história da educação de surdos

46
Disciplina de Professora Especialista em Libras: Marinélia Soares www.trabalhandocomsurdos.blogspot.com 1

Upload: marinelia-soares

Post on 16-Jan-2016

124 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

História da Educação de Surdos no Mundo Brasil e Acre

TRANSCRIPT

Page 1: História Da Educação de Surdos

Disciplina de Professora Especialista em Libras: Marinélia Soares

www.trabalhandocomsurdos.blogspot.com 1

Page 2: História Da Educação de Surdos

Professora: Marinélia Soares

Disciplina: Língua Brasileira de Sinais - Libras

Page 3: História Da Educação de Surdos

A História do Surdo e sua educação

Page 4: História Da Educação de Surdos

Como os deficientes eram visto no passado?

Eram entendidas como "NÃO HUMANOS"

Seres desqualificados e inferiores

Eram vistos como animais que precisavam competir pela sobrevivência.

Isto não foi

"privilégio" de um

único povo, nem ficou

restrito a uma única

cultura. Esta prática

não era algo que

causasse escândalo

em sua época ou em

sua sociedade, pois

fazia parte da cultura

do povo.

Page 5: História Da Educação de Surdos

Antiguidade

No Egito os surdos eram adorados,

como se fossem deuses, serviam

entre os deuses e os faraós, sendo

temidos e respeitados pela população.

Na Grécia os surdos não

recebiam educação: Aristóteles,

em 355 a.C., defendeu que os que

nasciam surdos, por não terem

linguagem, eram incapazes de

raciocinar. Eram marginalizados,

juntamente com os doentes e os

débeis mentais.

Page 6: História Da Educação de Surdos

Roma Lançavam as

crianças surdas,

possivelmente apenas as

pobres, ao rio Tibre, ao

cuidado das Ninfas. Em 529

d.C., os surdos que falavam

tinham direitos legais.

Podiam ter propriedade,

casar e redigir testamentos.

• Idade Média Santo Agostinho (354-430 d.C.) acreditava que aqueles que

tinham filhos surdos estavam a pagar os seus pecados. Também

defendia que os surdos podiam aprender e transmitir conhecimento

através dos gestos, que seriam assim equivalentes à fala para a

salvação da alma.

Page 7: História Da Educação de Surdos

Na Grécia e na Roma eram condenados à morte – lançados abaixo do topo de rochedos. Os sobreviventes viviam miseravelmente como escravos ou abandonados.

Page 8: História Da Educação de Surdos

Existiam leis que proibiam os surdos de

receberem heranças, de votar e enfim, de todos

os direitos como cidadãos.

Page 9: História Da Educação de Surdos

No passado, os surdos eram considerados incapazes de

ser ensinados, por isso eles não frequentavam escolas.

Page 10: História Da Educação de Surdos

•Não davam tratamento digno aos surdos, colocavam-os à morte nas imensas fogueiras da inquisição, freqüentemente eram feitas apedrejamentos contra eles.

Page 11: História Da Educação de Surdos

Final do século XV

Não havia escolas especializadas para surdos;

Ouvintes tentaram ensinar os surdos

Giralamo Cardamo, médico italiano afirmava que os

surdos podiam ser postos em condições de “ouvir lendo

e falar escrevendo”.

Page 12: História Da Educação de Surdos

Principais registros

sobre a História da

Educação dos Surdos

Page 13: História Da Educação de Surdos

Rodolfo Agrícola (século XIV) Argumentava quanto à possibilidade de instruir surdos. Ele faz distinção entre surdez e mudismo.

Page 14: História Da Educação de Surdos

Girolamo Cardomo (1501-1576) - Médico italiano que teve um filho surdo. Estudou o ouvido, a boca e o cérebro. Argumentava que o sentido do ouvido (o ouvir) e a vocalização da palavra não eram indispensáveis para a compreensão das ideias. Inventor de um método para ensinar pessoas surdas a ler e escrever. Disse: “eles são considerados incapazes de se expressar somente porque ninguém os pode compreender”.

Page 15: História Da Educação de Surdos

Foi o primeiro professor de surdos;

Fundou uma escola para surdos,

em Madrid e dedicou grande parte

da vida ensinando os filhos surdos,

de pessoas nobres.

Desenvolveu um alfabeto manual,

que ajudava os surdos a soletrar as

palavras.

Ponce de Leon não fez

registro acerca de seu método.

Pedro Ponce de Leon, (1520-1584) - um monge beneditino espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios; Ensinava-os a falar, ler, escrever, rezar e a conhecer as doutrinas do cristianismo. Alguns conseguiram aprender latim

Page 16: História Da Educação de Surdos

Nos séculos seguintes destacaram-se alguns professores

à educação dos surdos.

Juan Pablo Bonet, (1579-1629) (Espanha) aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos

surdos e seu educador.

Escreveu o primeiro livro conhecido sobre o ensino de surdos;

Defendia tanto o uso da escrita como a ideia de que tutores e pais

a empregassem na educação da criança desde cedo;

Atribuiu grande importância à existência de um ambiente linguístico

rico, além de priorizar o uso do alfabeto manual juntamente com a

escrita para o ensino da fala;

Defendia que o treino da fala fosse iniciado precocemente;

Proibia o uso da língua gestual, optando pelo método oral.

Outros educadores seguiram os passos de Juan Pablo com

algumas pequenas diferenças.

Page 17: História Da Educação de Surdos

Willian Holder (1616-1698) -

Desenvolveu técnicas

específicas de treino de leitura

labial, e John Wallis (1618-

1703), ao contrário de seus

colegas, separava o

treinamento articulatório do uso

do alfabeto manual, todavia

todos eles tinham em comum o

fato de privilegiarem a escrita

como primeira língua, o que

garantia aos surdos o acesso

ao poder e à riqueza de sua

família em caso de herança.

Page 18: História Da Educação de Surdos

Foi o “criador” da Língua Gestual, contudo,

sabemos que já existia Língua Gestual

antes dele. O seu grande mérito foi ter

reconhecido que esta língua existia, se

desenvolvia e servia de base comunicativa

essencial entre os surdos. Ensinava os

surdos, primeiramente por motivos

religiosos. Iniciou seu trabalho com surdos

por casualidade.

Abade L’Epée (1712-1789) – França

Page 19: História Da Educação de Surdos

Fundou a primeira escola pública para surdos em

Paris.

Aprendeu a Língua de Sinais com surdos pobres de

Paris e utilizou-a em seu método de ensino que ficou

conhecido como Sistema de Signos Metódicos. A sua

escola iniciou em 1760, com poucos alunos, mas em 1785, já

contava com setenta estudantes.

Atribuiu aos surdos do estatuto de humanos, ao

reconhecer a existência da sua língua; Demonstrações a

nobres, filósofos e educadores, comunicando em Língua

Gestual, e os surdos respondendo por escrito.

Reconheceu que ensinar o surdo a falar seria

perda de tempo, antes devia ensinar-lhe a língua gestual.

Muitos o consideram criador da língua gestual, adotando o método de educação coletiva. L‘Epée reconheceu que essa língua realmente existia e que se desenvolvia (mas não considerava uma língua com gramática).

Page 20: História Da Educação de Surdos
Page 21: História Da Educação de Surdos

Jacob Rodrigues Pereira-França Educador, 1715-1780

Jacob Rodrigues Pereira foi educador de surdos, francês, que

embora usasse gestos, defendia que os surdos deveriam ser

oralizados. Modificou o alfabeto manual de Bonet, fazendo

corresponder a cada gesto, um som. Embora toda a vida tenha

defendido que a fala era necessária ao surdo, nos últimos anos

aceitou a ideia de que a língua gestual era a melhor forma de

comunicação entre surdos.

Page 22: História Da Educação de Surdos

Idade Contemporânea

Houve uma rivalidade entre os métodos oralistas e

os métodos baseados na Língua Gestual

Portuguesa. O grande objetivo dos educadores

oralistas de surdos era fazer com que estes se

parecessem o mais possível com os ouvintes.

Abade Sicard-França Abade, 1742-1822

Sicard fundou a escola de surdos de

Bordéus, em 1782.

Page 23: História Da Educação de Surdos

Jean Massieu - França SURDO, 1772-1846

Frequentou a escola para surdos de Bordéus

que havia sido fundada e supervisionada pelo

Abade Sicard. Massieu foi um dos primeiros

professores Surdos em todo o mundo.

Page 24: História Da Educação de Surdos

Samuel Heinicke (1778) na Alemanha, dirige a

primeira escola de ensino exclusivamente oral

para surdos,

Rejeitando todos os outros métodos que qualificava de

inúteis e fraudulentos.

Defensor do método oral. Mantinha debates e

correspondência com L’Epée acerca da controvérsia

Defendia unicamente a predominância da voz,

transformando-a em objetivo único do que consideram ser

o “tratamento educativo interdisciplinar” dos sujeitos

surdos.

Gestos ou sinais de qualquer natureza eram considerados

como caminhos para a língua de sinais, portanto eram

expressamente proibidos.

Page 25: História Da Educação de Surdos
Page 26: História Da Educação de Surdos

Abade Sicard - Diretor

do Instituto fundado por

L’Epée em Paris a partir

de 1791. Considerado,

na época, notável

autoridade na Educação

dos Surdos.

Page 27: História Da Educação de Surdos

.

Em 1814 Jean Marc Itard,

médico e cirurgião, tornou-se

residente no Instituto Nacional

de Surdos-Mudos em Paris.

A surdez para Itard era reconhecida como doença e,

portanto, passível de tratamento.

Segundo Itard, a única esperança para

surdo se salvar era o desenvolvimento da

fala e isto só poderia acontecer através

de treinamento articulatório e da

restauração da audição, pois se esta

fosse restaurada, a fala também seria.

Page 28: História Da Educação de Surdos

Tentativas para descobrir as causas da

surdez:

Carga elétrica

nos ouvidos

dos surdos;

Sanguessugas

para provocar

sangramentos

Furou as

membranas

timpânicas

de alunos.

Fraturou o crânio de

alguns alunos

infeccionando pontos

atrás das orelhas

Page 29: História Da Educação de Surdos

...o surdo só pode

ser realmente

educado através

da língua de

sinais.

Após dezesseis anos de tentativas e experiências

frustradas de oralização e remediação da surdez, Itard chegou a conclusão que...

Page 30: História Da Educação de Surdos

Em 1880, Congresso Internacional, em Milão- Itália.

Decidiu-se que a linguagem gestual fosse praticamente banida como

forma de comunicação.

Todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro.

E o ensino de disciplinas como História, Geografia e Matemática, foi

relegado a segundo plano.

O fatídico Congresso Internacional de Milão, em 1880, foi o momento mais obscuro na História dos Surdos. Nesse Congresso, um grupo de ouvintes, educadores de Surdos, decidiu excluir a Língua Gestual do ensino de Surdos e impôs, como principal objetivo das escolas de surdos, o ensino da fala . A partir daí, consagrou-se a tendência oralista na educação de surdos, em todo o mundo, durante o final do séc. XIX e grande parte do séc. XX.

Page 31: História Da Educação de Surdos

No Congresso Internacional da Alemanha

houve uma atitude positiva.

A Língua de Sinais que, mesmo durante a opressão

oralista, conseguiu manter-se viva.

Page 32: História Da Educação de Surdos

Final do século xx

Os surdos assumiram a direção da única

Universidade para Surdos do Mundo (Gallaudet

University Library - Washington - EUA)

Passaram a divulgar a Filosofia da

Comunicação Total.

Page 33: História Da Educação de Surdos

Na década seguinte, a partir das pesquisas da professora de Lingüística Lucinda Ferreira Brito

começa a ganhar força no país a filosofia do

Bilinguismo A língua de sinais,

considerada a sua língua natural

(L1)

Somente como segunda língua deveria ser ensinada a língua oficial do país, mas preponderantemente na sua forma escrita

Page 34: História Da Educação de Surdos

1986 Língua de Sinais passou a ser defendida no

Brasil

Page 36: História Da Educação de Surdos

Em 22 de dezembro o

presidente Luiz

Inácio Lula da Silva,

sanciona o Decreto nº 5.626,

considera-se pessoa surda

aquela que, por ter perda

auditiva, compreende e

interage com o mundo por

meio de experiências visuais,

manifestando sua cultura principalmente

pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

2005

Page 37: História Da Educação de Surdos

ACRE No ano de 1984 , em Rio branco foi criada a escola especial para surdos – CEADA, atualmente Centro Estadual de Educação de Surdos – Profª Hermínia Moreira Maia – CEES. Em 24 de janeiro de 2003 foi homologada a Lei Estadual nº 1.487 que reconhece a Língua de Sinais Brasileira como língua oficial da comunidade surda acreana.

Page 38: História Da Educação de Surdos

Em 2008 Criada a Associação dos Surdos

do estado do Acre

Ano 2005 implantação do Centro de Formação

de Profissionais da Educação e de Atendimento

as Pessoas Com Surdez - CAS/AC na capital Rio

Branco, também a interiorização do curso de

LIBRAS nos municípios do Estado.

Page 39: História Da Educação de Surdos

• Ano 2010 tem fim o Centro Estadual de Educação

de Surdos - Hermínia Moreira Maia, no Acre,

sendo todos os alunos surdos incluídos na rede

regular de ensino.

• Ano 2013 Implantação do Centro de Apoio ao

Surdo Rio Branco, onde a Secretaria Municipal de

Educação Municipal passou a oferecer cursos

básicos de Libras e Oficinas de Libras nas escolas

do Ensino infantil e Fundamental atendendo 14

escolas atualmente.

Page 40: História Da Educação de Surdos

Em 10 de junho do ano de 2014 implanta-se o CIL

Central de Interpretação de Libras no centro de

Rio Branco

Page 41: História Da Educação de Surdos

PROPROSTA

PEDAGÓGICAS

OU

TENDÊNCIAS

OU

FILOSOFIAS

Page 42: História Da Educação de Surdos

Oralismo: enfoque terapêutico, pois pressupõe a

reabilitação dos surdos e a aquisição da fala.

Resultado: O maior mérito do Oralismo está no diagnóstico psiconeurológico de forma precisa, no aproveitamento dos resíduos auditivos, na estimulação precoce e na amplificação sonora.

Page 43: História Da Educação de Surdos

• Comunicação Total: é um modelo educacional na educação de Surdos que inclui uma gama de instrumentos Linguísticos, entre eles:

• Lingua de Sinais • Língua oral • Gestos • Fala • Leitura labial • Alfabeto manual • Leitura da escrita • Ritmo • Dança Foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso do Oralismo puro para muitos sujeitos surdos, que não tiveram o sucesso esperado na leitura de lábios e emissão de palavras. Em sua prática incorpora ainda o desenvolvimento da fala mediante uma atividade com repetição ritmada, dos restos auditivos com o treinamento do som para estimular através de uso constante, por um longo período de tempo, aparelhos auditivos. A comunicação Total consistia no uso simultâneo de palavras e sinais, ou seja, no uso simultâneo de uma língua oral e de uma língua sinalizada. Resultado: melhora na comunicação geral, mas apresenta muitas deficiências, sobretudo na escrita. O aluno não adquire competência em nenhuma língua.

Page 44: História Da Educação de Surdos

Educação bilíngüe

são denominadas escolas ou classes de

educação bilíngue aquelas em que a Libras e a

modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam

línguas de instrução utilizadas no

desenvolvimento de todo processo educativo.

Decreto 5.626/05 elucida que:

Page 45: História Da Educação de Surdos
Page 46: História Da Educação de Surdos

2ª FASE:

EDUCAÇÃO ORAL

Com visão clinica da surdez, a educação especial com rejeição ou “normalização” da surdez

3ª FASE:

EDUCAÇÃO BILINGUE

Respeito pela identidade, pelo individuo surdo, inclusão respeitando as suas características lingüísticas.

1ª FASE:

EDUCAÇÃO GESTUAL

Os surdos adultos nas Escolas Especiais, participavam no processo educacional.

1823-1905

1906-1991

a partir de 1992