humanizaÇÃo na unidade de terapia e aspectos Éticos

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HUMANIZAÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PROF. ANA KÁTIA

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Page 1: HUMANIZAÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA  E ASPECTOS ÉTICOS

HUMANIZAÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

PROF. ANA KÁTIA

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

O Ministério da Saúde PNHAH (2000)/ humanização nos hospitais;

Mudança na forma de gerir a relação entre usuário e profissional de saúde;

A humanização tem como objetivo aprimorar as relações

humanas em todos os níveis;

Melhoria do relacionamento entre equipe de saúde – pacientes – familiares.

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

Internação/comprometimento orgânico/

Assistência de enfermagem norteada pelo modelo biomédico/positivismo;

Focalizar o sensível/cuidado voltado para aspecto físico;

Controle e manutenção das funções vitais;

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

Cuidado de enfermagem não deve prescindir os aspectos humanísticos e relacional;

Cuidado uma ação técnica/fazer/executar um procedimento;

Sentido de ser;

Tecnologia e tecnicismo predominam;

Cuidados desprovidos de sentimentos do doente e familiares

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

UTI x características próprias como: Situações de risco, ansiedade, risco de morte,

Ênfase no conhecimento técnico – científico;

Tecnologia para o atendimento biológico;

Rotinas rígidas e inflexíveis;

Conturbado ambiente de aparelhagem

Desconforto impessoalidade

Isolamento social

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

Paradigmas;

Premissa ontológica, epistemológica e metodológica;

Paradigma da simultaneidade;

Teoria Humanística de paterson;

A UTI e a objetividade do cuidado-Prescindir aspecto humanístico

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

1. Saúde com bem estar Biopsicosocio-espiritual;

2. Informação oferecida ao Familiar;

3. Enfermeira elemento integrante da equipe;

4. Permanência de um acompanhante contribuir para humanização

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

CONDIÇÃO DO PACIENTE NA UTI

1. Priorizar atividades técnicas-leito/patologia;

2. Regras institucionais referentes a visitas/acompanhantes;

3. Mantidos sem roupas/cuidados locais abertos;

4. Código de ética da enfermagem “ respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cliente”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Para Silva (2004) culturalmente a UTI é um ambiente desconhecido e incerto, que traz aos pacientes e familiares uma idéia de gravidade associada com a perda que, muitas vezes, não é real. A internação na UTI é um momento que normalmente desencadeia estresse, tanto ao paciente e seus familiares quanto à equipe de enfermagem”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Souza (2004) comenta que estes pacientes, comumente dependentes, sentem-se impotentes com a falta de autonomia, isolamento e controle de si mesmos, ficando cercados de pessoas ativas e ocupadas, o que freqüentemente, pode ser um coadjuvante para a instalação da ansiedade, estresse”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Knobel (1998) conceitua que humanizar a UTI significa cuidar do paciente como um todo, englobando o contexto familiar e social, devendo esta prática incorporar os valores, as esperanças, os aspectos culturais e as preocupações de cada um. Cada indivíduo é único e tem necessidades, valores e crenças próprias”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Cintra (apud Silva 2003) comenta que ao resgatar a humanização nas UTIs, proporcionará refletir, cada vez mais conscientemente, sobre o que é ser humano”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Humanizar em Saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas, presentes em todo o relacionamento humano”.

“só é possível humanizar UTIs partindo da nossa

própria humanização”.

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Horta (1979) afirma que quando as necessidades do paciente não são atendidas adequadamente, podem levar ao desconforto, que prolongado, agravam sua doença”.

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

10 (62,5%) sentiam-se seguros com as informações recebidas durante a internação; mas 6 (37,5%) responderam que não;

12 (75%) informaram que o ambiente propiciava repouso e era permitida sua participação em decisões na rotina diária.

Em contrapartida, 4 (25%) relataram distúrbios no ambiente, sendo também as normas e rotinas impostas de maneira rígida;

8 (50%) relataram que obtiveram de forma satisfatória o atendimento às suas necessidades,

Mas os outros 50% não se satisfizeram com o atendimento prestado.

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Vila (2002) diz que o esforço dos enfermeiros em humanizar os cuidados em UTI, é uma tarefa difícil, pois requer atitudes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante”

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

“Na UTI, muito mais do que ligar cabos ao cliente, é preciso ligar a soberania da existência humana à essência da existência, especialmente nos momentos de fragilidade, onde a vida, que é o dom mais precioso, passa por momentos Cruciais”.

“Faz-se necessário compreender que o legado mais importante, é quando no infortúnio da vida, acrescentamos um pouco mais de essência na existência do outro”.

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

Os aspectos éticos mais comuns na UTI incluem decisões do tipo “não reanimar” e “retirar suporte” vital

Determinar os objetivos terapêuticos ao paciente;

Comparar os objetivos com o que pode ser clinicamente elencado;

Não confundir o conceito de futilidade (que significa o tratamento que não surte efeito; poucos o são);

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

Ouando o paciente é incapaz, quem decide por ele? Alguém terá que estabelecer os objetivos/limites do tratamento. Tradicionalmente, segue-se a ordem esposa /filhos/ irmãos.

Documentam-se opções dos pacientes ou familiares, apesar de que dúvidas limitam seu poder decisório;

Familiar que tenha conversado antecipadamente com o paciente (“julgamento substitutivo”) é forma válida de decisão.

Quando fica claro que os objetivos terapêuticos são inalcançáveis terapêuticas pode ser descontinuada. Porém é necessário ser prudente, devendo-se conhecer a fundo o problema .

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

A distanásia apresenta-se como uma das fontes geradoras de dilemas éticos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Prática da distanásia com ênfase na utilização excessiva do suporte tecnológico.

Participação dos familiares e profissionais envolvidos, considerando-se o papel sócio-profissional atribuído a cada um.

Reflexão do tema, com vistas a uma participação mais ativa dos enfermeiros de UTI nos dilemas éticos relacionados à distanásia.

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

Novas modalidades terapêuticas x emprego exagerado em situações questionáveis como:

Tratamentos dispensados a pacientes não recuperáveis;

Uso indiscriminado de arsenal tecnológico para pacientes em processo de morte e a conseqüente sustentação indefinida do suporte vital;

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

A tese médica clássica pauta-se na concepção de que o médico não deve nunca abandonar o tratamento de um paciente, pois "enquanto há vida, há esperança“

Mas, o que fazer diante de um paciente em situações extremas, que a despeito da utilização de todos os recursos de suporte terapêutico

disponíveis, por vários dias consecutivos, não apresenta melhora?

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

A Ética é definida como:

“ um mecanismo de regulação das relações sociais do homem com o objetivo de garantir a coesão social e harmonizar interesses sociais e coletivos”

Situações geradoras de grandes dilemas éticos podem levar pacientes, familiares e profissionais, a se depararem com a necessidade de tomada de decisão no que concerne ao prolongamento ou interrupção das medidas terapêuticas;

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

Reflexões na área da Bioética

A Bioética é entendida como a ética aplicada à vida em um contexto social;

Ética aplicada a situações novas causadas pelo progresso da biotecnologia e os problemas decorrentes da sua aplicabilidade em seres humanos;

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

DILEMAS ÉTICOS NAS UTIS: OS ENFERMEIROS NESSE CONTEXTO

“A angústia profissional dos enfermeiros e a impossibilidade de interferir no processo de decisão dos dilemas éticos pode estar levando alguns enfermeiros a buscarem soluções próprias”

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

DILEMAS ÉTICOS NAS UTIS: A FAMÍLIA NESSE CONTEXTO

Nas UTIs percebe-se a perda de valores humanos, os pacientes são isolados de seus familiares e submetidos a tratamentos com equipes por eles desconhecidas, o que lhes causa ansiedade e angústia

. Nessas circunstâncias, não raro, os familiares se encontram desamparados, carentes de informações e sem orientação;

O cuidar do paciente em uma UTI inclui também o cuidado à família, nela incluída não só os parentes consangüíneos, como também, amigos, namorado ou outra pessoa significativa apontada pela família;

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

 É POSSÍVEL RESOLVER O DILEMA?

No Brasil não existe uma legislação específica que proteja o médico em sua eventual decisão de não iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar ou de abandonar tratamentos fúteis quando não mais pertinentes.

Falta de normas e diretrizes para a abordagem dessas questões;

Faz-se extremamente necessária a discussão de possíveis condutas em relação ao paciente terminal em UTI;

As discussões e o consenso dentro da equipe multidisciplinar e com o paciente (se possível) ou os familiares parece ser o primeiro passo na tomada de decisões em relação às condutas a serem adotadas quando a morte é inevitável.

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

DILEMAS ÉTICOS NAS UTIS: OS ENFERMEIROS NESSE CONTEXTO

As decisões bioéticas assumidas pelo médico, principalmente por sua atuação chave em questões decisórias acerca do tratamento;

Enfermeiros no processo de tomada de decisão de dilemas éticos;

Apesar de importante, muitas vezes tem se mostrado tímida, aquém do que seria desejável e possível..

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

“Quanto aos enfermeiros, cabe a reflexão e análise do que deve ser feito para implementar na prática a sua participação ativa no processo de tomada de decisão e, assim, auxiliar pacientes, familiares e outros membros da equipe na resolução dos problemas éticos presentes no ambiente das UTIs”

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ASPECTOS ÉTICOS NA UTI

“Os dilemas éticos são de difícil solução e trazem desgaste e sofrimento a todos os envolvidos. Assim, certamente, seria mais fácil e menos doloroso se as decisões fossem discutidas e compartilhadas conjuntamente entre os profissionais, paciente, quando possível, e família visando à resolução de eventuais conflitos sobre objetivos e possibilidades reais de tratamento”.

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REFERÊNCIAS

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RICHARDSON, R. et al. Pesquisa social: métodos