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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE À ÉPOCA CONTEMPORÂNEA Elaborado por Alessandro Rubens com base no livro de Marisa Bittar

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Page 1: História da Educação

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO:DA ANTIGUIDADE À ÉPOCA CONTEMPORÂNEA

Elaborado por Alessandro Rubens com base no livro de Marisa Bittar

Page 2: História da Educação

A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ANTIGAS: GRÉCIA E ROMA

A primeira experiência educativa sobre a formação do homem político provém do Egito.

A civilização egípcia é uma das mais antigas de que se tem notícia, surgiu há cerca de 3.000 a.C numa região situada ao norte da África.

Page 3: História da Educação

EDUCAÇÃO NO EGITO: A PALAVRA QUE CONVENCE !

A educação não se referia à instrução do escriba ou do sacerdote, mas sim à do futuro governante.

Page 4: História da Educação

Falar bem era prerrogativa da ação política!!!!

Page 5: História da Educação

ESCRIBA E MOBILIDADE SOCIAL

Ser escriba era uma chance que muitos jovens tinham de mobilidade social, pois com isso podiam dar ordens e se tornarem mensageiros. Ser escriba significava estar salvo da fadiga, da enxada, dos patrões superiores. Além disso, o escriba ensinava para um dos filhos do rei o ofício de escrever.

Page 6: História da Educação

FORMAÇÃO DOS DIRIGENTES EGÍPCIOS, NA ÉPOCA DE RAMSÉS, CERCA DE 1552-1069 A.C.

Documentos revelam outros aspectos da formação dos dirigentes, a preparação física em vista da guerra. Além da natação, eram praticados tiro com arco, corrida, caça e pesca.

Page 7: História da Educação

OUTRO ASPECTO DA FORMAÇÃO DOS EGÍPCIOS.

As considerações da existência de pessoas indisciplinadas e a prática das punições corporais.

Os papiros apresentados por Manacorda mostram as seguintes falas:

“Não passes o dia na ociosidade ou serás surrado”;“Disseram-me que abandonaste a escritura e ficas andando à toa. Teu ouvido é surdo e te tornaste como um asno que precisa ser punido”; “Mas eu farei parar que teus pésvadiem pelas ruas, quando te surrar com chicote de hipopótamo”.

Essa tradição de castigos perdura em muitos lugares até hoje.

Page 8: História da Educação

Boa parte das tradições educativas foram absorvidas pelos gregos e romanos, especialmente após a conquista grega por Alexandre Magno

Page 9: História da Educação

EDUCAÇÃO NA GRÉCIA

Conforme mostra os depoimentos de Heródoto,Platão e Diodoro de Sicília, predominava nos processos educativos a separação entre as classes sociais.

Também nessa sociedadede modelo escravista,encontraremos um modeloeducativo para a classedominante com o objetivode formá-la para as tarefas do poder.

Page 10: História da Educação

Os escravos, normalmente, eram pessoas que haviam sido cativados durante uma guerra. Eles recebiam treinamento para serem usados como trabalhadores agrícolas ou de construção, como os trabalhadores das minas ou como empregados nas famílias dos Atenienses. Os escravos pertenciam à família uma vez tendo sido comprados e eles seguiam os homens durante as suas aparições públicas.

Eles também carregavam armas de seus donos durante a guerra e se algum dos escravos era educado, ele / ela tinha que ensinar as crianças da família do seu conhecimento. Existem alguns casos de escravos aos quais foi dado a sua liberdade e a possibilidade

Page 11: História da Educação

O MODELO HOMERIANO

A concepção de educação que vigoroudurante séculos foi a apresentada pelo poeta Homero e depois incorporadapelos Filósofos Platão(427 a.C.348 a.C) e Aristóteles (384a.C.-322a.C.)

Essa concepção previa dois momentosPara os jovens e crianças das classesDominantes: o fazer e o falar.

Page 12: História da Educação

O FAZER: PREPARAÇÃO PARA A GUERRA!

O modelo de homem completo( Homem Omnilateral) era o adulto musculoso.

Page 13: História da Educação

O FALAR: PREPARAÇÃO PARA A POLÍTICA!

O falar, a oratória eram importantíssimos, pois além de utilizada na guerras constituia-se em um fator fundamental para a atuação política.

Page 14: História da Educação

Os indivíduos das classes dominantes deviam ser guerreiros em sua juventude e governantes na velhice

Page 15: História da Educação

Além da educação familiar, a forma que primeiramente predominou na Grecia Antiga foi a ginástica e a música.

As cantilenas era o meio mais utilizado para transferir conhecimento(memorização).

Os mestres mais valorizados no início da história da educação eram os músicos(Citaristas) e os ginástas(pedotriba).

A exceção de Esparta, onde os lacedemônios preferirão exercitar-se.

Page 16: História da Educação

Fim

Page 17: História da Educação

ORIGEM DO CAPITALISMO Antes do modo de produção capitalista, existiu o modo de produção

feudalista entre os séculos V e XV(401 a 1500) aproximadamente.

Modo de produção: Maneira como a sociedade se organiza para produzir produtos necessários ou não a sua sobrevivência.

Caracteríscas: -Existência de grandes áreas rurais isoladas, principalmente na europa, conhecidas como feudos;

-Essas unidades rurais tinham poder político próprio e geralmente possuíam uma economia auto-suficiênte;

-Essas terras pertenciam aos senhores feudais que nomeavam a nobreza e a Igreja;

- A igreja era a única instituição comum a todos os feudos, possuía o domínio sobre o comportamento social e o desenvolvimento científico.

Page 18: História da Educação

PAISAGEM DE UM FEUDO

Paisagens dos feudos:

-Castelo do Senhor feudal;

- Geralmente três campos de cultivo , sendo um delesem descanso;

-Pastos e florestas;

- Burgos, cidades que inicialmenteficavam no interior das fortificações edepois se expandiram para fora, ao redor dos castelos. As pessoas que moravam nestes lugares eram chamadas de burgueses, trabalhavam como comerciantes e em alguns casos emprestavam dinheiro.

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Desenho de Guillaume Revel, feito no século XV, Castelo de Cautrenon.

Page 20: História da Educação
Page 21: História da Educação

DECADÊNCIA DO MODO DE PRODUÇÃO, DA MANEIRA DE CONSUMIR E PENSAR DO FEUDALISMO.-O comércio deixa de ser local(Em torno do feudo) e passa a ocorrer por toda a Europa.

-Posteriormente esse comércio se expande para a Ásia, África e América.

-Logo as cidades tornam-se novamente grandes centros de troca e também da produção de produtos

feitos pelos artesãos em oficinas, geralmente em sua própria casa.

-Com o aumento da demanda nas cidades, muitas destas oficinas deslocaram-se para cidades. Os

donos destas oficinas, começam a contratar outros funcionários separando criando duas classes, o

dono da oficina e o empregado.

-Com o tempo a burguesia utilizou o dinheiro acumulado com o comércio para adquirir oficinas e

instrumentos de trabalho.

-Assim, os burgueses conquistaram poder político nas cidades, responsabilizaram-se pela segurança

e outras esferas de poder. De modo que, os feudos foram perdendo sua importância econômica.

-A burguesia se consolida como uma nova classe dirigente. Dona dos meios de produção e do poder

político. Surge então, em um processo desigual e combinado o capitalismo.

Page 22: História da Educação

ESTRUTURA DE CLASSE DOS FEUDOS

-O senhor feudal e a nobreza (Guerreiros);

- O Clero (religiosos);

- Os servos ( Mão-de-obra) Que eram obrigados a pagar tributos, sendo eles:Talha= metade da produção o servo deveria pagar para o senhor feudal;

Corvéia= de 3 a 4 dias de trabalho de graça nas terras do senhor feudal;

Banalidades= taxas que os servos pagavam para usar as instalações do castelo;

Tostão de Pedro= dízimo pago para a Igreja.

Page 23: História da Educação

DECADÊNCIA DO MODO DE PRODUÇÃO, DA MANEIRA DE CONSUMIR E PENSAR DO FEUDALISMO.

- O fato de os servos ficarem com uma parte da produção influenciou no desenvolvimento de novas ferramentas e técnicas de produção.

- Isso trouxe como conseqüência uma relativa melhora na vida das pessoas, o que gerou o aumento da produção e da população.

Os feudos passaram a ter grande crescimento populacional(mais servos do que o necessário) e a produzir mais do que necessitava(excedente).

Os comerciantes (burgueses) passaram a comercializar esse excedente de produção, ganhando muito poder econômico e político.

Os senhores feudais foram perdendo poder econômico ficando cada vez mais dependentes do dinheiro da burguesia, então pouco a pouco foram perdendo seu poder político.

Page 24: História da Educação

EDUCAÇÃO: TRANSIÇÃO DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA PARA A

IDADE MÉDIA

Page 25: História da Educação

Nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o cristianismo religião oficial do Império Romano.

Por volta do século V d.C, teremos como resultado a substituição da paideia grega pela cristã.

Inicia-se uma visão de educação anti-intelectual, o curriculum passou a se basear na aprendizagem de textos considerados sagrados pelos cristãos.

Page 26: História da Educação

TRANSFORMAÇÕES NA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA. A concepção de mundo centrada na ideia de um Deus único,

onipresente e onipotente, passou a determinar o traço fundamental da educação medieval: a formação cristã.

A educação passa a ser ministrada por padres da Igreja Católica.

Page 27: História da Educação

A Igreja passou a determinar o que podia e o que não podia ser lido.

A Igreja passa a dominar o conhecimento em uma europa composta majoritariamente por analfabeto.

Escolas liberais foram fechadas, como a Escola Filosófica de Atenas em 529.

Page 28: História da Educação

A NOVA FUNÇÃO DA GRAMÁTICA!! O Concílio de Cartago(400d.C)

proibia os bispos de lerem textos clássicos.“Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas,

nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão, doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Isto se fará saber também ao nosso santo irmão e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja”.

Concílio de Cartago (419),

Page 29: História da Educação

IGNORÂNCIA DOS ECLESIÁSTICOS.

A nova política educacional da Igreja aprofundou a ignorância do povo e de seus membros conforme observou o sínodo romano de 499.

Ler e escrever passou a ter um caráter instrumental. Era necessário conhecer as letras exclusivamente para ler as Sagradas Escrituras.

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Do ponto de vista teórico, a educação cristã aceitava a educação das classes populares, contudo, na prática, isso não ocorreu.

Nesse período houve dois tipos de escola predominantes:

Nos centros urbanos>As Catedrais. No campo>Os Mosteiros

Page 31: História da Educação

CATEDRAIS

Ensinava-se o alfabeto e as crianças, antes segregadas, passavam a aprender a escrever.

Page 32: História da Educação

MOSTEIROS(CENÓBIOS) Longe da vida urbana, e nos quais

viviam reclusas as ordens religiosas, praticava-se a formação para os próprios quadros da Igreja.

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MOSTEIROS(CENÓBIOS)

Page 34: História da Educação

O método, a escola cristã herdou do costume hebraico a enfadonha e obsessiva didática da memorização e repetição coral, do aprender de cor, acrescidos de ler em voz alta, embora São Bento, Agostinho(354-430 d.C) e, mais tarde, Isidoro de Servilha, recomendassem a leitura silenciosa como mais aceitável aos ouvidos.

Page 35: História da Educação

Ensinava-se de forma catequética, ou seja, em forma de diálogo entre mestre e discípulo (tudo em latim), mas cujas respostas deveriam ser exclusivamente aquelas esperadas pelos mestres, com pouca ou nenhuma atenção ao ensino da escrita.

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TRANSGRESSÕES E DEFICIÊNCIAS NO ESTUDO, OU ERROS COMETIDOS NO CANTO DAS ORAÇÕES, O DE SEMPRE: AS CORREÇÕES NÃO ERAM SOMENTE COM PALAVRAS, MAS COM CASTIGOS.

Na Bíblia há passagens sobre os castigos com vara que devem ser aplicados aos filhos, punição com jejuns e varas.

Page 37: História da Educação

O Livro dos Provérbios guarda uma série de preceitos educativos exortando à aplicação da disciplina: “Quem poupa a vara odeia seu filho, aquele que o ama aplica a disciplina” (Pv 13, 24). Evitar a frouxidão na educação dos jovens é tarefa dos pais que não desejam a vergonha futura (Pv 10, 1). Ao contrário, a rigidez e as varadas serão garantia de uma vida de descanso para os filhos e de delícias para os pais (Pv 29, 17). “Não afastes dos jovens a disciplina... Quanto a ti, deves bater-lhe com a vara para salvar-lhe a vida do inferno” (Pv 23, 14s.). Educar para a sabedoria exige disciplina, pois “a estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22, 15). A vara e a repreensão, portanto, são os meios apropriados para que os jovens adquiram a sabedoria (Pv 29, 17).

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Agostinho lembrará tristemente a escola à qual foi enviado para aprender as letras; lastimava que “os pais achassem graça das punições com que os mestres castigavam os alunos... Eu gostava de brincar, mas era castigado por aquele que fazia as mesmas coisas. Só que as brincadeiras dos adultos chamavam-se negócios e aquelas perfeitamente iguais das crianças são punidas pelos adultos. E ninguém se compadece das crianças ou dos adultos ou de ambos” (IX, 15).

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O NASCIMENTO DAS UNIVERSIDADES -Nesse período houve o nascimento da Universidade em pleno ano 1000.-As universidades eram encontros entre duas partes interessadas no conhecimento, uma corporação de estudantes e mestres funcionando no interior das catedrais.-Era essas universidades que concedia, com exame prévio dos títulos, a autorização para ensinar (licença docente).

Page 40: História da Educação

Os três primeiros campos de conhecimento que se constituíram em faculdades na Idade Média foram: Artes liberais, Medicina, Jurisprudência.

O currículo constituía o quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia) e Trivium: (gramática, retórica e dialética). O conjunto dos dois currículos constituía o estudo de humanidades, lembrando que o vértice estava nas escrituras.

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AS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

A partir do ano 1000 surgem as Corporações de Ofício, as corporações de ofício eram bem organizadas. Existiam as seguintes categorias numa corporação:

- Mestres: eram os donos de oficina e com muita experiência no ramo em que atuavam;

- Oficiais: tinham uma boa experiência na área e recebiam salário pela função exercida;

- Aprendizes: eram jovens em começo de carreira que estavam na oficina para aprender o trabalho. Não recebiam salário, mas ganhavam, muitas vezes, uma espécie de ajuda.

Veja as fotos:

Page 42: História da Educação
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Com a volta das cidades, ao lado das escolas paroquiais, cenobiais, universidade e corporações de ofício, foram surgindo, a partir do século XIII, os mestres livres.

Começa, portanto, a formação de uma escola que questiona a educação clerical.

- “A educação humanística”.

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EDUCAÇÃO NO SÉCULO XVI

- Consolidação do Capitalismo; - Renascimento; - Crise do Cristianismo; -Origem dos “Cristãos

reformados”(Protestantes); -Contrarreforma da Igreja Católica;

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A REFORMA E A ESCOLA

Martinho Lutero(1483-1546) rompe com a Igreja Católica, fundando sua própria Igreja na Alemanha.

Para ele cada cristão deveria interpretar, por si mesmo, a Bíblia, sem a mediação do clero.

Defendia a escolarização de todas as crianças. Criticava governos por não educarem as

crianças. Procurava conciliar o respeito ao trabalho

produtivo e ao intelectual.

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CONTRARREFORMA CATÓLICA

A Igreja responde às reformas Luteranas com o Concílio de Trento(1545-1564), reunião de bispos e doutores em teologia que decidem sobre questões de doutrina.

Deliberações: -Instituiu seminários destinados a educar

religiosamente; Sagradas Escrituras como aprendizagem principal; Aprovado o Plano da Companhia de Jesus, o

Radiorum Studiorum, que regulamentava o sistema escolástico jesuítico.

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A EDUCAÇÃO DA ANTIGUIDADE AO FIM DA IDADE MÉDIA

Antiguidade Clássica Alta Idade média Baixa Idade Média

> O dizer e o fazer. Feudalismo e descentralização política.

Prenúncio de relações mercantis

> 496ª.C.: escola do alfabeto na Grécia.

Decadência da cultura greco-latina: substituição da paideia grega pela cristã.

Nascimento das universidades

> Aristóteles: escola de Estado (formação do cidadão).

Ascensão do cristianismo.

Corporações de Ofício

> 230 a.C.: escola do tipo grego em Roma.

Igreja assume educação (formação do cristão)

Surgimento dos Mestres livres

> Criança: sem afeto. Humanismo (séc. XIV-XV): críticas à escola, consideração pela criança.

> Mestres do alfabeto: sem valor.

Ideia de escola de Estado submerge

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FIM

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