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OUTRAS ÁRES PROTEGIDAS - NOVO CÓDIGO FLORESTAL (LEI Nº 12651/2012, ALTERADA PELA LEI 12727/2012), LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO (LEI 6766/79) E PMCMV (LEI 11977/2009) GUIA DE ESTUDO 1 GUIA DE ESTUDO Daniel Martini Promotor de Justiça - [email protected] Master Direito Ambiental Internacional – CNR – ROMA/ITÁLIA -2008/2009; Doutor em Direito Ambiental – Universidade de Roma3/ITÁLIA – 2008/2013

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OUTRAS ÁRES PROTEGIDAS - NOVO CÓDIGO FLORESTAL (LEI Nº 12651/2012,

ALTERADA PELA LEI 12727/2012), LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

(LEI 6766/79) E PMCMV (LEI 11977/2009)

GUIA DE ESTUDO

1

GUIA DE ESTUDO

Daniel MartiniPromotor de Justiça - [email protected]

Master Direito Ambiental Internacional – CNR – ROMA/ITÁLIA -2008/2009;

Doutor em Direito Ambiental – Universidade de Roma3/ITÁLIA –2008/2013

• Recentemente (dia 21/01/2013), o Ministério Público anunciou o ajuizamento de três ADINs questionando os seguintes dispositivos, por considerar que retrocedem nos níveis de proteção:

• Artigo 3º, XIX; Artigo 3º, parágrafo único; Artigo 3º, VIII e IX; artigo 4º parágrafos 6º e 8º; Artigo 8º, parágrafo 2º; Artigo 4º, parágrafo 5º; Artigo 4º, IV; Artigo 4º, parágrafo 1º e 4º; Artigo 4º, III; Artigo 5º; Artigo 7º, parágrafo 3º; Artigo 11; Artigo 12, parágrafos 4º, 5º, 6º, 7º e 8º; Artigo 13, parágrafo 3º; Artigo 11; Artigo 12, parágrafos 4º, 5º, 6º, 7º e 8º; Artigo 13, parágrafo 1º; Artigo 15; Artigo 17, parágrafo 7º; Artigo 28; Artigo 48, parágrafo 2º e artigo 66, parágrafos 5º e 6º, II, III e IV; Artigo 59, parágrafos 4º e 5º; Artigos 61-A, 61-B, 61-C e 63; Artigo 66, parágrafo 3º; Artigo 67; Artigo 68; e Artigo 78.

• Disponível em < http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_constitucional/pgr-questiona-novo-codigo-florestal>, acesso em 22 de janeiro de 2013.

Lei Federal nº 12.651/2012 – Novo Código Florestal

• Área de Preservação Permanente - APP:

• (art. 3º, II) área protegida, coberta ou nãopor vegetação nativa, com a função ambientalde preservar os recursos hídricos, a paisagem, ade preservar os recursos hídricos, a paisagem, aestabilidade geológica e a biodiversidade,facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,proteger o solo e assegurar o bem-estar daspopulações humanas;

Lei Federal nº 12.651/2012 – Novo Código Florestal

• Art. 4o Considera-se Área de PreservaçãoPermanente, em zonas rurais ou urbanas, paraos efeitos desta Lei:

• I - as faixas marginais de qualquer curso d’água• I - as faixas marginais de qualquer curso d’águanatural perene e intermitente, excluídos osefêmeros, desde a borda da calha do leitoregular, em largura mínima de: (Incluído pela Leinº 12.727, de 2012).

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menosde 10 (dez) metros de largura;

b) 50 c) 100 d) 200 e) 500

• II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:

• a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

• b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;• III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais,

decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).

• IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

• V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

• VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

• VII - os manguezais, em toda a sua extensão;• VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura

do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

• IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

• X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;

• XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

APP e faixas não edificáveis

• Lei 6766/79- Art. 4º - III - ao longo daságuas correntes e dormentes e das faixasde domínio público das rodovias eferrovias, será obrigatória a reserva deferrovias, será obrigatória a reserva deuma faixa não-edificável de 15 (quinze)metros de cada lado , salvo maioresexigências da legislação específica;(Redação dada pela Lei nº 10.932, de2004)

• Para novos empreendimentos ouatividades, observar a APP integralprevista no Código Florestal e as faixasnão edificáveis (margens de rodovias,ferrovias etc).

• Não há incompatibilidade entre APP efaixa não edificável nos empreendimentosurbanos

Nas APP’s não se permitia qualquer tipo desupressão de vegetação ou utilização econômicadireta.

ExceçãoExceção::

o Art. 4º- A supressão de vegetação em área de preservação

Supressão e utilização de APP na Lei nº 4771 :

o Art. 4º- A supressão de vegetação em área de preservaçãopermanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidadepública (Art. 1º, §2º, IV) ou de interesse social (Art. 1º, §2º, V),devidamente caracterizados e motivados em procedimentoadministrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacionalao empreendimento proposto.

Lei 12651/2012Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de PreservaçãoPermanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse socialou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.

§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingassomente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.

§ 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de PreservaçãoPermanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá serPermanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá serautorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezalesteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização,inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreasurbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.

§ 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, emcaráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse dadefesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.

§ 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futurasintervenções ou supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.

Art. 1º.

IV - utilidade pública:

a) as atividades de segurança nacional eproteção sanitária;

b) as obras essenciais de infra-estruturadestinadas aos serviços públicos detransporte, saneamento e energia; e

b) as obras essenciais de infraestruturadestinadas aos serviços públicos detransporte, saneamento e energia e aosserviços de telecomunicações e deradiodifusão; (Redação dada pela Lei nº11.934, de 2009)

Art. 3º

VIII – utilidade pública:a) as atividades de segurança nacional e proteçãosanitária;

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões eaos serviços públicos de transporte, sistema viário,inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solourbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestãode resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão,instalações necessárias à realização de competiçõesesportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bemcomo mineração, exceto, neste último caso, a extração deareia, argila, saibro e cascalho;

c) atividades e obras de defesa civil;11.934, de 2009)

c) demais obras, planos, atividades ouprojetos previstos em resolução doConselho Nacional de Meio Ambiente -CONAMA;

d) atividades que comprovadamente proporcionemmelhorias na proteção das funções ambientais referidasno inciso II deste artigo;

e) outras atividades similares devidamente caracterizadase motivadas em procedimento administrativo próprio,quando inexistir alternativa técnica e locacional aoempreendimento proposto, definidas em ato do Chefe doPoder Executivo federal;

Art. 1º .

V - interesse social:

a) as atividades imprescindíveis à proteção daintegridade da vegetação nativa, tais como:prevenção, combate e controle do fogo,controle da erosão, erradicação de invasoras eproteção de plantios com espécies nativas,conforme resolução do CONAMA;

b) as atividades de manejo agroflorestalsustentável praticadas na pequena propriedadeou posse rural familiar, que nãodescaracterizem a cobertura vegetal e nãoprejudiquem a função ambiental da área; e

c) demais obras, planos, atividades ou projetosdefinidos em resolução do CONAMA.

Art. 3º.

IX – interesse social:a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade davegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo,controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantioscom espécies nativas;

b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequenapropriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidadestradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetalexistente e não prejudique a função ambiental da área;

c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazere atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas erurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nestaLei;

d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupadospredominantemente por população de baixa renda em áreas

definidos em resolução do CONAMA.predominantemente por população de baixa renda em áreasurbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Leinº 11.977, de 7 de julho de 2009;

e) implantação de instalações necessárias à captação e condução deágua e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricossão partes integrantes e essenciais da atividade;

f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro ecascalho, outorgadas pela autoridade competente;

g) outras atividades similares devidamente caracterizadas emotivadas em procedimento administrativo próprio, quandoinexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta,definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;

ÁREA URBANA CONSOLIDADA –art. 47, II, da Lei 11977/2011

• área urbana consolidada: parcela da área urbana com densidade demográfica superior a 50 (cinquenta) habitantes por hectare e malha viária implantada e que tenha, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados:de infraestrutura urbana implantados:

• a) drenagem de águas pluviais urbanas;• b) esgotamento sanitário;• c) abastecimento de água potável;• d) distribuição de energia elétrica; ou• e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos;

Reg. Interesse social - 11977• Art. 47, VII – regularização fundiária de interesse social:

regularização fundiária de assentamentos irregulares ocupados,predominantemente, por população de baixa renda, nos casos:

• a) em que a área esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)

• b) de imóveis situados em ZEIS; ou • c) de áreas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios declaradas

de interesse para implantação de projetos de regularização fundiária de interesse de interesse para implantação de projetos de regularização fundiária de interesse social;

• Art. 54.• § 1o O Município poderá, por decisão motivada, admitir a regularização

fundiária de interesse social em Áreas de Preservação Perma nente,ocupadas até 31 de dezembro de 2007 e inseridas em área urbanaconsolidada, desde que estudo técnico comprove que esta intervençãoimplica a melhoria das condições ambientais em relação à situação deocupação irregular anterior.

Reg. Interesse Social - 12651

• Art. 64. Na regularização fundiária de interesse socialdos assentamentos inseridos em área urbana deocupação consolidada e que ocupam Áreas dePreservação Permanente, a regularização ambientalserá admitida por meio da aprovação do projeto deserá admitida por meio da aprovação do projeto deregularização fundiária, na forma da Lei no 11.977, de 7de julho de 2009.

• § 1o O projeto de regularização fundiária de interessesocial deverá incluir estudo técnico que demonstre amelhoria das condições ambientais em relação àsituação anterior com a adoção das medidas nelepreconizadas

Reg. Interesse específico - 11977

• Art. 47, VIII – regularização fundiária de interesse especí fico:regularização fundiária quando não caracterizado o intere ssesocial nos termos do inciso VII.

• Art. 61. A regularização fundiária de interesse específicodepende da análise e da aprovação do projeto de quetrata o art. 51 pela autoridade licenciadora, bem comotrata o art. 51 pela autoridade licenciadora, bem comoda emissão das respectivas licenças urbanística eambiental.

• § 1o O projeto de que trata o caput deverá observar asrestrições à ocupação de Áreas de PreservaçãoPermanente e demais disposições previstas nalegislação ambiental.

Reg. Interesse específico - 12651

• Art. 65. Na regularização fundiária de interesseespecífico dos assentamentos inseridos em área urbanaconsolidada e que ocupam Áreas de PreservaçãoPermanente não identificadas como áreas de risco, aregularização ambiental será admitida por meio daregularização ambiental será admitida por meio daaprovação do projeto de regularização fundiária, naforma da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.

• § 2o Para fins da regularização ambiental prevista nocaput, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água,será mantida faixa não edificável com largura mínima de15 (quinze) metros de cada lado.

Em conclusão

• Reg. Int. Social – regulariza APP

• Reg. Int. Específico• Reg. Int. Específico

• – não regulariza, apesar do art. 65 da Lei12651.

• - regulariza, mas não na faixa de 15m (§ 2º).

ÁREA DE RESERVA LEGAL

• Art. 3º, III - Reserva Legal: área localizada nointerior de uma propriedade ou posse rural,delimitada nos termos do art. 12, com a funçãode assegurar o uso econômico de modosustentável dos recursos naturais do imóvelsustentável dos recursos naturais do imóvelrural, auxiliar a conservação e a reabilitação dosprocessos ecológicos e promover aconservação da biodiversidade, bem como oabrigo e a proteção de fauna silvestre e da floranativa;

ÁREA DE RESERVA LEGAL

• Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura devegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo daaplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área doimóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 destaLei: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).Lei: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

• I - localizado na Amazônia Legal:• a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;• b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de

cerrado;• c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos

gerais;• II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).

Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdesurbanas, com os seguintes instrumentos:

I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestaisrelevantes, conforme dispõe a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001;

II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas

III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos,empreendimentos comerciais e na implantação de infraestrutura; e

IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.

Do Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas

IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.Art. 42 § 6º Os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservaçãode Proteção Integral são elegíveis para receber recursos de compensação ambiental com afinalidade de recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade.

Art. 3º. (...)

XX - área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação,preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leisde Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção demoradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidadeambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoriapaisagística, proteção de bens e manifestações culturais;

• Código Civil

• Art. 99. São bens públicos:• I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;• II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço

ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

• III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

• ....• Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são

inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

• Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

CESSÃO DE USO DAS “ÁREAS DE USO COMUM”

• ARMANDO ANTÔNIO LOTTI:• Dentro de um juízo axiológico apriorístico, pois, há que se entender como

possível a alienação/cessão/concessão de bem público, se previamentedesafetado, e considerada a discricionariedade absoluta do Município(artigo 30 da Constituição Federal) em tudo o que for o seu peculiarinteresse, no caso, as regras urbanísticas de parcelamento.

• Mas tal princípio não prevalece frente as áreas reservadas de loteamento.• Mas tal princípio não prevalece frente as áreas reservadas de loteamento.Com efeito, a Lei nº 6.766/79, com as alterações introduzidas pela Lei nº9.785/99, por sua vez, ao disciplinar a questão do parcelamento do solourbano, estabeleceu, no inciso I do artigo 4º, que as áreas institucionais(sistema de circulação e implantação de equipamentos urbanos ecomunitários) a as áreas livres de uso público (praças e parques), deverãoser proporcionais à densidade de ocupação prevista no plano diretor ouaprovada por lei municipal para a zona em que se situem. Cuida-se denorma geral urbanística, com força vinculante para os Estad os-membros, Distrito Federal e Municípios.

CESSÃO DE USO DAS “ÁREAS DE USO COMUM”

• Lúcia Valle Figueiredo

• “dever do Município o respeito a essa destinação, nãolhe cabendo dar às áreas que, por força da inscrição doloteamento no Registro de Imóveis, passaram a integrarloteamento no Registro de Imóveis, passaram a integraro patrimônio municipal qualquer outra utilidade. Não seinsere, pois, na competência discricionária daAdministração resolver qual a melhor finalidade a serdada a estas ruas, praças, etc. A destinação já foipreliminarmente determinada”

• (Disciplina Urbanística da Propriedade, p. 41, EditoraRevista dos Tribunais, 1980).

• “APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. INVASÕES.ÁREAS VERDES E DE USO INSTITUCIONAL. PROJETO DE LOTEAMENTOAPROVADO PELA MUNICIPALIDADE. ÁREAS DE USO COMUM. LEI FEDERAL Nº6.766/79. PROTEÇÃO AMBIENTAL. DESOCUPAÇÃO. DESOCUPAÇÃO. Asocupações irregulares ocorreram em áreas verdes e institucionais, consoante projetode loteamento aprovado pela municipalidade. Tratando-se de bens de uso comumdo povo, não podem ser usufruídas individualmente ou por gru po determinadode pessoas. A destinação é de utilização geral pela comunida de, na forma daLei nº 6.766/79. Ademais, as ditas glebas verdes estão incluídas em Área dePreservação Ambiental, cujo parcelamento é vedado, na forma do Código Florestal,da Lei Federal nº 6.766/79 e do Código Estadual do Meio Ambiente do Rio Grandedo Sul. O direito à moradia -individual- não se sobrepõe ao interesse coletivo dodo Sul. O direito à moradia -individual- não se sobrepõe ao interesse coletivo domeio ambiente ecologicamente equilibrado. CONDICIONAMENTO AO TRÂNSITOEM JULGADO. Não é cabível o condicionamento do cumprimento da sentença, queconfirmou medida liminar, ao seu trânsito em julgado, na forma do ao art. 520, VII, doCPC, além de ocasionar maiores prejuízos ao meio ambiente. Os recursosexcepcionais não possuem efeito suspensivo. MULTA. De ofício limitaram omontante da multa. APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVIDA E DOSINVASORES DESPROVIDA. DE OFÍCIO LIMITARAM O MONTANTE DA MULTA.”(Apelação Cível Nº 70047066915, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 25/04/2012).

CONURB

M u i t o O b r i g a d o !

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