humanização - caderno de apresentação

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Instituto de Apoio à Criança Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança Defesa dos direitos da criança nos serviços de saúde e humanização do seu atendimento Caderno de Apresentação Março 2012

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Caderno de Apresentação do Sector da Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança do Instituto de Apoio à Criança

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Page 1: Humanização - Caderno de Apresentação

Instituto de Apoio à Criança

Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança

Defesa dos direitos da criança nos serviços de saúde

e humanização do seu atendimento

Caderno de Apresentação

Março 2012

Page 2: Humanização - Caderno de Apresentação

Contribuir para o Desenvolvimento Integral da Criança, enquanto sujeito de direitos nos serviços de saúde, dando voz aos seus interesses.

Finalidade Ampliar o conceito de Humanização, assumindo a Carta da Criança Hospitalizada como um instrumento de validação, tendo por princípio que a qualidade deve incluir os aspetos psicológicos, sociais e éticos dos cuidados à criança. Propor estratégias de intervenção e apoiar ações no âmbito da defesa dos direitos da criança hospitalizada, promovendo o seu reconhecimento legal. Desenvolver trabalho em parceria, de forma a fortalecer as relações entre as diferen-tes entidades envolvidas na saúde da criança e do jovem. Destinatários Instituições de Saúde, Profissionais do Sector, Famílias e Público em geral. Que Lugar Para a Criança e Para as Famílias no Hospital? Investigações feitas por psicólogos e pediatras nos anos 50 demonstravam que a hospitalização de uma criança e consequente separação da família, tinha consequên-cias negativas no seu bem-estar psicológico e emocional. Acredita-se atualmente que a criança, a sua família e todos aqueles que dela cuidam devem ser vistos como um todo, aceitando-os como parceiros em todas as áreas de cuidados de saúde: aposta-se em cuidados centrados na criança e na família. Reconhece-se, ainda, que as crianças devem ser tratadas com compreensão e sensibi-lidade e que as suas necessidades em termos de desenvolvimento devem ser conside-radas. A excelência do acolhimento e da estadia da criança no hospital é alcançada, a par de um desempenho técnico científico de qualidade, pelo respeito dos direitos consigna-dos na Carta da Criança Hospitalizada.

O Sector...

Carta da Criança Hospitalizada

A Carta da Criança Hospitalizada, adotada em 1988 em Leiden (Holanda), consagra os direitos da criança antes, durante e depois de um internamento hospitalar. A Carta está de acordo a Convenção dos Direitos da Criança das Nações Unidas, no-meadamente crianças entre 0 e 18 anos. Aplica-se a todas as crianças, independentemente da sua doença, idade ou deficiên-cia, da sua origem, do seu meio social ou cultural, ou de qualquer outra razão de tratamento (modalidade ou local), tanto no internamento, como em ambulatório. Encontra-se integrada na Carta Hospitalar de Pediatria e no Plano Nacional de Saúde.

Página 2 Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança

O direito aos

melhores

cuidados é um

direito

fundamental,

particularmente

para as

crianças.

Page 3: Humanização - Caderno de Apresentação

Página 3 Instituto de Apoio à Criança

Anotações à Carta da Criança Hospitalizada

As associações que compõem a EACH concluíram que poderia seria útil e oportuno juntar à Carta de 1988 explicações mais detalhadas, pelo que na Conferência Europeia realizada em Bruxelas em 2001 foram discutidas e adotadas as Anotações à Carta da Criança Hospitalizada. As Anotações foram preparadas para apoiar a implementação da Carta, tendo por base o reconhecimento de que alguns dos seus objetivos permanecem por concretizar na Europa, nomeadamente: - O direito da criança a ter os seus pais junto dela no hospital é, por vezes, condiciona-do e dependente da idade da criança, doença ou nível social da família. - As necessidades específicas dos adolescentes no hospital não estão, frequentemen-te, consignadas e as crianças são ainda admitidas nas enfermarias de adultos. - Na rotina diária do hospital dá-se, ainda, pouca importância ao que se conhece so-bre as necessidades psicológicas, emocionais e sociais das crianças nas diferentes idades e fases de desenvolvimento, sua origem e seu meio social e cultural. - O controlo da dor é ainda uma área negligenciada, faltando igualmente orientações para as equipas médicas no terreno, quando uma criança mostra sinais de abuso ou maus-tratos. As Anotações à Carta da Criança Hospitalizada mostram quão relevantes são ainda os artigos da Carta e como eles deveriam ser lidos e compreendidos à luz da situação atual dos cuidados de saúde às crianças.

Todos os direitos mencionados na Carta e todas as medidas tomadas ou deduzidas a partir desta devem, em primeiro lugar, ser consideradas no superior interesse da criança. O Sector da Humanização do Instituto de Apoio à Criança lançou, em 1996, a 1ª edi-ção da Carta da Criança Hospitalizada em Portugal. Desde a 1ª edição, foram publica-dos um total de 14 500 exemplares da Carta.

“O afeto é uma arma terapêuti-ca tão impor-tante como as formas clássicas da terapêutica médica.” Torrado da Silva

(1996)

Page 4: Humanização - Caderno de Apresentação

Página 4 Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança

O Sector da Humanização divulgou a Carta da Criança Hospitalizada em todos os hos-pitais portugueses. Desenvolve ainda diversos estudos a nível nacional de forma a sensibilizar os diferentes intervenientes no processo de humanização e propor estra-tégias de intervenção com vista à melhoria da qualidade no atendimento à criança. Um dos estudos já realizados foi “A Idade Pediátrica: Internamento de Crianças e Adolescentes em Unidades de Adultos” (1998). Tendo como principal objetivo aferir o grau de cumprimento da não admissão de crianças em serviços de adultos, verificou-se que a idade limite para internamento nos serviços de pediatria, embora muito variável, é na sua generalidade de 14 anos, sendo que os hospitais não possuem en-fermarias separadas para os adolescentes, nem realizam uma preparação específica para os casos que acabam por ir para a enfermaria dos adultos. Com o intuito de averiguar os casos de internamento de crianças por questões sociais, desenvolveu-se o estudo exploratório “Criança retida nos Serviços de Saúde” (2002), de onde ressaltou a incapacidade das estruturas existentes na comunidade para su-portar todas as situações sociais que chegam ao hospital quotidianamente. Outra área de relevo na investigação do Sector prende-se com a dor na criança. Com o estudo “A Dor na Criança – Atendimento de Crianças e Jovens nos Centros de Saúde” (2002-2006), foi possível caracterizar os recursos humanos existentes para o atendimento de crianças e jovens nos Centros de Saúde e aferir as atitudes e compor-tamentos dos profissionais face à dor na Criança em procedimentos específicos dos Cuidados de Saúde Primários. Simultaneamente, o Sector desenvolveu um estudo mais abrangente, “Acolhimento e Estadia da Criança e do Jovem no Hospital” (2002-2006), com o objetivo de caracte-rizar as condições de acolhimento e de estadia de crianças e jovens nos hospitais portugueses. Com base neste estudo, foi elaborado um Guia que inclui, para além dos resultados do estudo, textos de especialistas de diversas áreas e uma ficha de caracte-rização, constituindo um elemento de consulta para qualquer cidadão, permitindo-lhe identificar o perfil pediátrico de cada hospital.

O nosso trabalho

Acolher...

“… é aceitar o

outro no que

tem de específi-

co, de particular,

de único. (…)

… não é um

dom, é uma

competência

profissional (…)”

APACHE

O Sector da Humanização aposta, atualmente, não só no desenvolvimento de estu-dos, mas também na área da promoção da saúde. Acrescenta-se ainda a produção de materiais para dar continuidade à divulgação da Carta da Criança Hospitalizada. Programa “A Descoberta do Ser… o nascimento, a infância, a adolescência, o adulto” “A Descoberta do Ser…” é um programa de prevenção primária, na âmbito da Educa-ção para a Saúde - Sexualidade, que visa promover a saúde, prevenir a doença e pre-venir e modificar comportamentos de risco. Embora possa ser desenvolvido com crianças, jovens e pais, são os profissionais de educação, nomeadamente os professores, que mais têm solicitado o apoio do Sector, através de formação adaptada às diferentes realidades. O objetivo geral desta forma-ção é capacitar os profissionais de educação para uma abordagem integrada da sexualidade em contexto de sala de aula, com objetivos específicos diferenciados

Identidade, Emoções e Sentimentos, Corpo, Relações interpessoais, Tomada de Decisão, Comportamentos Protetores, Comunicação, Assertividade, Respeito, Diversidade e Autoestima.

Page 5: Humanização - Caderno de Apresentação

Participação Internacional

São diversas as associações congéneres com as quais o Sector da Humanização cola-bora, beneficiando de uma valiosa troca de saberes e experiências e de uma perma-nente atualização das ações respeitantes aos direitos da criança hospitalizada.

EACH - ASSOCIAÇÃO EUROPEIA PARA AS CRIANÇAS HOSPITALIZADAS

Criada em 1993, a EACH agrupa várias associações envolvidas no bem-estar de todas as crianças antes, durante ou depois de um internamento hospitalar. Atualmente, são membros da EACH 18 associações pertencentes a dezasseis países da Europa e ainda o Japão.

As atividades das associações-membro estão adaptadas às necessidades particulares de cada país e estão basicamente orientadas para: aconselhar, informar e apoiar famílias e todos aqueles que cuidam de crianças doentes independentemente da sua doença; promover a preocupação com o seu bem-estar entre os médicos, os enfer-meiros e outros profissionais; e negociar com as autoridades governamentais, no sentido de melhorar os cuidados prestados às crianças nos serviços de saúde.

APACHE - FRANÇA

Criada em 1982 é um dos membros fundadores da EACH. Pretende colocar a criança no seio das discussões sobre os cuidados hospitalares e, para um Ação com impacto internacional, compartilha experiências positivas do que é atualmente feito em Fran-ça com associações congéneres.

SPARADRAP - FRANÇA

Criada em 1993, esta associação francesa produz materiais informativos para que as crianças compreendam melhor o mundo médico e hospitalar, aconselha os pais de modo a incluí-los como parceiros nos cuidados e forma os profissionais envolvidos na saúde da criança para que este conheçam, por exemplo, as necessidades psicológicas das crianças.

GRUPO DE TRABALHO “PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA AS CRIANÇAS E

ADOLESCENTES NO HOSPITAL” - REDE INTERNACIONAL DOS HOSPI-

TAIS PROMOTORES DE SAÚDE/OMS

Grupo de trabalho internacional constituído em 2004 e da qual o Sector da Humaniza-ção é membro desde Maio de 2009.

Considerou como área prioritária o “respeito dos direitos das crianças nos hospitais” e produziu o Modelo e Ferramenta de Autoavaliação “Respeito dos Direitos da Criança no Hospital” para ser utilizado nos serviços de saúde. O modelo tem como objetivo permitir aos profissionais, serviços e Hospitais perceberem em que medida estão a cumprir os direitos das crianças quando prestam cuidados.

Este modelo foi testado a nível internacional em 15 hospitais e, em Portugal, aplicado em três serviços de Pediatria (Caldas da Rainha, Cascais e São Francisco Xavier).

Página 5 Instituto de Apoio à Criança

Page 6: Humanização - Caderno de Apresentação

Página 6 Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança

Projetos em Curso

Carta da Criança Hospitalizada - versão para crianças Desde a criação da Carta da Criança Hospitalizada, há 16 anos, que a sua divulgação, bem como ações concretas no aprofundamento da defesa e do cumprimento dos direitos nela expressos, têm sido uma constante. Tendo em conta o direito à informação e à participação das crianças, preconiza-do pela Convenção sobre os Direitos da Criança e ainda pela Carta da Criança Hospitalizada, o Sector sempre preten-deu que as crianças tivessem conheci-mento dos seus direitos, de forma adaptada à sua idade… e que melhor do que através de um conto? Assim, com a colaboração voluntária da escritora Rosário Alçada Araújo e da ilustradora Carla Nazareth foi possível criar o livro “Um Príncipe no Hospital”, que será publicado em 2012. Kit “Dói que não dói” Tem como objetivo facilitar a situação de hospitalização (internamento ou hospital de dia), promovendo o uso de abordagens lúdicas na preparação para procedimentos. Baseia-se na distribuição de Kits que contêm materiais que familiarizam a criança com a vivência no Hospital e permitem informá-la e prepará-la para diferentes procedi-mentos, de forma adequada à sua compreensão. Pretende ainda sensibilizar e formar os profissionais para a utilização de abordagens lúdicas no controlo da Dor na Criança e reforçar o papel da família enquanto parceiro na prestação de cuidados de saúde.

“Cada mo-mento de ale-gria e de brin-cadeira ajuda a aliviar a alma e acelera as melhoras” I. Lindquist

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Página 7 Instituto de Apoio à Criança

Respeito dos Direitos da Criança no Hospital Objetivo Geral Contribuir para o aumento do respeito dos direitos das crianças nos Hospitais e Servi-ços de Saúde. Objetivos Específicos 1. Medir o nível de cumprimento dos direitos das crianças nos Hospitais/serviços participantes e identificar as lacunas e constrangimentos existentes em termos de estrutura e de procedimentos; 2. Promover a discussão dos resultados entre os participantes (gestores hospitalares e os profissionais de saúde) e levá-los refletir sobre os seus conhecimentos, atitudes e práticas; 3. Aferir os resultados encontrados através da opinião de crianças, adolescentes e famílias (sempre que possível); 4. Identificar áreas prioritárias a melhorar e propor medidas que favoreçam a mudan-ça; 5. Monitorizar e avaliar as melhorias que se venham a verificar. Tem como objetivo levar os gestores hospitalares e os profissionais de saúde que prestam cuidados pediátricos a refletir sobre os seus conhecimentos, atitudes e práti-cas em função dos direitos das crianças, na perspetiva de melhorarem o seu desem-penho. Dirige-se a todos os Hospitais do País onde se atendem crianças. Utilizam-se instru-mentos de auto avaliação para os profissionais de saúde e processos para recolha de opinião das crianças, adolescentes e familiares. Os resultados são discutidos entre equipas dos diferentes hospitais e com a equipa do projeto.

Projetos em curso

Qualidade

Participação

Cultura de direitos

Sensibilização

Conhecimento

Avaliação

Envolvimento de profissionais de saúde, administrações hospitalares, famí-lias, crianças e adolescentes

Page 8: Humanização - Caderno de Apresentação

Contactos Rua Sampaio e Pina,

Nº 12, R/C 1070-249 Lisboa

PORTUGAL

Telefone:

+351 21 380 73 00

Fax:

+351 21 386 91 99

Telemóvel:

+351 96 701 01 31

E-Mail: [email protected]

www.iacrianca.pt

Publicações

• “Carta da Criança Hospitalizada” (brochura) – 1996 • “Carta da Criança Hospitalizada” (cartaz) – 1997 • “Actas do Encontro: A Criança e os Serviços de Saúde – Humanizar o Atendimento” – 1997 • “In Memoriam” – 1998, em homenagem póstuma ao Prof. Doutor Torrado da Silva, Pediatra e sócio fundador do I.A.C. • “Actas do Encontro: Reflectir as práticas para melhorar o desempenho” – 1999 • “Comentários à Carta da Criança Hospitalizada” - 2000 • “Legislação: Criança, Adolescente e Saúde” - 2002 • “Anotações à Carta da Criança Hospitalizada” - 2004 • “A Dor na Criança – Guia de atitudes e procedimentos” – 2006 • “Acolhimento e Estadia da Criança e do Jovem no Hospital” – 2006 • “A Dor na Criança - Atendimento de Crianças e Jovens nos Cen-tros de Saúde” - 2006 • “Maria de Lourdes Levy – Porque não Desisto!” - 2006