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ANO 2 EDIÇÃO N.º 7 MARÇO 2018 Empresa Pública de Produção de Electricidade CONFERIDA POSSE A NOVOS RESPONSÁVEIS NESTA EDIÇÃO: REFORÇADA SEGURANÇA PARA CONTER FURTOS DE COMBUSTÍVEL PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE CASAS NA RECTA FINAL GRANDE ENTREVISTA AO ADMINISTRADOR JOB VILINGA “Producão térmica nunca sera abandonada”

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Page 1: GRANDE ENTREVISTA AO ADMINISTRADOR …PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE CASAS NA RECTA FINAL GRANDE ENTREVISTA AO ADMINISTRADOR JOB VILINGA “Producão térmica nunca sera abandonada”

ANO 2 � EDIÇÃO N.º 7 MARÇO 2018Empresa Pública de Produção de Electricidade

CONFERIDA POSSE A NOVOS RESPONSÁVEIS

NESTA EDIÇÃO:

REFORÇADA SEGURANÇA PARA CONTER FURTOS DE COMBUSTÍVEL

PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE CASASNA RECTA FINAL

GRANDE ENTREVISTA AO ADMINISTRADOR JOB VILINGA

“Producão térmicanunca sera abandonada”

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

O tempo passa. Fez um ano em Mar-ço, concretamente no dia 7, que o actual Conselho de Administração da PRODEL tomou posse. Tal ocorreu numa altura particularmente difícil, porque a empresa estava confrontada com vários desafios.

No essencial, estes desafios resumiam--se, de um lado, a dificuldade de tesou-raria e, do outro, a grave crise de geração de electricidade imposta pela escassez de precipitações – 2017 foi considerado dos piores nos últimos 10 anos –, além da necessidade de racionalização da água, para permitir o desenvolvimento dos trabalhos na obra de construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca.

Ultrapassar os constrangimentos daí supervenientes afigurava-se tarefa nada fácil. E o cenária era ainda pior, se tiver-mos em linha de conta que, quer os ins-

UM ANO DEPOIS

FICHA TÉCNICADirector Geral: José António Neto | Director Executivo: Mariano de Almeida | Conselho Editorial: Cândido Paiva, Carlos Domingos e Famo-roso Gonga | Produção: Gabinete de Comunicação e Relações Institucionais | Web: www.prodel.co.ao, [email protected] | Coordena-ção Editorial: Distance Comunicação Lda · E-mail: [email protected] | Design, Impressão e Acabamentos: EAL - Edições de Angola, Lda · [email protected] · Web: www.edicoesdeangola.com | Periocidade: Mensal | DIREITOS RESERVADOS

trumentos quer as soluções, em grande medida, não estavam na disponibilida-de da Administração da Empresa.

Restava, pois, então explorar a mar-gem estreita de manobra que existia, tendo, por conseguinte, o Conselho de Administração optado estrategicamente por lançar um programa de emergência virado para a redução dos CUSTOS INEFI-CIÊNTES, o que obrigou a revisão de todos os compromissos contratuais, dando-se primazia de renovação àqueles que se mostrassem verdadeiramente indispen-sáveis ao funcionamento da Empresa.

O objectivo principal era eliminar os atrasos na remuneração das despesas com o pessoal, mormente, o pagamen-to dos salários. As demais despesas com serviços e fornecimentos passa-riam por critérios de maior rentabilida-

de ou a maximização dos recursos. De resto, é uma filosofia que está em curso, sendo de assinalar a regularização da parte que se refere aos salários.

Relativamente ao fornecimento, os tempos de aperto foram gradualmente ficando para trás. A entrada em serviço de duas turbinas do A.H. Laúca e suas es-truturas de apoio (redes de transporte e subestações) e o aumento da frequên-cia das quedas pluviométricas, que per-mitiram regularizar os níveis das albu-feiras de Kapanda e Cambambe, foram decisivas para a alteração do paradigma.

Nesta altura do ano, era comum ouvir--se um coro de reclamações, por conta das restrições determinadas pela produ-ção deficitária, mas hoje vivemos uma realidade bem diferente. A oferta come-ça a estar aos níveis da procura. Estará, com isso, tudo resolvido? Não! O que queremos sinalizar são os significati-vos avanços na capacidade de geração.

Teremos razões para estar satisfeitos, portanto, mas não devemos baixar a guarda, até porque a entrada em servi-ço de novos centros electroprodutores aumenta a responsabilidade da PRODEL para com a sociedade, o que nos obriga a uma maior dedicação e rigor ao trabalho. Será, neste contexto, fundamental o cum-primento das regras e procedimentos de operação dos meios e equipamentos. Exige-se profissionalismo, acima de tudo.

Um ano depois, muita coisa mudou, bastando olhar para a capacidade de geração que aumentou em cerca de um terço. É sem dúvidas um ganho, mas a responsabilidade é, também, acrescida.

Estamos juntos!...

JOSÉ ANTÓNIO NETO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

O objectivo principal era eliminar os atrasos na remuneração das despesas com o pessoal, mormente, o pagamento dos salários. As demais despesas com serviços e fornecimentos passariam por critérios de maior rentabilidade ou a maximização dos recursos. De resto, é uma filosofia que está em curso, sendo de assinalar a regularização da parte que se refere aos salários.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 7Empresa Pública de Produção de Electricidade

CENTRAL TÉRMICA DO CUNENE JÁ FUNCIONA EM PLENO

AMBIENTE DE REFLEXÃO MARCA ASSEMBLEIA COM TRABALHADORES

A Central Térmica do Cunene já está a funcionar em pleno, depois da re-paração de uma das suas três má-quinas, apurou o PI durante a visita do PCA, Engº. José Neto à província.

O PCA, Eng.º José Neto, esteve em visita de trabalho sucessivas nas províncias do Cunene e da Huíla, nos dias 6 e 7 de Março, respectivamente.

A deslocação foi aproveitada para um encontro com autoridades da província, nomeadamente com o Vi-ce-Governador Feliciano S. Himulova,

Seguiu-se a província da Huíla, onde a visita foi marcada por um encon-

tro com trabalhadores da empresa, ali destacados, em ambiente de reflexão.

Numa espécie de assembleia, sem agenda prévia ou qualquer outro for-malismo, o PCA conversou com os tra-balhadores presentes, felicitando-os pelo empenho e dedicação, mas ex-primiu, também, a sua preocupação quanto à onda de furtos de combus-tível destinado às centrais térmicas.

Recordou que tais práticas prejudicam sobremaneira a empresa, expondo-a ne-

Superada avaria a máquina

Na Huíla

a quem foi prestada informação sobre as causas da avaria e as dili-gências para a reparação, além de abordar questões mais gerais da ac-tividade da empresa, sobretudo, as acções dirigidas à região sul onde, na estruturação orgânica da PRODEL, está inserida a província do Cunene.

Actualmente, o fornecimento às terras de Mandume é garantido pela Central Térmica, alvo da visita, com capacidade de geração de 10,2 MW e parte proveniente da Namíbia.

gativamente diante da sociedade. Citou como exemplo o caso julgado no Tribu-nal daquela província, não deixando de frisar outros menos mediáticos, que vêm ocorrendo um pouco por todo o país.

Informou que a Administração da Empresa está atenta a essas ocorrên-cias e que continuará a ser implacável contra os infractores, apelando, entre-tanto, para a disciplina e a colabora-ção dos trabalhadores no combate deste e de outros comportamentos nocivos à organização.

Por seu turno, os trabalhadores pro-

meteram manter-se vigilantes e a de-nunciarem tais práticas, tendo ainda manifestado satisfação pelo facto de a Ad-ministração da Empresa ter conseguido estabilizar, no último ano, a regularidade no pagamento atempado dos salários.

A comitiva deslocou-se ainda às cen-trais térmicas do Lubango e da Arimba, para verificar o seu estado operacional.

Nesta deslocação, o PCA, Eng.º José Neto, fez-se acompanhar do Administrador Job Vilinga, do Direc-tor Mariano de Almeida e do Wilson Daniel, do Secretariado Executivo.

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

Recta final no processo com a IMOGESTIN

A comissão de coordenação do pro-cesso de aquisição de casas, atra-vés da IMOGESTIN, fez saber em

comunicado chegado a Redacção do PI, que validou 147 das 244 candidatu-ras analisadas para verificar da confor-midade com as condições previamente exigidas pelo promotor imobiliário.

De acordo com o comunicado, se-gue-se uma segunda fase, em que os “aprovados” devem remeter à Comissão a cópia do bilhete de identidade, digita-lizado, no formato pdf, para os correios

electrónicos [email protected] ou [email protected].

O prazo para a remessa esgotou no dia 28 de Março último, sendo anula-das as candidaturas que não o fize-ram no prazo acima estabelecido, tal como ocorreu com as 97 candidaturas da primeira fase que não preenche-ram os requisitos definidos.

De recordar que as candidaturas são dirigidas a obtenção de residên-cias nos projectos habitacionais do Capari, KM 44 e Zangos 0 e 8000.

VALIDADAS CANDIDATURAS PARA OBTENÇÃO DE CASAS

GABINETE DE SEGURANÇA REFORÇA MECANISMOS DE CONTROLO

O Gabinete de Segurança Empre-sarial continua a reforçar os me-canismos de controlo, para me-

lhorar a protecção das instalações, meios e equipamentos no sentido de evitar o roubo de combustível.

Rufino Sicato, o Director do Gabine-te informou que a descarga de com-bustível obedece a um procedimento de verificação dos dados da entrega, expressos numa Guia, em que cons-ta, entre outros, o nome do motoris-ta, a quantidade de combustível e o local de entrega.

Depois deste chek-point a entrada, o controlo passa para a zona de des-carga, as chamadas ilhas, onde, na presença da polícia, o operador pro-cede ao transbordo do combustível para os tanques reservatórios.

Não obstante todo esse cuidado, são registados desvios e, quando tal ocorre, Rufino Sicato disse que fazem “recurso ao circuito interno de vídeo vigilância, sistema CCTV. Com base nas imagens re-colhidas é instaurado um procedimento

Para conter furto de combustível

disciplinar para apurar responsabilida-des.” Adiantou, por isso, que “nos casos de furto ou desvio, os funcionários são sancionados com despedimento ime-diato, à luz da Lei Geral do Trabalho e sujeitos ainda a procedimento criminal.”

Entretanto, quando estão envol-vidas pessoas estranhas à PRODEL, salientou que “intervém em todo pro-cesso investigativo e operacional o Serviço de Investigação Criminal (SIC), que monitora conjuntamente com o fornecedor, através de GPS, as rotas,

desde o início até ao destino final.Referiu, que “a complementaridade

na actividade de investigação, entre o Gabinete de Segurança da PRODEL e o SIC, aliado à alocação de efectivos policiais afectos à Unidade de Poli-ciais de Protecção de Objectivos Estra-tégicos nas instalações, bem como a colocação de mais câmaras de vídeo vigilância, e o incremento do rigor nas na fiscalização das descargas e outras tem reduzido o espaço de ma-nobra dos marginais.”

ÚLTIMA HORA:

Os réus do processo de furto de combustível, na Huíla, foram conde-nados a penas que vão dos dois aos 12 anos de prisão maior e a multas. O acórdão do Tribunal refere que os infractores lesaram o Estado angolano em mais de 500 milhões de Kwanzas, na sequência do des-vio de 117 cisternas de combustível.

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RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS PROMETEM ENGAJAMENTONova remodelação

Em cerimónia que decorreu no an-fiteatro da PRODEL, no dia 20 de Março, tomaram posse dez res-

ponsáveis recentemente nomeados para cargos de direcção e chefia.

A cerimónia foi presidida pelo PCA, Eng.º José Neto, que na ocasião ex-pressou palavras de incentivo aos responsáveis empossados, no sen-tido de darem o máximo que pude-rem em prol do alcance dos objecti-

vos traçados pela Administração da empresa, que esteve também repre-sentada pelos Administradores Job Vilinga, Pedro Afonso, Judite Rosas, Mário Mendonça e Francisco Meireles.

Após o juramento de honra, em conversa informal, os empossados demonstraram disponibilidade e to-tal engajamento nas tarefas, visan-do corresponderem a confiança que lhes foi depositada.

Os responsáveis tomaram posse para cargos de assessor de administrador, de direcção, de chefia de departamen-tos, de divisão e de núcleo.

RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS • RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS • RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS

RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS • RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS • RESPONSÁVEIS EMPOSSADOS

GILBERTO R. MONTEIROAssessor do Presidente do Conselho de Administração

para a Área Técnica

MANUEL BIBI MUSSONGOAssessor do Administrador

para a Área de Produção Hídrica

JACKSON MILITÃO MACHADOChefe de Divisão de Operação

e Manutenção da Central Térmica de Belém - Huambo

VIDAL JOSÉ GONGAChefe de Departamento da

Central Térmica de Belém - Huambo

CLEMENTE ANTÓNIO MUONDODirector do GQSSA

JORGE HOSSI CIPRIANOChefe de Divisão da Central Térmica de

Lossambo - Huambo

LAUREANO B. MATEUSDirector de Operação da

Central do Ciclo Combinado do Soyo

DOMINGOS CRUZEIRO FERREIRADirector de Manutenção

da Central do Ciclo Combinado do Soyo

PAULO D. MENDES DE KIEZADirector da Central do Ciclo

Combinado do Soyo

RUFINO ANTÓNIO TRIGO MOÇOChefe de Núcleo de Operação e Manutenção, da Central Tér-mica de Lossambo - Huambo

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

GRANDE ENTREVISTA AO ADMINISTRADOR JOB VILINGA

O PRODEL INFORMATIVO escolheu para a Grande Entrevista o Eng.º Job Vilinga, Administrador para

o pelouro da produção térmica, seg-mento que envolve elevadíssimos custos de produção, mas que, no presente, não é possivel prescindir. A nossa conversa vai além da produ-ção térmica. Estendemo-la ao traba-lho desenvolvido pela comissão cria-da à luz do despacho 35/17 e outras questões de interesse geral.

P - À luz do despacho 35/17, o senhor engenheiro coordena uma comissão de trabalho. Que equipa é esta e que tarefas lhe foram incumbidas?

É uma equipa formada para apre-sentar um relatório com adequação de documentos estratégicos da em-presa. No fundo, é uma equipa que vai elaborar os planos de negócios, de acção e do orçamento para o pe-ríodo de 2017-2022. À esta comissão foram dados oito dias para executar

essa tarefa. A mesma era coordenada por mim e integrava também o gabi-nete jurídico, direcção comercial e o departamento de controlo e gestão. Esta comissão esteve a trabalhar e a sua missão consistiu em analisar os documentos que estavam disponí-veis e fazer, então, algumas adequa-ções com base nos novos pressupos-tos, tendo em conta aquilo que era a conjuntura em que a empresa esteve mergulhada. Se estamos recordados, no início das funções de mandato deste Conselho de Administração, to-mou-se uma medida que colocou ter-mo a todos os contratos de presta-ção de serviço que a empresa tinha firmado com terceiros, face à difícil situação financeira. Havia necessida-de de se adequar os documentos e o trabalho em si não chegou ao final porque aquilo tinha de ser alterado com base no que era a realidade da instituição. Como nem todos os

“Produção térmica nunca será abandonada”

pressupostos estavam disponíveis, a comissão não teve tempo para fa-zer as alterações que se impunham.

P - Pelo que percebi o trabalho foi in-terrompido?

O trabalho está a prosseguir. Mas é preciso esclarecer que a empresa não tinha os pressupostos todos reunidos para proceder a actualiza-ção do plano estratégico, tendo em conta que uma coisa é elaborar um trabalho de raiz, em que os pres-supostos estão definidos e outra é alterar algo efectuado por um gru-po diferente, sem que saibamos os pressupostos em que ele se baseou para o fazer. Encontrámos obstáculos e, por esta razão, o conselho reuniu, discutiu a questão e, neste momen-to, está a prosseguir o trabalho. A comissão vai dar apoio ao consultor, que foi contratado para elaborar os documentos estratégicos de ges-tão, em que empresa e o Conselho.

P – E, oito dias eram poucos para de-senvolver esse trabalho?

Sim. São documentos que vão orientar todo o funcionamento da empresa e, oito dias, era tempo bas-tante insuficiente para se fazer isso. Para terem uma ideia, o consultor que foi contratado apresenta-nos um prazo, para a execução do traba-lho, de cerca de 17 semanas.

P – A comissão realizou o seu traba-lho, apesar desta nova solução. Podia citar alguns exemplos?

A nível da produção térmica e da hídrica, isso foi feito e, noutras, como é a nível das projecções comerciais, tendo em conta aquilo que é a po-tência instalada que se tem hoje, e aquilo que se projecta instalar, tem--se conhecimento dos projectos que estão em construção e o que isso vai representar. No fim, quando estive-

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rem concluídos, pode ser estimada a energia que se vai produzir. Tem-se o custo do kilowatt hora, sabe-se qual será a facturação da empresa no de-correr do período em análise. Diga-mos que mais de 80% do trabalho estava feito pela Comissão.

P – Qual o destino desta informação produzida pela comissão?

O consultor vai elaborar o trabalho novo com esta informação. Por isso, é que a comissão está para apoiar o consultor. Esta informação será dada ao consultor, não no formato dos do-cumentos em que a comissão esteve a trabalhar, mas sim a informação em si, para ser processada pelo consultor.

P – Essa é uma informação muito im-portante para o futuro da empresa?

A empresa tem de ter um norte e ver para onde vai. Então, o que esta-belece e o que define isso são esses documentos.

P – Uma vez que a comissão produziu grande parte da informação, que tra-balho resta ao consultor?

O consultor, em princípio, vai ter de definir ou conceber um novo docu-mento com uma estrutura própria. E, é sobre essa estrutura que ele vai trabalhar. Para cada item da es-trutura que ele definir, a comissão dará as contribuições, tanto é que o consultor não está a trazer infor-mações de fora para poder trabalhar. Toda a informação que ele vai usar de suporte, é informação que lhe está a ser fornecida pela comissão. A comissão terá tambem a responsa-bilidade de recolher informação que venha a ser solicitada pelo consultor para definição do documento final.

P – Quer dizer que o orçamento para esse período não está ainda aprovado?

Existe já um “draft” do orçamento, mas o Conselho decidiu organizar as coisas de modos que reflictam a realidade da empresa. Alguns docu-mentos e orçamentos que foram fei-tos no passado foram elaborados à base de projecções, o que quer dizer, por exemplo, que o nível de custos de

manutenção podia se estimar para a máquina “X” ou para a central “Y” ou prever tantas revisões e combustí-veis gastos, os gastos com o pessoal, etc. mas elas não partiam de coisas concretas ou reais. Neste momento, há uma comissão que foi criada e também está a circular pelo país, de província em província, a fazer visitas às centrais, para ir apurar os custos reais de exploração dessas centrais, de formas que os orçamentos es-tejam o mais próximo da realidade.

P – Vai ser, então, um grande desafio para empresa encontrar receitas para suportar este orçamento?

O orçamento tem de ser feito à me-dida daquilo que são as nossas ca-pacidades. Nós produzimos energia e sabemos o que vamos produzir e o quanto custa essa energia e as recei-tas que advém desta. Sabemos quais são as fontes de receitas, neste mo-mento, que a empresa tem. Por isso, o nosso orçamento tem de atender a isso. Tem recebimentos, as receitas e os custos. Não podemos é ter cus-tos superiores às receitas. Deve ha-ver um equilíbrio entre ambas e ter-mos economias para os imprevistos.

P – E as térmicas têm um peso muito grande sobre as despesas ou custos?

Os custos com a exploração do par-que térmico são elevadíssimos, come-çando logo com o tipo de combustível que as máquinas usam, que é muito caro, por serem máquinas rotativas e de tal maneira que o desgaste das

peças é elevado, o que pressupõe custos altos para as manutenções.

P – E a disponibilidade de combustível?Até agora tem combustível para

assegurar o fornecimento, embora não seja nas quantidades ideais. Pas-sámos por um período crítico, mas podemos dizer que temos combustí-vel, numa altura em que vivemos al-gumas dificuldades, que não vamos atribuir à insuficiente quantidade ou indisponibilidade do produto, mas também ao estado das vias de circula-ção, principalmente na região leste do país, por exemplo, que são péssimas.

P – As dificuldades de tesouraria não têm condicionado o funcionamento do parque térmico?

A empresa no todo está com es-cassez na tesouraria, o que dificulta o seu funcionamento, face à uma série de contenções. Mas, as nossas máquinas têm que funcionar.

P – O ano 2017 terminou há pouco. Qual foi o contributo térmico da matriz energética do país?

Durante esse ano, passámos por uma época em que havia escassez de chuvas e as afluências das princi-pais bacias ou albufeiras eram baixas e tínhamos uma diminuição a nível da exploração das Centrais Hídricas. Nessa altura, a produção térmica era chamada a dar o seu máximo. Nesse mesmo período tivemos constrangi-mentos com os combustíveis. Mesmo assim, a disponibilidade da capacida-de térmica instalada rondou em torno

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de 60 porcento. Sabe que há provín-cias, onde quase toda a energia é de origem térmica, como são os casos da Lunda-Norte e Lunda-Sul, por exemplo.

P – Se tivermos de analisar a curva, desde esse período mais crítico até agora, como podemos avaliá-la?

Neste momento, com o aumento das afluências, hoje, a produção tér-mica tende a baixar, principalmente a nível da região de Luanda, onde as nossas principais centrais, por ve-zes, não são chamadas a operar. Te-mos o caso da Central da Camama, que ao longo de um grande período não está a operar, e a Central do Ca-zenga, onde temos cinco máquinas, mas que, às vezes, só funciona uma ou duas delas. Pode-se ver que agora temos bastante água e, por isso, um superavit a nível da produção hídrica.

P – Em termos de números, qual o contributo da geração térmica?

Neste momento, a disponibilidade hídrica é suficiente para atender todo o consumo, mas há algumas limita-ções nos próprios sistemas eléctricos em si, alguns défices na transforma-ção e algumas subestações têm pro-blemas em certas linhas que estão no limite da sua capacidade. Isso faz com que tenhamos que recorrer à uma po-tência térmica próxima destas redes.

P – Está-se mesmo a chegar a um ponto em que a geração térmica passa a ser alternativa?

Sim. Tudo isso depende da época em que se estiver. Sabe que temos duas estações; a de chuva e do tempo seco, em que o caudal afluente das albufei-ras é baixo e, assim, teremos uma limi-

tação na produção hídrica, o que obriga a compensar com a produção térmica.

P – Aproxima-se a fase em que se pode falar em abandono da produção térmica, tendo em conta os seus custos?

A térmica não será abandonada nun-ca. Estamos é a fazer investimentos grandes a nível da produção hídrica, como o caso da Central de Laúca, que tem já dois grupos geradores em fun-cionamento, mas ainda não está con-cluída. Quando ela estiver em pleno, a oferta será maior. Mas, mesmo assim, isso tem a ver com o sistema norte. No entanto, noutros sistemas como o Cen-tro, Sul, a região de Cabinda e o Leste vão precisar da geração térmica. Temos que olhar para o país no seu todo.

P – Qual é o regime de funcionamen-to das térmicas onde não existe forne-cimento através de fonte hídrica?

Trabalham 24 horas ao dia, mas sempre condicionadas à disponibilida-de de combustíveis. 24 sobre 24 horas não significa que a central trabalhe em pleno durante as 24 horas, porque ela

tem quatro grupos e pode trabalhar com pelo menos um grupo por 18 ho-ras e mais tarde com outros dois por 10 horas. Faz-se uma gestão na pers-pectiva de que não haja um corte no fornecimento, por falta de combustível.

P – O Ciclo Combinado do Soyo não está sujeito às estas condicionantes que têm as outras térmicas?

Ele será explorada à gás, em princí-pio. Sempre que houver gás, ele estará disponível. Também tem a vantagem de funcionar com gás ou à gasóleo.

P – Quem assegura a manutenção dos equipamentos térmicos?

Nas centrais, nós temos os nossos técnicos. Os mesmos asseguram a manutenção de algumas máquinas em todas as Centrais, principalmente sa Centrais a motores. Nas centrais com turbinas também temos o nos-so pessoal a dar respostas às manu-tenções de rotina, mas quando se trata de situações mais complexas, o que temos feito é recorrer ao apoio de terceiros.

P - Quer dizer que grande parte das manutenções são asseguradas pelo pessoal da PRODEL?

Sim. Nós temos o pessoal da ope-ração nas manutenções, principal-mente as mais básicas, e alguns nas mais complexas. Por exemplo, na re-paração de motores, o nosso pessoal tem estado a intervir. Há bem pouco tempo, fizemos a recuperação de um grupo no Cunene, que esteve parado.

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lista. Por causa disso, a empresa teve de garantir asseguramento com a presença de efectivos da Polícia. Que-remos instalar um serviço de vídeo vigilância nas centrais e dispositivos de contagem e controlo do combus-tível que chega e se usa. Tentamos revitalizar uma outra ferramenta, que existia na empresa o SITROP, uma plataforma informática, que permite o monitoramento do consumo de combustível nas Centrais e o abas-tecimento de combustível. Vamos trabalhar para isso, baste que a si-tuação financeira melhore um pouco.

P - Com as dificuldades e limitações financeiras que a empresa enfrenta, acha que é possível alcançar os desa-fios a que a administração se propõe?

Sim, acreditamos. Estamos a incutir nos trabalhadores a mentalidade de que todos devem se empenhar com afinco e maior dedicação, para que te-nhamos mais produção e menos custos.

P - E, há recursos humanos suficientes e capazes para cumprir esta missão?

Esse é um grande desafio. Temos muita gente, mas denota-se ainda que enfrentamos problemas de in-suficiência no que diz respeito à for-mação. Por isso, vamos reforçar as acções formativas do pessoal, para atingirmos a qualidade que precisa-mos nos nossos quadros.

RETRATO DO ENTREVISTADO

A ocupar o pelouro da Produção Tér-mica da PRODEL, desde Fevereiro do ano passado, o administrador Job Vilin-ga é natural do Moxico. Fez os estudos primários no Luena, Bié, Huambo, Huíla, Lunda-Norte e Lunda-Sul, por causa do pai que era enfermeiro no tempo colo-nial e obrigado a andar por diversas partes do país. Em Luanda, estudou o ensino médio, no Instituto Politécnico “Makarenko”, e o curso superior de En-genharia pela Universidade Agostinho Neto. Formou-se em Electrotecnia (sis-temas de potências), em 1988, ano em que começou a leccionar na Faculdade de Engenharia. Um ano depois, ingres-sou nos quadros da SONEFE. Transferido para Benguela, ficou a frente da CELB, a antiga Companhia Eléctrica do Lobito e Benguela, tendo sido anos mais tarde integrado na ENE, ocupando o cargo de Director Regional Adjunto para a Dis-tribuição, até regressar a Luanda, em 2001. Em 2009, passa a integrar o Con-selho de Administração, com a catego-ria de administrador para a Distribuição e Comercialização, até 2013. Nesse ano, é chamado a ocupar a pasta de direc-tor adjunto do Gabinete do Ministro da Energia e Águas. Dois anos mais tarde, é nomeado director nacional de Ener-gia, função que desempenhou até Fe-vereiro de 2017, altura em que passa a fazer parte do Conselho de Administra-ção da PRODEL. Casado, com dois filhos, o engenheiro admira os jogadores Leo-nel Messi e Neymar Júnior, assim como as equipas pelas quais os dois militam. Mas, no mundo do desporto, a Fórmula 1 é a sua grande paixão e Lewis Hamil-ton o seu piloto preferido. As cidades do Lubango e Cape Town (África do Sul) são as que o encantam. Gosta de Zouk, elegendo Jocelyne Beroard, integrante dos Kassav, como a melhor cantora.

Noutro ângulo da entrevista, Job Vi-linga abordou com ênfase a redução de custos consubstanciada na con-versão dos motores e um maior con-trolo sobre o combustível recebido, relativamente ao utilizado, que inclui o combate cerrado ao furto.

P - Disse que há vários tipos de ge-rações térmicas. Na sua opinião, qual seria o melhor para o nosso caso?

O diesel que usamos é um tipo de combustível caro, daí que a minha perspectiva é que façamos a conver-são das nossas centrais, naquelas em que for possível, para o gás ou ainda a nível dos motores converte--las para a utilização do HFO.

P - É um projecto em carteira?São acções que, em princípio, vão

carecer de estudos e constam do plano estratégico. Elas já estão em curso. Actualmente, a nível de Cabin-da já temos uma turbina que já foi convertida para funcionar à gás e os resultados são satisfatórios.

P - Os ganhos têm a ver apenas com a qualidade da energia produzida ou com a redução dos custos, propriamente dito?

Teríamos uma energia mais bara-ta, um custo de produção de ener-gia mais barato. Estamos a comparar que o custo do gasóleo e o custo do gás que tem uma diferença enorme.

P - Ultimamente, verificamos uma onda de desvios de combustível, alguns casos a resultar em despedimentos. O que se lhe oferece dizer sobre esta questão?

É um mal que temos de combater cada vez mais. A empresa perde mui-to com esta prática. Temos recebido denúncias, com casos mais recentes na Huíla e, em Luanda, também. Estão a decorrer processos disciplinares e judiciais. É um problema que afecta a exploração das Centrais. Esta é uma questão que influenciou áquilo que fiz referência quando abordei o orça-mento, que era feito apenas por pro-jecções. O combustível entra nesta

Os custos com a exploração do parque térmico são elevadíssimos, começando logo com o tipo de combustível que as máquinas usam, que é muito caro, por serem máquinas rotativas e de tal maneira que o desgaste das peças é elevado, o que pressupõe custos altos para as manutenções.

REDUÇÃO DE CUSTOS

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

RESTROSPECTIVA DO PRIMEIRO ANO DO MANDATO

TOMADA DE POSSE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

AUMENTO DO PARQUE ELECTROPRODUTOR

GRANDE ENTREVISTA AO PCA

O Conselho de Administração da PRODEL completou, a 7 de Março, um ano em funções. De lá para cá, muita coisa se passou, razão pela qual o PRODEL INFORMATIVO dedica nesta edição e na próxima uma retrospec-tiva à volta dos principais acontecimentos verificados no referido período.

Focaremos esta matéria nas decisões estratégicas e no crescimento do potencial electroprodutor, o que vai implicar um olhar, ainda que superficial, sobre os resultados.

A tomada de posse do Conselho de Administração assume-se como um acto de significativa

relevância na Empresa. A cerimónia decorreu no edifício do Ministério da Economia, simultaneamente com as administrações da RNT e da ENDE.

José António Neto tomou posse como Presidente do Conselho de Admi-nistração, enquanto Job Feca Martins Vilinga, Judite da Nazaré dos Santos Rosas, Mário Alberto Mendonça da Silva e Pedro Eduardo Manuel Afonso

N este primeiro ano do mandato, a PRODEL viu aumentado ex-ponencialmente o seu parque

electroprodutor, particularmente, em termos de geração hídrica.

No Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca foi inaugurada a primeira turbina com capacidade de 334 MW, em Julho e,

Conselho de Administração

foram empossados como Administra-dores Executivos e Francisco de Maria de Meireles Vasconcelos Júnior e Ma-nuela Bernardete Afonso Vieira Lopes a Administradores não executivos.

em Outubro, a segunda, com a mesma capacidade. Laúca vai gerar, até final do ano em curso, 2.070 MW, altura em que será concluída a obra, constituindo-se no maior centro electroprodutor de Angola.

Em Agosto, foi oficialmente en-tregue à PRODEL, para exploração, a segunda Central de Cambambe, cuja obra de ampliação da barragem permitiu elevar a sua capacidade de produção de 180 para 980 MW.

No decurso de 2017, há ainda a des-tacar as entradas em serviço e explo-ração comercial do Aproveitamento de Tchihumbwe Dala, na Lunda Sul, com 12,42 MW de potência nominal e da Central do Ciclo Combinado do Soyo, com 125 MW dos 750 previstos.

No mês de Maio, o PRODEL Infor-mativo deu a estampa a primei-ra grande entrevista ao Presi-

dente do Conselho de Administração, Eng.º José Neto, onde foi abordado com ênfase os eixos de orientação estratégica da empresa, mormente a redução de custos ineficientes, in-cluindo numa estratégia mais global que integrava a elaboração de um orçamento que reflectisse a realidade da empresa e a sua exequibilidade.

Noutra vertente, a organização e coe-são interna, com a promoção do traba-lho em equipa e preparar os Recursos Humanos, na perspectiva de garantir que os trabalhadores nacionais as-segurassem a direcção e o funciona-mento das centrais de produção de energia, a operação e a manutenção dos sistemas foi também abordado.

Ao longo do ano, o PCA visitou vá-rias unidades de serviço, com desta-que para os Aproveitamentos Hidroe-léctricos de Capanda e de Cambambe e Centrais Térmicas.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 7Empresa Pública de Produção de Electricidade

E SE TIVÉSSEMOS CULTURA ORGANIZACIONAL?

No final de 2013, um grupo de profis-sionais ligados ao PTSE (Programa de Transformação do Sector Eléc-

trico) realizou um conjunto de palestras, para preparar psicológica e emocional-mente os trabalhadores das duas em-presas que viriam a ser extintas, pro-cesso normal para as mudanças que se avizinhavam. Num desses produti-vos encontros foi abordado um impor-tante tema: “Cultura Organizacional”.

Dito de outra forma, constituía preo-cupação para os consultores, a forma como pessoas culturalmente diferen-tes, provenientes de empresas dis-tintas, iriam unir forças em torno do mesmo projecto. Como alguém disse uma vez, a cultura organizacional de uma empresa não se vê, mas trans-pira-se, e afecta os valores, o ânimo, a motivação e o compromisso de todos os profissionais de uma empresa.

Os teóricos definem cultura organi-zacional como o conjunto de iniciati-vas positivas que visam o capital hu-mano da organização sentir-se parte integrante do seu desenvolvimento, isto é, a forma como fazemos as coisas na empresa, os valores partilhados, os incentivos, a ética, as regras explí-citas ou implícitas que todos seguem numa determinada organização.

Assim sendo, as organizações, bem como as sociedades, têm suas manei-ras próprias de ser, seus valores, seus

Caro colega, Esta coluna é sua. Envie o seu artigo de opinião ou notícia para publicação.

ritos, sua linguagem própria e seus padrões de comportamento. A forma de vestir dos funcionários, a aborda-gem no atendimento, são alguns dos aspectos que podem oferecer indica-dores da cultura da organização. Por exemplo, quantas são as vezes que, ao entrarmos em qualquer ambiente organizacional, só pelo nível de conver-sas dos colaboradores nos corredores, nos apercebemos se estamos diante de uma boa ou má empresa? Pode parecer meio filosófico, mas a verdade é que pequenas acções como o uso titubeante do maior instrumento de integração de um funcionário numa estrutura organizacional, o passe de identificação, assume-se como um sinal de “ausência” de identidade pró-pria, claro com as devidas excepções.

Na mesma visão, enquadra-se, a pro-blemática do acesso aos cartões-de-vi-sita, para muitos apenas um instrumen-to de vaidade, para outros, um símbolo de pertença e de orgulho, que torna o funcionário um embaixador instantâ-neo da marca da empresa. E, nós, para qual dos lados nos posicionamos?

O importante mesmo, é que pe-quenas acções, como o saudoso en-contro mensal dos aniversariantes, competentemente organizados pela Direção de Recursos Humanos, que para além de comemorativo, demons-trava o engajamento da empresa, com adopção de uma identidade con-gregadora e frutífera.

Reforço igualmente a necessidade do reavivar do pensamento da car-tilha do trabalhador que, em nosso entendimento, é o instrumento ini-cial de absorção dos reais valores corporativos da empresa.

Wilson da P. S. DanielSecretário Executivo

DISCIPLINAA redação do PI acusou a recepção de qua-

tro procedimentos disciplinares concluídos no período de Fevereiro e Março, do ano em curso, no que resultou na aplicação das me-didas disciplinares de despedimento por Jus-ta Causa e de Redução Temporária de Salário.

Despedimento por Justa Causa, artigo 206º da Lei Geral do Trabalho.

PAULO VICTOR JÚNIORAlocado na Central Térmica de Viana, acusa-

do de ter furtado dezoito bidões (18) de Com-bustível JET-B, na Central de Viana aos 12/01/18.

O referido procedimento culminou em Des-pedimento por Justa Causa aos 06/02/2018.

CELESTE DA SILVA COHENAlocado no Aproveitamento Hidroeléctrico

de Cambambe, acusada de ter apresentado Certificado de Habilitações Literárias falso, no processo de Admissão aos 29/01/18.

O referido procedimento culminou em Despedimento por Justa Causa aos 19/02/18.

GELSON FLORIANO ABEL GUNZAAlocado no Aproveitamento Hidroeléctrico

de Cambambe, acusado de ter apresentado Certificado de Habilitações Literárias falso, no processo de Admissão aos 29/01/18.

O referido procedimento culminou em Despedimento por Justa Causa aos 19/02/18.

JEMUEL JACINTO ADÃOAlocado no Aproveitamento Hidroeléctrico

de Cambambe - Acusado de ter apresenta-do Certificado de Habilitações Literárias falso, no processo de Admissão aos 29/01/18.

O referido procedimento culminou em Despedimento por Justa Causa aos 19/02/18.

RUI LUÍS ALBANO FERREIRA Alocado no Aproveitamento Hidroeléctrico

de Cambambe - Acusado de ter apresenta-do Certificado de Habilitações Literárias falso, no processo de Admissão aos 29/01/18.

O referido procedimento culminou em Despedimento por Justa Causa aos 19/02/18.

OCILÍO CARDOSO DOMINGOS PAULO Alocado no Aproveitamento Hidroeléctrico

de Cambambe - Acusado de ter apresenta-do Certificado de Habilitações Literárias falso, no processo de Admissão aos 29/01/18.

O ferido processo culminou com medida Despedimento por Justa Causa aos 19/02/18.

Redução temporária de salário, artigo 47º da Lei Geral do Trabalho

PAULO JORGE RAFAELAlocado na Administração da VRG – GAMEK,

em comissão de serviço, acusado de ter co-metido Faltas Injustificadas aos 15/01/18.

O referido processo culminou com medida disciplinar de Redução Temporária do Salário por um período de cinco (5) meses aos 02/02/18.

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UM XI CORAÇÃO ÀS MULHERES

O mês de Março cerrou cortinas, por isso vale

a homenagem a todas as mulheres, especial-

mente as nossas colegas.

A luta da mulher pela sua emancipação vem

de longe. Têm-na conseguido por via do diálo-

go, mas também com acções acutilantes. Ape-

sar de muito ainda haver por fazer, são notó-

rios os avanços em termos das liberdades e da

inserção social, com realce para o exercício de

funções de liderança nas organizações.

Hoje, é comum ver-se mulheres em lugares de

destaque. Algumas em resposta ao desiderato

de equilíbrio do género, através de quotas, po-

rém, outras sem necessidade de recurso à esta

emanação de sociedades modernas abertas.

A realidade angolana está alinhada com esta

corrente, como podemos constatar nos órgãos

de soberania (Assembleia Nacional, Executivo e

Tribunais), empresas, etc.

Na PRODEL, não fugimos a regra. No Conselho

de Administração, órgão do topo da empresa,

por exemplo, estão a Dra. Judite Rosas e a Eng.ª

Emanuela Vieira Lopes, o que representa 28,5%,

naquele órgão.

Se estendermos a representatividade da

mulher em funções de chefia e direcção, a

PRODEL possui 14%. Estes dados devem le-

var-nos a reflectir sobre as soluções mais

adequadas para a melhoria do quadro, de

modos a atingirmos as metas definidas pe-

los organismos multilaterais internacionais,

que apontam para um mínimo de 30%. Para

já, a nossa sugestão é que as mulheres de-

vem apostar seriamente na sua qualificação,

nas suas carreiras académica e profissional.

Importa, entretanto, referir que em sociedades

mais fechadas a mulher enfrenta enormes difi-

culdades de afirmação, justificada por arreigado

preconceito cultural, onde à mulher estão re-

servadas tarefas eminentemente domésticas.

Para elas, desejamos que mantenham a de-

terminação na luta pela liberdade e afirmação.

Reflectindo REPORTAGEM FOTOGRÁFICA “MARÇO MULHER”

Fonte: Comissão Nacional Eleitoral