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1 ANNO DOMING-O, 6 DE OUTUBRO DE 1901 N." 12 SEMANARIO NOTICIOSO, L lf TERARIO E AGRÍCOLA Assignatura Anno, 1S000 réis; semestre, 5oo róis. Pagamento adeantado. p Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. Avulso, no dia da publicação, ao réis. EDITOR — José Augusto Saloio ÍRAtAfl E TVPOOitAPIlll Si RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS A L D E G Á L L K G A i| BBu l> Iie a ^ õ c s H Annuncios— 1.« publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, A >0 réis. Annuncios na 4.^ pagina, contracto esp ciai. Os auto- jí' graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. II PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam de inlcresse publico. E*edimos aos nossos estimáveis assignantes. que ainda não mandaram pagar as suas assignatu- vas, a espcciai fineza de as satisfazerem, a fim de Eião soffffrcrem interru- peão na remessa do nos so semanario. 0 E i Longe, muito longe vão os tenebrosíssimos tempos em que os fortes, os pode rosos, os sagazes, se irapu* nham, tanto na esphera da acção, como na esphera do pensamento, aos fracos, aos humildes, aos simples do coração. Por muito tempo o di reito da força era o labaro predominante entre a so ciedade que se constituía; era o apanagio, o alpha e o omega, a ultima-ratio dos que aspiravam á gloria der ramando sangue de tantas victimas; cobrindo de lueto tantas familias, fazendo ver ter lagrimas a tantos inno- centes, avalanche podero síssima, cuja passagem de vastava e destruia tudo! Nessas guerras triste mente celebres a espada do conquistador, scintillan- do ao sol da victoria, era phreneticamente applaudi- da por aquelles em cujo coração não penetrava nem o mais pequeno sentimento de amor do proximo, nem o menor vislumbre de jus tiça. Circumvolveram sé culos sobre séculos; abri ram-se caminhos ás voca ções; surgiram as artes e as sciencias, e como con- sequencia logica, natural, lá apparece num claro e esplendido horisonte a luz da civilisação, amena, sua víssima, alegre como a es perança, inspiradora como a poesia, expansiva como a liberdade, fulgida como a illustracão. E’ que no relogio dos tempos havia soado a hora da regeneração social; é que o espirito humano, uma vez collocado na estrada da perfectibilidade inHnita, ca minha sem descanço como o globo terráqueo no seu girar eterno. A’ espada homicida sue- cede a penna conciliadora; ao direito da força contra- põe-se a força do direito; á liberdade sem limites so brevem o lemma sublime, profundamente humanita- rio — a ninguém offendas! Triumpho enorme da rasão, da verdade e da justiça so bre os erros e os precon ceitos dessa sociedade nas cente! No berco da humanida- f de os terrenos, eram com- muns, como o ar, como a luz. Mas ao passo que os tempos decorriam, o espi rito humano avançava na estrada do progresso, as necessidades da vida mul- tiplicavam-se, o instincto da sociabilidade pairava so bre os espiritos, e os pri meiros lampejos da civilisa ção, raiando, arrancaram a sociedade desse estado ver dadeiramente cahotico e profundamente inconcebí vel. Então a idéa de taes ou taes terrenos pertencerem a este ou áquelle, traduziu- se em facto; do direito de propriedade territorial, ad quirido nesses remotíssi mos tempos pela apprehen- são e pela occupação, nas ceu a divisão da proprie dade. Rudimentar, extre mamente rudimentar devia ser esse direito, adaptado, todavia, ás circumstancias em que era adquirido, e ao sentir d’esse seculo envolto nas densas trevas da igno- rancia. Com o decorrer dos tem pos a orientação dos espi ritos torna-se cada vez me lhor e mais accentuada, até que por fim se descortina no horisonte o alvorecer duma aurora de illustracão que veio dilatar os âmbitos do mundo moral e intelle- ctual. Apparecem homens no^ taveis nas sciencias, como Solon, Lycurgo, P latão, Py- thagoras, Soe rates, Aristo- teles e Demosthenes; os inventos pullulam de toda a parte; Guttemberg, ho mem, notável entre os mais notáveis, dota o mundo com a invensão da impren sa, dessa maravilhosa arte que, inundando de luz a fa ce da terra, dissipa as tre vas da ignorância, e dá á palavra os toros da-immor- talidade e da universalida de; e entretanto o direito e a justiça, esses dois po derosos sustentáculos do edilicio social caminham um para o outro, estabele cem, completando-se mu tuamente, o equilíbrio en tre as aspirações sociaes, e assignalam as verdadeiras balisas entre o crime e a virtude, entre a abomina ção e a santidade, entre o erro e a verdade, entre o justo e o injusto. Sublime, estupenda, benevola e be- neficiente acção dos sécu los sobre os destinos da hu manidade ! Perante o direito e a jus tiça não ha ricos nem po bres, não ha poderosos nem humildes, não ha for tes nem fracos: todos so mos eguaes, porque essas duas instituições, tendo co mo verdade subjectiva a segurança individual e o respeito dos direitos recí procos, dimanam de uma origem tão augusta, tão providencial, tão equitativa que aquelles que as invo cam e a cilas se acolhem tornam-se herculeamente fortes, levando de vencida os seus perseguidores in justos. A calumnia perante a lei despenha-se do seu pedes tal, anniquila-se com os argumentos da verdade e da justiça, como outrora no campo dos israelitas caiu o bezerro de oiro, e foi re duzido a cinzas por Moysés, quando descia do Monte Sinai. O odio é perspicaz, e por isso, quando lhe fal tam meios de accusação verdadeira, inventa-os ar rancando-os do nada, e desnorteado na execução de seus planos caminha. caminha até despenhar-se num insondável abysmo de vergonha, conspurcan do-se e gravando na sua fronte o terrível ferrete da ignominia. M endes P inheiro MELHORAMENTOS -■ : MU( :.„J Continuando o artigo que com o mesmo titulo encetánios no numero an terior, apontaremos hoje mais alguns factos, cuja realisação practica será, a nosso ver, de utilidade pa ra esta villa. Começaremos pela ques tão dos vapores. Todos sabem que a par ceria dos vapores lisbonen- ses, ao tomar conta da car reira de Aldegallega, ari- núriciou ò' augmento preços, promettendo aug- mentar tambem ascommo- didades dos passageiros, mas a verdade é, que o tão decantado augmento recahiu no preço das pas sagens, e emquanto ás pro messas feitas, ninguém ignora que ficaram no es quecimento. Se estavamos mal servidos, mal servidos ficámos. Mas ainda ha mais. Acontece frequentes ve zes que o vapor por falta de agua, não pode atracar á ponte d’Aldegallega, e lá tem ainda o passageiro que dispender uns tantos réis, para pagar aos barqueiros a sua conducção para ter ra. Ora isto não pode nem deve continuar assim por que é uma abusiva jexplo ração. Bem sabemos que essa pequena espórtula não é cousa que empobreça nin guém e que até vai melho rar os tãos fracos interesses desses modestos trabalha dores do mar, mas o que é lacto é que a parceria ao receber de quem embarca o preço da passagem con- trahiu a obrigação de o o * pôr em terra, e portanto parece-nos racional que a mesma deveria ter em Al degallega barcos em nu- O o mero sufficiente para trans portar os passageiros, sem que estes tivessem de des embolsar cousa alguma. Crêmos que pelos factos apontados se projectou em tempos, a formação duma companhia constituída por cavalheiros desta villa, a fim de, por sua conta esta belecer carreiras para Lis boa e vice-versa. Infelizmente porém, essa idéa tão louvável e de tanto alcance, foi posta de parte, devido a motivos alheios á boa vontade d aquelles que pretendiam introduzir em Aldegallega esse melhora mento. Lá fóra, nos paizes vinha teiros, vêem-se profusa mente espalhadas escolas profissionaes, onde os vini e viticultores vão aprender tudo, quanto lhes é essen cial para o seu mister e to mar conhecimento de to dos os processos moder nos tendentes ao aperfei çoamento da industria do > vinho. Os resultados são surprehendentes. De qualquer maneira que os vinhos se apresentem, elles lá os sabem modifi car, sem lhes introduzir substancias nocivas, de mo do que conservam sempre o mesmo typo, acreditando commercialmente as suas marcas. A manutenção d’estas escolas é relativamente ba rata. O ensino essencial mente practico, de tal mo do é ministrado que o in divíduo que para lá entrou desconhecendo por com pleto os processos de fa bricação do vinho, em pou co tempo (em geral dois annos) sahe apto para as sumir a direcção de uma adega por mais importante que seja. A instituição dum esta belecimento desta ordem, na nossa villa, de facil rea lisação e pequena despeza, traria incontestáveis vanta gens para aquelles que vi vem, aqui, da vinha e do vinho. J. M. 5 . Está quasi restabelecido de saude, o nosso amigo o> exm.nsr. Manuel Neves Nu nes d Almeida. Parabéns.

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Page 1: ÍRAtAfl E TVPOOitAPIlll - mun-montijo.pt · vas da ignorância, e dá á palavra os toros da-immor- ... o preço da passagem con- ... a exame, tendo todos sahi- do approvados, o

1 ANNO DOMING-O, 6 DE OUTUBRO DE 1901 N." 12

S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L l f T E R A R I O E A G R Í C O L A

A ss ig n a tu r aAnno, 1S000 réis; semestre, 5oo róis. Pagamento adeantado. pNa cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. Avulso, no dia da publicação, ao réis.

EDITOR — José Augusto Saloio

Í R A t A f l E T VP OO i t AP I l l lSi RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS

A L D E G Á L L K G A

i| BBul>Iiea^õcsH Annuncios— 1.« publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, A >0 réis. Annuncios na 4. pagina, contracto esp ciai. Os auto- j í ' graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.II PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EXPEDIENTE

A c c e ita m -se co m g r a t i­dão q u a e sq u e r n o t ic ia s q u e sejam d e in lc r e s s e p u b lic o .

E*edim os a o s n o s s o s e s t im á v e is a s s ig n a n te s . q u e a in d a n ão m an d aram pagar as su a s a ss ig n a tu - vas, a e s p c c ia i f in eza de as s a t is fa z e r e m , a fim de Eião soffffrcrem in te r r u - p eão n a r e m e ssa d o n o s ­so se m a n a r io .

0 E iLonge, muito longe vão

os tenebrosíssimos tempos em que os fortes, os pode­rosos, os sagazes, se irapu* nham, tanto na esphera da acção, como na esphera do pensamento, aos fracos, aos humildes, aos simples do coração.

Por muito tempo o di­reito da força era o labaro predominante entre a so­ciedade que se constituía; era o apanagio, o alpha e o omega, a ultima-ratio dos que aspiravam á gloria der­ramando sangue de tantas victimas; cobrindo de lueto tantas familias, fazendo ver­ter lagrimas a tantos inno- centes, avalanche podero­síssima, cuja passagem de­vastava e destruia tudo!

Nessas guerras triste­mente celebres a espada do conquistador, scintillan- do ao sol da victoria, era phreneticamente applaudi- da por aquelles em cujo coração não penetrava nem o mais pequeno sentimento de amor do proximo, nem o menor vislumbre de jus­tiça. Circumvolveram sé­culos sobre séculos; abri­ram-se caminhos ás voca­ções; surgiram as artes e as sciencias, e como con- sequencia logica, natural, lá apparece num claro e esplendido horisonte a luz da civilisação, amena, sua­víssima, alegre como a es­perança, inspiradora como a poesia, expansiva como a liberdade, fulgida como a illustracão.

E’ que no relogio dos tempos havia soado a hora da regeneração social; é que o espirito humano, uma vez collocado na estrada da perfectibilidade inHnita, ca­minha sem descanço como o globo terráqueo no seu girar eterno.

A’ espada homicida sue- cede a penna conciliadora; ao direito da força contra- põe-se a força do direito; á liberdade sem limites so­brevem o lemma sublime, profundamente humanita- rio— a ninguém offendas! Triumpho enorme da rasão, da verdade e da justiça so­bre os erros e os precon­ceitos dessa sociedade nas­cente!

No berco da humanida-f

de os terrenos, eram com- muns, como o ar, como a luz.

Mas ao passo que os tempos decorriam, o espi­rito humano avançava na estrada do progresso, as necessidades da vida mul- tiplicavam-se, o instincto da sociabilidade pairava so­bre os espiritos, e os pri­meiros lampejos da civilisa­ção, raiando, arrancaram a sociedade desse estado ver­dadeiramente cahotico e profundamente inconcebí­vel.

Então a idéa de taes ou taes terrenos pertencerem a este ou áquelle, traduziu- se em facto; do direito de propriedade territorial, ad­quirido nesses remotíssi­mos tempos pela apprehen- são e pela occupação, nas­ceu a divisão da proprie­dade. Rudimentar, extre­mamente rudimentar devia ser esse direito, adaptado, todavia, ás circumstancias em que era adquirido, e ao sentir d’esse seculo envolto nas densas trevas da igno- rancia.

Com o decorrer dos tem­pos a orientação dos espi­ritos torna-se cada vez me­lhor e mais accentuada, até que por fim se descortina no horisonte o alvorecer duma aurora de illustracão que veio dilatar os âmbitos do mundo moral e intelle- ctual.

Apparecem homens no

taveis nas sciencias, como Solon, Lycurgo, P latão, Py- thagoras, Soe rates, Aristo- teles e Demosthenes; os inventos pullulam de toda a parte; Guttemberg, ho­mem, notável entre os mais notáveis, dota o mundo com a invensão da impren­sa, dessa maravilhosa arte que, inundando de luz a fa­ce da terra, dissipa as tre­vas da ignorância, e dá á palavra os toros da-immor- talidade e da universalida­de; e entretanto o direito e a justiça, esses dois po­derosos sustentáculos do edilicio social caminham um para o outro, estabele­cem, completando-se mu­tuamente, o equilíbrio en­tre as aspirações sociaes, e assignalam as verdadeiras balisas entre o crime e a virtude, entre a abomina­ção e a santidade, entre o erro e a verdade, entre o justo e o injusto. Sublime, estupenda, benevola e be- neficiente acção dos sécu­los sobre os destinos da hu­manidade !

Perante o direito e a jus­tiça não ha ricos nem po­bres, não ha poderosos nem humildes, não ha for­tes nem fracos: todos so­mos eguaes, porque essas duas instituições, tendo co­mo verdade subjectiva a segurança individual e o respeito dos direitos recí­procos, dimanam de uma origem tão augusta, tão providencial, tão equitativa que aquelles que as invo­cam e a cilas se acolhem tornam-se herculeamente fortes, levando de vencida os seus perseguidores in­justos.

A calumnia perante a lei despenha-se do seu pedes­tal, anniquila-se com os argumentos da verdade e da justiça, como outrora no campo dos israelitas caiu o bezerro de oiro, e foi re­duzido a cinzas por Moysés, quando descia do Monte Sinai. O odio é perspicaz, e por isso, quando lhe fal­tam meios de accusação verdadeira, inventa-os ar­rancando-os do nada, e desnorteado na execução de seus planos caminha.

caminha até despenhar-se num insondável abysmo de vergonha, conspurcan do-se e gravando na sua fronte o terrível ferrete daignominia.

M e n d e s P in h e ir o

MELHORAMENTOS

■ ■ -■ : • MU( :.„J

Continuando o artigo que com o mesmo titulo encetánios no numero an­terior, apontaremos hoje mais alguns factos, cuja realisação practica será, a nosso ver, de utilidade pa­ra esta villa.

Começaremos pela ques­tão dos vapores.

Todos sabem que a par­ceria dos vapores lisbonen- ses, ao tomar conta da car­reira de Aldegallega, ari-núriciou ò' augmento preços, promettendo aug- mentar tambem ascommo- didades dos passageiros, mas a verdade é, que o tão decantado augmento só recahiu no preço das pas­sagens, e emquanto ás pro­messas feitas, ninguém ignora que ficaram no es­quecimento. Se estavamos mal servidos, mal servidos ficámos.

Mas ainda ha mais.Acontece frequentes ve­

zes que o vapor por falta de agua, não pode atracar á ponte d’Aldegallega, e lá tem ainda o passageiro que dispender uns tantos réis, para pagar aos barqueiros a sua conducção para ter­ra. Ora isto não pode nem deve continuar assim por­que é uma abusiva jexplo­ração.

Bem sabemos que essa pequena espórtula não é cousa que empobreça nin­guém e que até vai melho­rar os tãos fracos interesses desses modestos trabalha­dores do mar, mas o que é lacto é que a parceria ao receber de quem embarca o preço da passagem con- trahiu a obrigação de oo *pôr em terra, e portanto parece-nos racional que a mesma deveria ter em Al­degallega barcos em nu-O omero sufficiente para trans­portar os passageiros, sem

que estes tivessem de des­embolsar cousa alguma.

Crêmos que pelos factos apontados se projectou em tempos, a formação duma companhia constituída por cavalheiros desta villa, a fim de, por sua conta esta­belecer carreiras para Lis­boa e vice-versa.

Infelizmente porém, essa idéa tão louvável e de tanto alcance, foi posta de parte, devido a motivos alheios á boa vontade d aquelles que pretendiam introduzir em Aldegallega esse melhora­mento.

Lá fóra, nos paizes vinha­teiros, vêem-se profusa­mente espalhadas escolas profissionaes, onde os vini e viticultores vão aprender tudo, quanto lhes é essen­cial para o seu mister e to­mar conhecimento de to­dos os processos moder­nos tendentes ao aperfei­çoamento da industria do>vinho. Os resultados são surprehendentes.

De qualquer maneira que os vinhos se apresentem, elles lá os sabem modifi­car, sem lhes introduzir substancias nocivas, de mo­do que conservam sempre o mesmo typo, acreditando commercialmente as suas marcas.

A manutenção d’estas escolas é relativamente ba­rata. O ensino essencial­mente practico, de tal mo­do é ministrado que o in­divíduo que para lá entrou desconhecendo por com­pleto os processos de fa­bricação do vinho, em pou­co tempo (em geral dois annos) sahe apto para as­sumir a direcção de uma adega por mais importante que seja.

A instituição dum esta­belecimento desta ordem, na nossa villa, de facil rea­lisação e pequena despeza, traria incontestáveis vanta­gens para aquelles que vi­vem, aqui, da vinha e do vinho.

J. M. 5 .

Está quasi restabelecido de saude, o nosso amigo o> exm.nsr. Manuel Neves Nu­nes d Almeida. Parabéns.

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O D O M I N G O

ANNIVERSARIOS

No dia 4 do corrente fez annos o nosso amigo o sr. José Assis de Vasconcel­los.

As nossas sinceras felici­tações. assim como a sua •0x111:' familia.

Passa hoje o seu 3." an- niversario natalicio a me­nina Sarah, gentil filha do nosso amigo Manuel Cy- priano Pio.

A’ gentil creança e a seus paes enviamos os nos­sos sinceros parabéns.

Pedimos a attenção dos nossos estimáveis leitores para o annuncio que na se­cção competente faz o nos­so amigo José Antonio Nu­nes, na especialidade do assucar pilé crystallisado e na próxima remessa de marmelada fina e dita crua.

ISlelçoes .IARealizam-se hoje as elei­

ções geraes em todo o paiz.Por este circulo propõe-

se a deputado o eminente jurisconsulto, o exm." sr. conselheiro José Dias Fer­reira.

Tentativas de siiie id lo

Tentou suicidar-se no dia2 do corrente, pelas 8 ho­ras da noite, a menina Na­tividade do Carmo Bote­lho.

Ignora-se o motivo para semilhante allucinação.

Na manhã do mesmo dia tambem tentou suicidar-se, na casa da sua residencia,o sr. Nicolau Xavier d’An- nica.

Tambem se ignora os motivos.

Felizmente ambos foram salvos.

€»atunosTem apparecido ultima­

mente, nesta villa, alguns gatunos, tendo já feito as suas proezas.

Pedimos á digna aucío- ridade administrativa a sua attenção para estes factos, para segurança dos have res dos seus habitantefe.

VergonhasFoi preso ha poucos:dias

em Lisboa um homem que incitava dois filhos ao rou­bo, entrando em diversas casas e conseguindo sub- trahir delias objectosde va­lor na ausência dos donos.

Para vergonha e deshon- ra da humanidade, ainda ha destes especimens da nossa raça que mereciam ser postos fóra para semT pre do convivio dos ho mens. Um pae tem obriga­ção restricta de educar os filhos no caminho da mora­lidade e da honra, de fazer delles cidadãos prestáveis e uteis ao seu paiz; não de­ve leval-os pelo caminho do roubo, fazendo de crean­ças inconscientes uns futu­ros criminosos.

Esses filhos prevarica­ram; começaram de peque­nos a trilhar a estrada do crime; e o que causa mais pena é ivèrque foram impel- lidos a isso pelo proprio pae.

E não teve esse homem pejo de praçticar uma tal accão; não lhe coráram as» 7faces de vergonha, lem­brando-se de que ia fazer a desgraça dos iilhos, de que ia nascer-lhes para sempre na fronte o ferrete da igno­minia !

Todo o castigo é pouco para similhante miserável. Vendo homens assim, che­gamos a ter vergonha de pertencer ao género hu­mano.

O P O V O

tlscnl» .lIciiBieipal Weeuu- darla d'esta v illaReabre no dia 7 do cor­

rente, esta importante Es­cola, a qual é dirigida pelo distincto professor, o exm." sr. Manuel Neves Nunes de Almeida.

Em tempo publicámos a lista dos alumnos que foram a exame, tendo todos sahi- do approvados, o que de­monstra a alta competen- cia do illustre director.

Como o vento que ruge, formidável, Arremessando o a tomo impalpável

A uma distancia enorme,Assim pode, cobrando alento novo,Despertar do seu somno o grande povo,

hsse leão que dorme.

Respeilae-lhe o dormir, grandes da terra! Sabeis o que esse triste somno encerra

De vis humilhações?Sabeis o que esse pobre tem soffrido E quantas ve\es tem ao céo erguido

A vo~ das maldições?

Oh! que não o sabeis! 0 vosso olhar Nunca ponde os abysmos peneirar

D dquèlla horrivel dòrI redes o mundo em prisma a uri'fulgente...P r a vós, tudo é formoso e atlrahente,

L m sonho encantador!

hlle vive sósin/10, espesinhado,Não lendo sobre a terra o doce agrado

D um meigo coração; hm ve~ de mão bemdila que o afague, Di~eis-lhe, manejando o a^orrague:

«Levanta-te, vil Ião! »

Cautella, que o soffrer tem seu limite!Não se pode di~er que não palpite

A alma popular.E se ella se levanta furiosa,E a lerrivel onda, impetuosa,

D um revoltoso mar!

O povo é grande e bom! Vós bem sabeis Quanto a dourada purpura dos reis

O tem menosprezado.Prestando á liberdade um culto ardente,Elle detTama sempre nobremente

O sangue immaculado!

E o sangue do povo é sempre egual Ao que d’\em azul, noive e real,

Os gi'andes cortezãos.Somos todos a argila, a vil matéria,E debaixo da lapide íunerea

Não somos mais que irmãos!

A Jidalguia existe no talento E na honra — o brilhante sentimento

Dos grandes corações.../ udo o mais c mentira e falsidade...Laça-se a luz immensa da 1 rerdade!

Não queremos distineções!

J o a q u im d o s A n jo s

PENSAMENTOS

0 coração do homem é uma lyra de sele cordas: seis para a tristeza e uma só para a alegria. Esta ultima, porém, rarissimas ve es vibra— Padre Joscph Roux.

A u s p ic io s o c o n s o r c ioTeve lpgar hontem, 5 de

outubro, pelas 9 e meia da manhã, na egreja matriz d esta villa, o consorcio da ex.ma sr.a D. Maria Joaquina Marques com o nosso ami­go Francisco Justiniano Marques, filho do honrado proprietário e negociante Joaquim José Marques Contramestre e D. Rosa­ria.da Conceição.

A noiva, filha de João Marques da Bernardina (fallecido) e de D. Joaquina d Assumpção, digna pro- prietaria, é uma menina dotada de todas as quali­dades que podem fazer a felicidade do lar, e possui­dora de uma boa educação; o noivo, álém de ser illus- trado, é um caracter nobre e integro, digno da esposa que escolheu.

A’ cerimonia de núpcias que foi celebrada pelo re­verendo prior João Pereira Vicente Ramos, assistiram numerosas pessoas das fa­mílias dos noivos.

O assentamento do con­sorcio foi lavrado e assi- gnado na sacristia.

Apadrinharam os nuben­tes os srs. José Manuel Fer­nandes, commerciante, re­sidente em Lisboa, na rua do Sol ao Rato), José Fran­cisco Marques, digníssimo professor de desenho na Es­cola Industrial de Faro, ir­mão do noivo, e a sr.“ D. Maria da Purificação Tran­coso.

Finda a cerimonia, par­tiram os cônjuges e os con­vidados para a casa da mãe da noiva onde lhes foi ser­vido um lauto copo dagua.

Este consorcio que é da vontade de ambas as famí­lias, respeitáveis pela sua honradez e haveres, vae deixar antever o mais riso­nho porvir aos que o rea- lisaram, felicidade que sin­ceramente lhes desejamos.

Foi nomeado secretario da administração do con­celho o nosso estimável amigo e assignante o ex.""’ sr. Joaquim dos Santos O li­veira.

Não podemos deixar sem

FOLHETIM

Traduição de J. 1>0 S ANJOS

A ULTIMA CRUZADAx

E instinctivãmente, na sua perver­sidade paralysada de mulher, vendo- se a mais forte, com a certeza de ter preso, de ter tirado ásua rival,— sem desforra possivel — o camarista da rainha de Moldavia. prounettia a si própria conserval-o a distancia.

Por isso, depois de ter feito a pirar aquelle homem o aroma enebriante do seu beijo, depois de ter causado

uma febre incurável e louca, de o ter acolhido, lisonjeado, fechava-lhe a porta como a um intruso, náo res­pondia ris suas cartas, e náo o recebia senão com as suas visita habituaes. Nunca sósinha, como na primeira vi­sita em que. no canapé estreito, na sombra crescente do crepuscuío e o aroma penetrante das violetas, lhe difsera arquejante: «Sim, amo-o!»

Mas Mohilow não desanimou. T o r­nou a vir t. ntas vezes, implorou tão apaixonadamente, que ao fim de tres semanas empregadas a humilhal-o, q atormental-o, Regina concedeu-lhe uma entrevista.

Esperou quatro hera; ro Bosque, por detraz do tiro aos pomBos. in­quieto, examinando as carruagens que pagavam, mordendo o lenço, p ra não chorar de colera e de des­peito.

Por que náo vinha? Estaria doen­te? 0 marido te!-a-hia demorado? Es­perou até ri noite, jurando a si pro- prio não tornar a vêr a sr.» de Tail- lemaure, abandonar aquella aventura absurda.

Comtudo dois dias depois o conde Ivan Mohilow estava no mesmo sitio. Regina chegou muito tarde, numa carruagem. Eoi só uui instante, uma visão furtiva de cinco minutos, o tem­po de pisse ar pelo braço delle. le - ta nente, de ouv.r aí sua. confissões, j s suas supplicas. e de lhe responder, rindo muito:

— Veremos, meu caro senhor. Se t.vcr juizo!

Moh:low tambem se ria. Encos­tavam-se um ao outro, como n’um idyllio. As carruagens seguiam-n'os a passo.

— Se tiver juizo! repetia Regina. !

E o conde Ivan dizia em tom sen­ti menta' :

— Não acredita cm mim?N aquelle momento a rainha da

Moldavia não reconheceria o seu bel­lo camarista.

XI

O celebre economista João Monteis, a quem Luiz XV1JI fizera conde e que administrou as finança; do reino com uma rigida honradez e uma lar­gueza de concepções por vezes ge- naí. dei<ou a sua furtuna ris duaj filhas quando, exten ado pèlo tr.iba- lho c pelas preoccupaçóes continuai de uma administração difTiinl, morreu de repente, com uma apoplexia, na sua c; deira de ministro. O estado en­carregou-se do funeral d'aquelle ho­mem de bem.

Seduzidas, como todas as mulheres do seu tempo, pela miragem luminosa

da gloria, e impelidas tambem por altas inHuencia; politicas, as duas ir­mãs tinham casado com dois oíli- cines.

O marido da mais velha era o ve­lho marechal Tourm oni, principe de Chamj aubert, que, ainda robusto como no dia em que conquistara os seus primeiros galõc • no campo de batalha, se aborrecia por náo poder ganhar cada semana uma nova victo- ria. por obedecer a um rei ocioso que traduzia Horacio em logar de montar a cavallo e appjirecer impassível entre o fumo dos canhões, como o idolo cahido.

A mais velha escolhera um general de (avaliaria, o ban o I-osq. Casamen­to de amor. O general recebeu uma bala na cabeça nos combates de feve­reiro. Deixou um filho.

(Continua).

Page 3: ÍRAtAfl E TVPOOitAPIlll - mun-montijo.pt · vas da ignorância, e dá á palavra os toros da-immor- ... o preço da passagem con- ... a exame, tendo todos sahi- do approvados, o

O D O M I N G O

reparo tal nomeação que recae num cavalheiro de to­jo s conhecido pelas excel- lentes qualidades de que é dotado. Caracter nobre, justo e generoso; pertence a uma escola de raros para quem a elevada missão do bem é um sacerdocio.

Desculpe o nosso amigo a expressão sincera do nos­so sentir, que, com certeza, vae ferir a sua excessiva m odéstia. Felecitamol-o por tão honrosa como acer­tada nomeação.

O correspondente da Vanguarda em Aldegalle­ga queixa-se da falta d’a- gua! Intellegente creatu- ra! . . . pois tão perto do poço do concelho... com uma pia tão ampla ainda se queixa de falta dagua!

O C o rre io d e H:ifr:t

Agradecemos ao nosso estimável collega O Correio de Mqfra, a transcripção do artigo denominado A Inslrucção em Portugal, escripto por um dos nossos redactores, o sr. J. M. S .; e assim como as palavras li­sonjeiras com que o ante­cede.

■le cfb fílo rO sr. Raphael da Paz

Furtado, digno escrivão de fazenda deste concelho, já deu posse ao novo recebe­dor, o exm.n sr. Antonio da Silva Casquilho.

Seja bem vindo.

Pelo meio dia d’hontem, numa taberna da rua de José Maria dos Santos, dois pescadores brincavam de mãos; brincadeira esta, que depois desconfiaram, fican­do um destes com um olho de fóra devido a uma forte cacetada.

Foi curado na pharmacia Giraldes.

A VIDA N’ALDEIAi

A lli vem o s e n h o r d o u lo r

Ia um reboliço enorme em casa do tio Mathias. Desde de manhã que os creados andavam numa roda viva, esfregando, lim­pando, escovando, e. . . suando. E não eram só os creados; tambem o tio Ma­thias e sua encantadòra ti- lha— a menina Esther — partilhavam da melhor von­tade, dos trabalhos daquel- les.

Mas que acontecimento importante se ia realizar em casa do tio Mathias, a pon­to de perturbar assim o so-

cego d aquellacasa, socego proverbial que fazia com que a tia Monica, que mo­rava de fronte, dissesse, que: inlé fa^ia imposs b'e que alli assistisse gente vi­va! Faria alguém annos lá em casa?

Estariam o tio Mathias ou o seu respeitável mano — o sr. Joãosinho para casar?

Nenhuma dessas hypo- theses era verdadeira; sim­plesmente chegava naquel- le dia — o senhor doutor,— gritava pela millesima vez com voz de Stentor, o tio Mathias; — o priminho,— dizia córando a formosa Esther; — o menino,— ac- crescentava lacrimejante a velha cozinheira, 'por si- gnal, dona d uns bigodes que faziam inveja ao mais garboso dos nossos poli­cias civis'!.

Antes de proseguirmos na nossa singela narrativa, permitta-nos amavel leitor que lhe apresentemos a fa­mília Rebollão.

Era simples a historia dos Rebollões. Em i 83o, Jero- nymo Rebollão, partiu pa­ra o Brazil em busca de melhor fortuna, deixando em Lisboa sua mulher e tres tilhos. Logo que alli chegou, dedicou-se á vida commercial e com tão bom exito que, graças á sua honradez e actividade, em pouco tempo era socio de uma das principaes casas do Rio.

Infelizmente quando es­tava tratando de mandar ir para junto de si a familia foi surprehendido por um violento ataque de febre amareíla, victimando-o ra­pidamente.

O socio, um homem de bem, veiu de proposito a Portugal entregar á deso­lada viuva tudo quanto per­tencia ao marido, achan­do-se assim esta de posse duma fortuna muito regu­lar ; mandou educar os fi­lhos consoante as suas vo­cações.

O mais velho chamado João, dedicou-se ao estudo das sciencias physicas e na- turacs, tornando-se versa- dissimo cm todos os ramos de historia natural; o se­gundo, Mathias se chama­va elle, fez-se um agricul­tor distinctissimo, e o ter­ceiro,— Fernando, seguiu a vida militar.

( Continua).

SARILHOS GRANDES

A direcção da Philarmo­nica União e Trabalho da freguezia de Sarilhos Gran­des, tendo lido algumas correspondencias no jornal a Vanguarda, de Lisboa, com a epigraphe Sarilhos Grandes; ácerca dum co­reto de madeira erecto no

i ocio da mesma freguezia por occasião dos festejos a Nossa Senhora da Piedade em 18 )9: declara que o di­to coreto não pertence Philarmonica. mas sim aos festeiros da Senhora da Pie­dade; e nada tem com a boa ou má conservação do mesmo.

E como tenciona mandar erigir um de ferro no mes­mo Rocio, espera nomear para a conservação deste algum K . se coce, que sai­ba lidar com pilhas electri- cas do caminho de ferro do Norte e Leste ou a algum barraqueiro de feira ambu­lante.

Tambem declara sêr fal­so haver na freguezia idéa alguma de pagarem as con­tribuições do Estado na vil­la da Moita em detrimento da villa d’Aldegallega; tal noticia não passa de sêr uma refinada calumnia dál- gum batoteiro q u ‘ a má sorte de Sarilhos Grandes importou de Lisboa.

Sarilhos Grandes, 3 de Outubro de 1901.

AGRADECIMENTOO abaixo assignado, ca-

pellão d’Atalaya, tendo em agosto passado enderessa- do uma supplica aos devo­tos de Nossa Senhora da Atalaya para aequisição de uma nova corôa de pratae maisjoiasda mesma Senho­ra, vem pelo meio da im­prensa dar os seus cor- deaes agradecimentos a to­dos os devotos, que adhe- riram á sua justa petição; e bem assim publicar a re- laeão dos mesmos, e o re­cibo da compra da nova coròa de prata para a Ve­neranda Imagem de Nossa Senhora d’Atalaya.

K tcliaeiTso:

Anonymo..................... 5ooo rs.Anonvmo...................... 1000 rs.D. Maria do Carmo Oh-

1000 rs.D. Maria Eugenia Oli-

i 5oo rs.1). 1 .eonor do Carmo

1000 rs.1). Anna Oliveúa Cou-

i o c o rs.Francisco Ro Jrigues Pin-

2000 rs.Joaquin Freire C a ria .. . 15oo rs.Fran isco R beiradio . . . 5oo rs.Anionio Aguiar Correia 5oo rs.Emygdio Azevedo n 00 rs.0 notário M outinho.... 5oo rs.José Maria Piloto Junior 5oo rs.Manuel Neves Nunes

d'Alm eida........................ 2.Í00 rs.José Augusto Saloio.. . . 600 rs.Duqueza do Cadaval. .. 9000 rs.Augusto Bcm ardes. . . . 1000 rs.I). Leonor do Carmo

B lce lb o d;i eo rò a

Ourivesaria da Guia de João Carlos ciOliveira.

Uma coròa de praia, 2 j:o o o réis.

Recebi a importancia de esta conta por D. Olinda de Oliveira, successora. — An tonio d Aguiar Correia.

Lisboa 2 d Agosto deI 9° I •

Atalaya de Aldegallega do Ribatejo, 2 de Outubro de 1901.

O Capellúo d'Atalaya

Padre Manuel Frederico Ribeiro da Costa.

A N N U N C I O S

A J s r iiN r u is r c io

Pelo Juizo de Direito d esta Comarca e cartorio do escrivão do segundo of- licio Moudnho vae á praça á porta do tribunal desta Comarca no dia vinte e se­te do proximo mez d’Ou- lubro pelo meio dia e pelo inventario de Joaquim Al­deia que foi residente na villa d’Alcochete e cabaça de casal José Aldeia, uma fazenda de terra de semea­dura e arvores de friicto cortada pela estrada de macadame livre de foro e no valor de duzentos e qua­renta mil réis — 24o$ooo réis — e sita no Canto do Pinheiro limite da freguezia d’Alcochete. E’ citado para a mesma praça o credor inscripto Antonio Gomes Carraça residente em Lis­boa na rua dos Fanqueiros numero 10, pelo seu cre­dito de 38 >400 réis. O ar­rematante, álém das des- pezas da praça pagará por inteiro a contribuição de registo.— Aldeia Gallega do Ribatejo, 27 de setem­bro de 1901.Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

MERCEARI A AL D E G A L L E H S EDE

Previne os seus respei- tabilibsimos freguezes e o publico em geral, de que acaba de receber grande porção d assucar pilé crys- tallisado, proprio para mar­melada.

Brevemente receberá es­te estabelecimento aexcel- lente marmelada fina e dita crua.

L. D A E G R E J A , 19

A ld egn ilegn

VI \ V

Vendem-se pipas, quar- tolas e barris, servidos a vi­nhos e aguardente.

Largo da CaldeiraA ld eg a lleg a .

ADEGASArrendam-se em Alde­

gallega, duas, para envasi­lhar, tendo uma lagariça, tanque para deposito de uvas e a*gua canalisada pa­ra o serviço, e outra so­mente para envasilhar, ten­do a agua nas mesmas con - dicções.

Teem os respectivos ca­chorros e mais pertences < que dizem respeito ás ade­gas.

Quem as pretender, pó- de dirigir-se a Arthur Coe­lho, no Largo da Misericór­dia, desta villa.

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ADUBOSHa para vender ás sac-

cas em boas condicções.Para tratar com Julio

Castro, em Sarilhos Gran­des.

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1 í’ P\ H'vliCOM O F F IC IN A D E

C A L D E I R E I R O D E C O B R EEncarrega-se de qual­

quer obra attinenle á arte a que pertence.R. José Maria dos Santos

a i.» i:« ;a 3.m :^ a

Page 4: ÍRAtAfl E TVPOOitAPIlll - mun-montijo.pt · vas da ignorância, e dá á palavra os toros da-immor- ... o preço da passagem con- ... a exame, tendo todos sahi- do approvados, o

O D O M IN G O

C A S A C O M M E R C I A LDE

J U S T Í N O S I M Õ E SR U A D A F A B R IC A — Aldègallega

Espacialidade em chá. café, rssucar. manteigas nacionaes e estrangeiras, massas: dòces, semeas, arroz, legumes, azeite, ] etroleo, sabão de tod. s as qualidades; artigos e fanqueiro e retrozeiro. louças, carne de porco, taba cos, e t<.. etc.

O propriet rio d.esta cosa vende tudo por preços convidativos, e além d'isso todo o freguez tem direito a uma s.enha quando compre a importan- ria de 200 véi? para cima, e quando juntar 5o senhas terá direito a um brinde bonito e valioso.

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CORREEIRO E SELLEIRO 18, RUA DO FORNO, 18

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JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os

trabalhos typogi'aphicos.R. D E JOSÉ M A R IA DOS SANTOS

COMPANHIA FABRIL SINGERP o r 5 oo réis semanaes se adquirem as ceie

bres machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador

da casa a d c o c k <& c<.a e concessionário em Portu­gal para a venda das ditas machinas.

Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Rato yo — Alcochete.

MERCEARIA ALDEGALLENSED E

Jo sé A n ton io N u n es

N ’este estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo p o r isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

A N T I G A M E R C E A R I A DO P O V ODK

D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I OV e s t e cstaiieSecíniejEt© caseou tra-se ã renda pelos preço» assais eonvi-

«latiros. ssbís rariado sortimexto de jsesseros proprios do sess runeo de cobíj- niereio. offereecaá® por isso as maiores garantias aos seus estim areis fre- guezes e a® respeitarei puhiieo.

R U A D O C A H S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

POYOA L D E G A L L E G A , D O R I B A T E J O

Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns

A I N D A M A I S BARATOSGrande collecção dartigos de Retro~eiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .

Selins pretos e de cor para jo rro s de fatos para homem, assim como todos os accessorios para os mesmos.

Esta casa abriu uma SECCÃO E S P E C I A L que muito util é aos habitantesdesta villa, e que é a £Q M P R A EM LISBOA de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o ~êlo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean- cas de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa <? GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

J O Ã O B E N T O & N U N E S DE C A R V A L H O88, R, DIREITA, 90- 2, R. DO CONDE, 2

D E P O S I T O

19 — L-A-iRO-O D A E G B E J A - i g - A

AldegaiSega do Etibatejo

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VINHOS, VINAGRES E AGUARDEN TESE FA B R IC A DE LICORES

G R A N D E D E P O S I T O D A A C R E D I T A D A F A B R I C A D EJANSEN & C. - LISBOA

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CERVEJAS, GAZOZAS, PIROLITOSVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA

— L U C A S & C.* —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

PistilosVinho tinto de pasto de r.a, litro

» )) » » » 2.a, »» branco » » i . a, »» verde, tinto___ » »» abafado, branco » »» de Collares, tinto » garrafa » Carcavellos br.CJ « »» de.Palm ella.. . . » »» do Porto, superior »» da Madeira............ »

TlasagresVinagre t nto de r.a, litro.............

u )> » 2.a, » ..........» branco » ! .% ;» ...........» » » 2.a, » ..........

iJcorcsLico r de ginja de i . a, litro ..........

» » nniz » » » ..........» » c anella............. ............» » ros 1...............................» » hortelã pim enta..........

G ran ito ..................................... ..Com a garrafa mais 6o réis.

d o rs. 40 » 70 »

100 »i5o » 160 » 240 » 240 » 400 » 5oo »

60 rs.5 o » 1S0 » 60 »

200 » 180 » 180 » 180 » 180 » 280 »

Agsiardentesj A lcool 40o .............................. litroí A guardente de prova 3o°. »

» ginja............. »» de bagaço 20'* » i.®» » » 20o » 2 .a» » » 1815. »» » figo 20°. »» » E vora 18’.»

Caasisa Ils*asscaP arati..............

| Cabo V erd e, j C ogn ac..

........... litro. . . . . ».........garrafa

:: G enebra.

320 rs. 320 » 2 4 0 » 160 » i 5o »

140 » 120 » 140 »

700 rs. 600 »

1S200 » lS (-'00 »

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C E R Y E J A S , GAZOZAS E P I R O L I T O SP osto em casa do consum idor

; C erveja de M. rço , duzia.......... 480 rs.» P ilcen er , » ..........» da pipa, m eio barril .

! Gazozas, d u zia ..............................! P irolitos, caixa, 24 garrafas.. .

7 2 0 » 75o » 4 2 0 » 36 > »

C a p ilé , l it r o 28« r é is . co m g a rra fa 3 4 0 s*éisE M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A L ID A D E S

PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A L U C A S & C, A — ALDEGALLEGA