filosofia da ciÊncia e anÁlise crÍtica · filosofia da ciÊncia e anÁlise crÍtica douglas...

12
FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia – UNIOESTE - Toledo [email protected]

Upload: trancong

Post on 28-Jan-2019

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

Douglas Antonio Bassani

Professor de Filosofia – UNIOESTE - Toledo

[email protected]

Page 2: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (1): “(...) o cientista normal foi alguém “mal ensinado” oualguém que deveríamos “ter pena”, pois o estímulo ao pensamentocrítico é necessário ao aluno-cientista, e jamais deveria ser abandonadoem qualquer momento do desenvolvimento das teorias (POPPER, 1979,p. 65).

Page 3: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (2): “A ciência “normal”, no sentido de Kuhn, existe. É a atividadedo profissional não-revolucionário, ou melhor, não muito crítico: do estudiosoda ciência que aceita o dogma dominante do dia; que não deseja contestá-lo; eque só aceita uma nova teoria revolucionária quando quase toda a gente estápronta para aceitá-la – quando ela passa a estar na moda, como umacandidatura antecipadamente vitoriosa a que todos, ou quase todos, aderem.Resistir a uma nova moda exige talvez tanta coragem quanto criar uma”(POPPER, P. 64-65).

Page 4: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (3): “Acredito que a ciência é essencialmente crítica; que consistede conjecturas audazes e, portanto, pode ser descrita como revolucionária.Sempre acentuei, todavia, a necessidade de algum dogmatismo: o cientistadogmático tem um papel importante para representar. Se nos sujeitarmos àcrítica com demasiada facilidade, nunca descobriremos onde está a verdadeiraforça das nossas teorias. Mas Kuhn não quer saber desse dogmatismo. Acreditano domínio de um dogma imperante por períodos consideráveis; e não acreditaque o método da ciência seja, normalmente, o método de conjecturas audazese de crítica” (POPPER, p. 68).

Page 5: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (4): “O ponto central é que é sempre possível uma discussãocrítica e uma comparação dos vários referenciais. Não passa de umdogma – e um dogma perigoso – o que estatui que os diversosreferenciais são como linguagens mutuamente intradutíveis” (POPPER,p. 69).

Page 6: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (5): “Admito que uma revolução intelectual se assemelhacom frequência a uma conversão religiosa. Uma nova visão das coisaspode apanhar-nos como o fuzilar de um raio. Mas isso não quer dizer quenão podemos avaliar, crítica e racionalmente, nossos pontos de vistaanteriores à luz dos novos” (POPPER, p. 70).

Page 7: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Popper (6): “Kuhn sugere que a racionalidade da ciência pressupõe aaceitação de um referencial comum. Sugere que a racionalidade dependede algo como uma linguagem comum e um conjunto comum desuposições. Sugere que a discussão racional e a crítica racional só serãopossíveis se estivermos de acordo sobre questões fundamentais”(POPPER, p. 68).

Page 8: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Kuhn (7): “A existência da ciência normal é um corolário daexistência de revoluções, um ponto implícito no trabalho do Sr. Karl, eexplícito no de Lakatos. Se ela não existisse (ou se fosse não essencial,dispensável à ciência), as revoluções também estariam comprometidas.Sobre isso, porém, eu e meus críticos concordamos. As revoluçõesatravés da crítica não exigem menos à ciência normal do que asrevoluções através da crise” (KUHN, p. 288).

Page 9: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Kuhn (8): “...eles (os cientistas) chegarão com frequência ajulgamentos diferentes em casos concretos: onde um enxerga uma causade crise o outro não vê mais do que evidência de um talento limitadopara a pesquisa” (KUHN, p. 306).

Page 10: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para Kuhn (9): “(...) deve haver um nível crítico em que uma quantidadetolerável de anomalias se transforma numa quantidade intolerável. Nãoé mister, porém, que esse nível seja o mesmo para todos, nem osindivíduos precisam especificar de antemão seu próprio nível detolerância. Basta-lhes estar certos de que possuem um nível e terconsciência de algumas discrepâncias que os impeliriam para ele”(KUHN, p. 307).

Page 11: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Respondendo a Popper, Kuhn admite que (10): “A influência de umreferencial sobre a mente do cientista talvez não possa ser explicada tão-só como consequência de haver sido ele “mal ensinado” ... uma vítima dedoutrinação” (KUHN, p. 299).

Page 12: FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA · FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA Douglas Antonio Bassani Professor de Filosofia –UNIOESTE -Toledo douglasbassani@uol.com.br

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ANÁLISE CRÍTICA

• Para finalizar. Para Kuhn (11): “É preciso viver os referenciais, e explorá-los, antesque eles possam romper-se. Mas isso não quer dizer que os cientistas nãodevem objetivar um perpétuo rompimento de referenciais, por mais inacessívelque seja essa meta. Revoluções permanentes poderia ser o nome de umimportante imperativo ideológico. Se o Sr. Karl e eu discordamos a respeito daciência normal, é sobre esse ponto. Ele e o seu grupo sustentam que o cientistadeve tentar sempre ser um crítico e um proliferador de teorias alternativas.Insisto na desejabilidade de uma estratégia alternada que reserve talcomportamento para ocasiões especiais” (KUHN, p. 299).