funÇÕes análise de crescimento e decrescimento e de ... · geogebra. 3. registros de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO
IZAIAS CORDEIRO NÉRI
FUNÇÕES
Análise de crescimento e decrescimento e de concavidade explorando
os registros de representações semióticas em um ambiente de
geometria dinâmica
SÃO PAULO
2013
IZAIAS CORDEIRO NÉRI
MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
FUNÇÕES
Análise de crescimento e decrescimento e de concavidade explorando
os registros de representações semióticas em um ambiente de
geometria dinâmica
Dissertação apresentada como exigência
parcial à Banca Examinadora da
Universidade Bandeirante de São Paulo –
UNIBAN, para obtenção do título de
MESTRE em Educação Matemática sob a
orientação da Professora Doutora Monica
Karrer.
SÃO PAULO
2013
Néri, Izaias Cordeiro
N364f Funções: análise de crescimento e decrescimento e de
concavidade explorando os registros de representações semióticas em um
ambiente de geometria dinâmica. / Izaias Cordeiro Néri. -- São Paulo:
Universidade Bandeirante Anhanguera, 2013.
x, 141 f.: il.; 31 cm.
Dissertação (MESTRADO) – Universidade Bandeirante
Anhanguera, 2013.
Orientadores: Profª. Drª. Mônica Karrer
Referências bibliográficas: f. 113-114.
1. Funções. 2. Geogebra. 3. Registros de representação semiótica. I. Karrer,
Mônica. II. Universidade Bandeirante Anhanguera. IV. Título.
CDD 515.9
IZAIAS CORDEIRO NÉRI
FUNÇÕES: Análise de crescimento e decrescimento e de concavidade
explorando os registros de representações semióticas em um ambiente
de geometria dinâmica
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título
de MESTRE EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, na Universidade
Bandeirante de São Paulo – UNIBAN, à seguinte banca examinadora:
AGRADECIMENTOS
Aos Meus Pais, Antônio de Souza Néri e Maria Cordeiro Néri, que desde cedo me
incentivaram a estudar sempre.
À Professora Doutora Monica Karrer, pelo trabalho de orientação muito bem
desenvolvido com dedicação, amizade e empenho. Agradeço pelas horas
dedicadas, pelas leituras, pelas correções e ajustes que ajudaram a enriquecer esse
longo e precioso trabalho de pesquisa.
Ao Professor Doutor Luiz Gonzaga Xavier de Barros, por fazer parte de minha
banca de defesa e contribuir com comentários e criticas que fizeram essa pesquisa
melhorar muito do ponto de vista matemático e da Teoria dos Registros.
À Professora Doutora Maria Cristina Bonomi, que com suas contribuições do
ponto de vista matemático, fizeram essa pesquisa ter um grau maior de rigorosidade
em seu contexto estudado.
Aos professores do programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da
UNIBAN, pelas suas aulas e sugestões.
Aos amigos que frequentaram junto comigo algumas disciplinas do programa.
À minha amiga Caroline Fiore, que acompanhou toda minha trajetória no programa
desde dia da prova de ingresso até o dia da defesa.
Ao grande mestre Odilthom Arrebolas, que eu tive o prazer de conhecer durante o
mestrado e compartilhar várias ideias sobre Matemática e Geogebra.
Aos amigos que passaram por lá e deixaram saudades. O moçambicano Pedro
Mateus, Edmar Fernandes, Carlos Latorre, Marcelo Paiva, Patrícia Felipe, Márcia
Teodoro, Júlio e outros mais que não lembro os nomes, mas que contribuíram de
certa forma com discussões em sala de aula acerca de vários temas envolvendo
Matemática e tecnologia.
Aos estudantes do curso de Licenciatura da UNIBAN, pois sem a ajuda deles nada
teria sido feito.
RESUMO
Este trabalho objetivou elaborar, aplicar e avaliar um ambiente de ensino composto
de um experimento sobre os conteúdos de crescimento e decrescimento e de
concavidade de funções de uma variável real. Tal experimento foi concebido de
forma a integrar os ambientes GeoGebra e papel e lápis, prevendo uma entrada
experimental com explorações de representações do registro gráfico, antes da
formalização do conceito no registro algébrico. Com isso, teve-se a intenção de
investigar quais influências tal abordagem traria para a construção do objeto
matemático proposto. A teoria dos registros de representações semióticas embasou
o estudo e a metodologia de Design Experiment foi utilizada como elemento
norteador da elaboração e da condução do experimento. Foram desenvolvidas duas
aplicações, a preliminar e a principal, sendo que a aplicação preliminar, realizada
com quatro estudantes do segundo ano do curso de Licenciatura em Matemática de
uma universidade privada do estado de São Paulo, objetivou avaliar as atividades do
experimento, revelando a necessidade de ajustes nos enunciados e de inclusões de
novas tarefas. Na aplicação principal, o experimento reformulado foi aplicado em
dois estudantes do mesmo curso e da mesma universidade, sendo analisadas suas
produções orais e escritas, além dos registros de telas de seus computadores. Em
geral, os resultados apontaram que os alunos se depararam com a necessidade de
utilizar noções de Cálculo Diferencial para analisar o crescimento e o decrescimento
de certas funções, dado que a análise pela definição se tornou muito complexa nos
casos trabalhados. Ainda, a entrada experimental com explorações de
representações gráficas permitiu que os estudantes construíssem de forma
independente as relações entre crescimento e decrescimento e o sinal da primeira
derivada e entre concavidade e o sinal da segunda derivada. Após o contato
experimental, os sujeitos estabeleceram as relações esperadas, não apresentando
dificuldades em transferi-las quando da solicitação da análise algébrica das funções.
Tal fato pareceu revelar que, para essa dupla, o ambiente de ensino construído
favoreceu a relação entre representações dos registros gráfico e algébrico e permitiu
que os estudantes construíssem os conceitos de forma autônoma.
Palavras-chave: Funções. Registros de Representações Semióticas. GeoGebra.
Design Experiment.
ABSTRACT
This work aimed to develop, implement and evaluate a learning environment composed of an experiment on the contents of growth and degrowth and concavity of functions of a real variable. Such experiment was elaborated to integrate GeoGebra environments and paper and pencils, providing an input experimental with explorations of graphic register, before the formalization of the concept in algebraic register. With that, there was the intention to investigate what influences such an approach it would bring to the construction of the proposed mathematical object. The theory of Semiotic Representations Registers guided the fellowship study and Design Experiment methodology was used as a guiding element of the preparation and conduct of the experiment. Applications were the preliminary and the main, and that the preliminary application was performed with four students of the second year of the Bachelor's Degree in mathematics from a private university in the state of São Paulo with the objective to evaluate the activities of the experiment, revealing needs adjustments in the statements and inclusions of new tasks. In the main application, the experiment formulated was applied to two students of the same course and the same university, and analyzed their oral and written productions as well as registers of their computer screens. In general, the results showed that students were faced with the need to use notions of Differential Calculus to analyze the growth and degrowth of some functions, given that the analysis by definition has become very complex in cases worked. Still, the input experimental with explorations graphical representations allow students to construct independently the relationships between growth and degrowth and the signal of the first derivative and between concavity and the second derivative. After contact experimental subjects have established relationships expected, no significant difficulties in transferring them when applying the analysis of algebraic functions. This fact seemed to reveal that for this pair, the learning environment built favored the relationship between representations of graphical and algebraic registers and allowed students to construct the concepts independently. Keywords: Functions. Semiotic Representation Register. GeoGebra. Design
Experiment.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................................ 7
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................18
2.1 A TEORIA DOS REGISTROS DE REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS ...............................................18
2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................24
3. METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................................................35
3.1 A METODOLOGIA DE DESIGN EXPERIMENT ............................................................................35
3.2 RELAÇÃO DA METODOLOGIA COM O PRESENTE ESTUDO ......................................................38
3.2.2 O Professor-Pesquisador ....................................................................................................39
3.2.3 Material e ambiente de trabalho .......................................................................................40
3.2.4 Previsão de aplicação.........................................................................................................40
4. DESCRIÇÃO DO OBJETO MATEMÁTICO ......................................................................................41
4.1 ANÁLISE DE CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO DE FUNÇÕES.................................................41
4.2 TEOREMA DO VALOR MÉDIO .................................................................................................41
4.3 ANÁLISE DE FUNÇÕES: CRESCIMENTO, DECRESCIMENTO E CONCAVIDADE. ...........................42
4.4 POLINÔMIOS .........................................................................................................................48
4.5 ANÁLISE DE POLINÔMIOS ......................................................................................................48
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE PRELIMINAR DAS ATIVIDADES .........................................................50
5.1 APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE .............................................................................................50
5.2.1 Atividade 01 ......................................................................................................................54
5.2.1.1 Atividade 01 – Situação 01-A – Análise preliminar ..............................................................54
5.2.1.2 Atividade 01 - Situação 01- B – Análise preliminar ..............................................................56
5.2.1.3 Atividade 01 - Situação 01-C – Análise preliminar...............................................................57
5.2.2 Atividade 02 ......................................................................................................................59
5.2.2.1 Atividade 02 - Situação 02-A – Análise preliminar ..............................................................59
5.2.2.2 Atividade 02 - Situação 02-B – Análise preliminar ..............................................................61
5.2.3 Atividade 03 ......................................................................................................................63
5.2.3.1 Atividade 03 - Situação 03-A – Análise preliminar ..............................................................63
5.2.3.2 Atividade 03 - Situação 03-B – Análise preliminar ..............................................................65
5.2.4 Atividade 04 ......................................................................................................................67
5.2.4.1 Atividade 04 - Situação 04-A – Análise preliminar ..............................................................68
5.2.4.2 Atividade 04 - Situação 04-B – Análise preliminar ..............................................................69
5.2.5 Atividade 05 ......................................................................................................................71
5.2.5.1 Atividade 05 - Situação 05-A – Análise preliminar ..............................................................71
5.2.5.2 Atividade 05 - Situação 05-B – Análise preliminar ..............................................................73
5.3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO PRELIMINAR ....................................................................................74
6. A APLICAÇÃO PRINCIPAL ...........................................................................................................88
6.1 REDESIGN FINAL ....................................................................................................................88
6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO PRINCIPAL ..........................................................91
6.3 ANÁLISE DA PRODUÇÃO ALGÉBRICA ....................................................................................106
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................................114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................119
APÊNDICE I – EXPERIMENTO INICIAL – PROJETO PILOTO .................................................................121
APÊNDICE II – ATIVIDADE PRINCIPAL ...............................................................................................128
APÊNDICE III – PRODUÇÃO ALGÉBRICA ...........................................................................................133
APÊNDICE IV - TERMOS ...................................................................................................................135
Lista de Figuras
FIGURA 1: EXEMPLOS DO COMPORTAMENTO DAS FUNÇÕES ............................................. 41
FIGURA 2 : GRÁFICO REPRESENTANDO O TVM .............................................................. 42
FIGURA 3: COMPORTAMENTO DA FUNÇÃO ..................................................................... 43
FIGURA 4: CONCAVIDADE DOS GRÁFICOS ...................................................................... 45
FIGURA 5: CONCAVIDADES DA FUNÇÃO . .................................................... 46
FIGURA 6: AS CONCAVIDADES DA FUNÇÃO ....................................... 47
FIGURA 7: TELA INICIAL DO EXPERIMENTO ...................................................................... 51
FIGURA 8: TELA DO AMBIENTE ATIVIDADES ................................................................. 52
FIGURA 9: TELA DO AMBIENTE TEXTOS ....................................................................... 53
FIGURA 10: TELA DO AMBIENTE VIDEOS ...................................................................... 53
FIGURA11: TELA DO AMBIENTE GEOGEBRA ................................................................ 54
FIGURA 12: ATIVIDADE 01A .......................................................................................... 55
FIGURA 13:ATIVIDADE 01B .......................................................................................... 56
FIGURA 14: ATIVIDADE 01C ......................................................................................... 58
FIGURA 15:ATIVIDADE 02A .......................................................................................... 60
FIGURA 16:ATIVIDADE 02B .......................................................................................... 62
FIGURA 17: ATIVIDADE 03A .......................................................................................... 64
FIGURA 18: ATIVIDADE 03B - FUNÇÃO 01 ...................................................................... 66
FIGURA 19: ATIVIDADE 03B - FUNÇÃO 02 ...................................................................... 66
FIGURA 20: ATIVIDADE 04A .......................................................................................... 68
FIGURA 21: ATIVIDADE 04B .......................................................................................... 70
FIGURA 22: ATIVIDADE 05A .......................................................................................... 72
FIGURA 23: ATIVIDADE 05B .......................................................................................... 73
FIGURA 24:RESPOSTA DA ATIVIDADE 01C - ALUNO 1. ..................................................... 75
FIGURA 25: RESPOSTA DA ATIVIDADE 01C - ALUNO 2. .................................................... 75
FIGURA 26: RESPOSTA DA ATIVIDADE 01C - ALUNO 3. .................................................... 75
FIGURA 27: RESPOSTA DA ATIVIDADE 01C - ALUNO 4. .................................................... 76
FIGURA 28: RESPOSTA DA ATIVIDADE 02A - ALUNO 2. .................................................... 77
FIGURA 29: RESPOSTA DA ATIVIDADE 02A - ITEM 3- DADA PELO ALUNO 1......................... 77
FIGURA 30: RESPOSTA DA ATIVIDADE 02B DADA PELO ALUNO 2. ..................................... 78
FIGURA 31: RESPOSTA DA ATIVIDADE 02B DADA PELO ALUNO 4. ..................................... 79
FIGURA 32: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3A DADA PELO ALUNO 1 ........................................ 79
FIGURA 33: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3A DADA PELO ALUNO 4 ........................................ 80
FIGURA 34: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3A DADA PELO ALUNO 2 ........................................ 80
FIGURA 35: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3A DADA PELO ALUNO 3 ........................................ 81
FIGURA 36: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3B DADA PELO ALUNO 1 ....................................... 81
FIGURA 37: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3B DADA PELO ALUNO 2 ....................................... 82
FIGURA 38: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3B DADA PELO ALUNO 3 ....................................... 83
FIGURA 39: RESPOSTA DA ATIVIDADE 3B DADA PELO ALUNO 4 ....................................... 83
FIGURA 40: RESPOSTA DA ATIVIDADE 4A, ITENS A E B, DADA PELO ALUNO 1 ..................... 84
FIGURA 41: RESPOSTA DA ATIVIDADE 4A, ITEM E, DADA PELO ALUNO 1 ............................ 85
FIGURA 42: RESPOSTA DA ATIVIDADE 4B, ITEM A, DADA PELO ALUNO 2 ............................ 85
FIGURA 43: RESPOSTA DA ATIVIDADE 5A DADA PELO ALUNO 4 ........................................ 86
FIGURA 44: RESPOSTA DA ATIVIDADE 5B DADA PELO ALUNO 1 ........................................ 87
FIGURA 45: RESPOSTA DA ATIVIDADE 5B DADA PELO ALUNO 4 ......................................... 87
FIGURA 46: ATIVIDADE ZERO 01 – AMBIENTE COMPUTACIONAL ...................................... 89
FIGURA 47: ATIVIDADE ZERO 02 – AMBIENTE COMPUTACIONAL ....................................... 90
FIGURA 48 – PRODUÇÃO DA ATIVIDADE ZERO 01 – ALUNO 1 .......................................... 91
FIGURA 49 – PRODUÇÃO DA ATIVIDADE ZERO 01 – ALUNO 2 ........................................... 92
FIGURA 50 - ATIVIDADE ZERO 2 - ALUNO 01 ................................................................... 92
FIGURA 51 - PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - ATIVIDADE ZERO 2 .............................................. 93
FIGURA 52 - PRODUÇÃO DO ALUNO 2 – ATIVIDADE ZERO 2 REFEITA ................................ 94
FIGURA 53 – PRODUÇÃO DO ALUNO 1 ........................................................................... 95
FIGURA 54 - PRODUÇÃO DO ALUNO 2 ............................................................................ 96
FIGURA 55 - PRODUÇÃO DO ALUNO 1 - ATIVIDADE 1A NO AMBIENTE PAPEL-LÁPIS E
COMPUTACIONAL ................................................................................................... 97
FIGURA 56 - PRODUÇÃO DO ALUNO 2 – ATIVIDADE 1A .................................................... 99
FIGURA 57: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 – ATIVIDADE 1B ................................................... 100
FIGURA 58: PRODUÇÃO DO ALUNO 2 – ATIVIDADE 1B .................................................. 101
FIGURA 59: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 – ATIVIDADE 2A .................................................. 102
FIGURA 60: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 – ATIVIDADE 2A ITEM E ........................................ 102
FIGURA 61: PRODUÇÃO DA ALUNA 2 – ATIVIDADE 2A ................................................... 103
FIGURA 62: PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - ATIVIDADE 2 A, ITEM E ....................................... 103
FIGURA 63: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 - ATIVIDADE 2B ................................................... 104
FIGURA 64: PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - ATIVIDADE 2B ................................................... 104
FIGURA 65 - PRODUÇÃO DO ALUNO 1 - ATIVIDADE 3A .................................................. 105
FIGURA 66 - PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - ATIVIDADE 3A .................................................. 106
FIGURA 67: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 ........................................................................... 107
FIGURA 68: PRODUÇÃO ALUNO 2 ................................................................................ 107
FIGURA 69: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 ........................................................................... 108
FIGURA 70: PRODUÇÃO ALUNO 2 ................................................................................ 108
FIGURA 71: PRODUÇÃO ALUNO 1 - SOBRE OS INTERVALOS DE CONCAVIDADE ................ 109
FIGURA 72: PRODUÇÃO ALUNO 2 – SOBRE OS INTERVALOS DE CONCAVIDADE ............... 110
FIGURA 73: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 - SEGUNDA PARTE DA ATIVIDADE ........................... 111
FIGURA 74: PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - SEGUNDA PARTE DA ATIVIDADE ........................... 111
FIGURA 75: PRODUÇÃO DO ALUNO 1 - INTERVALO DECRESCENTE .................................. 112
FIGURA 76: PRODUÇÃO DO ALUNO 2 - INTERVALO DECRESCENTE .................................. 112
Lista de Quadros
QUADRO 1: A DISTINÇÃO DECISIVA PARA TODA ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO COGNITIVO DA
COMPREENSÃO – DOIS TIPOS RADICALMENTE DIFERENTES DE TRANSFORMAÇÃO DE
REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS. ............................................................................. 21
QUADRO 2: EXEMPLO DE VARIAÇÃO DE CONGRUÊNCIA OU DE NÃO CONGRUÊNCIA DE UMA
CONVERSÃO. A TOMADA EM CONTA DESSES TRÊS FATORES PERMITE DETERMINAR OS
GRAUS DE CONGRUÊNCIA OU NÃO CONGRUÊNCIA QUE SÃO GERALMENTE
CORRELACIONADOS ÀS VARIAÇÕES DE SUCESSO OU FRACASSO NAS OPERAÇÕES DE
CONVERSÃO .......................................................................................................... 22
QUADRO 3:ANÁLISE DA CONGRUÊNCIA DA ATIVIDADE DE CONVERSÃO (HETEROGENEIDADE)
............................................................................................................................ 23
QUADRO 4: ATIVIDADE 01A NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS ................................................ 55
QUADRO 5:ATIVIDADE 01B NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS ................................................. 57
QUADRO 6: ATIVIDADE 01C NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS ................................................ 58
QUADRO 7: ATIVIDADE 02A NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS. ............................................... 60
QUADRO 8: AMBIENTE 02B NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS. ................................................ 62
QUADRO 9: DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO POSITIVA E NEGATIVA DADA NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS.
............................................................................................................................ 64
QUADRO 10: ATIVIDADE 03A NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS. ............................................. 65
QUADRO 11:ATIVIDADE 03B NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS. .............................................. 67
QUADRO 12: ATIVIDADE 04A NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS .............................................. 69
QUADRO13: ATIVIDADE 04B NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS ............................................... 70
QUADRO 14: ATIVIDADE 05A NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS .............................................. 72
QUADRO 15: ATIVIDADE 05B NO AMBIENTE PAPEL E LÁPIS .............................................. 73
QUADRO 16: DEFINIÇÃO DE CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO DE FUNÇÃO NO AMBIENTE
PAPEL-E-LÁPIS ...................................................................................................... 88
15
1. INTRODUÇÃO
Durante os meus anos de docência como professor de Matemática nos níveis
de ensino médio e superior, pude perceber que os alunos possuem grande
dificuldade em realizar transformações de representações que partem do registro
gráfico, como por exemplo, em questões de determinação da expressão algébrica
de uma função a partir de seu gráfico ou de análises de propriedades neste registro.
Ao ingressar no mestrado, pude ter contato com pesquisas que investigaram esse
tipo de dificuldade, normalmente fundamentadas na teoria dos registros de
representações semióticas de Raymond Duval, o qual, segundo Machado (2003),
vem desenvolvendo, desde 1970, relevantes estudos relativos à Psicologia
Cognitiva, os quais apontam para a importância da exploração e da integração de
registros no ensino de Matemática.
Como primeira etapa de investigação, foram observados, na literatura,
trabalhos que trataram de conteúdos matemáticos com proximidade temática ao
objeto de nosso estudo e que integraram os diversos registros de representações
semióticas e/ou o uso de recursos computacionais. Apresentando de maneira
sucinta os resultados dessa etapa, foi observado que os estudantes apresentavam
dificuldades na atividade de conversão, principalmente na que envolvia o registro
gráfico. Ainda, vários estudos apontaram as vantagens da utilização de recursos
computacionais, dentre elas, a possibilidade da exploração de relações entre
representações de registros distintos e o fato de este tipo de ambiente favorecer a
autonomia do estudante na construção do conhecimento.
Duval (2009) relata que nos níveis mais avançados de ensino, o registro
monofuncional discursivo1sobressai em relação aos demais, o que nos levou a
refletir sobre a importância de integrar também, no presente trabalho, o registro
gráfico, classificado como monofuncional não discursivo2 e o da língua natural,
classificado como multifuncional discursivo.
1 Vide Fundamentação Teórica 2 Vide Fundamentação Teórica
16
Dentre as funções de uma variável real, optou-se, neste trabalho, pela
exploração das funções polinomiais, dado que estas normalmente representam o
ponto de partida dos cursos de Cálculo Diferencial e Integral.
Visando investigar como essas funções são tratadas na disciplina de Cálculo
Diferencial e Integral presente nos primeiros anos dos cursos da área de exatas,
observou-se, em uma primeira busca, que em alguns livros didáticos, tais como
Anton, Bivens e Davis (2007), Thomas (2002) e Stewart (2003), não há a
preocupação em explorar conversões que partem do registro gráfico. Nas obras
analisadas até o momento, principalmente na parte de exercícios propostos, existe
um único tipo de tarefa que fornece o gráfico como registro de partida, solicitando
uma resolução algébrica. Nos exercícios resolvidos, esses modelos de problemas
simplesmente não são tratados. Dessa forma, essa primeira investigação revelou,
em consonância com o apontado por Duval, o predomínio do registro algébrico no
conteúdo de funções polinomiais nos livros didáticos analisados.
Com isso, partindo da problemática exposta anteriormente, este trabalho
objetivou construir e avaliar um ambiente de ensino sobre o conteúdo de funções
polinomiais, explorando relações entre representações dos registros gráfico,
algébrico e da língua natural, com o auxílio do software GeoGebra.
Desta forma, foram definidas as seguintes questões de pesquisa:
Em que aspectos uma abordagem elaborada com foco na exploração de
diversos registros influencia os estudantes na compreensão das funções propostas
neste estudo?
Como o software adotado, ao viabilizar a análise dinâmica das relações entre
representações dos registros algébrico e gráfico, contribui para a compreensão das
funções propostas neste estudo?
Tem-se por hipóteses que o ambiente elaborado favorecerá o aluno a articular
os registros gráfico e algébrico do conteúdo proposto e que o software adotado
permitirá um acesso mais independente ao objeto matemático.
O experimento faz parte de um ambiente feito como páginas da web, onde
foram utilizadas para sua elaboração as linguagens HTML (HyperText Markup
17
Language) e CSS (Cascading Style Sheets)3. Neste ambiente os sujeitos de
pesquisa poderão encontrar páginas com os seguintes conteúdos: Atividades,
Textos, Vídeos e o GeoGebra.
O experimento é direcionado a estudantes do nível superior de ensino,
especificamente para alunos da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral do curso
de Licenciatura em Matemática. Isto porque nessa disciplina são discutidas a
construção e a interpretação de gráficos de funções polinomiais com auxilio dos
conceitos de derivadas de primeira e segunda ordens. Essa abordagem, no ensino
tradicional, normalmente tem por foco uma análise que parte de representações do
registro algébrico e, com isso, pretende-se fornecer, com o presente trabalho, um
cenário diferenciado para tal conteúdo, uma vez que a proposta é partir de uma
análise experimental gráfica antes da formalização algébrica.
O presente estudo é composto por sete capítulos. No primeiro, referente à
introdução, foram apresentados os elementos centrais da dissertação. O capítulo 2
contém a fundamentação teórica e a revisão de literatura. No capítulo 3, apresenta-
se a metodologia adotada e sua relação com o presente estudo e, no capítulo 4, a
descrição do objeto matemático. O capítulo 5 contém a descrição da primeira versão
do design, incluindo o ambiente construído, as atividades elaboradas e os resultados
da aplicação preliminar. No capítulo 6, apresenta-se inicialmente o redesign ocorrido
diante das produções dos sujeitos da aplicação preliminar. Em seguida, são
apresentados os resultados da aplicação principal. O capítulo 7 contém a conclusão
do estudo e sugestões para futuras investigações.
3 Ambiente disponível no CD-ROM que acompanha este trabalho.
18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A TEORIA DOS REGISTROS DE REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS
Neste capítulo será apresentada a teoria de registros de representações
semióticas do pesquisador francês Raymond Duval, a qual embasará esse trabalho.
Duval (2009), afirma que é necessária uma abordagem cognitiva no ensino da
Matemática, pois o objetivo não é formar grandes matemáticos e nem
instrumentalizar os alunos com conceitos que só usem no futuro, mas sim contribuir
para o desenvolvimento geral de suas capacidades de raciocínio, análise e
visualização, para que sejam capazes de enfrentar um mundo cada vez mais
tecnológico. Essa abordagem cognitiva descreve o funcionamento cognitivo que
possibilita ao próprio aluno compreender e autocontrolar os diversos processos
matemáticos a ele propostos.
De acordo com Duval (2009), do ponto de vista cognitivo, a atividade
matemática se difere das demais áreas do conhecimento devido a questões de
acessibilidade. Enquanto em outras áreas é possível acessar um objeto por meio de
instrumentos, na Matemática é necessária a utilização de representações
semióticas. Com isso, o autor destaca a grande importância das representações
semióticas para a evolução do pensamento matemático e a necessidade da
exploração da variedade de representações semióticas, tais como as figuras, as
notações algébricas, as representações gráficas e da língua natural, no ensino de
Matemática.
Para diversificar os tipos de representações semióticas, Duval (2009) usa o
termo “registro” e destaca como sendo uma paródia de Descartes. Para o
pesquisador, um registro de representação semiótica é um sistema semiótico que
permite o cumprimento de três atividades cognitivas sobre as representações
vinculadas a ele, denominadas formação, tratamento e conversão, as quais serão
descritas adiante.
De acordo com Duval (2009), um registro é considerado monofuncional se os
tratamentos realizados entre as representações desse registro ocorrerem de
maneira algorítmica. Caso contrário, eles são classificados como multifuncionais. Se
permitirem o discurso, são classificados como discursivos. Caso contrário, são
considerados não discursivos. Neste caso, o registro da língua natural é classificado
19
como multifuncional discursivo, o registro algébrico como monofuncional discursivo,
o figural como multifuncional não discursivo e o gráfico como monofuncional não
discursivo.
Segundo Duval (2009), a principal característica da atividade matemática se
encontra na simultaneidade de mobilização de pelo menos dois registros de
representação, ou na possível troca de registro a qualquer momento. Ele afirma que
a compreensão em Matemática se dá quando o sujeito é capaz de coordenar ao
menos dois registros de representação semiótica.
A noção de representação semiótica aparece historicamente em três
retomadas distintas à natureza do fenômeno designado. Pela primeira vez, foi
descrita como representação mental em meados dos anos 1924 e 1926, proposta
por Piaget, e se tratava de um estudo sobre as crenças e as explicações dadas por
crianças em relação a fenômenos naturais e psíquicos. Nesse momento, Piaget
descreve a noção de representação como “evocação dos objetos ausentes”. Pela
segunda vez, foi descrita, provavelmente por Broadbent em 1958 (DUVAL, 2009,
p.31), como representação interna ou computacional entre os anos 1955 e 1960,
destacando o tratamento por um sistema. A representação se apresenta como a
forma de uma informação dentro de um sistema de tratamento, o que difere de uma
evocação de objetos ausentes, ou seja, seria uma codificação da informação. Pela
terceira vez, agora já descrita como representação semiótica por Duval, essa noção
surgiu em algumas décadas passadas e dentro do campo de conhecimento
matemático.
“A especificidade das representações semióticas consiste em serem relativas a um sistema particular de signos, a linguagem, a escritura algébrica ou os gráficos cartesianos, e em poderem ser convertidas em representações ‘equivalentes’ em outro sistema semiótico, mas podendo tomar significações diferentes para o sujeito que as utiliza”. (DUVAL, 2009, p.32)
A noção de representação semiótica considera alguns sistemas semióticos
diferentes e uma operação cognitiva de conversão entre esses sistemas. Por
exemplo, em um problema descrito na língua natural, passar para a forma algébrica
é uma mudança caracterizada como conversão.
Duval (2009) destaca o papel fundamental das representações semióticas na
atividade cognitiva, primeiramente, como função primordial de tratamento da
informação e/ou tomada de consciência. Em seguida, a passagem da forma do
20
representando ao conteúdo representado. Dessa maneira o pesquisador afirma que
não há noésis sem semiósis.
“Tudo se passa como se a compreensão que a grande maioria dos estudantes tivesse de um conteúdo ficasse limitada à forma de representação utilizada.” (DUVAL, 2009, p 34-35).
D´Amore (2005, p.58) dá o significado desses dois termos, sendo a Semiósis
a representação realizada por meio de signos e a Noésis a aquisição conceitual de
um objeto.
A semiósis possui uma diversidade de signos. Peirce (1932, p.153 – 173 apud
DUVAL, 2009, p.35) distingue três tipos de signos: os ícones, os símbolos e os
índices. Benveniste (1974, p. 43-66 apud DUVAL, 2009, p. 36) afirma que a semiósis
não se restringe em apenas possuir uma variedade de signos, mas a oportunidade
de colocá-los em correspondência. Porém, foi Duval quem trouxe à tona os sistemas
semióticos com um papel diversificado no funcionamento do pensamento e a
complexidade dos processos de conversão de um sistema a outro.
Conforme relatado, um registro de representação semiótica deve cumprir três
atividades cognitivas, denominadas formação, tratamento e conversão. Segundo
Duval (2009), a formação pode ser definida como um conjunto de traços perceptíveis
com a possibilidade de serem identificados como representantes de alguma coisa
dentro de um sistema considerado.
O tratamento pode ser definido como a possibilidade de transformar as
representações em outras representações, dentro das regras do sistema, as
representações dentro de um mesmo registro. A conversão pode ser definida como
uma transformação entre representações que faz passar de um registro para outro.
21
Transformação de uma representação semiótica em uma outra representação semiótica
Quadro 1: A distinção decisiva para toda análise do funcionamento cognitivo da compreensão – dois tipos radicalmente diferentes de transformação de representações semióticas. Fonte: Machado (2010, p.15)
Duval (2009) apresenta a conversão por dois pontos de vista: o matemático e
o cognitivo. Na visão matemática, o autor relata que a conversão se caracteriza
somente na escolha de um registro no qual os tratamentos ficam mais “econômicos”,
potentes ou servem de apoio a outro registro. No ponto de vista cognitivo, o
pesquisador apresenta a conversão como sendo primordial aos mecanismos
subjacentes à compreensão. E ele destaca que a compreensão em Matemática se
dá pela capacidade de mudança de registro.
“Porque passar de um registro de representação a outro não é somente mudar de modo de tratamento, é também explicar as propriedades ou os aspectos diferentes de um mesmo objeto. Vemos, então, que duas representações de um mesmo objeto, produzidas em dois registros diferentes, não têm de forma alguma o mesmo conteúdo.” Duval (2009, p.22).
A possibilidade em se ter pelo menos dois tipos de registros diferentes ajuda
a fazer a distinção entre o conteúdo de uma representação com o objeto
representado, pois os registros de representação não são todos de mesma natureza.
Nas operações de conversão aparecem dois tipos de fenômenos de natureza
cognitiva: a) congruência e não congruência; b) heterogeneidade nos dois sentidos
de conversão. Conforme Duval (1995) a existência de congruência em uma
Permanecendo no mesmo sistema: Tratamento
Mudando de sistema, mas conservando a referência aos mesmos objetos: Conversão.
Quase sempre, é somente este tipo de transformação que chama a atenção porque ele corresponde a procedimentos de justificação.
De um ponto de vista “pedagógico”, tenta-se
algumas vezes procurar o melhor registro de
representação a ser utilizado para que os alunos
possam compreender.
Este tipo de transformação enfrenta os fenômenos de não congruência. Isso se traduz pelo fato de os alunos não reconhecerem o mesmo objeto através de duas representações diferentes.
A capacidade de converter implica a coordenação de registros
mobilizados. Os fatores de não congruência mudam conforme
os tipos de registro entre os quais a conversão é, ou deve ser,
efetuada.
22
conversão está vinculada a três condições: correspondência semântica das
unidades de significado; a unicidade semântica terminal e conservação da ordem
das unidades. Em outras palavras, pode-se observar a atividade de conversão
comparando a representação no registro de partida com a representação no registro
de chegada. Caso as três condições acima citadas não forem observadas,
classificamos a conversão como não congruente.
O quadro seguinte mostra exemplos de análise da existência ou não de
congruência na atividade de conversão.
Correspondência semântica das unidades de significado
A unicidade semântica terminal
Conservação da ordem das unidades
O conjunto dos pontos cuja ordenada é superior à abcissa
Sim
Sim
Sim
O conjunto dos pontos que têm uma abcissa positiva
Não “maior que zero” é uma perífrase (um só significado para várias palavras)
Sim
Sim
O conjunto dos pontos cuja abcissa e cuja ordenada têm o mesmo sinal
O produto da abcissa e da ordenada é maior que zero
Não
Não
Não Globalização descritiva (dois casos)
Quadro 2: Exemplo de variação de congruência ou de não congruência de uma conversão. A tomada em conta desses três fatores permite determinar os graus de congruência ou não congruência que são geralmente correlacionados às variações de sucesso ou fracasso nas operações de conversão Fonte: Machado (2010, p.19)
O autor aponta que, no ensino em geral, apenas um sentido de conversão é
privilegiado, supondo que o treino efetuado em um sentido daria automaticamente o
treino da conversão no outro sentido.
Sobre a heterogeneidade das conversões (DUVAL, 1995, p.53 apud
KARRER, 2006, p.42) há um estudo que explora uma atividade de conversão entre
a língua natural e a representação simbólica nos dois sentidos de conversão. O
quadro a seguir mostra a taxa de acertos em cada situação.
23
Quadro 3:Análise da congruência da atividade de conversão (heterogeneidade) Fonte: (Duval, 1995 p.53 apud Karrer, 2006, p.42)
O que se observa da tabela é que a conversão no sentido II para I, em todas
as questões, apresenta um grau de acerto elevado, fato que se atribui por ser uma
transformação congruente. Observa-se que isso não ocorre no sentido contrário,
apresentando um contraste de resultados em questões similares como a 1 e a 3 e
como a 4 e a 5. Isso, segundo Duval (1995), pode ser explicado pelo fenômeno da
não congruência entre os registros de partida e o de chegada.
O autor ainda relata que, quando se desconhecem as características
intrínsecas de um determinado registro, as dificuldades relacionadas à não
congruência das conversões podem agravar. Duval (2003) diz que não se dá
atenção devida a estes dois fenômenos da congruência nas pesquisas em
Educação Matemática. Para o pesquisador, o reconhecimento de conversões não
congruentes e o domínio de uma efetiva coordenação entre os registros são
essenciais para a aprendizagem da Matemática, pois essas atividades dão acesso à
compreensão matemática.
Com base nos pressupostos teóricos apresentados, procuramos elaborar um
ambiente com a preocupação de integrar os registros gráfico, algébrico e da língua
natural, tendo por foco a apresentação do conteúdo partindo de experimentações no
registro gráfico, antes da formalização no algébrico.
24
2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nesta seção, são descritos os trabalhos que compuseram a revisão
bibliográfica do presente estudo, objetivando mostrar as contribuições apresentadas
pelas sequências didáticas voltadas ao ensino de Cálculo Diferencial e ao ensino de
conteúdos considerados pré-requisitos para esta disciplina. Ainda, são descritos
trabalhos que apontaram os benefícios da utilização de software no processo de
ensino e aprendizagem de Matemática.
O trabalho de Scucuglia (2006) teve como proposta estudar o Teorema
Fundamental do Cálculo utilizando calculadoras gráficas, na perspectiva
epistemológica de seres humanos como mídias proposta por Tikhomirov (1981), no
intuito de evidenciar o papel das novas tecnologias no processo de produção de
conhecimento.
O autor realizou experimentos de ensino, aplicando-os em alunos
organizados em duplas, sendo todos estudantes do primeiro ano de graduação em
Matemática da Universidade Estadual Paulista de Rio Claro.
Primeiramente foi elaborada uma atividade preliminar, na qual foram
explorados os temas "Teorema do Valor Médio", "Regra da Cadeia" e o "Teorema
Fundamental do Cálculo", associados ao uso de calculadora gráfica, tendo por base
alguns livros didáticos, dentre eles, “Um Curso de Cálculo” de Luiz Hamilton
Guidorizzi (2001), “Cálculo” de Howard Anton (2000), ”Cálculo com Geometria
Analítica” de Earl Swokowski (1995) e “Cálculo” de James Stewart (2001).
Após isso, foi proposto um experimento denominado pelo autor como
“Primeiro Piloto”, o qual foi desenvolvido em duas sessões, sendo aplicado a apenas
um estudante do primeiro ano da graduação em Matemática. Desse primeiro piloto,
o autor pôde observar que a calculadora gráfica possuía limitações na investigação
dos conceitos propostos nas atividades, tais como a execução de cálculos de
somatórios. Tal constatação ocorreu com base nos dados provenientes da produção
do aluno e nas filmagens das sessões.
O autor ministrou um curso temático sobre Calculadoras TI-83, oferecido pelo
Grupo de Pesquisa em Informática, outras Mídias e Educação Matemática
(GPIMEM), com o objetivo de selecionar sujeitos para seu experimento definitivo. O
25
curso procurou realizar atividades exploratórias sobre as representações múltiplas
de funções e, até mesmo, dar uma familiarização aos estudantes sobre esse tipo de
calculadora gráfica.
Participaram desse curso doze alunos, porém, somente cinco alunas e um
aluno demonstraram interesse em participar do experimento final, sendo todos
estudantes de graduação em Matemática que já haviam passado pelo curso de
Cálculo I.
Como conclusão, o autor relatou que o uso de programas e da calculadora
gráfica valorizam diversas instâncias, tais como os aspectos visuais, a elaboração
de conjeturas e a coordenação entre diferentes representações do objeto
matemático estudado, o que contribuiu para o pensamento dos alunos envolvidos na
pesquisa sobre a investigação dos conceitos de Soma de Riemann e o Teorema
Fundamental do Cálculo.
O trabalho de Farias (2007), acerca de representações matemáticas
mediadas por softwares educacionais, foi elaborado segundo a visão da semiótica
de Charles Sanders Peirce e teve como objetivo investigar as diferentes formas de
representação dos conceitos matemáticos de estudantes e professores de Cálculo
Diferencial e Integral I.
O foco dessa pesquisa teve por base a seguinte questão norteadora: “Quais
são as contribuições das representações matemáticas em uma perspectiva
semiótica, mediadas por softwares educativos, para o conhecimento do futuro
professor de Matemática?”. (FARIAS, 2007. p02)
A autora destacou que sua metodologia foi de caráter qualitativo e os
procedimentos metodológicos foram subdivididos em três momentos distintos:
observações em sala de aula, entrevistas com professores e alunos e aplicação de
atividades investigativas usando o software Winplot.
A pesquisa contou com vinte e um alunos do primeiro ano de Licenciatura em
Matemática da Universidade Estadual Paulista de Rio Claro e com cinco professores
que lecionavam ou já haviam lecionado a disciplina de Cálculo Diferencial e Integral
I.
26
Das observações em sala de aula, a autora procurou investigar de forma
global o ambiente da sala, avaliando a metodologia utilizada pela professora para a
apresentação da disciplina, evidenciando o papel das representações na resolução
de exercícios. Nesta fase, foi constatada a preocupação da professora em explorar,
na maioria das aulas, as representações algébricas, gráficas e geométricas, sempre
na tentativa de apresentar relações entre elas. Nas entrevistas, a autora buscou
investigar, com os professores, que importância eles davam às representações no
ensino dos conteúdos. Nas entrevistas com os alunos, ela pôde identificar
dificuldades na compreensão e na interpretação dos conceitos envolvidos na aula de
Cálculo I, em relação à exploração de várias representações.
E, por último, nas atividades investigativas com o Winplot, ela procurou
identificar as possíveis dificuldades dos alunos na exploração das várias
representações matemáticas, auxiliadas pelo software Winplot.
Os professores entrevistados relataram que o uso de programas matemáticos
era de fundamental importância para disciplina Cálculo Diferencial e Integral I, pela
ajuda que essa ferramenta possibilita na abordagem dos conceitos matemáticos,
principalmente na exploração de representações gráficas. Já os estudantes
pesquisados relataram que o software Winplot utilizado nas atividades ajudou nos
processos de visualização, em situações nas quais haveria dificuldade ou mesmo
impossibilidade de identificar ângulos e perspectivas de visões sem o uso desse
recurso.
Como conclusão, a autora revelou que, ao explorarmos o universo dos signos
das representações, adicionamos valores na discussão da construção do
conhecimento de futuros professores de Matemática, ressaltando a abordagem por
meio das várias representações de um mesmo objeto Matemático. Destacou, ainda,
que a semiótica fornece suporte à compreensão dos conceitos matemáticos
operacionalizados em diversas formas, tais como, imagens, escrita, modelos lógicos
e leis que fundamentam esses conceitos.
Santos, N. (2009) realizou uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, na qual
buscou investigar as possibilidades do estudo das funções polinomiais usando o
software Graph. A autora buscou bases teóricas para se fundamentar acerca dos
temas relacionados à prática docente com o uso de tecnologias e o estudo de
27
funções com o uso de softwares matemáticos. Destacam-se, como elementos
norteadores de seu trabalho, as pesquisas de Perrenoud4 (2000), Tajra5 (2000),
Papert6 (2008) e Moran7 (2007).
Além da pesquisa bibliográfica, foram aplicadas algumas atividades sobre
funções utilizando o software mencionado anteriormente. Esta aplicação foi
realizada com oito alunos concluintes do ensino médio de uma escola estadual de
Santa Catarina e objetivou investigar suas compreensões a respeito de domínio,
imagem, estudo de sinal, esboço e interpretação de gráficos de funções de primeiro
grau e quadráticas.
Ao iniciar as atividades, a pesquisadora fez uma discussão com os alunos
envolvidos na pesquisa sobre algumas situações nas quais as funções polinomiais
eram abordadas, tais como, “a altura de uma criança é função de sua idade; o
salário do vendedor é função do volume de vendas; a área de um quadrado é função
da medida de seus lados” (SANTOS N. 2009. p39). Nesse momento, pôde-se notar
que os sujeitos, após outros exemplos diferentes dos citados, compreenderam o
conceito de função como variação simultânea de duas grandezas.
Em seguida, foi apresentado aos alunos o software Graph, ainda como
processo de familiarização, já que eles relataram que nas aulas de Matemática do
ensino médio não haviam utilizado qualquer recurso computacional. Foram tratadas,
a partir de então, as construções de outras relações de funções com o objetivo de
explorar a visualização gráfica mais detalhadamente, ampliando as análises sobre
os comportamentos das funções e suas variadas formas de representação.
Em um primeiro momento foram trabalhadas as funções polinomiais de
primeiro grau na forma incompleta, ou seja, f(x) = ax, com a≠0, e, em seguida, na
sua forma completa, dada por f(x) = ax + b, com a≠0 e b≠0. Logo após o estudo das
funções polinomiais de primeiro grau, completa e incompleta, e realizada as análises
de suas variações, foram estudadas as funções polinomiais de grau dois, com
4 PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre, Artmed, 2000.192p.
5 TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: Novas ferramentas pedagógicas para o professor da
atualidade. São Paulo: Érica, 2000.143p. 6 PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças: representando a escola na era da informática. Porto Alegre,
Artmed, 2008. 224p. 7 MORAN, José Manuel. A Educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas, SP. Papirus, 2007. 174p.
28
exploração dos parâmetros da função, das raízes, dos vértices e dos pontos de
máximo e mínimo. Também houve exploração do registro gráfico de ambas as
funções.
Como resultado, a autora destaca que o uso de softwares matemáticos como
ferramentas para a promoção da aprendizagem pode contribuir no processo de
elaboração dos conceitos relacionados ao ensino de funções. O software Graph dá
uma ênfase maior entre as coordenações de alguns registros, tais como o registro
gráfico e o algébrico, o que proporciona uma melhor condição de aprendizagem em
relação ao estudo de funções.
As possibilidades encontradas no software Graph proporcionaram aos alunos
um novo olhar sobre o conceito de função, evidenciando elementos que
normalmente passam despercebidos quando tal conteúdo é abordado de forma
tradicional, tal como na lousa e/ou em livros didáticos apenas. Isto porque o
dinamismo do software, que permite a rapidez e a facilidade de construção de
gráficos, favorece a investigação e a simulação do comportamento dessas funções.
Paranhos (2009) realizou um trabalho no qual apresentou ideias fundamentais
do Cálculo Diferencial e Integral na resolução de problemas. Fazendo uso dos
softwares Geogebra e Winplot, o autor desenvolveu uma sequência de atividades,
dividida em seis módulos, abordando as ideias básicas de derivada, integral e
maximização de funções. Ele levou em consideração o estudo de funções com uma
e com duas variáveis reais. Não houve uma aplicação experimental, ou seja, a
pesquisa apresentou apenas um repertório de ideias fundamentais do Cálculo
Diferencial e Integral integrando recursos para uma melhor exploração dessas
ideias. O trabalho foi fundamentado na Dialética Ferramenta-Objeto e no Jogo de
Quadros de Régine Douady (2007).
De acordo com a fundamentação apresentada pelo autor, as atividades por
ele propostas foram elaboradas no quadro geométrico e, para isso, ele fez uso de
softwares de geometria dinâmica. Logo após, os gráficos apresentados pelo
programa foram analisados no quadro da geometria analítica, e, em seguida, foram
levados para o quadro das funções e para o quadro algébrico, com o objetivo de
produzir a solução esperada.
29
Os softwares utilizados na pesquisa foram, segundo o autor, adequados ao
desenvolvimento das atividades por apresentarem características para elaboração
de problemas de forma dinâmica, de tal modo que as funções pudessem ser
tratadas e exploradas em diversos quadros.
O autor ainda falou em um repertório representacional para as ideias do
Cálculo Diferencial e Integral, o qual ele apresenta como objeto de sua pesquisa.
Considera-se um repertório representacional o conjunto de representações
preferenciais dos professores, das ideias inerentes ao que se pretende transmitir na
disciplina ministrada.
Ele concluiu que sua pesquisa trouxe como contribuição a questão da
importância do trabalho com representações não tão fixado aos aspectos formais e
de uma abordagem de Cálculo desenvolvida de maneira mais agradável, na qual o
uso de recursos tecnológicos estimulou os estudantes na interpretação e resolução
de problemas. Ainda, ele pôde observar que muitos aspectos conceituais ficaram
mais evidentes e puderam ser mais bem explorados por meio dos recursos do
software.
Melo (2002) fez uma pesquisa objetivando a elaboração e aplicação de uma
sequência de ensino sobre integral, inserida em um ambiente computacional.
A fundamentação teórica desse trabalho foi norteada pela Psicologia
Cognitiva de Jean Piaget e Lev S. Vygostky e pela teoria construcionista de
Seymour Papert.
Sua sequência didática integrou o software Maple e foi composta por quatro
atividades, todas abordando o tema integral. Na primeira ele procurou apresentar a
introdução ao conceito de integral sem se importar com o formalismo exigido do
Cálculo, apenas com atividades envolvendo áreas. Na segunda atividade foi
introduzido o conceito de integral de Riemann, por meio de uma abordagem gráfica.
Na terceira atividade, com abordagem próxima à da segunda, foi desenvolvido o
conceito de integral usando os pontos médios dos intervalos das partições, e, por
fim, a quarta atividade formalizou o conceito de integral em um dado intervalo.
A escolha do software Maple se deu, na definição do pesquisador, por ele
apresentar múltiplas representações, destacando a algébrica e a geométrica, o que
30
facilitaria, na visão do autor, a utilização de cada uma delas para detalhamento no
estudo de funções, limites, derivadas, integrais e outros temas do Cálculo.
A pesquisa contou com trinta alunos de um curso de Matemática de uma
instituição particular de ensino superior, organizados em duplas, uma vez que o
autor previa um ambiente em que houvesse a possibilidade de diálogos, troca de
conjecturas e conclusões.
Os sujeitos de pesquisa ainda não haviam tido contato com o conceito de
integral, somente com tópicos sobre limites e continuidade de funções, conforme
relatou o autor. Inicialmente eles apresentaram algumas dificuldades de manuseio
do software, o que foi sendo sanado ao longo do experimento. Destaca-se que o
software foi apenas uma ferramenta para a construção do conceito de Integral,
sendo o foco do trabalho voltado à interpretação dos resultados obtidos em cada
atividade, tendo por base a fundamentação teórica adotada.
O autor concluiu, por meio dos resultados das aplicações dessa sequência de
ensino, que em um ambiente computacional, o processo de ensino e aprendizagem
de Cálculo passou a ser mais significativo, contextualizado e motivador, tanto aos
alunos quanto aos professores.
Freitas (2009) fez uma pesquisa cujo objetivo foi verificar se a utilização de
um software educativo como o Geogebra possibilitaria a exploração dos registros de
representação e favoreceria os processos de interação do aluno na construção do
conhecimento.
Em seu trabalho a autora buscou identificar que importância os professores
davam ao software Geogebra para o ensino e a aprendizagem de Matemática,
principalmente do ponto de vista representacional, uma vez que o programa permite
a manipulação de pelo menos dois tipos de registros de representação semiótica.
Para essa pesquisa a autora contou com a participação de cinco professores
atuantes na rede estadual de ensino em uma escola da Zona Norte do Estado de
São Paulo. Dois desses professores já tinham conhecimentos prévios de algum
software para o ensino da Matemática e um já havia utilizado o software Winplot.
Foram realizados quatro encontros, uma vez por semana, com duração de
duas horas, sendo realizada, a cada encontro, uma atividade. No primeiro encontro
31
foi apresentada a teoria de registros de representação semiótica de Duval (2003) e
foi realizada uma discussão sobre a importância da interação do aluno com o objeto
de estudo numa visão construtivista. No segundo encontro foram realizadas
construções elementares e exploração das principais características do programa
Geogebra. No terceiro encontro foi explorado o método de inserção das equações
algébricas e foram apresentados alguns outros recursos envolvendo operações. No
quarto e último encontro, além da finalização de atividades do encontro anterior, foi
aplicada uma avaliação para que os professores pudessem avaliar o software e seu
possível uso no ensino da Matemática.
Os professores participantes da pesquisa relataram, após o quarto encontro,
sobre a importância da utilização do Geogebra no ensino, destacando as
possibilidades de acesso aos objetos matemáticos com o manuseio de um ou mais
registros de representação e interação do estudante com a atividade.
Como conclusão a autora relata que um programa educacional como o
Geogebra possibilita uma nova dimensão de contato com os objetos matemáticos
não acessíveis, bem como a possível manipulação entre dois ou mais registros, o
que está de acordo com a fundamentação teórica explorada na pesquisa. Somado a
isso, confere ao estudante participar ativamente no processo da construção do
conhecimento.
Um dos objetivos do trabalho de Santos, S. (2009) foi elaborar uma sequência
de ensino sobre função polinomial do segundo grau integrando um ambiente
informatizado, para favorecer o aprofundamento dos conhecimentos de um grupo de
trinta estudantes do segundo ano do ensino médio de uma escola estadual de São
Paulo. O autor destacou que a escolha dessa série se deu pelo fato de os alunos já
terem visto esse conteúdo anteriormente. Como fundamentação teórica seu estudo
foi embasado na teoria dos registros de representação semiótica de Raymond Duval
e na Teoria das Situações Didáticas de Guy Brousseau.
Inicialmente foi aplicado um questionário para levantar o perfil dos alunos
participantes e observar quais eram seus conhecimentos a respeito do tema
abordado. Em relação ao perfil dos sujeitos envolvidos, havia nove do sexo
masculino e vinte uma do sexo feminino, todos com idades entre quinze e dezesseis
32
anos, sendo estudantes do período da manhã. A maioria deles utilizava computador
em casa, mas não na escola em aulas de Matemática.
Quanto à análise dos conhecimentos prévios dos alunos com relação ao tema
abordado, foi observado que poucos alunos tinham domínio das funções polinomiais
de segundo grau, fato que motivou o autor a elaborar atividades em ambiente
computacional de modo dinâmico com o objetivo de facilitar a compreensão das
relações entre os registros gráfico e algébrico.
A implementação do ambiente ocorreu no laboratório de informática da
escola, sendo realizados três encontros presenciais. O autor usou como metodologia
de construção do ambiente o Design Instrucional de Filatro (2008) utilizando cinco
fases: análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação.
O ambiente foi composto por dez atividades, e, em todas elas, o aluno deveria
fazer anotações ao final de cada uma. As quatro primeiras atividades tinham por
objetivo facilitar a visualização e percepção do aluno que, ao mover o seletor,
observava as implicações das alterações de parâmetros no registro algébrico nas
representações do registro gráfico, o que facilita a conversão entre esses registros.
As três próximas atividades tiveram os mesmos objetivos das anteriores,
porém as funções polinomiais exploradas apresentavam-se na forma canônica
( ) ( ) , com intuito de colaborar para a compreensão da relação entre
essa forma de representação e a forma desenvolvida.
Na etapa seguinte desse experimento o pesquisador buscou explorar
conhecimentos adquiridos pelos sujeitos nas etapas anteriores com atividades onde
eles deveriam sobrepor a curva na forma desenvolvida e também na forma
canônica. Por fim, a última atividade apresentada tinha por objetivo trabalhar com
conversões entre representações dos registros algébrico e gráfico em cada função
polinomial do segundo grau apresentada, totalizando oito funções.
O autor concluiu que o ambiente informatizado e as atividades nele contidas,
bem como sua formatação de apresentação, contribuíram para a compreensão e a
articulação dos registros de representação algébrico e gráfico, bem como no
aprofundamento dos conhecimentos relacionados à função polinomial do segundo
grau.
33
Lucas (2009) apresentou um estudo sobre funções e equações,
especificamente nas equações de 1º e 2º graus e nas funções afim e quadrática.
Este estudo teve como objetivo investigar e analisar a ocorrência de
descontinuidades conceituais na abordagem sobre funções no ensino médio, as
quais normalmente desencadeiam conclusões errôneas sobre as raízes dessas
funções.
Sua pesquisa envolveu doze alunos do ensino médio de um colégio particular
de São Paulo, aplicando neles um instrumento prévio e depois um definitivo,
abordando conceitos gerais de funções e equações. Foi usado como ferramenta de
auxílio o software Graphmática, apenas para os sujeitos plotarem os gráficos sem
perder tempo com esboços feitos no ambiente papel e lápis. O objetivo do
instrumento foi diagnosticar quais eram os conhecimentos mobilizados pelos alunos
para distinguir uma função e uma equação por suas expressões algébricas e, ainda,
a influência dessa distinção na compreensão dos gráficos dessas funções.
O autor fundamentou seus estudos na Teoria de Registros de Representação
Semiótica de Raymond Duval (2003) para compreensão e análise dos protocolos,
valendo-se dos registros na língua natural.
O instrumento piloto foi dividido em duas etapas. Na primeira, o autor a
subdividiu em cinco etapas com atividades que incentivaram os alunos a dar
respostas conceituais e operacionais, todas no ambiente papel e lápis. Já na
segunda etapa, que também foi subdividida em cinco partes, foi utilizado, nas três
primeiras partes, o software Graphmática, envolvendo questões relativas aos
gráficos de funções. As demais partes dessa etapa contemplaram questões
realizadas em ambiente papel e lápis, relacionadas com identificação gráfica de
pontos nos quais suas abscissas representavam raízes de funções, bem como
registros de expressões algébricas de funções com seus valores de raízes dados
nos enunciados.
Dessas atividades encontradas no instrumento piloto, o autor relata que os
sujeitos envolvidos não apresentaram dificuldades que pudessem prejudicar o
entendimento das questões.
34
Uma das conclusões relatadas pelo autor foi que há necessidade das escolas
abordarem conversões entre registros de representação semiótica para a
compreensão do conceito de funções e também para a compreensão da matemática
como um todo, conforme descrito na Teoria de Registros de Representação de
Duval.
Silva (2005) analisou o conhecimento sobre máximos e mínimos em alunos
que já haviam participado de um curso de Cálculo Diferencial e Integral. A pesquisa
foi diagnóstica e embasada na teoria dos registros de representação semiótica de
Raymond Duval (1995). O foco da observação estava no processo ensino-
aprendizagem do conceito de máximos e mínimos abordando quais eram os
sistemas de registros de representação utilizados e as dificuldades nas operações
de tratamento e conversão.
Os sujeitos de pesquisa foram representados por vinte e dois alunos de uma
universidade pública do Estado do Mato Grosso do Sul e foram divididos em grupos
para aplicação de um teste. As questões deste teste diagnóstico foram elaboradas
com o objetivo de realizar observações referentes ao uso das representações
semióticas na resolução de problemas de aplicações dos conceitos de máximos e
mínimos de funções.
Nessa pesquisa o autor fez uma análise de livros didáticos de Cálculo
Diferencial e Integral, num total de cinco títulos, escolhidos pelo critério de maior
utilização por parte dos professores e estudantes pesquisados. A metodologia
utilizada nessa pesquisa foi a Engenharia Didática de Michele Artigue (1988).
Como conclusão, o autor pôde perceber que os alunos apresentavam
dificuldade em reconhecer os vários tipos de registros de representação dos
conceitos de máximo e mínimo de funções de uma variável real. Relatou, também,
que houve problemas com a habilidade de efetuar conversões entre os registros, em
especial, a conversão para o registro gráfico.
No próximo capítulo, apresenta-se a descrição da metodologia de Design
Experiment e sua relação com o presente trabalho.
35
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Dado que este trabalho teve por foco a construção de um experimento de
ensino, objetivando investigar as trajetórias dos estudantes diante de uma nova
abordagem de funções, foi utilizada a metodologia de Design Experiment, conforme
descrição apresentada a seguir.
3.1 A METODOLOGIA DE DESIGN EXPERIMENT
A metodologia de Design Experiment, proposta por Cobb et al. (2003),
norteia a construção de experimentos de ensino para pesquisas em Educação
Matemática, que se originou em meados dos anos setenta nos Estados Unidos. O
surgimento dessa metodologia se deu por dois motivos: pelo fato de serem utilizados
modelos de outras áreas, tais como epistemologia, psicologia e filosofia, para
analisar e entender os desenvolvimentos matemáticos de estudantes, e por haver
uma lacuna entre a prática da pesquisa e a prática de ensino. Daí a necessidade de
um modelo com raízes na Educação Matemática para poder considerar o progresso
de um estudante diante de uma comunicação matemática interativa.
Anteriormente a esse modelo, pesquisas em Educação Matemática
usualmente utilizavam a metodologia experimental, baseada na comparação entre
dois grupos, o de controle e o experimental. Neste caso, selecionavam uma amostra
de sujeitos do grupo experimental e os submetiam a diferentes tratamentos. Em
seguida, eram feitas comparações entre os dois grupos, na intenção de tornar
específicas as diferenças entre eles. Com essa metodologia, a análise conceitual era
omitida e os sujeitos eram meros expectadores, ou seja, não participavam da
construção dos processos metodológicos no contexto dos episódios de ensino, ao
contrário dos Design Experiments, que têm como interesse principal os significados
construídos pelos estudantes.
Conforme Cobb et al. (2003), Design Experiment caracteriza-se como sendo
um tipo de metodologia que possui o objetivo de analisar processos de
aprendizagem de domínios matemáticos específicos. Contudo, eles não são
considerados como uma simples coleção de atividades direcionadas à
36
aprendizagem de um determinado domínio. O autor usa uma metáfora para
descrever essa metodologia como sendo uma ecologia de aprendizagem, devido ao
complexo sistema que ela representa envolvendo vários elementos de tipos e níveis
distintos.
Ainda dentro do contexto de uma ecologia de aprendizagem, existe um
cuidado em elaborar atividades segundo a metodologia de Design Experiment,
referente às questões que serão propostas aos estudantes, ao discurso
desenvolvido, às regras de participação, às ferramentas e materiais utilizados e ao
significado das relações entre esses elementos. Todo trabalho oriundo de um
Design Experiment tem que explicar seu funcionamento e dar sugestões de
adaptações a cada nova circunstância, tendo a possibilidade de gerar e testar novas
hipóteses.
Para Cobb et al. (2003), se a ênfase está focada na análise do pesquisador
acerca do pensamento matemático dos estudantes e das possíveis mudanças
desses pensamentos, o Design Experiment é considerado como sendo um método
científico de investigação. Sendo assim, o pesquisador provoca situações em que o
aluno é convidado a modificar seus pensamentos usuais, e, sem uma contribuição
individual por parte dos alunos, essa metodologia fica sem razão científica para ser
conduzida.
Há a possibilidade de o design ocorrer entre o professor-pesquisador e um
grupo restrito de estudantes ou como experimentos aplicados em classes com maior
número de pessoas. Ainda, o design pode ser voltado a reestruturações escolares, a
um grupo de professores, dentre outras modalidades. De qualquer forma, uma
característica do design é a ruptura entre a divisão dos papéis de professor,
pesquisador e aluno, pois todos fazem parte do processo e são vistos como
colaboradores. Vale dizer que não há um tempo pré-estabelecido, ou seja, as
atividades podem durar tempos aleatórios.
Ressalta-se que este tipo de metodologia possui características comuns,
independente da função e do foco em que se dá o trabalho. Cobb et al. (2003)
afirmam que na metodologia do Design Experiments destacam-se cinco
características convergentes.
37
Primeiramente, ela tem por objetivo desenvolver uma classe de teorias sobre
o processo de aprendizagem e sobre os meios que são projetados para suportar a
aprendizagem.
A segunda característica é sua característica altamente intervencionista. Os
estudos em design são bancos de ensaio para inovações, ou seja, investigam-se
novas formas de aprendizagem visando mudanças educacionais. Há um cuidado a
ser tomado durante a construção do Design Experiment, que consiste em distinguir
os elementos que são alvos da investigação daqueles que poderiam ser
considerados pré-requisitos.
A terceira característica do design refere-se aos seus dois aspectos, um
prospectivo e outro reflexivo. No aspecto prospectivo, o design é realizado como um
modelo de aprendizagem hipotetizado, já no aspecto reflexivo, as conjecturas são
implementadas em diversos níveis de análise.
Ambos os aspectos, quando considerados conjuntamente, formam a quarta
característica do design, que consiste em seu aspecto iterativo. Sobre as
conjecturas geradas, se refutadas, podem ser desenvolvidas novas conjecturas as
quais serão novamente testadas. O resultado é um processo de design iterativo e
cíclico, que caracteriza os ciclos de invenção e de revisão. Há uma notória quebra
da visão tradicional sobre a participação dos pesquisadores, professores e
estudantes que em outros casos possuem papeis fixos e definidos.
A quinta característica recai novamente sobre suas raízes pragmáticas. As
teorias desenvolvidas durante o processo são humildes não somente no sentido de
que estão preocupadas com um domínio específico do processo de aprendizagem,
mas também porque são responsáveis pela atividade de design.
Segundo Karrer (2006), para iniciarmos com esse tipo de metodologia, é
necessário estabelecer as etapas que direcionarão sua construção. Primeiramente,
deve-se definir qual é a intenção teórica da pesquisa, identificando e descrevendo
modelos sucessivos do pensamento do estudante. Além disso, o levantamento
bibliográfico é importantíssimo para auxiliar na delimitação dos elementos que
representam o objetivo da investigação.
38
Neste sentido, o presente trabalho teve por intenção teórica a exploração de
registros, sendo o experimento construído a partir das evidências identificadas na
literatura, as quais apontaram a importância da integração das representações
semióticas, as dificuldades dos estudantes nas conversões que envolviam o registro
gráfico, as vantagens do uso de ambientes computacionais dinâmicos e a
importância de uma entrada experimental antes da formalização do conceito.
A seguir, apresenta-se a relação dessa metodologia com o presente estudo.
3.2 RELAÇÃO DA METODOLOGIA COM O PRESENTE ESTUDO
Dada à característica do presente trabalho, que objetivou elaborar e aplicar
um experimento de ensino sobre funções polinomiais, de forma a adaptá-lo de
acordo com as produções dos estudantes, selecionamos a metodologia do Design
Experiment por ela ser um modelo dinâmico e cambiável, podendo ser realizadas
atividades passíveis de remodelação, conforme o desempenho dos alunos
envolvidos.
Consideramos que uma de suas características é favorecer a investigação
das trajetórias dos estudantes, ou seja, as compreensões dos conceitos que estão
sob investigação pelo pesquisador durante a atividade ainda em andamento.
3.2.1 Sujeitos
Os sujeitos dessa pesquisa foram organizados em dois grupos. O primeiro
contou com quatro sujeitos, estudantes do segundo ano de Licenciatura em
Matemática de uma faculdade particular do Estado de São Paulo, com faixa etária
entre vinte três e trinta e sete anos. Eles já haviam tido contato com a disciplina de
Cálculo I e sabiam os conceitos básicos de derivadas de funções polinomiais.
Esse primeiro grupo participou da aplicação preliminar, a qual objetivou
avaliar se os enunciados das atividades necessitavam de reformulações, antes da
aplicação do experimento ao grupo principal. A escolha desses sujeitos se deu pelo
39
fato de já estudarem na própria universidade em que a coleta foi realizada. Além
disso, a instituição possuía quatro laboratórios de Informática com o software
Geogebra instalado em todos os computadores, favorecendo o acesso dos
estudantes ao local da pesquisa.
Esses sujeitos já haviam tido contato com o software Geogebra e, portanto,
tal fato dispensou uma capacitação a priori. Para retomar alguns comandos, o
ambiente proposto aos sujeitos possuía vídeos explicativos de alguns comandos
requeridos pelo programa.
Essa primeira fase objetivou investigar se os enunciados das atividades
estavam claros e se haveria necessidade de alguma reformulação, antes da
aplicação ao grupo principal.
Na aplicação definitiva das atividades do experimento, contamos com dois
sujeitos, o aluno A, do sexo masculino, e o aluno B, do sexo feminino, ambos
estudantes do segundo ano de Licenciatura em Matemática da mesma universidade
particular dos sujeitos da aplicação preliminar. No momento da aplicação, a idade do
aluno A era de vinte e cinco anos e o aluno B possuía trinta e seis anos. Ambos
possuíam conhecimentos iniciais sobre derivadas de funções polinomiais, tinham
facilidades em usar o computador e conheciam o software Geogebra. O
conhecimento que já possuíam do conteúdo representava o pré-requisito necessário
para desenvolver o experimento, referente à introdução ao conceito de derivada,
englobando somente a interpretação geométrica da derivada de uma função em um
ponto e o cálculo de derivadas. Até o momento da aplicação desse design, eles não
haviam tido qualquer contato com a análise da relação da primeira derivada com
questões de crescimento e decrescimento e da relação da segunda derivada com
questões de concavidade, uma vez que a intenção era introduzir esses tópicos por
meio de nosso experimento.
3.2.2 O Professor-Pesquisador
Na metodologia de Design Experiment, o professor–pesquisador tem o papel
de conduzir o experimento de forma a se adequar à metodologia utilizada, ou seja,
fazendo intervenções apenas nos momentos de bloqueio, propondo novos
40
questionamentos e outras situações, assumindo o papel de orientador do processo.
Ele também tem a responsabilidade de identificar e realizar os ajustes necessários
nos momentos críticos que surgirem durante a condução do experimento. Essa foi a
postura adotada pelo professor-pesquisador do presente estudo. As intervenções
realizadas pelo professor-pesquisador na condução do design estão detalhadas no
capítulo referente à análise da aplicação definitiva do experimento.
3.2.3 Material e ambiente de trabalho
Com o primeiro grupo, o experimento foi realizado no laboratório de
informática da Universidade no período noturno. Foi utilizado um computador para
cada aluno, sendo que em todos eles o software Geogebra e o plug-in javaruntime
foram instalados para rodar os applets do experimento. Além do ambiente
computacional, os alunos foram munidos de fichas de atividades para interagir com
o ambiente. Já o segundo grupo contou com o mesmo instrumental e o experimento
foi realizado no período noturno e aos sábados. Além da produção escrita coletada
por meio dessas fichas, foram consideradas, para análise dos dados, as produções
orais e as telas dos computadores utilizados pelos sujeitos.
3.2.4 Previsão de aplicação
A proposta inicial era de que os alunos executassem o arquivo intitulado
index.html e explorassem o ambiente, que fizessem a leitura dos textos propostos,
assistissem aos vídeos tutoriais sobre alguns comandos do Geogebra, apenas para
maior familiarização com o programa. Após isso, esperava-se que iniciassem as
atividades. Inicialmente previa-se a aplicação das atividades em duas sessões,
porém, dado que o professor-pesquisador evidenciou a necessidade de
reformulações, conforme previsto pela metodologia adotada, foi necessário mais um
encontro.
No próximo capítulo, apresenta-se a descrição do objeto matemático
explorado neste estudo.
41
4. DESCRIÇÃO DO OBJETO MATEMÁTICO
Apresenta-se, nesse capítulo, o embasamento matemático dos conceitos
envolvidos nessa pesquisa, referente ao estudo da variação das funções.
4.1 ANÁLISE DE CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO DE FUNÇÕES
Inicialmente apresenta-se uma noção intuitiva desses dois conceitos. Seja f
uma função definida em um intervalo e sejam pontos desse intervalo.
(a) é dita crescente no intervalo se ( ) ( ) para .
(b) é dita decrescente no intervalo se ( ) ( ) para .
(c) é dita constante no intervalo se ( ) ( ) para todos os pontos
.
Figura 1: Exemplos do comportamento das funções Fonte: ANTON (2007, p.268)
4.2 TEOREMA DO VALOR MÉDIO
TEOREMA: Seja contínua no intervalo fechado e diferenciável no intervalo
aberto . Então existe pelo menos um ponto c em ] , tal que:
( ) ( ) ( )
Fonte: ANTON (2007, p. 331)
42
De acordo com Anton (2007), entre dois pontos ( ( )) e ( ( ))
quaisquer de uma função diferenciável , existe pelo menos um ponto onde a reta
tangente ao gráfico de f é paralela à reta secante que passa por A e B, conforme
ilustrado na figura a seguir.
Figura 2 : Gráfico Representando o TVM Fonte: Acervo Pessoal
Note que a inclinação da reta secante que passa por ( ( )) e ( ( )) é
dada por:
( ) ( )
E a inclinação da reta tangente em C é ( ), portanto temos:
( ) ( ) ( )
4.3 ANÁLISE DE FUNÇÕES: CRESCIMENTO, DECRESCIMENTO E
CONCAVIDADE.
Apresenta-se, neste momento, outro tipo de análise de crescimento e
decrescimento de funções, por meio de elementos do Cálculo Diferencial. Em certos
casos, a análise apresentada no item 4.1 demanda um esforço muito maior para
43
determinar os intervalos de crescimento ou decrescimento, o que leva à
necessidade de introduzir uma nova forma de análise.
Os termos crescente e decrescente são utilizados para descrever o
comportamento de uma função em um intervalo, à medida que percorremos o
gráfico no sentido da esquerda para direita.
Figura 3: Comportamento da Função Fonte: Acervo Pessoal
Numa observação intuitiva da figura apresentada anteriormente, sugere-se
que uma função diferenciável é crescente em qualquer intervalo onde cada reta
tangente ao gráfico tenha inclinação positiva e decrescente em qualquer intervalo
onde cada reta tangente ao gráfico tenha inclinação negativa, o que nos leva ao
seguinte teorema.
TEOREMA: Seja uma função contínua em um intervalo fechado e
diferenciável no intervalo aberto .
a) Se ( ) para todo valor de x em , então é crescente em .
b) Se ( ) para todo valor de x em , então é decrescente em
.
c) Se ( ) para todo valor de x em , então é constante em .
Fonte: ANTON (2007, p. 268)
Considerando como exemplo duas funções utilizadas no presente trabalho,
apresenta-se a análise de seus intervalos de crescimento e decrescimento por meio
de derivadas.
44
A primeira função é ( ) . Tomemos sua derivada ( ) .
Agora fazendo ( ) .
( )
( )( )
Pela resolução anterior e pelo diagrama de flechas, que representa o estudo
da variação de sinais de , observa-se que ( ) e em e
( ) . O que podemos dizer seguramente, baseado no teorema
apresentado anteriormente, que a função ( ) é crescente nos intervalos
e [ e decrescente no intervalo [
A segunda função é ( ) . Tomemos sua derivada
( ) . Agora fazendo ( )
( )
( )
( )( )
Conforme a resolução acima e pelo diagrama de flechas, que representa o
estudo da variação de sinais de , observa-se que ( ) em e em
e ( ) em e em . Esse resultado nos garante dizer, pelo
teorema citado anteriormente que, a função ( ) é crescente nos
intervalos e [ e decrescente nos intervalos e [ .
Embora o sinal da primeira derivada de f mostre os intervalos onde o gráfico
cresce ou decresce, ele não é ainda capaz de revelar a direção da curvatura do
gráfico, ou seja, se está curvado para cima ou curvado para baixo. Para os
intervalos onde o gráfico de f tiver uma curvatura para cima dizemos que ele é
45
côncavo para cima, e nos intervalos em que o gráfico tiver uma curvatura para baixo,
dizemos que ele é côncavo para baixo.
Figura 4: Concavidade dos gráficos Fonte: Arquivo Pessoal
Para o estudo da concavidade das funções utiliza-se o seguinte teorema.
TEOREMA: Seja uma função duas vezes diferenciável em um intervalo aberto I.
a) Se ( ) para cada valor de em I, então f é côncava para cima em I.
b) Se ( ) para cada valor de em I, então f é côncava para baixo em I.
Fonte: ANTON (2007, p. 270)
Em um mesmo gráfico é possível que se tenham as duas formas de
concavidade, ou seja, muda de côncavo para cima para côncavo para baixo, por
exemplo, e o ponto em que isso ocorre é um elemento de interesse de estudo
chamado ponto de inflexão. Sua definição será dada a seguir:
DEFINIÇÃO: Se f é contínua em um intervalo aberto contendo o ponto e muda de
concavidade no ponto ( ( )), então dizemos que o ponto do domínio, ou
ponto ( ( )) do gráfico, é um ponto de inflexão de f.
Fonte: ANTON (2007, p. 271)
46
Analisa-se, neste momento, a aplicação do teorema sobre a concavidade nas
duas funções polinomiais citadas anteriormente, as quais estão presentes em nosso
experimento.
Para a função ( ) , teremos:
( )
Temos que
( )
Portanto, a função terá concavidade voltada para cima para , e,
analogamente sua concavidade será voltada para baixo para . Conforme ilustra
a figura 5.
Figura 5: Concavidades da função ( ) . Fonte: Acervo Pessoal
Observamos que a função dada anteriormente muda de concavidade quando
, ou seja, a função é côncava para cima quando e côncava para baixo
quando , isso nos leva a concluir que o ponto ( ( )) é ponto de inflexão.
47
Para a função ( ) , teremos:
( )
Temos que:
( )
Então para ( ) temos √
√
, analogamente, para ( )
temos √
ou
√
, conforme ilustra a figura 6.
Figura 6: As concavidades da função ( ) Fonte: Acervo Pessoal
Observamos que a função dada anteriormente muda de concavidade quando
√
e
√
, ou seja, a função é côncava para cima quando
√
√
e
côncava para baixo quando √
ou
√
, isso nos leva a concluir que os
pontos ( √
(
√
)) e (
√
(
√
)) são pontos de inflexão.
48
4.4 POLINÔMIOS
Um polinômio de grau n é uma função que pode ser escrita na forma:
( )
Os números são denominados coeficientes do polinômio, sendo
que o coeficiente é chamado de coeficiente dominante, pois multiplica a potência
mais alta de .
4.5 ANÁLISE DE POLINÔMIOS
Segundo Anton (2007), o significado da expressão “esboçar uma curva” está
associado ao uso de Cálculo Diferencial para ajudar no desenvolvimento do esboço
dessa curva desenhada à mão. Como os gráficos hoje em dia podem ser plotados
por meio de softwares, assim como o Geogebra, por exemplo, houve uma mudança
no propósito de esboçar uma curva. Sendo assim, o objetivo de esboçar curvas
consiste em retirar as informações que o gráfico revela sobre as funções.
Dentre as diversas funções, as polinomiais são normalmente consideradas as
mais simples de serem esboçadas e analisadas. Anton (2007, p.284-285) destaca
algumas principais características significativas dos polinômios:
O domínio de um polinômio é .
Os polinômios são contínuos em toda parte.
Os polinômios são diferenciáveis em toda parte, de modo que seus gráficos
não têm bicos nem retas tangentes verticais.
O gráfico de um polinômio (não constante) sempre cresce ou decresce
quando ou . Esse fato se deve porque o limite de um polinômio
não constante quando ou quando é sempre , dependendo
do sinal do termo de maior grau e se o polinômio é de grau par ou impar.
O gráfico de um polinômio de grau n (>2) tem no máximo n cortes com o eixo
, no máximo extremos relativos e pontos de inflexão. Isso porque
todos os itens citados anteriormente estão entre as soluções reais das
49
equações ( ) ( ) ( ) , e os polinômios dessas equações
têm grau , respectivamente.
No capítulo seguinte, serão apresentadas as atividades referentes ao design
inicial proposto.
50
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE PRELIMINAR DAS ATIVIDADES
Neste capítulo, inicialmente é descrito o ambiente de ensino elaborado, o qual
está disponível em CD-ROM. Em seguida são apresentadas as atividades do
design, acompanhadas de sua análise prévia. Por fim, são descritas as alterações
nos enunciados que se mostraram necessárias após a aplicação preliminar,
culminando no design reformulado, o qual foi aplicado ao grupo principal. Salienta-se
que esta aplicação preliminar teve apenas o objetivo de avaliar o instrumento
elaborado. Desta forma, as atividades foram aplicadas sem a intervenção do
professor-pesquisador, tendo em vista que a intenção era a de verificar se seus
enunciados estavam compreensíveis e se havia necessidade de reformulações no
instrumento antes da aplicação final.
Já na aplicação principal, o objetivo consistiu em investigar as produções dos
alunos com base na fundamentação teórica adotada, observando se a abordagem
proposta favoreceria as conversões e os tratamentos entre representações e se o
software contribuiria neste processo.
5.1 APRESENTAÇÃO DO AMBIENTE
O ambiente é composto por quatro partes. Para acessá-las, há uma página
inicial. Essa página é um arquivo html e está intitulado index.html. Ao abri-lo, o aluno
terá a opção de navegar por onde for conduzido pelo professor-pesquisador. A tela
inicial é apresentada na figura 7.
51
Figura 7: Tela inicial do experimento Fonte: Acervo Pessoal
Os quatro botões iniciais levam os sujeitos a outras telas, cada qual com suas
especificidades. Vejamos a seguir o que há em cada uma.
Atividades: Nesse espaço constam as atividades no formato de applets (que
são aplicativos elaborados no GeoGebra e exportados como páginas da web)
sendo que o aluno, ao interagir com esses applets, poderá responder um
questionário preparado para essas atividades no intuito de levantar as bases
dessa pesquisa.
52
Figura 8: Tela do ambiente ATIVIDADES Fonte: Acervo Pessoal
Textos: Nessa página são disponibilizados alguns textos que tratam do
assunto estudado, como por exemplo, temas relativos aos registros de
representações semióticas, aos polinômios, à informática na educação,
dentre outros. Todos os textos estão no formato pdf (portable document file),
e objetivam auxiliar o aluno para um esclarecimento mais abrangente sobre o
tema abordado na pesquisa.
53
Figura 9: Tela do Ambiente TEXTOS Fonte: Acervo Pessoal
Vídeos: Esse espaço contém vídeos tutoriais do programa Geogebra,
destacando alguns comandos e ferramentas mais utilizados.
Figura 10: Tela do ambiente VIDEOS Fonte: Acervo Pessoal
54
GeoGebra: É uma página que faz uma ligação com a página principal do
programa e tem como intenção dar um panorama mais geral da importância
do software no ensino da Matemática.
Figura11: Tela do Ambiente GEOGEBRA Fonte: Acervo Pessoal
5.2 APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DO EXPERIMENTO - DESENHO
INICIAL
5.2.1 Atividade 01
A Atividade 01, composta pelas situações 01-A, 01-B, 01-C, tratou da análise
de crescimento e decrescimento de uma função. Na situação 01-A, foi abordado um
exemplo de função polinomial de grau três, na situação 01-B um exemplo de grau
quatro e na situação 01-C um exemplo de grau cinco.
5.2.1.1 Atividade 01 – Situação 01-A – Análise preliminar
Nessa situação foi proposta a função ( ) , no intervalo de
, com o objetivo de fornecer ao estudante um ambiente favorável para
identificar, movimentando o seletor vermelho, os intervalos de crescimento e de
decrescimento da função. Esperava-se que o dinamismo do software pudesse
favorecer essa investigação. Na tela foi apresentada uma representação do registro
55
gráfico. No registro da língua natural materna, eram apresentadas as instruções da
atividade e, no registro algébrico, a função estudada.
Figura 12: Atividade 01A Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade, os questionamentos propostos no ambiente papel e lápis
foram os seguintes:
Atividade 01A
Pergunta 01-A: Em qual (is) intervalo(s) a função é crescente? E decrescente?
Pergunta 02-A: No intervalo -2 ≤ x ≤ 0, qual o maior valor possível de y(A)? __
Pergunta 03-A: No intervalo 0 ≤ x ≤ 2, qual o menor valor possível de y(A)? __
Quadro 4: Atividade 01A no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
Esperava-se que o aluno conseguisse, relacionando representações dos
registros gráfico, algébrico e da língua natural materna, identificar os intervalos em
que a função era crescente e os intervalos em que era decrescente, deslocando o
seletor vermelho. A pergunta 01-A teve por objetivo verificar se a investigação na
56
representação gráfica favoreceria a análise do crescimento/decrescimento da
função. As perguntas 02-A e 03-A tiveram por objetivo analisar se, no intervalo dado,
a função possuía um valor de máximo local e de mínimo local.
Para a resolução desta atividade, esperava-se que os estudantes
estabelecessem principalmente conversões entre representações dos registros
gráfico, algébrico e da língua natural.
5.2.1.2 Atividade 01 - Situação 01- B – Análise preliminar
Nessa situação foi estudado o comportamento da função ( ) ,
no intervalo . Da mesma forma que a atividade 1A, essa situação teve por
objetivo propor ao estudante um ambiente de investigação, para que ele
identificasse, movimentando o seletor vermelho, os intervalos de crescimento e
decrescimento da função para o caso de uma função polinomial de quarto grau.
Essa atividade também possuiu os mesmos registros de representação semióticas
envolvidos na atividade 1A descrita anteriormente.
Figura 13:Atividade 01B Fonte: Acervo Pessoal
57
Essa atividade representou apenas uma diversificação da atividade 1A, pois a
intenção era que fosse usada mais de uma função polinomial com grau maior do que
dois.
Para essa situação, os questionamentos propostos no ambiente papel e lápis
foram os seguintes:
Atividade 01B
Pergunta 01-B: Em qual (is) intervalo(s) a função é crescente? E decrescente?
Pergunta 02-B: No intervalo -2≤x≤-1, qual foi o maior valor de y(A)? _______
Pergunta 03-B: No intervalo -1≤x≤1, qual foi o menor valor de y(A)?_______
Pergunta 04-B: No intervalo 1≤x≤2, qual foi o maior valor de y(A)?________
Quadro 5:Atividade 01B no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
Esperava-se que o aluno conseguisse, relacionando representações dos
registros gráfico, algébrico e da língua materna, identificar os intervalos em que a
função era crescente e os intervalos em que era decrescente, por meio da
manipulação do seletor vermelho. A pergunta 01-B teve como objetivo investigar se
o trabalho no registro gráfico favoreceu a análise de crescimento/decrescimento da
função. As perguntas 02-B, 03-B e 04-B tiveram por objetivo analisar se, no intervalo
dado, a função possuía um valor de máximo local e de mínimo local.
Para a resolução desta atividade, esperava-se que os estudantes
estabelecessem principalmente conversões entre representações dos registros
gráfico, algébrico e da língua natural.
5.2.1.3 Atividade 01 - Situação 01-C – Análise preliminar
Nessa atividade foi estudado o comportamento da função ( ) ,
no intervalo . Novamente o objetivo foi propor aos alunos, por meio da
manipulação do seletor vermelho, a investigação dos intervalos de crescimento e
decrescimento da função, neste momento para o caso de uma função de grau cinco.
Na tela era apresentado o registro gráfico. No registro da língua natural materna
58
eram apresentadas as instruções da atividade e, no registro algébrico, a função
estudada.
Figura 14: Atividade 01C Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade, os questionamentos propostos no ambiente papel e lápis
foram os seguintes:
Atividade 01C
a) Determinar quais são os intervalos em que a função polinomial
estudada é crescente e quais são os intervalos em que é decrescente.
Quadro 6: Atividade 01C no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
59
Esperava-se que o aluno conseguisse, relacionando representações dos
registros gráfico, algébrico e da língua materna, identificar que os intervalos em que
a função era crescente eram [-1,65; -0,65] e [0,65;1,65] e os intervalos em que ela
era decrescente eram [-2,5; -1,65] , [-0,65; 0,65] e [1,65; 2,5] , considerando a
aproximação de duas casas decimais estabelecida no ambiente computacional.
Para a resolução desta atividade, esperava-se que os estudantes
estabelecessem principalmente conversões entre representações dos registros
gráfico, algébrico e da língua natural.
5.2.2 Atividade 02
A Atividade 02, composta pelas situações 02-A e 02-B, teve por objetivo
fornecer um ambiente favorável para que o estudante pudesse relacionar o
crescimento e decrescimento da função com o sinal do coeficiente angular da reta
tangente ao gráfico da função em um ponto. Na situação 02-A, foi abordado um
exemplo de função polinomial de grau três e na situação 02-B um exemplo de grau
quatro.
5.2.2.1 Atividade 02 - Situação 02-A – Análise preliminar
Nessa atividade a função estudada foi ( ) no intervalo de ,
com o objetivo de observar, a cada movimento do seletor, que havia uma relação
entre os intervalos de crescimento e decrescimento da função com o sinal do
coeficiente angular da reta tangente em um ponto A presente no gráfico de f.
Esperava-se que os estudantes percebessem, por exemplo, que o sinal positivo do
coeficiente angular da reta tangente se dava no intervalo em que a função era
crescente. Na tela era apresentada uma representação do registro gráfico e, ao seu
lado, uma representação do registro simbólico na forma tabular, contendo
informações do sinal do coeficiente angular da reta tangente no ponto A. No registro
da língua natural materna eram apresentadas as instruções da atividade e no
registro algébrico a função estudada. Esperava-se que o aspecto dinâmico do
software pudesse favorecer esse tipo de investigação.
60
Figura 15:Atividade 02A Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade os questionamentos propostos no ambiente papel e lápis
foram os seguintes:
Atividade 02A
a) Em quais intervalos a reta tangente no ponto A tem inclinação positiva?
b) Em quais intervalos a reta tangente no ponto A tem inclinação negativa?
c) Em quais intervalos a função f é crescente?
d) Em quais intervalos a função f é decrescente?
e) Compare os valores encontrados nos itens anteriores. O que pode perceber
em relação a esses valores?
Quadro 7: Atividade 02A no ambiente papel e lápis. Fonte: Arquivo Pessoal
As perguntas dos itens a e b tiveram por objetivo analisar se os alunos, por
meio de conversões do registro gráfico para a língua natural e do gráfico para o
61
algébrico, apresentariam os intervalos onde a tangente era positiva ou negativa. As
perguntas dos itens c e d objetivaram fornecer ao aluno uma forma de organização
dos intervalos de crescimento e decrescimento para, em seguida, fazer uma
comparação entre os itens a e b e os itens c e d. Esperava-se que o aluno
percebesse que são os mesmos intervalos e conjecturasse, no item e, que, quando
a reta tangente possuísse inclinação positiva, a função teria comportamento
crescente e, quando a reta tangente possuísse inclinação negativa, a função teria
comportamento decrescente.
5.2.2.2 Atividade 02 - Situação 02-B – Análise preliminar
Nessa atividade foi estudado o comportamento da função ( ) ,
no intervalo . O objetivo dessa atividade foi o de relacionar o sinal da
derivada da função com o seu crescimento/decrescimento. Neste caso, tratou-se de
um exemplo de função polinomial com grau quatro. Pode-se observar que nesta
atividade era esperado que o estudante relacionasse o sinal da derivada com o sinal
do coeficiente angular da reta tangente, dado que a interpretação geométrica do
sinal da derivada já consistia em um pré-requisito desses estudantes.
Na tela, poderia ser observada, ao lado da representação do registro gráfico
da função, uma representação do registro da língua natural materna, com
informações sobre a inclinação da reta tangente no ponto A, presente na
representação do registro gráfico. Essa atividade também possuiu os mesmos
registros de representações semióticas envolvidos na atividade 2A descrita
anteriormente.
62
Figura 16:Atividade 02B Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 02B
a) Complete a tabela, colocando os intervalos, no que se pede.
b) Compare os valores encontrados nas colunas da tabela acima e diga o que
pode ser percebido em relação a esses valores?
Quadro 8: Ambiente 02B no ambiente papel e lápis. Fonte: Arquivo Pessoal
63
O item a teve por objetivo coletar informações relacionadas aos intervalos de
crescimento e decrescimento da função. Esperava-se que, ao completar essa
tabela, o aluno estabelecesse a relação entre as colunas A e C e B e D,
apresentando, no item b, a influência do sinal da derivada no crescimento ou
decrescimento da função. Na coluna E era esperado que o aluno observasse que
nos pontos de máximo local, que no caso da função estudada eram os pontos (-1,3)
e (1,3), a derivada era nula.
No item a, esperava-se que o estudante realizasse conversões entre
representações dos registros gráfico e algébrico. Em seguida, no item b, esperava-
se que ele relatasse na língua natural os resultados observados.
5.2.3 Atividade 03
A Atividade 03, composta pelas situações 03-A e 03-B, tratou da análise do
sinal de uma função. Na situação 03-A, foi abordado um exemplo de função
polinomial de grau quatro e, na situação 03-B, dois exemplos, sendo um de função
polinomial de grau três e outro de grau 4.
5.2.3.1 Atividade 03 - Situação 03-A – Análise preliminar
Nessa atividade a função estudada foi ( ) no
intervalo . O objetivo era que o aluno analisasse em que intervalos a
função era positiva e em que intervalos ela era negativa. Para isso o aluno deveria
deslizar o seletor denotado por “a” e perceber o sinal de y(A), sendo A um ponto
pertencente à representação da função no registro gráfico. Na tela eram
apresentadas duas representações, uma do registro gráfico e uma do registro
simbólico na forma tabular, contendo informações do ponto A, presente no gráfico.
No registro da língua natural materna, eram apresentadas as instruções da atividade
e no registro algébrico a função estudada.
64
Figura 17: Atividade 03A Fonte: Acervo Pessoal
No ambiente papel e lápis havia um informativo antes de iniciar a atividade
em si, para que o aluno recordasse o conceito de função positiva e função negativa,
conforme apresentado no quadro a seguir.
Quadro 9: Definição de função positiva e negativa dada no ambiente papel e lápis. Fonte: Acervo Pessoal
65
Em seguida os questionamentos no ambiente papel e lápis foram:
Atividade 3A
a) Em quais intervalos a função é positiva?
b) Em quais intervalos a função é negativa?
c) Quais são as raízes da função estudada?
Quadro 10: Atividade 03A no ambiente papel e lápis. Fonte: Acervo Pessoal
As questões no ambiente papel e lápis da atividade 3A tiveram por objetivo
fornecer ao aluno situações de levantamento dos intervalos onde a função era
positiva e onde era negativa. A importância dessa e das demais atividades que se
seguem será perceptível nas atividades que pedem a análise do comportamento da
função baseada no sinal das derivadas, o que ocorrerá nas atividades 04A e 04B.
Com os itens a, b e c, esperava-se que o estudante estabelecesse
conversões entre representações dos registros gráfico, algébrico e da língua natural.
5.2.3.2 Atividade 03 - Situação 03-B – Análise preliminar
Nessa atividade, que teve o mesmo objetivo da anterior, foram estudadas
duas funções. Os registros explorados nesta situação foram os mesmos da situação
anterior.
66
Figura 18: Atividade 03B - Função 01 Fonte: Acervo Pessoal
Figura 19: Atividade 03B - Função 02 Fonte: Acervo Pessoal
67
Para essa atividade, os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 03B
a) Clique no botão “Função 01” e complete a tabela no que se pede.
b) Clique no botão “Função 02” e a seguir complete a tabela.
Quadro 11:Atividade 03B no ambiente papel e lápis. Fonte: Arquivo Pessoal
O objetivo de cada tabela consistiu em identificar os intervalos obtidos pela
análise da representação gráfica, ao se mover o seletor. Neste caso, esperava-se
que os estudantes estabelecessem conversões entre representações do registro
gráfico, simbólico-tabular e algébrico.
5.2.4 Atividade 04
A Atividade 04, composta pelas situações 04-A e 04-B, teve por objetivo
fornecer um ambiente favorável para que o estudante pudesse relacionar o
crescimento e decrescimento da função com o sinal da função derivada. Na situação
04-A, foi abordado um exemplo de função polinomial de grau três e na situação 04-B
um exemplo de grau quatro.
68
5.2.4.1 Atividade 04 - Situação 04-A – Análise preliminar
Nessa atividade a função estudada foi ( ) no intervalo .
O objetivo era que o aluno analisasse em quais intervalos a função f era crescente e
comparasse com os intervalos em que a função derivada de f era positiva. O mesmo
se esperava para os intervalos onde a função f era decrescente, ou seja, a
associação disso com os intervalos nos quais a função derivada de f era negativa.
Para isso o aluno deveria deslizar o seletor denotado por “a” e perceber o
movimento do ponto A, sendo A um ponto pertencente à representação da função
no registro gráfico. Na tela eram apresentadas duas representações no registro
gráfico. No registro da língua natural materna, eram apresentadas as instruções da
atividade e no registro algébrico a função estudada. Havia a possibilidade de exibir
e/ou ocultar uma reta tangente ao gráfico no ponto A, com objetivo de auxiliar a
observação da relação entre o sinal da derivada e a inclinação dessa reta tangente
com o comportamento da função em dado intervalo. Na tela, também se contava
com a opção do comando “exibir derivada”, que permitia que o gráfico da função
derivada fosse exibido no mesmo par de eixos da função f, para auxiliar na
visualização do comportamento da função f em relação ao sinal da função derivada
de f.
Figura 20: Atividade 04A Fonte: Acervo Pessoal
69
Para essa atividade, os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 04A
a) Em quais intervalos f’ é positiva?
b) Em quais intervalos f’ é negativa?
c) Em quais intervalos f é crescente?
d) Em quais intervalos f é decrescente?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
Quadro 12: Atividade 04A no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
Os itens a e b tiveram por objetivo coletar informações relacionadas aos
intervalos onde a função derivada era positiva e/ou negativa. Os itens c e d tiveram
por objetivo coletar informações relacionadas aos intervalos onde a função derivada
era crescente e/ou decrescente. Esperava-se que, ao responder esses itens, o aluno
estabelecesse a relação entre as perguntas dos itens a e b com as perguntas dos
itens c e d, apresentando, no item e, a influência do sinal da derivada da função f na
análise do crescimento ou decrescimento da função f.
Para a resolução dessa atividade, esperava-se que o estudante realizasse
uma operação de tratamento entre representações gráficas da função f e de sua
derivada. Em seguida, no ambiente papel e lápis, esperava-se que o aluno fizesse
conversões entre os registros gráfico e da língua natural ou entre gráfico e algébrico.
No item e era esperado que o aluno relatasse, na língua natural, os resultados
observados.
5.2.4.2 Atividade 04 - Situação 04-B – Análise preliminar
Nessa atividade, que teve o mesmo objetivo da anterior, foi estudada a função
( ) no intervalo e a sua derivada. Os registros explorados
70
nesta situação foram os mesmos da situação anterior, bem como as características
das telas apresentadas.
Figura 21: Atividade 04B Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade, os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 04B
a) Mova o seletor “a” com o mouse. Clique na caixa de opção “exibir tangente”.
Em seguida complete a tabela no que se pede.
b) Comparando os resultados observados na tabela anterior, o que se pode
observar? Faça suas anotações.
Quadro13: Atividade 04B no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
71
O objetivo dessa atividade foi analisar a influência do sinal da derivada da
função f com o comportamento de crescimento e/ou decrescimento de f em um dado
intervalo. Esperava-se que o aluno fizesse essa correspondência e anotasse no item
b, o que denota o uso do registro de representação na língua natural.
5.2.5 Atividade 05
A Atividade 05, composta pelas situações 05-A e 05-B, teve por objetivo
fornecer um ambiente favorável para que o estudante pudesse relacionar a
concavidade da função f em dado intervalo com o sinal da função segunda derivada
de f. Na situação 05-A, foi abordado um exemplo de função polinomial de grau três e
na situação 05-B um exemplo de grau quatro.
5.2.5.1 Atividade 05 - Situação 05-A – Análise preliminar
Nessa atividade foi proposta a análise da função ( ) no intervalo
e de sua derivada segunda, ambas apresentadas em tela no registro
gráfico. O objetivo era que o aluno analisasse em quais intervalos a função f’’ era
positiva e comparasse com os intervalos onde a função f tinha concavidade para
cima. O mesmo se esperava para os intervalos onde a função f’’ era negativa,
identificando com os intervalos em que a função f tinha concavidade para baixo.
Para isso o aluno deveria deslizar o seletor denotado por “a” e perceber o sinal da
função derivada segunda no registro gráfico. Na tela, onde estava apresentado o
gráfico da função derivada segunda, eram apresentadas duas representações, uma
do registro gráfico e uma do registro simbólico na forma tabular, contendo
informações do ponto B, presente no gráfico.
72
Figura 22: Atividade 05A Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade, os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 05A
a) Em quais intervalos f’’ é positiva?
b) Em quais intervalos f’’ é negativa?
c) Em quais intervalos f possui concavidade para cima?
d) Em quais intervalos f possui concavidade para baixo?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
Quadro 14: Atividade 05A no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo Pessoal
O objetivo dessa atividade foi analisar a influência do sinal da função derivada
segunda com a concavidade do gráfico da função f em um dado intervalo. Esperava-
se que o aluno fizesse essa correspondência e anotasse suas conclusões no item e.
Nos itens a, b, c, d e e, esperava-se que o estudante estabelecesse
conversões entre representações dos registros gráfico e simbólico-tabular,
fornecendo a resposta ou na língua natural ou no registro algébrico.
73
5.2.5.2 Atividade 05 - Situação 05-B – Análise preliminar
Nessa atividade foi proposta a análise da função ( ) no
intervalo e de sua derivada segunda, ambas apresentadas em tela no
registro gráfico. Os registros explorados nesta situação foram os mesmos da
situação anterior, bem como as características das telas apresentadas.
Figura 23: Atividade 05B Fonte: Acervo Pessoal
Para essa atividade, os questionamentos no ambiente papel e lápis foram os
seguintes:
Atividade 05B
a) Mova o seletor “a” com o mouse. Em seguida complete a tabela no que se pede.
b) Comparando os resultados observados na tabela anterior o que se pode observar. Faça
suas anotações.
Quadro 15: Atividade 05B no ambiente papel e lápis Fonte: Acervo pessoal
74
O objetivo dessa atividade foi analisar a influência do sinal da função derivada
segunda com a concavidade do gráfico da função f em um dado intervalo. Esperava-
se que o aluno fizesse essa correspondência e anotasse suas conclusões no item b.
A seguir, são apresentados os resultados da aplicação preliminar, a qual
visou avaliar o instrumento, para que fosse possível realizar as adequações
necessárias antes da aplicação ao grupo principal.
5.3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO PRELIMINAR
Nesta seção, são apresentadas as alterações realizadas no design a partir
das produções fornecidas pelos estudantes na aplicação preliminar. Conforme já
relatado, nessa primeira aplicação, não houve interferências do professor-
pesquisador, dado que o objetivo consistia apenas em avaliar se os estudantes
compreendiam os enunciados, para que, caso houvesse a necessidade de
reformulações, estas fossem realizadas antes que o instrumento fosse aplicado ao
grupo principal. Essa aplicação preliminar foi realizada com quatro estudantes do
segundo semestre do curso de Licenciatura de uma universidade particular de
ensino superior que já haviam tido contato apenas com o significado geométrico do
sinal da derivada e com as regras de cálculo.
Em geral, os estudantes não apresentaram dificuldades na análise do
crescimento/decrescimento das atividades 1A e 1B. Já na atividade 1C, devido às
limitações do software em relação às aproximações numéricas, cada aluno
apresentou uma resposta particular, conforme descrito a seguir.
75
Figura 24:Resposta da atividade 01C - Aluno 1. Fonte: Acervo Pessoal
Figura 25: Resposta da atividade 01C - Aluno 2. Fonte: Acervo Pessoal
Figura 26: Resposta da atividade 01C - Aluno 3. Fonte: Acervo Pessoal
76
Figura 27: Resposta da atividade 01C - Aluno 4. Fonte: Acervo Pessoal
Tal fato nos levou a repensar se valeria a pena manter a atividade. Apesar de
ela representar uma oportunidade de discussão das limitações do software neste
tipo de trabalho, ela também poderia trazer prejuízos na construção do
conhecimento, dado que o momento era de um primeiro contato dos alunos com
este tipo de análise para funções polinomiais de grau maior do que dois. Com isso,
para o estudo principal, optou-se por excluí-la.
Na atividade 2-A, pela análise das produções dos estudantes, notou-se que o
objetivo foi atingido. Todos associaram corretamente o sinal da reta tangente com a
análise de crescimento/decrescimento da função, conforme ilustrado pela produção
do aluno 2.
77
Figura 28: Resposta da atividade 02A - Aluno 2. Fonte: Acervo Pessoal
Somente o aluno 1, apesar de aparentemente estabelecer a relação
esperada, apresentou problemas no registro da língua natural escrita, no momento
em que concebeu que a função tem inclinação positiva e não que a reta tangente ao
gráfico da função tem inclinação positiva, conforme ilustrado a seguir.
Figura 29: Resposta da Atividade 02A - item 3- dada pelo aluno 1. Fonte: Acervo Pessoal
78
Além disso, este aluno considerou um dos extremos do intervalo como 1,1 e
não como 1. Apesar disso, como a maioria dos estudantes teve sucesso nesta
atividade, não foram realizadas alterações nos enunciados das tarefas propostas.
Na atividade 2-B, a produção dos estudantes revelou a necessidade de
pequenas reformulações no enunciado. Em primeiro lugar, notou-se que a coluna E
da tabela do item a, da forma como foi proposta, não favoreceu ao estudante a
reflexão da relação entre ponto de máximo local e derivada nula.
Notou-se também, na produção de dois alunos, que eles iniciavam o intervalo
no valor -2,1, conforme pode ser observado na produção do aluno 2.
Figura 30: Resposta da Atividade 02B dada pelo aluno 2. Fonte: Acervo Pessoal
Caso esse fato ocorra no estudo principal, tal equívoco será discutido com os
sujeitos. Outra situação que será discutida com os alunos do estudo principal antes
da aplicação do design refere-se ao trabalho com intervalo fechado ou aberto, dado
que três alunos trabalharam com intervalo aberto e um com intervalo fechado. Para
o aluno que trabalhou com o intervalo fechado, a conclusão de que o intervalo de
crescimento coincidia com o intervalo em que o sinal da derivada era positivo não se
estabeleceu, conforme se pode observar a seguir.
79
Figura 31: Resposta da Atividade 02B dada pelo aluno 4. Fonte: Acervo Pessoal
Diante dessa análise, somente o enunciado referente ao caso da derivada
nula foi alterado, porém, essa aplicação preliminar apontou diversas questões que
poderão ocorrer com os alunos da aplicação principal e que provavelmente gerarão
debates entre os sujeitos do experimento e o professor-pesquisador.
Na atividade 3A, pela análise das produções dos estudantes, notou-se que o
objetivo foi atingido, mas com alguns detalhes a serem discutidos para a aplicação
do experimento principal. Conforme apresentado a seguir, notou-se que dois alunos
inseriram nas respostas o infinito, apesar de o enunciado restringir o domínio da
função no intervalo [-3,4].
Figura 32: Resposta da Atividade 3A dada pelo aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
80
Observou-se também, que o aluno 1, em sua resposta dada no item a, iniciou
o intervalo em -1,10, enquanto o correto deveria ser apenas no -1.
Figura 33: Resposta da Atividade 3A dada pelo aluno 4 Fonte: Acervo Pessoal
Já os alunos 2 e 3 utilizaram intervalos fechados, até mesmo para o infinito.
No item a, no primeiro intervalo, pôde-se notar que eles respeitaram a restrição do
domínio apresentada no enunciado, uma vez que o iniciaram no -3. Já no terceiro
intervalo deste mesmo item, usaram o infinito e não o valor estipulado no domínio da
função.
Figura 34: Resposta da Atividade 3A dada pelo aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
81
Figura 35: Resposta da Atividade 3A dada pelo aluno 3 Fonte: Acervo Pessoal
Na atividade 3B observou-se que todos os alunos forneceram apenas o valor
da abscissa do ponto para o qual f(x) = 0, enquanto esperava-se que apresentassem
o ponto por coordenadas no formato (x, y). Isso apontou a necessidade de uma
correção na descrição dessa atividade no ambiente papel e lápis e, com isso,
alterou-se na coluna em que estava apenas descrito f(x) = 0, para (x,y) onde f(x) = 0,
Observaremos, a seguir, as respostas dos alunos, relatando para cada um os
equívocos encontrados nessa primeira análise.
Figura 36: Resposta da Atividade 3B dada pelo Aluno 1 Fonte: Acervo pessoal
82
Para este caso, a função proposta foi ( ) . Os
resultados esperados na coluna onde se pedia ( ) , para cada item, seriam os
pontos ( ) ( ) ( ) ( ). Já na coluna onde se pedia ( ) deveriam
aparecer os intervalos , e ,e, por fim, na coluna onde se pedia
( ) deveríamos ter os intervalos .Observa-se que o aluno 1, no
item a, terceira coluna, inseriu o intervalo com a ordem dos elementos trocada.
Vemos também, que na segunda coluna do item a, como foi pedido o intervalo em
que a função era maior que zero, o número um, que é uma raiz, deveria ficar fora da
resposta, o que não ocorreu na resposta dada pelo aluno. No item b, todas as
respostas estão corretas, apesar de na primeira coluna o aluno fornecer somente o
valor da abscissa do ponto, conforme relatado anteriormente.
Figura 37: Resposta da Atividade 3B dada pelo Aluno 2 Fonte: Acervo pessoal
O aluno 2, no item a, primeira coluna, inseriu sua resposta com formato de
intervalo e não como par ordenado. Observa-se também que o aluno 2 usou
equivocadamente intervalo fechado no infinito em todas as suas respostas. A
resposta dada ao item a, segunda coluna, parece indicar uma confusão entre função
positiva com intervalo de crescimento. No item b, ele usou intervalo fechado em
todos os extremos. Esses resultados reforçam a retomada de alguns conceitos
básicos sobre coordenadas no plano e intervalos antes da aplicação do experimento
principal.
83
Figura 38: Resposta da Atividade 3B dada pelo Aluno 3 Fonte: Acervo pessoal
O aluno 3 cometeu os mesmos erros do aluno 2. Ele utilizou intervalo fechado
no infinito e também confundiu no item a, segunda coluna, função positiva com
intervalo de crescimento da função.
Figura 39: Resposta da Atividade 3B dada pelo Aluno 4 Fonte: Acervo pessoal
84
Conforme podemos observar, o aluno 4 também apresenta apenas a abscissa
do ponto e não o seu formato em coordenadas (x, y). As respostas do item b,
segunda e terceira colunas, foram apresentadas de forma correta. Já no item a,
somente a terceira coluna apresenta resposta de forma correta.
Essa atividade revelou a necessidade de algumas alterações no ambiente
papel e lápis, como por exemplo, deixar mais explícito na primeira coluna que o
ponto deverá ser apresentado no formato de coordenadas (x, y). Com relação ao
uso adequado da notação de intervalos, será feita uma abordagem preliminar sobre
o tema antes da aplicação do experimento principal.
Na atividade 4A, solicitou-se a análise da função ( ) , sendo
esperado como resposta no item a, os intervalos , no item b, o
intervalo , no item c, os intervalos , no item d, o intervalo
. Por fim, no item e, esperava-se que o aluno estabelecesse uma
correspondência entre os itens a-c e b-d, percebendo que são iguais, relatando a
influência do registro gráfico da primeira derivada com o comportamento do registro
gráfico da função.
Na aplicação, apareceram diversas respostas divergentes ao esperado no
ambiente papel e lápis. Alguns alunos ainda continuaram colocando intervalo
fechado para o infinito. Conforme já relatado, será realizada uma revisão de
intervalos com o grupo principal para que esse tipo de equívoco seja amenizado.
O aluno 1 cometeu um engano em relação às respostas dos itens a, b, c e d,
pois ele fez a observação da função f e não da f’ como pedido, conforme se pode
observar pelas respostas dadas por ele.
Figura 40: Resposta da Atividade 4A, itens a e b, dada pelo aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
85
Pode-se, também, observar problemas na língua natural na conclusão pedida
no item e do ambiente papel e lápis.
Figura 41: Resposta da Atividade 4A, item e, dada pelo aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
Na atividade 4B, solicitou-se a análise da função ( ) , sendo
esperado como resposta na primeira coluna da tabela (vide Apêndice I) os intervalos
e na segunda coluna, os intervalos . Nas colunas
seguintes, eram esperados os mesmos intervalos, respectivamente, pois era
provável que o aluno estabelecesse uma correspondência entre as respostas das
duas primeiras colunas com as respostas apresentadas nas duas últimas. Pretendia-
se investigar se o aluno conseguiria observar que os resultados eram iguais e, por
sua vez, relatar a influência do registro gráfico da primeira derivada com o
comportamento do registro gráfico da função.
Alguns alunos ainda continuaram a colocar o infinito com intervalo fechado,
como pode ser visto na produção do aluno 2 a seguir.
Figura 42: Resposta da Atividade 4B, item a, dada pelo aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
86
Na Atividade 5A, na qual foi solicitada a análise da função ( ) e
de sua segunda derivada, foi esperado como resposta nos itens a e c, os intervalos
, nos itens b e d, os valores e por fim, no item e era esperado que o
aluno formalizasse a igualdade dos valores encontrados nos itens descritos
anteriormente.
Apenas dois alunos, dos quatro envolvidos na pesquisa, participaram dessa
atividade. Ambos responderam de forma coerente. Segue a produção do aluno 4.
Figura 43: Resposta da Atividade 5A dada pelo aluno 4 Fonte: Acervo Pessoal
Na Atividade 5B, na qual foi solicitada a análise da função
( ) e de sua segunda derivada, foi esperado como resposta na
primeira coluna do item a o intervalo ] e na segunda coluna os intervalos
. Já no item b, o esperado era o estabelecimento de uma
87
relação entre os valores dos intervalos das duas primeiras colunas com as duas
últimas.
A produção do aluno 1 mostrou que ele acertou os valores esperados no item
a, porém ainda colocou a notação de infinito com intervalo fechado, conforme
ilustrado na figura a seguir.
Figura 44: Resposta da Atividade 5B dada pelo aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
O objetivo esperado no item b, dado na língua natural, foi atingido, conforme
se pode observar pela produção do aluno 4 na figura a seguir.
Figura 45: Resposta da atividade 5B dada pelo aluno 4 Fonte: Acervo Pessoal
A análise das produções dos alunos revelou que não há necessidade de
alteração no ambiente papel e lápis dessa atividade para a aplicação do
experimento principal.
No capítulo seguinte, descreve-se a aplicação principal.
88
6. A APLICAÇÃO PRINCIPAL
6.1 REDESIGN FINAL
Além das alterações anteriormente citadas no instrumento, após a
apresentação dessa pesquisa à banca de qualificação, algumas adaptações e
inclusões sugeridas também nortearam a reestruturação do design, antes de sua
aplicação principal. Neste redesign, algumas tarefas presentes no ambiente
computacional foram suprimidas e, ao mesmo tempo, foram adicionadas novas
atividades, com a finalidade de fortalecer a exploração dos conceitos de crescimento
e decrescimento de funções por meio de uma análise algébrica. A versão final, em
sua íntegra, é apresentada no Apêndice II.
Nos ambientes papel e lápis e computacional foram adicionadas duas tarefas
iniciais intituladas de “atividades zero”, ambas com o objetivo de explorar a definição
algébrica do comportamento de uma função. A definição dada é apresentada no
quadro a seguir.
Uma função , real de variável real, é crescente em A, A ( ), se, e somente se, para
quaisquer números e do conjunto A, ocorre ( ) ( )
Uma função , real de variável real, é decrescente em A, A ( ), se, e somente se, para
quaisquer números e do conjunto A, ocorre ( ) ( )
Quadro 16: Definição de crescimento e decrescimento de função no ambiente papel-e-lápis Fonte: Anton, 2007, p.268
Foi apresentada em seguida, no ambiente papel e lápis, a análise de
crescimento da função ( ) . Neste caso, o professor-pesquisador
apresentou detalhadamente as etapas de análise algébrica. O objetivo consistiu em
apresentar aos alunos que, pela análise algébrica, poderia se garantir que a função
era crescente para quaisquer dois valores do domínio da função.
Como parte da tarefa desse primeiro exemplo, após a apresentação da
análise algébrica, foi solicitado aos sujeitos que verificassem experimentalmente, por
meio do ambiente computacional, essa mesma situação de crescimento da função.
No ambiente havia dois pontos nomeados de com a possibilidade de movê-
89
los com auxílio do mouse. O aluno poderia observar os resultados em um registro
tabular à esquerda da tela e no registro gráfico à direita. A tela dessa atividade é
apresentada na figura 46.
Figura 46: Atividade Zero 01 – Ambiente Computacional Fonte: Acervo Pessoal
O próximo passo foi apresentar aos sujeitos da pesquisa uma nova função,
agora decrescente, para que eles fizessem uma análise algébrica. A apresentação
da função foi dada por meio de um quadro onde estava descrita a frase a seguir.
“Agora tente você. Analise algebricamente o comportamento da função ( ) ”
O objetivo dessa tarefa consistiu em investigar se o aluno saberia analisar o
comportamento de uma nova função, utilizando também um procedimento algébrico.
Seguindo as atividades do experimento, o próximo passo foi desenvolver a
atividade intitulada “atividade zero 02”. Essa atividade consistiu em fazer a análise
do comportamento da função ( ) algebricamente e, em seguida, observar o
equivalente no registro gráfico, por meio da atividade proposta no ambiente
computacional.
90
Figura 47: Atividade Zero 02 – Ambiente Computacional Fonte: Acervo Pessoal
Novamente, no ambiente havia dois pontos nomeados de com a
possibilidade de movê-los com auxílio do mouse. O aluno poderia observar os
resultados em um registro tabular à esquerda da tela e no registro gráfico à direita e
com isso perceber o comportamento da função dada, comparando o observado com
o obtido na análise algébrica.
Por fim, foi solicitado o mesmo tipo de análise para a função ( ) .
Nesta etapa, o objetivo era que o aluno percebesse que a análise algébrica dessa
função não era tão elementar quanto à das situações anteriormente apresentadas,
sendo necessária, então, uma nova forma de tratar tal caso. Deste modo, essa
situação despertaria a motivação de avaliar tal função por uma nova abordagem, ou
seja, a análise do crescimento/decrescimento de funções por meio do uso de
derivadas se mostraria como uma necessidade no tratamento de funções mais
complexas.
A partir daí, foram realizadas, nos ambientes computacional e papel e lápis,
as relações entre crescimento/decrescimento e o sinal da primeira derivada e as
relações entre concavidade e o sinal da segunda derivada. Nesta etapa,
primeiramente a exploração foi realizada de forma experimental no registro gráfico e,
91
em seguida, foi feita a análise algébrica dessas relações. Esperava-se que o
trabalho com os dois tipos de representação pudesse favorecer a construção desse
conceito.
6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO PRINCIPAL
Nesta seção, são apresentados os resultados da análise da aplicação
principal, tendo por base a teoria dos registros de representações semióticas de
Duval (2009). Essa aplicação principal contou com dois estudantes do segundo
semestre do curso de Licenciatura de uma universidade particular de ensino superior
que já haviam tido contato apenas com o significado geométrico do sinal da derivada
e com as regras de cálculo.
Em geral, na situação atividade zero 01, os estudantes apresentaram uma
boa produção. Nessa atividade foi pedido que o estudante analisasse
algebricamente o comportamento da função ( ) . Seguem as produções
dos alunos.
Figura 48 – Produção da Atividade Zero 01 – Aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
92
Nas figuras 49 e 50, pôde-se observar que os dois alunos revelaram uma
produção satisfatória, apresentando corretamente a conclusão sobre o
comportamento da função dada. É provável que o trabalho anterior com o professor-
pesquisador, referente à análise algébrica do crescimento da função ( ) ,
tenha favorecido a análise dessa nova situação.
Na atividade zero 02, na qual foi pedida aos alunos a análise do
comportamento da função ( ) , esperava-se que os sujeitos chegassem à
conclusão, algebricamente, de que essa função seria sempre crescente e, em
seguida, confirmassem tal conclusão no ambiente computacional.
Observando a produção do aluno 1, conforme apresentado na figura 51 a
seguir, pôde-se notar que ele fatorou a diferença de cubos e, a partir daí, não
conseguiu avaliar o crescimento da função pela análise algébrica. Ao utilizar o
recurso computacional, observou que a função era sempre crescente.
Figura 50 - Atividade zero 2 - Aluno 01 Fonte: Acervo Pessoal
Figura 49 – Produção da Atividade Zero 01 – aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
93
Diante disso, o professor-pesquisador interveio e solicitou ao aluno que
avaliasse o comportamento da função sem realizar a fatoração. O aluno 1, após
realizar algumas anotações no papel, relatou: “ como estão elevados ao cubo, o
sinal da base não se altera então, por exemplo se eu tiver como o número menos
três e como o menos dois, elevando ao cubo teria menos vinte e sete menor que
menos oito, o que é verdade. E para qualquer número que eu tiver um menor que o
outro, seja negativo ou positivo, vai dar certo sempre” Apesar da fala um pouco
confusa, o professor- pesquisador notou que o aluno havia compreendido que a
função seria sempre crescente.
Já na produção do aluno 2, pôde-se observar que suas manipulações
algébricas apresentaram incorreções, conforme ilustrado na figura 52.
Figura 51 - Produção do Aluno 2 - Atividade zero 2 Fonte: Acervo Pessoal
O aluno foi questionado sobre sua produção e em seguida foi sugerido que
refizesse a questão. Após realizar algumas tentativas sem sucesso, o professor-
pesquisador interveio sugerindo ao aluno que partisse de uma análise semelhante à
realizada pelo Aluno 1. A partir daí, ele forneceu a seguinte produção.
94
Figura 52 - Produção do Aluno 2 – Atividade Zero 2 Refeita Fonte: Acervo Pessoal
No item “a” da Atividade 1A, foi solicitada aos alunos a análise do
comportamento (crescimento/decrescimento) da função ( ) no domínio
dos reais. Essa atividade se apresentava exclusivamente no ambiente papel e lápis
e seu objetivo era mostrar que, partindo da análise utilizada nos exercícios
anteriores, seria mais complexo fazer o estudo do comportamento dessa função.
Esperava-se, com essa atividade, despertar nos estudantes a motivação para o
estudo de funções por outro tipo de abordagem, no caso, uma que incluísse o uso
de derivadas aliado a explorações no recurso computacional.
O aluno 1 apresentou uma análise algébrica satisfatória, mas não se
manifestou em relação ao comportamento da função por este tipo de estratégia,
conforme apontado na figura a seguir.
95
Figura 53 – Produção do Aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
A partir daí, o professor-pesquisador interveio questionando se a função era
crescente ou decrescente. O relato fornecido pelo aluno acerca dessa observação
foi: “Precisamos saber o sinal de cada número e para termos a certeza exata
do comportamento da função”. Outra frase dita pelo aluno e que vale destacar:
“Quando vemos o gráfico feito no programa, observamos que a função é crescente
em um determinado intervalo e decrescente em outros, varia o intervalo.” Em virtude
dessa última afirmação do aluno 1, o professor-pesquisador perguntou se havia a
necessidade do ambiente computacional como apoio para essas observações,
sendo que a resposta do aluno foi: “Sim, vejo que o ambiente computacional dá
maior chance de visualização do que está acontecendo com a função e quando
vamos mexendo com o mouse ele nos dá as posições a cada ponto dentro do
intervalo, daí dá para ver fácil onde é crescente ou decrescente a função”.
Neste contexto, destacamos o estudo de Santos, N. (2009), o qual revelou
que os programas de computador contribuem no processo de elaboração de
conjecturas relacionados ao ensino de funções.
O aluno 2 também apresentou uma análise algébrica satisfatória e mostrou a
dificuldade em avaliar o comportamento da função quanto ao
crescimento/decrescimento, uma vez que, em sua análise, afirmou que isso
dependeria do intervalo considerado.
96
Figura 54 - Produção do Aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
Com isso, o professor-pesquisador relatou aos alunos que esse tipo de
análise poderia ser realizado de outra forma e que isso seria discutido em momento
posterior.
A partir daí, os alunos passaram às atividades já presentes na aplicação
preliminar, salvo algumas readequações, as quais previam uma entrada
experimental no ambiente computacional seguida da análise algébrica utilizando
derivadas. Esperava-se, nesta etapa, que os estudantes pudessem conjecturar, por
meio de uma investigação experimental, o que deveria ocorrer com o sinal da
primeira derivada para que a função fosse crescente e o que deveria ocorrer com o
sinal da primeira derivada para que a função fosse decrescente, para, em seguida,
constatar tal fato algebricamente.
Neste aspecto, o diferencial do experimento estaria no fato de que o aluno
construiria esse conhecimento tendo o recurso computacional como elemento de
apoio, o qual seria formalizado em seguida pelo professor-pesquisador.
Na atividade 1A, a proposta era estudar a função ( ) no intervalo
de inicialmente no ambiente computacional. Esperava-se que os alunos
observassem em quais intervalos a reta tangente no ponto A, presente no ambiente,
teria inclinação positiva ou negativa e, em seguida, comparassem com os intervalos
onde a função era crescente ou decrescente.
97
A produção do aluno 1 é apresentada a seguir. Nota-se que ele fez uma
observação nas respostas dos itens a e b, relatando que nos extremos locais da
função a reta tangente não teria inclinação nem positiva e nem negativa.
Figura 55 - Produção do Aluno 1 - Atividade 1A no ambiente papel-lápis e computacional Fonte: Acervo Pessoal
O professor-pesquisador interrogou o aluno sobre a questão de ele ter
fechado o intervalo na resposta com uma ressalva no registro da língua natural. O
relato do aluno foi: “percebi que no ponto de máximo ou de mínimo a inclinação da
reta tangente tinha valor zero e como zero não é nem positivo e nem negativo, eu
incluí o número e fiz uma observação, pensei que ‘podia’!”.
O professor-pesquisador relatou aos dois alunos sobre o uso de intervalos
fechados ou abertos com uma breve explicação sobre a inclusão ou não de um
ponto no intervalo. Os alunos entenderam bem a questão proposta e perceberam
que nessa atividade, nos itens a e b, os intervalos seriam abertos nos pontos
críticos.
98
No item e, no qual foi pedida a relação entre a inclinação da reta tangente e a
análise de crescimento/decrescimento da função, o resultado esperado foi atingido
pelo aluno 1.
Na produção do aluno 2, apresentada na figura 57, pôde-se observar que
suas respostas foram satisfatórias, apresentando incorreções apenas no fechamento
do intervalo no item a e no equívoco na conclusão do item e, quando relatou que “os
itens b e c são iguais”. Diante disso, o professor-pesquisador o questionou sobre o
fechamento do intervalo no item a. O aluno relatou que: “Coloquei o intervalo
fechado achando que assim poderia incluir os pontos -1 e 1 também na resposta, ou
seja, ele fazia parte do crescimento da função”. O professor-pesquisador interveio
novamente questionando sobre o fato de os pontos -1 e 1 fazerem parte também do
intervalo em que a reta tangente tinha inclinação negativa, sendo assim esses
pontos seriam possíveis em ambos os casos. Logo a aluna percebeu que nesses
pontos, o intervalo deveria ser aberto. Confirmamos isso em sua outra fala: “Como a
inclinação da reta tangente é uma relação com o ângulo que essa reta faz com o
eixo x, no ponto crítico a tangente é zero e, portanto, nem negativa e nem positiva”.
É provável que a dificuldade apresentada pelos estudantes nesta atividade
tenha ocorrido pelo mesmo motivo que o relatado por SILVA (2005), o qual
observou, em seus sujeitos, dificuldades em reconhecer os vários sistemas de
registros de representação dos conceitos relacionados com máximos e mínimos de
funções de uma variável.
Ainda, sobre a produção que revelava que os itens b e c eram iguais, o aluno
relatou que cometeu um engano, dizendo que o correto seria afirmar que os itens b
e d eram iguais. O professor-pesquisador, após esse diálogo com o aluno 2,
entendeu que foi apenas um engano simples na redação da questão.
99
Figura 56 - Produção do aluno 2 – Atividade 1A Fonte: Acervo pessoal
Na atividade 1B, na qual foi estudada a função ( ) , no
intervalo [-2, 2], esperavam-se os mesmos objetivos da atividade 1A, sendo a única
diferença a função polinomial dada.
Para essa atividade, na produção do aluno 1 apresentada na figura a seguir,
notamos que os intervalos aparecem novamente fechados na análise da inclinação
positiva ou negativa da reta tangente e, nos pontos incorretamente incluídos, o aluno
não fez uma observação, como realizado na atividade 1A. Quando questionado
sobre isso pelo professor-pesquisador, o aluno respondeu que achava
desnecessário fazer tal observação, pois já havia relatado sobre isso no exercício
anterior.
100
Figura 57: Produção do Aluno 1 – Atividade 1B Fonte: Acervo Pessoal
Em sua conclusão, feita no item e, o aluno 1 cometeu um erro na língua
natural, dado que, onde deveria aparecer a frase “ a inclinação da reta tangente é
positiva” ele mencionou que a “reta tangente é positiva”. O professor-pesquisador
fez uma intervenção sobre esse erro na língua natural mostrando ao aluno a
diferença entre essas frases e, com isso, o aluno observou o seu equívoco.
A produção do aluno 2 para a atividade 1B é apresentada na figura a seguir,
sendo que podemos notar o mesmo equívoco cometido na atividade anterior no que
se refere aos intervalos fechados. Com isso, o professor-pesquisador fez o mesmo
tipo de intervenção realizada com o aluno 1.
Apesar da necessidade de intervenção, consideramos satisfatórias as
respostas do aluno 2, dado que ele estabeleceu a associação do comportamento da
função com a inclinação da reta tangente à curva em um determinado intervalo.
101
Figura 58: Produção do Aluno 2 – Atividade 1B Fonte: Acervo Pessoal
Na atividade 2A, na qual foi estudada a função ( ) no intervalo
[-2; 2], teve como objetivo relacionar a influência do sinal da primeira derivada com o
comportamento da função f.
A produção do Aluno 1 seguiu um formato que ele já vinha desenvolvendo no
que se refere ao conceito de intervalo fechado ou aberto. Neste aspecto, o
professor-pesquisador optou por discutir sobre esse fato posteriormente, no
momento de formalização da relação entre o sinal da primeira derivada e o
crescimento/decrescimento da função.
Fazendo uma análise sobre essa produção, observamos que o Aluno 1
atingiu o objetivo da atividade.
102
Figura 59: Produção do Aluno 1 – Atividade 2A Fonte: Acervo Pessoal
Em sua conclusão, no item e, mostrado na figura a seguir, podemos observar
que o aluno cometeu um pequeno equívoco na língua natural, uma vez que, onde
deveria estar escrito “a função derivada é positiva”, ele escreveu “a derivada é
positiva”. Com isso, o professor-pesquisador fez uma intervenção relatando ao aluno
sobre tal fato, apesar de esse tipo de linguagem ser usualmente utilizado.
Figura 60: Produção do Aluno 1 – Atividade 2A item e Fonte: Acervo Pessoal
Já a produção do Aluno 2 foi satisfatória, atingindo os objetivos propostos,
conforme podemos observar na figura 61 a seguir.
103
Figura 61: Produção da Aluna 2 – Atividade 2A Fonte: Acervo Pessoal
No item e, referente à conclusão da atividade, o Aluno 2 apresentou o mesmo
equívoco do Aluno 1. Nesta situação, o professor-pesquisador fez o mesmo tipo de
intervenção, informando que a função derivada seria positiva ou negativa e não a
derivada.
Figura 62: Produção do Aluno 2 - Atividade 2 A, item e Fonte: Acervo Pessoal
Na atividade 2B, foi estudada a função ( ) , no intervalo
[-2,2], tendo os mesmos objetivos da atividade anterior, ou seja, a análise da
influência do sinal da função derivada de f no comportamento da função f. Vejamos
as produções dos alunos sujeitos da pesquisa.
As produções dos alunos 1 e 2 revelaram que eles atingiram os objetivos
propostos, ou seja, efetuaram satisfatoriamente a relação entre o sinal da função
derivada com a análise de crescimento/decrescimento da função, conforme ilustrado
a seguir.
104
Figura 63: Produção do Aluno 1 - Atividade 2B Fonte: Acervo Pessoal
Figura 64: Produção do Aluno 2 - Atividade 2B Fonte: Acervo Pessoal
Notamos que, apesar das intervenções anteriormente realizadas pelo
professor-pesquisador, os alunos continuaram utilizando em suas produções
escritas, afirmações do tipo “a derivada é positiva” ou “a derivada é negativa”.
Tendo em vista que os alunos conseguiram estabelecer a relação entre o
sinal da função primeira derivada e a análise de crescimento/decrescimento da
função, o professor-pesquisador formalizou os resultados obtidos pelos estudantes,
apresentando a definição usualmente presente nos livros didáticos a respeito desse
conceito.
105
A atividade 3A, na qual foi estudada a função ( ) no intervalo de
[-2,2] , teve como objetivo analisar a influência do sinal da segunda derivada da
função no estudo da concavidade.
A produção do Aluno 1 para essa atividade, apesar de satisfatória, revelou
alguns pontos que necessitaram de intervenção. Em primeiro lugar, o aluno não
observou que a função estava definida no intervalo [-2,2] e não nos reais. Ao
questionar o aluno sobre isso, ele relatou que foi o ambiente que proporcionou tal
equívoco, pois nele, o ponto inicial do gráfico da derivada estava fora da tela visível.
Tal fato revelou a necessidade de uma pequena adaptação no ambiente. Apesar
disso, o professor-pesquisador entendeu a ocorrência e concluiu que o aluno
compreendeu a situação proposta.
Figura 65 - Produção do Aluno 1 - Atividade 3A Fonte: Acervo Pessoal
A produção do Aluno 2 também se deu de forma satisfatória, apesar de ele ter
cometido o mesmo equívoco do Aluno 1.
106
Figura 66 - Produção do Aluno 2 - Atividade 3A Fonte: Acervo Pessoal
A conclusão apresentada pelo aluno 2 no item “e” revelou que os objetivos
esperados foram atingidos
Nesta fase, o professor-pesquisador formalizou o conceito, apresentando a
definição usualmente presente nos livros didáticos sobre o estudo de concavidade.
6.3 ANÁLISE DA PRODUÇÃO ALGÉBRICA
Após o trabalho no ambiente computacional, foi proposta a análise algébrica
das duas principais funções polinomiais abordadas: ( ) e
( ) . O objetivo desta etapa foi verificar se as relações estabelecidas
na parte experimental no registro gráfico seriam transferidas pelos sujeitos quando
solicitados a realizar uma análise algébrica. Desta forma, procuramos inverter o
sentido usual abordado nos livros didáticos, que normalmente fornecem as relações
entre crescimento/decrescimento e concavidade e o Cálculo Diferencial e parte de
situações propostas no sentido de conversão do algébrico para o gráfico. As tarefas
dessa seção podem ser verificadas no Apêndice III.
107
As tarefas foram divididas em duas partes com algumas subdivisões. Na
primeira parte, foi analisada a primeira função mencionada anteriormente. As
produções dos alunos são apresentadas a seguir.
Na primeira parte, foi solicitada a análise dos intervalos de crescimento e
decrescimento da função polinomial ( ) . Nesta situação, ambos os
alunos apresentaram respostas satisfatórias, denotando sucesso na transferência
dos conceitos construídos na abordagem experimental. Vejamos a produção do
Aluno 1 em relação à primeira parte dos itens "a" e "b".
Figura 67: Produção do Aluno 1 Fonte: Acervo Pessoal
A seguir, apresentamos a produção do Aluno 2, com relação aos mesmos
itens anteriormente citados.
Figura 68: Produção Aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
108
Vejamos as produções do Aluno 1 e do Aluno 2 nos itens que tiveram o
objetivo de analisar em quais intervalos a função teria comportamento decrescente.
Figura 69: Produção do Aluno 1 Fonte: Acervo pessoal
Figura 70: Produção Aluno 2 Fonte: Acervo Pessoal
109
Para essa mesma função, foi pedida a determinação dos intervalos em que a
função apresentava concavidade para cima e dos intervalos em que ela apresentava
concavidade para baixo.
Figura 71: Produção Aluno 1 - Sobre os intervalos de Concavidade Fonte: Acervo pessoal
Podemos observar que nessa produção, o Aluno 1 cometeu um engano na
notação de intervalo, ou seja, ele usou “0 > x > 2", quando o correto seria “0 < x < 2”.
Além disso, no item "b", ele cometeu outro engano, colocando como resposta
“x > 2”, quando o correto seria ”x > 0”, apesar de no item "a" ele ter observado que o
intervalo seria x>0. O professor-pesquisador conversou com o aluno sobre o fato
ocorrido e ele percebeu o engano cometido, tanto na notação do intervalo como no
registro do item b.
Vejamos a seguir a produção do Aluno 2.
110
Figura 72: Produção Aluno 2 – Sobre os intervalos de Concavidade Fonte: Acervo Pessoal
Percebemos que o Aluno 2, no item "a" dessa tarefa, cometeu um pequeno
engano em sua resposta sobre o intervalo, uma vez que não considerou o domínio
dado no enunciado. Apesar disso, quando o professor-pesquisador conversou com
ele sobre o engano, o aluno relatou que houve apenas uma distração no momento
de registrar sua resposta.
Na análise da concavidade para baixo, verificamos que as produções dos dois
alunos foram satisfatórias.
Na segunda parte dessa atividade, foi solicitado o mesmo tipo de análise para
a função ( ) . Observamos que as produções também foram
satisfatórias na análise de crescimento/decrescimento, conforme apresentado a
seguir.
111
Figura 73: Produção do Aluno 1 - Segunda parte da atividade Fonte: Acervo Pessoal
Figura 74: Produção do Aluno 2 - Segunda parte da atividade Fonte: Acervo Pessoal
.
112
Figura 75: Produção do Aluno 1 - Intervalo decrescente Fonte: Acervo Pessoal
Figura 76: Produção do Aluno 2 - Intervalo decrescente Fonte: Acervo Pessoal
Observando as produções dos alunos, podemos perceber que suas respostas
estão coerentes com o esperado de cada tarefa. Houve apenas um equívoco na
produção do Aluno 2 no item "b", quando ele colocou [1,0], quando o correto seria
113
[ -1,0]. Apesar disso, tal fato ocorreu devido a uma distração e não por falta de
compreensão do conceito.
Comparando as produções do ambiente computacional com as apresentadas
na análise algébrica, concluímos que os dois alunos conseguiram perceber as
relações da influência da primeira e segunda derivadas no comportamento das
funções analisadas, estabelecendo, com sucesso, conversões entre representações
dos registros gráfico, algébrico e da língua natural.
114
7 CONCLUSÃO
Nesse capítulo serão apresentadas as conclusões do estudo, fazendo uma
retomada dos objetivos da pesquisa, da problemática evidenciada e das hipóteses
inicias. Ainda, serão descritos os papéis desempenhados pelos sujeitos envolvidos
em nossa pesquisa, assim como as influências do ambiente computacional criado
durante o processo do design. Por fim, serão apresentadas sugestões de futuras
investigações.
Em nossa pesquisa, pretendíamos elaborar, aplicar e avaliar um experimento
de ensino sobre a análise do comportamento de funções, construído de forma a
explorar representações dos registros gráfico, algébrico e da língua natural, nos
ambientes papel e lápis e Geogebra. Para isso, foi criado um ambiente
computacional contendo as tarefas propostas aos sujeitos envolvidos na pesquisa,
vídeos explicativos, o software Geogebra e material de leitura adicional. Tal
experimento previa uma entrada experimental com explorações de representações
do registro gráfico, antes da formalização do conceito no registro algébrico. Com
isso, teve-se a intenção de investigar quais influências tal abordagem traria para a
construção do objeto matemático proposto, por meio da análise das produções
escritas e orais dos estudantes e dos registros nas telas de seus computadores.
Como fundamentação do nosso estudo, utilizamos a teoria dos registros de
representações semióticas de Duval (1995, 2000, 2006). Apresentando de forma
resumida, a revisão de literatura do presente estudo, composta pelos estudos de
Lucas (2009), Santos S.(2009), Santos N. (2009), Silva (2005) Scucuglia (2006),
Farias (2007), Melo (2002), Paranhos (2009) e Freitas (2009), revelou a importância
de se trabalhar com relações entre representações de registros distintos, as
dificuldades dos estudantes em conversões e as vantagens do uso de recursos
computacionais no ensino de um objeto matemático. Particularmente, os softwares
dinâmicos podem favorecer a independência dos estudantes, tendo em vista que
suas conjecturas podem ser testadas, antes da formalização do conceito.
Tal fato nos motivou a elaborar um experimento que pudesse integrar
principalmente os registros gráfico, algébrico e da língua natural, utilizando, para a
parte experimental, uma ferramenta dinâmica que permitisse ao sujeito realizar
115
experimentações e levantar hipóteses, antes da apresentação da definição formal do
conceito e do trabalho algébrico para a análise do comportamento de funções.
Para a construção e condução e do experimento, foi utilizada a metodologia
de Design Experiment de Cobb et al. (2003), uma vez que ela permite a elaboração
de experimentos de ensino de domínios matemáticos específicos, com intuito de se
obter alguma inovação no ensino da Matemática.
Como o foco dessa metodologia está no sujeito, visando a análise de sua
trajetória, o levantamento de suas dificuldades e a possibilidade de avanços, o
experimento pôde ser remodelado em função das produções dos estudantes.
O experimento foi aplicado em duas etapas. Inicialmente, na etapa preliminar,
participaram do experimento quatro alunos de um curso de Licenciatura em
Matemática de uma universidade particular do Estado de São Paulo. Eles já haviam
tido contato com o software Geogebra e já haviam estudado o significado
geométrico do sinal da derivada e as regras de cálculo. A aplicação do experimento
se deu no laboratório de informática da própria Universidade e esta etapa objetivou
avaliar as atividades do desenho inicial. Notou-se que os sujeitos entenderam o
propósito das atividades, apesar de apresentarem dificuldades no registro algébrico
e na língua natural, no que se refere ao uso da notação de intervalos. Desta forma,
considerando as produções escritas e orais dos estudantes, os registros das telas de
seus computadores e partindo das sugestões recebidas na qualificação, em
consonância com a metodologia adotada, o desenho inicial foi reestruturado, de
modo a fornecer aos estudantes um contato inicial de análise de crescimento e
decrescimento de funções por meio da definição, fazendo com que o Cálculo
Diferencial surgisse como uma necessidade para a análise desse tipo de
comportamento no estudo de funções mais complexas. Ainda, foi realizada a
inclusão de uma atividade na qual os sujeitos resolviam algebricamente os mesmos
itens abordados anteriormente no ambiente computacional, visando investigar se o
contato experimental no registro gráfico poderia favorecer posteriormente a análise
algébrica.
A aplicação principal contou com a participação de dois alunos da mesma
universidade citada anteriormente, os quais não fizeram parte da aplicação
preliminar. Eles possuíam características semelhantes aos quatro alunos anteriores,
116
tais como, idade, semestre matriculado no curso, conhecimento do programa
Geogebra e contato com o objeto matemático em estudo.
Para esse novo grupo, não houve a necessidade de alterações do ambiente
ou redesign das atividades, porém, houve situações em que o professor-pesquisador
teve que realizar interferências ao longo da aplicação, fornecendo novos
questionamentos e orientações. Por exemplo, em determinado momento, foi
necessário revisar a notação de intervalos com uma aula expositiva. Neste caso,
coube ao professor-pesquisador detectar os momentos críticos, estabelecendo
intervenções somente quando os alunos apresentavam construções equivocadas ou
bloqueios.
Como primeira hipótese, consideramos que o experimento elaborado
favoreceria o aluno a articular os registros gráfico e algébrico do conteúdo proposto.
Em relação a essa hipótese, concluímos que os estudantes conseguiram
evidenciar, na maioria dos casos, os registros necessários para a tarefa. As
conjecturas obtidas por meio da experimentação no registro gráfico foram
institucionalizadas pelo professor-pesquisador e as conversões para o registro
algébrico ocorreram satisfatoriamente. Houve, em alguns casos, equívocos na
representação dos intervalos e nas representações em língua natural. Apesar disso,
consideramos que as dificuldades em trabalhar com mais de um registro relatadas
por Lucas (2009), foram amenizadas neste estudo, uma vez que os alunos
conseguiram transferir os conhecimentos obtidos a partir do registro gráfico quando
solicitados a fazer uma análise algébrica. Assim como no trabalho de Lucas (2009),
que evidenciou que o ambiente por ele criado e suas atividades contribuíram para a
compreensão e articulação dos registros algébrico e gráfico, consideramos que o
nosso experimento atingiu o mesmo objetivo, satisfazendo, assim, a nossa primeira
hipótese. Neste sentido, apoiados em Duval (2009), notamos a questão da
importância de se manipular mais de um registro de representação semiótica para
compreensão de um conceito matemático.
A segunda hipótese desse estudo considerava que o software adotado
permitiria um acesso mais independente ao objeto matemático.
117
Consideramos que esta hipótese também foi confirmada, dado que os
estudantes conseguiram evidenciar, de forma independente e com poucas
intervenções do professor-pesquisador, as relações entre o Cálculo Diferencial e o
comportamento de uma função, aplicando suas conclusões posteriormente na
análise algébrica das funções exploradas anteriormente no software. Em
consonância com Freitas (2009), consideramos que o software Geogebra forneceu a
possibilidade de um novo modelo de contato com os conceitos matemáticos,
favorecendo a mobilização simultânea de dois ou mais registros e o trabalho
independente na construção do conhecimento.
Desta forma, retomaremos, neste momento, as questões de pesquisa do
presente estudo.
A primeira questão de pesquisa foi: “Em que aspectos uma abordagem
elaborada com foco na exploração de diversos registros influencia os estudantes na
compreensão das funções propostas neste estudo?”
Concluímos que a abordagem proposta nessa pesquisa, ao integrar
principalmente os registros gráfico, algébrico e da língua natural, influenciou
positivamente os sujeitos na construção de uma sólida compreensão das relações
existentes entre o comportamento de uma função e suas primeiras e segundas
derivadas, uma vez que eles puderam verificar tais relações de acordo com as
especificidades dos registros envolvidos. Ressaltamos que Santos S. (2009)
também concluiu em sua pesquisa que a articulação entre dois registros, algébrico e
gráfico, contribuiu para a compreensão e aprofundamento de conceitos relacionados
às funções polinomiais.
A segunda questão de pesquisa foi: “Como o software adotado, ao viabilizar a
análise dinâmica das relações entre representações dos registros algébrico e
gráfico, contribui para a compreensão das funções propostas neste estudo?”
Concluímos que o software Geogebra, devido ao seu aspecto dinâmico,
contribuiu de forma eficaz nas investigações experimentais e que o seu uso, mesmo
na forma de applets dentro do ambiente, permitiu a visualização e manuseio de dois
ou mais registros de representação semiótica. Ainda, os estudantes se mostraram
motivados durante o processo e independentes na construção do conhecimento.
118
Neste contexto, concordamos com Melo (2002), que concluiu que num ambiente
computacional, o ensino de Cálculo passou a ser mais significativo, contextualizado
e motivador aos alunos. Apesar disso, vale destacar que o programa apresenta
limitações, como a relacionada com a precisão de números. Tal fato nos levou a
abandonar uma questão presente no experimento preliminar, referente à Atividade
1C, dado que sua aplicação fez com que os estudantes efetuassem conclusões
incorretas. Limitações com softwares ou dispositivos eletrônicos como calculadoras
gráficas que possuem programas internos específicos, também foram encontradas e
relatadas por Scucuglia (2009).
Diante das evidências obtidas, consideramos que o uso de um ambiente
computacional bem direcionado, construído de forma a integrar a manipulação de
mais de um registro de representação semiótica para o estudo de funções,
favoreceu, para os sujeitos participantes, o aprendizado dos conceitos abordados.
Como sugestões para novas investigações, indicamos o mesmo tipo de
dinâmica para a exploração de outros tipos de função, tais como as trigonométricas,
as racionais e as polinomiais com grau específico. Ainda, este tipo de exploração
também pode ser usado para o ensino de outras ciências, como, por exemplo, na
interpretação de gráficos usados em Física no estudo dos movimentos em
Cinemática.
Esperamos que este trabalho possa contribuir para a área de Educação
Matemática, representando um material adicional para o ensino do comportamento
de funções por meio do estudo de derivadas.
119
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTON,H.;BIVENS,I.; DAVIS, S. Cálculo. 8ª Edição, Vol. 1. Porto Alegre:
Bookman, 2007.
COBB, P., CONFREY, J., DISESSA, A., LEHRER, R., SCHAUBLE, L. (2003).
Design Experiments in educational research. Educational Researcher, 32, 1: p.
9–13.
D´AMORE, Bruno. Elementos da Didática da Matemática. [Tradução Maria
Cristina Bonomi]. São Paulo, SP: Livraria da Física 2007.
DAZZI, Clóvis J. Análise de gráficos de funções polinomiais de grau maior que
dos com auxílio do software Graphmática. 2011. 117f. Dissertação (Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências Exatas) – Centro Universitário UNIVATES,
Lajeado, RS, 2011.
DUVAL, R. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo de
compreensão em matemática In: MACHADO, S. D (org). Aprendizagem em
Matemática: Registros de Representação Semiótica. Campinas, SP: Papirus,
2003. p. 11-33
DUVAL, R. Semiósis e Pensamento Humano: registros semióticos e
aprendizagens intelectuais. 1. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2009.
FARIAS, Maria M. do Rosário. As Representações Matemáticas Mediadas por
Softwares Educativos em uma Perspectiva Semiótica: Uma contribuição para o
conhecimento do futuro professor de Matemática. 2007. 363 f. Dissertação
(Mestrado em Educação Matemática) – UNESP, Rio Claro, SP, 2007.
FREITAS, Adriana D. A utilização do Geogebra no ensino de matemática:
recurso para os registros de representação e interação. 2009. 114 f. Dissertação
(Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) Universidade Cruzeiro do Sul, São
Paulo, 2009.
GODOY, Luiz F.S. Registros de representação da noção de derivada e o
processo de aprendizagem. 2004. 106 f. Dissertação (Mestrado em Educação
Matemática) – PUC, São Paulo, 2004.
KARRER, M. Articulação entre Álgebra Linear e Geometria: um estudo sobre as
transformações lineares na perspectiva dos registros de representação
semiótica. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Programa de Pós-
120
Graduados em Educação Matemática, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. 2006
LUCAS, Anderson B. Equações e Funções: Descontinuidades Conceituais.
2009. 130 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) - PUC, São Paulo,
2009.
MELO, José M.R. Conceito de Integral: Uma Proposta Computacional para seu
Ensino e Aprendizagem. 2002. 180 f. Dissertação (Mestrado em Educação
Matemática) – PUC, São Paulo, 2002.
MISKULIN, R. G. S. Concepções teórico-metodológicas sobre a introdução e a
utilização de computadores no processo ensino/aprendizagem da geometria.
1999. Tese (Doutorado em Educação). Campinas, SP: Faculdade de Educação da
UNICAMP, 1999.
PARANHOS, Marcos de Miranda. Geometria Dinâmica e o Cálculo Diferencial e
Integral. 2009. 112 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática)
– PUC, São Paulo, 2009.
SANTOS, Niqueli B. O estudo das funções matemáticas polinomiais
elementares com o uso do software Graph. 2009. 58 f. Monografia. Universidade
do Extremo Sul Catarinense – UNESC – Criciúma, 2009.
SANTOS, Sérgio Aparecido dos. Ambiente Informatizado: Para o
Aprofundamento da Função quadrática por alunos da 2ª Série do Ensino
Médio. 2009. 162 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Matemática)
PUC-SP, São Paulo, 2009.
SCUCUGLIA, Ricardo. A investigação do teorema fundamental do cálculo com
calculadoras gráficas. 2006. 158 f. Dissertação de Mestrado: UNESP-SP. São
Paulo. 2006
SILVA, J.R.D. Um estudo de registros de representação semiótica na
aprendizagem dos conceitos de máximos e mínimos de funções. 2005. 120 f.
Dissertação. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – Centro de
Ciências Humanas e Sociais – Campo Grande – MS. 2005.
STEWART, J. Cálculo. 5ª Ed. São Paulo: Editora Pioneira - Thomson Learning,
2003. Vol. 1.
THOMAS, G. B. Cálculo. V. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.660 p.
121
APÊNDICE I – EXPERIMENTO INICIAL – PROJETO PILOTO
Atividade 1A
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
Pergunta 01-A: Em qual (is) intervalo(s) a função é crescente? E decrescente?
Crescente Decrescente
Pergunta 02-A: No intervalo , qual o maior valor possível de y(A)? __________________
Pergunta 03-A: No intervalo , qual o menor valor possível de y(A)? ___________________
Atividade 1B
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
Pergunta 01-B: Em qual (is) intervalo(s) a função é crescente? E decrescente?
Crescente Decrescente
Pergunta 02-B: No intervalo , qual foi o maior valor de y(A)? _____________________
Pergunta 03-B: No intervalo , qual foi o menor valor de y(A)?_______________________
Pergunta 04-B: No intervalo , qual foi o maior valor de y(A)?_________________________
122
Atividade 1C
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Determinar quais são os intervalos em que a função polinomial estudada é
crescente e quais são os intervalos em que é decrescente.
Crescente Decrescente
Atividade 2A
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos a reta tangente no ponto A, tem inclinação positiva?
b) Em quais intervalos a reta tangente no ponto A, tem inclinação negativa?
c) Em quais intervalos a função f é crescente?
d) Em quais intervalos a função f é decrescente?
123
e) Compare os valores encontrados nos itens anteriores. O que pode perceber
em relação a esses valores?
Atividade 2B
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Complete a tabela, colocando os intervalos, no que se pede.
A B C D E
Crescente Decrescente ( ) ( ) ( )
b) Compare os valores encontrados nas colunas da tabela acima e diga o que pode ser
percebido em relação a esses valores?
Função Positiva e Função Negativa
Definição: Dizemos que uma função é positiva quando ( ) , e analogamente,
( ) negativa quando
124
Atividade 3A
Função estudada: ( ) ( )( )( )( )
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos a função é positiva?
b) Em quais intervalos a função é negativa?
c) Quais são as raízes da função estudada?
Atividade 3B
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Complete a tabela no que se pede.
Intervalos ou ponto onde ocorre
( ) ( ) ( )
b) Clique no botão “Função 02” e a seguir complete a tabela.
Intervalos ou ponto onde ocorre
( ) ( ) ( )
125
Atividade 4A
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos f’ é positiva?
b) Em quais intervalos f’ é negativa?
c) Em quais intervalos f é crescente?
d) Em quais intervalos f é decrescente?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
Atividade 4B
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Mova o seletor “a” com o mouse. Clique na caixa de opção “exibir tangente”. Em seguida
complete a tabela no que se pede.
Intervalos
( ) ( ) Crescente Decrescente
126
b) Comparando os resultados observados na tabela anterior o que se pode observar.
Faça suas anotações.
Atividade 5A
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos f’’ é positiva?
b) Em quais intervalos f’’ é negativa?
c) Em quais intervalos f possui concavidade para cima?
d) Em quais intervalos f possui concavidade para baixo?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
127
Atividade 5B
Função estudada: ( )
Atividade Experimental
a) Mova o seletor “a” com o mouse. Em seguida complete a tabela no que se
pede.
Intervalos
( ) ( ) Côncava Para Cima
Côncava Para baixo
b) Comparando os resultados observados na tabela anterior o que se pode
observar. Faça suas anotações.
Obs.: Para auxiliar nas observações clique nas caixas de opção.
128
APÊNDICE II – ATIVIDADE PRINCIPAL
ATIVIDADE ZERO 01
Função estudada: ( ) , definida em
Atividade Experimental
Vamos analisar algebricamente o comportamento dessa função.
Uma função , real de variável real, é crescente em A, A ( ), se, e
somente se, para quaisquer números e do conjunto A, ocorre
( ) ( )
Uma função , real de variável real, é decrescente em A, A ( ), se, e
somente se, para quaisquer números e do conjunto A, ocorre
( ) ( )
Sejam x1 e x2 elementos quaisquer de R. Considerando ,
verificaremos se ( ) ( ) ou se ( ) ( ). De acordo com a definição
apresentada anteriormente, se ( ) ( ) a função f será crescente e se
( ) ( ) a função f será decrescente.
Como a função é dada por ( ) , teremos que .
( ) e ( )
( ) ( ) ( ) ( )
Logo, ( ) é crescente.
Agora verifique experimentalmente essa mesma situação. Para isso, abra a
“atividade zero 01” no ambiente computacional. Mova o ponto , de modo que
sempre tenha e compare o resultado obtido anteriormente com o que se
observa no experimento.
Agora tente você. Analise algebricamente o comportamento da função
( )
129
ATIVIDADE ZERO 02
Função estudada: ( ) , definida em
Atividade Experimental
Agora resolva esta situação algebricamente, tomando dois pontos quaisquer
do domínio de f de modo que e analise o comportamento da função. Em
seguida, “abra a atividade zero 02” no ambiente computacional mova o ponto ,
de modo que sempre tenha e compare o resultado obtido algebricamente
com o que se observa no experimento.
ATIVIDADE 1A
Função estudada ( )
Atividade no ambiente papel e lápis
a) Tente fazer a mesma análise da atividade anterior para ( ) ,
definida em . O que você observa?
Devido à complexidade deste tipo de análise, introduziremos outra forma de
avaliar o crescimento/decrescimento de uma função, utilizando, para isso, o cálculo
diferencial.
ATIVIDADE 1A
Função estudada ( ) no intervalo
Atividade experimental
No ambiente computacional, mova o seletor, com auxílio do mouse e responda as
questões a seguir.
a) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a reta tangente no ponto
A tem inclinação positiva?
130
b) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a reta tangente no ponto
A tem inclinação negativa?
c) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a função f é crescente?
d) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a função f é decrescente?
e) Compare os resultados encontrados nos itens anteriores. O que pode
perceber em relação a esses resultados?
ATIVIDADE 1B
Função estudada ( ) no intervalo
Atividade Experimental
No ambiente computacional, mova o seletor, com auxílio do mouse e responda
as questões a seguir.
a) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a reta tangente no ponto
A tem inclinação positiva?
b) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a reta tangente no ponto
A tem inclinação negativa?
c) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a função f é crescente?
d) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, a função f é decrescente?
131
e) Compare os resultados encontrados nos itens anteriores. O que pode
perceber em relação a esses resultados?
ATIVIDADE 2A
Função estudada ( ) no intervalo
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f’ é positiva?
b) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f’ é negativa?
c) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f é crescente?
d) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f é decrescente?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
ATIVIDADE 2B
Função estudada ( ) no intervalo
Atividade Experimental
c) Mova o seletor “a” com o mouse. Clique na caixa de opção “exibir tangente”.
Em seguida complete a tabela no que se pede.
Intervalos
( ) ( ) F(x) Crescente F(x) Decrescente
132
d) Comparando os resultados observados na tabela anterior, o que se pode
observar? Faça suas anotações.
ATIVIDADE 3A
Função estudada ( ) no intervalo
Atividade Experimental
a) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f’’ é positiva?
b) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f’’ é negativa?
c) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f possui concavidade para
cima?
d) Em quais intervalos, considerando o domínio dado, f possui concavidade para
baixo?
e) Comparando os resultados obtidos anteriormente, o que se pode observar?
133
APÊNDICE III – PRODUÇÃO ALGÉBRICA
Análise algébrica
1. Seja ( )
a) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f é crescente
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 1A
b) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f é decrescente
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 1A
c) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f tem concavidade para
cima
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 3A
134
d) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f tem concavidade para
baixo
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 3A
2. Seja ( )
a) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f é crescente
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 1A
b) Determinar algebricamente o(s) intervalo(s) em que f é decrescente
a. Considerando o domínio D(f) = [-2, 2]
b. Considerando o domínio D(f) = R
c. Compare o resultado do item a. com o da atividade 1A
135
APÊNDICE IV - TERMOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O senhor (a) foi convidado (a) a participar desse estudo, que tem como tema
“FUNÇÕES: Análise de crescimento e decrescimento e de concavidade explorando os
registros de representações semióticas em um ambiente de geometria dinâmica”, por ser
aluno do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo e
por frequentar o 3º semestre do referido curso. O objetivo dessa pesquisa é investigar em
que aspectos uma abordagem diferenciada sobre o conteúdo de funções polinomiais de
grau maior que dois influencia na construção desse objeto matemático.
Ao participar deste estudo os senhores permitirão que sejam coletados os dados
necessários por meio de questionário, entrevistas e áudio-gravações para uso desta
pesquisa.
Declaro que eu, Izaias Cordeiro Néri, portador do RG 25.292.140-9 SSP, e do CPF
258.062.608-52, residente à Rua Gondomar, 46 São Paulo- São Paulo, aluno do Mestrado
Acadêmico em Educação Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN,
Campus Marte, estou realizando um estudo sobre funções polinomiais, com orientação da
Profa. Dra. Monica Karrer, RG 9.304.497-5 e CPF: 09715887830.
Em qualquer momento do estudo, o Sr.(a) terá acesso aos profissionais
responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os contatos poderão
ser feitos por telefone (11) 8157-4591 ou (11) 5827-0069, ou via e-mail:
[email protected] ou [email protected].
Fica, portanto, estabelecido que o(a) Sr.(a) está participando de livre e espontânea
vontade e que, se desejar, tem o direito de desistir de sua participação a qualquer momento.
As informações nessa pesquisa serão mantidas em sigilo, garantindo, desta forma, seu
anonimato. A divulgação dos resultados será utilizada somente para esta pesquisa.
Não haverá despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo.
São Paulo, ____,_______________,201____.
Profa. Dra. Monica Karrer
Izaias Cordeiro Néri
136
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Entendo que fui convidado (a) a participar como voluntário (a) dessa pesquisa
e acredito ter sido suficientemente informado (a) segundo o que li e o que me foi
explicado a respeito da mesma. Ficaram claros para mim quais os propósitos do
estudo, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes bem
com o fato de que minha participação é isenta de despesas.
Eu, _____________________________________________________,
concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades
ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido com a minha participação
neste estudo.
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste colaborador para a participação neste estudo.
Pesquisador responsável pelo estudo
Izaias Cordeiro Néri
RG 25.292.140 – 9
______/_____/ _____
RG