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Ensino Médio e formação humana integral ETAPA I – CADERNO I

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formação para professores do estado

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Ensino Médio e formação humana integral

ETAPA I – CADERNO I

Contribuir para a reflexão a respeito da realidade atual do Ensino Médio partindo de uma rápida retomada de suas origens e conformação histórica no país.

• Apresenta indicadores e informações;

• Enumera desafios a serem enfrentados

Designa em todos os países a etapa de ensino situada entre a educação elementar e o ensino superior. Basicamente destinada a formação de jovens adolescentes e de jovens e adultos que a ela não tiveram acesso na chamada idade própria.

“Nó da relação social implícita no ensino escolar nacional” (CURY, 1991).

Período posterior a emancipação política – marco do ensino secundário:•A educação é desvinculada da igreja;•As aulas Régias “avulsas” substituíram o curso de humanidades dos jesuítas. Ensino de Latim, Grego, Filosofia e Retórica. Preparar os filhos das elites para o ingresso no curso superior;•Ato adicional de 1834 confere autonomia para as províncias (federalismo) para legislar a “instrução pública” nos níveis primário e médio. O Ensino superior era ofertado na corte – surgem os Liceus;•Colégio Pedro II no Rio de Janeiro era a referência para a organização dos Liceus provinciais. Curso de Bacharel em letras (acesso direto ao superior) – formar elites nacionais;•Certificado de conclusão desnecessário ao curso superior.

• Institui padrão dualista de ensino (Beisiegel): instrução primária à cargo dos Estados (para o povo), secundária e superior por conta do governo federal (para as elites). O povo não tinha acesso ao secundário.

• Educação Popular: primário; profissional e Normal/Magistério;

• Educação de Elite: ginásio, secundário e superior (para homens);

• O secundário era seletivo: socialmente, pedagogicamente e profissionalmente - formar quadros dirigentes;

• Curso profundamente seletivo.

• Golpe civil militar coloca Getúlio Vargas na Presidência por 15 anos.

Ministro da educação e saúde Francisco Campos;

• Reforma Francisco Campos (1931): regulamentou e organizou o

ensino secundário, além do ensino profissional e comercial -formar

para a atuação em todos os setores da atividade nacional e a tomar

decisões;

• Curso secundário dividido em dois ciclos (modelo dos liceus

italianos):

Cultura geral: 5 anos / Complementar: 2 anos - preparação para o

ensino superior (Medicina, direito e engenharia) e educação,

ciências e letras

• A Reforma Francisco Campos estabeleceu como ensino pós-primário:

- Secundário (único que dava acesso ao ensino superior)

- Magistério - Profissional (comércio e indústria)

• Reforça a dualidade • Exame de admissão ao secundário (agravo no caráter

seletivo)• Número limitado de estabelecimentos públicos

secundários• Valores da educação: religião, pátria e família.

Leis Orgânicas (Reforma Capanema - Ministro Gustavo Capanema)

•Organizou o ensino profissional: industrial, comercial, agrícola e Normal (cursos técnicos) atribuindo direito ao vestibular em áreas relacionadas (Ensino de segunda classe);•Organizou o ensino secundário em dois ciclos: ginasial com 4 anos e um segundo ciclo de 3 anos com a opção de clássico e científico;•Dos 629 estabelecimentos de oferta do secundário, 530 eram particulares, destes, 196 em são Paulo, que também possuía a maioria das ofertas públicas (43 das 99);•Principal inovação: ensino profissional como nível médio.

• Grande expansão do Ensino Médio;• Equivalência do cursos do Ensino Médio e técnicos,

possibilidade de transferência e acesso ao superior (LDB nº 4024/61);

• Lei nº 5692/71 – obrigatoriedade do ensino de oito anos (funde primário ao ginasial);

• Nova nomenclatura – 1º grau (8 anos) e 2º grau (3 anos);• Profissionalização compulsória do Ensino Médio;• Educação subordinada ao mercado de trabalho com base

na teoria do capital humano.

Consequências da profissionalização compulsória conferida pela Lei nº 5692/71:

•Empobrecimento dos currículos escolares;•Esvaziamento dos conteúdos da formação geral;•Descaracterização e desqualificação do Ensino Médio;•Melhor estrutura física e humana nas Escolas técnicas federais – educação de elite / dualidade invertida;•Grande exclusão: dos 93 milhões de habitantes em 1970, 15,9 milhões estavam matriculados no 1º grau e 1,1 milhão no 2º grau.

• Constituição de 1988

• LDB 9394/96 – Ensino Médio ganha uma identidade própria como

etapa final da Educação Básica. Esta passou a constituir desde a

educação infantil, ensino fundamental (1º grau), ensino médio (2º

grau) e EJA. Possibilidade de se articular de forma integrada em um

mesmo curso, com a profissionalização;

• Desescolarização do ensino técnico e o predomínio do modelo de

competências para ajustar a educação escolar às demandas do

mercado (Decreto nº 2208/07);

• Presença de organismos internacionais interferindo na educação.

• Formação Humana Integral (Decreto nº 5154/04) – reintegra o ensino técnico ao médio;

• Educação profissional integrada à EJA - PROEJA (Decreto nº 5.840)

• FUNDEB – recursos para o ensino médio integrado e Educação de Jovens e Adultos;

• DCNEM – sistematiza as principais conquistas democráticas do movimento social organizado;

• Programa Brasil Profissionalizado – fortalecimento das redes estaduais de educação profissional e tecnológica, modernização e expansão das redes públicas de ensino médio integrado à educação profissional

Manter os alunos na escola!

• De cada quatro alunos matriculados, um não tem sucesso na aprovação para a série seguinte, ou para concluir o ensino médio;

• O aumento das matrículas (na rede estadual) corresponde um aumento nas taxas de reprovação e estabilidade nas taxas de abandono;

• Quanto aos estudantes com idade de 15 a 17 anos no ensino médio o percentual de taxa líquida ainda é baixo - 17,3% para 50,9% no período entre 1991 a 2010;

• A outra metade da juventude ainda está no fundamental (34,3%) ou está sem frequentar a escola PNAD/IBGE (2010).

• A proporção de jovens entre de 18 a 24 anos, que possuem escolaridade média é ainda muito baixa, apenas 37,9% (PNAD/IBGE, 2009);

• Os que apenas trabalham são quase metade da população , entre 18 a 24 anos, 15% só estudam, outros 15,5% estudam e trabalham, condição que leva muitos alunos do noturno ao abandono precoce.

• O ingresso no mercado de trabalho consiste em um dos importantes motivos da evasão escolar (MORAES e KRUPPA, 2013);

• O trabalho é uma questão central para os jovens brasileiros “Faz parte da juventude” (CORROCHANO et al. 2008).

Nesse panorama a quem interessa pensar um sistema

educacional voltado exclusivamente para os

adolescentes e jovens que só estudam? E o que dizer

para esse grande contingente que vive a experiência do

trabalho na juventude?

O Ensino Médio é um direito social de cada pessoa, e dever do Estado na sua oferta pública e gratuita a todos” (Art. 3º) e que “[...] em todas as suas formas de oferta e organização, baseia-se [...] (Art. 5º)” na “Formação integral do estudante” (Art. 5º, Inciso I).

Concepção comum, igualitária. As especificidades devem ser consideradas no projeto pedagógico e na organização curricular, sem prejuízo da garantia da base comum, assentada na concepção de formação humana integral.

• Não pode centrar-se exclusivamente nos conteúdos voltados para o acesso ao ensino superior (vestibular ou ENEM), tampouco o foco pode ser a formação instrumental para o mercado de trabalho (empregabilidade), ambos são mutiladores do ser humano e unilaterais;

• Deve contribuir para a formação de sujeitos capazes de participar politicamente das esferas pública e privada em função de transformações para uma vida mais justa, em via contra hegemônica à lógica da globalização;

• Implica um esforço de superar as expectativas de aprendizagens a partir de um viés individualista centrado nos resultados (XIMENES, 2012);

• Para a formação humana integral, com base nos

conhecimentos do trabalho, da cultura, da ciência e

tecnologia;

• Incorporação ao currículo de conhecimentos que

contribuam para a compreensão do trabalho como

princípio educativo. Duplo sentido: ontológico e histórico.

• Reflexão sobre o mundo, sobre as correlações de forças

existentes, saberes construídos e relações que se

estabelecem.

Com base no Projeto de Lei nº 8.035/2010, o atendimento às metas do Plano Nacional de Educação que se relacionam à população com idade entre 15 e 17 anos:

• Meta 3 – Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.

• Meta 4 – Universalizar, para a população de 4 a 17 o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino;

• Meta 6 – Oferecer educação em tempo integral em cinquenta por cento das escolas públicas de educação básica;

• Meta 10 – Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de EJA na forma integr-ada à educação profissional

2º) ampliar a oferta pública de EM de qualidade, gratuito, pedagogicamente integrado ao seu caráter formativo em termos de cultura, trabalho, ciência e tecnologia.

• Necessidade de garantir aos que acessam a escola pública no período noturno a mesma qualidade que é oferecida no período diurno;

• Políticas de melhoria das condições de trabalho e de valorização dos professores e funcionários de escola.

3º) Compete à instituição escolar definir, a partir do PPP, os objetivos e as melhores estratégias para alcançar e avaliar a aprendizagem do grupo de estudantes.