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1 Proposta de CADERNO TEMÁTICO Professora PDE: ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO Área PDE: Pedagogia NRE: Cornélio Procópio Professora Orientadora IES : MS. Marília Bazan Blanco IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná: UENP Cornélio Procópio, Paraná 2008

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Proposta de CADERNO TEMÁTICO

Professora PDE: ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO

Área PDE: Pedagogia

NRE: Cornélio Procópio

Professora Orientadora IES : MS. Marília Bazan Blanco

IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná: UENP

Cornélio Procópio, Paraná

2008

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ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO

DIFICULDADES ENFRENTADAS

POR PROFESSORES E ALUNOS

NO ENSINO MÉDIO NOTURNO

Proposta de Caderno Temático apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Pedagogia Orientadora Profª Ms. Marília Bazan Blanco

.

Cornélio Procópio, Paraná

2008

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SUMÁRIO

1.Apresentação ................................................................................................... 05 2. Dificuldades encontradas pelos professores e alunos no Ensino Médio Noturno ............................................................................................... 06 2.1. O Ensino Médio Noturno no Brasil ............................................................... 06 3. Fracasso Escolar X Sucesso Escolar – Vencendo desafios- ...................19 3.1.Indisciplina. Um desafio para todos os professores ....................................... 23 4. Metodologia Didática no Ensino Médio Noturno – Em busca de mudança prática ..................................................................... 25 4.1. Sugestões metodológicas ............................................................................ 27 4.1.1 . Exposição oral ....................................................................................... 28

4.1.1.1. Vantagens do método ............................................................................ ..28 4.1.1.2. Desvantagens do método ...................................................................... 28 4.1.2. Perguntas e respostas .............................................................................. 28 4.1.2.1. Vantagens do método .............................................................................. 28 4.1.2.2. Desvantagens do método ..... ................................................................. 29 4.1.2.3. Cuidados a serem observados, para a sua utilização........................... 29 4.1.3. Discussão ou debate ................................................................................ 29 4.1.3.1. Vantagens do método .............................................................................. 30 4.1.3.1. Desvantagens do método ........................................................................ 30 4.1.4. Philips 66 ....................................................................................................30 4.1.5. Trabalho em duplas ................................................................................... 31 4.1.6. Técnica da entrevista ................................................................................ 31 4.1.7. Dramatização ............................................................................................. 31 4.1.8. Redação ................................................................................................... 32 4.2. Atividades para abertura do período letivo ......................................................32 4.2.1. O Barbante .................................................................................................32 4.2.2. Jogando bola.................................................................................................33 4.3 Aulas dinâmicas com recursos simples .........................................................33 4.3.1. Cordel pedagógico .......................................................................................34 4.3.2. Transparência em retroprojetor ....................................................................34 4.4. Apresentação e revisão de conteúdos ............................................................34 4.4.1. Campeonato do saber ..................................................................................34 4.5. O filme na sala de aula .................................................................................35 4.5.1. Como analisar um filme ...............................................................................37 4.5.3. Dramatização de situações do vídeo assistido e discutido ..........................38 4.5.. Sugestões de filme .......................................................................................38 4.6. Ações para serem executadas na primeira semana de aula .........................39 5. Considerações finais ....................................................................................45 6. Referências .......................................................................................................48

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IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA PDE: ROSANGELA APARECIDA RIBEIRO GONDO

ÁREA PDE : PEDAGOGIA

NRE: CORNÉLIO PROCÓPIO

PROFESSORA ORIENTADORA IES: Profª Ms MARILIA BAZAN BLANCO

IES VINCULADA:UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ –UENP

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO:COLÉGIO ESTADUAL CECÍLIA MEIRELES -

EMN

PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: PROFESSORES E ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO DO PERÍODO NOTURNO DO COLÉGIO ESTADUAL CECÍLIA

MEIRELES – EMN

TEMA: Práticas Pedagógicas no Ensino Médio Noturno

TÍTULO: Dificuldades enfrentadas por professores e alunos no Ensino Médio

Noturno

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1. APRESENTAÇÃO

Este Caderno Temático se refere à necessidade de se propiciar um canal de

reflexão, discussão e ação junto aos professores que atuam no Ensino Médio

Noturno e, conseqüentemente, promover a melhoria de um ensino, que há muito

tempo é apenas uma simulação. Sendo assim evidenciamos a complexidade do

processo de mudança, pois representa um desafio. Não se pode mudar por

decreto ou por querer deste ou daquele grupo. Mudança é processo e sendo

assim, exige um árduo trabalho de desconstrução e reconstrução a que atores

desse processo, terão que se dedicar com competência e pacientemente. Não se

trata apenas de mudar, mas de inovar.

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2. Dificuldades encontradas pelos professores e alunos no Ensino Médio

Noturno.

2.1. O Ensino Médio Noturno no Brasil

As desigualdades educacionais refletem desigualdades sociais e, muitas vezes, umas reforçam as outras . Nesse sentido, identificar as características sociais dos jovens e adultos que cursam o ensino médio noturno são fundamental para que se possam pensar políticas que visem a corrigir essas desigualdades.(OLIVEIRA, 2004 )

Aravés da história percebe-se que essa preocupação no Brasil data dos

tempos do Império e como caracteriza Carvalho (1994, pág 27) “aos que a idade

e necessidade de trabalhar e não podiam freqüentar os cursos diurnos”.

Continua, Carvalho, “seus professores recebem apenas uma pequena

gratificação para se encarregar dessas aulas”. Estudar a noite, era uma condição

apenas para pobres e sempre com o caráter de profissionalização como

aprendizado de um ofício.

Deste modo, a formação de trabalhadores e cidadãos no Brasil constituiu-se historicamente a partir da categoria de dualidade estrutural, uma vez que havia uma nítida demarcação da trajetória educacional dos que iriam desempenhar funções intelectuais ou instrumentais, em uma ociedade cujo desenvolvimento das forças produtivas delimitava claramente a divisão entre capital e trabalho traduzida no taylorismo-fordismo como ruptura entre as atividades de planejamento e supervisão por um lado e de execução por outro” ( KUENZER apud KUENZER, 2005. p.27).

Datam do Império as primeiras classes noturnas para atender aqueles

que precisavam trabalhar e não podiam freqüentar o ensino médio diurno. Logo se

percebe que os resultados não foram os esperados e a freqüência diminuía

sensivelmente.

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Acácia Kuenzer (2005) nos remete a 1909 quando a partir da criação de 19

escolas de artes e ofícios é que surge a idéia de escolas técnicas “e antes de

pretender atender às demandas de um desenvolvimento industrial praticamente

inexistente obedeciam a uma finalidade moral de repressão: educar pelo trabalho,

os órfãos, pobres e desvalidos de sorte, retirando - os da rua.”

Inicia a divisão “oficial” do ensino entre ricos e pobres, pois, segundo

Kuenzer (2005), para a elite a trajetória escolar partia do ensino primário seguido

pelo secundário propedêutico que era completado pelo ensino superior e ai havia

a escolha dos ramos profissionais. A partir da década de 30 se acentuam as

características dicotômicas entre profissional e formação acadêmica. A população

passa a pleitear a criação de maior número de ginásios mantidos pelo Estado, pois

a rede de ensino secundário era quase exclusivamente constituída por entidades

privadas, leigas ou confessionais.

Aumentou a procura pelas escolas de nível médio,como meio de ascensão

social, a industrialização crescente e o interesse de políticos, foram alguns dos

fatores que acelerou a multiplicação dos ginásios.

Havendo uma diversidade de ramos do ensino médio, o trabalhador–

estudante só poderia optar pelos cursos que oferecessem ocupações imediatas,

como os cursos comerciais, que para a elite serviam como trampolim para o

ensino superior, e para a classe trabalhadora como ponto de parada.

Segundo Kuenzer(2005) em 1942 temos a reforma Capanema, que faz o

ajuste entre as propostas pedagógicas para a formação de intelectuais e

trabalhadores e as mudanças que estavam ocorrendo no mundo do trabalho. É

criado para as elites os cursos médios de 2º Ciclo, científico e o clássico, com

duração de três anos, com o intuito de preparar os alunos para o ensino superior

Continua Kuenzer(2005) a formação profissional destinada

aos alunos- trabalhadores passa também a contar com alternativas em nível

médio de 2º ciclo: o agrotécnico, o comercial técnico, o industrial técnico e o

normal, que não davam acesso ao ensino superior.

É desse período de 1942, também, a criação das escolas

técnicas. A partir da transformação das escolas de artes e ofícios. Criação

também em 1942 do (SENAI) e 1946 do (SENAC) para atender a demanda do

crescente desenvolvimento industrial que exigia mão-de-obra qualificada.

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Cria-se uma dualidade estrutural na constituição do Ensino

Médio e profissional no Brasil com caminhos diferenciados preparando uns para

exercer funções de dirigentes; outros preparando para o mundo do trabalho.

A partir de 1961, com a promulgação da lei das Diretrizes e Bases da

Educação Nacional - lei 4024/61, (20/12/61) essa realidade sofre uma significativa

mudança no mundo do trabalho. O desenvolvimento crescente dos vários ramos

profissionais dos setores secundário e terciário faz com que aconteça o

reconhecimento de outros saberes não só de cunho acadêmico. Pela primeira

vez a legislação educacional estabelece a equivalência entre os cursos

profissionalizantes e propedêuticos para fins de prosseguimento nos estudos.

Em 1971, a Lei nº 5692/71, que une o antigo curso primário e o ginasial,

foram suprimidas do ensino de primeiro grau as diferenças curriculares

representadas pelos antigos ramos de ensino médio, mas continuou a persistir

uma segregação relacionada com a origem social, indicada pela distribuição nos

cursos públicos e particulares diurnos e noturnos.

A partir dos dados referentes ao início do funcionamento dos cursos

noturnos e do estudo da legislação escolar, nota – se que muito pouco foi feito no

intuito de adaptá–lo às condições específicas dessa população, tampouco para

aproveitar a experiência vivida desse aluno-trabalhador.

O Ensino Médio Noturno historicamente tem sofrido muitas transformações,

tanto na sua concepção quanto na sua execução, seja através das práticas

pedagógicas ou das legislações. Tal transformação advém das dinâmicas da

própria sociedade, que tem na escola um reflexo. À medida que as demandas

sociais vão surgindo, novas exigências são postas à escola e em especial ao

ensino noturno, que tem um quadro de jovens estudantes inseridos no mercado

de trabalho sem a devida qualificação, e com jornada de oito ou mais horas diárias,

que lá estão por extrema necessidade de sobrevivência.

Esta condição de aluno-trabalhador talvez seja a característica mais forte

dos alunos do ensino médio noturno, condição esta de trabalhador desqualificado

e superexplorado ao peso de um salário vil e de uma insuportável dupla jornada

de trabalho: a da fábrica, loja, escritório ou rural, e a da escola noturna. ( Pucci,

1995) .

Tendo em vista as dinâmicas sociais especialmente no

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mundo do trabalho pergunta-se constantemente, qual o papel da escola no

atendimento ao aluno trabalhador? A escola está preparada para atender

adequadamente a esses alunos, bem como aos seus anseios e expectativas? Que

conhecimentos tem-se da realidade social na qual os alunos estão inseridos?

Entendemos que realidade é o que se vê. Contudo, faz-se

necessário aprender a vê-la, identificar suas características, e tentar encontrar

meios para trabalhá-la.

O aluno matriculado no período noturno, na sua grande maioria, já está engajado em trabalho assalariado durante o dia, quase sempre em turno de oito horas. O estudo à noite parece representar um prolongamento da jornada de trabalho, por mais quatro a cinco horas, tanto para o aluno, como, muitas vezes, para o professor. E o trabalho precoce desses alunos decorre da necessidade de sobrevivência das famílias das classes trabalhadoras no momento social que atravessamos (CARVALHO,1994,pág.12)

Portanto não é apenas a descoberta de novas técnicas pedagógicas ou

legislação que possam melhorar ou reformar o ensino noturno. É algo muito mais

complexo, que exige aprofundamento do estudo e desafio de tentar superar a

concepção de trabalho produtivo nessa formação social.

Para Oliveira (2004) “não basta levantar a realidade social de uma escola,

os indicadores de matrícula, renda familiar, idade, sexo, moradia. Mapear esses

elementos é extremamente importante para um contato inicial com essa realidade,

entretanto eles não dizem tudo."

É preciso, sobretudo, aprender a vê-la e reconhecê-la

como historicamente determinada, para tentar compreender o sentido que esta

realidade social tem para os professores e alunos do noturno: quais as condições

difíceis que alunos e professores enfrentam em seu cotidiano, assim como os

mecanismos que recorrem para superar essas dificuldades.

É certo que a educação passa por problemas extremamente graves. E

esses problemas têm a sua vertente exatamente nas escolas, mais precisamente,

nas salas de aula que é onde se dá, na prática, a relação entre aluno e professor, e

onde pretensamente, deve acontecer o processo de ensino-aprendizagem.

Pesquisa realizada em finais da década de 90

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demonstrava que mais da metade dos jovens que cursavam o ensino médio não tinha expectativa de prosseguir seus estudos, tentando ingresso na universidade. Observando a rápida expansão da matrícula no ensino superior, paralelo ao crescimento do número de concluintes do ensino médio, não estaríamos diante de mudanças nas expectativas escolares destes alunos? (OLIVEIRA, 2004).

Todas estas transformações têm induzido mudanças nas concepções

relativas ao modo como se aprende, tanto nas formas de interação entre quem

aprende e quem ensina, quanto ao modo como se reflete sobre a natureza do

conhecimento (Teodoro, 1992). Nesta permanente mudança o ensino tradicional

baseado na transmissão de um conjunto de conhecimento e na aprendizagem

passiva e individual, não dá resposta às solicitações do indivíduo.

Os alunos dos cursos noturnos vão para a escola por motivos vários, entre

os quais se pode citar:

1) as condições que as empresas impõem ao contratar jovens trabalhadores de

que estes estejam matriculados em escolas noturnas, pois estudos realizados por

Rodriguez e Héran,(2005) comprovam que 57% dos estudantes ou já trabalham ou

estão em busca de trabalho;

2) vão à escola para encontrar seu grupo social ;

3) para buscar algo melhor na vida.

O aluno-trabalhador busca na escola à noite sem “dúvida” algo que lhe

interesse, ou seja, além das necessidades naturais, quer também formação e

informação que o auxiliem no dia-a-dia, na luta pela sobrevivência. Sendo assim,

se a escola não lhe oferecer o que ele busca, com certeza será levado a

abandoná-la. Outros motivos também podem reforçar esse abandono da escola.

Os alunos, portanto, buscam nas escolas muito mais do

que instrução; buscam igualdade de oportunidades e formas de não-exclusão. As

experiências vividas no ambiente de trabalho marcam profundamente a relação

com a escola e criam uma expectativa imediatista a respeito do que a escola pode

lhes oferecer.

Rodrigues (1995) afirma que esse trabalhador- estudante freqüentador dos

cursos noturnos experimenta diariamente uma divisão social. Durante o dia ele

trabalha, produz, realiza. E à noite, ele deve pensar refletir, calcular e planejar.

Passa, portanto, da condição de trabalhador manual para a condição de

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trabalhador intelectual o que faz com que ele estabeleça com a escola um tipo de

relação diferente daquele estabelecido pelos alunos que freqüentam a escola em

cursos diurnos.

Um dos aspectos mais gritantes dessa relação pode ser revelado na forma

de exclusão que o ensino noturno provoca, pois o aluno que o freqüenta recebe

ensino defasado em relação ao oferecido nos cursos diurnos.

A escola noturna como instituição não se refere ao seu

aluno como trabalhador. E, quando faz referência a essa condição de trabalhador,

o faz de certa forma paternalista ou autoritária, pois pretende se justificar uma

diferença de tratamento quanto à seleção de conteúdos e à avaliação ou à carga

horária em relação aos cursos diurnos. Esses argumentos costumam vir

acompanhados de justificativas como: o aluno vem cansado, ou não tem interesse

ou ainda não tem responsabilidade (atrasos, faltas, desistências).

Marcantes defasagens ou falta de base em conteúdos já estudados e

aparentemente aprendidos em séries anteriores são justificadas porque os alunos,

na maioria das vezes, sustentam-se a si próprios, são ”arrimo de família,ou

reprovados ou desistentes, matriculam-se no ano seguinte recomeçando o ciclo

novamente.

Essa situação provoca dificuldades ainda maiores para o prosseguimento

de estudos universitários ou técnicos, ou ainda, para melhorar sua posição na

empresa em que trabalha.

No entanto, se um dos motivos da opção por classes

noturnas é que esses jovens precisam trabalhar em tempo integral, isso não quer

dizer que todos os alunos do ensino médio noturno sejam trabalhadores com

empregos fixos. Esta afirmação pode conduzir a erros, pois a escolha por estudar a

noite pode ser motivada por outros aspectos que não o trabalho. Entre esses

motivos, podem-se citar:

1) a idade, pois os alunos podem ter interrompido os estudos por não

apresentarem a idade própria para este nível de ensino, ou por terem reprovações

sucessivas;

2) a inexistência em muitos pequenos municípios do Brasil de cursos de ensino

médio diurno;

3) a procura de emprego para auxiliar na manutenção da família;

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4) a necessidade de auxiliar em trabalhos domésticos;

5) a busca pela convivência com amigos ;

6) a busca pelas possíveis “facilidades” oferecidas nos cursos noturnos.

Pelos motivos citados, para eles está claro que

conseguir concluir o ensino médio “será um passo importante frente o mundo em

que vivem, uma vez que, grande parte deles, vindos de famílias com baixo nível de

escolarização. O ensino médio, portanto, é um momento de muita importância no

processo de escolarização, para aqueles estudantes que conseguem chegar até

esta etapa.

“É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática.” ( FREIRE, 1996, pág. 43).

A maioria dos municípios brasileiros possuem escolas públicas noturnas. E

não havendo, os alunos são conduzidos a escolas nos municípios vizinhos, na

maioria das vezes em transporte público. Mas mesmo com essas facilidades, ainda

há, conforme dados do IBGE, muitos jovens estão fora da escola. A população

jovem do país é de 28,8 milhões1, o que corresponde a 20% da população

brasileira. Em 2006, havia 8.906.820 matriculados no ensino médio sendo que

destes em torno de 40% estão em classes noturnas.

Outro fato importante é que, em classes de ensino médio noturno, convivem

alunos jovens e alunos já mais amadurecidos, em busca de novas oportunidades.

Essas faixas etárias possuem diferentes perspectivas e percepções a respeito das

condições de ensino-aprendizagem a serem realizadas.

Esses aspectos devem ser compreendidos por outros agentes envolvidos

no processo pedagógico como professores e infra-estrutura das escolas. Quem

são os professores que atuam em classes de ensino médio noturno?

Grande parte deles possui titulação adequada, que é Licenciatura Plena

em sua área de atuação, para exercerem atividades pedagógicas nas escolas.

Geralmente esses professores lecionam também durante o dia, pois os contratos

de trabalho são de 40 horas semanais, e, alguns até 60 horas semanais, pois os

índices salariais não são coerentes com o trabalho realizado. Quando chegam à

escola, à noite, já estão, em muitos casos, no seu terceiro turno de trabalho

diário.

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Cansados, enfrentam classes numerosas e heterogêneas, conteúdos a

serem desenvolvidos são os mesmos dos cursos diurnos, mas os interesses dos

alunos do noturno são diferentes daqueles do diurno e, portanto, a forma de

trabalhar os conteúdos também deve ser diferente além dificuldades de infra -

estrutura.

A metodologia empregada por esses professores deve conter uma seleção

de conteúdos justificada pela sua utilização em sala de aula, os procedimentos

utilizados como técnicas, recursos, interações, atividades em classe extraclasse

devem ser contiuamente avaliados. Também deve ser levado em consideração o

registro do que ocorre para que estes momentos pedagógicos sejam elos de uma

corrente que possibilitará a construção continua do conhecimento.

No entanto, a falta de tempo, desconhecimento das atividades dos alunos

e de suas expectativas, podem fazer com que esses conteúdos sejam trabalhados

da mesma forma que nos cursos diurnos. Os mesmos tipos de exercícios, os

mesmos livros didáticos, textos ou apostilas que nada trazem para o atendimento

das necessidades desses estudantes provocando desinteresse e o incentivo a

conversa entre os alunos, não motivando situações de aprendizagem significativas.

Sendo assim como deve se sentir o professor ao trabalhar em escolas

noturnas? Seu envolvimento com os alunos, interações acerca dos conteúdos a

serem estudados, e o comprometido com tudo isso?

“Até que ponto lecionar à noite significa o empenho em trabalhar para a construção da cidadania do aluno, para a explicitação da inter-relação entre o saber produzido na academia e o produzido na indústria, na oficina, na loja, na lavoura? É comum, no entanto, pela rotina já estabelecida das salas de aula, que nem o realmente acadêmico chegue até a sala de aula, há o refúgio dos livros didáticos, onde a simplificação atropela a compreensão dos conceitos”. (Carvalho, 1998, p. 80).

Prossegue a autora, dizendo que o desconhecimento, por parte dos

professores, das situações cotidianas vividas pelos alunos do ensino noturno,

deixa de estabelecer a ponte entre o conhecimento sistematizado da Escola e o

conhecimento do cotidiano impregnado do senso comum produzido pelo trabalho.

Carvalho, (1998).

Os professores, porém, quase sempre taxados como os culpados pelo

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fracasso dos alunos, são também vitimas da estrutura organizacional que inclui os

cursos de ensino médio noturno, dentro da qual têm que realizar seu trabalho.

É necessário lembrar então, que o ensino noturno, com seus alunos e

professores, está inseridos num contexto no qual os comprometimentos pelos

possíveis fracassos fogem da responsabilidade única e exclusiva do professor.

É preciso que as necessidades e as expectativas dos estudantes dos

cursos noturnos sejam atendidas. Este é o desafio do profissional da educação que

atua hoje nesses cursos. E também é o desafio das autoridades responsáveis pelo

ensino no país.

Muitas das vezes a escola noturna que recebe esses alunos, sejam eles

trabalhadores empregados ou não, e que possui entre seus funcionários,

professores que, como os alunos, vêm de uma segunda ou terceira jornada de

trabalho, é uma escola que, em grande parte das vezes, ressalta as diferenças

sociais existentes.

Isso faz com que esses alunos trabalhadores sejam tachados por uma

série de preconceitos e relegados a serem atingidos por práticas pedagógicas que

cada vez mais os fazem sentir as desigualdades sociais a que são submetidos.

Essas desigualdades, ao longo do tempo, têm consagrado a falta de

oportunidades de acesso a níveis melhores de ensino e de oportunidades de

trabalho que os esperam ao término do processo de escolarização.

A escola que se quer é um lugar onde todos e cada um possa refletir e

discutir, bem como construir relações sociais em que haja possibilidade da criação

e da recriação do fazer pedagógico de professores e alunos.

Com todas estas possibilidades é preciso não esquecer que os alunos da

escola noturna precisam também ser integrados na "era da comunicação e da

informação", pois, como diz Carvalho (1998), a apropriação do saber científico e

tecnológico presente no moderno processo produtivo deve, necessariamente,

integrar o currículo escolar e o fazer dos professores, contribuindo para a própria

transformação da escola em um local de trabalho.

Sendo assim, é necessário também oferecer ao aluno das escolas noturnas

o acesso às novas tecnologias como ferramenta de apoio à aprendizagem e

também como inclusão digital tão necessária no mundo do trabalho.

Conforme o entendimento de Kuenzer (2001), a Lei que rege este nível de

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ensino pressupõe que o compromisso da escola com os jovens é o de Ihes

proporcionar educação para que possam participar política e produtivamente no

mundo das relações sociais concretas, utilizando-se do comportamento ético e do

compromisso político, conquistando autonomia tanto intelectual quanto moral.

Mas será que as escolas estão oferecendo aos seus alunos a possibilidade

de adquirirem estas habilidades?

Para que os alunos dos cursos médios noturnos possam adquirir estas

habilidades, as escolas deverão possibilitar-lhes através de seus projetos político-

pedagógicos, oportunidades de, ao longo da vida escolar, aprenderem

permanentemente; refletirem criticamente; agirem com responsabilidade individual

e social; participarem do trabalho e da vida coletiva; serem solidários; poderem

acompanhar, vivenciando as mudanças sociais; e enfrentarem problemas novos,

construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização

metodologicamente adequada dos conhecimentos adquiridos, científicos ou

tecnológicos.

Mas não parece que isso venha acontecendo; como já foi dito

anteriormente, as escolas, além de receberem alunos com características

peculiares, se encasulam dentro de medidas e padrões que nada dizem a esses

alunos-trabalhadores.

Quanto ao uso de novas tecnologias, é pouco provável que as escolas de

ensino médio da rede pública possam oferecer este recurso a seus alunos, uma

vez que:

a) os programas do governo federal que "dizem" oferecer laboratórios de

informática para as escolas, raramente "têm dado certo", e as escolas que são

contempladas com esses projetos, raramente recebem a maquinaria prometida;

b) outras escolas que, por recursos próprios ou dos Conselhos Escolares

conseguem montar seus laboratórios, costumam mantê-los muitas vezes trancados

"à chave" por medo de violência ou de roubo;

c) quando as escolas possuem laboratório de informática, são os professores que

têm dificuldades ou medo de utilizar estes equipamentos.

Assim sendo, a inclusão digital ou o acesso às novas mídias, que poderia

também auxiliar os alunos no seu trabalho como "trabalhadores diurnos" fica

prejudicado. A mesma situação se aplica ao que se refere aos conhecimentos

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científicos.

Em virtude dos currículos defasados, os alunos das escolas noturnas

muitas vezes deixam de construir conhecimentos que lhes abririam portas

importantes na seqüência dos estudos e na ascensão profissional.

Como alternativa tem se apresentado um modelo de aprendizagem mais

flexível, ativa e centrada no aluno, onde se aprende em colaboração com outros,

por meio da troca de idéias, dúvidas e ponto de vista. Por outro lado a reflexão do

professor construindo o seu próprio percurso, procurando respostas adequadas

aos seus problemas. Assim por exigência do mundo moderno, a formação contínua

tem que estar presente organizada e estruturada na vida do professor.

Para oferecer um ensino adequado às necessidades dos alunos, a escola

precisa saber o que quer, envolver a equipe pedagógica e a comunidade escolar

na definição de metas, com o estabelecimento de diretrizes básicas, linha de

ensino e uma atuação com compromisso assumido por todos envolvidos em torno

do mesmo projeto educacional.

O planejamento adequado irá determinar as ações para que a escola possa

atingir suas metas.

Segundo Freire (1997) “do planejamento, depois, sairão os planos de aula,

adaptados ao cotidiano em classe elaborados tendo como base a Proposta

Curricular Pedagógica onde a escola tem a oportunidade para selecionar o

currículo e organizar o espaço e o tempo de acordo com as necessidades de

ensino”.

Continuando Freire (1997) “o ideal é que o documento seja resultado de

reflexo coletivo proporcionando espaços para que cada uma das partes exponha

seus objetivos e interesses com base nos princípios educativos com os quais todos

concordam”. E ainda apresenta que “tanto a proposta como o planejamento devem

estar sempre paralelos com a construção do conhecimento, isso impedindo que

esses dois documentos se transformem em instrumentos engavetados, só revistos

no final do ano.

O planejamento serve como roteiro para os professores, permitindo aplicar

no dia-a-dia e avaliando os erros e acertos permitindo propor atividades que façam

sentido e após refletir sobre a prática analisando as próprias inadequações ao

ensinar em lugar de atribuir aos alunos incapacidade de aprender.”

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O sonho idealizado dos profissionais da educação é que a escola seja um

local de incentivo, de desafios, de construção do conhecimento, de

transformações.

Um lugar onde haja o debate acerca das questões sociais e culturais; a

eleição conjunta e refletida dos princípios e valores que devem ser vivenciados; a

formulação e implementação de um projeto pedagógico viável para a comunidade

escolar; obviamente, além dos conteúdos sistematizados.

Um lugar que contemple a leitura de mundo e a discussão, que possibilite a

construção de relações de emancipação e autonomia, de criação e recriação do

trabalho educativo, levando ao desenvolvimento professores e alunos, e

conseqüentemente a valorização e ao reconhecimento do trabalho docente, enfim,

um local de ensino e aprendizagem.

Deste sonho apenas algumas escolas públicas estaduais diurnas são

contempladas, porque a realidade dos cursos noturnos é realmente oposta àquilo

que idealizamos.

Por isso, não é difícil constatar que em meio a tudo que se diz, se lê e se

escreve, a propósito de políticas educacionais a serem deflagradas ou fortalecidas,

o ensino médio, principalmente, o que existe no curso noturno, até o presente

momento, é o grande ausente no conjunto de medidas concretas acenadas para a

melhoria do sistema de educação básica.

Carvalho (1994 p.15) trata da importância da prática escolar e a vivência do

trabalhador quando cita que

“sem o diálogo entre trabalhador e o conteúdo real da aprendizagem, sem o diálogo entre a prática profissional e a prática escolar, não haverá possibilidade de que o conhecimento adquirido através do cotidiano profissional seja reelaborado a partir da prática escolar. Sem esse diálogo, dificilmente se conseguirá que o trabalhador conheça os meios de superação de sua condição social e os limites e possibilidades, que lhe são impostos pela sociedade mais ampla.”

De um modo geral, o cotidiano do ensino noturno apresenta uma

característica singular, pois recebe alunos esgotados, que na sua grande maioria,

chega à escola após uma jornada de trabalho.

Alunos que já chegam reprovados pelo cansaço, que se evadem e

desistem da escola porque o que aprendem na sala de aula pouco tem a ver com o

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mundo do trabalho.

Continua Carvalho (1994) que “sem esse diálogo, dificilmente se

conseguirá que o trabalhador conheça os meios de superação de sua condição

social e os limites e possibilidades que lhe são impostos pela sociedade mais

ampla.”

Sendo assim essas políticas devem ser reavaliadas, refletidas, discutidas e

com uma ação junto aos professores que atuam no ensino médio noturno e com

todos envolvidos sob a liderança da equipe pedagógica para corrigir desvios e

lançar as bases para promover a melhoria de um ensino.

A complexidade do processo de mudança é grande, pois representa um

desafio. Não se muda por decreto ou pelo querer deste ou daquele grupo.Mudança

é processo e sendo assim, exige um árduo trabalho de desconstrução e

reconstrução a que os atores desse processo terão que se dedicar com

competência, contínua e pacientemente. Não se trata apenas de mudar, mas de

inovar.

A necessidade de uma nova organização das disciplinas deve ser

repensada e precisa ser acompanhada de uma profunda reflexão e revisão das

práticas pedagógicas para que possam realmente acolher e incluir de fato esses

estudantes.

Afinal, considerando a afirmativa de Peter Drucker (2001, p. 165) “A escola

é responsável pelos resultados que produz”.

Até quando vamos permitir que o ensino médio noturno seja aquele criado

para alunos idealizados, que concluíram com sucesso um excelente ensino

fundamental que nunca existiu?

Para Carvalho (1994, pág. 55) ‘’O ensino noturno é reservado ao aluno que

trabalha, sendo essa a maior diferenciação entre os períodos, mesmo assim essa

“atenção especial”, no entanto não evita a exclusão do aluno”.

No ensino noturno ensina-se menos, exige-se menos e reprova-se mais, e

essa constatação é evidenciada com os discursos dos alunos a respeito do

cotidiano escolar, da significação do conteúdo e de representação que fazem da

figura do professor.

O contexto da sala de aula e da própria escola como um todo tem sido

apontado por alguns autores como elemento que contribui para otimizar a

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motivação do aluno (GUIMARÃES, 2001; BZUNECK, 2001; CARDOSO, 2002).

Na realidade um conjunto de estratégias pensadas pelo professor na

condução de seu trabalho pedagógico pode fazer com que o aluno se envolva de

uma forma mais dinâmica nas atividades escolares. Essas estratégias envolvem

desde a preparação das tarefas até o momento da avaliação, que deve ser

entendido como um momento de reflexão tanto para o professor como para o aluno

Hoffmann (1998).

3. Fracasso Escolar X Sucesso Escolar: Vencendo Desafios

O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação,

questões e desafios que assolam a sociedade em que se vive, tem influenciado e

criado novas necessidades na educação e na formação dos indivíduos fazendo

com que os sistemas educativos reposicionem-se face a esta nova realidade.

Essas transformações tem induzido mudanças no modo como se aprende e

na interação de quem aprende e quem ensina. Nesse contexto de permanente

mudança, o ensino tradicional de transmissão de conhecimento e aprendizagem

passiva, não dá resposta às solicitações dessa sociedade atual.

Na busca da melhoria do ensino, um aspecto nem sempre lembrado, mas

que assume especial relevância é o que se refere ao dimensionamento do papel

formativo da escola principalmente nos dias atuais em que se ampliam e se

aprimoram as demais meios informativos, especialmente, a imprensa, a televisão,

os meios de comunicação.

Seria uma atitude ingênua conceber uma ação de disputa com os demais

meios, uma vez quem por sua própria natureza, a escola exerce uma função

própria nos âmbitos da leitura, da escrita e do domínio do acervo de

conhecimentos relacionados às ciências, matemática, arte, história, geografia,

literatura em geral.

Dessa forma, cabe a escola não uma posição de concorrente com os

diversos meios educativos, mas sim de integradora das experiências a que são

submetidos nossos alunos.

É preciso resgatar a concepção da escola como um meio de instrumento

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capaz de transmitir conhecimentos que sirvam de base para a aquisição de uma

cultura geral. Portanto romper com a idéia de que a escola ideal deve dispor de

um currículo amplo, integrado com as mais diversas atividades intra e extra-

escolares.

Pelo contrário o currículo recomendável deve ser o mais simples possível

constituído de um mínimo básico e comum a todos, conforme a nova lei de

diretrizes e bases da educação nacional. (LDBEN)

O tempo dedicado pelas escolas de uma semana para planejar, ”não se

pode pretender a elaboração de um planejamento global das atividades escolares

para um ano. O que deveria ser feito é chegar à determinação dos conteúdos

mínimos a serem alcançados no ensino de cada matéria de modo a se assegurar a

sua efetiva contribuição à formação geral do aluno.

“Outros pontos a serem discutidos, como avaliação, recuperação, utilização de biblioteca, etc.. serão subordinados a esse ponto prioritário: o que efetivamente é indispensável ensinar em cada matéria e como fazê-lo” (Azanha, 1981, p.32)

Ninguém se educa sem aprender algo, sem se instruir, assim como também

ninguém se instrui sem que haja oportunidade de formar hábitos e desenvolver

atitudes. Nessas condições, o empenho do professor em ensinar e o esforço do

aluno em aprender são elementos indispensáveis num trabalho educativo sério.

Não é possível ensinar diretamente alguém a ser crítico, mas a atitude

crítica pode ser desenvolvida à medida que o individuo se instrui, adquirindo uma

cultura geral sólida no que reforça a afirmação sobre a função formativa da escola.

O tema fracasso escolar encontra – se constantemente na pauta de

discussões de todos os envolvidos com a educação. Não é de hoje que medidas

político-administrativo e pedagógicas vêm sendo elaboradas e adotadas e, da

mesma forma, pesquisas vêm sendo realizadas com o intuito de solucionar

problemas referentes ao grande número de evasão e repetência dos alunos do

Ensino Médio Noturno.

Diante dessa difícil realidade escolar, do seu despreparo técnico e dos

obstáculos que parecem ultrapassar suas possibilidades de ação, os professores

se sentem impotentes e paralisados, aliando-se à violência da discriminação social,

do fracasso escolar onde raramente vemos uma avaliação do processo de

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aprendizagem do aluno por meio do seu desempenho na realização das tarefas,

nos testes de conteúdo ou em seu crescimento intelectual em relação à turma.

“Se a própria escola não for capaz de se debruçar sobre os seus problemas, de fazer aflorar esses problemas e de se organizar para resolvê-los, ninguém fará isso por ela” Azanha, 1995, p.24)

O fracasso escolar deve necessariamente ser problematizado a partir da

clara delimitação de um projeto pedagógico autônomo e mínimo, que, como afirma

o autor, só a escola é capaz de realizar.

Embora não exista uma definição clara e consensual do fracasso escolar,

geralmente nos reportamos ao aluno que não atingiu os níveis desejados para sua

progressão escolar, além disso, os próprios membros da classe pobre não

valorizam a educação, para esses a evasão escolar não é um problema, visto ser

mais importante uma ocupação monetária do aluno para auxiliar no rendimento da

família .Hogart (1957).

Dos estudos realizados sobre o fracasso escolar, foram formulados três

conceitos sobre essa problemática:1) o fracasso dos indivíduos (Poppovic,

Exposito & Campos, 1975); 2) o fracasso de uma classe social (Lewis, 1967,

Hoggart, 1957) ou 3) o fracasso de um sistema social, econômico e político

(Freitag, 1979; Porto, 1981)

Para Poppovic (1975) é preciso rever todos os conceitos de fracasso

escolar, no sentido que a escola deve reavaliar as suas metodologias, pois se o

aluno é visto como remanescente de uma cultura que não se preparou para a

aprendizagem, a escola precisa adequar-se a essas exigências individuais, pelo

papel social que desempenha.

Estudos e medidas quase sempre realizados a partir de uma perspectiva

embasada nos interesses das classes dominantes colocam a escola e a educação

formal como os “salvadores” das desigualdades sociais.

Segundo Patto (1996) foram teorias baseadas num discurso pedagógico

liberal que serviram de “pano de fundo para as explicações do fracasso escolar

durante o percurso da pesquisa da política educacional no país”.

Ao longo da história as pesquisas sobre o fracasso escolar estiveram

marcadas por um discurso biológico em que as causas do fracasso escolar

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estavam relacionadas a fatores genéticos, raciais ou hereditários dos indivíduos.

Por volta dos anos 70, essa teoria foi questionada e surge um novo discurso, que

dá origem as teorias da carência cultural.

Embora não existindo uma definição concisa para o insucesso escolar, em

geral seria aquele aluno que não alcançou os níveis desejados dentro dos

parâmetros estabelecidos por uma disciplina, o que seria um comprometimento

para a sua projeção escolar. Não poderíamos simplesmente analisar dentro desse

prisma apenas, centrado exclusivamente na concretização dos objetivos

pedagógicos do aluno.

A análise deverá estar centrada no aluno e suas características específicas,

como atraso de desenvolvimento cognitivo, personalidade, meio familiar que o

envolve; na escola e no sistema educativo, com todos os fatores associados como

corpo docente, métodos de ensino que utilizam gestão da disciplina, clima escolar,

currículos defasados.

Diante dessa preocupação com a quantidade de indivíduos que se evadem

do meio escolar prevenindo a exclusão e promovendo o sucesso educativo deve-

se priorizar as atuações como:

1) priorizar o sucesso educativo dos alunos prejudicados pelo alheamento das

famílias relativamente à escola;

2) humanizar os espaços educativos da escola, dotando-o de aspectos mais

acolhedor;

3) ocupar de forma estruturada e educativa os tempos livres e os “furos” nos

horários dos alunos;

4) desenvolver uma política de aproximação à comunidade, no sentido de

integração dos seus recursos e capacidades;

5) promover o acesso e a utilização às tecnologias de informação e comunicação

da internet na escola.

Para vencer esses desafios seria necessário:

• Combater o abandono escolar precoce;

• Prevenir a exclusão; a promoção de hábitos de trabalho e estudo

• Melhoria das relações aluno-professor e aluno-aluno;

• A integração dos alunos problemáticos;

• Prevenção de comportamentos e atitudes indesejáveis dentro e fora da sala de

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aula;

• Agilizar a participação efetiva dos representantes de sala e grêmios estudantis;

• Na concretização das estruturas educativas da equipe pedagógica, do conselho

escolar, dos pais e demais envolvidos com a educação.

• Reforçar a interdisciplinaridade;

• Criar instrumentos de auto-avaliação;

• Utilizar a avaliação como instrumento para a construção da cidadania.

“A autonomia da escola é algo que se põe com a relação à liberdade de formular e executar um projeto educativo” (José Mário Pires Azanha)

No ensino médio noturno as características emocionais e sócias são

extremamente importante para a construção do conhecimento. Devem ser

avaliadas, pois normalmente são fatores que interferem na questão do aprender

produzindo um sentimento de inferioridade e uma baixa auto- estima.

A intervenção do professor é muito importante, no sentido de fazer

encaminhamentos que se fizerem necessários para superar as dificuldades no

acesso ao conhecimento, pois os alunos vem de um período de trabalho ou de

seguidas reprovação ou evasão escolar e para compensar essa defasagem

procurar colocá-los em condições de igualdade com seus colegas no sentido de

melhorar o nível de ensino, e exercendo seu papel para que a escola possa ser

um lugar agradável e estimulante para o ato de aprendizagem. como um todo.

3.1. Indisciplina. Um desafio para todos os professores.

. Dentre as características importantes para o sucesso escolar destaca-se a

indisciplina. Um desafio para todos os professores. Uma vez que tem sido motivo

para a formação de um crescente exército de educadores estressados, deprimidos,

emocionalmente doentes e afastados da sala de aula.

Os graves problemas socioeconômicos refletem diretamente nas famílias

das quais provêm esses alunos que, também estressados e sofrendo toda sorte de

conseqüências provenientes da situação de desemprego, discussões,

incompreensões e violência, refletem em sala de aula, sob a forma de indisciplina,

suas insatisfações, por vezes até inconscientes, dessa lamentável situação.

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“É preciso, portanto, que o professor, a partir dessa compreensão, deixe de adotar uma posição passiva e procure se municiar para o enfrentamento correto e compreensivo desse problema que são desaguados em sala de aula. A simples compreensão desse fato permite que o professor seja menos exigente e adote uma posição menos inflexível em relação à indisciplina do aluno”. (Ayres, 2004, p.113)

Continua Ayres(2004) quando o professor se exalta e começa a gritar com

um aluno, demonstra, com esse fato, que aceitou a provocação dele. Não grite.

Apenas haja com serenidade e firmeza tomando, com naturalidade, as

providências necessárias.

Nunca deixe a impressão de que está agindo por represália ou vingança.

Quando se mantém a serenidade nessas situações, está sedimentando o respeito

dos alunos pelo professor. Os alunos simplesmente desprezam e detestam

professores histéricos.

Frustre as expectativas do aluno de que ele irá levar "um sermão".

Escolha um momento adequado em que se possa conversar sozinho com ele.

Trate-o com cortesia e amabilidade, questionando, de maneira coerente e lógica, a

razão de sua indisciplina e termine a entrevista com um aperto de mão amistoso.

Se fizer isso, com boa dose de probabilidade, você estará conquistando um aliado.

"Creio que uma das qualidades essenciais que a autoridade docente democrática deve revelar em suas relações com a liberdade dos alunos é a segurança em si mesmo [... ]. Segura de si, a autoridade não necessita, a cada instante, fazer o discurso sobre a sua existência, sobre si mesma. Não precisa perguntar a ninguém, certa de sua legitimidade, se 'sabe com quem está falando? ' Segura de si, ela é porque tem autoridade, porque a exerce com indiscutível sabedoria" (Freire, 1998, p. 102).

Torna-se fundamental promover esse ambiente escolar que potencie o

desenvolvimento das características associadas ao sucesso escolar, de forma a

evitar as indesejáveis retenções causadas às vezes pela indisciplina e, mais

importante, a integrar plenamente os alunos na escola. Com uma nova escola,

novos, professores e novas metodologias e filosofias, promotoras de uma

sociedade mais justa, culta e humanizada.

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4. Metodologias No Ensino Médio Noturno

- Em Busca De Mudança De Prática -

“ Como etapa final da educação básica, o Ensino Médio deve consolidar o domínio das diferentes linguagens, desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de usar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio- históricos para compreender e intervir na vida social e produtiva de forma crítica e criativa, construindo identidades autônomas intelectual e eticamente capazes de continuar aprendendo ao longo de suas vidas.” Kuenzer (2005, p. 76)

A LDBEN no seu capítulo sobre o Ensino Médio já tem previsto a

superação dos currículos com fim academicista e enciclopedista, Conforme

Kuenzer (2005) a finalidade do Ensino Médio além de domínio dos conteúdos,

deverá levar o jovem, a saber, se relacionar com o conhecimento de forma ativa,

construtiva e criadora.

Os pressupostos que delineiam a escola pública é de uma escola

comprometida, transformadora na construção de uma sociedade mais justa e

igualitária, promovendo o desenvolvimento da autonomia intelectual e ética.

Isso o aluno-trabalhador deve encontrar na escola e no professor, que deve ser

responsável pela organização dos conhecimentos de uma maneira agradável e

prazerosa.

Essa prática ainda causa dificuldades ao professor, pois implica na

construção do novo, na organização do trabalho, no entendimento novas

tecnologias que podem ser superadas com a articulação do conhecimento através

da construção coletiva de novos conhecimentos e práticas pedagógicas para

responder a demanda de qualidade do trabalho pedagógico escolar.

Segundo Rangel ( 2007, p.15 ) O desenvolvimento e a estrutura do método

e das técnicas de ensino e aprendizagem encaminham-se mediante diversos

processos, que ocorrem nas relações entre professores, alunos, conteúdo e

contexto de ensino aprendizagem.

Sendo assim, é interessante que o professor focalize questões essenciais

e significativas do conhecimento para a construção da aprendizagem do aluno do

ensino médio noturno.

“Novas idéias abrem possibilidades de mudança, mas não

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mudam. O que muda a realidade é a prática.”, ( Vasconcellos, 2005 p.65)

Para Vasconcelos (2005, p.67) é possível propor não uma nova relação de

idéias sobre a realidade, mas uma nova relação com idéias e com a realidade. A

mudança de mentalidade se dá pela mudança de prática que se enraízam pela

tentativa de colocá– las em prática; estas mudanças devem ser feitas para a

construção de algo novo, colocando-se, assim, o desafio da transformação.

Aquele professor que quer superar os problemas precisa passar por uma

autocrítica e usar a criatividade, pois, as pessoas criativas transformam os

próprios limites em vantagens. Limites esses que podem aparecer na forma de

falta de recursos materiais ou conhecimento insuficiente de técnicas didático-

pedagógicas que possam favorecer o planejamento de uma aula que agrade a

maioria dos alunos.

Construir uma aula mais interessante com propostas diferencias conhecer

os alunos, envolvê-los em desafios, conhecer suas idéias, implica cuidado e

trabalho especial com o planejamento. Nada vem pronto. É preciso estudar, testar,

repetir várias vezes, estar aberto a novas experiências e não entender a

criatividade como coisa feita às pressas, improvisada, sem ser planejada. Se os

métodos e técnicas forem utilizados de maneira correta, servirão como excelente

ferramenta para o benefício da aprendizagem

“Nas dificuldades, algumas pessoas criam asas; outras usam muletas”. (dito popular)

Práticas da criatividade pode ser úteis em vários contextos. Praticá– las

desenvolve a fluência criativa e outros processos mentais e tendem a beneficiar

as pessoas em vários aspectos da vida.

“Evidentemente, seria exigir muito do professor que ele se tomasse um especialista em psicanálise. É a ciência que se preocupa com o inconsciente do ser humano e busca compreender todos os problemas que daí advêm. Isso é uma tarefa para os seguidores de Freud, que são pessoas que exercem o seu trabalho num consultório, e não numa sala de aula “ (Ayres, 2004, p.40 )

Sendo o professor o responsável pela construção do conhecimento,

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deve ter no mínimo, noções de metodologias que podem ser úteis para

dinamizar a prática criativa do seu trabalho no contexto de uma escola. Se esses

métodos forem utilizados de maneira correta, levando em conta, fatores como

idade, temperamento, capacidade de compreensão, grau de envolvimento, tipo de

interesse , limitação do tempo, espaço, constituirão em excelente ferramenta

para o benefício da aprendizagem ao mesmo tempo,eficiente e agradável.(Ayres,

2004,p.96) .

É necessário dentro das metodologias avaliar a dosagem de informação, a

formação de turmas e a organização geral que influem na qualidade de ensino são

esses fatores que contribuem, muitas vezes, na dificuldades de aprendizagem

originadas na própria história do aluno e a atuação do professor, aqui, consiste em

tentar decidir entre uma coisa e outra, a fim de poder optar pela solução mais

apropriada.

:

4.1. Sugestões metodologicas.

Para Ayres( 2004) a prática pedagógica competente amplia

os saberes do professor de uma maneira simples e prática, melhora o

desempenho em sala de aula, desperta e mantém a atenção do aluno, desenvolve

a capacidade de diagnosticar os comportamentos agressivose como ensinar

corretamente para cada faixa etária, tornando-o mais capaz, criativo e querido

pelos alunos.

O ambiente pedagógico tem de ser um lugar de fascinação e inventividade. Hugo Asmann

4.1. 1. Exposição oral

Também conhecida corno aula expositiva ou preleção, é o que mais

tradicionalmente vem sendo utilizado em escolas de todos os níveis. É o método

em que o professor, posicionado diante do grupo, expõe oralmente parte da lição

ou mesmo a lição inteira, falando ele só, o tempo, de quando e o poder da palavra

falada e contribui para o desenvolvimento da personalidade do professor junto aos

alunos.

4.1.1.1Vantagens do método

1) Abrange um grande número de pessoa;

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2) Permite ao professor organizar sua apresentação, expondo maior quantidade

de informações, em menor espaço de tempo;

3) Facilita uma apresentação sistemática, na qual podem ser delineados, com

precisão, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, evitando-se dessa forma,

disgressões.

4) Pode ser enriquecido com a eloqüência e o entusiasmo do professor, o que cria

um clima propício ao ensino.

4.1.1.2 Desvantagens do método

1) Exige grande preparo, capacidade e habilidade por parte do professor.

2) Centraliza o ensino na figura do professor, exigindo pouco ou nenhum preparo

da lição por parte dos alunos.

3) Não permite que o professor dê atenção especial a todos os alunos, obrigando-

o, em alguns casos, a nivelar a aula, por mera suposição.

4) Pode tomar-se monótono e cansativo, com grande facilidade. ( Ayres, 2004, p.

96)

4.1.2. Perguntas e respostas

Conhecido também como método catequético é largamente utilizado por

professores experientes, desde os dias da Antiguidade. É um dos métodos mais

eficaz, quando conduzido com habilidade. Sua eficácia reside no fato de que as

perguntas sempre são desafiadoras. Elas têm o poder de mexer com a motivação

dos alunos, levando-os a raciocinar, a confrontar e a pôr em xeque as informações

de que dispõem.

A mente, neste caso, não apenas recebe informação, mas a analisa e

pondera. Existe todo um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no

cérebro do aluno, enquanto ele recebe a pergunta, medita nas suas implicações e

verbaliza a resposta.

4.1.2.1. Vantagens do método

1) Ajuda a manter acesa a chama da atenção.

2) Serve como treinamento para o raciocínio dos alunos, permitindo que eles

desenvolvam o pensamento analítico.

3) Proporciona a oportunidade de participação ativa na aula, de maneira conduzida

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e responsável.

4) Auxilia e desenvolve a expressão das idéias.

5) Permite ao professor monitorar a atividade e checar a aprendizagem.

6) Pode ser aplicado a todas as idades.

4.1.2.2. Desvantagens do método

1) Pode levar o aluno a raciocinar na direção errada, se não for utilizado de forma

correta.

2) Pode levar alunos mais expansivos a monopolizar o tempo, em prejuízo dos

alunos mais tímidos.

3) Pode levar a situações constrangedoras, caso o grupo ridicularize algum aluno

que dê uma resposta inadequada.

Como se percebe, o método de perguntas e respostas, embora seja eficaz

no sentido de contribuir para a efetiva aprendizagem do assunto tratado na aula,

precisa ser administrado com parcimônia, a fim de que promova os efeitos

desejados.

4.1.2.3.Cuidados a ser observados, para a sua boa utilização:

1) Evite fazer perguntas cujas respostas sejam simplesmente sim ou não. Elas não

contribuem para a reflexão e o raciocínio do aluno.

2) Faça uma pergunta de cada vez, dirigindo-se primeiramente à classe toda. Se

não obtiver a resposta imediatamente, dirija-se especificamente a um ou mais

alunos, sem exigir, contudo, que responda de imediato. Dê tempo para que os

alunos raciocinem.

3) Evite colocar alunos em evidência: dê oportunidade a todos, igualmente.

4) Complete as respostas, quando isso se fizer necessário. Deixe claro ao aluno

que sua resposta foi compreendida.

5) Dê importância e atenção a todas as respostas e nunca ridicularize as que não

forem corretas. Trate o aluno com compreensão e encoraje-o a encontrar a

resposta certa.

6) Quando perceber que a resposta adequada está difícil de surgir, refaça a

pergunta com outras palavras e encoraje o grupo até que a resposta venha à tona.

7) Tenha especial cuidado com os alunos mais introvertidos. Faça-os sentir que a

participação deles é bem-vinda e bem aceita. (Ayres, 2004,99)

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4.1.3. Discussão ou debate

O método de discussão ou do debate é aquele em que um tópico da aula

é colocado para ser discutido entre os membros do grupo. Tem a vantagem de

mobilizar toda a classe, motivando-a a aprendizagem. Para que funcione a

contento é necessário que haja respeito mútuo entre todos os participantes, uma

vez que a discussão deve ser um esforço conjunto, e não uma oportunidade para

se desmerecer pontos de vista alheios. Trata-se de um esforço cooperativo em

benefício da aprendizagem e, para a sua realização, o professor deve atuar como

moderador.

4.1.3.1. Vantagens do método

1) É altamente motivador e permite a participação de todos.

2) Centraliza o processo de aprendizagem no grupo, permitindo que chegue, por si

mesmo, às conclusões desejadas.

3) Desenvolve o raciocínio inquiridor e a capacidade para apreciar pontos de vista

alheios.

4) Sedimenta o ensino, uma vez que não é o professor que oferece a resposta à

questão, mas o grupo que a obtém, como resultado de seu trabalho.

5) Toma a aula e as atividades mais produtivas, uma· vez que elas são

beneficiadas pelo esforço de sinergia grupal.

4.1.3.2. Desvantagens do método

1) Se não houver o devido cuidado, os alunos mais desinibidos podem monopolizar

a discussão.

2) Pode levar alunos mais inibidos a sentirem-se inferiorizados.

3) Pela própria natureza da atividade (debate), pode levar a um desvirtuamento

dos objetivos, uma vez a se desmerecer pontos de vista alheios. Trata-se de um

esforço cooperativo em benefício da aprendizagem e, para a sua realização, o

professor deve atuar como moderador. ( Ayres,2004.p102)

.

4.1.4. Philips 66

Em Philips 66, a turma é dividida em grupos de, em média, seis pessoas,

para dialogarem e debaterem sobre um assunto por, aproximadamente, seis

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minutos. Cada grupo tem um coordenador, que organiza e faz controle do tempo

do debate, e um expositor, a quem compete a apresentação ou o relato das

questões debatidas.

Na seqüência, novos grupos poderão ser formados. Na nova formação,

pode-se adotar o painel integrado. Nesse painel, os grupos se organizam de modo

que cada um tenha pessoas dos grupos anteriores.

Para facilitar esse tipo de remanejamento, garantindo a participação de

pessoas dos grupos anteriores, pode-se adotar o recurso de que cada uma dessas

pessoas receba um número, por exemplo, de 1 a 6, e a formação de cada grupo do

painel integrado se faça de acordo esses números, podendo-se, então, formar

grupos de todas as pessoas de número 1, ou com todas as de número 2, e assim

por diante. O sentido de organização em grupos também se aplica no trabalho em

dupla. Rangel (2007)

4.1.5. Trabalho em dupla

No trabalho em dupla, cada grupo de dois alunos realizam estudo, após a

exposição e as explicações do professor. Esse estudo inclui leitura, diálogo,

respostas a questões, ou realização de exercícios. Após um tempo determinado,

previsto no início do estudo, cada dupla apresenta seu trabalho à turma, podendo-

se, então, estabelecer um diálogo entre as duplas e com o professor .Rangel

(2007)

4.1.6 Técnica da entrevista

Na técnica da entrevista, seja após as explicações do professor sobre um

tema e o estudo, individual ou em grupo, dos alunos, seja como introdução e

motivação a esse estudo, o professor e/ou os alunos convidam um especialista-

que poderá ser um pesquisador, ou autor, ou profissional competente no tema em

questão - para uma entrevista. Poderá haver, então, um ou mais alunos na função

de entrevistadores.

A entrevista pode ser realizada em sala de aula, diante da turma, que

poderá complementar, livremente, as perguntas feitas pelos colegas

entrevistadores.

Comentários e agradecimentos são incumbências do professor, dos

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entrevistadores e de demais alunos que, por sua própria motivação, desejem se

pronunciar ao final da entrevista, destacando aspectos que consideraram

significativos ao conhecimento sobre o tema.

Finalmente, observam-se, nesse conjunto de técnicas, diversas

modalidades de encaminhamento da aprendizagem, envolvendo os alunos em

processos grupais; utilizarias de maneira diversificada auxilia a motivação e a

dinamização das aulas. ( Rangel, 2007, p. 58)

4.1.7. Dramatização

Muitos professores utilizam-se da dramatização, ou do chamado

"teatrinho" simplesmente porque ela é extremamente dinâmica e altamente

motivadora, quando proposta aos alunos.

Não há classe que não se motive com a proposição de dramatizar uma

história que constitui ou simplesmente ilustra o tópico que está sendo ensinado.

Permite que o aluno projete no personagem que representa todos aqueles

aspectos interiores que, normalmente, ele não teria coragem de revelar em sua

pessoa. O professor tem condições, então, de, a partir desses conteúdos

inconscientes que vêm à tona, atuar muito melhor objetiva e preventivamente.

4.1.8. Redação

A redação está também situada entre as mais eficientes técnicas, não

apenas para os professores de português, mas os de todas as outras matérias

podem solicitar redações de seus alunos ("júri-simulado" e tantas outras)

constituem ótimos recursos para que o professor compreenda melhor o que se

passa no interior de seus alunos, e utilize essa compreensão em beneficio deles.

Quando um aluno redige, independentemente do fato de sua produção ser

temática ou de livre escolha, sempre acaba projetando em seu texto motivações e

fantasias que fazem parte de seu imaginário pessoal. (Ayres, 2004, p.43)

4.2. Atividade para a abertura do período letivo

Criatividade é permitir que eu próprio cometa os erros . Scott Adams

4.2.1. O Barbante

Distribuir os participantes espalhados e imóveis pela sala. Apanhar um rolo

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de barbante, amarrando a ponta em seu dedo indicador e apresente – se a turma.

Escolher um aluno e, avisando – o para segurar, arremesse cuidadosamente para

ele o rolo de barbante. Peça-lhe, agora, que dê uma volta com o barbante no dedo

indicador e faça o mesmo que você, ou seja, que se apresente.

Feito isso, deverá arremessar o rolo para outra pessoa, mantendo o fio

retesado. O jogo prosseguirá nessa dinâmica até que o último aluno falca sua

apresentação.

A partir desse momento, peça que o último aluno desenrole o fio de seu

dedo, arremesse o rolo ao colega anterior e apresente-o. Oriente-lhe para tentar

relembrar o mais fielmente possível o que o colega havia dito.

Em caso de esquecimento do nome do companheiro, permita que a ele seja

perguntado. Caso um aluno não consiga se lembrar com fidelidade das

peculiaridades do outro, será permitido qualquer tipo de ajuda por parte dos

colegas. O jogo, agora, prossegue nessa sistemática até que o rolo chegue às

suas mãos. Você, portanto, deverá apresentar à turma a última pessoa.( Miranda,

2007,p32)

4.2.2. Jogando bola

Pedir para que a turma fique em pé ou sentados . Entregar

uma bola para qualquer um dos alunos. Oriente-lhe para que diga seu próprio

nome,de forma como costuma e gosta de ser chamado e em seguida jogue a bola

para qualquer outro colega. Esse também deverá dizer seu pr´prio nome e

arremessar a bola para um terceiro.O jogo prossegue nesse processo até que

todos tenham pronunciado seus nomes.

Em um segundo momento, escolha outro aluno para repetir o jogo, ou

peça a presença de um voluntário. Desta feita, o aluno que irá jogar a bola deverá

pronunciar antes o nome do que receberá . será permitido ao primeiro, todavia,

perguntar o nome do segundo, se não tiver conseguido memorizá – lo. O jogo

prossegue , até que todos tenham participado.

4.3. Aulas dinâmicas com recursos simples.

Os sábios aprendem a partir das experiências alheias. Os criativos sabem fazer uma migalha de experiência durar a vida inteira. Eric Hoffer

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4.3.1. Cordel pedagógico

Utilize uma área da sala para dispor vários barbantes esticados de lateral a

lateral, à semelhança de diversos varais. Prepare suas demonstrações com

antecedência em retângulos de cartolina com a borda superior dobrada alguns

centímetros para trás, a fim de pendurá-los ali. Não os disponha de uma vez,

como uma exposição artística. Utilize-os, ordenadamente, à medida que for

progredindo na exposição oral.

4.3.2. Transparências em retroprojetor

Se não tiver um equipamento de data-show, mas um velho retroprojetor,

então mãos a obra. Nada de transparências à mão ou fotocópias de livros.

Prepare as lâminas de transparência em programa PowerPoint.

Ênfase as imagens. Texto, só o essencial, com fundos interessantes e

gravuras relaciona das ao tema. É possível encontrá-las em sites especializados

na Internet.

Uma dica em relação ao uso do retroprojetor: o uso do “ponteiro de laser“.

Mais uma dica. Se quiser utilizar as transparências mais de uma vez e a

impressão for à base de jato de tinta é só deixá-las submersas em água.

Após dez minutos, ou um pouco mais, é só colocá-las para secar a sombra

na posição horizontal e com a parte rugosa para cima.

4.4. Apresentação e revisão de conteúdo.

Criatividade é invenção, é experiência, é germinação, é risco, é quebra de regras, é muita diversão. Mary Lou Cook.

4.4.1. Campeonato do saber

Forme tantos times quantos forem possíveis e peça aos alunos que os

batizem. O “número de perguntas a serem elaboradas depende da relação entre

a quantidade de times e a “de “ rodadas”. Por exemplo, se forem seis times, e

cada um for “jogar, cinco vezes, você deverá preparar 30 questões de múltipla

escolha.

O conteúdo que será abordado nesse interessante campeonato deve ter

sido indicado com antecedência, de modo que a turma tenha tido tempo para se

preparar. Elabore a tabela de competição. Considerando que tenham surgido seis

times, este poderia ser um exemplo de tabelas.

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Rodada n º 1

Os Bambas X Os CDFs

As Meninas X Os Gatões

Os Imbatíveis X Os Vencedores

Rodada n º 3 Os Bambas X Os Vencedores

Os CDFs X As Meninas

Os Gatões X Os Imbatíveis

Rodada n º 5

As Meninas X Os Imbatíveis

Os Vencedores X Os Gatões

Os Bambas X Os CDFs

Comece a argüição seguindo a tabela. Em caso de vitória, ou seja, se

naquele jogo um time responder acertadamente, ele receberá três pontos. O outro,

zero. Em caso de empate, isto é, se ambos acertarem, os dois receberão um

ponto. Lance os pontos no quadro para acompanhamento. E, com esses critérios,

conduza o campeonato até o seu final. Declare vencedor o time que chegar com

maior número de pontos.( Miranda, 2007,p.57)

4.5. O filme na sala de aula

A criatividade consiste em rearranjar o que sabemos: a

Rodada n º 2 Os CDFs X Os Gatões

Os Bambas X As Meninas

Os Imbatíveis X Os Vencedores

Rodada n º 4

Os Vencedores X Os CDFs

Os Bambas X Os Gatões Os Imbatíveis X As Meninas

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fim de encontrar o que não sabemos.George Kneller.

Computadores, aparelhos de DVD, TVs coloridas e, mais recentemente, os

modernos datashows são acessórios utilizados pelo professor e funcionam como

elementos auxiliares de apoio à realização do ensino. No entanto, não apenas

esses· modernos recursos são eficientes. O nosso velho quadro-negro ainda é

uma ferramenta extremamente útil para o trabalho do professor. Ao lado dele, o

quadro imantado, projetores de slides, retroprojetores, álbuns-seriados,

flanelógrafos, mapas, varais de desenhos etc. constituem ainda ótimos recursos

instrucionais.

Esses recursos instrucionais, todavia, não podem ser usados a qualquer

momento, sem critério, conforme indicar a vontade do professor, apenas. Seu

emprego deve estar em consonância com os objetivos de ensino a serem

atingidos e com os métodos de ensino a serem utilizados. Ayres(2004, p.107)

A apresentação de vídeos na sala de aula deve ser encarada com muita

seriedade. O vídeo para os alunos tem o significado de descanso e não de “aula”.

O filme deve ser selecionado, assistido antes, levantar perguntas-chaves,

integrá-lo com o assunto da aula relacionando-as com o tema, procurando extrair

o máximo de conteúdo pedagógico. O vídeo explora pessoas, cenários, cores,

músicas, e efeitos sonoros, textos, etc.

O vídeo, emociona ,instiga a imaginação, a afetividade e isso nos seduz.

Daí a responsabilidade de não usar o vídeo de maneira inadequada. como: colocar

o filme como, “tapa buraco” na falta do professor, ou como enrolação para

camuflar uma aula. Com freqüência desvaloriza o uso do vídeo. Diminui sua

eficácia e empobrece a aula.

Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto,

despertar curiosidade, a motivação sobre um tema, mostrar o que se fala na sala

de aula, compor cenário desconhecido dos alunos, simular experiências de

química, o crescimento acelerado de uma planta. Também como registro de

eventos nas salas de aula, experiências, entrevistas,

Para os alunos serve de incentivo a produção de programas informativos feito por eles mesmos, incentiva os mais tímidos e para os professores com, o avaliação Moran, (1995, p.27)

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Continua Moran, antes da exibição do vídeo devemos comentar sobre os

aspectos gerais, mas não interpretá-lo, checar o ponto desejado, o som. Ainda

escolher um aluno para contar as cenas, outro para anotar as palavras –chaves,

outro ainda para anotar caracterização dos personagens etc..

Durante a exibição anotar as cenas mais importantes, se necessário fazer

uma pausa e observar a reação dos grupo. Após a apresentação passar os

quadros mais significativos, observar o som, música, efeitos, e analisá-lo

comentando os destaques deixando a opinião para os alunos, se posicionando

no final da discussão com questões como: aspectos positivos, aspectos

negativos, idéias principais, o que mais chamou atenção, significado de algumas

cenas, conseqüências para vida, o que poderia ser mudado no vídeo.

Esse trabalho poderia ser individual ou em grupos pequenos para depois

ser relatado em plenária. Com questões como: o que chamou mais atenção? O

que destacaria na música? Nos diálogos? Modelo de sociedade apresentada.

Valores apresentados (justiça, amor, amizade, trabalho). Assistindo ou não o filme

até o final poderia modificar ou propor um final diferente.

Dentro do contexto estudado agora, a resposta ou respostas a essa

pergunta deverão levar o professor a estabelecer o alvo ou os alvos que pretende

alcançar com determinado tema do seu ensino.

Ao fazer isso, ele estará como conseqüência, fixando os objetivos de ensi-

no que pretende atingir. Essa pergunta, finalmente, levará o professor a selecionar

os recursos instrucionais que julgar mais adequados a cada objetivo e método

escolhido e a seleção do método, por sua vez, depende do objetivo a ser atingido.

Com essa providência, lucrarão o próprio professor, os alunos e a escola

será mais conceituada na comunidade

4.5.1. Como analisar um filme

- Fazer estas quatro perguntas: aspectos positivos do vídeo; aspectos negativos;

idéias principais que passa e o que vocês mudariam neste vídeo.

- Análise Concentrada: escolher depois da exibição uma das cenas marcantes e

revê-Ias. Perguntar oral ou por escrito: o que chama mais atenção; o que dizem as

cenas; conseqüências.

- Análise Funcional: antes da exibição escolher algumas funções ou tarefas

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(desenvolvidas por vários alunos). Ex.: o contador de cenas, anotar as palavras

chaves, anotar as imagens. Após a exibição cada aluno fala e o resultado será

colocado no quadro.

- Análise da linguagem: que história é contada (reconstrução da história); como é

contada essa história; modelo de sociedade apresentado; valores afirmados e

negados.

4.5.2. Dramatização de situações do vídeo assistido e discutido

Alguns alunos escolhem personagens de um determinado vídeo e os

representam, adaptando-os à sua realidade. Depois se comparam os personagens

do vídeo e os da representação. Uma aula bem preparada utilizando o filme tem

um efeito de valor imensurável, uma oportunidade de motivar os alunos, estimula

a determinação, a auto-superação, a auto-estima, o auto-conceito.

4.5.3. Sugestões de filmes:

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, Brasil, 1937, direção de Humberto Mauro, 90 min., D.B.F. (Distribuidora de Filmes Brasileiros). Conteúdos: descoberta do Brasil; o processo de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos 15 e 16.

TEMPOS MODERNOS (Modem Times), Estados Unidos, 1936, 87 min., direção de Charles Chaplin, United Artists. conteudos: fordismo; revolução industrial; movimento proletário

O NOME DA ROSA (Der Nameder Rose)) Itália, França, Alemanha, 1986,130 min., direção de JeanJacques Annaud, Flashstar Filmes. CONTEÚDOS:igreja medieval; Inquisição; ILHA DAS FLORES, Brasil, 1989, 13 min., direção de Jorge Furtado, documentário (o filme está disponível para dowmload no site www. portacurtas. com.br). Conteúdos : globalização; capitalismo; injustiça social. O VELHO - A HISTÓRIA DE LUIS CARLOS PRESTES, Brasil, 1977, 105 min., direção de Toni Venturi, documentário, Versátil Home Vídeo. Conteúdo:Movimento comunista brasileiro; Coluna Prestes; GUERRA DO FOGO (la Guerre du Feu), França, 1981, direção de Jean-Jaques Annaud, Fox Home Vídem. Conteúdos: préhistória, descobrimento da tecnologia do fogo; origem da linguagem humana.

FORREST GUMP, EUA, 1994, 142 min., direção de Robert Zemeckis, Paramount Filmes. Conteúdos: história dos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970; movimento hippie;

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guerra do Vietnã; caso Watergate; racismo; aids. DESMUNDO, Brasil, 2003, 101 min., direção de Alain Fresnot, Columbia Filmes. Conteúdos: Brasil-Colônia; escravidão indígena, sociedade colonial. A CONQUISTA DO PARAÍSO (1492 Conquest of Paradise), Estados Unidos, 1992, 154 min., direção de Ridley Scott, Paramount Pictures. Conteúdos: grandes navegações; Inquisição; descobrimento da América. CARLOTA JOAQUINA PRINCESA DO BRAZIL, Brasil, 1995, 100 min., direção de Carla Camuratti, Europa Vídeo. Conteúdos: a vinda da família real portuguesa para o Brasil; guerras napoleônicas; o período que antecede a independência.

AO MESTRE, COM CARINHO, Com Sidney Poitier, direção de James Clavell, 1967

PRO DIA NASCER FELIZ- Documentário, Brasil, 2007, 88min. Direção: João Jardim,

colorido.

QUANTO VALE OU É POR QUILO- DRAMA, Brasil, 2005,104 min,Cor. Direção:

Sérgio Bianchi.

MR. HOLLAND, ADORÁVEL PROFESSOR. Com Richard Dreyflit's, direção de

Stephen Herek, 1995.

HOMENS DE HONRA. Com Robert De Niro e Cuba Goodin Jr., direção de George

Tillman Jr., 2000.

O PREÇO DO DESAFIO. Com Andy Garcia e Jeremy Olmos, direção de Ramon

Menendez, 1988.

PARA SEMPRE CINDERELA. Com Drew Barrymore e Anjelica Huston, direção de Andy

Tennant,: 1998.

CARRUAGENS DE FOGO. Com Denzel Washington, direção de Edward Zwich, 1996.

A HISTÓRIA DE RYAN WHÍTE: Uma lição de vida. Com Sarah Jessica Parker, direção

de John Herzfeld, 1993.

H) ANA E O REI. Com Jodie Foster, direção de Andy Tennant, 2000.

HONRA E CORAGEM. Com Kate Hudson, direção de Shekhar Kapur, 2002.

UM ATO DE CORAGEM. Com Denzel Washington, direção de Nick Cassavetes, 2002.

BLACK RAIN: A CORAGEM DE UMA RAÇA. Com Yoshiko Tanaka, direção de Shohei

1989

4.6. Ações para serem executadas nas primeiras semanas de aula

O afeto não pode ficar de fora quando se pretende melhor compreender quem somos, como aprendemos e como nos relacionamos neste nosso mundo. Regina Leite Garcia.

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Uma transição de um ano para outro é sempre difícil, seja qual for a área

de atividade. São novos desafios, a promessa de que, neste ano, será tudo

diferente.Os alunos defrontam-se, a cada ano, com o absoluto desconhecido.

Onde é a sala de aula? Quem são os professores? E os colegas? Quais serão as

matérias? Veja algumas ações que você deve considerar para tornar essa

transição mais fácil para todos .

1 - Certifique-se que você tem todo o material à mão: lista de chamada, apostila,

localização da sala de aula e avisos da diretoria.

2 - Passe a eles um resumo do que vai ser visto no ano. Cuide para que ele seja

simples de ler e entender.

3 - Mostre-Ihes que há várias formas de estudar e incentive-os a testar vários

métodos até encontrar o que mais se adapta a cada um deles.

4 - Para alunos mais velhos, é importante descobrir quem trabalha e onde. Certos

setores exigem horários flexíveis e você precisa saber quantos de sua turma se

encaixam nessa situação.

5 - Quando for usar laboratórios de química, informática ou a biblioteca pela

primeira vez aproveite bem o tempo; dê a sua turma alguns minutos para se

ambientar e comece a trabalhar com eles .

6- Defina cedo o calendário das provas para o semestre, etc.

7- Passe-Ihes dicas e truques que tornem o estudo mais fácil e rápido.

8 - Diga a eles que tipo de prova e trabalho em grupo você costuma fazer.

9 - Verifique possíveis dificuldades nos conceitos básicos (matemática e português

principalmente); trabalhe com outros professores para eliminar esses problemas na

turma.

10 - Cumprimente-os na porta da sala e então entre.

11 - Utilize charadas, fatos curiosos, cartoons ou figuras para começar uma

matéria.

12 - Comece a aula sempre na hora certa.

13 – Faça algumas perguntas sobre o tópico que eles irão ver naquele

dia/semana; isso desperta a curiosidade.

14 - Use notícias atuais no contexto de sua matéria.

15 - Peça que os estudantes escrevam o que eles esperam aprender em sua aula.

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16 –. Não importa a idade, use a imaginação de seus discípulos. Sua sala pode se

transformar em uma representação da área rural ou área urbana, por exemplo.

17 - Ao fazer um debate, divida a classe em três áreas: "contra", "a favor" e "muro".

Estimule os alunos a mudarem de lugar conforme suas opiniões sobre o assunto

vão se modificando.

18 - Compartilhe com seus estudantes sua filosofia de ensino. Por que você está

ali ensinando?

19 - Faça pausas. No meio da aula permita com que os alunos relaxem um pouco,

contando uma história engraçada, uma notícia relevante. Isso faz com que a aten-

ção e interesse da classe se renove para a segunda metade da aula.

20 - Fique de olho em faltas prolongadas. Telefone e até mesmo envie-Ihes um

bilhete ou e-mail.

21 - Tenha os telefones, e-mails e endereços dos alunos à mão para qualquer

emergência.

22 - Narre uma grande descoberta em sua disciplina, fazendo com que os alunos

sintam a alegria dos pesquisadores/cientistas/ escritores em questão.

23 - Convide pessoas de sucesso na comunidade para falar aos seus alunos.

Melhor ainda, faça uma pequena pesquisa para que eles mesmo escolham quem

gostariam de ouvir (referente à sua matéria, claro).

24 - Não tenha medo de mostrar seu entusiasmo e paixão pelo ensino.

25 - Pergunte se conhecem algum fato atual que pode mudar o que está sendo

ensinado. Isso é fácil em História e Geografia, mas nada impede que seja usado

em outras matérias. Planos econômicos dão ótimos exercícios matemáticos ,uma

gíria nova ensina como a língua está em permanente evolução e como as palavras

se formam.

26 - Use filmes: passe apenas uma pequena parte dele e discutam-no; faça um

"concurso" para adivinharem o final; passe a mesma cena várias vezes pedindo a

atenção dos alunos para outros personagens/ detalhes, etc.

27 - Caso sua turma perceba o quanto já aprendeu, vai se sentir mais motivada

para as próximas aulas. Para isso, peça que eles escrevam pequenas redações

sobre o que acham daquele assunto ao final de cada tópico. Eles vão ficar

espantados. E, como um bônus, essa revisão ajuda a fixar os conteúdos

aprendidos.

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28 - Não espere as provas para dizer aos estudantes como eles estão indo.

Comente exercícios feitos, faça um rápido teste oral, entre outros

29 - Peça que formem grupos permanente; (independentes do grupo de trabalho)

de três pessoas que se ajudam mutuamente no estudo.

30 - Fotografe a turma e coloque fotos no mural e em sua pasta.

31 - Varie sua forma de ministrar aulas, usando todos os recursos disponíveis (do

quadro-negro e flip-chart à apresentação multimídia).

32 - E, durante as aulas, forme grupos os mais diversos e heterogêneos possíveis.

Lute contra panelinhas, una sua turma como um todo.

33 - Use a comunidade: peças, concertos, festivais, câmara de vereadores e

órgãos semelhantes, praças e parques devem ser considerados extensão de sua

sala de aula/ escola. Converse com outros professores.

34 - Interesse-se pelo cotidiano de seus alunos. Em cada casa há exemplos de

superação e heroísmo.Valorize-os.

35 - Uma vez por mês ou bimestre, faça um exercício em sala de aula valendo

meio ponto na nota final.

36 - Caso você tenha que dar aulas sobre comportamento, participação ou

qualquer assunto que seja medido apenas por sua observação, faça uma prévia

semanas antes de lançar a nota final. Diga aos alunos onde eles podem melhorar e

como.

37 - Faça um pequeno teste . Quando todos terminarem, peça que troquem os

testes entre si, corrijam e façam um pequeno comentário sobre o trabalho do

colega. Aí, destroquem.

38 - Ao final das três semanas, peça que seus alunos digam o que estão achando

de suas aulas. Se necessário, permita que eles escrevam suas opiniões

anonimamente.

39 - Um projeto maior/mais trabalhoso também une um grupo. Porém, informe-os

logo no início das aulas e dê bastante tempo para que seja completado.

40 - De vez em quando, promova um teatrinho relacionado à matéria entre seus

alunos.

41 - Peça que eles se imaginem como um profissional vinculado àquela disciplina.

Crítico literário, cientista, estatístico (vão estar novamente na moda com as

pesquisas eleitorais), engenheiro, etc.

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42 - Anote o que você descobrir de importante sobre cada aluno. Depois. pergunte

a eles sobre estes fatores. envolva-se no mundo deles.

43 - Forneça a seus estudantes mais de uma visão sobre o assunto para eles

compararem e tirarem suas conclusões.

44 - Dê a eles uma lista de equações sem soluções, dilemas ou grandes questões

referentes à sua disciplina e convide-os a pesquisar e pensar sobre o assunto.

45 - Pergunte o que fizeram durante as férias. Use as atividades preferidas como

exemplos nas aulas.

46 - Peça trabalhos em grupo.

47 - Dê-Ihes opções de temas de trabalho ou visitas a serem feitas, além da forma

a ser feita. Eles preferem fazer uma maquete ou montar uma rápida peça de

teatro?

48 - Decore o nome de seus alunos.

49 - Torne o mural público. Estimule os alunos a colocar ali notícias que achem

relevantes, como o resultado do jogo de domingo, desde que isso não se torne

uma guerrinha entre as torcidas dos times locais.

50 - Forneça material de diversos autores para pesquisa.

51 - Estimule discussões. Lance uma pergunta em sala de aula e, após ouvir a res-

posta, pergunte algo como "Quem concorda e quem discorda?", "Fulana, qual a

sua opinião sobre o assunto?"

52 - Faça um pequeno teste "extra-oficial" nas primeiras semanas e devolva-o

corrigido na aula seguinte. Dessa maneira, os alunos se acostumam com seu estilo

de prova e correção, analisando as áreas nas quais eles podem melhorar.

53 - Dê aos estudantes oportunidade de estudar antes da prova. Evite terminar a

matéria em um dia e fazer o teste em outro.

54 - Exercícios rápidos de revisão podem ser feitos com chamada oral e levantar

de mãos. Faça uma afirmação e desafie "Quem acha que a afirmação está certa,

levante a mão". É o exercício de marcar "V" ou "F" feito de forma diferente e

permite que você veja, na hora, as dificuldades da turma.

55 - Faça votações periódicas sobre acontecimentos atuais. É simples: leia uma

notícia e peça que levantem a mão quem é contra, Quem é a favor e quem é do

PSD. Peça que alguns alunos expliquem os motivos para pensarem daquela

forma.

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56 - Exercícios feitos em dupla também estimulam o auto-aprendizado.

57 - Ofereça-se para uma pequena "aula extra" toda a semana (dez a quinze

minutos são suficientes) para dirimir dúvidas ou só jogar conversa fora sobre a

matéria ou atualidades. Para isso, divida sua equipe em pequenos grupos e atenda

um por semana.

58 - Seja simpático. Sorria,

59 - Distribua cartões em branco para os alunos e peça que eles anotem questões

sobre a aula daquele dia. Responda-as na próxima aula.

60 - Use diferentes mídias para ensinar: fotos, músicas, maquetes e modelos,

exemplos de material.

61 - Da mesma forma, use diferentes exemplos para ilustrar um conceito. Cada

aluno tem uma história pessoal diferente e responde a estímulos diferentes.

62 - Se os horários permitirem, apareça na sala de aula um pouco antes do sinal

bater, ou permaneça alguns minutos após o término da aula. Use esse tempinho

para conversar livremente com seus alunos

63 – Da mesma forma, faça pequenos cartões com as datas das provas e

trabalhos daquela turma e cole-os dentro da sua pasta de modo que possa vê-Ias

toda vez que abrir a maleta. Isso permite que você lembre os alunos de datas

importantes que se aproximam e evita que você as esqueça.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão fundamental a ser respondida agora é esta: quais são as

condições para que, dentro do processo ensino-aprendizagem, o aluno da

escola noturna esteja em busca do trabalho , inicinado-se nele ou já inserido no

seu universo, e possa construir sua aprendizagem com significado e para que

essa aprendizagem seja a base para sua vida, seja ingressando no ensino

superior ou permanecendo no mesmo nível?

Os seguimentos da escola pública necessitam ser revisto como um todo:

currículo, infra-estrutura, corpo docente, alunos e as necessidades de cada um

desses seguimento, pois não são ações isoladas ou grupos de pessoas (sejam

professores, pais ou autoridades) com boa vontade que conseguirão realizar todas

as modificações que esta escola necessita. É preciso , pois:

- Reestruturar a legislação que rege o ensino médio, separando as leis que regem

curso s diurnos daqueles que regem cursos noturnos.

- É urgente que as escolas conheçam melhor os profissionais que nelas atuam,

oferecendo-lhes melhores possibilidades de trabalho.

- A administração , seja de âmbito federal ou estadual, deve também fornecer às

escolas noturnas, além de legislação própria , equipamentos e infra-estrutura de

prédios e instalações

- Os órgãos administrativos devem repensar as situações de trabalho e salário dos

profissionais da educação.

- A escola por sua vez, como instituição deve oferecer aos alunos, currículo, carga

horária e avaliações adequadas à sua situação.

- Os professores precisam melhores condições de trabalho, para que posssam

também enxergar seus alunos de forma diversificada e com isso auxiliá –los na

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construção significativa de conhecimentos, proporcionando, assim promoção,

permanência e não evasão e repetência.

As idéias apresentadas em linhas gerais neste trabalho nos levam a

considerar alguns pontos importantes. Não há desenvolvimento humano sem uma

motivação.

Há uma necessidade de se discutir o tema repetência / evasão escolar com

proposta de mudanças para o Ensino Médio Noturno, análise de uma grade

curricular, o tempo perdido do aluno evadido no seu retorno, sem que com isso se

torne precária as práticas pedagógicas e que atenda efetivamente as

necessidades da formação intelectual e tudo que se diz respeito ao atendimento

adequado em relação ao aluno do ensino médio noturno.

A metodologia aqui estudada está direcionada para turmas de ensino

médio e que existem muitos métodos de ensino além dos aqui colocados. Vai daí

a criatividade do professor, mas que não constituem um fim em si mesmos e

devem ser utilizados com propósito de se atingir os objetivos da lição a ser

ensinada. O ideal seria combinar métodos de maneira harmoniosa a fim de se

alcançar êxito no ensino ministrado.

Pesquisa realizada em finais da década de 90 demonstrava e mais da metade dos jovens que cursavam o ensino médio não tinha expectativa de prosseguir seus estudos, tentando ingresso na universidade. Observando a rápida expansão da matrícula no ensino superior, em paralelo ao crescimento do número de concluintes do ensino médio, não estaríamos diante de mudanças nas expectativas escolares destes alunos? (Oliveira, 2004)

A pesquisa de Carvalho(1994) deixa claro que, para os

jovens do noturno, o que caracteriza a vida é o trabalho; é ele que fixa os limites

do estudo, do lazer e do descanso. Mesmo o trabalho acarretando por um lado o

desgaste e cansaço ao aluno, por outro ganhos potenciais, pois, por estar

inserido no mundo do trabalho , mais amadurecido, pode continuar seus estudos ,

desde que lhe sejam dadas condições.

Para se evitar o fracasso escolar deve necessariamente ser

problematizado a partir da clara delimitação de um projeto autônomo e mínimo ,

que, só a escola é capaz de realizar. Assim a escola exercerá , então sua tarefa

básica que é instruir , no sentido de aquisição de conhecimentos, e não perseguirá

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um fantasma , como ensina o professor Azanha.

A dinamização essencial e o essencial da dinamização da sala de aula

localizam-se na relação insubstituível entre pessoas que se comunicam e

comunicam o conhecimento.

Assim, seja qual for a metodologia, não prescinde da comunicação e, ao

contrário, depende dela para que a aprendizagem se realize. Ainda, quanto melhor,

mais clara, mais "didática", mais explícita, mais objetiva e mais orientadora for a

comunicação, mais efetiva será a metodologia, ou seja, existe uma relação direta

entre qualidade da comunicação e resultado do processo metodológico.

Dinamizar a aula, expandi-Ia em seu potencial e em suas condições, em

diversificação de métodos e motivações, em alternativas e formas de ensinar para

que haja aprendizagem são solicitações legítimas dos professores e de seus

alunos: solicitações que se renovam a cada dia das séries ou dos ciclos escolares.

- Amem a seus alunos!

- Amem o seu trabalho!

- Amem a si próprios!

- Aprimorem cada vez mais suas palavras e atos e diga : "Sou um vencedor".

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