omar khayyam

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18/05/1048. 04/12/1131

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Biografia de Omar khayyam

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Page 1: Omar khayyam

18/05/1048. 04/12/1131

Page 2: Omar khayyam

O Cenário onde viveu Omar Khayyam

Os historiadores ocidentais designam como Império Persa os sucessivos Estados surgidos no território do que é hoje o Irã, governados por diversas dinastias (persas ou estrangeiras) ao longo do tempo. Em geral, considera-se como o primeiro "Império Persa" o Império Aquemênida (648-330 a.C.), estabelecido por Ciro, o Grande, com origem na região chamada Parsa (hoje a província iraniana de Fars), no Irã.

O Planalto Iraniano foi ocupado pela civilização elamita em 2 700 a.C., cuja capital era a cidade de Anshan e, posteriormente, Susa. Os elamitas controlavam a porção ocidental da região da Cordilheira de Zagros desde à fronteira entre a Turquia estendendo-se pelo Planalto Iraniano.

A cultura elamita desempenhou um papel essencial no posterior Império Persa, durante o período aquemênida, que manteve a língua elamita como idioma oficial. A civilização elamita é tradicionalmente considerada o ponto inicial da história do Império Persa e, em decorrência, do Irã que significa “terra dos arianos”.

Império Corásmio /Khorassán

Ciro

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Durante o período aquemênida, o zoroastrismo, fundado por Zoroastro, tornou-se a religião dos governantes e da maior parte dos povos da Pérsia.

O zoroastrismo e seus líderes místicos, os magi, viriam a ser um elemento que fixou a cultura persa. Uma religião dualista que admitia a existência de duas divindades independentes, hostis e opostas:

Ormuz-Mazda (o Bem) e Arimã ( o Mal).

Com a fusão entre as crenças populares e os ensinamentos de Zoroastro surgiu o Masdeismo.

Os princípios do zoroastrismo foram reunidos num livro, o Zend (comentário)-Avesta organizado por Zoroastro ou Zaratustra. Com excelentes normas de moral e pensamentos que influenciaram o judaísmo e o cristianismo.

Embora alguns generais turcos já tivessem alcançado um poder considerável na Mesopotâmia e no Egito, durante os séculos X e XI, a chegada dos seljúcidas assinalou a penetração em grande escala dos turcos no Oriente Médio.

Império Aquemênida

Baixo relevo em cerâmica esmaltada do disco solar de Ahura Mazda (século VI ac) Susa - Irã

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Descendendo de uma tribo nômade liderada por Seljuque, cujas terras ficavam além do rio Oxus, próximo ao mar Aral, os seljúcidas desenvolveram um exército poderoso, e através dos contatos mais estreitos com a vida da corte na Pérsia, no Corassan e na Transoxiana, conseguiram atrair uma equipe de administradores capazes. Essa região é o berço dos povos arianos que se espalharam pela Europa.

Estendendo-se desde a Ásia Central até a Ásia Menor, os governos de seus três primeiros sultões; Tughril Beg, Alp-Arslan e Malik-Shah, fundaram um estado sunita bem administrado, sob a autoridade nominal dos califas abássidas de Bagdá que em750 DC e passaram a governar o Califado desde Bagdá. O fundador da dinastia foi Abu al-Abaz, descendente de Abaz, tio de Maomé.

Um dos administradores, o persa Nizam-al-Mulk, tornou-se um dos maiores estadistas do Islam medieval. Por vinte anos, principalmente durante o governo do sultão Malik-Shah, ele foi o verdadeiro protetor do estado seljúcida.

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Os turcos seljúcidas se instalaram perto de Bucara no final dos anos 900. Alguns desses guerreiros partiram para a conquista de novas terras mais ao ocidente.

Em 1071, Alp Arslan conduziu os seus homens para a Armênia, onde foi atacado por um exército bizantino sob o comando do imperador Romano Diógenes IV, o que se provou fatal para os Bizantinos. Os Turcos fingiram fugir, cercaram os inimigos e derrotaram-nos, capturando o imperador que acabou por ser libertado após pagamento de resgate.

A batalha acabou com o poderio bizantino na Ásia Menor e os Seljúcidas avançaram fundando o que viria a ser o Império Turco. Sob o governo de Malik-Shah (Xá Malik) (1055-1092), os Seljúcidas atingiram o auge.

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O mundo islâmico foi abalado pela invasão dos turcos seljúcidas que fundaram um enorme império no Oriente Médio que deu continuidade ao florescimento da cultura islâmica medieval: construiu-se a Mesquita da Sexta-Feira em Ispaão; Omar Khayyam, o poeta persa mais famoso de todos os tempos, escreveu nos Rubayat a sua poesia de amor.

A conquista árabe transformou radicalmente a vida na Pérsia. O árabe tornou-se a nova língua franca, e o Islã rapidamente substituiu o zoroastrismo; construíram-se mesquitas. Novas língua, religião e cultura foram acrescentadas ao meio cultural persa. Durante aquela época, e devido ao vasto alcance do Império árabe, muitos cientistas persas viriam a exercer impacto direto sobre o Renascimento europeu, séculos depois.

No início do século XIII, os seljúcidas perderam o controle da Pérsia para outro grupo turco, proveniente da Corásmia (ou Karezm), próximo ao Mar de Aral. Os xás do Império Corásmio governaram por pouco tempo pois entraram em confronto com o mais temido conquistador da história: Gengis Khan numa época de conflito (1207) quando viveu Rumi e (1325) Hafiz.

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Omar Khayyam, filósofo, médico, poeta, matemático, astrônomo e pensador livre, nascido na cidade de Nishapur à nordeste da Pérsia, no Khorassán (atual Afeganistão), em 18 de maio de 1048.

Seu nome completo era Ghiyath Al Din Abul Fateh Omar Ibn Ibrahim Al Khayyam, ficou conhecido por Omar Khayyam, em persa, Omar o fabricante de tendas, nome adotado em memória do pai que era fabricante de tendas.

Passou a maior parte de sua vida nos centros intelectuais persas, como Samarcanda e Bucara, atual Uzbequistão, antigamente integrado ao império Persa dos Aquemênidas e onde a cultura persa foi preservada até hoje e onde gozou da simpatia dos sultões seljúcidas que governavam a região.

Era famoso em sua época, ainda que em vários momentos perseguidos pelos poderosos, que afrontava com suas poesias e escritos, considerados subversivos para a época. Vivia cada dia como se fosse o último, cultuando as mulheres e os prazeres da vida, especialmente o vinho. Com uma poesia irreverente, não negava diretamente a sua fé, mas deixava dúvidas e em alguns momentos sabia contestá-las como ninguém.

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Famoso em vida como o matemático e astrônomo essa reputação provavelmente serviu para eclipsar seu talento para a poesia. Calculou como corrigir o calendário persa através de um calendário solar mais preciso do que o calendário gregoriano em uso atualmente, desenvolvido a pedido do sultão seljúcidas Malik Shah Jalal al-Din, para organizar a coleta de impostos, em 1074.

Seu calendário tinha uma margem de erro de um dia a cada 3770 anos, enquanto que o gregoriano tem um erro de um dia a cada 3330 anos. Se levarmos em conta esta medida ter sido feita em plena Idade Média e sem os avançados recursos da tecnologia atual, este valor mostra uma incrível precisão em relação aos valores atualmente conhecidos. 365,242190 dias visto que calculou um espaço de tempo muito grande com seis dígitos depois da vírgula e seu calendário ainda é utilizado em algumas partes do Irã e do Afeganistão (local onde preservou-se a língua fars e cultura antigas).

Era diretor do Observatório de Merv, quando fez a reforma do calendário muçulmano, além de numerosas tabelas astronômicas.

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Sua classificação das equações algébricas foi fundamental para o progresso da álgebra como uma ciência, da mesma forma que sua obra sobre a teoria das linhas paralelas foi importante para a geometria.

Contribuiu em álgebra com o método para resolver equações cúbicas pela intersecção de uma parábola por um círculo, que viria a ser retomada séculos depois por Descartes.

Dos seus livros de ciência chegaram até nós o Tratado de Algumas Dificuldades das Definições de Euclides e as Demonstrações dos problemas de Álgebra.

Escreveu dez livros e trinta monografias . Estes incluem quatro livros em matemática, um em álgebra, um em geometria, três em físicas, e três livros em metafísicas.

Fez grandes contribuições no desenvolvimento de matemática e geometria analítica que beneficiaram a Europa depois vários séculos.

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Em seu livro de álgebra, khayyam se refere a outros trabalhos seus que, infelizmente, estão hoje perdidos.

Nestes trabalhos ele discutia o Triângulo de Pascal, embora já tivesse sido feito pelos Chineses.

A álgebra de khayyam é de natureza geométrica, tendo resolvido equações lineares e quadráticas por métodos que estão presentes na Geometria de Euclides.

Descobriu um método para resolução de equações cúbicas, por meio da intersecção de uma parábola com um círculo , em parte descrito por outros autores como Abud al-Jud.

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Tratado de Demonstração de Problemas de Álgebra (1070)

“Pela ajuda de Deus e com a ajuda preciosa dele, digo eu que a Álgebra é uma arte científica. Os objetos com que ela transaciona são números absolutos e quantidades mensuráveis que, entretanto eles sendo desconhecidos, são relacionados a coisas que são conhecidas, sendo que a determinação das quantidades desconhecidas é possível.

Tal coisa ou é uma quantidade ou uma relação sem igual que só é determinada através de exame cuidadoso.

Nas procuras da arte algébrica estão as relações das quais conduzem o conhecido ao desconhecido, descobrir que é o objeto de Álgebra como declarado acima. A perfeição desta arte consiste em conhecimento do método científico por qual determina os desconhecidos numéricos e geométricos.”

A matemática aplicada para encontrar a distancia mais curta entre dois ponto na esfera facilitou a navegação, aliada a astronomia.

O conhecimento era necessário para a construção de mesquitas voltadas para Meca.

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Khayyam contribuiu com importantes resultados no estudo das relações e razões entre raios na Geometria de Euclides, incluindo o problema de sua multiplicação. Omar Khayyam escreveu um grande número de livros e monografias nestes campos citados acima. Fora estes, 10 livros e trinta monografias foram identificadas. Destes, 4 dedicados a matemática, 3 a física, 3 a metafísica, 1 a álgebra e 1 a geometria.

Sua fama como poeta, no ocidente, existe desde 1839, com a tradução de Edward Fitzgerald, para o inglês de seu livro Rubayat (plural da palavra persa rubai), que significa quadras, quartetos, e publicado em 1859, embora seus trabalhos em álgebra tenham sido difundidos na Europa durante a Idade Média. No rubai, o primeiro, o segundo e o quarto versos são rimados, o terceiro é branco.

Um clássico da literatura mundial responsável pelo ótimo conceito adquirido pela poesia e literatura persas. Como em sua época ele foi mais conhecido por sua obra científica, duvidava-se que Kayyam fosse realmente o autor de Rubayat. Mas, uma análise criteriosa efetuada por muitos estudiosos comprovou que ele é mesmo o autor da obra.

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A filosofia de Omar Khayyam era bastante diferente dos dogmas islâmicos oficiais. Concordou com a existência de Deus, mas se opôs à noção que cada acontecimento e fenômeno particular era o resultado de intervenção divina.

Em vez disso ele apoiou a visão que leis da natureza explicam todos fenômenos particulares da vida observada.

Em qualquer tradução do Rubayat, também encontraremos Pessoa, ou Whitmam, que não o traduziram, mas o conheciam.

E quando Borges aproxima as "negras noites e os brancos dias" do tabuleiro do xadrez, "rifão de Omar", diz ele, talvez em resposta a este verso do persa: "Somos os peões deste jogo do xadrez que Deus trama", e a este: "Velho mundo, sob o passo do cavalo branco e negro dos dias e das noites", Omar Khayyam aflora.

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E continua, em outros poetas; está nos dias e nas noites dos setenta e cinco anos de Walt Whitmam, que também se estendem até nós, como ele queria, ou quando Borges, diz: "Neste verão completarei cinqüenta anos; a morte me desgasta, incessante"; Omar tinha escrito: "Os meus cabelos estão brancos, tenho setenta anos de idade"; e isto: "O tempo estraga a minha bela rosa"; e naquele outro árabe, também colhido por Borges, em seu Museu, que apesar do reconhecimento e da glória diz: "Oxalá eu tivesse nascido morto." essa mesma angústia aparece, de outra maneira, nos versos de Khayyam: "Feliz a criança que expirou ao nascer; mais feliz quem não veio ao mundo.";

Há duas correntes de interpretação da poesia de Khayyam: a que a aceita ao pé da letra e tende a considerá-la por conseguinte como um hino às alegrias da vida - ao amor e ao vinho - e mais nada (caso da primeira tradução para o Ocidente, feita por Fitzgerald); e uma corrente que procura interpretar alegoricamente os rubayat vendo através de suas digressões profanas uma exaltação da divindade inspiradas no Sufismo, o misticismo muçulmano.

Omar viveu 84 anos e morreu em 4 de dezembro de 1131, na cidade de Nishapur onde havia nascido em 1048.

Mausoléu Omar Khayyam

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"Para falar claramente e sem parábolas:

Nós somos as peças do jogo, jogado pelo Céu

Que brinca conosco no tabuleiro da existência

E depois voltamos, um a um, para a caixa do Nada".

Rubayat - XCIV

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Omar na linha de evolução do pensamento matemático

2200 a.C. Tabuinhas matemáticas de Nippur.

1650 a.C. Papiro de Rhind: problemas numéricos.

600 a.C. Tales: princípio da geometria dedutiva.

540 a.C. Pitágoras: geometria aritmética.

380 a.C. Platão.

340 a.C. Aristóteles.

300 a.C. Euclides: sistematização da geometria dedutiva.

225 a.C. Apolónio: secções cónicas.

225 a.C Arquimedes: círculo e esfera; área do segmento parabólico; séries infinitas; mecânica, hidrostática.

150 a.C. Ptolomeu: trigonometria; movimento planetário.

250 Diofanto: teoria de números.

300 Pappus: compilações e comentários; razão cruzada.

820 Al Khowarizmi: álgebra.

1100 Omar Khayyam: equações cúbicas; problemas de calendários.

1150 Bhaskara: álgebra.

1202 Fibonacci: aritmética, álgebra e geometria.

1545 Tartaglia, Cardano, Ferrari: equações algébricas de graus superiores.

1580 Viète: teoria das equações.

1600 Harriot: simbolismos algébricos.

1610 Kepler: poliedros; movimento planetário.

1614 Nepier: logaritmos.

1635 Fermat: teoria de números; máximos e mínimos.

1637 Descartes: geometria analítica; teoria de equações.

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1202 Fibonacci: aritmética, álgebra e geometria.

1545 Tartaglia, Cardano, Ferrari: equações algébricas de graus superiores.

1580 Viète: teoria das equações.

1600 Harriot: simbolismos algébricos.

1610 Kepler: poliedros; movimento planetário.

1614 Nepier: logaritmos.

1635 Fermat: teoria de números; máximos e mínimos.

1637 Descartes: geometria analítica; teoria de equações.

1650 Pascal: cónicas; teoria das probabilidades.

1680 Newton: cálculo; teoria das equações, gravidade; movimento planetário; séries infinitas; hidrostática e dinâmica.

1682 Leibniz: cálculo.

1700 Bernoulli: Cálculo; probabilidades.

1750 Euler: cálculo; variáveis complexas; matemática aplicada.

1780 Lagrange: equações diferenciais; cálculo variacional.

1805 Laplace: equações diferenciais; teoria planetária; probabilidades.

1820 Gauss: teoria dos números; geometria diferencial; álgebra, astonomia.

1825 Bolyai, Lobatchesvsky: geometria não euclidiana.

1854 Riemann: teoria da integração; variáveis complexas; geometria.

1880 Cantor: teoria dos conjuntos infinitos.

1890 Weierstrass: análise real e complexa.

1895 Poincaré: topologia; equações diferenciais.

1899 Hilbert: equações integrais; fundamentos da matemática.

1907 Brouwer: topologia; construtivismo.

1910 Russel, Whitehead: lógica matemática.

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BIBLIOGRAFIA

http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-mega/mega-filosgeral/filosofia-religiao/7270y110.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Selj%C3%BAcida

http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_zdoutrina2.htm

http://www.matematicas.net/paraiso/historia.php?id=khayyam

http://www.geocities.com/ibnkhaldoun_2000/legadociencia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Omar_Khayyam

http://www.alfredo-braga.pro.br/poesia/rubaiyat.html

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