA DIREITA —A . LUEGALLKGA

P ublieaçóc§Annuncios— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

Q 20 réis. Annuncios na 4.3 pagina, contracto especial. Os auto- graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

leceitam-se cosas grati­dão quaesquer noticias que sejam «le interesse piiMlico.

LUÍO XIIIDesappareceu nas som­

bras da morte um dos es­píritos mais lúcidos, uma das intelligencias mais es­clarecidas da nossa epocha.

Leão X III foi, em toda a extensão da palavra, um verdadeiro pontifice. Nos tempos calamitosos em que y nau da Egreja teve de resistir ás mais medonhas tempestades, a sua mão experiente de piloto soube sempre evitar os escolhos que poderiam fazel-a nau­fragar. Foi um diplomata e um bello pastor daáTal­mas... Conciliou os interes­ses do papado com os das nações e com os das clas­ses pobre e desprotegidas; é esse um dos maiores ti­tulos da sua gloria. Em to­da a parte creou sympa- thias. E’ certo que, depois de arrebatado o espirito pelas garras da morte, ces­sam odios e malquerenças e a todos se attribuem ex­cellentes qualidades; com 0 venerando velhinho, cuja vida acaba de extinguir-se, não succedeu isso; não te­ve em vida esses odios e malquerenças e depois dc morto cercam-n’o a adora­ção e o respeito de todos os que lhe tributavam a mais ardente veneração.

A egreja, combatida e com razão, pelos que que­rem derrubar as velharias e os processos anachroni- cos, sem comtudo quere­rem destruir a crença, que é ainda o privilegio das al­mas boas e santas, teve nelle um ardente defensor e um apostolo dedicado. Soube vencer pela persua­são, sem nunca empregar meios violentos. Por isso esse espirito cândido e bel­lo deixa o despojo material sem uma nuvem na cons­ciência, sem uma macula 110 coração.

Continuará o seu suc- cessor a obra tão custosa­mente emprehendida por Leão X III? Saberá levar a

bom porto a barca de S. Pedro? O futuro o dirá.

JOAQUIM DOS ANJOS.

-£"<S5K5=>3---=

ALDEGALLEGA E 0 PROGRESSO

V II

A falta de elementos his- toricos na origem e funda-

Aldegalle-ção da villa de ga do Ribatejo, levou-me cheio de anciosa curiosida­de a perguntar por toda a parte se esta importante terra, com a sua immensa população, com todo o commercio que nella se exerce, com os innumeros elementos de que dispõe para ser grande, com a fer­tilidade do seu abençoado solo, estaria reservada a vi­ver através d.e futuros tem­pos na humildade ignorada da sua origem.

Não! responde a vóz da minha consciência, cheia de amor por esta terra que é a minha.

Não! repercute no espa­ço o som da trombeta do progresso e da civilisação.

Não! disse ha pouco a si­gnificativa visita de alguns eminentes homens de Esta­do a esta terra ; a quem os filhos de Aldegallega pres­taram sincera e justa ho­menagem, reunidos num só elo, empunhando o mes­mo estandarte, na mais franca e santa fraternidade, despidos de todas as cores que podem turvar tão sym- pathica quão significativa festa, até mesmo aquelles que ha pouco animavam com um sopro de vida es­sa esqueletica figura que se chama politica, até esses caem deante do mesmo al­tar, pondo deante de si a mesma toalha, ahi aspiran­do o perfume das flores, todos commungam a hós­tia das mesmas idéas dean­te das figuras desses futu­ros benemeritos em quem Aldegallega deposuou to­das as ardentes esperanças de vêr coroados de bom exito todos os esforços q .:e de futuro se hão de em­pregar no desenvolvimen­to e progresso desta terra.

Logo, abertas como es­tão as portas de um futuro

cheio de esperanças para Aldegallega, estou certo de que todos os filhos d'esta terra hão de acordar da lethargia em que teem vi­vido e escudados no eleva­do prestigio d* todos esses disiinctos cavalheiros que ha pouco os honraram com a sua visita, hão de gran- gear com amor e boa von­tade o bom nome a que Aldegallega tem direito; e eu, como um dos seus mais humildes filhos, faço votos para vêr progredir e des­envolver esta 'boa terra, que é a minha.

J0 Â 0 R A P H A E L AL.VES.

GOTO* AS SE2ÔES/Conclusão;

Nos casos em que não é possivel por meio de lim­pezas, aberturas de vpllas, canalisações, cultivo de plantas próprias (i), fazer desapparecer os charcos ou reservatorios de agua habitados pelos mosquitos, devem então empregar-se meios que matem esses animaes mesmo na agua. Para isso basta agitar a superfície da agua dos charcos ou-tanques com um panno embebido em petroleo, ou, quando as suas dimensões são maio­res, deitar n elles uma por­ção deste liquido, 10 cen­tímetros cúbicos por me­tro quadrado, para que todas as larvas de mos­quitos morram asphyxia- das. Em bebedouros, cis­ternas e outros reservato­rios, em que a agua é des­tinada a bebida de ani­maes, o emprego de petro­leo tem alguns inconve­nientes e póde ser substi­tuído por pó de flores de chysanthema ou margaça,6 milligrammas por litro, ou pelo gallol e larvicida,7 milligrammas por dez litros, que o commercio fornece por preço insigni­ficante.

Por este modo conse­guiram os americanos fa­zei- desapparecer da cida­de de Havana a febre ama- rella, que tambem é trans- mittida pelos mosquitos, e os inerlezes transformaram

a Serra Leôa, dantes ex­tremamente sezonatica, numa cidade mais salubre.

Na edade adulta, quan­do o mosquito deixou a agua e se tornou um inse­cto voador, a sua destrui­ção torna-se-, é claro, mais difficil e nesse caso os mei­os empregados visam mais á sua afugentação e á protecção contra as suas picadas que propriamente á sua morte.

Ao invez do que vulgar­mente se juiga, a luz inten­sa afugenta em geral os mosquitos; poucas são as especies que não esperam que diminua a luz do dia para sahirem dos recantos e logares mais escuros pa­ra assaltarem o homem e os animais. Por isso uma pratica aconselhavel é, pa­ra os que teem de perma­necer em pontos infesta­dos cie mosquitos durante a noite, a de accenderem grandes fogeiras que os afastem, não só pela luz como pelo cheiro das es- sencias queimadas. Nas habitações, o emprego de substancias de cheiro acti­vo, como ramos de euca- Ivpto, de pyrethro, de flo­res de chrysantema ou a queima de pó destas sub­stancias, produz muito bons resultados na exclu­são dos mosquitos.

A par destes processos com que conseguimos pro­teger-nos, atacando esses pequenos inimigos, outros se devem usar destinados a uma protecção passiva, égualmente já muito expe­rimentados e tendo forne­cido os melhores resulta­dos.

Nos logares sezonaticos, é conveniente recolher ao começar do crepusculo não sahir antes do dia claro. E’ isto já do conhecimento popular e no nosso paiz chegou a ser legislado para os trabalhos em arrozaes.

As janellas das casas de­vem ser protegidas por meio de rede fina de ara­me, de i mm,5 de malha o máximo, e as entradas com duplas portas da mesma rede, evitando-se assim a penetração dos mosquitos. Egual protecção devem re­

ceber as varandas e terra­ços.

Tem sido este systema empregado em Italia com o melhor exito, sendo na realidade notáveis os bene­fícios colhidos com elle.

O uso dos mosquiteiros nas camas é tambem dos mais recommendaveis. Os mosquiteiros devem, é cla­ro, ser feitos de modo a impedir a entrada de qual­quer mosquito sem impe­direm o facil accesso do ar e da luz. São portanto amplos e longos cortina­dos dum tecido muito le­ve, similhante ao dos veus, e de malhas apertadas apenas o bastante para não permiti irem a entra­da dos mosquitos. Devem preferir-se os mosquiteiros rectangulares e dispostos de modo a poderem intro­duzir-se as barras por de­baixo do colchão. .Como porém com esta disposi­ção, sendo mais difficil a penetração de alguns Ano­pheles, é mais facil ser mordido atravéz do teci­do em qualquer ponto do corpo que durante o som­no a elle se encoste, cos­tumam taes mosquiteiros possuir na parte inferior, até uma barra de tecido mais espesso para impe­dir a tromba do mosquito de a atravessar.

Outras praticas, como ter afastadas das habita­ções, as creanças pretas, ’ em cujo sangue os (Ano­pheles se vão facilmente infectar, a construcção das casas em logares altos, limpos pelos ventos, e o cór te de hervas altas do ter­reno que rodeia as habi­tações, são de aconselhar, embora muitas vezes de menos facil realisação.

Compreilende-se como todos os cuidados até aqui apontados são diíflceis de executar cabalmente na pratica e por isso o mais antigo processo de pro­tecção e sem duvida o que mais seguros resulta­dos offerece é o uo uso dos saes de quinina, toma­dos com o fim de tornar o organismo resistente aos parasitas das sezões. .

.Não é porém indiíferen-

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D O M I N G O

te £ modo de tomar os saes de quinina, visto que este medicamento produz incommodos importantes em muitos indivíduos, a. quem é impossível sup- portar o seu uso. Depois de muitos ensaios, chegou- se ao conhecimento duma receita em que os inconve­nientes da quinina são des­truídos pela sua mistura com outros medicamen­tos. E’ esta:Bichlorhydrato de quinina 10 centig.Citrato de ferro................. 3 centig.A ci.io arsenioso.. ............. i millig.Extractos am argos.......... 15 centig.:

Para uma pilula.

E’ preciso haver todo o cuidado em cada pilula ser feita separadamente, por­que d’outro modo um pou­co mais de acido arcenio- so que por acaso contenha alguma pilula pode produ­zir violentas dores de es- tomago.

D ’estas piiulas, os adul­tos devem tomar duas por dia, uma de manhã, outra á tarde.

Para as creanças, as pi- lulas devem ser substitui- das por o remedio. em li­quido e mais fraco:Bichlorhydrato de quinina i gr.Acido ãrsenioso.v.. I .• 8 decimillig:Citrato, de ferro......... i?5 miltgr.Extractos am argos.. . G/.5 milligr. Xarope de café.......... 100 gr.

Dissolva

As ■ creanças de i a 7 mezes devem tomar uma colhar de chá por dia, as de 7 mezes a 1 anno co­lher e meia, as de 1 a 2 annos 2 colheres de chá por dia, uma de manhã outra á noite, (2).

O emprego destas duas receitas tem dado os mais brilhantes resultados, pois que ha a accrescentar aos da protecção do individuo que toma o remedio o fa­cto de que, não havendo nas localidades onde todos fazem uso do medicamen­to individuos com sezões, os mosquitos não teem on­de ir, em geral, buscar pa­rasitas que os infectem e as suas picadas tornam-se inoffensivas.

Por este modo o trata­mento completo dos indi-

37 FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

D E P O I S dT p E C C A D O— * —

L iv?o p r im e i ro111

— Sim, sim, senhor, respondeu asr.a Telemaco em tom de condescenden- cia; conheco muito bem essa cantiga; concordo com isso, para lhe ser agra-

' davel, mas não deixo cá a minha idéa. Em fim . minha filha, desejo que sejas feliz, accrescentou dirigindo-se á Ma­gdalena, e sobretudo que não percas

.a lembrança de tudo quanto te tenho feito. Quando precisares de mim, marida-me chamar.

— .Náo serei ingrata, sr.» Telemaco,

viduos com sezões torna- se um beneficio indispen­sável para os outros habi­tantes da povoação em que vivem.

O conhecimento deste facto mostra a vantagem dos municípios e socieda­des de beneficencia, a exemplo do que se faz na Italia e nalguns pontos do nosso paiz, fornecerem gratuitamente aos pobres os saes de quinina indis­pensáveis para o séu tra­tamento e protecção, bem como a conveniencia dos individuos atacados de im­paludismo serem tratados em casas protegidas por meio de redes ou leitos cobertos por mosquiteiros, de; modo que os Anopheles' não possam ir a elles bus­car os parasitas para se­mearem novas infecções.

Não devem, os que vi­vem em logares sezonati- cos dar pouca attenção á hygiene do seu viver, e de­monstrar tão largamente a pratica que 11111 dos cuida­dos mais importantes é o uso duma boa agua de be­bida, que por muito tempo se julgou ser a agua má a principal transmissora das sezões. Se hoje a scien­cia transformou esse modo de vêr, nem por isso deve haver menor cuidado em evicuar, pela filtração ou fervura, o uso de uma agua má, com todas as causas que perturbem ou enfra­queçam as diversas fun- cções do organismo.

Resumindo:— O impaludismo é pro­

duzido por um parasita que se se desenvolve no san-°'U£U w *

— Esse parasita que se desemvolve no sangue.

— Esse parasita é inocu- no sangue pela picada de certos mosquitos.

— Os saes de quinina tomados convenientemen­te previnem o organismo contra o impaludismo.

— Nas lucalidades sezo- naticas a destruição dos mosquitos, quer durante a vida aquatica, quer duran­te a vida no ar, e n prote-

respondeu friamente a Magdalena, e se algum dia lhe puder ser util, com todo o gosto o farei.

— Não esperaremos, para mostrar a nossa gratidão, que o destino rea lise os seus desejos, disse o Adriano.

— Sim, sim, accrescentou a Ma­gdalena, havemos de fazel-o quando formos casados.

— Muito bem, minha amiga, excla­mou o Adriano apertando-a nos braços; da'-me muito gosto falando assim.

— O que lhe parece que tenho em vista indo comsigopara Paris? tornou a Magdalena com simplicidade. Só te­nho uma espcança. é ser sua esposa.

— Veja lá o que valem as sua.; pro- phecias, disse o Adriano, zombando, á sr.a Telemaco.

— Quem viver verá! resmungou esta.

cção contra as suas pica­das são a principal base de defeza do impaludismo.

( i j A plantação de eucalytos nos terrenos pantanosos tem dado bon; resultados no enxugamento das ter­ras; p, rece porém que resultados mais brilhantes ainda se pódem obter com a plantação de casuarinas.

12! Estas receitas pódem ser usadas não só para prevenir as sezóes mas tambem para as curar. Neste caso, a dose para adultos.é de seis piiulas por dia, para doentes de 7 a 14.annos 4 piiulas, e só duas para aquelles de 3 a í> annos.

Para creanças mais novas empre- ga-se o remedio liquido. Duas colhe­res de chá por dia até aos 7 mezes, quatro até : anno, cinco a seis até 3 annos.

Sociedade das Sciencias M e­dicas de Lisboa.

------------- :---------«o— -------------------------

A phylarmonica i.° de Dezembro, desta villa, ten­ciona no proximo mez de setembro dar um passeio á Figueira da Fóz ou ao Porto.

-------------------------ccx----- ------------------------- ----------------------------

A as ss I w e r s s r i o s

Completou no dia 22 do corrente mais um anniver­sario natalicio, o nosso ami­go, sr. Antonio Vicente Nu­nes Marques.

Os nossos parabéns.— Tambem no mesmo

dia completou o seu i 3 .° anniversario natalicio, a gentil menina Maria, filha do nosso bom amigo Joeob Rodrigues, honrado nego­ciante d’esta villa.

As nossas felicitações.— No dia 29 completa

mais um anniversario na­talicio, a ex.ma sr.a D. Elvi- ra da Silva Tavares Ventu­ra, esposa do nosso iilustre amigo, sr. dr. Cesar Fer­nandes Ventura.

Antecipadamente lhe en­viamos os nossos sinceros parabéns.

Tem logar no proximo domingo, 2 de agosto, a inauguração do vapor com destino ás carreiras entre Lisboa e aquella localidade.

Era Alcochete bem digna d esse melhoramento, pois de ha muito que alli era sentida a falta de carreiras

E em voz alta continuou:A ’ sua vontade, meus filhos; se o

casamento os ha de fazer felizes, ca­sem-se, não se esquecendo nunca do que lhes fez a tia Telem aco,‘dou-me por satisfeita.

O fim d'esta phrase perdeu-se n'um barulho enorme. O comboio entrou na «gare». Abriram-se as portas e um empregado chamou passageiros. A sr.a Telemaco abraçou pela ultima vez a Magdalena, que se deixou levar pelo Adriano.

— Telegraphei para Marselha, para me reservarem um «coupé» até Paris, disse este ao conductor. Chamo-me Adriano Hervéy.

— E ’ este o seu logar. respondeu o con.’uctor abrindo a portinhola de um \va.gon.

A Magdalena hes tava cm subir, mas. a convite do Adriano, entrou,

diarias entre a capital e aquella villa por um vapor bom.

Póde o povo Alcocheten- se orgulhar-se de ter na sua terra as carreiras diarias para Lisboa e vice-versa por um vapor a que póde chamar seu, e por tal mo­tivo sinceramente o felici­tamos.

Consta-nos que o vapor recebe o nome de «Alco­chete».

------- —-*<38S>*-—«»-------- -êLoJíí do B a ra to

Os nossos amigos Mou­ra & Branco acabam de ex­por á venda no seu impor­tante estabelecimento, pelo rnodico preço de 110 réiso metro, as lindas cassas que ultimamente vendia a 120. E’ realmente uma pe­chincha que ninguém deve perder. Ir á rua do Caes,7 e 9.

iLastíaosa

Falleceu no dia 21 do corrente pelas 7 horas da manhã, Francisca Laiça, ca­sada, de 48 annos de eda­de, natural d esta villa.

Paz á sua alma e senti­dos pesamès a sua familia.

V aec isa

Na próxima quinta feira ha vaccina gratuita nos Pa­ços do Concelho das 10 ho­ras da manhã ao meio dia.

Aos c o n t r ib u in te s

Por todo este mez está aberto o cofre da recebe­doria deste concelho para a cobrança voluntaria da segunda prestação das con­tribuições relativas ao an­no de 1902.

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Sísiicriiso

Está bastante incommo­dado de saude, o ex.,n" sr. Domingos Tavares, digno presidente da camara. E’ seu medico assistente, o sr.

de cabeça baixa. Elle subiu atraz d'el la e, antes de terem tempo de se sen­tar, a portinhola foi fechada violenta­mente e o comboio poz-se em an­damento. Pareceu á Magdalena que via, atraz da porta envidraçada da sala da espera, a sr.a Telemaco agi­tando o lenço para lhe dizer adeus.

A Magdalena deixou-se cahir no banco, sacudida pelo movimento da carruagem, um pouco aturdida pelo movimento das rodas sotire as calhas, assustada pela rapidez d'aquella car­reira furiosa, tão nova para ella, e deixou-se ficar immovel, emquanto o Adri; no collocava as malas.

Nunca até aquelle dia, ella passara além da sua aldeia, e das coisas da vida só conhecia o que vira entre Antraigues e Vais. Portanto, ainda mesmo que fizesse sósinha a viagem a Par's, 'Ctia isso pdia ella um 31a-

dr. Manuel Fernandes da Costa Moura.

Estimamos-lhe um rapj. do e completo restabeleci, mento.

-------«Fuigaincnto

No tribunal judicial d’es- ta comarca respondeu em audiência geral, Antonio Caramello, natural desta villa, accusado do crime de furto de uma porção de cè- ra no valor de i8o$ooor$. ao e x ”° sr. Domingos Ta. vares. Foi condemnado em1 anno com 9 mezes e íjj dias de prisão maior cellu. lar ou na alternativa de] annos de África em posses­são de i.a classe.

LITTÍATURAv z y c m

/Continuado do n.° io5j

— Não se inquietem, meus filhinhos, por não ve­rem commigo o seu pa­p á ? .. . Não se pode de­morar, vem já . .. Ficou em casa da avó. .. P ensei que a mãe e o filho esta­riam melhor sem testemu­nhas, e disse ao cocheiro que me trouxesse directa­mente para aqui, onde sa­bia que estavam á espera,

Não accrescentou, a ex­cellente senhora, que recei- ando justamente a frieza do acolhimento que rece­beria, preferia expôr-se a elle sósinha, sem 0 mari­do assistir.

Ficaram ambos muito calados; a Marcella no seu proposito firme de má von­tade e o Jorge captivado pela graça risonha daquél- la «nova maman» que lhe tinham representado de fórma tão differente... secca e aspera como a pro­fessora ingleza!. . .

Com um certo enleio, a sr.a de Saint-Hubert pro- poz:

— Uma vez que esta­mos sós os tres, querem desembrulhar as coisas bo­nitas que lhes trago?...

Falando assim, fez saltar fitas, abriu os cartões esa- hiu triumphantemente a

ve acontecimento. Mas as condições em que ia, a presença do Adriano,» caracter culpável d’aquella fuga mys- teriosa, um vago remorso, a lembrai ça do pae, o attractivo do desconhe­cido. os conselhos da sr.a Telemaco, juntavam aquella commoção natural uma perturbação singular cujos effet- tos sentia pela primeira vez e que’ tornava de algum modo incapaz de pensar e de falar. O Adriano coro- prehendeu aquelle silencio e respe1- rou-o.

— Deite a cabeça no meu hombr° e feche os olhos, disse elle a ip.eia voz, tomado de um immenso ara01̂ por aquella creatura que se lhe entre­gava e de quem d'alli em deante erao unico protector.

'Continuai.

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assim que te recordas das

O D O M IN G O

k t m u n c i Q sImais bella das bonecas, ro­

s a d a , branca, loura, com urn vestido muito bonito de setim azul.

— O lh a ... M arcella... a tua nova filha. . . gostas cfelia?.. .

Mas a pequena nem se­quer ergueu os olhos; res­pondeu, de mau humor:

.— Bastam-me as que te­nho. Nao quero mais.

— S e rio !... Então não tens logar no teu coração para mais u m a?... Não acredito. . . não has de le­var muito tempo a gostar delia.

A pequena mordeu os beiços e calou-se.

— E tu, meu Jcrge. . . Que oizes a estes soidados e a este castello?. . .

E aos olhos encantados do Jorge appareceu um exer­cito de soldados minuscu- los, com fardas reluzentes e promptos para defender uma cidadella magnifica.

O pobre pequeno, ape­sar do seu desejo de se mostrar heróico, não pou­de resistir á tentação e abriu os braços ao seu the­souro.

Obrigado, oh! obri­gado, minha senhora. Es­tou muito contente.

Depois, c o m p r e h e n d e u que 'andara mal e temendo que a irmã se zangasse, começou a chorar.

Abriu-se então a porta de repente e apparceu o caprão de Saint-Humbert.

— Então! exclamou elle com alegria, estão conten­tes com a sua. mamansinha?

Mas vendo o aspecto das duas creancas, deteve- >se, com a expressão da physionomia mascula e leal subitamente ensombrada: a joven senhora ajoelhada deante do Jorge que solu­çava com ruido e resistia tanto quanto podia á bran­da pressão... A alguns passos, Marcella, pallida, com os labios comprimi­dos, na sua sombria obsti­nação.

De repente o sr. de Saint- Humbert reconstituiu a sce­na que acabava de passar e com entoação aspera disse:; — Entáo! é assim que os venho encontrar? Jorge, porque são. essas lagri­mas?. . . e tu, Marcella, é só o que tens a dizer a teu pae?...

A pequenita avançou e estendendo ao pae a mão gelada, murmurou:

— Bom dia, meu pae. Dezejo; que tenha tido uma boa viagem.

Elle afastou-a um pouco de si, para vêr melhor a expressão resoluta d'aquel- le rosto infantil, fiel repro- ducção do seu, e suspirou profundamente.: ■— Marcella!.. . disse, éj

minhas palavras?.. . Pare­ce que suffocaste a voz do coração, minha filha!

Como a pequena, com o rosto purpureadò, baixava a cabeça, contendo a gran­de custo a onda de lagri­mas quasi a trasbordar, a joven senhora intercedeu:

— Oh! não Henrique! nada de reprehensÕes ho­je ! . . . não quero que haja sombras neste bello d ia ... Verás que d’aqui a pouco somos excellentes amigos.

(Continua). ■

JOAQUIM DOS ANJOS.

ARTE CU LIN ARIA

Síeléra «le ssaoraiagos

Para cada kilo de mo­rangos é preciso 5oo gram­mas de assucar. Deitam-se os morangos em um tacho com meio litro de agua para cada 2 kilos, e submet- tem-se a fogo vivo duran­te- 8 minutos, mexendo sempre com a esçumadei- ra. Clarifica-se juntando 3o grammas de colia de peixe e o succo de 2 limões para 5oo grammas de moran­gos. Feito isto, despeja-se o todo a escorrer em uma peneira e espreme-se o que fica.

Como é sabido, quando ha trovoadas ou o tempo chuvoso se accentua, os morangos estragam-se em poucas horas a quem os não souber conservar. Pa­ra que durem em bom es­tado durante dois ou tres dias, basta, porém, esten- del-os em uma grade de vime ou em uma peneira, cobril-os com folhas de vi­de bem enxutas e guardal- os em sitio fresco sobre uma vasilha contendo agua fria.

A G R A D E C I M E N T OJosé Ferreira Rama e Ma­

nuel Ferreira Rama ve em, por este meio, por o não poderem fazer pessoalmen­te, patentear o seu eterno reconhecimento a todas as pessoas que se dignaram acompanhar á ultima mo­rada, sua querida mãe, An- tonia Maria de Bastos, e bem assim a todas aquel- las que durante a terrível doença a que infelizmente succumbiu, se interessaram do seu estado, mandando ou indo saber.

A todos, pois, protestam o seu eterno reconhecimen­to.

Aldegallega do Ribatejo, 2D de julho cie i q o 3 .

A i s r i N r u a s r c i o

(^ .a

Por este Juizo de Direi­to, cartorio do primeiro officio, e execução hypo- thecaria por divida, que move D. Beatriz Florinda de Almeida Pimentel e marido Sizenando Celesti­no Pimentel, contra Anto­nio Lopes e mulher, todos de esta villa, vão á praça pela segunda vez, á porta do Tribunal de esta co­marca, no dia 26 do cor­rente, pelo meio dia, para serem vendidos por preços superiores.a metade das suas avaliações, adeante > 'declarados, as seguintes propriedades:

Umas casas com sotão sitas na rua do Hospital cie esta villa foreiras em 5o réis annuaes com laude­mio quarentena, á camara municipal de este conce­lho, no valor de 160S000 réis. Unia morada de ca­sas, sitas na referida rua do Hospital no. valor de 65$>ooo réis.

São citados para as di­tas arrematações quaes­quer crédores incertos, nos termos e para os eííei- tos do numero i.° do arti­go 844 do Codigo Proces­so «Civil».

E para constar se passou digo «Civil».

Aldegallega do Ribatejo, i 3 de julho de 1903.

Verifiquei a exactidão.'

O JU IZ DF. D IR E IT O

Oliveira Guimarães.

O E S C R IV Á O

José M aria de Mendonça.

ANNUNCIO

COMARCA DE ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

(^ .a Publicação)

No dia dois do proximo mez de agosto, pelo meio dia, á porta do tribunal ju­dicial de esta villa de A l­degallega, nos autos de inventario orphanologico por obito de Manuel Cae­tano Carregosa, morador que foi no sitio das Arro­theias do Esteiro Furado, se ha de arrematar cm hasta publica a quem mai­or lanço offerecer sobre o valor abaixo designado:

Uma rfazenda composta

de casas de habitação, e arrecadações, poço, vinha e arvores de fructo, no si­tio das Arrotheias do Es­teiro Furado, próximo a Sarilhos Pequenos, foreira em dois mil réis annuaes e uma gallinha ou trezentos réis por ella, a Luiz Alber­to Homem da Cunha Cor­te Real, e vae á praça no valor de 35oí$ooo. réis.

Pelo presente são cita­dos os crédores incertos para assistirem á dita ar­rematação e ahi uzarem dos seus direitos, sob pena de revelia.

Aldegallega do Ribatejo, 13 de julho de iqo3 .

o E S C R IV Á O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

Oliveira Guimarães.

G R A N D E A R M A Z É M

----* Í)E *—

5 JOSE DE6 Comp.a

Farinha, semea, arroz na­cional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sul­phato e enxofre.

Todos estes generos se vendem por preços muito em conta tanto para o con­sumidor como para o re­vendedor.

126l u a «1© Csses — ALDEGALLEGA

OS D R A M A S D A C O R T E

(Chronica do reinado de Luiz XV )Romance historico p o r

E. L A D O U C E T T E

Os amores trágicos de Manon Les- raut com o celebre cavalieiro de Grieux. formam o entrecho cfeste romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho cie onçinaiidade deveras encantador.

A corte de Lute xv, com todos òs seus esplendores e misérias, é escri­pta mrgistr; lmente pelo auctor d’0 Bastardo da Rainha , nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual áquelle com que foi recebido em P a­ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.

A edição portuguesa do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, Je grande formato, illustrndos com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

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ouMEMÓRIA DESCRIPTIVA

das villas de CIXTltrl Jí COLLARE8

e seus arredores

Nova edição profusamente illustra­da com centenares de gravuras, e des­envolvida com grande numero deannotáçóes.

ED ICÃ O DE LU XO >

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Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.

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Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.

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bres machinas SINGER para coser.

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Envia catalogos a quem os desejar, 70, rua do Rato,70 — Alcochete.

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O D O M I N G O

GRANDE ARMAZÉM DO C C M E R C I O©ia] f f l

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C f t E G A f t A M W f l V S E / W D Ê S !TUDO MAIS BARATO!

Sfto fa^cnbas recehtDas cie fresca, c não reíaròacUts. Tcnàe-sc hiòcr por menos

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òo que cm qualquer ca~a, c tUto-se importantes brinbes aos fregueses.$ proprietário pede a toi)os os impunes qxce antes ctc procurarem o sext estabeteei-

mento, palpitem os preços nos outros para assim poderem vêr quem venòe mais barato. írartkar pouco para venber mxtitor

PREÇO FIXO E INEGUALAVEL

Cassas desde 120 réis o me­tro.

Casimiras desde 400 réis o metro.

Lãs e semi-lãs desde 36o réis o metro.

Phantasias desde i 5o réis o metro.

Lã e seda desde 700 réis o metro.

Cotins, riscados, chitas e tudo quanto diz respeito a fa­zendas.

Neste estabelecimento só se annuncia o que ha e pelo minimo preço por que se pó­de vender; não se annuncia o que não ha por que não é lo­ja mista, unicamente tem ta- zendas, e não como outras

que apenas teem umas amostras para illudir o publico.Quando, por qualquer eventualidade, haja alguma casa que se queira pôr a

par desta egualando-lhe os preços, o proprietário do Grande Arm arem do Com m ercio, péde que confrontem as qualidades.

Nesta casa não se fazem milagres; limita-se o seu proprietário a ganhar muito pouco para assim dar grande desenvolvimento ao seu

commercio.T O J C W X V - T \ V 7 0 5 A V - X V , X V W W C 7 \ \ ! K V -^73 .X V X V A V A V A V « V -A V - X V K V A M K V K V K V K V K V

(IHIPIÍLARIÂ IUBIÍÍKOTem lido esta casa um desenvolvimento extraordinario devido d solide^

com que teem sido feitos todos os trabalhos concernentes a chapelaria. Todos os trabalhos são executados r i esta casa com a maxima perfeição, rapide^ e mo­dicidade de preços, tanto nos de encommenda como nos concertos, para o que

: tem pessoal habVitado.

f r a p . Serpa P in to - A Í . B E S M L E S Â 0 0 1 M T H Í .

w m * -

A© COMMEnCI© ©0 FOVOEstabelecimento com m aior sortido, que mais van­

tagens offerece, e que tem p o r norma vender a. todos os seus fregueses pelo mesmo preco sem illu d ir C O M MILAGRES!...

N ã o se dão brindes; pois para tal era preciso venderMAIS CARO

Todas as transacções se fa\em com seriedade. Visitem o C O M M E R C IO D O P O V O .

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AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

Relogios der ouro. de pfata. de aço. 'de nickel, de flaq.net, de pharita- arneriçan.ris. suissos de parede, marítimos, despert dores americanos, des­

pertadores de phantasia, despertadores com musita. suissos de rlgibeira com corda para oito dias.

Recommenda-se o relogio de A V E L IN O M A RQ U ES C O N T R A M E S T R E , um bom escape d'nncorn muito forte por 5Sooo réis.

Oxidi.m-se caixas d'aço com a maxima psríeiçáo. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d’esw relojoaria compra ouro e prata pelo preço mais elevado.RI J A DO P O Ç O — 1 — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

Os proprietários d'este estabelecimento acabam de receber um importante sortimento de casimiras, cha­péos, calçado, bombasinas, sedas, chitas, brocados, en­feites, rendas, etc., taes como:

Finas casimiras para feto, cortes com 3 metros des­de i $ 5oo a 11 $000 réis;

Um saldo de 80 peças de chitas que eram de i 5o a 100 réis;

Patentes desde 70 a 240 réis;Grande variedade de lãs em phantasia desde 36o

a 900 réis;Lindos riscados zephires a 115 réis;Lenços de seda desde y5o réis;Sortimento completo de calçado para homem, se­

nhora e creanças;

U L T I M A N O V I D A D ELindas cassas muito finas e largas a 3oo réis;Finas sedas a 5oo réis;Setins muits largos de primeira quulidrde a i 83oo;Panninhos de todas as côres, largos, a 110 réis;Chapéos de sol automaticos, de seda, a 3$ooo réis;Cotins em phantasia para fato de creança, desde 260;Laços de seda, modernos, a 100,réis;Lindos meltons para capas a i5>2oo réis;Chapéos para homem desde 700 réis;Piugás com canhão de côres para creança desde 120;Piugás para homem desde 3o réis;Rendas, enfeites, entremeios, bordados, grande sor­

timento a preços baratíssimos.Pedimos uma vLica ao nosso estabelecimento para

que possam apreciar o grande sortimento Je cassas de fino gosto que acabam de chegar e que se vendem pelo preço de 160 réis o metro.

Preços mais baratos que em qualquer outro esta­belecimento.

V E N D A S A P R O M P T O E P R E C O FIXO

W A BO C M S , $ -.AlMlcga

JOSÉ DA ROCHA BARBOSAt'«a§3 « f Í2«*laa;a de C o r r e e ir o e $ c l le Í r o

18, 1ÚJA DO FORNO, 18A ÍL @3> SC €» .% I, S, fii ín A

MOTIM DO DIARIO DE NOTICIASA G U E R R A A N G L O - B O E R

Impressões do Transvaal

Interessantíssima narração das Iurtas entre inglezes e boers, «illustrada» orn numerosas zinc o-g: avun s de «homens celebres» do 1 ransvaal e do

Orange. incidentes notáveis, «cerioS e batalhas mais cruenta - daG U E R R A A N G L O - B O E R

Por um funccionario da Cruz Vermelha ao serviçodo Transvaal.

Fasciculos semanaes de 16 pag in as......................3o réisTom o de 5 fa scicu lo s ....................................... 1S0 »A G U ERRA ANG1.0 B O E R é a obra de mais palpitante rctualidade.

N’ella sáo descriptas, «por uma testemunha presencial». as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que t e m e s p a n t a d o o mundo inteiro.

k G U E R R A ANGLO -! O E R faz passar ante os o l h o s do leitor todas as«grandes bat; lhas, combates» e «es;aramuças» d'esta prolongada e acerriffl* lueta entre inglezes, transvaalíanos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroismo e tenacidade, em que sáo egualmente admiravéis a coragem e de-dicação patriótica de vencidas e vencedores.

Òs incidentes variadíssimos d’esta contenda e tre a poderosa InglaKf ra e as duas pequ nas republicas sul-africanas, decorrem atravez de vcriM* deiras per pecias.; por tal manei a oram; ricas e pittorescas, que dão á GUt-K- RA ANG LO B O E R . conjunctamente com o-irresistível attractivo d uma iwr n-tiva h.storica dos nossos d as, o encanto da leitura romant:sad.a.

A Bibliotheca do D IA RIO DE N O TICIA Sapresentando ao publif.o e ;ta obra em «esmerada edição,» e por um p- eço d1 minuto, julga prestar um serviço aos irim ero;os feitores que ao m e.'^ tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos s u c c e s s ’ que m ai- interessam o mundo culto na actualidade.

Pedidos d Fm pre-a do D IA R IO D E N O 7 IC IA S Rua do Diario di; Noticias, i io — LISBOA

Agente em Aldegallega — .1. Mendes Pinheiro Junto*■