história de mato grosso período colonial

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História de Mato Grosso Período Colonial Folclore e Festas A história de Mato Grosso, no período "colonial" é importantíssima, porque durante esses 9 governos o Brasil defendeu o seu perfil territorial e consolidou a sua propriedade e posse até os limites do rio Guaporé e Mamoré. Foram assim contidas as aspirações espanholas de domínio desse imenso território. Proclamada a nossa independência, os governos imperiais de D. Pedro I e das Regências ( 1º Império) nomearam para Mato Grosso cinco governantes e os fatos mais importantes ocorridos nesses anos ( 7/9/1822 a 23/7/1840) foram a oficialização da Capital da Província para Cuiabá (lei nº 19 de 28/8/1835) e a "Rusga" (movimento nativista de matança de portugueses, a 30/05/1834). Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro II, Mato Grosso foi governado por 28 presidentes nomeados pelo Imperador, até à Proclamação de República, ocorrida a 15/11/1889. Durante o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que ocorreu foi a Guerra da Tríplice Aliança, movida pela República do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e terminada a 01/03/0870 com a morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro-Corá. Os episódios mais notáveis ocorridos em terras matogrossenses durante os 5 anos dessa guerra foram: a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e terrestre; b) a heróica defesa do Forte de Coimbra.; c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no posto militar de Dourados. d) a evacuação de Corumbá; e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação do Barão de Melgaço; f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna; g) a retomada de Corumbá; h) o combate do Alegre; Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios, que encontrou a heróica resistência de Coimbra ocupado por uma guarnição de apenas 115 homens, sob o comando do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero. Pela via terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel. Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do Tte. Antônio João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendição, respondendo com uma descarga de fuzilaria à ordem para que se entregassem. Foi ai que o Tte. Antônio João enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete dizendo: "Ser que morro mas o meu sangue e de meus companheiros será de protesto solene contra a invasão do solo da minha Pátria" A evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi outro episódio notável,

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Histria de Mato Grosso Perodo Colonial

Histria de Mato Grosso Perodo ColonialFolclore e Festas

A histria de Mato Grosso, no perodo "colonial" importantssima, porque durante esses 9 governos o Brasil defendeu o seu perfil territorial e consolidou a sua propriedade e posse at os limites do rio Guapor e Mamor. Foram assim contidas as aspiraes espanholas de domnio desse imenso territrio. Proclamada a nossa independncia, os governos imperiais de D. Pedro I e das Regncias ( 1 Imprio) nomearam para Mato Grosso cinco governantes e os fatos mais importantes ocorridos nesses anos ( 7/9/1822 a 23/7/1840) foram a oficializao da Capital da Provncia para Cuiab (lei n 19 de 28/8/1835) e a "Rusga" (movimento nativista de matana de portugueses, a 30/05/1834). Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro II, Mato Grosso foi governado por 28 presidentes nomeados pelo Imperador, at Proclamao de Repblica, ocorrida a 15/11/1889. Durante o Segundo Imprio (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que ocorreu foi a Guerra da Trplice Aliana, movida pela Repblica do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e terminada a 01/03/0870 com a morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro-Cor. Os episdios mais notveis ocorridos em terras matogrossenses durante os 5 anos dessa guerra foram: a) o incio da invaso de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e terrestre; b) a herica defesa do Forte de Coimbra.; c) o sacrifcio de Antnio Joo Ribeiro e seus comandados no posto militar de Dourados. d) a evacuao de Corumb; e) os preparativos para a defesa de Cuiab e a ao do Baro de Melgao; f) a expulso dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna; g) a retomada de Corumb; h) o combate do Alegre; Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios, que encontrou a herica resistncia de Coimbra ocupado por uma guarnio de apenas 115 homens, sob o comando do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero. Pela via terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel. Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do Tte. Antnio Joo Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendio, respondendo com uma descarga de fuzilaria ordem para que se entregassem. Foi ai que o Tte. Antnio Joo enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete dizendo: "Ser que morro mas o meu sangue e de meus companheiros ser de protesto solene contra a invaso do solo da minha Ptria" A evacuao de Corumb, desprovida de recursos para a defesa, foi outro episdio notvel, saindo a populao, atravs do

Pantanal, em direo a Cuiab, onde chegou, a p, a 30 de abril de 1865. Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiab, autoridades e povo comearam preparativos para a resistncia. Nesses preparativos sobressaia a figura do Baro de Melgao que foi nomeado pelo Governo para comandar a defesa da Capital, organizando as fortificaes de Melgao. Se os invasores tinham inteno de chegar a Cuiab dela desistiram quando souberam que o Comandante da defesa da cidade era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Baro de Melgao -, que eles j conheciam de longa data. Com isso no subiram alm da foz do rio So Loureno. Expulso dos invasores do sul de Mato Grosso- O Governo Imperial determinou a organizao, no tringulo Mineiro, de uma "Coluna Expedicionria ao sul de Mato Grosso", composta de soldados da Guarda Nacional e voluntrios procedentes de So Paulo e Minas Gerais para repelir os invasores daquela regio. Partindo do Tringulo em direo a Cuiab, em Coxim receberam ordens para seguirem para a fronteira do Paraguai, reprimindo os inimigos para dentro do seu territrio. A misso dos brasileiros tornava-se cada vez mais difcil, pela escassez de alimentos e de munies. Para cmulo dos males, as doenas oriundas das alagaes do Pantanal matogrossense, devastou a tropa. Ao aproximar-se a coluna da fronteira paraguaia, os problemas de alimentos e munies se agravava cada vez mais e quando se efeito a destruio do forte paraguaio Bela Vista, j em territrio inimigo, as dificuldades chegaram ao mximo. Decidiu ento o Comando brasileiro que a tropa seguisse at a fazenda Laguna, em territrio paraguaio, que era propriedade de Solano Lopez e onde havia, segundo se propalava, grande quantidade de gado, o que no era exato. Desse ponto, aps repelir violento ataque paraguaio, decidiu o Comando empreender a retirada, pois a situao era insustentvel. Iniciou-se a a famosa "Retirada da Laguna", o mais extraordinrio feito da tropa brasileira nesse conflito. Iniciada a retirada, a cavalaria e a artilharia paraguaia no davam trguas tropa brasileira, atacando-as diariamente. Para maior desgraa dos nacionais veio o clera devastar a tropa. Dessa doena morreram Guia Lopes, fazendeiro da regio, que se ofereceu para conduzir a tropa pelos cerrados sul mato-grossenses, e o Coronel Camiso, Comandante das foras brasileiras. No dia da entrada em territrio inimigo (abril de 1867), a tropa brasileira contava com 1.680 soldados. A 11 de junho foi atingido o Porto do Canuto, s margens do rio Aquidauana, onde foi considerada encerrada a trgica retirada. Ali chegaram apenas 700 combatentes, sob o comando do Cel. Jos Thoms Gonalves, substitudo de Camiso, que baixou uma "Ordem do dia", concluda com as seguintes palavras: "Soldados! Honra vossa constncia, que conservou ao Imprio os nossos canhes e as nossas bandeiras".

A Retirada da Laguna

A retirada da Laguna foi, sem dvida, a pgina mais brilhante escrita pelo Exrcito Brasileiro em toda a Guerra da Trplice Aliana. O Visconde de Taunay, que dela participou, imortalizou-a num dos mais famosos livros da literatura brasileira. A retomada de Corumb foi outra pgina brilhante escrita pelas nossas armas nas lutas da Guerra da Trplice Aliana. O presidente da Provncia, ento o Dr. Couto de Magalhes, decidiu organizar trs corpos de tropa para recuperar a nossa cidade que h quase dois anos se encontrava em mos do inimigo. O 1 corpo partiu de Cuiab a 15.05/1867, sob as ordens do Tte. Cel. Antnio Maria Coelho. Foi essa tropa levada pelos vapores "Antnio Joo", "Alfa", "Jaur" e "Corumb" at o lugar denominado Alegre. Dali em diante seguiria sozinha, atravs dos Pantanais, em canoas, utilizando o Paraguai -Mirim, brao do rio Paraguai que sai abaixo de Corumb e que era confundido com uma "boca de baa". Desconfiado de que os inimigos poderiam pressentir a presena dos brasileiros na rea, Antnio Maria resolveu, com seus Oficiais, desfechar o golpe com o uso exclusivo do 1 Corpo, de apenas 400 homens e lanou a ofensiva de surpresa. E com esse estratagema e muita luta corpo a corpo, consegui o Comandante a recuperao da praa, com o auxlio, inclusive, de duas mulheres que o acompanhavam desde Cuiab e que atravessaram trincheiras paraguaias a golpes de baionetas. Quando o 2 Corpo dos Voluntrio da Ptria chegou a Corumb, j encontrou em mos dos brasileiros. Isso foi a 13/06/1867. No entanto, com cerca de 800 homens s suas ordens o Presidente Couto de Magalhes, que participava do 2 Corpo, teve de mandar evacuar a cidade, pois a varola nela grassava, fazendo muitas vtimas. O combate do Alegre foi outro episdio notvel da guerra. Quando os retirantes de Corumb, aps a retomada, subiam o rio no rumo de Cuiab, encontravam-se nesse portox "carneando" ou seja, abastecendo-se de carne para a alimentao da tropa eis que surgem, de surpresa, navios paraguaios tentando uma abordagem sobre os nossos. A soldadesca brasileira, da barranca, iniciou uma viva fuzilaria e aps vrios confrontos, venceram as tropas comandadas pela coragem e sangue frio do Comandante Jos Antnio da Costa. Com essa vitria chegaram os da retomada de Corumb Capital da Provncia (Cuiab), transmitindo a varola ao povo cuiabano, perdendo a cidade quase a metade de sua populao. Terminada a guerra, com a derrota e morte de Solano Lopez nas "Cordilheiras" (Cerro Cor), a 1 de maro de 1870, a notcia do fim do conflito s chegou a Cuiab no dia 23 de maro, pelo vapor "Corumb", que chegou ao porto embandeirado e dando salvas de tiros de canho. Dezenove anos aps o trmino da guerra, foi o Brasil sacudido pela Proclamao da Repblica, cuja notcia s chegou a Cuiab na madrugada de 9 de dezembro de 1889.