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FICHAPARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Avaliação em Educação Física. Momento de Reflexão.Autor Gilberto Julião de SouzaEscola de Atuação Colégio Estadual Marquês de Herval - EFMMunicípio da Escola UniflorNúcleo Regional de Educação ParanavaíOrientadora Solange Conceição Bution PerinInstituto de Ensino Superior UNESPAR – Campus ParanavaíDisciplina/Área (entrada no PDE) Educação FísicaProdução Didático-pedagógica Unidade DidáticaRelação Interdisciplinar

(Indicar, caso haja, as diferentes Disciplinas compreendias no trabalho)

Professores de Português, Filosofia, Geografia, História, Educação Física, Matemática e Pedagogia.

Público-alvo

(indicar o grupo com qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Professores do Ensino Fundamental e Médio

Localização

(identificar nome e endereço da Escola de Implementação)

Colégio Estadual Marquês de Herval – EFMRua Orquídea Nº 875Uniflor – Paraná

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times Nuw Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Sabemos que ao longo da existência da escola o capitalismo ditou as regras das tendências pedagógicas, que procurou capacitar pessoas para a produção do trabalho. Coube a escola a finalidade de reproduzir os interesses da burguesia, disciplinando as pessoas para a aceitação do fracasso. Sempre houve a desigualdade social, de um lado os empresários concentrando seus lucros cada vez maiores e por outro lado os operários lutando por condições de acesso a melhor qualidade de vida. Vemos hoje dentro da escola como se fosse normal a reprova e o aluno sendo responsabilizado pelo seu fracasso. O sistema de avaliação existente está inalterável há muito tempo, mas graças aos estudiosos preocupados com essa situação tem pesquisado e produzido obras maravilhosa sobre o tema. Cabe a nós professores ter conhecimento destes trabalhos e refletir sobre o sistema de avaliação, para que possamos minimizar o risco de cometermos injustiças. Temos como objetivo oportunizar o professor a uma reflexão sobre a

importância de estar revendo sua metodologia de avaliar. Pretendemos usar como metodologia para este estudo um cronograma de oito módulos de 04 horas cada, onde usaremos textos em slides abordando os temas sobre avaliação.

Palavras-chave Avaliação, Reflexão, Escola, Sociedade.

PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

PRODUÇÃO

DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

UNIDADE DIDÁTICA

1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Gilberto Julião de Souza

Área: Educação Física

NRE: Paranavaí

Professor Orientador da IES: Conceição Solange Bution Perin

IES: Paranavaí

Escola de implementação: Colégio Estadual “Marquês de Herval” - EFM

Público Objeto da Intervenção: Professores do Ensino Fundamental e Médio

Produção Didático- Pedagógica: Unidade Didática

Tema: Avaliação

Título: Avaliação em Educação Física. Momento de Reflexão.

Município: Uniflor – PR.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARANAVAÍ

Rua Marechal Cândido Rodon, 1596. Centro. CEP 87707-060. Fone: (44) 421.1900

[email protected]

2- Apresentação

Esse material didático visa uma análise sobre a importância da avaliação, entendendo

que essas questões estão presentes no nosso dia a dia e que no âmbito escolar é

representada por números (notas) e/ou conceitos atribuídos aos alunos pelo seu

desempenho escolar. Dessa forma, como docentes, muitas vezes nos perguntamos: Será

que avaliamos de maneira correta? Será que somos corretos e responsáveis ao

avaliarmos nossos alunos, ou deixamos a subjetividade interferir na nossa avaliação?

Essas interrogações estão sempre presentes no cotidiano educacional. Logo, esse

estudo vem ao encontro dessas questões e, também, analisar que as mudanças que

ocorrem na sociedade, historicamente, direcionam para que os indivíduos sejam

avaliados de formas diferentes, isto é, se as alterações propiciam novos comportamentos,

atitudes e pensamentos, logicamente, a avaliação também deve ser outra.

Nesse sentido, preparamos um material que, nos encontros com demais professores,

podemos inicialmente, fazer uma reflexão histórica sobre o curso de Educação Física e,

paulatinamente, adentrarmos no foco de nossa pesquisa que corresponde ás diferentes

formas de avaliação e as mudanças que estas sofreram em cada contexto histórico.

Para tanto, fizemos observações e reflexões sobre as aulas de Educação Física, e

percebemos que, muitas vezes, as avaliações privilegiam a cultura corporal de forma

isolada do contexto vivido. Podemos notar uma contemplação exclusiva para a prática

desportiva, com isso esquecemos que os menos hábeis tecnicamente sempre ficam

prejudicados.

No que diz respeito à Educação Física, podemos afirmar que a prática dos professores esteve freqüentemente ligada à educação e à avaliação tradicional por meio da reprodução dos modelos de ensino vinculados ao desenvolvimento da aptidão física e das habilidades desportivas, que se restringiram a comparar, classificar e selecionar o aluno com base no desempenho motor ou nas medidas biométricas dos alunos (PALLAFOX E TERRA, 1998, p.25 apud DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 76).

Muito dos nossos alunos que não dominam a técnica das atividades propostas procuram

dispensa das aulas ou ficam sentados do lado de fora da quadra fazendo relatórios.

Sabemos que com esta atitude os alunos se sentem desprezados pelo sentimento de

incompetência e o professor com o sentimento do seu dever não estar sendo cumprido.

Nesse sentido, entendemos que a avaliação não deve servir somente como material de

aferição de notas, mas também como norteadora do trabalho do professor, reorientando-o

no processo ensino/aprendizagem, favorecendo ao aluno a oportunidade da

transformação social através do seu crescimento educacional e participativo. Percebemos

que no âmbito escolar a insegurança e a dúvida sempre surgem como tentativas de

melhorar ou de alterar as formas avaliativas. Graças aos bons teóricos da educação que

tem se dedicado por tempos para estudar e pesquisar o comportamento humano, tem

nos dado condições de colocar em dúvida sobre a avaliação que temos e para a qual

queremos. A legislação educacional dá autonomia ao professor de avaliar da forma e

como ele quiser, a preocupação da Secretaria de Educação recai na preocupação de

apenas obter a nota não importando com que qualidade isso aconteça.

O aluno fica preocupado em estudar para tirar nota, para passar e não para aprender. Essa ênfase tem uma base material muito concreta: a legislação que dá poder à escola, ao professor de reprovar o aluno que não tiver média. Ou seja, na prática, o aluno tem que tirar nota para poder passar, (VASCONCELLOS, Celso dos Santos, 2005, p.106).

É imprescindível a necessidade de buscar novas formas de observar o aluno, ou seja,

perceber que em todos os momentos trocamos experiências uns com os outros. Dessa

forma, sentimos a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre ‘avaliação’,

fundamentado em autores que tratam sobre o tema. Acreditamos que uma análise

detalhada da questão, nos dará condições de fazer uma reflexão sobre o assunto e

unificar a teoria com a prática.

"Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso,

aprendemos sempre." (São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989, p. 31)

Como afirma Paulo Freire, o conhecimento deve sempre ser atualizado, analisado e

entendido no seu contexto, e que a avaliação está diretamente ligada ao processo de

ensino aprendizagem, apresentando características de intencionalidade consciente. Por

isso, consideramos que a avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem

e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Nesse sentido,

esse processo requer preparo técnica e grande capacidade de observação dos

profissionais envolvidos. Desse modo, com esse trabalho, objetivamos alcançar os

seguintes resultados:

3- Objetivos Gerais e Específicos

Objetivo Geral

• Proporcionar aos professores do Colégio Estadual Marquês de Herval, uma

reflexão sobre avaliação, abordando as várias tendências pedagógicas que

influenciaram a disciplina, analisando a importância de o professor rever sua forma

de avaliar.

Objetivos Específicos

• Revisar o método avaliativo das aulas de educação física;

• Conscientizar os alunos e professores da importância de rever os métodos

avaliativos na Educação Física do Fundamental e Médio e debater sobre os

mesmos;

• Promover estudos, análises e questionamentos das obras de alguns autores que

tratam sobre a avaliação escolar;

• Realizar uma palestra para os alunos do fundamental e médio sobre o projeto de

pesquisa do PDE;

4- Trabalhos que serão realizados na intervenção pedagógica na escola.

1º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 26/08/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Mostrar aos participantes do curso de intervenção como surgiu a Educação Física no

interior da escola e como a mesma desenvolveu-se ao longo da história, mostrando como

o sistema político de cada época dirigiu os objetivos da Educação Física no Brasil.

Apresentação do projeto PDENeste momento será apresentado pelo professor PDE, o porquê da escolha do tema

Avaliação Escolar em Educação Física, como será desenvolvido a intervenção e qual

objetivo alcançar.

Relato sobre o histórico da Educação Física no Brasil.Para entendermos sobre o atual momento da Educação Física, faremos um breve relato

sobre o cenário histórico da Educação Física no Brasil segundo as Diretrizes Curriculares

da Educação Básica.

No final do século XIX, Rui Barbosa, deputado geral do império afirmou por meio de um

parecer, sobre a importância da Ginástica para a formação do cidadão, equiparando-a em

categoria e autoridade com as demais disciplinas. A burguesia acreditava que os

exercícios físicos promoveriam a saúde do corpo. Observava-se nessa teoria que seria tarefa da Educação Física construir corpos saudáveis e dóceis que permitissem uma melhor adaptação dos sujeitos ao processo produtivo. Nesta época a prática da

Educação Física se dava pelo método francês de ginástica, adotado pelas forças

armadas.

A Educação Física se consolida especificamente no contexto escolar, a partir da

Constituição de 1937, sendo então utilizada com o objetivo de doutrinação, dominação e contenção dos ímpetos da classe popular, enaltecendo o patriotismo, a hierarquia e a ordem. Ainda na década de 30, o esporte começou a popularizar-se, e foi pensada

uma política nacionalista para o país através das práticas desportivas. Houve a criação

de grandes centros esportivos e a importação de especialistas que dominavam as

técnicas de algumas modalidades esportivas.

Em 1942, foi promulgada a Lei Orgânica do Ensino Secundário, conhecida como a

Reforma Capanema, surgindo assim o primeiro ciclo denominado Ginásio, com duração

de quatro anos, e um segundo ciclo de três anos, objetivando formar cidadãos para suprir mão de obra fisicamente adestrada e capacitada para o mercado de trabalho.

Impunha-se assim, mais uma obrigação para a juventude brasileira, além da defesa da nação, seus deveres para com a economia.A partir de 1964, o esporte passou a ser tratado com maior ênfase no Brasil. O esporte

consolidou sua hegemonia no interior da Educação Física através do método tecnicista

centrado na competição e no desempenho. O objetivo desta época era formar atletas para representar o país em competições internacionais.Inicio da década de 70, ainda havia perspectivas militarista, a Educação Física

ligada à aptidão física era considerada importante para o desenvolvimento da capacidade produtiva da classe trabalhadora, e ao desporto, pela intenção de tornar o país uma potência olímpica.Na década de 80, já se pôde falar não só de uma comunidade científica na Educação

Física, mas também da delimitação de tendências ou correntes, suscitando os primeiros

debates voltados para uma criticidade. Boa parte dessa comunidade constituiu em seus

trabalhos, discursos e publicações sob a denominação de “progressista”, visando a

construção de um movimento renovador da disciplina.

No inicio da década de 90 foi elaborado o Currículo Básico para o Estado do Paraná por

profissionais comprometidos com a educação pública do Estado do Paraná. O currículo

da Educação Física está embasado na pedagogia histórico critica da educação,

tendência esta denominada, por alguns teóricos, como educação física progressista,

revolucionária e critica, com os fundamentos teóricos pautados no materialismo histórico-

dialético. O documento propôs, assim, um modelo de superação das contradições e

injustiças sociais. Podemos notar claramente, que ao longo da história a sociedade

elitista nunca teve interesse que houvesse um desenvolvimento integral do aluno, até

porque isto não interessa à burguesia, o que importa é tão somente a sua mão de obra

operária. Hoje notamos que a escola perpetua a reprodução da história.

Notamos um esvaziamento dos conteúdos das disciplinas, a fragmentação das matérias

não deixa condições do fechamento dos conteúdos, nem tão pouco se permite um debate

critico sobre sua realidade. Como faremos que o aluno passe daquela primeira Teoria

Freireana que diz: “[...] O primeiro nível de consciência caracteriza aqueles indivíduos incapazes de percepções além das que lhes são biologicamente vitais. Vivem praticamente sintonizados no atendimento básico de suas necessidades de sobrevivência” (Medina, João Paulo S., A Educação Física cuida do corpo… “mente”, 1983, Ed. Papirus).

Em suma, o que vemos são profissionais em educação desconectados com as mudanças

rápidas que estão acontecendo na sociedade e a escola não está acompanhando. Cabe

a todos os profissionais da educação buscar maneiras inteligentes para começar buscar

metodologias mais práticas e renovadoras para a transformação do homem e da

sociedade brasileira.

Após esse breve resgate histórico da Educação Física no Brasil, podemos ter uma idéia

da dimensão da influência política na educação brasileira, e partindo deste conhecimento

podemos visualizar que objetivos queremos para nossos alunos, com vistas a avançar

sobre a atitude de avaliar a função de treinar o corpo.

2º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 09/09/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo: Através de slides e textos para leitura, queremos no final deste módulo que o professor

tenha claro o que é avaliação, como surgiu, a função da avaliação e a importância de

avaliar bem para não cometer injustiça. Pretendemos ao menos deixar claro para o

professor as funções do processo avaliativo: diagnóstica, formativa e somativa.

Desenvolvimento do móduloConstatamos no decorrer do dia a dia do trabalho docente que cada professor tem

opinião formada do seu sistema de avaliar. Ao longo de sua carreira profissional ele leu,

estudou e trabalhou nas mais diversas formas e tendências pedagógicas. Notamos que

com o passar dos anos o professor acaba por sedimentar a sua forma de avaliar e

permanecendo desta maneira para sempre ao ponto de não visualizar mais outra forma

ou sentido de avaliar.

FUNÇÕES DO PROCESSO AVALIATIVO

Por Maria Elisabeth Pereira Kraemer.

Funcão diagnóstica

A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), contemplada pela

avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das

capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda,

segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), busca a determinação da presença ou

ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de

repetidas dificultades na aprendizagem.

A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas

aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de

base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos de resolver

situações presentes.

Função formativa

A segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt (1995, p. 17), permite

constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a

compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o

desenvolvimento das atividades propostas.

Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e

acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos.

Outro aspecto destacado pela autora é o da orientação fornecida por este tipo de

avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do professor, principalmente

através de mecanismos de feedback.

Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma

de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo.

Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e

o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a

localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e

recuperação.

A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade

de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução.

Função somativa

Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau de domínio do

aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por

sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada.

Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar

os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de

aproveitamento.

A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma

unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do

tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino.

Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre

o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares.

3º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 23/09/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Pretendemos neste módulo através de textos e slides, fazermos, juntamente com os

participantes do curso, uma reflexão sobre a sociedade capitalista. Para tanto, nos

fundamentaremos em Karl Marx, e a análise desse autor sobre a classe burguesa e a

classe operária.

Desenvolvimento do módulo.Iniciaremos a discussão analisando que, para entender as diferentes formas avaliativas

de cada contexto histórico, é necessária a compreensão sobre o sistema capitalista atual

e qual o papel que a avaliação cumpre na sociedade moderna.

Dessa forma, faremos um trabalho desse módulo centrado no pensamento de Karl Marx,

o que chama de “acumulação primitiva” o longo movimento histórico que antecede a

acumulação capitalista, movimento que não mediu consequências para acumular capital

e que, consequentemente, alterou os comportamentos e pensamentos dos homens.

Segundo Marx, o que ele chama de acumulação primitiva, acabou acentuando mais a

divisão da sociedade. De um dos lados, os já soberanos, donos dos meios de produção e

dos meios de subsistência ficavam cada vez mais poderosos, ou seja, usavam a

inteligência e astúcia para acumular riquezas. Do outro lado a massa pobre, que não

tinham onde recorrer, para sobreviverem era preciso vender a si mesmas.

“[...] Assim se explica que os primeiros acumularam riquezas e os últimos, finalmente, nada tinham para vender senão sua própria pele. E desse pecado original data a pobreza da grande massa que até agora, apesar de todo seu trabalho, nada possui para vender senão a si mesma, e a riqueza

dos poucos, que cresce continuamente, embora a muito tenham parado de trabalhar [...]”. (MARX, Acumulação Primitiva, 1988, p.251)

Para Marx, os homens que foram submetidos a venderem sua força de trabalho, eram

livres, não eram escravos ou servos, no entanto viveram a relação-capital, ou seja, a

separação do produtor e o meio de produção. Movimento, este, que deu as condições

fundamentais da produção capitalista.

[...] A relação-capital pressupõe a separação entre os trabalhadores e a propriedade das condições da realização do trabalho. Tão logo a produção capitalista se apóie sobre seus próprios pés, não apenas conserva aquela separação, mas a reproduz em escala sempre crescente. Portanto, o processo que cria a relação-capital não pode ser outra coisa que o processo de separação de trabalhador da propriedade das condições de seu trabalho, um processo que transforma, por um lado, os meios sociais de subsistência e de produção em capital, por outro, os produtores diretos em trabalhadores assalariados. A assim chamada acumulação primitiva é, portanto, nada mais que o processo histórico de separação entre produtor e meio de produção. Ele aparece como “primitivo” porque constitui a pré- história do capital e do modo de produção que lhe corresponde. (MARX, Acumulação Primitiva, 1988, p.252)

Os homens perderam seus meios de produção, não eram mais dependentes, mas o

preço dessa liberdade foi a transformação do produtor em trabalhador assalariado.

Conforme Marx, com a produção capitalista, nasceu um novo tipo de produção e de

educação, porém, trouxe resquícios do movimento anterior. A expressão “livre como

pássaros”, não era totalmente verdadeira, pois só mudou a forma de como o homem era

explorado.

Segundo o autor, a acumulação primitiva tomou formas em épocas diferentes, em países

diferentes, porém, em todos os momentos teve como base deste movimento, a

expropriação dos produtores rurais, que consequentemente foram lançados no mercado

de trabalho.

Para Marx e Engels, a história dos homens é feita pela produção de idéias dominantes

que, aos poucos, tendem a substituírem as idéias existentes da época.

Consequentemente uma nova forma de pensar faz surgir novas necessidades básicas,

que, paulatinamente, vão se estabelecendo até a dissolução do velho período. Desse

modo, a classe burguesa que nasceu no seio da sociedade feudal, foi aos poucos,

estabelecendo novas necessidades, novas formas de pensar, até assumirem o poder e

dissolverem, de vez, o período feudal.

Que demonstra a história das idéias senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias da classe dominante (...) Quando se fala de idéias que revolucionam uma sociedade inteira, isto quer dizer que, no seio da velha sociedade, se formaram elementos de uma nova sociedade e que a dissolução das velhas idéias marcha de par com a dissoluções das antigas condições de vida. (MARX e ENGELS, O Manifesto do Partido Comunista, s/d., p.36).

Os autores analisam que, para que o proletariado conseguisse ser a classe dominante

seria preciso que ele se organizasse e tomasse algumas medidas, que com certeza

seriam diferentes em cada país, porém a princípio, algumas dessas medidas deveriam

ser postas em prática nos países mais adiantados.

Podemos entender melhor a manifestação de Marx e Engels , quando se referem à

classe submissa, sobre a necessidade de luta e conhecimento sobre a sua própria

alienação, nos escritos “O Domínio Britânico na Índia”, quando os autores avaliam a

sociedade Hindu e sua passividade perante as revoluções sociais provocadas pelos

britânicos.

Possíveis explicações sobre esse domínio são apresentadas durante a discussão,

avaliando que independente de ter sido a Inglaterra, qualquer outra civilização superior a

índia a teria conquistado.

Segundo Marx, pode-se dizer que a Inglaterra cumpriu dois papéis históricos com a

conquista da índia: de destruidora, quando os britânicos destruíram as comunidades

nativas- semibárbaras ainda existentes, nas quais prevalecia os meios naturais de

subsistência e a submissão ao despotismo oriental e a de regeneradora, quando

instituíram uma nova sociedade, pautada nas bases materiais da sociedade ocidental.

No século XIX a Inglaterra já apresentava o auge do desenvolvimento econômico e,

portanto, precisava abranger outras fronteiras, com novas conquistas. E, analisando que

a Inglaterra ao realizar a revolução social no Hindustão, tinha, conforme Marx, os

interesses mais mesquinhos e exploradores, acabaram submetendo a Índia a uma nova

organização social e, consequentemente, transformando, também, o pensamento

daquele povo.

De acordo com Marx e Engels, a base material determina as relações sociais e, logo, a

exploração e as conquistas realizadas historicamente se pautaram em interesses

materiais que visavam o desenvolvimento econômico do conquistador. Entretanto, esse

processo, é visto pelos autores, como histórico e criado pelos próprios homens e que

essa submissão e divisão de classes, entre dominantes e dominados, só vai deixar de

existir quando os indivíduos se conscientizarem da sua existência como produtores da

própria história e lutarem para a mudança desse processo:

O período burguês da história está chamado a assentar as bases materiais de um novo mundo: a desenvolver, de um lado, o intercâmbio universal, baseado na dependência mútua do gênero humano, e os meios para realizar esse intercâmbio; e, de outro, desenvolver as fôrças produtivas do homem e transformar a produção material num domínio científico sobre as forças da natureza. A indústria e o comércio burgueses vão criando essas condições materiais de um novo mundo do mesmo modo que as revoluções geológicas criavam a superfície da Terra. E somente quando uma grande revolução social se apropriar das conquistas da época burguesa, o mercado mundial e as modernas forças produtivas, submentendo-os ao controle comum dos povos mais avançados, somente então o progresso humano terá deixado de assemelhar-se a esse horrível ídolo pagão que só bebia o néctar no crânio do sacrificado (MARX e ENGELS, O Manifesto do Partido Comunista, s/d., p.297).

Para Marx o trabalhador produz mais do que foi calculado, ou seja, a força de trabalho

cria um valor superior ao estipulado inicialmente. Esse trabalho excedente não é pago ao

trabalhador e serve para aumentar cada vez mais o capital. Insere-se neste ponto a

questão da alienação, o produtor não se reconhece no que produz; o produto surge como

um poder separado do produtor. O produto surge então como algo separado, como uma

realidade soberana – o fetichismo da mercadoria. Mas o que faz com que o homem não

perceba? A resposta, de acordo com Marx, está na ideologia dominante, que procura

sempre retardar e disfarçar as contradições politicamente. Portanto, a luta de classes só

pode ter como objetivo a supressão dessa extorsão e a instituição de uma sociedade na

qual os produtores seriam senhores de sua produção. Esse sistema praticamente alienou

e determinou o rumo da sociedade brasileira e mundial demonstrando que o objetivo

educacional de transformação da sociedade perpassa pela tomada de decisão da busca

do conhecimento de nós professores.

4º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 07/10/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo: Levar aos participantes do curso através de textos, slides e troca de idéias as tendências

pedagógicas que percorreram os caminhos da história da escola e o que elas

influenciaram nas práticas didático-pedagógicas.

Desenvolvimento do módulo.Através de textos, slides e discussões, iremos propor um estudo sobre tendências

pedagógicas na visão do professor Demerval Saviani, visto que este educador trata

política e educação com distinção, porém ambas se constituam em fenômenos

inseparáveis. Ainda causa certo mal estar entre a categoria dos educadores a temática

política e educação. Saviani buscou esclarecer, no campo da teoria educacional, as

relações entre a educação e a política, além do alcance da atuação política na prática

educativa. Em seu livro Escola e Democracia Saviani discorre muito claro de como a

educação tradicional esteve ligada à fase revolucionária da burguesia. Também comenta

porque as atuais pedagogias rechaçam a tradicional. Através da obtenção do

conhecimento das tendências pedagógicas podemos propor mudanças que propiciem o

desenvolvimento da prática da arte de ensinar. Por isso, o professor deve estar a par das

teorias e tendências pedagógicas ao problematizar suas questões do cotidiano e ao

pensar sua prática, sem, contudo estar firmemente preso a uma delas. Deve, antes de

tudo procurar o melhor de cada uma, seguindo uma aplicação cuidadosa que permita

avaliar sua eficiência.

RECORTES HISTÓRICOS DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO BRASIL

Durante todo processo histórico social do ato de educar é analisado quando, onde e

como as concepções pedagógicas têm atuado sobre a realidade educacional, dentro de

seu contexto vivencial. Em alegação ao regulamento capitalista, a Pedagogia Liberal

enfoca as veemências individualistas, bem como a propriedade privada. Dela surgem as

tendências: tradicional, escola nova: diretiva e não diretiva e tecnicista. O período tradicional arcaico tem suas amostras na prática pedagógica no Brasil deste a

colonização, com o monopólio jesuítico e o liberalismo clássico. Sendo assim, seu ensino

restringiu-se a cultura de um caráter verbalista, autoritário de conteúdos enciclopédicos,

idealizado na figura de um professor detentor do conhecimento que preparar um aluno

passivo, requerendo dele por meio de provas escritas e discussões orais a reprodução de

conceitos encontrados nos livros. Com Herbart, ganha um novo eixo filosófico atendendo

aos aspectos intelectuais e morais para o individuo assumir seu lugar na sociedade.

A escola nova como é chamada a tendência Liberal Renovada Progressista, alcança

seu auge entre 1930 e 1940, com suas vertentes: diretiva e não diretiva surge com o

Manifesto dos Pioneiros, liderado por Fernando de Azevedo. Delineia como pressupostos

teóricos a aprendizagem como processo de descoberta em um ambiente estimulador,

seus principais representantes são: Dewey, Mentessory, Clapaderè, Pieget, Anísio

Teixeira. Dentro destes aportes encontra-se arraigado o interacionismo, a psicologia do

desenvolvimento, a biopsicologização em uma concepção filosófica humanista moderna

que predispõe a fazer uma equalização social. Para este objetivo, concretizar-se a escola

em seu papel democrático, valorizando os conhecimentos dos alunos, para então

selecionar os conteúdos que serão ensinados. Diante disso, os aspectos afetivos dos

alunos são à base de toda avaliação individual do desenvolvimento, pautado na

socialização, interesse, responsabilidade. O professor neste contexto é auxiliador, criador

de condições para o aluno aprender, visto que o aluno é o centro do processo ensino-

aprendizagem.

A não diretiva outro ramo da escola nova, também resguarda aspectos funcionais,

favorecendo o amadurecimento emocional e autônomo do sujeito, sendo a motivação da

aprendizagem o eixo de busca da auto-realização. Resseau e Roger são os teóricos com

total estudo ao método não diretivo, pautado na psicologia terapêutica, que ajuda no

desenvolvimento da personalidade e organização pessoal. Sua filosofia firma-se nas

habilidades mentais, assim o aluno em uma formação individual desempenhará sua

função social, por intermédio de soluções de situações problemas. Cabe então, aos

conteúdos ensinados nenhum valor adicional, já que os mesmo serão consistentes em

experiências reconstruídas pelo os alunos em debates, seminários, relatórios, trabalhos

em grupos. Através de um relacionamento autentico com o professor, que se torna um

especialista nas relações humanas.

Embasada na modificação de desempenho o ensino tecnicista é um processo de

controle e condicionamento da operalização, buscando a eficiência, racionalidade,

produtividade. Seu predomínio se efetua em 1978 com as leis 5.540/68 e 5.692/71, que

compreendia segundo Skinner, Ganá, Bloom, Cosete Ramos uma psicologia de

comportamento instrumentalista dos ambientes, norteado na análise lógica do

neopositivismo. Articula-se em formar indivíduos ao mercado de trabalho, com conteúdos

sistematizados em manuais, devendo o aluno provar produtividade no final do processo

de ensino para sua contratação, criando por esta via a fragmentação do ser estudante e

professor que age apenas como elo cientifico com a prática de trabalho.

Marcando o segundo tempo da historicidade educacional comportada pela Pedagogia

Progressista, que perpassa uma contradição a função da instituição escolar que ora era

condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, ora possibilitava uma

transformação social através da compreensão destes pontos pelos sujeitos. A tendência libertaria é fundamentada na autogestão e autoritarismo, rejeita toda forma de governo,

preocupando-se com a educação de pessoas mais livres. Freinet, Lobrat e Mauricio

Trautemberg ganharam conotação por afirmarem a filosofia do anarquismo com objetivo

de desenvolver mecanismos de resistência a ação dominadora do estado. Os conteúdos

trabalhados neste panorama não são exigidos, pois serão convertidos na prática, sem

previsão de avaliação, onde o professor é orientador e catalisador que realiza reflexões.

As manifestações da tendência libertadora iniciam-se em 1964 no Recife com o

movimento de cultura popular e projeto de educação de adultos. A teoria do

comportamento aplicada à educação, em uma concepção dialética de aprendizagem

mútua. Considerava que a educação deveria partir da problematização, pois como

sujeitos políticos, transformarão a realidade por meio da conscientização e de uma

formação autônoma. Paulo Freire, Moacir Gadoti, Rubem Alves sintetizam aspectos

filosóficos e esquadrinham um papel de escola de formação de consciência política das

relações sociais. Assim os conteúdos nascem dos temas geradores provenientes da

realidade dos educadores em práticas emancipadoras. A relação pedagógica é baseada

na cultura do grupo, onde professor e aluno são sujeitos do ato do conhecimento.

Em 1979 a prática pedagógica propõe uma interação entre conteúdo e realidade, com

enfoque na produção histórico-social, é a tendência histórico – crítica. Os pressupostos

teóricos defendem a inter-subjetividade, mediada pelo professor, ou seja, a interação

professor –aluno- conhecimento- contexto -histórico social, permite a transformação.

Dermeval, Jamil, Goudêncio, Luiz Carlos, Acácia e Libâneo, apoiados nas corretes de

Vigotski, Lúria Leontiev e Wallon do materialismo histórico dialético, valoriza a escola

como espaço de socialização do saber elaborado. Assim os conteúdos abordados são

culturais e universais sendo indispensável à compreensão da pratica social. A conotação

avaliativa diagnostica serve para a formulação de intervenções, pressupondo a tomada

de decisão, ou seja, o aluno organiza as mudanças necessárias, o professor direciona o

processo pedagógico, interferindo e criando condições a apropriação do conhecimento

em uma relação interativa.

Nome da Tendência

Pedagógica

Papel da Escola

Conteúdos MétodosProfessor

xaluno

Aprendizagem Manifestações

Pedagogia Liberal

Tradicional.

Preparação intelectual e moral dos

alunos para assumir seu

papel na sociedade.

São conhecimento e valores sociais

acumulados através dos

tempos e repassados aos

alunos como verdades

absolutas.

Exposição e demonstração

verbal da matéria e / ou por meios de

modelos.

Autoridade do professor que exige atitude receptiva do

aluno.

A aprendizagem é receptiva e

mecânica, sem se considerar as características

próprias de cada idade.

Nas escolas que adotam filosofias

humanistas clássicas ou científicas.

Tendência Liberal

Renovadora Progressiva.

A escola deve adequar as

necessidades individuais ao meio social.

Os conteúdos são

estabelecidos a partir das

experiências vividas pelos

alunos frente às situações

problemas.

Por meio de experiências, pesquisas e método de solução de problemas.

O professor é auxiliador no

desenvolvimento livre da criança.

É baseada na motivação e na estimulação de

problemas.

Montessori Decroly Dewey Piaget

Lauro de oliveira Lima

TendênciaLiberal

Renovadora não-diretiva (Escola

Nova)

Formação de atitudes.

Baseia-se na busca dos

conhecimentos pelos próprios

alunos.

Método baseado na

facilitação da aprendizagem.

Educação centralizada no

aluno e o professor é quem

garantirá um relacionamento

de respeito.

Aprender é modificar as percepções da

realidade.

Carl Rogers, "Sumermerhill"

escola de A. Neill.

TendênciaLiberal

Tecnicista.

É modeladora do comportamento humano através

de técnicas específicas.

São informações ordenadas numa seqüência lógica

e psicológica.

Procedimentos e técnicas para a transmissão e

recepção de informações.

Relação objetiva onde o professor

transmite informações e o

aluno vai fixá-las.

Aprendizagem baseada no

desempenho.

Leis 5.540/68 e

5.692/71.

Tendência

Progressista Libertadora

Não atua em escolas, porém

visa levar professores e

Temas geradores.

Grupos de discussão.

A relação é de igual para igual,

horizontalmente.

Resolução da situação problema.

Paulo Freire.

alunos a atingir um nível de

consciência da realidade em que vivem na busca

da transformação

social.

Tendência Progressista

Libertária.

Transformação da personalidade

num sentido libertário e

autogestionário.

As matérias são colocadas mas não exigidas.

Vivência grupal na forma de auto-gestão.

É não diretiva, o professor é

orientador e os alunos livres.

Aprendiagem informal, via grupo.

C. Freinet Miguel Gonzales

Arroyo.

Tendência Progressista "crítico socialdos conteúdos ou "histórico-

crítica"

Difusão dos conteúdos.

Conteúdos culturais

universais que são

incorporados pela

humanidade frente à

realidade social.

O método parte de uma relação

direta da experiência do

aluno confrontada com o saber

sistematizado.

Papel do aluno como participador

e do professor como mediador

entre o saber e o aluno.

Baseadas nas estruturas

cognitivas já estruturadas nos

alunos.

MakarenkoB. Charlot

SuchodoskiManacordaG. Snyders

Demerval Saviani.

5º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 21/10/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Deixar claro ao professor que a missão de avaliar não é fácil, e que cabe a nós

professores estar sempre buscando maneira menos excludente de avaliar para não

cometermos injustiças com nossos alunos.

Desenvolvimento do módulo.Neste módulo trabalharemos com textos do livro AVALIAÇÃO concepção dialética-

libertadora do processo de avaliação escolar do professor Celso dos Santos

Vasconcellos, que mostra com clareza como a avaliação reproduz as classes sociais.

Discorre também em seu livro como é árduo para o professor avaliar e como é difícil para

o aluno ser avaliado. Os textos trazem idéias de como incorremos em vários erros de

avaliar e mostra como deveria ser a atitude de nós professores em relação à avaliação.

Em seu trabalho o professor fala da importância de avaliar não só o aluno, mas um todo –

professor, livro didático, currículo, direção, escola, família, sociedade, etc. Na verdade, a

avaliação deve atingir todo o processo educacional e social, se quisermos efetivamente

superar os problemas.

6º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 04/11/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Oportunizar o professor a uma reflexão sobre a importância de estar revendo sua

metodologia de avaliar.

Desenvolvimento do móduloProcuraremos dar continuidade no trabalho da aula anterior, já que o tema avaliação

precisa ser aprofundado, para que possamos adquirir um pensamento de uma possível

mudança de atitude diante do nosso comportamento.

Existem hoje muitas justificativas, até científicas para a gente não fazer nada: é o sistema, a legislação, o salário, a sobrecarga de trabalho, a falta de apoio, a má formação, o número de alunos por sala, os pais, os alunos, os colegas, os superiores, etc., etc. Pode ficar tranqüilo. Ninguém é obrigado a sair da mediocridade. Ninguém é obrigado a tomar a iniciativa. Ninguém é obrigado a ser agente da própria história. Ninguém é obrigado a se comprometer com uma educação democrática (VASCONCELLOS, Celso dos S., 2005, p. 65).

O autor deixa claro, que a busca para a mudança de atitude de cada um depende de si

próprio, não adianta ficar se lamuriando que o aluno não aprende. Permanecemos a

tempo num sistema ultrapassado de avaliar, o mundo mudou, os tempos são outros. E

nós acompanhamos? O modo como os filhos eram educados pelos pais passou por muita

transformação, o aluno ficou crítico, aprendeu questionar os seus direitos. O professor

não aceita essa mudança, seu despreparo diante das perguntas dos alunos deixa o

professor irritado e o aluno sem uma resposta para suas dúvidas. Esse despreparo leva o

professor a questionar seu espaço dentro da escola, e nesta crise dialética toma atitudes

desproporcionais para mostrar que ele não é incapaz. O professor acaba por mostrar sua

arrogância usando de autoritarismo nas avaliações, medindo forças desnecessárias por

alguém que não possui um preparo psicológico para se defender.

Algumas mudanças dependem de instâncias superiores ao professor ou à escola; nestes casos, a luta é mais longa e exigente. Mas muitas mudanças estão, muito objetivamente, ao alcance do professor e da escola (ex.: fazer uma avaliação mais reflexiva ou, montar ou não rituais especiais para avaliação, etc.); estas mudanças devem ser feitas, se queremos construir algo novo (VASCONCELLOS, Celso dos S., 2005, p. 66).

Para o professor Celso Vasconcellos há outras alternativas do sistema que está posto, se

não houver uma ruptura dos laços tradicionais para uma postura moderna e com ideal de

transformação. Para esta mudança o professor Celso propõe algumas linhas de ações:

TEXTOS.

• 1ª linha de ação:

• Alterar a metodologia de trabalho em sala de aula;

• 2ª linha de ação:

• Diminuir a ênfase na avaliação Classificatória;

• 3ª linha de ação:

• Redimensionar o Conteúdo da Avaliação;

• 4ª linha de ação:

• Alterar a postura diante dos resultados da avaliação;

• 5ª linha de ação:

• Trabalhar na conscientização da comunidade educativa;

7º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 18/11/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Estimular os participantes a uma reflexão da necessidade de trabalhar com os temas

transversais em sala de aula, levando-os a outras possibilidades de avaliar.

Desenvolvimento do móduloTEXTO

O tema transversal dentro da escola ainda se constitui em algo relegado ao segundo

plano. Quando foi instituído em 1997 nos Parâmetros Curriculares Nacionais havia uma

necessidade de trabalhar com temas atuais e urgentes que se desenvolvia na sociedade.

Desde esta época não foi dado o devido valor a esta metodologia que julgo de suma

importância por tirar o caráter conteudista e tradicional do plano do trabalho docente. O

professor Nilbo Ribeiro Nogueira (2002), fala em seu livro “Temas Transversais” que esta

metodologia traz à tona problemáticas emergentes de nosso convívio social, as quais,

portanto, não podem ser tratadas de forma estanque em um único e isolado momento da

aula. Pelo contrário, devem ser tratadas de forma sistemática, trazendo em todos os

momentos possíveis essas questões para dentro da sala de aula.

O que se pretende com os temas transversais é trazer para a escola as discussões sobre as desigualdades, os direitos humanos, os direitos e deveres sociais, os valores, a educação moral, os compromissos éticos, a valorização da cidadania, a consciência ambiental, etc. Enfim, espera-se com esses temas uma escola mais humanista e menos tecnicista e arraigada no tradicionalismo conteudista (NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro, 2002, p.15).

Nós professores, continuamos com a visão deturpada que os métodos conteudistas é

uma boa atitude para a formação dos nossos alunos. Esquecemo-nos que nossa

incumbência é formar o cidadão integral, crítico e reflexivo para atuar na sociedade.

Se continuarmos focando a educação somente pela questão dos conteúdos acadêmicos, corremos o risco de estar preparando para a vida um sujeito que não se impressionará ou se importará com as questões da biopirataria, da pedofilia, da discriminação dos povos, da prostituição infantil, das imoralidades políticas, etc. (NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro, 2002, p.13,).

Diante destas informações devemos repensar nossa forma e atitude diante dos desafios

educacionais. Notamos todos os dias fatos cada vez mais chocantes em nossa sociedade

e achamos isso normal. Trabalhando com os temas transversais teremos oportunidade de

fazer o aluno refletir sobre esses acontecimentos e teremos condições de avaliar de um

modo diferente nossos alunos. O aluno quando chega à escola vem com opinião formada

dos acontecimentos, e sem um trabalho dirigido pelo professor acaba por formar opinião

tendenciosa, e que às vezes altera o seu comportamento para pior. Cabe a nós

professores pensar na formação integral do aluno, trabalhando também de forma

atitudinal, não desprezando, é claro, o trabalho de forma conceitual e procedimental.

8º MÓDULO

CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Duração: 04 horasData: 25/11/2011Horário: 19h00min às 23h00min

Objetivo deste módulo:Troca de idéias com os participantes do curso, iniciando-os para um trabalho em sala de

aula sobre avaliação, onde será calculado e incluído no certificado 08 horas do curso não

presencial.

Desenvolvimento do móduloNeste modulo procuraremos dar algumas dicas sobre mudança de comportamento do

professor em relação à avaliação. Segundo o professor Celso Vanconcelos, algumas

atitudes que possam fazer a diferença na avaliação:

- Não fazer “semana de prova”, realizar a avaliação no horário normal de aula. As

atividades (avaliações, trabalhos, etc.) que tiverem data determinada para a realização ou

entrega deverão ser marcadas (“negociadas”) diretamente entre a classe e o professor,

com um prazo adequado. Superar os “calendários de prova” na sala dos professores ou

na sala de aula;

- Não mudar o ritual (não ter postura especial, fiscal especial, etc.); propor a avaliação

como uma outra atividade qualquer (não mudar de sala, não alunos de lugar);

- Avaliar o aluno em diferentes oportunidades (estabelecer um número mínimo de

momentos de avaliação);

- Não se prender só a provas: diversificar as formas de avaliação: atividades por

escrito, dramatização, trabalho de pesquisa, avaliação oral, experimentação, desenho,

maquete, etc. (levar em consideração os estágios de desenvolvimento dos educandos);

- Colocar questões a mais, dando opção de escolha para os alunos (este recurso é

simples e da oportunidade de maior individualização das avaliações);

- Dimensionar adequadamente o tempo de resolução da avaliação, de forma a evitar a

ansiedade. Não ficar fazendo pressão durante a aplicação (“Faltam 30 minutos, faltam 25

minutos, etc.);

- Ao invés de “Prova” (ninguém tem que provar nada para ninguém), usar o termo

“atividade”, substituir a “Folha de Prova” por “Folha de Atividades”, etc. (lembrar, no

entanto, que não se trata de apenas de mudar o termo...);

- Deixar muito claro para os alunos e os pais quais os critérios de avaliação que estão

sendo adotados pelo professor. O educando deve saber o que vai ser exigido dele. Evitar

sistematicamente o fator sorte, pois este leva à irresponsabilidade, à convicção mística;

- Não pedir assinatura dos pais: como as avaliações fazem parte do processo, não tem

sentido os pais terem que assiná-las, uma vez que devem acompanhar todo o trabalho dos filhos e não apenas as avaliações. Devolver todas as atividades para os alunos. Não

mandar bilhete para pais com “matéria da avaliação”;

- Não vincular a reunião de pais à entrega de notas; essas reuniões devem ser momentos

de interação entre a escola e a família, de formação dos pais. Entregar as notas na

reunião acaba dando destaque à nota. Que seja entregues antes aos alunos;

- Realizar avaliação em dupla e/ou em grupo (sem dispensar a individual);

- Fazer avaliação com consulta;

- Alunos elaborarem sugestões de questões (ou propostas de trabalho);

- Eliminar uma das notas de um conjunto, para que o aluno fique menos tenso;

- Não ter pedido especial para avaliação substitutiva (impresso, taxa); o professor pode

dispensar, no caso de já ter outros instrumentos, ou acertar a realização diretamente com

o aluno;

- Não incentivar a competição entre os alunos, ou, melhor dizendo, combater sua

ocorrência, pela não valorização da nota, uma vez que, normalmente, a competição já

está presente no contexto social. Não comparar alunos entre si; cada deve ser

comparado a si mesmo. Comparações criam competição, ódio, inveja, desânimo;

- Avaliação não ser elaborada por terceiros, mas sim pelo próprio professor. Avaliação

não ter que passar pela coordenação/supervisão, antes de ser aplicada.

Para não se sobrecarregar com correções, o professor, o professor pode fazer correção

por amostragem, autocorreção ou correção mútua pelos alunos com sua supervisão.

O professor deve aproveitar a oportunidade de introdução de novas práticas para abrir o

debate, fazer uma reflexão com os alunos sobre suas experiências com avaliação e sobre

a necessidade de mudança. É importante que a discussão seja em cima de práticas

concretas que se vai introduzir e não só discurso a respeito.

5- Referências Bibliográficas

DARIDO,Suraya Cristina. Para ensinar Educação Física, Possibilidades de Intervenção na Escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica. SEED 2008.

FEIGES, Maria Madselva Ferreira. Concepções e Tendências da Educação e suas Manifestações na Prática Pedagógica Escolar. Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação. Departamento de Planejamento e Administração Escolar. Curso de Especialização em Organização do Trabalho Pedagógico.

Fonte:http://www.webartigos.com/articles/40348/1/RECORTES-HISTORICOS-DAS-TENDENCIAS-PEDAGOGICAS-NOBRASIL/pagina1.html#ixzz14cCDR4l8

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. IN. Obras Escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Alfa. Ômega.

MARX, Karl. “A assim chamada acumulação primitiva”. IN: O Capital. Vol. II. São Paulo, Nova Cultural, 1988, p.251-284.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa – São Paulo e Terra, 1996 (Coleção Leitura).

FREIRE, Paulo. Educação e mudança / Paulo Freire; tradução de Moacir Gadotti e Lilian Lopes Martin. – Rio de Janeiro: Paz e Terra1983.

http://www.grupoescolar.com/materia/karl_marx_e_o_capitalismo.htmlIdéia do texto retirado do trabalho de Karen Egas.

http://blogdomedina.com.br/o-que-e-educacao-fisica/

http://www.gestiopolis.com/Canales4/rrhh/aprendizagem.htm

NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Temas transversais: Reflexões e Práticas rumo a uma nova educação – São Paulo: Érica, 2002 – (Coleção Reflexões Práticas e Pedagógicas). Parâmetros Curriculares Nacionais. www.mec.gov.br

VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar.