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Históri a Contextos históricos, geográficos, políticos, econômicos e culturais do Brasil e do Rio Grande do Sul Prof. Omar Martins http:// profomar.wordpress.com Conhecimentos Gerais 6

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HistóriaContextos históricos, geográficos, políticos, econômicos e culturais do Brasil e do Rio

Grande do Sul

Prof. Omar Martinshttp://profomar.wordpress.com

Conhecimentos Gerais6

Page 2: História Contextos históricos, geográficos, políticos, econômicos e culturais do Brasil e do Rio Grande do Sul Prof. Omar Martins

HistóriaConhecimentos Gerais

Aula VI

• Brasil República (1889 – dias atuais)

Prof. Omar Martins

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IntroduçãoDe certa forma a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 foi a nossa Revolução Francesa que tardou cem anos a chegar. Foi com a República que implantou-se o Federalismo, o sistema Presidencialista, a independência dos Poderes, bem como a separação do Estada da Igreja. Terminou-se com a hierarquia baseada no nascimento e na tradição de família substituindo-a pela forma republicana e democrática baseada no talento pessoal e no mérito. Ela foi obra de militares e de um escasso grupo de civis do Partido Republicano, fundado em 1873.

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O Império havia sempre dado preferência pela Marinha de Guerra, arma aristocrática. Foi a longa e dolorosa Guerra do Paraguai, travada entre 1865 e 1870, que terminou por projetar o exército Brasileiro como força política. ao ter que armas e adestrar milhares de soldados e oficiais o Império terminou inclinando o peso da balança do poder para os soldados. Também foi fator marcante da atitude cada vez mais republicana por parte da oficialidade o seu contato com os militares da Argentina e do Uruguai durante a guerra paraguaia. Até 1889 o brasil era o único Império existente na América inteira. Todas as demais nações vizinhas eram Republicanas. 

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É claro que a guerra serviu para atiçar o ardor nacionalista das tropas o que levou a oficialidade a hostilizar cada vez mais o Conde D'Eu, de origem francesa, o marido da Princesa Isabel e provável sucessor de fato do velho Imperador D. Pedro II. Tamanho passou a ser o receio de que o exército desse um golpe depois de sua vitória contra o Paraguai que as autoridades imperiais resolveram cancelar a marcha da vitória que seria realizada pelas tropas vindas da guerra recém finda. Vários militares converteram-se não apenas ao republicanismo como também ao abolicionismo.

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A questão religiosaDesde o período colonial, a Igreja Católica era uma instituição submetida ao Estado. Isso significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse aprovada pelo Imperador, ao que se dava o nome de Padroado. Ocorre que, em 1872, Dom Vidal e Dom Macedo, bispos de Olinda e Belém respectivamente, resolvem seguir as ordens do Papa Pio IX (não ratificadas pelo Imperador), punindo religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II, influenciado pelos maçons, decidiu intervir na questão, solicitando aos bispos que suspendessem as punições. Estes se recusaram a obedecer ao imperador, sendo condenados a quatro anos de prisão. Em 1875, graças à intervenção do Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade. Contudo, o império foi perdendo a simpatia da Igreja.

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Os militares e a aboliçãoEntrementes, o movimento abolicionista estimulava tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo as fugas em massa dos escravos. As matas do vale do Parnaíba estavam repletas de fugitivos. Seu número chegou a tal expressão que as autoridades imperiais cogitaram de utilizar-se do Exército para recapturá-los. Foi então que o Marechal Deodoro da Fonseca enviou-lhes um telegrama negando-se a transformar seus soldados e oficiais em “capitães do mato”. A um Exército que recém vinha de uma guerra vitoriosa repugnava ser lançado em indignas operações policiais. Desta forma eles se colocavam objetivamente a favor da abolição o que ocorreu logo em seguida.

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A proclamação da RepúblicaA crise final se deu com a inconformidade das tropas perante as punições que o Marechal Deodoro, verdadeiro ídolo do Exército, estava sofrendo por parte do gabinete chefiado pelo Visconde de Ouro Preto. Floriano Peixoto encarregado de sufocar o levante aderiu a ele. O governo não contava mais com o apoio de ninguém. A Marinha ficou paralisada e o Imperador foi convidado a abandonar o país. O golpe foi incruento pela falta de qualquer resistência organizada. No entanto, os anos seguintes seriam sombrios para a República recém implantada.

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Governo Provisório (1889-1891)Proclamada a República, na mesma noite de 15 de novembro de 1889 formou-se o Governo Provisório, com o Marechal Deodoro da Fonseca como chefe de governo.

Eis o primeiro ministério da República:

• Interior: Aristides da Silveira Lobo; • Relações Exteriores: Quintino Bocaiúva; • Fazenda: Rui Barbosa; • Guerra: tenente-coronel Benjamin Constant; • Marinha: Eduardo Wandenkolk; • Agricultura, Comércio e Obras: Demétrio Ribeiro; • Justiça: Manuel Ferraz de Campos Sales.

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Primeiras medidas do novo governo O Governo Provisório, assim formado, decretou o regime republicano e federalista e a transformação das antigas províncias em “estados” da federação. O Império do Brasil chamava-se, agora, com a República, Estados Unidos do Brasil - o seu nome oficial.

Em caráter de urgência, foram tomadas também as seguintes medidas: a “grande naturalização”, que ofereceu a cidadania a todos os estrangeiros residentes; a separação entre Igreja e Estado; a instituição do casamento e do registro civil.

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Crises permanentesOs primeiros tempos da República foram pontuados por crises políticas e, cada vez mais, ficavam evidentes as incompatibilidades entre posturas arbitrárias de Deodoro e posições assumidas pelos ministros. O pedido de demissão coletiva do Ministério, em janeiro de 1891, teve como causa imediata concessões de crédito a amigos do presidente para a realização de obras públicas, sob protesto geral capitaneado por Rui Barbosa. A saída dos grandes nomes que o cercavam representou enorme perda de prestígio e credibilidade para Deodoro, enfraquecendo o governo do Marechal.

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Constituição de 1891Logo após a proclamação da República, foi convocada uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição, promulgada em 24 de fevereiro de 1891.

A nova Constituição inspirou-se no modelo norte-americano, ao contrário da Constituição imperial, inspirada no modelo francês.

Segundo a Constituição de 1891, o nosso país estava dividido em vinte estados (antigas províncias) e um Distrito Federal (ex-município neutro). Cada estado era governado por um “presidente”. Declarava também que o Brasil era uma república representativa, federalista e presidencialista.

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Economia na República VelhaO café foi o propulsor e o causador do fim do modelo da primeira república. Como no passado, a economia cafeeira estava inteiramente organizada para abastecer o mercado externo, no

qual, por sua vez, adquiria os produtos manufaturados de que precisava. Esse padrão econômico tinha como consequência o fraco desenvolvimento tanto da produção de produtos manufaturados, mesmo os de consumo corrente, quanto da agricultura de subsistência. Com o crescimento do mercado de consumo que se seguiu à abolição, as importações aumentaram, pois até produtos alimentícios eram trazidos de fora.

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Revoltas na República VelhaConcentração de terras e poder, exclusão social e extrema miséria provocaram no primeiro período republicano, diversas revoltas, levantes e movimentos sociais de toda ordem.

Os mais significativos são:

• Revolta de Canudos (1893 - 1897);• Guerra do Contestado (1912 - 1916);• Revolta da Chibata (1910);• Revolta da Vacina (1902 - 1906).

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Movimentos sociais na República VelhaAlém das guerras, revoltas e levantes populares, a primeira fase da república, denominada “República Velha”, engendrou inúmeros movimentos sociais na sua aguda estrutura. Podemos citar, a título de exemplificação, o Cangaço no sertão nordestino; o Tenentismo, sendo observados três momentos: Revolta do Forte de Copacabana (1922), as Revoltas no Rio Grande do Sul e São Paulo (1924), e a Coluna Prestes (1924 - 1926); as Greves Operárias; o Modernismo, impulsionado pela Semana de Arte Moderna (1922).

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Revolução Federalista (1893 - 1895)Historicamente, os conflitos políticos no Rio Grande do Sul associaram-se ao grau de poder e autonomia desfrutados pela oligarquia pecuarista da Campanha. No período republicano, o mais intenso e sangrento desses conflitos foi a Revolução Federalista (1893 - 1895). A deflagração da Revolução Federalista inscreve-se na fase turbulenta de consolidação da República, sob o regime de Floriano Peixoto. No RS, Floriano era sustentado por Júlio de Castilhos, chefe do Partido Republicano Rio-Grandense. De inspiração positivista, de perfil urbano com comerciantes e industriais, eles ficarão conhecidos como “pica-paus” e, mais tarde, chimangos.

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Pica-paus (chimangos)Eram chamados de pica-paus durante a Revolução Federalista de 1893 no Rio Grande do Sul - os opositores dos maragatos.

Os pica-paus estavam no poder com Júlio de Castilhos e tinham forte vínculo com o Governo Federal. Por razões políticas eclodiu a Revolução Federalista em 1893, em que a reação veio dos chamados Maragatos ou Federalistas, com visão descentralizadora .

O motivo da alcunha veio pelo chapéu usado pelos militares que apoiavam essa facção. Eles usavam listras brancas que, segundo os revolucionários, seriam semelhantes a um tipo de pica-pau do Sul do Brasil. Esta denominação se estendeu a toda facção.

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MaragatosO termo maragato no Brasil foi usado pela primeira vez para se referir uma das duas grandes correntes políticas gaúchas, formadas no final do século XIX e identificada, respectivamente, com o uso do lenço vermelho. Surgiu no Rio Grande do Sul em 1891, no esteio da Revolução Federalista. Os maragatos foram os que iniciaram a revolução, que tinha como justificativa a resistência ao excessivo controle exercido pelo governo central sobre os estados. O objetivo da revolução seria, portanto, garantir um sistema federativo, e a adoção da forma parlamentarista de governo. Defendiam o credo político pregado por Gaspar da Silveira Martins.

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Maragatos, Pica-Paus e Chimangos eram diferenciados pela cor dos lenços que usavam no pescoço. Os pica-Paus e os chimangos, que representavam ambos o governo do estado e logo a oposição aos maragatos em cada um dos momentos,  tinham a mesma cor, usavam o lenço branco no pescoço. Já os maragatos tornaram-se reconhecidos pelo uso do lenço vermelho.

Chimangos Maragatos

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Os caudilhos gaúchosNa sua primeira fase, a Revolução foi dirigido pelo caudilho Gumercindo Saraiva, que conseguiu sucessivos êxitos militares até a violenta batalha de Inhanduí, quando as tropas do Exército, com auxílio da tropas de Pinheiro Machado, bateram os revoltosos. Depois da retirada da maioria dos maragatos para o Uruguai. Saraiva iniciou um processo de guerrilha.

Na segunda fase, os federalistas avançaram para Santa Catarina unindo-se aos amotinados da Revolta da Armada. Foram, entretanto, dizimados pelas tropas de Floriano e Castilhos.

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SelvageriaMais de 10 mil pessoas morreram durante a Revolução Federalista. A selvageria atingiu o seu auge através da prática da degola de combatentes e civis, estimuladas tanto por chimangos como maragatos. Os chimangos controlaram o poder no RS até 1930. O caudilho Borges de Medeiros liderou a corrente e governou o estado durante cinco mandatos consecutivos. Em 1923 uma revolta de maragatos liderados por Assis Brasil, provocou vários meses de conflito armado. A Paz de Pedras Altas, não tirou o poder de Borges de Medeiros mas impediu de voltar a concorrer ao governo.

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Fim da República VelhaEnfraquecida pela crise econômica advinda do caos da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que desgastou sobremaneira os barões do café de São Paulo, um dos pilares do regime - a República Velha, com a desestruturação do acordos políticos entre mineiros e paulistas, sofrera o seu golpe final com o advento do levante de 1930, liderado por Getúlio Vargas.

A revolução de 1930Em 25 de setembro de 1930, foi determinado, pelo comando revolucionário, que a revolução começaria em 3 de outubro. E no dia marcado, no período da tarde, em Porto Alegre, iniciou-se a Revolução de 1930 com a tomada do Quartel- General da 3º Região Militar. A revolução se alastrou por todo o país.

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A Revolução de 1930 foi, essencialmente, um movimento das oligarquias dissidentes, que desejavam reorganizar as instituições do Estado e romper a hegemonia do “café-com-leite”. A oligarquia rio-grandense desempenhou papel destacado na articulação das dissidências estaduais.

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Era Vargas (1930 - 1945)Como vimos, Getúlio Vargas chegou à Presidência da República em 1930 e permaneceu no poder até 1945. Ocupou novamente a Presidência entre 1950 e 1954, desta vez, eleito pelo voto popular. Vargas foi, provavelmente, a principal personalidade da política brasileira contemporânea. O Brasil que conhecemos, urbano, industrial, centralizado, entre todas as outras características da atualidade, teve na Era Vargas o seu projeto. Nacionalismo, populismo, estatização econômica, autoritarismo, paternalismo político, CLT, controle sindical são alguns temas relacionados a esta época.

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Getúlio Vargas cumpriu as principais promessas da Revolução de 1930:

• Anistiou os revolucionários dos anos 1920 (Levante do Forte de Copacabana de 1922, Revolução de 1924 e da Coluna Prestes); • Criou o voto secreto e o voto feminino, o Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral, o que fez diminuir muito a fraude eleitoral;• Ampliou os direitos trabalhistas, formalizando-os pela CLT, instituída mais tarde em 1943;• Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1930) e o Ministério da Educação e Saúde.

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A Revolução de 1932 e a eleição de 1933Em 9 de julho de 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo.O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Única para exigir o fim da ditadura do “Governo Provisório” (Getúlio Vargas havia revogado a Constituição de 1891 e governava através de decretos) e a promulgação de uma nova constituição.Os paulistas consideravam que São Paulo estava sendo tratado como terra conquistada, sendo governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo eles, que a Revolução de 1930 fora feita contra São Paulo.

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Governo Constitucional (1934 - 1937)Em novembro de 1933 foi instalada a Assembleia Nacional Constituinte que promulgou uma nova Constituição em 16 de julho de 1934.Neste período cresceu a radicalização política, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, liderada por Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). A partir daí, seguiram-se os “estado de sítio” e a instabilidade política, que levaram Getúlio a implantar o Estado Novo, de inspiração fascista.

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Estado Novo (1937 - 1945)Em 1937, quando se aguardavam as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938, a serem disputadas por José Américo de Almeida e Armando de Sales Oliveira, ambos apoiadores da revolução de 1930, foi denunciada, pelo governo, a existência de um suposto plano comunista para tomada do poder. Este plano ficou conhecido como Plano Cohen, e depois se descobriu ter sido forjado por um adepto do integralismo, o capitão Olympio Mourão Filho, o mesmo que daria início ao Golpe de 1964.O Estado Novo foi instaurado no Brasil ao mesmo tempo em que uma onda de transformações varria a Europa, instalando governos autoritários e reforçando a versão de que a democracia liberal estava definitivamente liquidada.

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A Segunda Guerra e o fim do Estado Novo em 1945Com o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, Getúlio Vargas manteve um posicionamento neutro até 1941.No início de 1942, durante a conferência dos países sul-americanos no Rio de Janeiro, estes países, a contragosto de Getúlio, decidiram condenar os ataques japoneses aos Estados Unidos da América em 07 de dezembro de 1941, e romper relações diplomáticas com a os países do Eixo: Alemanha, a Itália e o Japão.Getúlio, suspeito de ser simpatizante das ideias fascistas, profetizou em seu Diário, publicado em 1997, que, se houvesse rompimento de relações diplomáticas com a Alemanha, esta atacaria o Brasil.

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O declínio e o fim do Estado NovoPara o Estado Novo, a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados teve efeitos contraditórios. De um lado, o regime ganhou tempo. O estado de guerra representava um bom argumento para o governo adiar por tempo indeterminado a consulta popular que deveria validar a Constituição de 1937. De outro, a opção por lutar contra o nazi-fascismo colocou em cheque a manutenção de uma ditadura no país. As oposições procuraram aproveitar o desgaste do governo decorrente dessa contradição para retomar a iniciativa. Foi nesse quadro de redefinições que o Estado Novo entrou em crise e finalmente caiu em outubro de 1945.

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República Liberal-Conservadora (1946-1964)Com o fim do Estado Novo, realizaram-se eleições gerais em todo o país. Para a presidência da República , foi eleito o General Eurico Gaspar Dutra. Foram eleitos também deputados e senadores constituintes, com a missão de elaborar a nova Constituição. Com o fim da ideologia estadonovista, houve anistia aos crimes políticos e reabertura democrática. O período é marcado pela implementação de uma nova ideologia denominada de nacional-desenvolvimentismo, no qual Vargas (1951-1954) e Kubitschek (1956-1961) foram seus principais representantes.

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Ditadura Militar (1964 - 1985)Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob a doutrina de um regime de exceção, fruto de um golpe militar que suspendeu direitos individuais e a possibilidade de escolha de representantes através do sufrágio universal. A ditadura militar estabeleceu rígido controle dos meios de comunicação, governando o país através dos chamados Atos Institucionais, estabelecendo censura sob as informações divulgadas.Logo após o golpe de 1964, em seus primeiros 4 anos, a ditadura foi endurecendo e fechando o regime aos poucos. O período compreendido entre 1968 até 1975 foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como “anos de chumbo”.

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Querendo impor um modelo sócio, político e econômico para o Brasil, a ditadura militar no entanto tentou forjar um ambiente democrático, e não se destacou por um governante definido ou personalista.

Durante sua vigência, a ditadura militar não era oficialmente conhecida por este nome, mas pelo nome de “Revolução” - os golpistas de 1964 sempre denominaram assim seu feito - e seus governos eram considerados “revolucionários”. A visão crítica do regime só começou a ser permitida a partir de 1974, quando o general Ernesto Geisel determinou a abertura lenta e gradual da vida sócio-política do país.

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Brasil contemporâneo (1985 – dias atuais)“Que país é esse?”

O Brasil há décadas é perpassado por cruéis diferenças sociais. O nosso país é simplesmente o país mais injusto do mundo: temos a pior distribuição de renda do planeta, isto é, em nenhum lugar os ricos têm tantos bens e renda e os pobres ganham tão pouco. Alguns dos milionários brasileiros estão entre os mais ricos da Terra e muitos dos milhões de pobres vivem numa situação bem parecida com a dos famintos dos países mais pobres. Violência urbana, miséria, baixa qualidade na educação, desassistência na saúde (...). Esse país injusto também é o conseguiu superar de maneira impressionante os mais diversos problemas e desponta com uma das grandes potências econômicas no século XXI. Rico em contradições e paradoxos, o Brasil é a síntese histórica do momento atual do desenvolvimento do capitalismo moderno.

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Diretas Já!Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas “Diretas Já”, declarando apoio à emenda constitucional do deputado federal Dante de Oliveira que permitia a eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados em votação realizada em 25 de abril: não alcançou número mínimo de votos para ser aprovada.

Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com José Sarney que acabou assumindo devido a morte de Tancredo. Mas a redemocratização só foi completa com a promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.

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Governo José Sarney (1985 - 1990)O governo Sarney se caracterizou pela consolidação da democracia brasileira, mas também por uma grave crise econômica, que evoluiu para um quadro de hiperinflação histórica e moratória.

Também se notabilizaram as acusações de corrupção endêmica em todas as esferas do governo - sendo o próprio Presidente José Sarney denunciado, embora as acusações não tenham sido levadas à frente pelo Congresso Nacional. Foram citadas suspeitas de superfaturamento e irregularidades em concorrências públicas, como a da licitação da Ferrovia Norte-Sul.

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Governo Fernando Collor (1990 - 1992)Fernando Collor, atualmente filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro. Foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após o Regime Militar, em 1989, tendo governado o Brasil entre 1990 e 1992.Seu governo foi marcado pelo Plano Collor, pela abertura do mercado nacional às importações e pelo início do Programa Nacional de Desestatização. Renunciou ao cargo em razão de um processo de impeachment fundamentado em acusações de corrupção. Teve seus direitos cassados por 8 anos, e só seria eleito para cargo público novamente em 2006, tomando posse como senador por Alagoas em 2007. Recentemente foi eleito Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal em 2009.

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Governo Itamar Franco (1992 - 1995)Itamar, vice de Collor assume, interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992, sendo formalmente aclamado presidente em 27 de dezembro de 1992, quando Collor renunciou à presidência.Os maiores acontecimentos de seu governo foi o advento do Plano Real e o Plebiscito sobre a forma e o sistema de governo (1993).

O Plano Real foi um plano de estabilização econômica conduzido sob o governo de Itamar Franco e desenvolvido pela equipe econômica do Ministério da Fazenda, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, posteriormente eleito presidente em 1994.

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Governo Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)Fernando Henrique Cardoso, conhecido pelas siglas de compõe seu nome, - FHC - tomou posse como presidente em 1º de janeiro de 1995, tendo nos dois mandatos como vice-presidente o ex-governador de Pernambuco e senador Marco Maciel, do PFL, uma das principais lideranças civis que apoiaram os governos militares pós 1964. A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi o principal apelo da campanha eleitoral de 1998 para a reeleição de FHC. Foi reeleito já no primeiro turno. FHC conseguiu para a sua eleição à presidência o apoio total do PSDB, do PFL, do Partido Progressista Brasileiro (atual PP) e de parte do PMDB, e conseguiu manter estes apoios nos seus 8 anos de governo, o que deu relativa estabilidade política ao Brasil neste período. No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação de uma emenda constitucional que criou a reeleição para os cargos eletivos do Executivo, sendo o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito.

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Governo Luís Inácio LULA da Silva (2003 - 2010)Após 22 anos de existência do partido, três derrotas e oito anos de oposição quase sistemática a Fernando Henrique Cardoso (com críticas ao modelo econômico e ao legado na área social), o ex-torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou à Presidência da República.

Lula venceu o economista José Serra, 60, candidato oficial, duas vezes ministro de FHC e uma das principais lideranças do PSDB. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lula obteve cerca de 53 milhões de votos - 61% dos votos válidos para o 1º mandato. Reeleito em 2006 com 66% dos votos.

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Presidentes gaúchosNos 120 anos de república no Brasil, os gaúchos foram os que governaram o Brasil por mais tempo, devido em grande parte, ao extenso período de 18 anos no qual Getúlio Vargas esteve no poder.

• Hermes da Fonseca (1910 – 1914)• Getúlio Vargas (1930 – 1945 | 1951 – 1954)• João Goulart (1961 – 1964)• Costa e Silva (1967 – 1969)• Emílio Médici (1969 – 1974)• Ernesto Geisel (1974 – 1979)

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Questão 4 – página 146 – Apostila Conhecimentos Gerais | BM/RS 2011

[Soldado – BM/RS 2009]Assinale a alternativa correta.

(A)O Rio Grande do Sul é um Estado com muita expressão no país. Já tivemos gaúchos na presidência da República de tal importância que chega-se a organizar a História da República por conta de um nome natural deste Estado.(B)O Rio Grande do Sul é um Estado com muita expressão no país. No entanto, nunca houve um gaúcho ocupando a presidência da República. Embora a própria História da República seja marcada por nomes intimamente ligados a este Estado.(C)O Rio Grande do Sul é um Estado com pouca expressão no país. Embora alguns gaúchos tenham chegado à chefia do Estado, nenhum deles teve proeminência.

Brasil República (1889 – dias atuais)Conhecimentos Gerais| Prof. Omar Martins |

História

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(D) O Rio Grande do Sul é um Estado com muita expressão no país. O Estado destaca-se principalmente pelo carisma de seus líderes em todos os tempos do Brasil, desde o Império até a República, todos os líderes gaúchos, em nível nacional, estiveram sempre ligados à democracia civil.

(E) O Rio Grande do Sul é um Estado com muita expressão no país. O Estado destaca-se especialmente por ser agrário e esportivo. Os índices de população rural do Estado são os maiores do país e não há iniciativas de desenvolvimento tecnológico.

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Questão 15 – página 148 – Apostila C5onhecimentos Gerais | BM/RS 2011

[Soldado - Bombeiro PM/MG 2008]Sobre o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), pode-se dizer que:

•Aprofundou a desigualdade social através de instrumentos político-econômicos como o arrocho salarial.•Foram utilizados diversos estratagemas publicitários para exaltar os valores cívicos e desenvolver o pensamento crítico-social.•Foi um fenômeno político restrito ao Brasil, nada correlato a outros países.•Ocorreu um desenvolvimento econômico constante, em função do milagre econômico brasileiro.

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Fontes de consulta

ANGELO, Vitor Amorim de. Monarquia brasileira: Forma de governo isolou o país na América Latina. Disponível em http://virou.gr/qpjc6C .

MAGNOLI, Demétrio; OLIVEIRA, Giovana; MENEGOTTO, Ricardo. Cenário gaúcho: representações históricas e geográficas. São Paulo: Moderna, 2001.

SCHILING, Voltaire. História. Disponível em http://virou.gr/pAvGRY .

Wikipédia. Disponível em http://br.wikipedia.org . História do Brasil.

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