guia sabores de minas 65

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capital mundial da cachaça é a estrela desta edição do Sabores de Minas. A gentileza do salinense logo se apresentou à nossa equipe. O primeiro colaborador foi o próprio prefeito, José Prates, apreciador da boa mesa, es- critor e poeta. Ele abriu o cofre dos tesouros culinários da cidade. Fomos à luta e, entre visitas ao Mercado Municipal e às propriedades rurais, acha- mos saborosas receitas e produtos ícones da gastronomia de Minas. O re- queijão escuro e a cachaça já são patrimônios de Salinas e dos mineiros, mas as farinhas, os doces e as quitandas não ficam nada a dever nos que- sitos qualidade e importância como referências regionais. O calor é outra característica marcante de Salinas e de seus habitantes, principalmente quando medido pelo carinho e afetividade. A cidade está sempre pronta a receber visitantes nas cozinhas e nos eventos, mas o ponto alto do turismo local é o Festival Mundial da Cachaça, realizado há mais de 10 anos, no mês de julho. Uma grande festa, com culinária típica, degusta- ções e exposição das centenas de cachaças produzidas no solo abençoado, entre elas as famosas Havana e Canarinha, além de outras agradáveis novi- dades que estão surgindo e envelhecendo no bálsamo, seguindo os ensina- mentos de antigos mestres, como Anísio Santiago e Joãozinho. Importantes obras de infraestrutura, novos hotéis e um gigantesco mu- seu da cachaça são empreendimentos que vão consolidar a vocação do município e da região para o turismo gastronômico. Não deixe de viajar por esses caminhos e degustar os sabores e a hospitalidade que Salinas vai lhe proporcionar. Viva o sertão! Bom apetite! Eduardo Avelar Chefe de cozinha 3 TERRA ABENÇOADA A A JACKSON ROMANELLI/EM/D.A PRESS JACKSON ROMANELLI/EM/D.A PRESS

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Guia Sabores de Minas 65

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Page 1: Guia Sabores de Minas 65

capital mundial da cachaça é a estrela desta edição doSabores de Minas.

A gentileza do salinense logo se apresentou à nossa equipe. O primeirocolaborador foi o próprio prefeito, José Prates, apreciador da boa mesa, es-critor e poeta. Ele abriu o cofre dos tesouros culinários da cidade. Fomos àluta e, entre visitas ao Mercado Municipal e às propriedades rurais, acha-mos saborosas receitas e produtos ícones da gastronomia de Minas. O re-queijão escuro e a cachaça já são patrimônios de Salinas e dos mineiros,mas as farinhas, os doces e as quitandas não ficam nada a dever nos que-sitos qualidade e importância como referências regionais.

O calor é outra característica marcante de Salinas e de seus habitantes,principalmente quando medido pelo carinho e afetividade. A cidade estásempre pronta a receber visitantes nas cozinhas e nos eventos, mas o pontoalto do turismo local é o Festival Mundial da Cachaça, realizado há mais de10 anos, no mês de julho. Uma grande festa, com culinária típica, degusta-ções e exposição das centenas de cachaças produzidas no solo abençoado,entre elas as famosas Havana e Canarinha, além de outras agradáveis novi-dades que estão surgindo e envelhecendo no bálsamo, seguindo os ensina-mentos de antigos mestres, como Anísio Santiago e Joãozinho.

Importantes obras de infraestrutura, novos hotéis e um gigantesco mu-seu da cachaça são empreendimentos que vão consolidar a vocação domunicípio e da região para o turismo gastronômico. Não deixe de viajarpor esses caminhos e degustar os sabores e a hospitalidade que Salinas vailhe proporcionar.

Viva o sertão!Bom apetite!

Eduardo AvelarChefe de cozinha

3

TERRA ABENÇOADA

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Page 2: Guia Sabores de Minas 65

4

COZINHA DE CRIATIVIDADE

espirar fundo, tomar fôlego e seguir via-gem! Passadas as festas de fim de ano, o Sa-bores de Minas põe mais uma vez o pé naestrada para ir longe. O destino é Salinas, noNorte de Minas, a 631 quilômetros de BeloHorizonte. Conhecida como a capital mun-

dial da cachaça, a cidade abriga muito mais do que a fa-mosa branquinha. É também lugar de gente simples ereceptiva. Palco de manifestações gastronômicas dasmais diversas e criativas. E a primeira descoberta já nosdá mostras do que se pode esperar desta aventura. Aiguaria vem logo no almoço e é um prato cheio paraquem adora se entregar à tentação de beliscar. É real-mente difícil resistir à travessa de bolinhos de abobri-nha, que chegam estalando à mesa. Dá vontade de co-mer, sem culpa, um, dois, três bolinhos, seja antes oudurante o almoço. Quem dá a dica do preparo dessa ma-ravilha é Maria Helena Alves Trindade. Há 18 anos, elatrabalha na casa de uma família onde é tratada comouma verdadeira mãe de todos. Foi lá que criou a receita.“Já fazia o bolinho de arroz e, então, tive a ideia de expe-rimentar o de abobrinha para que as crianças comes-sem.” A artimanha deu certo e as crianças, hoje cresci-das, não dispensam a iguaria no cardápio. Como prova,basta olhar a travessa já vazia.

Maria Helena esbanja talento para criar maravilhas

No ranking das

melhores

cachaças do

país, elas estão

ocupando os

primeiros

lugares. Havana

(ou Anísio

Santiago) e

Canarinha são

verdadeiras

estrelas de

Salinas. Não

deixe de

experimentar.

Contatos:

● Eílton Santiago

(Canarinha)

(38) 9191-0332

● Oswaldo

Santiago

(Havana e

Anísio Santiago

- foto)

(38) 9969-4802

Especiais

RR

Page 3: Guia Sabores de Minas 65

5

Bolinho de abobrinha

INGREDIENTES

● 1 abobrinha média● 1 xícara (chá) de cheiro-verde● 1 cebola picada● 1 pimentão picado● 1 xícara (chá) de queijo de minas ralado, mais meia xícara, picado● 1 ovo● 2 tabletes de caldo de galinha● 2 xícaras (chá) de farinha de trigo● Óleo para fritar● 1 colher (sopa) de óleo● 1 dente de alho picado

COMO FAZER

Lavar a abobrinha e passar no ralo grosso. Refogar no óleo com o alho eum tablete do caldo de galinha. Bater no liquidificador o ovo, o cheiro-ver-de, a cebola, o queijo ralado, o pimentão e o outro tablete de caldo de ga-linha. Despejar a mistura em uma tigela e pôr a abobrinha refogada, como cuidado de escorrer a água que ficar na panela. Pôr a farinha de trigo,mexendo bem, para não embolar, e o queijo em cubos. Misturar e fritar àscolheradas em óleo quente, suficiente para cobrir. Virar os bolinhos paradourar os dois lados.

Receita fornecida por Maria Helena Alves, de Salinas: (38) 9945-4025 (Falar com Mistânia)

Page 4: Guia Sabores de Minas 65

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DOCE FAMA

ara quem visita Salinas, um conselho dospróprios moradores: prepare-se para almo-çar e tomar café várias vezes ao dia. A sensa-ção é de que as casas estão sempre com asportas abertas e as cozinhas prontas para

oferecer algo apetitoso. “E se você recusa, todos dizemque está fazendo desfeita”, avisa Lucíola Bonifácio Gue-des, famosa doceira da cidade. Ela é da turma dos quealiam boa conversa à fartura de iguarias para encantaros que adentram sua porta. Mestre na arte dos docescristalizados, Lucíola faz qualquer um salivar ao pôr so-bre a mesa os exemplares de sua criação. As cores e aro-mas compõem uma verdadeira obra de arte com saborde abacaxi, mexerica, abóbora, goiaba, tomate e outrostantos que a criatividade permite. Os de goiaba e toma-te aguçam a curiosidade e deixam o paladar em estadode pura satisfação. A fama de Lucíola é conhecida mui-to além dos limites de Salinas. Contudo, ela conta quenunca ofereceu um doce sequer a alguém. Toda a suapropaganda é por meio do infalível boca a boca. “Todosconhecem a Lucíola do doce. Sempre vem alguém com-prar ou me liga fazendo pedidos. Já mandei 4 mil docespara Salvador”, conta. Se a primeira impressão é a quefica, é certo que a fama dos doces cristalizados chegaráainda mais longe.

PPDoceira reconhecida, Lucíola tem o dom da simpatia

Tempero

Anote essa

preciosa dica

aprendida nas

cozinhas de

Salinas: para

dar um toque a

mais ao arroz

do dia a dia

ponha, na

segunda água

do cozimento,

pimentas de

cheiro roxas

inteiras. O

resultado é

surpreendente!

Page 5: Guia Sabores de Minas 65

7

Tomate cristalizado

Receitas fornecidas por Lucíola Bonifácio Guedes, de Salinas: (38) 3841-1886

INGREDIENTES

● 1,5 dúzia de tomates tipo italiano

● 1,3 kg de açúcar cristal● Água● 1 colher (sopa, rasa) de cal virgem (para deixar o tomate firme)● Açúcar refinado para finalizar

COMO FAZER

Ferver água suficiente para cobriros tomates. Pôr os frutos em umabacia e despejar a água quente. Re-tirar as peles. Dissolver o cal emágua, também o bastante para co-brir os tomates. Pôr os frutos e dei-xar por 10 minutos. Escorrer e lavarbem os tomates. Cortar em quatro,

no sentido do comprimento, e tiraras sementes. Levar ao fogo, em umtacho, meio litro de água e um qui-lo de açúcar. Quando o açúcar der-reter, pôr os tomates e deixar ferverpor 10 minutos. Deixar de um diapara o outro coberto com um pa-no. Levar de volta ao fogo, com orestante do açúcar, e balançar o ta-cho pelas alças, sem usar colher. Re-tirar assim que a calda ficar emponto de espelho (um pouco maisgrossa que a de fio, que é obtidaquando a mistura forma um fio aoescorrer da colher). Retirar os peda-ços e passar no açúcar refinado. Acalda não será usada.

Goiaba cristalizada

INGREDIENTES

● 1 dúzia de goiabas maduras● Água● 2 kg de açúcar cristal● Açúcar refinado para finalizar

COMO FAZER

Descascar as goiabas, parti-las emquatro pedaços, no sentido do com-primento, e tirar o miolo. Ferverágua suficiente para cobrir e despe-jar sobre as frutas em uma bacia.Deixar por 10 minutos e escorrer. Le-

var ao fogo 2 xícaras (chá) de águae metade do açúcar. Quando come-çar a derreter, pôr as goiabas. Quan-do começar a ferver, sacudir o ta-cho, segurando nas alças. Após 10minutos, retirar do fogo. Pôr os pe-daços de goiaba em um recipienteseparado e deixar de um dia para ooutro. Levar a calda ao fogo com orestante do açúcar e duas xícaras(chá) de água. Pôr as goiabas e dei-xar no fogo por 20 minutos. Retirare passar no açúcar refinado.

Page 6: Guia Sabores de Minas 65

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DOS RIOS PARA A MESA

Mara, Victor e Nena mostram a especialidade da casa

Foguinho

o chegar a Salinas, têm-se a sensação deque, por lá, o verão é a estação dominante,não importa qual seja o mês. O sol escal-dante não dá trégua. Para os adeptos, aboa cerveja gelada é uma aliada e tantonessas horas. E na cidade bares não faltam

para quem quer se refrescar e, é claro, se deliciar combons tira-gostos. Um dos mais prestigiados e tradicio-nais endereços da boemia é o Bar Toninho do Peixe. Co-mo o próprio nome sugere, a especialidade da casa é opescado, da própria região. Traíra sem espinha, filés em-panados e caldos figuram entre as delícias do cardápio,que exigem, por semana, cerca de 80 quilos de matéria-prima para o preparo. Uns garantem até que o peixe dobar faz mais sucesso que a tradicional carne de sol da re-gião. No comando da casa, se revezam membros da fa-mília de Toninho, pescador que há nove anos inaugu-rou o lugar. Suas irmãs, Mara e Nena Alves, e o filho, Vic-tor Vinícius de Oliveira, são alguns dos que cuidam doespaço, dividindo-se entre servir as mesas, comprar ospeixes e ajudar na cozinha. Quando o bar era menor, ojovem Victor ajudava o pai a pescar e a fritar os peixes.Hoje, o produto é comprado de pescadores, devido à al-ta demanda do negócio. “A maioria compramos dos pes-cadores da barragem de Salinas. O peixe é que dá o sus-tento para muita gente da região”, explica. E assim, brin-damos a mais um dia de preciosas descobertas!

AA

Nos

restaurantes e

bares de Salinas

há sempre à

mesa um

delicioso molho

de pimenta

para realçar o

sabor. O molho

Foguinho, bem

picante, é

produzido pela

marca Arruda,

que tem sede

na vizinha

Taiobeiras. Não

deixe de

experimentar.

Contato:

(38) 3845-1801.

Page 7: Guia Sabores de Minas 65

9

Caldo de peixe

INGREDIENTES

● 500 g de filé de tilápia● Tempero caseiro a gosto● 2 colheres (sopa) de óleo● Meio pimentão picado● 1 cebola● Água● Meia xícara de farinha de trigo dissolvida em meio

copo (americano) de água● Cheiro-verde a gosto● 1 colher (sobremesa) de colorau

COMO FAZER

Temperar o peixe. Refogar, no óleo, a cebola, o pimentão e o colorau. Pôro filé e cobrir com água. Deixar cozinhar por 20 minutos. Retirar o peixee desfiar. Pôr mais um litro de água na panela do cozimento do peixe. Le-var ao fogo com a farinha dissolvida. Deixar ferver por 10 minutos e pôro peixe. Misturar e retirar do fogo. Salpicar cheiro-verde e servir.

Receita fornecida por Nena e Mara Alves, de Salinas: (38) 3841-5114

Page 8: Guia Sabores de Minas 65

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SABOROSA CONFUSÃO

ente transitando por todas as direções. Ven-dedores tentando atrair fregueses pelo grito epela simpatia. Nos estreitos corredores, fusãode aromas de temperos, frituras, frutas e le-gumes. Prateleiras de bananas e frutas regio-

nais constituindo espetáculo de cores para os olhos. Es-se é o Mercado Municipal de Salinas, ponto obrigatóriopara quem quer experimentar iguarias típicas da cida-de. Aos sábados pela manhã é que o movimento ficamaior e a riqueza dos produtos se mostra mais expres-siva. Apesar do espaço não muito grande e a aparentedesordem, tudo é bem organizado. As barracas são divi-didas em setores para facilitar a vida de quem não tro-ca o local por nenhum supermercado. Para os que que-rem comprar quitandas, uma fileira de barracas fica dis-posta na parte central do mercado. Bolos dos mais va-riados, biscoitos de polvilho e pães caseiros encantam àprimeira vista. Uma das vendedoras é Tiana Moreira deSouza, que herdou da mãe o ofício de quitandeira. Dia-riamente, das 6h às 13h, ela vende, no mercado, produ-tos dos mais diversos, responsáveis por toda sua rendamensal. Mas atenção: para conseguir levar um saquinhode uma das iguarias é preciso chegar cedo, tamanha aconcorrência.

GGQuitandeira de fama, Tiana preserva dom de família

Branquinho

Da goma da

mandioca se

faz o beiju de

lenço, iguaria

que vai bem a

qualquer hora

e de qualquer

maneira. O

produto é

encontrado aos

montes no

Mercado

Municipal de

Salinas e,

segundo os

vendedores, é

uma delícia se

servido com

manteiga.

Page 9: Guia Sabores de Minas 65

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Pão caseiro

INGREDIENTES

● 1 kg de farinha de trigo● 2 colheres (sopa) de fermento biológico seco● 1 colher (sopa, rasa) de sal● 1 colher (sopa, rasa) de açúcar cristal● 1 copo (americano) de óleo, mais o suficiente para

untar o tabuleiro● 500 ml de água morna

COMO FAZER

Em uma vasilha, pôr todos os ingredientes, sendo primeiro a água mor-na e por último e aos poucos a farinha de trigo. Amassar bem e deixardescansar por 30 minutos. Enrolar da maneira e do tamanho desejado edeixar crescer por mais 20 minutos. Levar para assar em tabuleiro unta-do com óleo por 20 minutos.

Receita fornecida por Tiana Moreira de Souza, de Salinas: (38) 9127-6291

Page 10: Guia Sabores de Minas 65

Sábado é dia de

feira em Salinas.

Dia, portanto,

de ir ao

Mercado

Municipal e

encontrar

artigos curiosos

e saborosos,

como doce de

requeijão, além

de temperos

dos mais

variados,

frango caipira

e muito mais.

Variado

12

ADORADO VERDINHO

Tilde é uma das guardiãs do autêntico sabor da terra

s temperos são itens da cozinha que po-dem descrever bem os costumes de deter-minada região. Em certas localidades, pre-fere-se o vermelho do colorau. Em outras,é a cor amarela do açafrão que dá o tom da

comida. Assim também é com o cheiro-verde. Basta vero caso da salsinha e do coentro. De Norte a Sul, os doistemperinhos verdes se revezam, ora agradando uns,ora outros. Em Salinas, o coentro predomina. Seja emfolha, em pó, em buquê ou misturado ao tempero ca-seiro, é o sabor marcante da iguaria que se faz presen-te na maioria das cozinhas. No Mercado Municipal,compra-se coentro de todas as qualidades. Ele fica nasbarracas do setor de hortaliças e temperos, onde o fre-guês se guia pelo aroma. Na forma de tempero pronto,pode ser comprado na barraca de Cleotildes dos SantosDurães, ou Tilde, como é chamada pela freguesia. Hásete anos no mercado, ela produz e comercializa diver-sos tipos de tempero caseiro, além de frutas e legumes.Cada saquinho de tempero de coentro, segundo ela ocarro-chefe da banca, custa R$ 1. “Tem época em que fi-ca mais caro, mas o povo compra a qualquer preço. Elesgostam mesmo.” Como dica de uso do tempero, Tildeindica o preparo de carnes e aves, ou o que mais vier àcabeça. Na hora de ir para a cozinha, o que manda mes-mo é a sensibilidade.

OO

Page 11: Guia Sabores de Minas 65

13

Tempero com coentro fresco

Receitas fornecidas por Cleotildes dos Santos Durães, de Salinas: (38) 9908-6882

Tempero com coentro seco

INGREDIENTES

● 3 cabeças de alho descascadas● 1 cebola picada● 1 pimenta-de-cheiro roxa● 1 molho de coentro verde● Meio pimentão verde picado

● 500 g de sal● 2 ramos de salsinha● Meio copo (americano)

de água

COMO FAZER

Bater os ingredientes, exceto o sal, no liquidificador. Pôr o sal em uma va-silha e despejar a mistura, mexendo bem, até ficar homogêneo. Arma-zenar em vidros ou saquinhos.

INGREDIENTES

Semelhantes aos da receita anterior. Basta substituir o molho de coen-tro por 3 colheres (sopa) de coentro seco e o pimentão verde por verme-lho. Não pôr salsa.

COMO FAZER

O modo de preparo é o mesmo da receita anterior.

Page 12: Guia Sabores de Minas 65

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REFRESCANTE TENTAÇÃO

ara refrescar o corpo nas altas temperaturas,nada melhor que uma sobremesa gelada ecremosa, com sabor de frutas tropicais. E nãoé de sorvete que estamos falando. A iguariaem questão é a musse preparada em Salinas

por Isabel Marcolino dos Santos, que combina versatilida-de e sabor para fazer essa maravilha de receita. Tradicionaldoceira, Bel, como é chamada, faz a musse apenas paraconsumo da casa e não precisa nem dizer que é um suces-so. Além de saborosa, a receita é de fácil preparo. Até mes-mo aqueles sem muita intimidade com a cozinha podemse arriscar. A receita base é bem simples e, para dar o sabor,basta usar a imaginação. Maracujá e manga são as frutasfavoritas de Bel, que tem sempre alguma dessas matérias-primas à mão. “Conheço muita gente que tem pé de man-ga e, se quiser achar maracujá, é só ir ao mercado”, conta.Ela ensina que uma boa variação é fazer com o maracujádo mato, fruta típica da região e de paladar marcante. Mo-radora de uma casa simples, mas aconchegante, Bel nãodispensa a cozinha que tem nos fundos do imóvel. É lá quefica o fogão a lenha, que ela não substitui por nenhumamodernidade. “Todos os dias faço comida lá. O gosto é di-ferente.”A conversa boa segue regada a colheradas de mus-se, uma tentação. Mas o fim de tarde anuncia que é horade partir. Pique renovado para seguir a jornada.

PPFogão a lenha é companheiro inseparável de Isabel

Petisco

No intervalo

das compras,

pausa para

recuperar as

energias com

um saboroso

pastel frito. A

melhor pedida

é o pastel da

Lúcia, vendido

há 10 anos no

Mercado

Municipal de

Salinas. Por

sábado, Lúcia

Magalhães

chega a

preparar 2 mil

unidades do

salgado,

vendido a

R$ 0,75 cada.

Page 13: Guia Sabores de Minas 65

15

Musse de maracujá

INGREDIENTES

● 4 maracujás● 2 latas de creme

de leite● 2 latas de leite

condensado.

COMO FAZER

Bater a polpa dos mara-cujás no liquidificador na velocidade baixa, para não triturar as se-mentes totalmente e não formar um pó. Passar em uma peneira. Pe-neirar o caldo e batê-lo com o creme de leite e o leite condensado.Despejar em uma travessa e levar para gelar até ficar firme. Despejaras sementes por cima.

Musse de manga

INGREDIENTES

● 4 mangas maduras● 2 latas de creme

de leite● 2 latas de leite

condensado

COMO FAZER

Bater a polpa das mangasno liquidificador. Passarem uma peneira e bater aparte peneirada com ocreme de leite e o leite condensado. Pôr em uma travessa e deixar nageladeira até ficar firme. Se preferir uma consistência mais dura, dei-xar no freezer.

Receitas fornecidas por Maria Isabel Marcolino dos Santos, de Salinas: (38) 9141-3687

Page 14: Guia Sabores de Minas 65

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APETITOSAS COLHERADAS

Tradicional

Duas

quitandas

locais não

podem deixar

de ser

experimentadas

em Salinas.

Um é o

biscoito

“escrivido”,

que ganhou

esse nome

popular

justamente

por ser

“escrito” no

tabuleiro, para

ganhar

formato. O

outro é o

voador, um

delicado

biscoitinho de

sabor

adocicado.

Ambos são

feitos de

polvilho.

ngredientes frescos, naturais e de boa proce-dência. Tais requisitos dão tempero especiala qualquer prato. Por isso, quem tem à dis-posição um lugar para comprar produtoscom esses atributos não pode deixar de

aproveitar. É o que faz a cozinheira salinense Mora Al-ves, que não abre mão de ir ao mercado buscar os itensde sua cozinha. De lá, além de pimentas de cheiro e ou-tros temperos, ela traz o feijão verde, com o qual faz umprato apetitoso e tradicional. A farofa de feijão verde seassemelha ao feijão-de-tropeiro, diferente por ser maissimples, mas nem por isso menos saborosa. Muito pelocontrário. Com uma travessa da farofa à frente e umacolher à mão, raramente a boca ficará por muito temposem se movimentar. A receita é apenas uma das váriasque Mora prepara no bar de um clube da cidade, ondetrabalha há quatro anos. Segundo ela, nos fins de sema-na a farofa é o tira-gosto mais pedido para acompanhara cerveja gelada. Não fica difícil de entender o porquê.Basta ler a receita para imaginar. A isso, adicione a delí-cia de pôr as colheradas na mão e levá-la a boca. O ritualparece ter o estranho poder de dar mais sabor a certascomidas. Se ao combinar tudo isso você encontrou o re-sultado, não perca tempo. Corra para o fogão!

IIMora é especialista em tira-gosto líder de pedidos

Page 15: Guia Sabores de Minas 65

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Farofa de feijão-verde

INGREDIENTES

● 1 kg de feijão-verde● 400 g de linguiça calabresa frita, em rodelas ● 3 ovos fritos mexidos● 300 g de bacon ou toucinho● Tempero a gosto● 1 cebola picada● 1 pimentão picado● Cheiro-verde a gosto● 1 colher (sobremesa) de colorau● 5 colheres (sopa) de farinha de mandioca

COMO FAZER

Cozinhar o feijão em panela comum, com água suficiente para cobrir,por 20 ou 30 minutos. Escorrer e reservar os grãos. Fritar o bacon ou otoucinho e reservar. Com a gordura que sobrar na panela, refogar a ce-bola, o pimentão, o tempero e o colorau. Pôr o feijão e misturar. Pôr alinguiça, os ovos e o cheiro-verde e mexer. Retirar do fogo, pôr a fari-nha e misturar.

Receita fornecida por Mora Alves, de Salinas: (38) 8822-7447

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DELÍCIAS DA TERRA

ssim como em outras localidades, a sabe-doria culinária de Salinas encontra na roçapalco fértil para sua riqueza. Em cada can-to, sobra criatividade na arte de preparardoces, quitandas, queijos e, como não po-

deria deixar de ser, boas cachaças. Em visita ao distritode Jacurutu, a 17 quilômetros da cidade, não faltamexemplares de tais iguarias. Para começar, doce de li-mão-cravo (ou limão-capeta) com abacaxi. A receita épreparada por um grupo de oito mulheres da comuni-dade, que se organizaram para gerar renda com a culi-nária, arte com a qual são bem familiarizadas. Além dosdoces, elas processam polpas das mais variadas frutas,que são vendidas no Mercado Municipal de Salinasduas vezes por semana. Além da renda, o trabalho trou-xe valorização e conhecimento dos frutos da região. “Olimão-cravo ninguém usava. Hoje, estamos até plan-tando. Há ainda muita fruta para conhecermos”, dizMarly Rosa de Jesus Costa, uma das integrantes do gru-po. Entre os frutos da terra aproveitados na cozinha co-munitária estão acerola, maracujá-do-mato, cajá, coco,mamão, laranja e muitas outras. Para seguir pela estra-da com ainda mais ânimo, os visitantes se revigoramcom algumas dessas iguarias e brindam, uma vez mais,a essa cidade de descobertas.

AADoceiras produzem maravilhas com frutos da região

Cachaça

Na loja da

Associação dos

Produtores

Artesanais de

Cachaça de

Salinas (Apacs),

o visitante vai

encontrar 47

marcas

produzidas na

cidade. O grupo,

formado há

nove anos,

reúne 25

produtores.

Contato:

(38) 3841-3431.

Page 19: Guia Sabores de Minas 65

21

Doce de limão-cravo com abacaxi

INGREDIENTES

● 3 kg de limão-cravo (limão-capeta)● 1,5 kg de polpa de abacaxi picada● 3 kg de açúcar cristal

Material● Forma de rapadura● Papel celofane

COMO FAZER

Passar os limões em um ralo, para que a parte externa fique lisa. Partir aomeio e retirar a polpa (somente a casca será usada). Cobrir com água elevar ao fogo para cozinhar, até a casca ficar bem macia. Deixar esfriarna própria água, coberto com um pano. Escorrer, lavar e deixar de mo-lho por mais três horas. Repetir o processo seis vezes. Escorrer e picar o li-mão em pedaços bem pequenos. Levar os limões e a polpa de abacaxiao fogo com o açúcar por cerca de três horas ou até dar o ponto, que po-de ser testado pegando uma pequena porção de doce com uma colher.Se, ao virar a colher, o doce não cair, é porque está bom. Despejar o docena forma forrada com papel celofane. Retirar quando estiver firme.

Receita fornecida por Marly Rosa de Jesus: (38) 9955-2553

Page 20: Guia Sabores de Minas 65

22

ESTRELA DO NORTE

alar em requeijão de Salinas é muito maisque atribuir procedência a um produto. Adenominação vai além. É como falar emdeterminada categoria de requeijão, alémde dar uma espécie de certificado de ori-

Jorge e Júlia: esforço que dá origem a iguaria refinada

gem à iguaria. Tal qual a cachaça, as barras de requeijãoescuro fazem a fama da cidade nos quatro cantos do es-tado e até do país. Assim como a bebida, a iguaria é frutode um processo de longa data, herdado de várias gera-ções. Um dos requeijões mais celebrados no mercado deSalinas é feito no distrito de Jacurutu. O sabor é tão en-cantador que muitos o apelidaram de “requeijão havana”,em referência à emblemática cachaça artesanal da cida-de. Produzida pelo casal Jorge dos Santos e Júlia MarquesSantos, a iguaria é fruto de trabalho cuidadoso e de mui-ta persistência. “Fazer requeijão é uma luta”, conta Jorge,enquanto mostra como ocorre o demorado processo defabricação. O ofício foi ensinado ao casal pelo pai de Júlia,de quem eles herdaram também uma forma interessan-te de consumir a iguaria. A farofa de requeijão, como fi-cou apelidado o prato improvisado, combina o produto,rapadura e farinha. O resultado é um aliado do corpoquando força e disposição se fazem necessárias. “Meu pailevava para a roça e ficava o dia inteiro sem comer maisnada”, conta Júlia. A receita simples dá aos visitantes ener-gia para descobrir novos sabores.

FF

Da roça

No distrito de

Jacurutu,

experientes

quitandeiras e

doceiras

preparam, em

seus tachos e

fornos a lenha,

o que a

culinária local

tem de melhor.

Não faltam

rapaduras,

cocadas,

biscoitos e

broas

apetitosas.

Contato:

Noêmia Ferreira

(38) 9955-0832

Page 21: Guia Sabores de Minas 65

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Farofa de requeijão

INGREDIENTES

● 3 colheres (sopa) de farinha de mandioca● 30 g de rapadura ● 100 g de requeijão escuro

COMO FAZER

Picar o requeijão e a rapadura em lascas. Misturar todos os ingredientesem um prato e servir.

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DELICADO E PICANTE

oxinha de frango, empadinha, espetinho de lom-bo, enroladinhos de presunto, croquete. Que atirea primeira pedra quem não saliva em pensar emuma travessa de salgadinhos quentinhos. Se osquitutes são preparados por salgadeiras capricho-

sas, com a massa e recheio na proporção certa, não há comoresistir. Em Salinas, além de pratos tradicionais como doces equitandas, há espaço para mãos habilidosas na arte dos salga-dos. Basta perguntar a um, sondar com outro e logo apare-cem nomes que fazem fama quando se toca no assunto. Umadessas artistas é Maria Amorosa Cardoso Silva Oliveira, a Mo-ra, que há 15 anos se dedica ao saboroso trabalho. Os ensina-mentos lhe foram passados pela mãe, uma salgadeira quetambém fez história na cidade e hoje repete o sucesso em BH.Além dos salgadinhos clássicos, Mora inova com alguma ex-perimentação na cozinha. A última experiência resultou nodelicado e apetitoso bolinho de mandioca com carne, que osfregueses apelidaram de pimentinha. O motivo do nome nãoé difícil de imaginar. Mora é amante das pimentas e não pou-pa o ingrediente em alguns de seus salgados, a não ser que ofreguês não goste. Há pimenta com fartura na casa da salga-deira, que cultiva vasinhos das mais variadas qualidades. Como apetite e a gula saciados, os viajantes se despedem com a pi-mentinha guardada no paladar.

CCInovação de Maria Amorosa ganhou aprovação geral

Escuro

O processo de

fritar a nata da

coalhada

confere ao

genuíno

requeijão do

Norte de Minas

sua cor

bronzeada. A

sabedoria no

preparo é algo

que vem

atravessando

gerações. O

produto é

encontrado no

mercado ou

diretamente

com os

produtores. Um

deles é Jorge

dos Santos.

Contato:

(38) 9103-0637.

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25

Bolinho de mandioca com carne moída

INGREDIENTES

Para a massa● 2 colheres (sopa) de

manteiga● 2 tabletes de caldo de carne● 1 litro de leite● 1 kg de mandioca cozida e

batida com a água docozimento

● 1 colheres (sopa) desalsinha picada

● Sal a gosto● 700 g de farinha de trigo

Para o recheio● 1 kg de carne bovina

(patinho) moída● 4 dentes de alho picados● 4 colheres (sopa) de

pimentão vermelho picado● 4 colheres (sopa) de cheiro-

verde picado● 1 colher (sopa) de tempero

caseiro● 10 pimentas-malagueta

amassadas (pode-se usarmenor quantidade,segundo o gostoindividual)

● 1 copo de requeijão● 3 colheres (sopa) de óleo● 1 colher (sopa) de colorau● 1 cebola picada

Para finalizar● Leite● Farinha de rosca● Óleo para fritar

COMO FAZER

Para o recheio, refogar, no óleo, acebola, o alho, o tempero, o colo-rau, o pimentão, as pimentas e acarne. Quando a carne estiverpronta, pôr o requeijão e assimque misturar por completo, retirardo fogo. Para a massa, misturar amandioca batida com os demaisingredientes, exceto a farinha, e le-var ao fogo. Quando começar aferver, pôr, aos poucos, a farinha emexer. Retirar do fogo quando co-meçar a desgrudar da panela.Quando a massa estiver morna,retirar com uma colher (sopa) eabrir na mão. Pôr o recheio e fe-char as extremidades, como umquibe, porém mais achatado. Re-petir o processo com toda a mas-sa. Passar os bolinhos no leite e,em seguida, na farinha de rosca.Fritar em óleo quente, suficientepara cobrir.

Receita fornecida por Maria Amorosa Cardoso Silva Oliveira, de Salinas: (38) 3841-1436

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RECEITA DA CURIOSIDADE

eu uso mais comum é em saladas. Háquem não o dispense no cardápio do diaa dia. Ele é também a base de molhos, derecheios de pratos salgados, de petiscose refogados. Mesmo com a versatilidade

do tomate, quem poderia crer que ele viraria doce emcalda? Depois da experiência do fruto cristalizado, osviajantes conferem outra forma de consumir o pro-duto na sobremesa. Quem apresenta a peculiar igua-ria é a doceira Maria das Graças, que teve o primeirocontato com a cozinha aos 8 anos. “Foi tanta emoção!Lembro até hoje de quando fiz minha primeira comi-da.” A experiência com os doces começou em casa,quando Maria preparava o de figo para os três filhos.Os amigos começaram a pedir e não teve jeito. Quan-do percebeu, estava atendendo encomendas e, pou-co a pouco, os doces se tornaram sua principal fontede renda. Da receita do de figo, Maria passou para ou-tras criações e, assim, surgiu a do doce de tomate. Elese diverte ao servir a iguaria, não só por arrancar sus-piros e elogios, mas por aguçar a curiosidade. “Nin-guém sabe dizer de que é feito. Nem depois de co-mer.” Realmente, degustar o prato é uma saborosabrincadeira. Mãos à massa?

SSEstrela da salada vira doce graças às mãos de Maria

Curso

Em Salinas,

cachaça virou

até curso

superior.

Oferecido pelo

Instituto Federal

de Educação,

Ciência e

Tecnologia, o

curso de

tecnologia em

produção de

cachaça é único

no país e tem

duração de três

anos, com

vestibulares

uma vez ao ano.

Informações

pelo site www.ifnmg.edu.br.

Page 25: Guia Sabores de Minas 65

27

Doce de tomate em calda

INGREDIENTES

● 3 kg de tomates do tipo italiano ou outro de formato mais comprido

● 1 colher (sopa, rasa) de cal (para deixar o tomate firme)● 1 kg de açúcar cristal● Água● Cravo a gosto

COMO FAZER

Levar ao fogo água suficiente para cobrir os tomates. Quando começara ferver, pôr os frutos. Retirar assim que começarem a soltar as peles. Sefor necessário, usar um garfo para retirar as peles que restarem. Deixar ostomates esfriarem na água. Escorrer e cortar em cruz. Retirar a sementee pôr os pedaços em uma vasilha com o cal dissolvido em água suficien-te para cobrir. O cal vai deixar os tomates firmes. Deixar por 20 minutos.Escorrer e lavar os pedaços de tomate um a um. Levar ao fogo, em umtacho, o açúcar com meio litro de água. Quando a calda engrossar, pôr ostomates e o cravo. Assim que levantar fervura, retirar do fogo. Servir coma calda.

Receita fornecida por Maria das Graças, de Salinas: (38) 3841-3129

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TABULEIRO DE HISTÓRIAS

arinha de trigo, leite, ovos, polvilho, queijo emuita história. As receitas de quitandas emMinas Gerais contam muito mais do queaquilo que se pode ver, tocar e experimen-tar. Elas são a materialização da trajetória de

nossas cozinhas, desde a época da colonização. Por isso,não é de se surpreender que não haja lugar neste estadoque não abrigue quitandeiras de mão cheia. Em Salinas,um nome conhecido é Iracema Antunes dos Santos, quecarrega na bagagem 32 anos no ofício de sovar, amassar,modelar e assar. Natural da de Japonvar, cidade do Nortede Minas, ela trouxe de sua terra parte da sabedoria naconfecção de quitandas. Em Salinas, onde mora há 36anos, nasceram outras receitas da tradição popular, co-mo o famoso biscoito “escrivido”. Uma das iguarias maispedidas pela clientela é o biscoito de queijo, uma receitade família. Por semana, numa jornada de trabalho quechega a 12 horas diárias, são feitas mais de 2,5 mil unida-des, entregues em hotéis, vendidas no mercado, em suacasa e por dois vendedores nas ruas. “Quando comecei,10 meninos vendiam para mim na rua, para divulgar. Ho-je são só duas pessoas. Uma delas é uma senhora de 76anos”, conta. Os nove tipos de biscoitos, além de bolos ebroas, são assados em grandes fornos a lenha, o que con-fere sabor ainda mais especial aos produtos. E, com certe-za, muitas boas histórias para se recordar.

F

Chocolate

A trufa de

cachaça é a que

mais faz

sucesso, mas as

delícias caseiras

de maracujá,

coco e chocolate

também têm

sabor todo

especial. As

iguarias são

preparadas sob

encomenda por

Juliana

Miranda.

Contato:

(38) 9938-3729.

Iracema se desdobra para produzir milhares de delícias

F

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29

Biscoito de queijo

INGREDIENTES

● 2,5 kg de polvilho doce● 2,5 kg de queijo de minas curado, ralado● 500 g de margarina● 12 gemas de ovos (de preferência caipira)● 2 copos de óleo● 1 colher (sopa, rasa) de sal● 1 copo (americano) de leite● Óleo para untar

COMO FAZER

Pôr o polvilho em uma vasilha e despejar o óleo e a margarina. Misturar.Pôr o queijo, o leite, as gemas, o sal e amassar bem, até a massa ficar ho-mogênea e se soltar da mãos. Enrolar os biscoitos no formato desejado(rodelas, rosquinhas etc). Levar para assar em tabuleiro untado com óleo,em temperatura média, até que fiquem dourados.

Receita fornecida por Iracema Antunes dos Santos, de Salinas: (38) 3841-1835

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GARFADAS DE SUSPIRO

s fogões de Salinas reservam outras boassurpresas, para sorte dos viajantes. O jan-tar vem em grande estilo, com um ingre-diente responsável pela fama da região emqualquer canto do Brasil. Ela está lá, escon-

didinha entre camadas de purê de mandioca, envoltaem um molho cremoso, capaz de fazer salivar no mo-mento em que sai do forno. Adivinhou o que é? Nãopoderia ser outra coisa senão a carne de sol. No Nortedo estado, reduto dessa iguaria, receita é o que não fal-ta para contemplar a delícia. O escondidinho de man-dioca com carne de sol é caprichosamente preparadopor Jacinta Magalhães Barbosa, uma experiente cozi-nheira. Dona de um bufê em Salinas, Jacinta começoua trabalhar de maneira despretensiosa. “Já mexia comcozinha, mas parei quando me casei. Vieram os filhos ecomecei a fazer bolos e salgados, mas em pouca quan-tidade. Os clientes começaram a chegar e não pareimais”, conta. Os 25 anos de ofício são motivo de orgu-lho, já que, graças a eles, Jacinta pôde pagar os estudosdos três filhos e comprar um apartamento na capital.O sucesso da cozinheira se explica pelo tempero. O es-condidinho reserva, a cada mordida, momentos de pu-ra contemplação. Chegado o suspiro final, é hora departir para desvendar os últimos sabores da jornada.

OOEm 25 anos de trabalho, Jacinta reuniu uma legião de fãs

RESTAURANTES

● Volpi

(38) 38413765

● Bakaninha

(38) 3841-1604

● Sabor e Arte

(38) 38414687

● Sabor de

Minas (foto)(38) 3841-2234

● Restaurante

Familiar

(38) 3841-1206

● Aluá

(38) 3841-3199

● Fofocas

(38) 3841-4712

● Sun Flash

(38) 3841-3430

Page 29: Guia Sabores de Minas 65

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Escondidinho de carne de sol

INGREDIENTES

Para o purê● 1,5 kg de mandioca cozida

e amassada● 1 colher (sopa) de manteiga● 1 colher (sopa) de alho

picado● 4 copos (tipo americano)

de leite

Para o recheio● 800 g de carne de sol● Meio pimentão picado● 2 tomates picados● 1 cebola picada● Duas colheres (sopa) de óleo● 1 colher (sopa) de alho● 1 caixa de creme de leite

Para finalizar● Meia xícara (chá) de

queijo ralado

COMO FAZER

Para o purê, refogar o alho namanteiga. Pôr a mandioca e mis-turar. Pôr o leite e mexer até ficarcremoso, com consistência nãomuito dura. Deixar a carne de solde molho por duas horas. Escorrer.Cortar em cubos. Em uma panelade pressão, refogar o alho e a car-ne no óleo. Cobrir com água e dei-xar cozinhar por 30 minutos de-pois que der pressão. Retirar a car-ne e desfiar. Levar o caldo ao fogocom o tomate, a cebola e o pimen-tão. Quando tudo estiver bem co-zido, retirar do fogo, pôr a carnedesfiada e o creme de leite e mistu-rar. Em uma travessa, pôr poucomais da metade do purê, o recheioe, por cima, o restante do purê. Sal-picar queijo ralado e levar ao for-no para gratinar.

Page 30: Guia Sabores de Minas 65

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DELICIOSA DESCOBERTA

passeio por Salinas, repleto de boas receitase personagens, chega ao fim. Pelo caminho,iguarias deram a prova de que a cidade doNorte reserva não apenas a sabedoria nopreparo de cachaça e requeijão, mas tam-

bém um mosaico de cores, aromas e paladares para bomapreciador nenhum botar defeito. A riqueza culináriadesta viagem é fechada com uma receita para adoçar aboca e o coração. São as balas delícia de Amorosa Pereirados Santos, uma salinense que não mede simpatia paradeixar suas iguarias inesquecíveis. A confecção de balascomeçou há 26 anos, impulsionada por um desejo parti-cular. “Eu adorava a bala. A gente morava na roça e todavez que a minha mãe vinha à cidade eu pedia para trazera balinha. Ficava na estrada esperando”, conta Mora, co-mo é conhecida. Do gosto pela bala que derrete no céu daboca, ela iniciou uma verdadeira luta para achar o pontodo doce, algo que só mesmo a prática pode ensinar. “Achoque tentei umas 20 vezes”, recorda. As balas de Mora sãofeitas nos sabores maracujá, coco, chocolate, abacaxi,amendoim e cachaça, que não poderia faltar na terra dabranquinha. As iguarias são vendidas em toda a cidadepor ajudantes de Mora, que produz cerca de oito quilosde balas por semana. Detalhes anotados, paladares e co-rações adoçados, os viajantes se preparam para pôr os pésna estrada. Até a próxima!

OO

Preparo da doçura exige doses de delicadeza e paciência

● Brasil Palace

(38) 3841-1064

● Eldorado

(38) 3841-3451

● Fá

(38) 3841-4726

● Minas Brasil

(38) 3841-1363

● JK

(38) 3841-1355

● Panorama

(38) 3841-1574

● Shelton Palace

(38) 3841-2573

● Renascer

(38) 3841-4160

ONDE FICAR

JACK

SON

RO

MA

NEL

LI/E

M/D

.A P

RES

S

Page 31: Guia Sabores de Minas 65

33

Bala delícia

INGREDIENTES

PARA A RECEITA BASE● 1 kg de açúcar refinado● 1,5 colher (sopa) de suco de limão● 1 coco grande picado● 1,5 copo (americano) de água morna● Óleo para untar

COMO FAZER

Bater o coco no liquidificador com a água. Pôr a mistura em um panopara coar e espremer bem. Levar o caldo ao fogo, em uma panela gran-de, com o açúcar e o suco de limão. Deixar ferver sem mexer por cerca de15 minutos ou até dar ponto de bala (que pode ser medido colocandouma pequena porção da mistura em um copo de água. Se formar umagoma, está no ponto). Despejar a mistura em uma superfície lisa untadacom óleo. Com as duas mãos (se preferir, fazer essa parte com a ajuda deoutra pessoa), puxar a massa, segurando nas duas extremidades, até quefique com a cor branca. Pôr novamente na pedra e cortar a massa em cor-dões de aproximadamente 3 cm de largura. Com uma tesoura, cortar oscordões em quadradinhos. Caso queira fazer no sabor de maracujá, des-pejar as polpas coadas e fervidas de 4 maracujás por cima da massa aber-ta na pedra, com o caroço. No sabor de cachaça, pôr meio copo (america-no), da bebida por cima da massa aberta. Para o de amendoim, pôr doiscopos (americanos) de amendoim torrado e triturado por cima da mas-sa. O restante do processo é o mesmo.

Receita fornecida por Amorosa Pereira dos Santos, de Salinas: (38) 9958-2483

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Roteiro do guia

Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez

EditorArnaldo Viana

Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte

Consultor técnicoEduardo Avelar

TextosBárbara Fonseca

FotosMarcos Michelin

EdiçãoRoney Garcia

Projeto GráficoHudson Franco

DiagramaçãoCarlos Augusto

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ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda

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Funcionários, CEP 30.112-020,Belo Horizonte - MG

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IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree ddiissttâânncciiaass ee llooccaalliizzaaççããoo ddooss mmuunniiccííppiiooss bbaasseeaaddaass eemm ddaaddooss ddoo IInnssttiittuuttoo ddee GGeeoocciiêênncciiaass AApplliiccaaddaass ((IIGGAA))

EESSTTAADDOO DDEE MMIINNAASS