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GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA Gustavo Ferreira Carvalho 1 Lígia Cristine Ferreira Borges 2 Luciano Borges 3 RESUMO O estoque nos dias atuais deixou de ser apenas um local para armazenamento de produtos, com o tempo ele vem se tornando cada vez mais um setor que se devidamente administrado, contribuirá estrategicamente para que a empresa consiga superar a alta concorrência, bem como atingir resultados mais positivos. Se não há um controle adequado do estoque logo os resultados apresentados não condizem com a realidade prática da empresa o que leva nas maiores das vezes em prejuízos. O intuito deste artigo é demonstrar como o processo de gestão de estoques pode ser usado estrategicamente em uma organização, analisando como a melhoria dos processos de gestão e acompanhamento tem a capacidade de promover a eficácia das atividades desenvolvidas na própria área, e assim atingir a tão almejada redução de estoques e do valor imobilizado, sem causar prejuízos no processo produtivo e de armazenagem, além de trazer vantagens competitivas perante os concorrentes. Palavras-chave: Gestão de Estoques; Planejamento; Estratégia. ABSTRACT Today's stock is no longer just a place to store products, but over time it is becoming increasingly a sector that, if properly managed, will contribute strategically to the company's ability to overcome high competition as well as achieve results more positive. If there is not an adequate control of the stock soon the results presented do not correspond to the practical reality of the company which leads in most cases to losses. The purpose of this article is to demonstrate how the inventory management process can be used strategically in an organization, analyzing how the improvement of management and monitoring processes has the capacity to promote the effectiveness of the activities carried out in the area, aimed at reducing inventories and fixed value, without causing losses in the production and storage process, in addition to bringing competitive advantages to competitors. Keywords: Inventory Management; Planning; Strategy. 1 Concludente do ensino médio pela Escola Estadual Sérgio de Freitas Pacheco. E-mail: [email protected]; 2 Graduada em Ciências Contábeis; Bacharel em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC, Pós-graduação em Direito Civil, Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior, MBA em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pela Faculdade Futura. E-mail: [email protected]; 3 Concludente do curso de Administração pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC. Concludente em Pós-graduação em Marketing Digital, MBA em Liderança Sustentável e Coaching Executivo, MBA em Logística Operacional, MBA em Gerenciamento de Processos de Negócio - BPM pela Faculdade Futura. E-mail: [email protected].

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GESTÃO DE ESTOQUE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA

Gustavo Ferreira Carvalho1

Lígia Cristine Ferreira Borges2

Luciano Borges3

RESUMO

O estoque nos dias atuais deixou de ser apenas um local para armazenamento de produtos, com o tempo ele vem

se tornando cada vez mais um setor que se devidamente administrado, contribuirá estrategicamente para que a

empresa consiga superar a alta concorrência, bem como atingir resultados mais positivos. Se não há um controle

adequado do estoque logo os resultados apresentados não condizem com a realidade prática da empresa o que leva

nas maiores das vezes em prejuízos. O intuito deste artigo é demonstrar como o processo de gestão de estoques

pode ser usado estrategicamente em uma organização, analisando como a melhoria dos processos de gestão e

acompanhamento tem a capacidade de promover a eficácia das atividades desenvolvidas na própria área, e assim

atingir a tão almejada redução de estoques e do valor imobilizado, sem causar prejuízos no processo produtivo e

de armazenagem, além de trazer vantagens competitivas perante os concorrentes.

Palavras-chave: Gestão de Estoques; Planejamento; Estratégia.

ABSTRACT

Today's stock is no longer just a place to store products, but over time it is becoming increasingly a sector that, if

properly managed, will contribute strategically to the company's ability to overcome high competition as well as

achieve results more positive. If there is not an adequate control of the stock soon the results presented do not

correspond to the practical reality of the company which leads in most cases to losses. The purpose of this article

is to demonstrate how the inventory management process can be used strategically in an organization, analyzing

how the improvement of management and monitoring processes has the capacity to promote the effectiveness of

the activities carried out in the area, aimed at reducing inventories and fixed value, without causing losses in the

production and storage process, in addition to bringing competitive advantages to competitors.

Keywords: Inventory Management; Planning; Strategy.

1 Concludente do ensino médio pela Escola Estadual Sérgio de Freitas Pacheco. E-mail:

[email protected]; 2 Graduada em Ciências Contábeis; Bacharel em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC,

Pós-graduação em Direito Civil, Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior, MBA em Empreendedorismo,

Marketing e Finanças pela Faculdade Futura. E-mail: [email protected]; 3 Concludente do curso de Administração pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC. Concludente

em Pós-graduação em Marketing Digital, MBA em Liderança Sustentável e Coaching Executivo, MBA em

Logística Operacional, MBA em Gerenciamento de Processos de Negócio - BPM pela Faculdade Futura. E-mail:

[email protected].

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1 INTRODUÇÃO

O mercado está cada vez mais competitivo, com isso quem está definindo os produtos

que tem o melhores preços e qualidade é o próprio mercado consumidor. E isso faz com que as

empresas busquem por melhores estratégias e resultados que sejam possível de serem

executadas dentro das áreas internas da própria organização. Os gestores buscam uma

produtividade maior dos ativos à disposição, com uma estrutura mais enxuta, que permita

produzir mais com aplicação de menos recursos, agindo estrategicamente e criando diferenciais

competitivos.

Por mais que todos compreendam a importância da gestão de estoque, ela ainda é algo

que não é praticado dentro de algumas organizações, sendo assim um ponto crítico que não é

acompanhado, o gerenciamento de estoques compõe parte importante da gestão da cadeia de

suprimentos e influencia no desempenho financeiro de uma organização, uma vez que exige

aplicação de recursos.

Para Taylor (2006), poucas empresas estão preparadas para lidar com as pressões

impostas às suas cadeias de suprimentos. Ao gerenciarem estoques, sujeitam-se a um alto grau

de incertezas que devem ser consideradas em momentos de decisão. De acordo com Ballou

(2006), administrar estoques é economicamente sensato. Assim, percebe-se que estoques têm

suas vantagens, desde que observado o ponto crítico entre mantê-los ou não.

O desenvolvimento do presente deste artigo é demonstrar como o processo de gestão

de estoques pode ser usado estrategicamente em uma organização, analisando como a melhoria

dos processos de gestão e acompanhamento tem a capacidade de promover a eficácia das

atividades desenvolvidas na própria área. O estoque de matéria-prima é um ponto crítico da

estratégia do negócio, que visa à máxima agilidade de entrega e flexibilidade. O objetivo do

estudo que o adequado gerenciamento de estoques, gera maior produtividade dos ativos.

Com o estoque devidamente administrado, a produtividade aumenta, os custos

diminuem, as perdas são diminuídas ou erradicadas e o capital de giro pode ser investido em

outros recursos dentro da própria empresa ou em aplicações financeiras. A marca, reputação da

empresa e o bom relacionamento com os clientes são fatores importantes que se deve

diariamente desenvolver, mas que podem sofrer estragos pesados com o desleixo no que se

refere à melhor gestão do estoque.

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2 ESTOQUE

O estoque é um ponto importante e estratégico da empresa que merece atenção, seja

qual for o seu tamanho, afinal nele estão ligados conceitos vitais ao sucesso no negócio e às

suas vendas, entender os conceitos básicos, pesquisar dicas e boas práticas e investir em

melhorias reais na operação contribuem para atingir maior eficiencia e eficacia na gestão.

Segundo Moreira (2002, p. 463), o conceito de estoque é “ quaisquer quantidades de bens físicos

que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem

estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas”.

Moreira (2002) nos ensina que o estoque é considerado como todo o acúmulo de

mercadoria, matéria-prima ou material de expediente destinado para alguma finalidade. É um

setor de extrema importância para as empresas, principalmente quando se trata de uma

organização comercial, tendo em vista que o capital investido nele será resultado da

lucratividade adquirida atividade de comercialização.

Conhecer e gerir o estoque de uma empresa é um grande desafio, porém, a dificuldade

não está apenas em reduzir a quantidade dos produtos estocados, nem diminuir os custos. A

dificuldade também se encontra em obter a quantidade correta de mercadoria estocada para

atender as prioridades gerenciais de modo eficaz. Para Marion (2009, p.309) o estoque é

apresentado de três formas:

Os estoques assumem diferentes significados conforme o tipo de empresa onde sejam

considerados, mas sempre trazem a conotação de algo à disposição, seja de vendas

(como as mercadorias nas empresas comerciais ou de produtos acabados em empresas

industriais), seja de transformação (como as matérias-primas ou materiais em

processo) seja de consumo (o estoque de material de consumo pode acontecer tanto

na empresa comercial, industrial como na de serviço).

É importante que haja uma disponibilidade de estoque em quantidade considerável,

não podendo confundir o excesso com a necessidade. Quando se trata de material para consumo,

é importante que se tenha uma distinção do que é para venda ou uso próprio da empresa. Os

estoques são bens adquiridos ou pruzidos pela empresa, como nos ensina Iudícibus, Martins e

Gelbcke (1995 p.151): “com o objetivo de venda ou utilização normal de suas atividades,

portanto representam um dos ativos mais importantes do capital circulante da maioria das

empresas comerciais e industriais.”

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A razão pela qual o estoque é considerado um ativo tão importante está relacionado ao

fato de que o mesmo pode ser um item decisivo na estrutura de apuração do balanço patrimonial.

Seu controle pode trazer bons resultados financeiro, quando aplicado corretamente pela

administração da empresa. Eles são fundamentais na apuração do lucro líquido de cada

exercício social e na determinação do valor capital circulante líquido do balanço patrimonial.

Considerando todo material que esteja armazenado em quantidade significativa para

uso ou comercialização é denominado de estoque. Dependendo do tipo de empresa, o mesmo

pode ser apresentado de várias formas. Para Almeida (2010), as principais classes

compreendem: “Matérias primas – Bens destinados exclusivamente à produção; Produtos em

processo – Bens que ainda estão em fase de produção; Produtos acabados – Itens que foram

produzidos com destinação para venda e Mercadorias – De fato, itens comprados destinados

para venda.”

Como nos ensina Slack; Chamber; Johnston (2009),” todas as operações mantêm um

estoque, seja através de atividades desenvolvidas na comercialização ou prestação de serviço.”

Quando refere-se a material para comercialização, podem-se ressaltar os bens que serão

vendidos. Na indústria se trata dos itens utilizados na fabricação dos produtos. Já na prestação

de serviço, destacam-se os materiais que estão guardados com a finalidade de serem utilizados

no desenvolver da atividade. O quadro abaixo é exposto alguns exemplos mencionados pelos

referidos autores.

QUADRO 1: Exemplos de tipos de estoques em operações.

Operação Exemplos de estoques mantidos em operações

Hotel Itens de alimentação, itens de toalete, materiais de limpeza.

Hospital Gaze, instrumentos, sangue, alimentos.

Loja de varejo Coisas a serem vendidas, materiais de embalagem.

Armazém Coisas armazenadas, materiais de embalagem.

Distribuidora de autopeças Autopeças em depósito principal, autopeças e, pontos locais

de distribuição.

Manufatura de televisor Componentes, matéria-prima, produtos semiacabados,

Televisores acabados, materiais de limpeza.

Metais preciosos Materiais (ouro, platina etc.) que esperam ser processados,

Materiais completamente beneficiados

FONTE: Slack; Chamber; Johnston, 2009, p.382.

Sendo assim, o controle do estoque se torna indispensável para a sua correta

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administração, as atividades realizadas na área de estoques exigem o mínimo de

planejamento para que de fato, o desenvolver dos demais processos ocorra adequadamente,

conforme o planejado estrategicamente pela gestão.

Para que a empresa apresente um bom desempenho é necessário que os gestores

conheçam todas as atividades da área de estocagem que vão desde o planejamento da produção

até a contabilização dos custos dos produtos vendidos, bem como os impactos que a má gestão

do estoque gera nas demais áreas da empresa. Só assim, o gestor terá controle sobre todos os

processos e poderá prevenir-se de possíveis problemas relacionados à atividade de gestão do

estoque.

Um dos motivos principais pelo qual uma empresa deve manter um estoque está

relacionado ao seu crescimento financeiro, contudo, para estocar é preciso conhecer a

rotatividade, as exigências da clientela e sua concorrência, ou seja, planejar estrategicamente.

2.1 DIFERENÇAS ENTRE GESTÃO DE ESTOQUE E ARMAZENAGEM

No ramo da logística, a gestão de estoque e armazenagem, são denominações que são

utilizados como sinônimos ou têm seus conceitos confundidos frequentemente. Essa é uma

situação que percebemos acontecer até mesmo com profissionais da área.

Ao referirmos a gestão de estoque estamos considerando a estratégica cuja função é

controlar os aspectos relacionados ao abastecimento da linha de produção e à disponibilização

de produtos para venda. Já as tarefas executadas dentro do armazém são de natureza

operacional. Tais como: Recebimento de materiais; separação de produtos; alocação nas

prateleiras; consolidação de pedidos. Portanto para uma adequada administração do estoque é

primordial conhecer essas noções básicas e diferenças das expressões.

3 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE

A maneira como o estoque é armazenado e controlado pode aumentar a lucratividade

da entidade ou causar transtornos para a mesma. Para que a gestão do estoque funcione de

maneira eficiente é primordial que o gestor participe fielmente na administração da empresa.

De acordo com Tadeu (2010, p. 26):

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Para que o gestor tome sua decisão de forma eficiente, ele precisa avaliar e ponderar

todas as variáveis interferentes possíveis e viáveis de serem calculadas para basear

sua escolha em critérios objetivos, evitando-se risco de cair na armadilha do

subjetivismo ou empirismo gerencial.

O controle eficiente do estoque é essencial inclusive para manter a competitiva e

cumprir com qualidade e adequadamente suas atividades, além disso, o prazo de entrega do

produto, época do ano, demanda de procura, são itens que devem ser levados em conta na

composição do estoque geral da empresa. Diante das situações, percebe-se o quanto é

importante que o gestor desenvolva técnicas eficazes para obter resultados satisfatórios no

fechamento contábil. Oliveira, Chieregato, Perez Junior e Gomes (2003), defende a

“necessidade de implantação de um bom sistema de controle interno sobre as

movimentações, ” isso porque qualquer incorreção nos valores de compras e vendas do

estoque pode afetar diretamente o valor do ativo e consequentemente o resultado contábil no

exercício. A importância do planejar o estoque é enfatizada pelo autor Tadeu (2010, p.13):

O estoque é uma área-chave dentro das organizações, uma vez que se configura

como um dos principais elos entre duas outras áreas: produção e planejamento.

Dessa forma, preocupar-se com a questão da manutenção dos níveis adequados de

materiais estocados é apenas um dos pontos que devem ser observados para uma

gestão eficiente dos estoques.

Quando existe um planejamento bem elaborado e coerente com as atividades

desenvolvidas pela empresa, controlar o estoque acaba sendo uma tarefa de fácil manuseio

por parte do gestor. O dimensionamento do espaço acontece conforme as necessidades

apresentadas pela empresa, uma vez que as metas estabelecidas só serão alcançadas se o

gestor manter o ritmo de sistematização conforme planejado, ou seja, o acompanhamento e

monitoramento são todos importantes como o planejamento. Na concepção de Pozo (2008,

p. 38):

A função principal do controle de estoques é justamente maximizar o uso de

recursos para gerenciamento dos estoques, porém, o gestor depara-se com um

dilema que é causador da inadequada gestão de materiais, percebida em inúmeras

empresas, e que cria problemas quanto às necessidades de capital de giro da

empresa, bem como seu custo. É necessário encontrar o ponto ideal entre manter

um grande volume de materiais e produtos em estoque para atender plenamente a

demanda, o que gera uso elevado de ativos da organização e, manter volumes muito

baixos de estoques para minimização dos custos, porém com atrasos em entregas,

insatisfação de clientes pela falta de produtos e, principalmente, a perda do cliente.

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Constantemente o setor administrativo de uma organização busca um controle

eficiente, porém, sem planejamento e comunicação entre as áreas fica inviável pôr em prática

tal procedimento. Deste modo, manter um controle físico de seus produtos acaba sendo uma

excelente alternativa para quem almeja o aumento de ganho de capital, reduzindo as compras

desnecessárias. A omissão desse controle pode ocasionar a falta de credibilidade da empresa

diante de sua clientela e adquirir uma desvantagem comercial relacionada aos seus

concorrentes.

A interação dos funcionários do estoque com a equipe administrativa é de suma

importância para que o desenvolvimento das atividades ocorra com sucesso. Uma vez que há

uma relação baseada na comunicação, será possibilitado ao gestor um conhecimento amplo

sobre o seu ambiente organizacional e mantendo o nível de serviço. Segundo Bowersox e

Closs (2001, p.229):

Nível de serviço ao cliente é um objetivo fixo pela alta administração. Comporta

objetivos de desempenho que a função de estoque deve ser capaz de cumprir. O

nível de serviço pode ser definido em termos de tempo de ciclo de pedido, de

percentagem de quantidades atendidas, ou de qualquer combinação desses

objetivos.

Quando o gestor identifica que os clientes estão em busca por determinados

produtos e assim identifica o aumento de suas vendas, o mesmo pode se basear nestes

detalhes para priorizar o armazenamento desta mercadoria para que não falte em seu

estabelecimento e assim evitar o risco dos fornecedores aumentarem o preço devido à alta

procura de todo mercado. Na verdade, a cadeia de suprimentos torna-se uma boa ferramenta

para a composição de um estoque adequado, uma vez que o gestor irá priorizar o

armazenamento dos produtos de maior rotatividade. Para Richers (1984), “o comportamento

do consumidor é caracterizado pelas atividades mentais e emocionais quando é feita a escolha

por um determinado tipo de produto. ” Já Salomon (2002), destaca que o consumidor sofre

influências psicológicas, sociais, culturais e pessoais. Esta discrição é demonstrada por

Kotler (1998), no quadro a seguir:

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Quadro 2: Fatores que influenciam o comportamento do consumidor

Fatores Culturais Fatores Sociais Fatores Pessoais Fatores Psicológicos

Cultura

Subcultura

Classes Sociais

Grupos

de Referências

Família

Papéis e

Posições sociais

Idade e Estágio do

Ciclo de vida

Ocupação

Condições

Econômicas

Estilo de Vida

Personalidade

e Autoconceito

Motivação

Percepção

Aprendizagem

Crenças e atitudes

FONTE: Kotler , 1998, p.163.

É notório que o ato de comprar e estocar requer uma análise detalhada do público alvo,

a demanda de oferta e procura é o que movimenta as mercadorias estocadas, mais uma vez, é

perceptível a importância de conhecer o tipo de cliente para finalmente poder concluir uma

compra. Segundo Ballou (1993, p.17):

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de

rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de

planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e

armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Isso implica que o sucesso na logística da empresa depende do preço que a mercadoria

é adquirida e de seu armazenamento. Quanto menor o custo, consequentemente, menor também

será o preço repassado aos consumidores. Da mesma forma procede-se com o armazenamento,

o cuidado com o produto estimula as vendas pela aparência visual. Segundo Pozo (2010, p.27),

“A importância da correta administração de materiais pode ser facilmente percebida quando os

bens necessários não estão disponíveis no momento exato e correto para atender as necessidades

do mercado”.

A percepção do gestor bem como o seu conhecimento teórico e experiência devem

estar alinhados às necessidades da empresa e também de sua clientela. As informações

repassadas pelo sistema não podem estar em desconforme com a contagem física do estoque.

Por este motivo que além de planejar e executar, é importante que se mantenha uma organização

alinhada.

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O planejamento deve estar em conformidade com as atividades de gestão de estoque e

ao seu escopo específico. Cabendo ao planejamento o gerenciamento das informações e dos

dados gerados nas áreas operacionais, como de manutenção de estoques, compras e

processamento de pedidos para a formação de conhecimento gerencial para a tomada de

decisão. Planejar é essencial para que se obtenham resultados favoráveis para a administração

de uma empresa, uma vez que o gestor programa o andamento das atividades, os resultados

tenderam a ser positivos e satisfatórios, não somente no estoque, mas também em outras áreas.

3.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

Existem várias maneiras de avaliar o estoque, alguns autores dão mais ênfase aos três

tipos mais conhecidos: PEPS, UEPS e Custo Médio. Segundo Oliveira et al (2003, p.111):

Para a apuração do custo das mercadorias vendidas ou das matérias-primas

consumidas, o contribuinte deverá utilizar-se de registros permanentes de

estoques ou do valor dos estoques existentes, de acordo com o livro inventário, no

fim do exercício social.

Escolher um método de controle de estoque, é uma forma de acompanhar as entradas

e saídas de produtos, ao mesmo tempo em que se gera uma base de informações que ajudarão

na formação do preço de venda repassado aos consumidores. Portanto, adotar uma técnica e

segui-la à risca é um ponto chave para que a empresa alcance resultados mais positivos.

3.1.1 PEPS

Neste método de controle os autores explicam que os primeiros produtos que entram

no estoque devem ser os primeiros a sair. O fluxo de custos está na ordem em que foram

incorridos os custos.

De acordo com Warren, Reeve, Duchac e Padoveze (2009, p.87), “Quando o método

PEPS de avaliação do estoque é utilizado, os custos estão incluídos no custo das mercadorias

vendidas, na ordem em que foram incorridos”.

O CPC 16, Pronunciamento responsável por tratar de Estoques, expõe que no critério

PEPS os itens de estoque que sejam comprados ou produzidos primeiro, sejam vendidos

também e em primeiro lugar, ficando armazenados os produtos mais recentes que foram

fabricados ou comprados. Almeida (2010) explica que neste método as mercadorias que saem

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primeiro do estoque são valorizadas de acordo com sua primeira entrada, dessa forma, os itens

que permanecem armazenados são valorizados de acordo com a sua última entrada.

3.1.2 UEPS

Essa técnica UEPS, considera que o Último que Entra é o Primeiro que Sai, possui o

fluxo contrário do PEPS. Este método não é adotado pela legislação tributária Brasileira porque

existe a possibilidade de se ter uma inflação e os estoques ficarem subavaliados, diminuindo

assim as chances de lucratividade por parte da empresa. Warren, Reeve, Duchac e Padoveze

(2009, p. 111), justificam a rejeição do CPC 16, em relação á adoção do método UEPS para a

avaliação dos estoques.

A legislação tributária brasileira não admite avaliar os estoques pelo método

Último a Entrar, Primeiro a Sair (Ueps), porque na adoção desse método, em um

regime econômico em que há inflação, a tendência é de que todos os estoques

fiquem subavaliados, o que diminui o lucro líquido do exercício social e, por

consequência, o valor dos tributos com o Imposto de Renda e com a contribuição

social.

Para Iudícibus e Marion (1990 p. 102), “As unidades que por último forem

adquiridas, são as primeiras a serem vendidas”. De acordo com Almeida (2010, p.196):

UEPS ou LIFO (last-in-first-out) – nesse método, as quantidadesficam em estoque

são valorizadas pelos primeiros custos unitários e as que saem são valorizadas

pelos últimos custos unitários. Esse método não é aceito pelo pronunciamento

técnico CPC 16.

Portanto, há uma priorização da saída da última mercadoria que chega no estoque, a

compra mais recente.

3.1.3 CUSTO MÉDIO

No método chamado: Custo médio ponderado, leva-se em conta média utilizada para

calcular o custo final de um produto. Comumente este tipo de procedimento é feito quando a

mercadoria chega à empresa através de fornecedores que apresentam preços diferenciados ou

datas diferentes de entrega. Iudícibus e Marion destacam que (1990, p. 103):

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Há uma fusão das quantidades monetárias decorrentes de novas compras com o

custo total do que existia em estoque antes da compra. O novo custo unitário passa,

então, a ser obtido pela divisão desse valor global pelo total de unidades existentes.

Cada nova compra, se for feita por um custo unitário diferente do até então

existente, provocará alterações do novo custo unitário.

Esse cálculo pode ser feito diariamente, semanalmente ou mensalmente. O que

determina a média é a quantidade de vezes que o produto foi comprado ou produzido no intervalo

de tempo solicitado. Almeida (2010, p.197), “Por este método as quantidades que ficam em

estoque e as quem saem são valorizadas pelo custo unitário médio de aquisição ou de fabricação”.

O CPC 16 ainda expõe que o custo do estoque deve ser atribuído pelo Método PEPS ou

pelo Custo Médio, onde a última alternativa acaba sendo a mais utilizada pela administração das

empresas brasileira.

3.1.4 CLASSIFICAÇÃO ABC

Conforme elucida Ballou (2006), uma prática comum no gerenciamento de estoques é

diferenciar produtos em um número limitado de categorias e aplicar uma política de estoques

separada para cada uma, pois nem todos os produtos tem relevância igual para a empresa em

termos de vendas, fatia de mercado, competitividade, margem de lucro ou custo. De acordo

com Corrêa (2010), itens de estoque podem ter maiores ou menores custos de estocagem,

levando as empresas à classificação para que se possa dar maior foco àqueles que exijam maior

alocação de recursos.

Uma maneira de classificação de itens de estoque é o chamado: Método da curva ABC.

Segundo Gaither e Frazier (2008), “a classificação ABC sugere que quanto maior o valor de

estoque de um material, mais análise deve ser aplicada a ele”. Conforme Corrêa (2010), para a

aplicação da classificação ABC, determina-se a quantidade total anual consumida e, em seguida

o custo médio de cada item no estoque. Multiplicando-se as duas variáveis, tem-se o custo total

anual por item, valor que ao ordenado de forma decrescente Gera uma ordem de importância.

Calcula-se o custo acumulado para cada item e seu percentual em relação custo total e

o percentual que cada item representa do total de itens. A partir daí, são definidos três grupos

distintos, que em geral seguem um comportamento semelhante ao apresentado na Tabela 1.

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Tabela 1 - Classificação ABC

_____________________________________

REGIÃO % ITENS % CUSTO

Fonte: Universidade Estoque, 2016.

4 IMPACTOS DA AUSÊNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE

Muitas vezes uma empresa possui um valor alto guardado em seu estoque e não tem

consciência e controle disso. Isso acontece quando uma compra fica estocada e não é convertida

em vendas. Dentre os diversos impactos como a falta de controle, planejamento e conhecimento

do seu estoque um dos maiores impactos que acontece é que o capital investido fica preso, sem

gerar os resultados esperados pelo gestor. É por este motivo que é tão importante que o gestor

tenha noção dos produtos que tem maior rotatividade, além disso, também se torna importante

que ele compre somente o suficiente para não deixar faltar em seu estabelecimento.

5 OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUE

Aperfeiçoar as atividades desempenhadas no âmbito comercial de uma empresa

requer uma análise precisa e detalhada do alvo principal destas mudanças, que neste caso,

nos referimos ao estoque da entidade analisada.

Tal benfeitoria é comprovada através das palavras de Bowersox e Closs (2001),

quando ele menciona a importância que um sistema operacional eficaz pode exercer no

momento de uma tomada de decisão. Nos dias atuais em meio as inúmeras tecnologias

existentes não restam dúvidas quanto os benefícios que ela pode trazer no gerenciamento

de uma empresa, principalmente para uma área que trabalha com o número alto de produtos

entrando e saindo frequentemente.

Diante das inúmeras vantagens que o controle de estoque aliado a tecnologia

possui, podemos destacar o fato de que o gestor conseguirá ter a noção exata do tempo que

cada mercadoria está no estoque da empresa, quais já foram vendidas. Assim comparando

a rotatividade do produto com o que se tem estocado, ele chegará à quantidade correta que

deve ser comprada, mantendo assim um planejamento e controle sobre a entrada e saída

dos produtos vendidos em seu estabelecimento.

ACUMULADO

A 20% 80% B 30% 15% C 50% 5%

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É importante frisar a necessidade de preencher os dados no sistema de maneira

fidedigna ao que de fato tem no estoque físico, pois manipular estes dados pode acarretar

prejuízos como compras desnecessárias, resultados manipulados, causando uma falsa

realidade do que está de fato armazenado, além dos impactos financeiros.

6 VANTAGENS DO CONTROLE DE ESTOQUE

Não existem dúvidas de que uma boa gestão é um fator muito importante para um

negócio de sucesso. Porém, basear o gerenciamento da empresa apenas em métodos antigos e

na sua própria intuição ou melhor a opinião dos administradores pode ser perigoso. Os tempos

mudaram e a forma de liderar e acompanhar também.

Com as ferramentas de gestão de estoque é possível automatizar muitos dos processos

internos, permitindo trabalhar mais estrategicamente e preventivamente. Uma das primeiras

adesões que pode e deve ser feita pela empresa é de um sistema de gestão que permitirá a

administração de materiais. No caso da gestão de estoque, essa necessidade se torna ainda mais

aparente devido à obrigatoriedade de manter registros precisos e controle de produtos

armazenados.

Os produtos em estoque devem ser contabilizados para apurar os custos envolvidos e

estimar o preço de venda para o mercado consumidor. Os níveis de estoque também têm

influência na sua capacidade de abastecer a linha de produção e atender à demanda dos

consumidores.

A quantidade de itens em estoque, sejam eles matérias-primas ou produtos acabados é

uma fonte de preocupação para os gestores, portanto fazer e manter o inventário sempre

atualizado garante um controle assertivo. Por isso, a melhor forma de equilibrar os artigos

consumidos e planejar o reabastecimento é realizar o acompanhamento diário das

movimentações. Esse controle envolve também a utilização de sistemas, porque a contagem

manual de cada produto cadastrado é inviável. Além disso, a possibilidade de erros e

inconsistências deve ser evitada, para garantir a confiabilidade dos registros.

Uma das tendências mais relevantes e que nos últimos anos cresceu

consideravelmente, no que se refere aos processos de gestão, visa manter o estoque enxuto, ou

seja, trabalhar com um inventário cada vez menor e programar as compras conforme a

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necessidade. Essa mudança de costumes é capaz de reduzir os custos de manutenção dos

armazéns e dos materiais parados. Desse modo, a empresa obtém uma economia significativa

em seus processos. Por sua característica operacional, o processo de armazenagem pode ser

aprimorado com medidas direcionadas à melhoria dos procedimentos de trabalho.

O estoque físico deve refletir as características dos tipos de materiais que abriga. Por

exemplo, os produtos químicos devem ser mantidos isolados para evitar contaminação e

acidentes. Já os materiais de consumo podem ser armazenados em prateleiras para aproveitar

melhor o local, inclusive essa medida faz com que a empresa esteja atuando conforme as leis e

normas específicas para cada produto.

O layout do estoque, ou seja, o posicionamento dos produtos, a distância entre as

prateleiras e a localização dos itens de acordo com a sua demanda são formas de aprimorar o

manuseio de forma eficiente.

As empilhadeiras e elevadores são equipamentos comuns encontrados no cotidiano de

um depósito. Afinal, são fundamentais para a movimentação de grandes volumes ou de um

número elevado de caixas empilhadas. Essa é uma forma de otimizar o tempo na separação de

produtos e consolidação das cargas para transporte. As vantagens da automatização são a

Integração entre robótica e sistemas de gestão a possibilidade de separação computadorizada

dos pedidos e até a ampliação do uso de esteiras para retirar os itens das prateleiras.

Com materiais diversificados e em grandes quantidades, a identificação de cada item

torna-se um desafio. Uma das soluções cabíveis é a classificação de todo o estoque mantido

pela empresa. A padronização é fundamental para organizar o departamento e facilitar a

localização dos lotes com facilidade. As principais informações registradas são o nome do

fabricante, o nome do produto e as suas características, como peso e dimensões.

A gestão de estoque e armazenagem são atividades fundamentais para aumentar a

competitividade e garantir que sua empresa conquiste espaço no mercado altamente

competitivo. Reavalie e compreenda as demandas que são usadas pela empresa, isso é um passo

muito importante para controlar o estoque de maneira eficaz. A partir dessa análise é que será

possível avaliar se a política de estoque ainda faz sentido ou se é preciso muda-la. Basicamente

essa política indica o que, quando e quanto comprar, além de quais critérios serão adotados para

liquidar itens promocionais ou produtos parados.

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7 PONTOS DE ALERTA AO REALIZAR A GESTÃO DE ESTOQUE

É primordial conhecer o seu negócio em todos os aspectos, pois assim o estoque será

administrado de maneira que aumente ainda mais a rentabilidade da empresa. Um dos

primeiros pontos a serem observados é a época em que o seu produto é mais vendido, assim

será possível fazer as compras, negociar, conseguir descontos com os fornecedores com

antecedência e não perder vendas por falta de produtos, ou melhor, por falta de gestão do seu

estoque. O acompanhamento periódico da demanda garante que sempre terá em estoque aqueles

produtos que são os carros-chefes de sua empresa e impulsionam o crescimento.

Ainda acontece muito a situação de mentir no papel e/ou sistema o controle das

organizações. Quando a empresa faz o pedido fora do tempo ou em cima da hora, cria-se um

ciclo vicioso de fingimentos: a empresa finge que pediu a tempo, o industrial finge que vai

entregar e as pessoas da empresa fingem que vão vender.

Esse cenário impede que a cadeia de confiança esteja estabelecida e o risco de haver

ruptura de mercadorias (quando falta o produto na loja no ato da compra) fica muito alto. Em

geral, esse número, hoje, gira em torno de 20%, conforme pesquisas realizadas pelo Sebrae

(2018).

Gerenciar o estoque exige ação, não se pode correr o risco de as coisas acontecerem

para depois tomar a iniciativa, é essencial se antecipar, sendo analítico e corajoso para cortar o

custo desnecessário sempre, que não agrega valor ao negócio.

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8 CONCLUSÕES

Implantado e executando o sistema de gerenciamento de estoques, possibilitará que a

empresa passe a ter acompanhamento, métodos, valores de estoques bem definidos, o que

antes não acontecia. Desta maneira as compras são realizadas da forma mais eficiente,

podendo-se com o sistema reduzir os custos relativos a pedidos e armazenagem, por meio do

lote econômico de compra.

Usando a tecnologia a favor, inserindo um sistema de gerenciamento, a verificação

da necessidade de compra do produto será mais precisa. O setor de compras apenas precisa

monitorar o nível dos estoques e disparar um novo pedido ao perceber que esse se encontra

no limite do ponto de reposição. O intuito de criar novas oportunidades em meio a um

mercado altamente competitivo é fator primordial, para que as empresas deixem sua zona de

conforto em busca sempre de estratégias eficientes e melhores resultados.

Pode-se concluir através dos pontos levantados que uma organização pode fazer da

gestão de estoque um meio estratégico para que de fato a empresa atinja vantagens competitivas

perante seus concorrentes, baixando seus valores imobilizados, pois em determinados casos e

dependendo do segmento de atuação as vantagens financeiras obtidas na administração do

capital de giro pode impactar diretamente na canalização desses recursos para outras áreas de

atuação ou mesmo para o surgimento de novos projetos.

Conhecer o estoque e interagir com as demais áreas é estar atento a todas as

oportunidades de melhoria atreladas ou não a redução direta de custos, mas sempre com foco

em se fazer a coisa certa e de maneira útil, é papel fundamental do gestor de logística. O setor

de suprimentos possui função primordial, para controle das disponibilidades e necessidades de

uma empresa, durante o seu processo produtivo ou de prestação dos serviços, não deixando

faltar material, ou não comprando em excesso, o que evita a imobilização desnecessária de

recursos financeiros.

A gestão do estoque sem dúvidas é um desafio para os gestores, embora seja complexa

e exija implantação e acompanhamento constante, a correta administração irá maximizar os

ganhos da empresa, trazendo melhorias na questão dos custos e disponibilidade de produtos, os

quais tem impactos forte na rentabilidade da empresa.

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