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ISSN 2176-1396

HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES PARA A

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE QUÍMICA

Tatiane Estácio de Paula1 - UFPR

Franciellen Rodrigues da Silva Costa2 - UFPR

Grupo de Trabalho - Formação de professores

Agência Financiadora: CAPES

Resumo

No presente trabalho, relatamos os resultados de uma pesquisa empírica, a qual tem por

objetivo discutir as contribuições da História e Filosofia da Ciência na formação de

professores de Química. Para atingir tal objetivo foi realizada uma entrevista com uma

professora pesquisadora da área, que atua na formação inicial e continuada de professores de

Química/Ciências em uma Instituição Pública de Ensino Superior. O referencial teórico sobre

o desenvolvimento do Ensino de Ciências compõe-se das contribuições de Krasilchik (2000),

em relação ao uso da História e Filosofia da Ciência no Ensino de Ciências, e no caso da

Formação de Professores de Química/Ciências utilizamos as contribuições de Castro e

Carvalho (1992), Matthews (1995), Chassot (2000) e Martins (2005). Como fonte de

composição de dados utilizamos como recurso a entrevista semiestruturada, e para a análise

dos mesmos fizemos uso da metodologia de Análise Textual Discursiva, com base teórica em

Moraes e Galiazzi (2006). Constatou-se a partir da entrevista com a pesquisadora, que na

formação dos professores de Química/Ciências deve-se romper com as concepções

equivocadas que estes consideram sobre a natureza do conhecimento científico, para isto

deve-se incluir aspectos que evidenciam que o desenvolvimento da Ciência não é linear, que

passa por controvérsias, que é uma construção coletiva e que não deve ser atribuído o

desenvolvimento das teorias de forma individual. Além disso, constatou-se que o professor

deve ser preparado para utilizar em sua metodologia reflexões sobre a história e filosofia da

Ciência, a fim de preparar seus alunos para que sejam cidadãos críticos e conscientes de suas

ações na sociedade. Deste modo consideramos que discussões sobre a História e Filosofia da

Ciência, empregadas na formação dos professores de Química, abrangendo tais aspectos,

contribuí para a formação de um docente que auxilia seu aluno na compreensão da Química e

da Ciência no mundo em que vive.

1Licenciada em Química pela Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de União da Vitória (FAFIUV).

Aluna de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática da

Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: [email protected].

2 Licenciada em Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Aluna de Pós-Graduação: Programa

de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-

mail: [email protected].

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Palavras-chave: História e Filosofia da Ciência. Formação de Professores. Ensino de

Química.

Introdução

Atualmente existe a necessidade de romper com ensino restrito a transmissão de

conteúdos, pois, desta forma pouco se contribuí para o processo aprendizagem e a construção

do conhecimento, fato que dificulta a formação crítica do aluno como cidadão. Nesse sentido,

direcionando esta questão para a contribuição do uso da História e Filosofia no Ensino de

Química/Ciências, acredita-se que a mesma possa auxiliar na formação do aluno, favorecendo

a reflexão sobre a função da Ciência na sociedade e como construção histórica.

Tal recomendação encontra-se expressa nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o

Ensino de Química (2006) qual destaca que “A inserção de elementos de História e Filosofia

da Ciência reveste-se de um papel essencial para que o aluno possa desenvolver uma visão

abrangente da Química em uma perspectiva transdisciplinar” (BRASIL, 2006, p.125).

Nesse sentido, ressaltamos a importância de envolver na formação dos professores

discussões da História e Filosofia da Ciência (HFC), pois, a atuação do docente e o

direcionamento por ele determinado para o uso de conceitos epistemológicos no Ensino irão

contribuir diretamente para a alfabetização científica do aluno (CHASSOT, 2000).

No entanto, como expresso nos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre a formação

de professores e sua relação com a HFC, ainda ocorrem divergências entre o que se espera da

atuação do professor e o preparo que este recebe em sua formação, segundo o documento:

Estudos na História e Filosofia das Ciências são um desafio para o professor, uma vez que raramente sua formação inicial contemplou estes campos de conhecimentos

dedicados à natureza da Ciência. São estudos que proporcionam consistência à visão

de Ciência do professor e uma distinção mais clara entre Ciência e Natureza.

Informam que um mesmo fenômeno foi explicado de formas diversas em épocas

diferentes e que muitos fenômenos naturais foram descobertos ou evidenciados por

efeito da investigação científica, não sendo possível sua verificação ou compreensão

por simples observação direta (BRASIL, 1998, p. 89).

Considerando a relevância de incluir reflexões sobre a HFC no Ensino de Química e

na formação dos docentes, o presente trabalho tem por objetivo discutir as contribuições da

História e Filosofia da Ciência na formação de professores de Química. Para isso contou-se

com o conhecimento de uma pesquisadora da área que atua diretamente na formação de

professores. Através de uma entrevista com a pesquisadora, procuramos extrair informações

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sobre os aspectos relacionados a HFC que devem estar presentes na formação dos professores,

a fim de contribuir para sua formação e para a melhoria do Ensino de Química.

História e Filosofia e o Ensino de Ciências

O Ensino de Ciências sempre esteve em constante transformação, devido ao fato de

que suas reformas são influenciadas por questões políticas, econômicas e sociais. Segundo

Krasilchik (2000) nos últimos 50 anos isto se refletiu em reformas educacionais, direcionadas

pelo crescimento da Ciência e Tecnologia. A autora cita em seu artigo Reformas e realidade:

o caso do ensino das ciências, um grande marco que refletiu em mudanças relevantes para

ensino de Ciências:

Um episódio muito significativo ocorreu durante a “guerra fria”, nos anos 60, quando os Estados Unidos, para vencer a batalha espacial, fizeram investimentos de

recursos humanos e financeiros sem paralelo na história da educação, para produzir

os hoje chamados projetos de 1ª geração do ensino de Física, Química, Biologia e

Matemática para o ensino médio. A justificativa desse empreendimento baseava-se

na idéia de que a formação de uma elite que garantisse a hegemonia norte-americana

na conquista do espaço dependia, em boa parte, de uma escola secundária em que os cursos das Ciências identificassem e incentivassem jovens talentos a seguir carreiras

científicas (KRASILCHIK, 2000, p.85).

Segundo a autora, neste período houve no Brasil a necessidade de preparar alunos com

caráter voltado para futuros pesquisadores da Ciência, em consequência do momento que o

país vivia no processo de industrialização. Estas reformas educacionais fizeram com que o

Ensino de Ciências passasse por constantes mudanças buscando suprir as necessidades da

sociedade, o que promoveu diferentes perspectivas no Ensino de Ciências ao logo dos tempos,

tais como: o ensino para elite, a função de desenvolver espirito crítico, a formação do

trabalhador, o caráter profissionalizante, entre outras (KRASILCHIK, 2000).

Devido a estes acontecimentos muitas visões equivocadas sobre o desenvolvimento

científico e sobre os cientistas foram sendo disseminadas, fato que ocasionou a necessidade de

romper com as visões deformadas da Ciência (CARVALHO, GIL-PEREZ, 2011). Visões

estas que perpetuam a Ciência como algo para poucos, exato, verdadeiro, sem erros, que já

está posto e somente deve ser descoberto, sem uma construção, sem um desenvolvimento de

várias pessoas, atribuindo a “descoberta” científica somente a um nome, para Castro e

Carvalho (1992):

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Assim, o conhecimento científico, construção sofisticada e gradual da mente humana, passa a ser tomado como algo passível de mera transmissão, de revelação e

não como conhecimento a ser elaborado. Esta atitude mostrasse claramente nociva a

qualquer tentativa de se aproximar da ciência (CASTRO, CARVALHO, 1992, p.

228).

Nesse sentido, alguns autores (MATTHEWS, 1995; CHASSOT, 2000; MARTINS,

2005) defendem a necessidade de inserir aspectos históricos e filosóficos no Ensino de

Química, Física, Biologia, etc., tendo em vista que a Ciência está em construção e a sociedade

deve concebê-la considerando suas mudanças conceituais ao decorrer da história. Tal

inserção proporciona o desenvolvimento do senso crítico dos alunos com relação às teorias e

as concepções da Ciência, fornecendo assim subsídios para que estes argumentem e se

posicionem a respeito sobre as informações científicas que recebem.

Neste contexto, o professor de Química/Ciências deve ser preparado para desenvolver

estas questões em sua prática docente. No que se refere à formação dos professores esta

preocupação vai ao encontro de anular um ensino resumido da transmissão de conhecimentos,

que traz obstáculos as possíveis renovações no Ensino de Química, pois não propicia aos

professores conhecer quais foram os caminhos existentes para construção do conhecimento

desta área, e refletir sobre as possíveis metodologias que poderiam ser usadas para ensinar

Química.

Desse modo, sem entender como a construção conhecimento na ciência e do trabalho

científico ao longo da história, o professor tem sido formado de maneira a entender a ciência e

a ensiná-la de forma descontextualizada, desinteressante, dogmática, tal como ocorre no

contexto de sua formação docente (CHASSOT, 2000).

Segundo Matthews (1995) não é possível que a História e Filosofia da Ciência dê

todas as respostas para melhoria do Ensino de Ciências, porém, possuem algumas

contribuições, como:

[...] melhorar a formação do professor auxiliando o desenvolvimento de uma epistemologia da ciência mais rica e mais autêntica, ou seja, de uma maior

compreensão da estrutura das ciências bem como do espaço que ocupam no sistema

intelectual das coisas (MATTHEWS, 1995, p. 165).

Nesse sentido, Louguercio e Del Pino (2006) defendem que epistemologia da Ciência

no Ensino possibilita a compreensão dos processos de construção do conhecimento científico

ao longo da história: quais foram as condições, dificuldades, problemas, evoluções existente

na construção da Ciência. Além disso, Costa e Carvalho (1992) defendem que:

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A introdução da dimensão histórica pode tornar o conteúdo científico mais interessante e mais compreensível exatamente por trazê-lo para mais perto do

universo cognitivo não só do aluno, mas do próprio homem, que, antes de conhecer

cientificamente, constrói historicamente o que conhece (CASTRO, CARVALHO,

1992, p. 228).

Portanto, torna-se essencial para atuar na atividade docente além do conhecimento

sobre o domínio do conteúdo específico da matéria, a necessidade de conhecer as implicações

da história e filosofia na construção desta ciência. Assim entende-se que o uso da HFC no

ensino de Química, Física, Biologia, pode propiciar a superação de obstáculos presentes na

transmissão de conteúdos realizados em sala de aula. Dando continuidade a esta temática o

próximo tópico apresenta aspectos sobre a relação da História e Filosofia da Ciência e a

formação de professores de Química.

História e Filosofia da Ciência na Formação de Professores de Química

A formação de professores de Química/Ciências e sua relação com a História e

Filosofia da Ciência vem sido discutida por diversos autores (MATTHEWS, 1995;

MARTINS, 2005, 2007; SILVA, 2014) e sua relevância na formação de professores de

Química apresenta-se expressa nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a os cursos de

Licenciatura em Química, documento este que expõe a necessidade do docente “Reconhecer a

Química como uma construção humana e compreender os aspectos históricos de sua produção

e suas relações com o contexto cultural, socioeconômico e político”. (BRASIL, 2001, p.4).

Deste modo, a compreensão histórica e filosófica da Ciência permite ao docente

romper com concepções empíricas equivocadas sobre a natureza do conhecimento científico

e, além disso, ressalta a importância de considerar a Ciência como uma construção histórica,

realizada por homens e mulheres, que desenvolveram conceitos em torno de muito estudo e

dedicação, e que desta forma trouxeram contribuições para o desenvolvimento da sociedade.

No entanto, Silva (2014) demonstra em seu estudo, que mesmo os cursos de formação

inicial de professores que contém na estrutura curricular disciplinas relacionadas a HFC, estas

ainda apresentam lacunas, pois, grande parte das vezes as disciplinas que envolvem aspectos

históricos e filosóficos da Ciência, são empregadas de forma descontextualizada e distante da

realidade em sala de aula, e com embasamento teórico e articulação com as demais disciplinas

considerados insuficientes para uma boa preparação do profissional frente a este contexto.

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Nesse sentido, Martins (2007), descreve a importância de refletir sobre o uso da HFC

na formação de professores, e não considerar apenas como mais um conteúdo a ser inserido

na grade curricular, segundo o autor:

Os cursos de formação – inicial e continuada – de professores precisam levar isso

em conta, pois de nada adianta o conhecimento do conteúdo (ainda que esse conteúdo seja o histórico e filosófico) sem o conhecimento pedagógico do conteúdo.

Se quisermos contemplar a HFC no ensino médio, devemos trazer esse debate

metodológico para os currículos das licenciaturas, buscando uma maior integração

com outras áreas do conhecimento, como a Pedagogia e a História (MARTINS,

2007, p. 127)

Deste modo, fica evidente que o conhecimento sobre a História e Filosofia da Ciência

deve ser empregado nos cursos de licenciatura através da integração entre o conteúdo e o

conhecimento pedagógico, para que os professores saibam utilizar tais conhecimentos com

seus alunos, em diferentes contextos, sabendo fazer uso da HFC de forma significativa para a

construção do conhecimento científico.

Além disso, outro fator que dificulta a formação dos professores de Ciências neste

contexto é descrito no trabalho de Oliveira (2009), qual descreve a escassez de professores

pesquisadores formados na área da HFC no país, fator prejudicial para que a HFC seja

trabalhada como deveria na formação de professores, para o autor:

O que existe na realidade é um certo número de pessoas que dão aulas de História da Ciência sem ter uma formação adequada e que podem, por isso, transmitir uma visão

equivocada da História da Ciência, o que pode desencadear outros problemas. Existe

uma expectativa de que esse problema seja minimizado com o passar do tempo

como ocorreu em outros países, com o surgimento de novos cursos de pós-

graduação, maior intercâmbio com outros centros de pesquisa, novos grupos de

estudos, departamentos e centros de pesquisa na área (OLIVEIRA, 2009, p.48).

Esta situação dificulta o trabalho dos professores, pois, com a falta de informação,

carência de pesquisas e de cursos de formação continuada que envolve aspectos

epistemológicos da natureza do trabalho científico, juntamente com a escassez de docentes

preparados em sua formação, faz com que tentar incluir reflexões sobre a natureza da Ciência

em sala de aula, se torne para os docentes um árduo trabalho (MARQUES, 2010).

Estas realidades que envolvem a HFC na formação dos professores, tendem a refletir

as dificuldades encontradas por estudantes no que se refere ao Ensino de Química/Ciências.

Muitas vezes os alunos consideram a Química/Ciência desinteressante, complexa, e distante

da sua realidade justamente por não compreendê-la de modo articulado com o seu cotidiano, e

por não considera-la uma construção histórica, para Matthews (1995) este problema se

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desenvolve devido ao fato de que a maioria dos professores ensinam Ciências através de

teorias empiristas, para o autor:

No ensino de ciências, tem-se ignorado, ou minimizado, com uma freqüência maior que a desejável, a ruptura epistemológica existente entre a ciência newtoniana e o

senso comum e a realidade quotidiana que nos envolve, de modo que se criou um

enigma no que tange à aparente incapacidade do sistema de ensino para ensinar o

que deve. A subestimação dessa dissociação epistemológica em relação à realidade

quotidiana exigida pela mecânica clássica prevalece especialmente entre aqueles

professores (a maioria) que seguem teorias empiricistas em ciência (MATTHEWS,

1995, p.180).

O fato de ensinar ciências de forma empirista, faz com que os alunos aprendam os

conceitos sem conseguir relacioná-los com suas experiências cotidianas e sem que eles

compreendam o progresso científico e a evolução das teorias científicas.

Nesse sentido, os autores Melo e Neto (2013) exemplificam a ocorrência das

dificuldades geradas pela falta de discussão histórica e filosófica na aprendizagem dos

modelos atômicos presente no Ensino de Química:

Os alunos do ensino médio necessitam perceber que os modelos são construções provisórias e suscetíveis de aperfeiçoamento. Os modelos avançaram para formas

cada vez mais poderosas, abrangentes e úteis para explicar a realidade ao longo da

história da ciência. Para o aluno, não fica claro até que momento pode-se ou não

trabalhar com um determinado modelo, quando é necessário um conhecimento

maior e quais as necessidades reais que levaram à elaboração de um modelo mais

aprimorado (MELO, NETO, 2013, p. 114).

Desta forma podemos considerar que o uso da HFC no Ensino de Química bem como

a Formação dos professores são aspectos que devem ser repensados. A formação dos

professores deve envolver os conteúdos da HFC com conteúdos pedagógicos, para que o

docente saiba como integrar isto em sua prática, auxiliando-o ao fazer uso de estratégias que

possibilitem a escolha de uma metodologia que contemple aspectos históricos e filosóficos

sobre a ciência, com intuito de romper com concepções equivocadas que os estudantes

carregam sobre o desenvolvimento científico e sobre os cientistas, o aproximando-o desta

forma da natureza do conhecimento científico.

Metodologia

A História e Filosofia da Ciência é uma das discussões presentes no Ensino e na

Formação de Professores de Química, sua escolha como temática deste trabalho remete-se ao

fato da relevância deste assunto para melhoria na formação docente e no ensino de Química.

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Neste sentido procurou-se selecionar um pesquisador da área de HFC, com formação

específica em licenciatura em Química, que atua diretamente na formação inicial e continuada

de professores de Química/Ciências.

O instrumento para compor os dados, partiu de uma entrevista semiestruturada, a qual

é guiada por um conjunto de perguntas em uma ordem pré-determinada, segundo Triviños

(1987, p.146) este tipo de entrevista “[...] parte de certos questionamentos básicos, apoiados

em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo

de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as

respostas do informante”.

A justificativa para escolha desta técnica deve-se a flexibilidade da mesma, fato que

permite ao investigador reformular as questões de acordo com as resposta do entrevistado

(MARCONI, LAKATOS, 2003).

A metodologia empregada para a análise dos dados obtidos na entrevista, foi a Análise

Textual Discursiva, qual corresponde a uma “abordagem de análise de dados que transita

entre duas formas consagradas de análise na pesquisa qualitativa que são a análise de

conteúdo e a análise de discurso” (MORAES, GALIAZZI, 2006, p.118).

Esta metodologia consiste em um processo com três elementos principais: a

desmontagens dos textos, estabelecimento de relações e captação do novo emergente. A

desmontagem dos textos consiste em analisar um texto em seus detalhes de forma a

fragmentar em unidades constituintes, denominado de unitarização. Já o estabelecimento de

relações, ou seja, a categorização reúne estas unidades de significados pelo conjunto de

informações semelhantes. E por fim a compreensão é realizada através de um metatexto

construído pelos passos anteriores (MORAES, GALIAZZI, 2006).

Resultados e Discussões

No presente trabalho analisamos duas categorias, que foram evidenciadas nas falas da

pesquisadora entrevistada, a primeira categoria relata a necessidade de romper com

concepções equivocadas sobre a natureza do conhecimento Científico, que envolvem aspectos

relacionados ao desenvolvimento das teorias científicas. A segunda categoria, contempla

aspectos referentes a preparação dos futuros professores para que saibam incluir em sua

prática pedagógica reflexões sobre a HFC a fim de contribuir para a formação do aluno como

cidadão, tais categoriais serão discutidas na sequência.

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Categoria I) Romper com as concepções deformadas que os professores e futuros

professores têm sobre natureza da Ciência

Proposição I) Romper com a concepção de que as teorias científicas são feitos individuais.

Compreensões equivocadas sobre a natureza do conhecimento científico encontram-se

muitas vezes presentes no entendimento dos professores de Química/Ciências, tais

concepções fazem parte da vida dos professores desde a época, que eram alunos da Educação

Básica, pois, geralmente os livros didáticos, a forma como o professor destes expos sobre o

processo histórico da Ciência, a influência da mídia sobre o entendimento do que é Ciência,

promoveu o desenvolvimento destas compreensões.

Uma destas compreensões errôneas presentes no entendimento dos professores e

futuros professores que deve ser combatida e reelaborada na formação destes, está relacionada

com a compreensão de que a Ciência é uma “descoberta” individual, atribuindo somente a

uma pessoa o mérito por determinado feito científico. Tal situação encontra-se evidenciada

nas seguintes falas da pesquisadora entrevistada:

[...] a gente tem várias formas, várias estratégias, várias metodologias, então uma delas é essa que eu estou citando, através dos artigos clássicos a respeito de

determinado conteúdo, você vai mostrando, por exemplo, que a ciência passa por

controvérsias, que a ciência é construída coletivamente, que geralmente

pesquisadores trocam de informações sobre determinado assunto (PQ).

[...] eu trabalhava no PIBID por exemplo, com os meus alunos, eu pegava vários

artigos, e você pode ir criando estratégias, por exemplo, estudar o conceito histórico

de quando aconteceu determinado fato ...por exemplo: Lavoisier é considerado o

“Pai da Química”, há ele é o “Pai da Química” então a gente combate essa coisa do

“pai” e considera que é uma construção coletiva [...] (PQ).

Nesse sentido a formação dos professores deve envolver aspectos a fim de romper

com a concepção de que a Ciência é mérito de somente algumas pessoas, que “descobrem”

determinados fatos quais se transformam em teoria. Portanto torna-se necessário que o

docente compreenda a Ciência como construção coletiva, onde grupos de pesquisadores

dedicaram tempo de estudo para desenvolver as teorias. Desta forma, além de saber conduzir

os conceitos históricos da Ciência para seus alunos o professor também está preparado para

escolher um melhor material de trabalho e promover reflexões em seus alunos sobre formas

distorcidas que muitos livros didáticos retratam sobre a HFC, pois segundo Marques (2010)

essa é uma das críticas referentes ao má uso da HFC no Ensino de Ciências:

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Uma das críticas é a forma como a História da Ciência esta contida nos manuais didáticos onde privilegiam apenas datas e os grandes cientistas a quem se atribui a

descoberta de algo considerado importante e revolucionário, o que acarreta uma

imagem distorcida da Ciência, levando os estudantes a pensarem que as idéias

surgem espontaneamente por mentes privilegiadas (MARQUES, 2010, p. 35).

Romper com a concepção dos professores de que as teorias científicas são feitos

individuais, corresponde à melhoria na utilização da HFC em sala de aula, pois, estando

preparado para abordar tais conteúdos o professor contribuí para que seus alunos

compreendam o desenvolvimento científico como uma construção coletiva.

Proposição II) Romper com a concepção de que a Ciência é verdadeira e cumulativa

Muitas vezes as teorias científicas são consideradas como únicas e verdadeiras, por

exemplo, quem de nós já não ouviu na mídia “produto comprovado cientificamente”, como se

essa “comprovação” fosse a garantia de que o produto trará o resultado esperado por que foi

testado cientificamente. Desta forma, observamos o quanto a Ciência é vinculada como algo

verdadeiro e inquestionável, no entanto cabe a nós professores romper com tais compressões,

pois as teorias científicas passam por rupturas, e o que até determinado momento cabe para

explicar tal fenômeno, pode futuramente ser insuficiente, tendo que novas teorias serão

desenvolvidas para explicar tal acontecimento. Essa situação encontra-se evidenciada na

seguinte fala da pesquisadora:

[...] é ensinado que só a Ciência é verdadeira, que a ciência é linear, que a Ciência é cumulativa, que os Cientistas são seres de outro planeta que descobrem as coisas

assim, que cai uma maçã na cabeça e o cara sai gritando que descobriu tal coisa né?!

Então são passadas vários estereótipos assim né? Então a História e Filosofia da

Ciência na formação dos professores, ela pode ajudar no enfrentamento desses

Obstáculos (PQ).

Para preparar o professor para adotar tal estratégia, a pesquisadora destaca a

necessidade de discutir na formação dos professores os contextos envolvidos no

desenvolvimento das teorias científicas, a fim de desconstruir as concepções errôneas que os

professores carregam, como encontra-se destacado no seguinte relato:

Então, é mais ou menos nessa abordagem que se trabalha em História e Filosofia da

Ciência, você vai buscar os contextos, onde aconteceram as coisas, o

“descobrimento” de determinada teoria e você vai desconstruindo aquilo a medida

em que se vai estudando o contexto (PQ).

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Assim sendo, compreendemos que discussões com intuito de compreender o contexto

das teorias científicas, devem estar presentes na formação dos professores, pois, desta forma

os docentes podem descontruir com concepções equivocadas sobre a Ciência como verdadeira

e linear, possibilitando também que seus alunos compreendam a Ciência como uma

construção coletiva realizada por homens e mulheres em busca da compreensão de explicação

para os interesses de sua época.

Categoria II) Preparar o professor para utilizar metodologias diferenciadas que incluam

aspectos referentes a HFC que contribuam para a formação cidadã do aluno

Proposição I) Preparar o professor para utilizar em suas aulas metodologias que

demonstrem aos seus alunos o desenvolvimento das teorias científicas

Incluir discussões a respeito da HFC na sala de aula é um desafio para muitos

professores, pois, quando estes não estão preparados para trabalhar tal conteúdo, acabam por

reforçar compreensões equivocadas do senso comum sobre a natureza do conhecimento

científico. Segundo Martins (2007), esta dificuldade dos professores em desenvolverem uma

metodologia eficaz para inclusão da HFC no Ensino Médio é decorrente de “uma certa falta

de conhecimento e de convicção em relação ao uso de estratégias didáticas que fujam ao

verbalismo e à simples exposição de conteúdos” (MARTINS, 2007, p. 122).

Nesse sentido analisando os relatos da pesquisadora entrevistada, compreendemos que

essa é uma preocupação evidente em seu discurso:

[...] a gente não pode ser mais aquele professor que dá o conteúdo, faz exercício e faz a prova, isso não serve! Não podemos continuar assim, porque isso contribui pra

aquele ensino abstrato lá que não servia pra nada! (PQ)

[...] nós temos que formar nossos professores novos pra que eles ensinem uma

Química, uma Física, uma Biologia que instrumentalize o aluno pra que ele consiga

entender melhor, se posicionar melhor na sociedade em que ele vive e que ele não sofra mais tanto essa divisão de classe como acontecia no passado. (PQ)

Sem dúvida a inclusão de aspectos relacionados a HFC tanto na formação de

professores de Química/Ciências é extremamente importante para a compreensão da função

da Ciência no decorrer da história. Entretanto, mesmo sendo reconhecida a necessidade de

incluir tais temas Martins (2007) descreve através de seu estudo que ainda é muito presente a

dificuldade de utilizar a HFC com qualidade nas salas de aula:

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Se a HFC é – quase – uma unanimidade, porque não a vemos contemplada nas salas de aula do ensino médio e em livros didáticos? A resposta é, certamente, simples:

não é fácil fazer. Nossos dados reforçam a idéia de que há um abismo entre o valor

atribuído à HFC (...) e a sua utilização, com qualidade, como conteúdo e estratégia

didática nas salas de aula do nível médio (MARTINS, 2007, p. 127).

Portanto compreendemos que para aproximar o aluno da Ciência, instrui-lo a

compreender a relação da Ciência com o seu cotidiano, e desmistificar certas concepções, é

necessário que as discussões a respeito sejam reformuladas e incluídas nos cursos de

formação de professores. Uma das formas contempladas no trabalho de Martins (2007) que

favorece o preparo para o professor incluir de modo eficaz em sala de aula a HFC é promover

a reflexão e discussão através da junção entre os conteúdos históricos e pedagógicos, que vai

ao encontro da proposta citada pela pesquisadora entrevistada.

Nesse sentido, um dos pontos importantes para uma abordagem efetiva envolvendo

aspectos históricos e filosóficos, envolve a seleção e elaboração do material utilizado pelo

docente, segundo Oliveira (2009):

A utilização da História da Ciência na sala de aula requer que os professores possuam uma formação que lhes permita fazer uma seleção do material histórico

adequado ou mesmo a construção de materiais específicos para a situação de ensino-

aprendizagem. A carência desse material didático é apontada pelos professores

como um dos principais responsáveis pela distância que existe atualmente entre o

valor atribuído à História da Ciência e sua utilização como estratégia didática em

sala de aula (OLIVEIRA, 2009, p. 48).

Desta forma além do professor conhecer sobre a HFC, é necessário conhecer formas

de trabalhar com a temática de modo efetivo em sala de aula.

Proposição II) Preparar o professor para este seja capaz de formar os seus alunos para

que compreendam a função da Ciência na sociedade

A formação inicial deve preparar o docente para que este compreenda que as reflexões

sobre HFC abordadas no Ensino de Química irão influenciar nas ações dos estudantes como

cidadãos, pois, compreendendo o desenvolvimento das teorias científicas os alunos são

capazes de se posicionar frente às mudanças científicas e tecnológicas que nos rodeiam. Tais

aspectos encontram-se destacados nas seguintes frases da entrevistada:

[...]eu tenho buscado então ajudar esses professores, hoje eu estou ajudando a

formar, a entender como eles podem fazer diferente, como eles podem formar esse

cidadão de modo que ele realmente entenda o mundo [...] (PQ).

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[...] que ele ajude o aluno entender um pouco melhor as coisas que estão ao redor

dele é isso que eu tenho lutado, é isso que é a minha luta na formação dos

professores [...] (PQ).

Compreendemos desta forma a necessidade de formar o professor para que reflita e se

posicione sobre o desenvolvimento científico e, desta forma ajude a combater o Ensino de

Química resumido em conteúdos, fórmulas, equações que se tornam, na maioria das vezes,

obstáculos para que o aluno compreenda a função e os impactos das realizações científicas na

sociedade. Tal posição é corroborada por Mathews (1995), em que descreve que aspectos

históricos, filosóficos e sociológicos incluídos na formação dos professores, possibilitam aos

docentes:

[...] humanizar as ciências e aproximá-las dos interesses pessoais, éticos, culturais e

políticos da comunidade; podem tomar as aulas de ciências mais desafiadoras e

reflexivas, permitindo, deste modo, o desenvolvimento do pensamento crítico;

podem contribuir para um entendimento mais integral de matéria científica, isto é, podem contribuir para a superação do mar de falta de significação que se diz ter

inundado as salas de aula de ciências, onde fórmulas e equações são recitadas sem

que muitos cheguem a saber o que significam [...] (MATHEWS, 1995, p. 166).

Desta forma, se o professor estiver preparado para ensinar os seus alunos incluindo em

sua prática reflexões sobre HFC, o Ensino de Ciências assume sua função e prepara o aluno

para atuar de modo efetivo, diante das transformações da sociedade que envolvem aspectos

científicos.

Considerações Finais

Compreendemos a partir do exposto, que existe a necessidade de romper com

concepções equivocas sobre a HFC que está presente na percepção de futuros professores.

Além disso, o docente deve ser preparado para que saiba utilizar metodologias que favoreçam

o uso da HFC no Ensino de Química. Observamos através das falas da pesquisadora que a

discussão de textos, e a análise de materiais com licenciandos é uma forma de contemplar tais

aspectos, de forma que estes futuros professores reflitam sobre a construção da Ciência e para

que estes docentes saibam como incluir tais discussões em sua prática.

Contemplar temáticas referentes à natureza do conhecimento científico contribui para

que o docente saiba transpor os conhecimentos de HFC no Ensino de Química/Ciências,

possibilitando assim que ele forme seu aluno, de modo que este seja crítico e consciente no

que se refere ao desenvolvimento e a relação do conhecimento científico com o seu cotidiano.

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Assim sendo, reflexões em torno da História e Filosofia da Ciência buscam favorecer a

atuação docente, possibilitando ao professore auxiliar o aluno na compreensão da real função

da Ciência na sociedade, como ocorre o desenvolvimento das teorias científicas e, além disso,

as discussões sobre a HFC na formação de professores também contribuem para que estes

possam romper com concepções equivocadas que possuem sobre a natureza da Ciência.

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